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II COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS

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II- COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS 
 
1- INTRODUÇÃO 
 
 O processo penal não pode acontecer sem o contraditório e a ampla defesa. Destarte, para 
resguardar e assegurar esses princípios é que se obriga a informação aos sujeitos do processo dos atos 
processuais realizados. 
 Os Atos processuais consistem na forma mediante a qual os sujeitos do processo são 
informados sobre os acontecimentos sucedidos durante todo o percurso procedimental. A comunicação 
processual, de acordo com a sua finalidade, pode dar-se por intermédio de diferentes atos que serão 
praticados. 
 para o contraditório, é essencial a eficácia da comunicação processual. A falha na comunicação 
processual viola o contraditório e conduz à nulidade absoluta, na concepção tradicional (melhor, um 
defeito que poderá ser sanável ou insanável conforme o momento em que seja reconhecido). 
 Da mesma forma, o direito de defesa, ainda que distinto do contraditório, também depende da 
eficácia da comunicação dos atos processuais. 
 Os atos de comunicação poderão revestir o caráter de citação, intimação ou notificação 
conforme a sua finalidade. 
 A citação é a forma pela qual se dá ao acusado ciência sobre a instauração de um processo 
penal. Na notificação, comunica-se a parte ou interessado para que tenha uma conduta indispensável 
para o andamento do processo. A intimação é a comunicação à parte de que foi praticado um ato no 
processo. 
 
2- CITAÇÃO 
 
 Alguns autores conceituam a citação como sendo o ato pelo qual o réu toma ciência dos termos 
da acusação, sendo chamado a respondê-la e a comparecer aos atos do processo. 
 A citação no processo penal é ato da enorme importância, pois dela depende diretamente a 
eficácia do direito fundamental do contraditório e da ampla defesa. A bem da verdade, da citação 
depende a formação do processo, tal como se absorve do art. 363 do CPP: o processo terá completada 
a sua formação quando realizada a citação do acusado. 
 A citação consiste no ato de dar ciência ao acusado acerca da instauração de um processo 
penal, recebimento de uma denúncia ou queixa em face de sua pessoa, chamando-o para se defender. É 
o "convinte" ao acusado para exercer em juízo seu direito de se defender processualmente, garantindo 
o princípio constitucional do Contraditório e da Ampla defesa. 
 
 1º DENUNCIA OU QUEIXA. 
 2º RECEBIMENTO OU REJEIÇÃO DA DENUNCIA OU QUEIXA. 
 3º SE RECEBER, CITAÇÃO DO ACUSADO. 
 
 A Citação é uma garantia para o réu, estando solto ou preso, acarretando a invalidade 
processual, conforme art.564, III, “e”, do CPP, anulando o ato que incorrer em qualquer violação à 
forma que defina a obrigação e o modo de citar. Portanto, se a citação não existiu ou, tendo existido, 
estava contaminada de nulidade, o processo estará nulo desde o início (Denomina-se circundução o ato 
pelo qual se julga nula ou de nenhuma eficácia a citação; quando anulada diz-se que há citação 
circunduta). 
 Poderá, porém, ocorrer citação deficiente ou incompleta, gerando uma nulidade relativa. O 
Código de Processo Penal está fundado no princípio de que não se declara nulidade quando inexistir 
prejuízo à parte. Assim dispõe o artigo 570 do CPP: 
 
 Artigo 570 do CPP: “A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação estará 
 sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare 
 que o faz para o único fim de arguí-la. O juiz ordenará, todavia, a suspensão ou o 
 adiamento o ato, quando reconhecer que a irregularidade poderá prejudicar direito da 
 parte” 
 
 De forma exemplificativa, expõem que se o réu, embora não citado, comparece no processo 
e, por seu advogado, apresenta a defesa, não existe razão para considerá-lo nulo. Outro exemplo, é que 
consignar que não é possível invocar nulidade por ausência de citação, diante do comparecimento do 
preso em juízo em virtude de requisição à autoridade carcerária, afinal o fim da citação terá sido 
alcançado, que é dar ciência ao réu. 
 No âmbito processual penal, a citação é feita uma única vez, sendo que, uma vez citado o 
acusado, fica este vinculado à instância com todos os ônus daí decorrentes. Portanto, não há 
necessidade de nova citação para a execução, já que “a pretensão deduzida na ação penal somente se 
realiza com o cumprimento da sentença condenatória, e, assim, uma vez proferida sentença 
condenatória, ou mesmo absolutória com imposição de medida de segurança, segue-se a fase da 
execução, que, no processo penal, constitui um prolongamento da relação processual"(TOURINHO 
FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. Vol. 3. 33ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 191.) 
 
 obs: Ressalva no que tange à desnecessidade de se proceder à nova citação na execução diz 
 respeito à pena de multa. O art. 164 da Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/84), diz: “extraída 
 certidão da sentença condenatória com trânsito em julgado, que valerá como título executivo 
 judicial, o Ministério Público requererá, em autos apartados, a citação do condenado para, no 
 prazo de 10 (dez) dias, pagar o valor da multa ou nomear bens à penhora”. 
 
 Pois bem, o processo penal será formado com a citação (exceto em rito especial que 
expressamente assim não preveja), vez que é a partir dela que se forma a relação processual entre os 
sujeitos do processo, a tríade processual (actum trium personarum): Acusação - Juizo - Acusado, tal 
como emana o art 363 do CPP. 
 Portanto, o réu é citado para vir ao processo apresentar sua contestação contra os fatos alegados 
peça acusatória, vale dizer, apresentar sua resposta à acusação, conforme art. 396 CPP: 
 Artigo 396 caput, CPP: “Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia 
 ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do 
 acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias”. 
 
 Julga-se importante também citar o caput do artigo 406, para compreensão do exposto: 
 
Art. 406, CPP: “O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação do 
acusado para responder a acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias”. 
 
