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Espelho Correção - Petição Contestação Ação Popular

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Prévia do material em texto

E então aluno, fácil, não é? Por óbvio que a única peça cabível é a 
contestação, afinal ela é o único meio de resposta pelo qual a parte 
contrária apresenta tese de defesa, e na Ação Popular, por seguir as 
regras do CPC, não é diferente. 
A contestação é a primeira oportunidade que o réu tem de se manifestar 
nos autos, por isso ela é muito importante e decisiva para o seguimento 
processual. Para que a sua contestação seja aceita ela precisa ser 
tempestiva, por isso você deve logo de início se atentar para o prazo legal 
para a sua propositura: o art. 335 do CPC determina o prazo de 15 dias 
para a apresentação da contestação, como você está atuando como 
Procurador do Estado e em defesa da Fazenda Pública possui, conforme 
art. 183 do CPC, prazo em dobro para contestar. 
Por isso, ao datar a sua petição, deve observar este requisito para que a 
sua peça não seja considerada intempestiva. A data escolhida deve ser 
de até 30 dias após a intimação pessoal, neste caso. 
Quanto ao endereçamento da sua petição, observe que é uma resposta à 
Ação Popular, logo deverá ser proposta no mesmo juízo: Vara do Fórum 
da Capital do Estado de Pernambuco. O polo ativo da sua contestação 
será composto pelo Governador do Estado de Pernambuco, a quem você, 
como Procurador do Estado, representa. 
Em sede preliminar, você deve levantar o não cabimento da ação popular, 
uma vez que o autor não especificou o potencial lesivo do Decreto X/2018, 
 
 
não demonstrando, com isso, o preenchimento do requisito necessário 
para a propositura de uma Ação Popular. 
Ademais, por se tratar de uma contestação, você deve combater de forma 
incisiva e especificadamente todos argumentos da parte da autora, sob 
pena de serem considerados como verdadeiros, conforme dispõe o 
art.341 do CPC. Por isso, na sua descrição dos fatos e fundamentos deixe 
bem claro cada um dos argumentos que foram levantados na inicial que 
você não concorda, demonstrando claramente ao juiz a versão correta 
dos fatos como um bom advogado que é. 
A seguir, confira um espelho da peça esperada.
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA ___ VARA DO FÓRUM DA CAPITAL 
DO ESTADO DE PERNAMBUCO 
 
 
 GOVERNO DO ESTADO DE PERNANBUCO, neste ato 
representado pela Procuradoria Geral do Estado, por seu procurador que ao final 
assina, com os devidos poderes para tanto, conforme instrumento de mandato 
em anexo, vem perante V. Exa., com fundamento no art. 335 do CPC, apresentar 
a sua 
 
 CONTESTAÇÃO 
 
 nos autos da AÇÃO POPULAR nº ....... proposta por ANTONIO 
AUGUSTO, cidadão em pleno gozo dos direitos políticos, brasileiro, profissão, 
inscrito no CPF sob o nº XXXXXXXXXX, RG sob o nº XXXXXX SSP/PE, Título 
de Eleitor nº XXXXXXXXXX, residente e domiciliado na 
 
 
XXXXXXXXXXXXXXXXXXX, em desfavor de ato praticado pelo Exmo. Sr. 
GOVERNADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO, pelo qual editou o Decreto 
X nomeando para cargo de Presidente do Banco do Estado de Pernambuco o 
Sr. MARTINIANO SANTOS. 
 
I – DO NÃO CABIMENTO DA AÇÃO POPULAR 
A presente ação foi ajuizada contra ato legítimo praticado pelo Governador do 
Estado de Pernambuco no uso de suas atribuições auferidas por lei. O autor 
fundamentou o cabimento da demanda no art. 5º, LXXIII da CF/88 onde se lê: 
“Art. 5º (...) 
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que 
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o 
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, 
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”. (BRASIL, 1988) 
 
Do dispositivo constitucional utilizado pela parte autora, percebe-se que a ação 
popular deve ter como objeto o combate a ato lesivo, a um dos bens públicos 
enumerados no texto legal. Ocorre que, o ato contra o qual o autor se volta não 
traz qualquer tipo de lesão ou prejuízo, conforme exigido por lei. 
Nesse sentido, da leitura da peça inicial não se consegue vislumbrar qual a lesão 
que o mesmo pode ocasionar. Razão pela qual, requer-se que desde já a 
presente ação seja extinta sem resolução do mérito. 
II – DOS FATOS E FUNDAMENTOS QUE EMBASAM A PEÇA EXORDIAL 
O autor alega em sua peça inicial que o Decreto X editado 
pelo Governador do Estado, nomeando o Sr. MARTINIANO SANTOS para o 
exercício do cargo de Presidente do Banco do Estado de Pernambuco, viola a 
moralidade administrativa, eis que, segundo seu convencimento, é fato público 
e notório que o Sr. Martiniano responde a ação judicial movida pela Fazenda 
Nacional relativa ao não pagamento de impostos federais, mais precisamente ao 
seu imposto de renda. 
 
