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PENAL IV CASOS 1 e 2

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CASO CONCRETO DA SEMANA 1 – PENAL IV 
Em datas e horários diversos, todavia no período compreendido entre meados do mês de fevereiro até o mês 
de maio do ano de 2014, RONALDO ESPERTO, prevalecendo-se da condição de perito, nomeado pelo juízo 
da Xª Vara civel da Comarca da Capital, com o fim de obter indevida vantagem econômica solicitou aos 
advogados de determinado processo, o pagamento de determinada quantia em dinheiro para fins de 
elaboração de laudo favorecendo o cliente destes, todavia as vítimas não concordaram em repassar qualquer 
montante a RONALDO ESPERTO. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os Crimes contra 
a Administração Pública, responda às questões formuladas: 
a) RONALDO ESPERTO é considerado funcionário público para fins penais? Responda de forma 
objetiva e fundamentada. 
RESPOSTA: A questão versa sobre apuração da responsabilidade criminal de RONALDO ESPERTO 
o qual, valendo-se da condição de PERITO nomeado por um Juiz de Direito, traiu sua condição 
funcional para SOLICITAR propina dirigida a certos advogados que defendiam interesses de um 
grupo envolvido em processo na VARA e se assim fosse aceito o seu LAUDO certamente os 
beneficiaria. Todavia os advogados não concordaram com a indecente proposta de RONALDO que 
não era funcionário de carreira, mas uma pessoa nomeada por um Magistrado para servir na função 
pública de PERITO em confiança do Juízo. Aquele expert desempatador. 
É cediço que no art. 327 “Considera-se funcionário público para efeitos penais, quem exerce cargo, 
emprego ou função pública, mesmo que transitoriamente ou sem remuneração, o que ocorre na 
espécie, tendo em vista que o Acusado, à época dos fatos era PERITO DO JUÍZO, vejamos: CARGO 
PÚBLICO é o posto criado por lei na estrutura hierárquica da Administração Pública, com 
denominação e padrão de vencimentos próprios, ocupado por servidor com vínculo estatutário (ex.: 
cargo de delegado de polícia, de oficial de justiça, de auditor da receita etc.); EMPREGO PÚBLICO é 
o posto criado por lei na estrutura hierárquica da Administração Pública, com denominação e padrão 
de vencimentos próprios, embora seja ocupado por servidor que possui vínculo contratual, sob a 
regência da CLT (ex.: escrevente judiciário contratado pelo regime da CLT, antes do advento da 
Constituição de 1988); FUNÇÃO PÚBLICA é a denominação residual, que envolve todo aquele que 
presta serviços para a Administração, embora não seja ocupante de cargo ou emprego. 
EM VISTA DO EXPOSTO, podemos AFIRMAR POSITIVAMENTE que RONALDO ESPERTO é 
considerado funcionário ´público para todos os fins penais pois trata-se de um PERITO JUDICIAL. 
b) Qual a correta tipificação de sua conduta? Ainda, responda se a mesma restou tentada ou 
consumada, haja vista as vítimas não terem concordado em repassar qualquer montante ao agente. 
RESPOSTA: Trata-se de crime previsto no Art. 317, caput do Código Penal, senão vejamos: Solicitar 
significa pedir ou requerer; receber quer dizer aceitar em pagamento ou simplesmente aceitar algo. A 
segunda parte do tipo penal prevê a conduta de aceitar promessa, isto é, consentir em receber dádiva 
futura. Classifica a doutrina como corrupção própria a solicitação, recebimento ou aceitação de 
promessa de vantagem indevida para a prática de ato ilícito, contrário aos deveres funcionais, bem 
como de corrupção imprópria, quando a prática se refere a ato lícito, inerente aos deveres impostos 
pelo cargo ou função. Não bastam meras ofertas de vantagens impossíveis ou não factíveis, incapazes 
de gerar no funcionário público uma real cobiça ou um atentado à moralidade administrativa. É 
preciso que o agente ofereça algo idôneo e verossímil, de acordo com suas condições, bem como 
harmônico com o seu contexto de vida. Nesse sentido: TJSP: “Embora delito unissubsistente e formal, 
a aperfeiçoar-se com o simples oferecimento ou promessa de vantagem indevida, a corrupção ativa 
reclama seja essa oferta ou promessa, além de certa, factível em relação ao agente e idônea de molde 
a agredir a consciência do funcionário”. O perito quis vender FACILIDADE na sua atuação funcional. 
O fato de colher resistência dos particulares não desnatura o crime. A PROPÓSITO: “O crime é formal 
porque a corrupção passiva atinge o momento consumativo no instante em que a solicitação chega 