 OBS: não se pode perder de vista que ainda há procedimentos em vigor em que o acusado é 
 citado para ser interrogado. É o que ocorre, por exemplo, no âmbito processual penal militar 
 (CPPM, art. 399, “c”), no procedimento especial da Lei de Drogas (Lei nº 11.343/06, art. 57, 
 caput) e no Procedimento especial da Lei de Licitações (Lei nº 8.666/93, art. 104). 
 
Atenção: A falta ou nulidade da citação estará sanada se o interessado comparecer antes do ato se 
consumar, embora declare que o faça para o único fim de argüir nulidade(art. 570 CPP). 
 
3- ESPÉCIES DE CITAÇÃO 
 
 Tendo-se como base a doutrina, a citação pode ser classificada em real (pessoal) ou ficta 
(presumida). 
 
 * real (ou pessoal): constitui a regra, devendo ser compreendida como aquela que é feita 
 pessoalmente, ou seja, na pessoa do próprio acusado. Pode ser concretizada por mandado, por 
 precatória, carta de ordem, ou por carta rogatória. No processo penal comum, não se admite 
 citação pelo correio, nem tampouco citação por e-mail ou telefone. Além disso, segundo 
 disposição expressa da Lei nº 11.419/06 (art. 6º), que dispõe sobre a informatização do 
 processo judicial, não se admite citação eletrônica no processo penal; 
 
 * ficta ou presumida: neste caso, trabalha-se com uma presunção legal (ficção) de ciência. Sua 
 utilização é medida excepcional, e deve ser levada a efeito apenas quando demonstrado que o 
 acusado não foi encontrado para ser citado pessoalmente, ou quando se oculta para não ser 
 citado. São exemplos de citação ficta no processopenal a citação por edital e a citação por hora 
 certa, hipóteses em que se presume que o acusado teve ciência da acusação e da instauração do 
 processo. 
 
3.1.- CITAÇÃO PESSOAL - CITAÇÃO REAL 
 
 A citação pessoal é também chamada de citação por mandado, pois se dará por meio de 
mandado, valendo-se o juiz do oficial de justiça, que goza de presunção de regularidade, por ter fé 
pública. É feita quando o réu encontra-se no território do juiz processante – Art. 351 CPP. 
 O mandado é a forma usual de citação que procura o acusado, dando-lhe ciência, pessoalmente, 
do conteúdo da acusação, e obtém o seu ciente. É a efetiva comunicação da existência da acusação, 
com a entrega de cópia da denúncia ou queixa. Significa que comunica ao réu o inteiro teor da 
acusação e que ele deverá responder à acusação, por escrito, no prazo de dez dias. É a efetiva 
comunicação da existência da acusação, com a entrega da cópia da denúncia ou queixa. 
 Em sede processual penal somente o sujeito passivo da pretensão punitiva é que pode ser 
citado. Assim, Não se admite a citação através de procurador, salvo se o réu for inimputável. 
 
 obs: Na hipótese de crimes ambientais em que haja dupla imputação à pessoa jurídica e à 
 pessoa física que atua em seu nome ou benefício, a citação do ente moral deverá ser feita na 
 pessoa de seu representante legal ou de algum diretor com poderes para receber a citação. 
 
 obs: Em relação aos inimputáveis, cuja doença mental ou desenvolvimento mental incompleto 
 ou retardado tenham sido diagnosticados antes da citação, a citação deve ser feita na pessoa de 
 seu curador (citação imprópria). Se, no entanto, a dúvida sobre a integridade mental do acusado 
 surgir por ocasião de sua citação pessoal, deve o Oficial de Justiça certificar no verso do 
 mandado tal circunstância. Nessa situação, ao juiz caberá determinar a realização de exame 
 médico-legal, nomeando curador ao acusado, a quem incumbirá, então, receber a citação. 
 Aplica-se, in casu, o procedimento delineado pelos parágrafos do art. 245 do novo CPC. 
 
 Os requisitos da citação estão enumerados nos arts. 352 e 357 do CPP, podendo ser 
subdivididos em intrínsecos e extrínsecos. Atenção: Requisitos intrínsecos – art. 352 CPP; requisitos 
extrínsecos - art. 357 CPP . 
 
 Obs: A citação pode ser feita em qualquer dia, em qualquer lugar, a qualquer hora 
 (respeitadas as questões relativas à inviolabilidade de domicílio). 
 
3.1.1 - Citação pessoal por carta 
 
 Quando o território em que o réu se encontra estiver sujeito à jurisdição de outro magistrado no 
território nacional, em lugar certo e sabido, é necessário expedir Carta Precatória, conforme os artigos 
art.353, do Código de Processo Penal. 
 Uma vez recebida a carta precatória, o juízo deprecado determinará a expedição de mandado 
para efetivação da citação do acusado no foro do juízo deprecado. Este mandado deverá ser cumprido 
com fiel observância dos requisitos acima analisados (CPP, arts. 352 e 357). 
 
