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Crimes Contra a Organização do Trabalho (arts. 205%2c 206 e 207 do Código Penal Brasileiro)

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Crimes Contra a Organização do Trabalho
Código Penal Brasileiro:
Art. 205
Art. 206
Art. 207
Exercício de atividade com infração de decisão administrativa (Art. 205, CP)
 Exercício de atividade com infração de decisão administrativa
Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
Exercício de atividade com infração de decisão administrativa (Art. 205, CP)
Pena cominada: Permite-se a transação penal e a suspensão condicional do processo.
Sujeito ativo: Crime próprio
Sujeito passivo: Estado
Se o agente for funcionário público? Art. 324 do CP
Exercício de atividade com infração de decisão administrativa (Art. 205, CP)
Núcleo do tipo: EXERCER atividade, estando impedido por decisão administrativa.
 
Pressuposto: Decisão administrativa
-Recurso de eventual decisão administrativa
 Elemento subjetivo: Dolo
Exercício de atividade com infração de decisão administrativa (Art. 205, CP)
Consumação do delito: Inadmissível a tentativa
Ação penal: Pública incondicionada 
Competência: Justiça Estadual
 Divergência doutrinária: 
Habitualidade: 
 Pluralidade de atos 
 Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa:
Exercício de atividade com infração de decisão administrativa (Art. 205, CP)
Exercício de atividade com infração de decisão administrativa (Art. 205, CP)
“Trata-se, portanto, de crime habitual: é composto por uma reiteração de atos, os quais representam um indiferente penal se isoladamente considerados”. (Cleber Masson). 
“Consuma-se o crime com a prática reiterada dos atos próprios da atividade que o sujeito se encontra impedido de exercer, isto é, consuma-s com o efetivo exercício da atividade que está proibido de realizar.” (Cezar Roberto Bittencourt). 
 “Consuma-se o delito com o exercício habitual da atividade após o impedimento administrativo, sendo, portanto, inadmissível a tentativa.” (Rogério Sanches). 
Atenção: Rogério Greco discorda. 
Exercício de atividade com infração de decisão administrativa (Art. 205, CP)
Exercício de atividade com infração de decisão administrativa (Art. 205, CP)
PENAL. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COM INFRAÇÃO DE DECISÃO ADMINISTRATIVA. ARTIGO 205 DO CÓDIGO PENAL. TIPICIDADE.HABITUALIDADE. A expressão típica "exercer atividade", constante no artigo 205 do Caderno Criminal, requer a habitualidade do agente na realização de atos inerentes à sua atividade durante o período no qual o exercício dos mesmos se encontre obstado por decisão administrativa.(TRF-4 - ACR: 8201 RS 2004.71.05.008201-0, Relator: LUIZ FERNANDO WOWK PENTEADO, Data de Julgamento: 29/11/2006, OITAVA TURMA, Data de Publicação: D.E. 10/01/2007)
 