ao conhecimento do terceiro, ou em que o funcionário recebe a vantagem ou aceita a promessa de sua 
entrega”. CRIME CONSUMADO, pois, a tentativa da solicitação não é punível, se o agente não 
chega a realizar a solicitação de modo a colher eco ou resistência do particular. 
APENAS COMENTANDO: Em alguns casos tem aplicação o princípio da bagatela, ou seja, 
pequenos mimos ou lembranças, destinados a funcionários públicos, por exemplo, em datas 
comemorativas – como Natal, Páscoa etc. – é conduta penalmente irrelevante, não configurando o 
tipo penal da corrupção passiva. “É certo que, para chegar à compreensão de que a cortesia é 
desinteressada, é preciso que não nos inspiremos no exemplo exagerado daquilo que, por costume 
(mas, evidentemente, mau costume apenas) se justifique entre altos funcionários. A regra limitativa 
deve ser esta: a) que o presente seja ocasional e não habitual, ou contínuo; b) que não ocorra 
correspondência alguma entre o seu valor econômico e o ato de ofício, isto é, que não se possa 
formular, em face do fato, a relação que induza o caráter retributivo” (cf. FERNANDO HENRIQUE 
MENDES DE ALMEIDA, Dos crimes contra a Administração Pública, p. 84-85). Porém, já é tempo de 
cessar essa cortesia com funcionários públicos, pois se trata de uma conduta antiética. O servidor não 
está naquele local para receber mimos; está ali para cumprir um dever e quem o faz, não merece 
recompensa alguma, apenas justa remuneração paga pelo Estado. 
SEGUNDO GUILHERME NUCCI: No campo da corrupção ativa, outra polêmica que se costuma levantar 
diz respeito ao momento consumativo e se o delito comporta a tentativa. Cuida-se também de crime formal, 
ou seja, basta a realização da conduta (oferecer ou prometer) para que se efetive o dano previsto no tipo 
(ofensa à moralidade administrativa). Assim sendo, advoga Hungria a tese de que inexiste, em qualquer 
modalidade, a tentativa, criticando a posição de Bento de Faria, para quem haveria mera tentativa “no caso 
do funcionário recusar a vantagem oferecida ou prometida”. Não concordamos com ambos. 
A visão do iter criminis, nesta hipótese, é dificultada pelos verbos e pelo objeto jurídico tutelado. Oferecer é 
uma conduta que pode ser unisubsistente (praticada num único ato, como se dá se for oral, na frente do 
funcionário), mas também admite o modelo plurissubsistente (cometida em vários atos, formando uma só 
conduta; seria a situação de quem escreve a promessa de vantagem e esse bilhete é interceptado pelo chefe 
do funcionário ao qual se destina). Esta última hipótese nos parece permitir a configuração da tentativa, pois 
o ato executório não conseguiu tomar forma suficiente para chegar à consumação, visto ter sido obstado por 
terceiro. =>>>> JURISPRUDÊNCIA INDICADA: Ementa: APELAÇÃO-CRIME. CORRUPÇÃO PASSIVA. ATIPICIDADE. CRIME 
FORMAL. CONSUMAÇÃO. Perito judicial, valendo-se da função pública que exerce, solicita vantagem das procuradoras de uma das partes em 
litígio para elaboração de laudo mais favorável. Delito de natureza formal, que se consuma com a simples solicitação da vantagem indevida. 
Condenação mantida. Apelo improvido. Unânime. (Apelação Crime Nº 70069574432, Quarta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, 
Relator: Aristides Pedroso de Albuquerque Neto, Julgado em 06/10/2016). 
Questão objetiva. 
Acerca dos crimes contra a Administração pública, assinale a resposta correta. 
 a) O crime de denunciação caluniosa(art. 339 do CP), além de outros requisitos de 
configuração, exige que a imputação sabidamente falsa recaia sobre vítima determinada, ou, 
ao menos, determinável. 
 b) Para a configuração do crime de peculato-furto (art. 312, § 1°, CP) é suficiente que o sujeito ativo, funcionário público, 
subtraia um bem móvel particular que esteja sob a guarda da Administração pública. 
 c) Considera-se funcionário público, para efeitos penais, quem exerce múnus público, assim entendido o ônus ou encargo 
para com o poder público, como no caso do curador. 
 d) Nos crimes de inserção de dados falsos em sistemas de informações (art. 313-A do CP) e modificação ou alteração não 
autorizada de sistema de informações (art. 313-B do CP) se exige que figure, como sujeito ativo da conduta, o funcionário 
público autorizado. 
 e) Ao contrário do que ocorre na extorsão, o crime de concussão é classificado como delito material, operando-se quando 
o agente aufere a vantagem indevida almejada. 
 