 Obs: RÉU FORA DA COMARCA DEPRECADA (sujeito à jurisdição de outro juiz) - Ver art. 
 355, §1°- CPP - o juiz deprecado remeterá a precatória ao juiz da comarca onde se 
 encontre o réu - é o que se denomina “PRECATÓRIA ITINERANTE”. 
 Obs: PRECATÓRIA POR TELEGRAMA: (art.356 CPP) - utilizada em caso de urgência; 
 Deve conter, em resumo, os requisitos exigidos para a carta precatória (Art. 354 CPP); Deve 
 estar reconhecida a firma do juízo deprecante, circunstância esta que a estação expedidora do 
 telegrama deverá mencionar; 
 
 Conquanto o art. 356 do CPP faça menção à expedição da carta precatória apenas por via 
telegráfica, com o advento da Lei nº 12.403/11, esta precatória poderá ser realizada por qualquer meio 
de comunicação. Isso porque, de acordo com a nova redação do art. 289, § 1º, do CPP, havendo 
urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio de comunicação, do qual deverá constar o 
motivo da prisão, bem como o valor da fiança se arbitrada. 
 Se o dispositivo admite que a prisão seja requisitada por qualquer meio de comunicação, tal 
dispositivo também deve ser aplicado à expedição da carta precatória, tomadas as devidas providências 
para averiguação da autenticidade do pedido 
 Estando o acusado residente no exterior ou em legações estrangeiras (sede de Embaixada ou 
Consulado), se utilizará da carta rogatória (art. 368 e 369 CPP). A carta rogatória deve ser 
encaminhada ao Ministério da Justiça, cabendo a este solicitar ao Ministério das Relações Exteriores o 
seu cumprimento. De lá, pela via diplomática, a carta seguirá à Justiça rogada. 
 
 obs: Pode ocorrer de o sistema normativo de outro país não admitir e não realize a citação do 
 réu.Existindo esse fato, sendo impossível a citação por Rogatória, a doutrina e a jurisprudência 
 entendem que a citação deve ser realizada por edital, com base no art. 363, I, do CPP. 
 
Atenção: por força do art. 7º da Lei nº 11.419/06, que dispõe sobre a informatização do processo 
judicial, cuja aplicação é possível aos processos civil, penal e trabalhista, bem como aos juizados 
especiais, em qualquer grau de jurisdição, as cartas precatórias, rogatórias, de ordem e, de um modo 
geral, todas as comunicações oficiais que transitem entre órgãos do Poder Judiciário, bem como entre 
os deste e os dos demais Poderes, serão feitas preferentemente por meio eletrônico. 
 
OBS: carta de ordem : Quando o órgão deprecante e o deprecado são do mesmo grau, fala-se em carta 
precatória. Quando, ao contrário, o órgão que expedir for de grau superior não pedirá, mas ordenará. 
Essa ordem advém dos Tribunais nas ações penais originais, a teor do §1º, do art. 9º da Lei nº. 
8.038/90. Por exemplo: nos casos de foro especial em razão do cargo, o réu será processado pelo STJ 
em Brasília, mas residindo em Belém, o STJ ordenará que o Tribunal de Justiça do Pará cumpra a 
determinação. São expedidas pelo STF, STJ, TSE, TRE’s, TRF’s ou Tribunais de Justiça estaduais, 
pelos processos que têm competência originária. 
 
3.1.2 - Citação de militar 
 
 O artigo 358, do CPP, a citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respectivo 
serviço e isso corresponde à providência que tem em vista resguardar a intangibilidade do quartel, bem 
como a hierarquia e a disciplina, que são características dos militares. Encaminhando a requisição do 
juiz, por ofício, ao superior, que a fará chegar ao destinatário no momento propício. Tal regra somente 
é aplicável ao militar da ativa. É espécie de citação pessoal. 
 Segundo Aury Loes: São dois instrumentos distintos: o mandado de citação do militar, 
contendo todos os requisitos legais (art.352); e um ofício requisitando o comparecimento do militar no 
dia e hora designados para a audiência de instrução e julgamento. 
 Para Renato Brasileiro, prevalece a orientação de que, nessa hipótese, não há necessidade de 
expedição de um mandado em conjunto com o ofício, bastando que este contenha todos os elementos 
essenciais ao mandado (CPP, art. 352) para que não haja prejuízo à defesa. 
 Recebido o ofício, o Comandante Militar dará ciência ao militar do inteiro teor do ofício, ao 
mesmo tempo em que comunica o juízo sobre o cumprimento da requisição. 
 O militar superior, geralmente, oficia de volta ao juiz, comunicando-lhe que autorizou o 
comparecimento do subordinado no dia e hora marcados. Excepcionalmente, pode solicitar nova data, 
estando o subalterno em missão ou temporariamente fora da Comarca. Se a permanência for definitiva, 
faz-se a expedição do ofício por precatória. 
 
 obs: Caso a citação seja efetuada apenas com o objetivo de comunicar ao acusado acerca da 
 instauração do processo penal contra sua pessoa e da fixaçãodo prazo para apresentação da 
 resposta à acusação (CPP, art. 396, caput), não haverá necessidade de constar do ofício a 
 requisição de comparecimento a juízo. Logicamente, tão logo o magistrado rejeite eventual 
 pedido de absolvição sumária (CPP, art. 397), designando a data para a realização da audiência 
 una de instrução e julgamento (CPP, art. 399), deverá determinar a expedição de novo ofício 
 requisitando o comparecimento do acusado à audiência una de instrução e julgamento. De outro 
 lado, caso a citação seja realizada com o objetivo de determinar o comparecimento do acusado 
 em juízo para fins de ser interrogado (v.g., procedimento da Lei de Drogas), também deverá 
 constar do ofício encaminhado ao Chefe da Organização Militar a requisição de 
 comparecimento no dia e hora aprazados 
 
 obs: se o Militar não comparecer porque não foi liberado (posto que não houve a devida 
 comunicação ao superior hierárquico), a citação será considerada nula e deverá ser repetida. 
 Não poderá o réu ser prejudicado, devendo o ato ser repetido. 
 
 obs: No âmbito processual penal militar, de acordo com o art. 280 do CPPM a citação do 
 militar da ativa é diferente. A citação do militar da ativa far-se-á mediante requisição à 
 autoridade sob cujo comando ou chefia estiver, a fim de que o citando se apresente para ouvir a 
 leitura do mandado e receber a contrafé. Como se percebe, ao contrário do que ocorre no 
 processo penal comum, o militar da ativa é requisitado para comparecer em juízo, geralmente 
 alguns dias antes de seu interrogatório, oportunidade em que é citado pessoalmente pelo 
 Oficial de Justiça. 
 