Exercício de atividade com infração de decisão administrativa (Art. 205, CP)
II. Atividade
 Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa:
Exercício de atividade com infração de decisão administrativa (Art. 205, CP)
Jurisprudência – Art. 205 do Código Penal.docx
Aliciamento para o fim de emigração (Art. 206, CP)
Aliciamento para o fim de emigração (Art. 206, CP)
Divergência doutrinária
Aliciamento para o fim de emigração (Art. 206, CP)
Jurisprudência (Art. 206, CP)
Aliciamento para o fim de emigração (Art. 206, CP)
Data de publicação: 04/11/2009
Ementa: PENAL. PROCESSO PENAL. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. REJEIÇÃO DA DENÚNCIA. FATOS NARRADOS PELO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. ARTIGO 206 DO CÓDIGO PENAL . COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. Tendo a peça acusatória imputado aos co-denunciados apenas os fatos configuradores do aliciamento fraudulento de trabalhadores para o exterior (artigo 206 do Código Penal ), não pode o exame da competência levar em consideração a suposta prática de apropriação indébita de passaporte relegada aos autos do inquérito policial. 2. "Compete à Justiça Federal o julgamento dos crimes que ofendam o sistema de órgãos e instituições que preservam coletivamente os direitos do trabalho, e não os crimes que são cometidos contra determinado grupo de trabalhadores (precedentes do STJ e desta Corte)." (TRF4, QUOACR 2002.70.03.004367-0, Sétima Turma, Relator Tadaaqui Hirose, D.E. 10/01/2007).
Aliciamento para o fim de emigração (Art. 206, CP)
QUESTÃO DE ORDEM. ALICIAMENTO PARA FINS DE EMIGRAÇÃO (ARTIGO 206 DO CÓDIGO PENAL). CRIME CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM QUANDO ATINGIDOS BENS DOS TRABALHADORES INDIVIDUALMENTE CONSIDERADOS. - Se o crime não ofende o sistema de órgãos e instituições que preservam coletivamente os direitos dos trabalhadores, cabe à Justiça Estadual Comum o processo e julgamento do feito. Precedentes. - Declinação de competência para a Justiça Estadual. (QUOACR - QUESTÃO DE ORDEM NA APELAÇÃO CRIMINAL, Rel. Maria de Fátima Freitas Labarrere, 24/01/2006)
Aliciamento para o fim de emigração (Art. 206, CP)
Data de publicação: 21/06/2001
Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. ALICIAMENTO DE TRABALHADORES COM INTUITO DE IMIGRAÇÃO. REJEIÇÃO DA DENÚNCIA POR FALTA DE ELEMENTO NECESSÁRIO À SUA CONFIGURAÇÃO FALTA DE JUSTA CAUSA.- Denúncia decorrente de aliciamento de trabalhadores com escopo de imigração, capitulada com base no artigo 206 do Código Penal Brasileiro. - Falta justa causa à ação penal pela falta do elemento normativo "mediante fraude", necessário a configuração do delito descrito no artigo206 do Código Penal . - Depois do advento da Lei nº 8.683/90 para configuração do crime de aliciamento de trabalhores necessários que se demonstre o elemento normativo do tipo. - Recurso improvido.
Aliciamento para o fim de emigração (Art. 206, CP)
Ementa : Egrégia Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região
DIREITO PENAL - ALICIAMENTO DE TRABALHADORES PARA FINS DE EMIGRAÇÃO - DELITO DEVIDAMENTE PROVADO - CONCLUSÃO CONDENATÓRIA - APELO PROVIDO PARA CONDENAR O APELADO NAS PENAS DO ARTIGO 206 DO CÓDIGO PENAL.
Aliciamento para o fim de emigração (Art. 206, CP)
1. A prova dos autos deixa evidente que o réu recrutava fraudulentamente trabalhadores brasileiros com o fim de conduzi-los à Europa, dessa forma violando o interesse na permanência de trabalhadores no Brasil e subtraindo-os da proteção das leis locais, tanto assim que os que chegaram ao Velho Mundo logo se envolveram em encrencas com autoridades de imigração e foram deportados.
Aliciamento para o fim de emigração (Art. 206, CP)
2. Elementos probatórios mostrando que o réu publicou anúncio em jornal informando que tinha vagas de trabalho na industria, no comércio e em serviços, na Inglaterra, e em reunião que promovia na casa dele, com interessados, seduzia-os afirmando que os rendimentos no país estrangeiro poderiam atingir nove mil reais.
Aliciamento para o fim de emigração (Art. 206, CP)
3. Promessas vãs, pois os que pagaram ao réu mil reais pelo serviço de "intermediação" acabaram deportados, embora o acusado tenha tentado fazer com que aceitassem documentos de identidade portugueses falsificados.
Aliciamento para o fim de emigração (Art. 206, CP)
4. Apelo ministerial provido exclusivamente para condenar o réu como incurso no artigo 206 do Código Penal, impondo-lhe um ano de detenção, em regime aberto, substituída por prestação de serviços a comunidade conforme resolver o juízo da execução; a multa será de dez dias-multa no valor unitário mínimo.
Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional (Art. 207, CP)
Artigo 207 do Código Penal:
Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território nacional:
Pena – detenção de um a três anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localidade de execução do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do trabalhador, ou, ainda, não assegurar condições do seu retorno ao local de origem.
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito
anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental.
Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional (Art. 207, CP)
Objeto Jurídico – É o interesse do Estado na não migração dos trabalhadores.
Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional (Art. 207, CP)
Sujeitos do crime:
Ativo – Qualquer pessoa.
Passivo – O Estado de forma primária e de forma secundária os trabalhadores aliciados.
Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional (Art. 207, CP)
Conduta:
		Consiste no aliciamento de trabalhadores para saírem de uma localidade dentro do território nacional para a outra, dentro do País.
Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional (Art. 207, CP)
Voluntariedade:
		Não se pune a mudança de trabalhadores de um local para outro. Pune-se o aliciamento para tal fim.
Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional (Art. 207, CP)
Consumação: 
		Ocorre no momento em que o sujeito atrai trabalhadores a irem de uma a outra localidade do território nacional, não exige a concretização do fim visado, satisfazendo-se com o simples aliciamento.
Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional (Art. 207, CP)
Tentativa:
		É admissível nos casos em que o sujeito tente aliciar pessoas, porém, sem sucesso.
Ação Penal:
É pública incondicionada, considerando o interesse comum tutelado pela norma.
Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional (Art. 207, CP)
QUESTÕES DE CONCURSOS:
1) Questão PGT – cespe – Procuradoria do Trabalho / Dos Crimes contra a Organização do Trabalho.
Leia e análise a hipótese abaixo:
O “gato” escolhe locais com economia estagnada e muito desemprego, promete maravilha a quem aceitar sua oferta de trabalho em outras localidades do território nacional, pode até levar consigo trabalhadores para prestar falso testemunho e, ainda, adiantar dinheiro às famílias dos aliciados.
 