CASO PRÁTICO DA SEMANA 2 – DIR. PENAL 4 
LETRA A: O crime de desobediência não se constitui por ato de desobediência à lei, mas por ato de 
desobediência à ordem de funcionário em atuação da lei. Desobediência à normas jurídicas, regulamentos, 
portarias, não se constitui em crime de desobediência. No que concerne a avisos e editais complementares à 
lei, ensina Nelson Hungria (Comentários ao código Penal, volume IX, pág. 417) ¨o texto do artigo 330 não 
impede que se reconheça mesmo em tal caso o crime (desde que se prova a inequívoca ciência do edital por 
parte do agente). O Ministro Nelson Hungria (obra citada, volume IX, 417), já alertava que ¨se pela 
desobediência de tal ou qual ordem oficial, alguma lei comina determinada penalidade administrativa ou 
civil, não se deverá reconhecer o crime em exame, salvo se a dita lei ressalvar expressamente a aplicação do 
artigo 330 do Código Penal.¨ 
 Só há crime de desobediência ou resistência contra ato legal. Sem comprovação rigorosa da legalidade do 
ato, não há resistência punível (RT 525/331;506/359; 507/376). Isso porque não há crime na oposição à ordem 
ilícita, quer seja a ilegalidade patente, quer seja dissimulada. Se o ato é ilegal seria licita a resistência. Porém 
não se pode confundir ilegalidade do ato com a injustiça da decisão de que este deriva. Uma vez que o ato 
seja regular na sua forma e se funde in thesi em preceito legal, já não será permitida a resistência, como 
disse Nelson Hungria (Comentários ao Código Penal, volume IX, pág. 415). Lecionava o Ministro Nelson 
Hungria que ¨esta será lícita, por exemplo, quando dirigida contra a execução de um mandado de prisão 
preventiva(embora revestido das formalidades legais) e expedido contra autor de crime afiançável fora dos 
casos dos incisos I a III do artigo 313 do Código de Processo Penal; mas já não o será quando praticada a 
pretexto de evitar uma prisão decorrente de sentença condenatória supostamente contrária à prova dos 
autos.¨ há uma tendência a considerar a legalidade da ordem condição objetiva de punibilidade, que não 
integra o tipo penal, não carecendo de estar abrangido o dolo. 
 Já o crime de resistência envolve uma oposição, mediante violência ou ameaça, à execução de ato legal. O 
ato deve estar sendo executado, isto porque violência anterior ou posterior ao ato não configura o delito. 
Não se constitui crime de resistência a violência ou ameaça praticada antes do início da execução do ato ou 
aquela ocorrida após ter este concluído em represália ao agente ou autoridade. 
 A oposição deve ter caráter militante, ativo. Isso porque a mera desobediência, a oposição branca, a 
resistência passiva, realiza o tipo descrito no artigo 330 do Código Penal (RF 225/329). Assim a oposição à 
prática do ato legal deve ser atuante e positiva. Não caracteriza o crime de resistência: o ato de simples 
indisciplina (RT 423/422); a recusa em ingressar em viatura policial e ainda o uso de palavrões (RJTJESP 
47/379); o esbravejar (RT 548/322); deitar-se no chão ou agarrar-se a um poste para evitar a prisão; recusar-
se a abrir a porta para o ingresso de policiais. 
 
Assim, como ensinou Heleno Cláudio Fragoso (Lições de Direito Penal, volume II, 5ª edição, pág. 451), a 
oposição deve dar-se mediante violência (força física exercida sobre a vítima) ou ameaça (manifestação de 
causar um mal). Assim as simples palavras ou gestos ultrajantes constituem a materialidade do crime de 
desacato (artigo 331 do CP). 
 
Quando houver imprecação de pragas ou blasfêmias estamos diante de um crime de desacato, previsto no 
artigo 331 do Código Penal. 
 
 A violência é emprego de força física. A ameaça (vis moralis, vis compulsiva) pode ser real, como apontar 
uma arma, mesmo descarregada ou simulada, verbal ou escrita, realizada na presença de funcionário ou 
não, pois deve ser endereçada ao funcionário público ou a seus auxiliares. 
 É indispensável que o agente empregue força física ou ameaça (RF 200/249; RT 382/87; 469/415; RTJ 
106/494). Por sua vez, a ameaça há de ser real ou verbal, como ocorre com a promessa de um mal. Sendo 
assim, a violência deve ser física exercida sobre o executor ou seu auxiliar. 
 