3.1.3- Citação do Funcionário Público 
 
 O funcionário público também deve ser citado pessoalmente, seja por mandado, seja por carta 
precatória. Porém, de acordo com o art. 359 do CPP, o dia designado para o funcionário comparecer 
em juízo, como acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição. 
 Aqui, parte-se do pressuposto de que a ausência do funcionário público de seu posto, ainda que 
para comparecer ao interrogatório criminal, pode trazer descontinuidade ao serviço público e, portanto, 
ao interesse geral da sociedade. Assim, quando se faz a citação do funcionário público, 
concomitantemente se expede um ofício de requisição ao seu superior para que tenha ciência da 
ausência e providencie substituto. 
 Excepcionalmente, não sendo possível a substituição, tampouco a vacância de cargo, pode 
oficiar ao juiz, solicitando nova data para interrogatório. Verifica-se que há dupla exigência: mandado 
e ofício requisitório. Na falta de um deles, não está o funcionário obrigado a comparecer nem pode 
sofrer das consequências de sua ausência. 
 O juiz pode valer-se da precatória, se for necessário, no caso de pessoa citada fora de sua 
Comarca. 
 Como se percebe, o dispositivo 359 CPP , diz respeito apenas ao comparecimento do 
funcionário em juízo como acusado. Destarte, caso determinado funcionário público figure como 
acusado em um processo penal, se a citação for realizada apenas com o objetivo de apresentação da 
resposta à acusação (CPP, art. 396, caput), é dispensada a expedição de qualquer notificação ao Chefe 
da Repartição, já que não haverá necessidade de afastamento do servidor de suas funções para tanto. 
Todavia, tão logo haja data para a realização da audiência una de instrução e julgamento (CPP, art. 
399), deverá ser determinada a expedição de ofício ao chefe do órgão em que o acusado estiver lotado. 
 
3.1.4 - Citação do réu preso 
 
 Nos termos do que dispõe o art. 360, Código de Processo Penal, a citação do réu preso deverá 
ser feita pessoalmente. Impede-se, com isso, a mera requisição para o diretor do estabelecimento 
prisional providenciar a condução do réu para audiência. 
 Tem o réu preso o direito de ser citado, pessoalmente, recebendo cópia da denúncia, ou seja, 
por mandado. 
 Se a citação for apenas para comunicação acerca da instauração do processo penal e para que se 
faça a apresentação da resposta à acusação, não haverá necessidade de requisição de comparecimento 
do preso. No entanto, posteriormente, uma vez rejeitado o pedido de absolvição sumária do acusado e 
designada audiência una de instrução e julgamento, o acusado preso deverá ser requisitado para 
comparecer ao interrogatório e demais atos instrutórios, devendo o poder público providenciar sua 
apresentação (CPP, art. 399, § 1º). 
 De outro lado, se o acusado estiver preso em outra comarca, a citação deverá ser feita por meio 
de carta precatória, situação em que o juízo deprecado deverá expedir mandado de citação, a fim de 
que o acusado seja pessoalmente citado. 
 
 obs: o interrogatório do preso pode ser realizado no próprio estabelecimento prisional ou por 
 videoconferência (CPP, art. 185, §§ 1º e 2º). 
 
4- CITAÇÃO POR EDITAL - (FICTA OU PRESSUMIDA) 
 A citação ficta se dá por meio de edital e será usada quando o acusado não for encontrado para 
ser citado pessoalmente. É espécie de citação ficta, já que não é realizada pessoalmente, presumindo-se 
que o acusado dela tomou conhecimento. 
 Esse edital deve ser publicado em jornal de grande circulação, na imprensa oficial ou afixado 
no átrio do fórum, com o prazo de 15 (quinze) dias, admitindo-se a possibilidade de que o acusado, ou 
pessoa a ele ligada, faça sua leitura, tomando ciência da existência do processo penal. 
 Somente poderá ser utilizada quando esgotadas todas as possibilidades de encontrar-se o réu 
para realizar-se a citação real. Inclusive, caso não seja encontrado, é recomendável que se oficie a 
órgãos públicos (como a Justiça Eleitoral) ou mesmo privados, como empresas de telefonia, 
fornecimento de água e energia elétrica, para verificar se em seus registros não consta algum endereço 
onde possa ser encontrado o réu. 
 Então, primeiro deverá ser procurado o réu em todos os endereços constantes nos autos e nas 
informações obtidas, e somente quando esgotadas as possibilidades de encontrá-lo (o que deve ser 
devidamente certificado pelo oficial de justiça) pode-se lançar mão do edital. 
 
 obs: A citação por edital não é admissível no âmbito dos Juizados Especiais Criminais. De 
 acordo com o art. 66 da Lei nº 9.099/95, a citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, 
 sempre que possível, ou por mandado. O parágrafo único do referido dispositivo, por sua vez, 
 preceitua que não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes 
 ao Juízo comum, no qual deverá ser observado o procedimento sumário do Código de Processo 
 Penal (CPP, art. 538). 
 
 obs: O art. 361 determina que, se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo 
 de 15 dias. Esse dispositivo deve ser lido junto com o art. 396, parágrafo único. Significa dizer 
 que o réu é citado para no prazo de 15 dias comparecer pessoalmente no cartório ou através de 
 defensor constituído. Comparecendo (pessoalmente ou através de defensor com procuração), 
 será citado e comunicado do inteiro teor da acusação, abrindo-se então o prazo de 10 dias para 
 apresentar resposta escrita. Assim, esse prazo para defesa escrita somente começa a fluir após o 
 comparecimento. 
 