I – Trata-se de aliciamento de trabalhadores, praticados com dolo;
 
II – A pena cominada para o crime é detenção de um a três anos, e multa;
 
III – A pena poderá ser aumentada de um terço se a vítima for menor de dezoito anos, pessoa idosa, gestante, indígena ou pessoa com deficiência.
Marque a alternativa CORRETA:
 
a) Todos os itens são corretos;
b) Apenas os itens I e II são corretos;
c) Apenas os itens I e III são corretos;
d) Apenas os itens II e III são corretos;
e) Nda
2) NÃO constitui causa de aumento da pena no crime de aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional a circunstância de a vítima ser:
A) Gestante;
B) Indígena;
C) Analfabeta;
D) Portador de deficiência física;
E) Menor de dezoito anos.
Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional (Art. 207, CP)
DIVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA (Art. 207, CP)
Sujeito Passivo – Em que pese grande parte da doutrina entender que o sujeito passivo do crime é apenas o Estado, César Roberto Bitencourt entende que o Estado é o sujeito passivo “mediato”, sendo sujeito passivo “imediato” qualquer pessoa na condição de trabalhador que seja aliciada.
Bitencourt não entende como adequado dar prioridade ao Estado em detrimento de direitos sagrados do cidadão, entendendo que, quando for possível identificar o titular do direito lesado, será este o sujeito passivo do crime.
Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional (Art. 207, CP)
ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL
Êxodo de Trabalhadores – Para que o êxodo de trabalhadores tenha relevância penal, as localidades precisam ter afastamento considerável e necessária a demonstração de prejuízo efetivo para a região onde o aliciamento ocorre.
Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional (Art. 207, CP)
Bibliografia 
Rogério Sanches
Guilherme Nucci
Cezar Roberto Bittencourt
Rogério Greco
Cleber Masson
Eduardo Luis Cabete
Fernando Capez
Damásio de Jesus

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