Não há na resistência, uma violência contra coisa, mas contra a pessoa. Nesse ponto, não se aplicam, como 
o devido respeito, os exemplos de Nelson Hungria, como, por exemplo, do cavalo do soldado que encalça o 
criminoso e é morto a tiros (Comentários ao Código Penal, volume IX, pág. 409). Da mesma forma, não há o 
crime de resistência se há simples ofensas por palavras, gestos ou vias de fato ultrajantes, que caracterizam 
o crime de desacato (RT 532/329). O comportamento rude e deselegante, por si só, não caracteriza o crime 
de resistência (RJT/SP 122/498). 
 A oposição deve ter caráter militante, ativo. Isso porque a mera desobediência, a oposição branca, a 
resistência passiva, realiza o tipo descrito no artigo 330 do Código Penal (RF 225/329). Assim a oposição à 
prática do ato legal deve ser atuante e positiva. Não caracteriza o crime de resistência: o ato de simples 
indisciplina (RT 423/422); a recusa em ingressar em viatura policial e ainda o uso de palavrões (RJTJESP 
47/379); o esbravejar (RT 548/322); deitar-se no chão ou agarrar-se a um poste para evitar a prisão; recusar-
se a abrir a porta para o ingresso de policiais. 
 Assim, como ensinou Heleno Cláudio Fragoso (Lições de Direito Penal, volume II, 5ª edição, pág. 451), a 
oposição deve dar-se mediante violência (força física exercida sobre a vítima) ou ameaça (manifestação de 
causar um mal). Assim as simples palavras ou gestos ultrajantes constituem a materialidade do crime de 
desacato (artigo 331 do CP). 
 
A lição de Manzini, trazida por Paulo José da Costa Jr. (obra citada, pág. 511), é de que ¨os funcionários 
públicos e os empregados do serviço público devem ser respeitados, mas a lei não exige que sejam também 
venerados como pessoas sagradas e intocáveis, não se podendo interpretar como delitiva a mera 
reprovação, expressa de modo não injurioso, de seus atos.¨ 
 
Assim a objetividade jurídica é o interesse em garantir o prestígio dos agentes do Poder Público e o respeito 
devido à dignidade de sua função, tendo-se em vista que a ofensa que lhes é irrogada, em sua presença, no 
exercício de sua atividade funcional ou em razão dela, atinge, em verdade, a própria Administração 
Pública. A lição de Heleno Cláudio Fragoso (obra citada, pág. 461) é aqui repetida, no sentido de que não 
há injúria, difamação ou desrespeito ao funcionário (que seria, eventualmente, crime contra a pessoa), mas 
atentado a um interesse geral, relativo à normalidade do funcionamento da administração pública. 
Mas, para que se possa afirmar a presença do funcionário,deve ele encontrar-se no local onde a ofensa é 
praticada. Não se exige que o ofendido veja o ofensor, nem que perceba o ato ofensivo, bastando que lhe 
fosse possível conhecimento diretamente do fato. 
 
Assim a censura justa mesmo que áspera não tipifica o crime. Portanto, não constitui desacato a crítica e 
mesmo a censura que sejam veementes, desde que não se apresentem de forma injuriosa. Assim já se 
entendeu que não constitui desacato, a mera censura ou crítica, ainda que veementes e exaltadas, sobre a 
atuação de servidor público, quando não há adjetivação ofensiva. Não há no crime de desacato apenas 
injúria, difamação ou desrespeito ao funcionário, mas atentado a um interesse geral que diz respeito à 
normalidade do funcionamento da administração pública. O tipo exige como elemento subjetivo o dolo na 
vontade consciente de praticar a ação ou a proferir a palavra injuriosa com o objetivo de ofender ou 
desrespeitar o funcionário a quem se dirige. Há o chamado dolo especifico. 
 
Fala-se que o dolo no desacato exige um especial fim de agir (dolo específico), que consiste na vontade 
consciente de praticar a ação ou proferir a palavra injuriosa, com o propósito de ofender ou desrespeitar o 
funcionário a quem se dirige. Mas não se admite no desacato a exceção da verdade. Por sua vez, não há 
crime se a ofensa constitui apenas repulsa a ato injusto e ilegal da vítima (RT 483/345; 495/352; 502/336). 
Assim não se pode dizer desacatado o funcionário que prova a repulsa ultrajante, como no caso em que o 
diretor da repartição chama alguém de imbecil, mas não se pode dizer desacatado, por haver este retrucado 
ao dizer: ele é um idiota. Se o funcionário público primeiro ofende a dignidade da função, não pode exigir 
seja ela respeitada. Assim já se entendeu que não constitui desacato se a ofensa constitui apenas repulsa a 
ato injusto e ilegal da vítima, que deu causa, assim, ao ultraje. 
 