Atenção - Hipóteses que autorizam a citação por edital: réu não é encontrado; ·réu se encontra em 
lugar inacessível; ·for incerta a pessoa que estiver sendo citada; 
 
4.1- CONSEQUÊNCIAS DA CITAÇÃO POR EDITAL 
 
 Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o 
processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas 
consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva. 
 
4.1.1 - Limitação temporaldo prazo de suspensão da prescrição. 
 
 Aspecto polêmico relacionado ao art. 366 do CPP diz respeito à eventual inconstitucionalidade 
no ponto em que prevê a suspensão da prescrição de modo indeterminado. Na medida em que o 
dispositivo não fixa quando deveria cessar a suspensão da prescrição, parte da doutrina passou a 
sustentar que o dispositivo teria criado nova hipótese de imprescritibilidade, com ofensa à 
Constituição, que teria limitado os delitos imprescritíveis à prática de racismo e à ação de grupos 
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático (CF, art. 5º, XLII 
e XLIV). 
 Com o objetivo de dar interpretação conforme ao dispositivo, surgiram duas orientações: 
 
 a) admite-se como tempo máximo de suspensão da prescrição o tempo máximo de prescrição 
 admitido pelo Código Penal – 20 (vinte) anos –, quando, então, deverá ser declarada extinta a 
 punibilidade; 
 b) admite-se como tempo máximo de suspensão da prescrição o tempo de prescrição pela pena 
 máxima em abstrato do crime da denúncia, após o que a prescrição voltaria a correr novamente. 
 
 Nessa linha da segunda opção, o STJ editou a súmula 415, com o seguinte teor: O período de 
suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada. 
 Em que pese o entendimento sumulado do STJ, o Supremo Tribunal Federal tem precedentes 
no sentido de que a suspensão da prescrição deve perdurar por prazo indeterminado. Na visão do 
Supremo, a indeterminação do prazo da suspensão não constitui hipótese de imprescritibilidade, não 
impede a retomada do curso da prescrição, apenas a condiciona a um evento futuro e incerto, situação 
substancialmente diversa da imprescritibilidade. 
 
4.1.2. Produção antecipada de provas urgentes 
 De acordo com o art. 366 do CPP é possível que o juiz determine a produção antecipada das 
provas consideradas urgentes. Nesse caso, deverão estar presentes o órgão do Ministério Público e um 
defensor ad hoc, preservando-se, assim, o contraditório e a ampla defesa. 
 O Código de Processo Penal silencia acerca do procedimento a ser adotado no caso de colheita 
dessa prova antecipada. Não obstante, com fundamento no art. 3º do CPP, se crer ser possível a 
aplicação subsidiária do Código de Processo Civil, que trata de maneira expressa da matéria nos arts. 
381 a 383 do novo CPC. 
 Tendo em conta que o art. 366 do CPP não fixa o lapso temporal durante o qual o processo e a 
prescrição deverão permanecer suspensos, nos parece que toda e qualquer prova testemunhal deve ser 
considerada de natureza urgente, de modo semelhante, aliás, ao que ocorre nas hipóteses de 
reconhecimento de questão prejudicial, em que os arts. 92 e 93 do CPP determinam que, antes de 
determinar a suspensão do processo e da prescrição, deve o juiz realizar a inquirição das testemunhas e 
de outras provas de natureza urgente. 
 
4.1.3. Prisão preventiva 
 
 O art. 366 do CPP não criou hipótese de prisão preventiva obrigatória. Como se depreende da 
própria redação do caput do art. 366 do CPP, a decretação da prisão preventiva está subordinada à 
presença dos pressupostos do art. 312 do CPP, e desde que se revelem inadequadas ou insuficientes as 
medidas cautelares diversas da prisão (CPP, art. 310, II). Ademais, também deve ser observado o 
quanto previsto no art. 313 do CPP. Destarte, mesmo que o acusado não atenda ao chamamento 
judicial, deixando de comparecer e constituir advogado, sua prisão cautelar somente poderá ser 
decretada caso esteja presente uma das hipóteses elencadas no art. 312 do CPP. Em síntese, a revelia 
do acusado citado por edital não gera, por si só, a presunção de que o acusado pretenda se furtar à 
aplicação da lei penal, não justificando, isoladamente, a decretação da prisão preventiva 
 
4.1.4. Comparecimento do acusado 
 
 Decretada a suspensão do processo e da prescrição com fundamento no art. 366 do CPP, na 
hipótese de o acusado citado por edital vir a comparecer, a qualquer momento, o processo observará o 
disposto nos arts. 394 e seguintes do CPP (CPP, art. 363, § 4º). Na mesma linha, segundo o art.396, 
parágrafo único, do CPP, no caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir 
do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. 
 Portanto, se ficar evidenciado que o acusado tomou conhecimento da instauração do processo 
penal, seja por meio de seu comparecimento pessoal em juízo, seja por força do comparecimento de 
advogado constituído, o processo retomará seu curso normal a partir da apresentação da resposta à 
acusação. Na mesma linha de raciocínio, caso o juiz tome conhecimento de onde se encontra o acusado 
(por exemplo, chega aos autos a notícia de que o acusado foi preso e está recolhido a determinado 
estabelecimento penitenciário), é perfeitamente possível que determine sua citação pessoal. Nesse 
caso, se o acusado for citado pessoalmente, subentende-se que, ainda que coativamente, tomou 
conhecimento da existência do processo, o qual voltará a correr, sendo lhe concedido o prazo de 10 
(dez) dias para apresentação da resposta à acusação (CPP, art. 396, parágrafo único). 
 
