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O Imperialismo Europeu do Século XIX

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APROVA – HISTÓRIA PARA VESTIBULANDOS. 
 
 
 
 
APROVA 
 
O Imperialismo Europeu do Século XIX: A 
“face” da exploração 
 
Antecedentes/Histórico 
 
Entre os séculos XV, XVI e XVII, os interesses econômicos europeus orientavam-se pela 
mentalidade mercantilista e o capitalismo buscava primordialmente mercados 
fornecedores de produtos tropicais e metais preciosos. 
 
Portugal e Espanha assumiram a primazia no colonialismo à época da Revolução 
Comercial, que se sustentava com base no monopólio do pacto colonial. No entanto, a 
industrialização europeia nos séculos XVIII e XIX (Primeira Revolução Industrial) obrigou 
as nações a buscarem novos mercados consumidores, diante de uma produção 
mecanizada, substituindo o exclusivismo comercial pela política econômica liberal. 
No início do século XIX, a Revolução Industrial que havia se iniciado na Inglaterra 
expandiu-se para outras regiões. A Bélgica e a França pós-Luís Felipe de Orléans, 
encaixam-se nesse panorama. Posteriormente a Alemanha e a Itália encontraram 
condições favoráveis para o desenvolvimento de suas industrializações depois de 
concluídos os processos de unificação política, concretizados em 1870. Fora da Europa, 
os Estados Unidos impulsionaram sua indústria mecanizada com fim da Guerra de 
Secessão. Além dos norte-americanos o Japão, modernizou sua economia a partir da 
Revolução Meiji (Era das Luzes), em 1868. 
 
A industrialização inglesa, no século XVIII, provocou a formação de grandes unidades 
fabris que passaram a impulsionar a produção. A partir da segunda metade do século 
XIX, com o advento da Segunda Revolução Industrial (por volta de 1860 - 1870), iniciou-
se uma outra fase do processo: o aço substituiu o ferro como material industrial utilizado 
na construção de máquinas, o vapor deu lugar à eletricidade, e o petróleo passou a ser 
utilizado como força motriz no lugar do carvão. Viu-se nessa época a introdução de uma 
maquinaria automática, a extrema divisão e especialização do trabalho e uma verdadeira 
transformação nos meios de transporte e de comunicação. Ao capitalismo industrial 
somaram-se as pretensões do capitalismo financeiro, com isso, surgiram grandes 
conglomerados econômicos, como os trustes, cartéis e holdings. 
 
 
O Processo Neocolonial 
 
O crescimento da indústria produziu um ‘estado de equilíbrio’ de desenvolvimento tão 
acentuado que o continente europeu por si só nada poderia fazer para atender ao curso 
das exigências capitalistas. Os países necessitavam de matérias-primas, tais como 
carvão, ferro e petróleo; produtos alimentícios, normalmente carentes na Europa; 
mercados consumidores para os excedentes industriais; e locais para o investimento de 
capitais disponíveis na Europa, que geralmente eram empregados na construção de 
 
 
 
 
 
 
 
estradas de ferro, serviços de iluminação, construção de pontes e exploração de minas. 
Quanto aos aspectos sociais, procurava-se escoar a mão de obra qualificada europeia 
para as áreas coloniais. 
 
