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Caso Concreto do Plano de Aula 10 Considere a seguinte afirmação: Se o indivíduo A adquirir do indivíduo B imóvel no qual, por força de contrato de locação, resida o indivíduo C, presumir-se-á a concordância de A com a locação, caso este não a denuncie no prazo de noventa dias. Está certa ou errada? Fundamente a resposta. Resposta: Pela lei de locações, mais precisamente o art. 8 da lei nº. 8.245-90, o comprador do imóvel tem o prazo de 90 dias para denunciar o contrato em discordância da locação no imóvel. Caso ultrapassado o lapso temporal de 90 dias e o comprador não denuncie, haverá concordância tácita com a locação. Noções necessárias para saber desenvolver o caso concreto: Fato: a coisa foi alienada durante o contrato de locação. Consequências: - Regra: o adquirente não é obrigado a respeitar o contrato de locação. - Exceção: se for consignada cláusula da sua vigência no caso de alienação (ou seja, cláusula no contrato de locação que, mesmo que a coisa seja vendida, a locação continua) e constar de registro - Registro no títulos e documentos do domicílio do locador. Porém, no caso de imóvel mesmo não havendo registro (ou seja, mesmo sendo o caso da regra), o alienante não pode despedir o locatário, senão 90 dias após uma notificação. Mas, se passado esses 90 dias, e o alienante não notificou o locatário, presume-se a manutenção da locação. Disposição legal para fundamentar juridicamente o caso concreto: Lei no 8.245/91, Art. 8º Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente poderá denunciar o contrato, com o prazo de noventa dias para a desocupação, salvo se a locação for por tempo determinado e o contrato contiver cláusula de vigência em caso de alienação e estiver averbado junto à matrícula do imóvel. § 2º A denúncia deverá ser exercitada no prazo de noventa dias contados do registro da venda ou do compromisso, presumindo - se, após esse prazo, a concordância na manutenção da locação. Questão objetiva 1 (TJ-CE 2014) Analise as assertivas a seguir: I. Prestada a fiança por quem seja casado sob o regime da comunhão universal de bens, sem anuência do outro cônjuge, esse contrato é nulo. II. São partes no contrato de fiança o fiador e o devedor da obrigação principal. III. A fiança que exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá senão até o limite da obrigação afiançada. IV. Não se pode estipular fiança sem o consentimento do devedor. V. As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de incapacidade pessoal do devedor e que não se trate de mútuo feito a menor. Sobre o contrato de fiança, é correto o que se afirma APENAS em: a) III e V. b) I e V. c) III e IV. d) I e II. e) II e III. Resposta: A. Justificativa: I- Errada. STJ Súmula nº 332: A fiança prestada, sem autorização de um dos cônjuges, implica a ineficácia total da garantia. Além da possibilidade de o Magistrado suprir o vício, essa falta de autorização torna o contrato anulável, e não nulo, nos termos do art. 1.649 do CC: Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal. Nulidade difere de eficácia. II- Errada. As partes, no contrato de fiança, são o fiador e o credor. O devedor não faz parte da relação, tanto que nem é necessário seu consentimento para que o contrato se concretize. CC/02, Art. 818. Pelo contrato de fiança, uma pessoa (fiador) garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra. III – Correta. CC/02, Art. 823. A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação principal e contraída em condições menos onerosas, e, quando exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da obrigação afiançada. O valor da fiança é de acordo com o que foi avençado, não podendo ser mais. IV- Errada. O artigo 820, do Código Civil, diz exatamente o contrário. Além de não ser necessário o consentimento, pode ser até mesmo CONTRA SUA VONTADE. CC/02, art. 820. Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a sua vontade. V- Correta. Conforme o art. 824 c/c o seu parágrafo único, do CC. CC/02, art. 824. As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de incapacidade pessoal do devedor. Parágrafo único. A exceção estabelecida neste artigo não abrange o caso de mútuo feito a menor.
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