 
 
Diante disso, questiona como pode uma pessoa que 
responde por tal fato ser nomeada para exercer um cargo público de alta 
responsabilidade. Em suma, sustenta que o Decreto X/2018 atenta brutalmente 
contra a moralidade administrativa, ao passo que nomeia para o cargo de 
Presidente do Banco do Estado pessoa que responde à ação judicial POR 
SONEGAÇÃO DE IMPOSTOS. 
 
II – DA REALIDADE DOS FATOS 
 
Excelência, a realidade é que o ato administrativo contra o 
qual o Autor se insurge encontra-se na mais perfeita legalidade, não havendo 
qualquer razão para a sua nulidade. 
 
O autor não conseguiu demonstrar com clareza quais os 
prejuízos decorrentes do ato impugnado, conforme exigido pela lei. Ademais, 
não há qualquer vedação legal para a realização do referido ato, conforme se 
demonstrará a seguir. 
 
III - DO DIREITO 
 
A República Federativa do Brasil se divide em Poderes 
organizados, com funções e estruturas pré-definida. O art. 2º da Constituição 
Federal determina: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre 
si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário” (BRASIL, 1988). 
O ato impugnado na presente ação foi praticado pelo 
Governador do Estado, chefe do Poder Executivo estadual, portanto. 
Excelência, o ato praticado pelo Governador é legítimo, eis 
que não se questiona a sua competência para a nomeação do Presidente do 
Bando do Estado, sendo a mesma atribuída por lei. Tal ato é discricionário, eis 
que a lei deixa uma margem de apreciação ao administrador, podendo ele 
exercer um relativo poder de escolha, pautado em critérios de oportunidade e 
conveniência. 
 
 
A lei não define quem deve ser nomeado pelo Governador 
para o cargo, apenas diz que ele deve fazê-lo, mas a escolha da pessoa a ser 
nomeada é feita pelo representante do Executivo, com base nos parâmetros 
legais, o que foi feito. 
A clássica doutrina do Direito Administrativo defende que o 
Poder Judiciário, ao realizar o controle de atos administrativos que estejam 
dentro do limite de atuação discricionária da Administração, não deve adentrar 
no mérito administrativo, ou seja, na análise de conveniência e oportunidade feita 
pelo administrador. Defendem que permitir a realização do controle judicial das 
escolhas feitas pela Administração seria transferir a sua discricionariedade para 
o Judiciário e, portanto, uma violação ao princípio da separação de poderes. 
Sobre o controle judicial do mérito administrativo, o Prof, Lênio Streck ensina: 
“Só há controle judicial de conteúdo quando o ato administrativo 
for vinculado, nos casos de ato discricionário cabe ao Judiciário 
apenas controle da forma, nos termos que especificamos acima. 
No contexto atual praticamente todos os países europeus estão 
revendo o conceito de discricionariedade administrativa, pois já se 
admite controle jurisdicional, mesmo nos casos de discricionariedadedo administrador.” (grifo nosso) (STRECK, Lênio Luís. Verdade e 
consenso. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 41) 
Esse posicionamento da doutrina visa combater o conhecido 
fenômeno da judicialização da política, que vem ocorrendo com grande 
frequência atualmente. Não raro, diversas questões que envolvem escolhas 
políticas vêm sendo levadas à apreciação do Judiciário, o qual julga as razões 
que levaram a escolha tomada pelo administrador, como ocorre no presente 
caso. 
Anular o ato administrativo por não concordar com a escolha 
feita pelo Administrador configura verdadeira violação do princípio da separação 
de poderes, consagrado no art. 60º, §4º, III da CF/88, e no art. 16º da Declaração 
Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão. 
O princípio da separação dos poderes garante que cada 
Poder, ao exercer as suas funções, não interfira naquilo que é função típica de 
 
 
outro. É uma garantia do Estado Democrático de Direito. Ou seja, um Poder não 
pode interferir em matérias de competência do outro. 
Logo, o Poder Judiciário, apesar de provocado, deve-se 
abster de interferir no mérito da escolha do administrador quando esta não 
revelar nenhum abuso ou ilegalidade. 
 
Por essas razões, deve a presente Ação 
Popular ser julgada improcedente. 
 
IV - DOS REQUERIMENTOS E PEDIDOS: 
A) Que seja acolhida a preliminar do não cabimento da ação popular e seja 
extinta sem resolução de mérito; 
B) Caso não acolhido o pedido preliminar, que seja julgada totalmente 
improcedente pelos fatos e fundamentos demonstrados; 
C) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em 
direito. 
 
 
Recife – PE, dia, mês e ano. 
 
 
 
PROCURADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO 
OAB/PA

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