5- CITAÇÃO POR HORA CERTA (FICTA OU PRESSUMIDA) 
 
 Se o oficial de justiça verificar que o réu se oculta para não ser citado, deve certificar a 
ocorrência e proceder à citação com hora certa, conforme dispõe o art. 362 Código de Processo Penal. 
 A forma da citação por hora certa segue os preceitos dos artigos, do Código de Processo Civil, 
providenciando o juiz a nomeação de defensor dativo ou remetendo o caso para a defensoria pública. 
 Essa citação só se completa quando o escrivão envia ao réu carta, telegrama ou radiograma, 
dando-lhe ciência de tudo. Se o réu não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo, e o processo 
seguirá à revelia. 
 A citação por hora certa é modalidade de citação ficta. É uma forma extremamente perigosa de 
comunicação ao réu da existência de uma acusação. A citação por hora certa, Todo procedimento de 
realização da citação com hora certa deve ser certificado pelo oficial de justiça, pormenorizadamente, 
para permitir o posterior controle de legalidade do ato por parte do juiz. 
 Ao contrário da citação por edital, em que o processo e a prescrição ficam suspensos caso o 
acusado não compareça nem constitua advogado, no caso da citação por hora certa, o processo seguirá 
seu curso normal, devendo o magistrado apenas providenciar a nomeação de defensor dativo em favor 
do acusado, preservando-lhe, assim, o direito à defesa técnica. Portanto, apesar de se tratar de hipótese 
de citação presumida, conclui-se que, nos casos de citação por hora certa, se o acusado não 
comparecer, deixando de apresentar a resposta à acusação, ser-lhe-á nomeado defensor dativo, 
prosseguindo o processo a sua revelia. 
 
6-CITAÇÃO DO INCAPAZ: 
 A citação do réu incapaz é feita pessoalmente, até mesmo porque se pode não ter notícia ainda 
da incapacidade. Se, porém, a incapacidade já for conhecida, conforme o art. 149, Código de Processo 
Penal, a citação deverá ser feita na pessoa do curador designado pelo juízo criminal ou que estiver no 
exercício legal da curatela. 
 Sendo a incapacidade comprovada após a instauração da ação penal, deverão ser anulados 
quaisquer efeitos resultantes do não atendimento oportuno ao ato de citação. 
 
7- NÃO ATENDIMENTO À CITAÇÃO – AUSENCIA DO RÉU REGULARMENTE CITADO 
 
 O processo corre "à revelia", conforme Art. 367 CPP. Assim, se regularmente citado ou 
intimado, o acusado deixar de comparecer perante a autoridade que o convocou, sem motivo 
justificado, será considerado revel. 
 
 obs: Atualmente, não há que se falar em “revelia” no processo penal ou pelomenos não no 
 sentido de sanção processual (ex: todos os fatos serão tido como verdadeiros). A inatividade do 
 réu não conduz a nenhum tipo de sanção processual. Infelizmente, por falta de rigor técnico, é 
 bastante comum a utilização pelos tribunais brasileiros do termo “revelia”, quando na verdade 
 estamos diante de mera ausência. 
 
 O tratamento jurídico-processual do acusado ausente, estabelecido no art. 367 CPP, diz que, o 
réu citado pessoalmente não oferece resposta à acusação de forma injustificada (inatividade real). O 
processo continua mediante a nomeação de defensor dativo. 
 Duas situações podem ocorrer, partindo da premissa de que houve citação válida: 
 
 a) o acusado não oferece resposta escrita à acusação no prazo legal e tampouco constitui 
 defensor; 
 b) o acusado constitui defensor, mas não apresenta resposta escrita à acusação. 
 
 No primeiro caso, deverá o juiz nomear um defensor para que, no prazo de 10 dias, apresente a 
resposta à acusação e prossiga na defesa do réu ausente ao longo de todo o processo (que, portanto, 
seguirá sem a presença do imputado que foi validamente citado). 
 No segundo caso, há defensor constituído, mas não é apresentada a resposta à acusação. O art. 
396-A, § 2º, determina que não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não 
constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 
(dez) dias. Assim, essa defesa preliminar é obrigatória e, se não apresentada no prazo legal, deverá o 
juiz nomear um defensor para oferecê-la. Após, o processo continuará ainda que ausente o réu. 
 Também será considerado ausente o acusado, já respondendo ao processo, muda de residência 
sem comunicar o novo endereço ao juízo (ART.367 CPP). 
 Decretada a revelia, não será o réu notificado ou intimado para qualquer ato do processo, salvo 
se houver condenação (sentença). 
 
Atenção:O revel não é necessariamente culpado. 
 
Atenção: Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital. Cumpre informar que o 
réu que citado por edital não cumpriu o chamamento nem constituiu Advogado, terá o processo 
suspenso, pelo art. 366 do CPP, ficando também suspenso o prazo prescricional (art. 109 do CP), até 
que ele apareça 
 
8 - INTIMAÇÃO E NOTIFICAÇÃO 
 
 A diferença entre os termos Intimação e Notificação não tem relevância em termos práticos, 
uma vez que o próprio legislador não estabelece essa distinção no Código de Processo Penal, usando-
os de forma indiscriminada em várias passagens. 
 
• Intimação: é a comunicação realizada a alguém quanto a um ato já realizado.Por exemplo: Intimação 
das conclusões da perícia; intimação da gravação da audiência; intimação da sentença prolatada pelo 
juiz etc. 
• Notificação: é a ciência a alguém quanto a um comando judicial, determinando certa providência a 
ser cumprida. Por exemplo: a Notificação da testemunha para que compareça em audiência para depor; 
a notificação do réu a fim de que se faça presente em audiência para depor; a notificação do técnico em 
determinada área quanto à perícia para a qual foi nomeado etc. 
 