 A expansão neocolonial alcançou primordialmente as regiões da África e da Ásia, que se 
tornaram palco de disputas e rivalidades na divisão do mercado mundial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao lado das questões mais diretamente ligadas aos propósitos capitalistas surgiram 
concepções e teorias que justificavam a presença europeia em territórios coloniais. De 
certa forma tais defesas tinham por intuito legitimar o domínio, a conquista, a submissão e 
a exploração dos continentes explorados. As hipóteses de legitimação do domínio 
imperialista europeu sobre a África e a Ásia se apoiavam em bases edificadas em teorias 
raciais europeias originadas no próprio século XIX. Dentre elas encontra-se a do 
“darwinismo social”. 
O processo de domínio e exploração dos europeus sobre os povos afro-asiáticos se 
apoiava na ideia do “evolucionismo social”, ou seja, as sociedades, ao longo dos estágios 
evolutivos vivenciaram três etapas: a bárbara; a primitiva e a civilizada. Os europeus se 
entendiam como representantes do terceiro nível. Africanos ainda viviam a primeira etapa 
e os asiáticos a segunda. Por isso a presença da cultura europeia nas áreas coloniais, 
possibilitaria aos demais povos projeção nas etapas de evolução da sociedade e, por 
consequência, alcançar o estágio de “civilizados”. 
O “darwinismo social” sustentou o discurso ideológico europeu para dominar outros 
continentes. O “darwinismo social” compactuava com a ideia de que a teoria da evolução 
das espécies (de Darwin) poderia ser aplicada à sociedade. Assim, somente as nações e 
as raças mais fortes seriam capazes de sobreviver. O contato dos afro-asiáticos com os 
europeus fortaleceria os primeiros. Os europeus difundiram a ideia de que o 
neocolonialismo seria, portanto, uma “missão civilizatória” de uma raça superior branca 
que levaria a civilização - tecnologia, formas de governo, religião cristã, ciência, valores - 
para os que viviam em estágios primitivos ou de barbárie. Claro que tais argumentos 
sustentados por Herbert Spencer (1820-1903) e por outros defensores da política 
neocolonial, não possuíam nenhum embasamento de natureza científica, mas no contexto 
histórico do século XIX foram ativamente utilizados para legitimar o imperialismo. 
Quando as áreas coloniais mostravam resistência aos discursos pseudocientíficos dos 
europeus, estes se valiam de uma política apoiada na “diplomacia do canhão”, ou seja, os 
 
"... A natureza distribuiu desigualmente no planeta os depósitos e a 
abundância de suas matérias-primas; enquanto localizou o gênero inventivo 
das raças brancas e a ciência da utilização das riquezas naturais nesta 
extremidade continental que é a Europa, concentrou os mais vastos 
depósitos dessas matérias-primas nas Áfricas, Ásias tropicais, Oceanias 
equatoriais, para onde as necessidades de viver e de criar lançariam o elo 
dos países civilizados. Estas imensas extensões incultas, deveriam ser 
deixadas virgens, abandonadas à ignorância ou à incapacidade? ..." 
 
(SARRAUT, A. GRANDEUR ET SERVITUDE COLONIALES, PARIS, 1931, pp.18-19) 
 
 
 
 
 
 
 
dominadores faziam uso de sua superioridade militar e bélica para impor a conquista. 
Vários conflitos coloniais decorreram dessa situação. 
 
O processo de expansão para essas regiões foi marcado por disputas que muitas vezes 
levaram os níveis diplomáticos à beira do colapso. Com vistas a solucionar as 
concorrências do capitalismo monopolista aplicado nas áreas dominadas, as nações 
europeias realizaram um evento denominado Conferência de Berlim (1884-1885). O 
principal objetivo dessa reunião foi o de estabelecer a divisão dos territórios entre as 
principais potências neocoloniais. Com a “Partilha da África” tribos africanas inteiras foram 
desagregadas, enquanto que algumas se mesclaram com outras que eram suas rivais 
históricas. As maiores extensões advindas dessa partilha ficaram sob domínio franco-
britânico. Alemanha e Itália, que se industrializaram tardiamente e se projetaram no 
cenário neocolonial também de forma tardia, anexaram territórios menos expressivos. 
Tradicionais nações colonizadoras como Portugal e Espanha, ficaram também com 
porções reduzidas. 
 
A corrida colonial africana produziu inúmeros atritos diplomáticos que chegaram ao 
extremo da saturação em princípios do século XX. A Primeira Guerra Mundial (1914-
1918) tem em uma de suas causas esse desgaste diplomático.

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