Discute-se o dolo nos casos de exaltação ou nervosismo do agente. Há, no que se entende por posição 
minoritária, afirmando-se que constituiria arrepio a qualquer lei psicológica que um indivíduo desacatasse 
outro a sangue frio, sem qualquer motivo antecedente, pelo simples prazer de desabafar, sendo irrelevante 
para configurar o delito o estado emotivo ou colérico do agente (RT 304/478, 327/397, 401/289, 417/285, 
505/316, dentre outros). Por sua vez, há corrente, que se fundamenta no fato de que se exige o chamado 
dolo específico, afirmando estar excluído o dolo nos casos em que o agente está sob o efeito de cólera 
(RF224/289),ou ainda irritação(RT557/349, 706/357), ou ainda a conduta se deve a exaltação momentânea 
(RT 668/361, 683/326, 697/372; RSTJ 40/442; JSTJ 42/345), desabafo (RF238/298), incontinência de linguagem 
ou ainda falta de controle emocional. PENSE NISSO: Demonstrado que os crimes-meio 
(desacato e desobediência) foram cometidos somente para a concretização do delito-fim (resistência), no mesmo 
contexto fático, pelo princípio da consunção deve o terceiro absorver os dois primeiros, sendo necessário reformar 
a sentença, sobejando apenas a condenação pelo delito de resistência. 
LETRA B: Trata-se de crime capitulado no Art. 329, § 1º do CP, porque o agente usou de violência para evitar 
a ordem de entregar o material destinado à pichação e fugir em seguida do local. Não há falar em coadunar 
a contravenção penal de vias de fato, posto que a violência real por si só se amalgama ao tipo-base. tendo 
em vista que a violência contra a pessoa deve ser sempre punida com rigor, o tipo penal prevê, como em 
várias outras oportunidades, o sistema da acumulação material, isto é, o agente responde pela resistência e 
pelo que causou à vítima, diante do emprego da coerção física (ver a nota 101-A ao art. 69). Conferir: TJMG: 
 
“Aquele que, mediante reação corporal violenta, se opõe a execução de ato legal pela Polícia Militar, e, ao 
mesmo tempo, provoca lesões corporais naqueles policiais que executavam o ato, responde pelos delitos de 
resistência e lesões corporais, sendo legalmente vedada a incidência do princípio da consunção, por força do 
disposto no art. 329, § 2º, do Código Penal” (Ap. Crim. 1.0249.13.0013660/001-MG, 6a C. Crim., rel. Rubens 
Gabriel Soares, 05.05.2015). 
Questão objetiva. 
Em relação aos crimes praticados por particulares e funcionários públicos contra a Administração Pública, analise as 
assertivas e assinale a alternativa correta: 
I Pode-se afirmar que o crime de prevaricação tipifica-se por retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de 
ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
II O descumprimento, por autoridade administrativa, de sentença proferida em Mandado de Segurança, pode 
configurar, em tese, o crime de prevaricação. 
III Para configuração do crime de corrupção passiva, na modalidade solicitar vantagem indevida, é necessário que a 
solicitação do funcionário seja correspondida pelo particular. 
IV Se o funcionário deixa de praticar ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência 
de outrem, comete o delito de condescendência criminosa. 
V No crime de concussão, como o particular é ameaçado, caso ceda à exigência do funcionário, não incorre em 
corrupção ativa. 
 a) Apenas as assertivas I, II e III são verdadeiras. 
 b) Apenas as assertivas I, II e V são verdadeiras. 
 c) Apenas as assertivas II, IV e V são verdadeiras. 
 d) Apenas as assertivas II, III e IV são verdadeiras. 
 e) Apenas as alternativas II, III e V são verdadeiras. 
 QUESTÃO OBJETIVA: LETRA B 
Justificativas: 
III - Para configuração do crime de corrupção passiva, na modalidade solicitar vantagem indevida, NÃO é necessário que a solicitação 
do funcionário seja correspondida pelo particular. 
IV - Se o funcionário deixa de praticar ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem, 
comete o delito de condescendência criminosa. NÃO => Corrupção passiva privilegiada.

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