 Pela intimação se dá conhecimento da prática dos atos processuais realizados e a serem 
realizados no processo. Não obstante, a notificação é a ciência que é dada ao interessado de seu dever 
ou de seu ônus de praticar um ato processual ou de adotar determinada conduta. 
 A falta da intimação pode gerar nulidade e dar ensejo à impetração de HabeasCorpus e 
Mandado de Segurança. Entretanto, de modo a prestigiar a conservação dos atos processuais, não 
haverá nulidade se o ato atingiu seu fim. 
 Pela análise do nosso Código de Processo Penal, a crítica de falta de sistematização passa a ser 
repetitiva, confusão de critérios e pouco rigor técnico. O Código emprega os termos notificação e 
intimação com pouco rigor, induzindo a que alguns autores concluam pela unificação dos conceitos. 
 No entanto, é necessária a distinção conceitual, pois o Direito Processual Penal não se sintetiza 
ao que está codificado 
 
 8.1- REGRAS DAS INTIMAÇÕES 
 Tratando-se de defensor constituído, advogado do Querelante e do Assistente de Acusação, a 
intimação é feita por publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da Comarca, 
incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado. 
 •Se não houver na comarca o órgão de publicidade, deverá ser feita na Imprensa Oficial 
 do Estado 
 •Caso não haja nenhum, nem o outro, a intimação se fará pelo escrivão, pessoalmente 
 ou por mandado, ou por via postal com aviso de recebimento (AR), ou por qualquer 
 outro meio idôneo. 
 Tratando-se de Ministério Público ou Defensor Público a intimação será sempre pessoal. 
 
 
 
9 - PRAZO NO PROCESSO PENAL 
 
 Prazo é o lapso de tempo dentro do qual é ordenada, proibida ou facultada a prática de um ato. 
Classificam-se: 
 a)Prazo legal – é aquele determinado por lei (art. 46, 395, 401, 499, 500, 586, 593, etc.; 
 b)Prazo judicial – é o prazo fixado pelo juiz (art. 10 § 3º, 364, 786, etc.); 
 c)Prazo convencional – é o prazo ajustado entre as partes. No processo penal não há prazo 
 convencional, não podendo o prazo legal ou judicial ser sequer prorrogado por vontade das 
 partes; 
 d)Prazos comuns – que correm para ambas as partes, como aqueles previstos para o assistente 
 para as alegações no processo do júri (art. 406, § 1º); 
 e)Prazos particulares – são os que correm para uma das partes apenas (art. 46, 395, 499, 500, 
 etc.). 
 f)Prazos improrrogáveis ou peremptórios – são os prazos que não admitem prorrogação art. 
 798 – sábado, domingo e feriado), porém com exceções, por exemplo, quando o prazo 
 termina no domingo vale para o 1º dia útil seguinte. 
 g)Prazos prorrogáveis – permitem a dilatação (art. 798, § 3º e art. 93); 
 h)Prazos contínuos – Os prazos fluem de uma só vez, sem interrupção ou suspensão (art. 798, 
 § 4º) 
 
 obs: PRECLUSÃO – é a perda do direito de praticar ato processual por ter se escoado o seu 
 prazo. 
 
9. 1- CONTAGEM DOS PRAZOS – art. 798 CPP 
 A contagem do prazo está compreendida entre os termos inicial e final. Termo é o 
acontecimento ou momento que limita o prazo; 
 - termo inicial (a quo) 
 - termo final (a quem) 
 Face ao art. 798, § 1º, não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se porém o do 
vencimento. 
 OBS: Prazo processual penal e prazo penal – Diverso é o tratamento do prazo processual penal 
 no confronto com o prazo penal, para o qual, em benefício do acusado, o dia do começo inclui-
 se no prazo (art. 10, 1ª parte do CP). 
 
9.2.- SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO PRAZO 
 Já na Interrupção o tempo decorrido não é computado. É como se nunca tivesse fluído. 
Na Suspensão o prazo deixa de fluir por determinado tempo, voltando a partir do momento em que 
parou computado ou já decorrido. 
 
 
 
 
 
01. Em regra, a citação do réu é pessoal, sendo que, na hipótese de ele não comparecer, ainda que 
regularmente citado, será decretada sua revelia, confissão ficta e nomeação de defensor dativo, caso 
não haja advogado constituído. 
a) Certo 
b) Errado 
 
02. Plínio é denunciado pelo Ministério Público como incurso no artigo 121, do Código Penal 
(homicídio). Expedido mandado para citação pessoal, o Oficial de Justiça verifica que o réu Plínio se 
oculta para não ser citado, certificando nos autos. Neste caso: 
a) o réu deverá ser citado por hora certa, de acordo com as normas preconizadas pelo Código de 
Processo Civil. 
b) a citação do réu deverá ser feita via correio com aviso de recebimento. 
c) o réu deverá ser citado por edital. 
d) a citação do réu deverá ser feita na pessoade um vizinho, familiar ou funcionário da empresa ou 
edifício onde reside. 
e) o Oficial de Justiça deverá solicitar ao juiz a Força Policial para que o mandado citatório seja 
cumprido, com o uso da força necessária e moderada. 
 
03. Julgue os itens seguintes, com base no direito processual penal. 
Se o réu citado por edital não comparecer em juízo e tampouco constituir advogado, ficarão suspensos 
o processo e o prazo prescricional, podendo o juiz autorizar a produção antecipada de provas, sob 
fundamento do decurso do lapso temporal, considerando-se os efeitos que este pode produzir na 
lembrança dos fatos pelas testemunhas. 
a) Certo 
b) Errado 
 
04. Será pessoal a intimação do 
a) assistente do Ministério Público e do advogado nomeado. 
b) defensor nomeado e do Ministério Público. 
c) advogado constituído e do assistente do Ministério Público. 
d) advogado do querelante e do defensor nomeado. 
e) Ministério Público e do advogado constituído. 
 
05. Assinale a alternativa correta. 
a) A intimação é o ato formal pelo qual o acusado é chamado a juízo, para que se defenda do processo 
penal contra ele instaurado. 
b) A citação diz respeito a atos pretéritos pelos quais as partes tomam conhecimento de atos 
processuais já praticados. 
c) A perempção é a formalidade pela qual as partes tomam conhecimento de atos processuais que 
ainda serão praticados. 
d) A leitura do mandado pelo oficial de justiça é facultada ao citando, mas a falta de entrega da 
contrafé gerará nulidade absoluta do ato. 
e) A citação de militar em situação de atividade far-se-á mediante requisição à autoridade sob cujo 
comando ou chefia estiver. 
 
06. A citação é o chamamento do acusado para integrar a relação processual; já a intimação e a 
notificação destinam-se à ciência a respeito da prática de atos processuais das partes ou de quaisquer 
intervenientes no processo. 
a) Certo 
b) Errado 
 
07. O Ministério Público ofereceu denúncia em face de Matheus, não plenamente identificado, a partir 
de inquérito policial que apurava a prática de crime de estupro. O endereço constante do inquérito foi 
diligenciado para citação do réu, mas foi informado que este estava em local incerto e não sabido. 
Diante disso, foi publicado edital para sua citação. Considerando apenas as informações narradas, 
assinale a afirmativa correta. 
a) É válido o edital que identifica o réu por suas características, ainda que desconhecida sua 
qualificação completa. 
b) O réu que, citado por edital, não comparecer nem constituir advogado poderá ter seu processo e o 
curso do prazo prescricional, suspensos por tempo indefinido. 
c) Ainda que Matheus esteja preso na mesma unidade da Federação em que foi oferecida a denúncia, a 
citação por edital será válida. 
d) Não existe citação por hora certa no âmbito do Processo Penal brasileiro. 
 
08. Marlon, Wellington e Vítor foram denunciados pela prática de um crime de lesão corporal dolosa 
gravíssima em concurso de agentes. Após o recebimento da denúncia, o oficial de justiça compareceu 
ao endereço indicado no processo como sendo de residência de Marlon, mas não o encontrou, tendo 
em vista que estava preso, naquela mesma unidade da Federação, por decisão oriunda de outro 
processo. Marlon, então, foi citado por edital. Wellington, por sua vez, estava em local incerto e não 
sabido, sendo também citado por edital. Em relação a Vítor, o oficial de justiça foi à sua residência em 
quatro oportunidades, constatando que ele, de fato, residia no local, mas que estava se ocultando para 
não ser citado. Após certificar-sede tal fato, foi realizada a citação de Vítor com hora certa. 
Considerando a hipótese narrada, 
o (a) advogado(a) dos acusados deverá alegar ter sido inválida a citação de: 
a) Marlon, apenas. 
b) Marlon e Vítor, apenas. 
c) Vítor, apenas. 
d) Marlon, Wellington e Vítor. 
 
09- Huguinho, Zezinho e Luizinho praticaram um roubo na Agência do Banco do Brasil, no centro do 
Rio de Janeiro. Os três comparsas, ao se evadirem do local, seguiram em direções diferentes. Luizinho 
foi alcançado pela polícia e preso em flagrante e encontra-se preso no Complexo de Bangu, na cidade 
do Rio. Os outros dois conseguiram escapar. Huguinho, para não ser encontrado vive se ocultando e 
Zezinho encontra-se em local incerto e não sabido. Ao receber a denúncia, o juiz da 10ª vara Criminal 
da Comarca do Rio de Janeiro, determinou, diante da situação descrita, que fosse realizada a citação 
por edital, de acordo com o art. 363, § 1º, CPP dos três acusados. Foi correta a decisão do magistrado? 
Justifique sua resposta. 
 
10 - Com relação ao tema CITAÇÕES, assinale a alternativa incorreta: 
a) No processo penal, o réu que se oculta para não ser citado poderá ser citado por hora certa, na forma 
estabelecida no Código de Processo Civil; 
b)Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, a citação far-se-á por carta ou qualquer meio 
hábil de comunicação; 
c)Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o 
processo e o curso do prazo prescricional; 
d)O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer 
ato, deixar de comparecer sem motivo justificado; 
e)A citação do militar dar-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço, respeitando assim à 
hierarquia militar bem como a inviolabilidade do quartel. 
 
11-Proposta ação penal aonde se imputa a prática de crime de estupro a réu preso em outra unidade da 
federação, o juiz natural, analisando a inicial, recebe a mesma e determina a citação do denunciado 
para que o mesmo compareça a audiência de interrogatório designada para 30 dias após. A citação foi 
realizada considerando que o réu está em local incerto e não sabido, aplicando assim a Súmula 351, 
STF. Na data marcada, o réu não comparece e o juiz decreta a revelia, nomeando Defensor Público 
para defesa. Com base nisto, responda: O procedimento utilizado pelo juiz encontra-se em compasso 
com o ordenamento jurídico? Fundamente a sua resposta. 
 
12- Com relação ao tema CITAÇÕES, assinale a alternativa incorreta: 
a)No processo penal, o réu que se oculta para não ser citado poderá ser citado por hora certa, na forma 
estabelecida no Código de Processo Civil; 
b)Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, a citação far-se-á por carta ou qualquer meio 
hábil de comunicação; 
c)Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o 
processo e o curso do prazo prescricional; 
d) O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer 
ato, deixar de comparecer sem motivo justificado; 
e)A citação do militar dar-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço, respeitando assim à 
hierarquia militar bem como a inviolabilidade do quartel. 
 
 
 
*Lopes Jr., Aury. Direito processual penal / Aury Lopes Jr. – 13. ed. – São Paulo : Saraiva, 2016. 1. 
Processo penal – Brasil I. Título. 
CDU-343.1(81) 
*Justino, Patricy Barros. Direito processual penal II.Rio de Janeiro: SESES, 2017. 
 
*Lima, Renato Brasileiro de.Manual de processo penal: volume único. 4. ed. rev., ampl. e atual. – 
Salvador: Ed. JusPodivm, 2016.

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