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III PROCEDIMENTO COMUM

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III - PROCEDIMENTO COMUM 
 
1- CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
 O procedimento penal se divide em quatro fases: 
 
* Fase postulatória: existe uma acusação por meio do oferecimento da denúncia, podendo ser, de 
forma eventual, precedida de investigação preliminar ou possível ingerência defensiva. 
 
* Fase instrutória: na qual são produzidas as provas pretendidas pelas partes, de modo a tentar 
formar o convencimento do juiz. A fase instrutória não está limitada à audiência una de instrução e 
julgamento. 
 
* Fase decisória: é o momento em que o juiz proferirá sentença, quer condenatória, quer 
absolutória; também se inserem nesse tanto as alegações orais; 
 
* Fase recursal: nessa fase, devem às partes serem assegurados instrumentos hábeis à impugnação 
do quanto decidido. 
 
 Segundo o parágrafo 2º, do art. 394, do Código de Processo Penal, se para o crime não 
houver procedimento especial, ele será comum. No procedimento comum, entretanto, são apurados 
crimes de maior complexidade e, assim, com número de provas e prazos maiores. 
 O procedimento comum é dividido em ritos. Assim, há ritos mais e menos vagarosos. 
Destarte, há o rito ordinário, sumário e sumaríssimo. 
 
 De acordo com o art. 394, § 1º, do CPP, o procedimento comum será: 
 
I – ordinário: quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 
4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; 
II – sumário: quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) 
e superior a 2 (dois) anos de pena privativa de liberdade; 
III – sumaríssimo: para as infrações penais de menor potencial ofensivo, assim compreendidas as 
contravenções penais e crimes com pena máxima não superior a 02 (dois) anos, cumulada ou não 
com Multa, ressalvadas as hipóteses de violência doméstica e familiar contra a mulher. Cuida-se do 
procedimento destinado à apuração das infrações penais de competência dos Juizados Especiais 
Criminais, consoante disposto no art. 61 da Lei nº 9.099/95. 
 
 Relevantes alterações foram introduzidas no Código de Processo Penal por intermédio da 
Lei n.º11.719/08. Seguem alguns apontamentos iniciais: 
 
a) Critério de determinação de rito comum 
 A partir da nova lei o rito é definido pela pena máxima do crime, conforme disposto o art. 
394, § 1º, do Código de Processo Penal. 
b) Defesa escrita 
 Nos procedimentos comuns e especiais, após a citação do réu, haverá resposta escrita da 
defesa. O prazo para o réu apresentar a defesa escrita será de 10 dias, segundo dispõe o art. 396 
do Código de Processo Penal. 
c) Audiência una 
 Os atos instrutórios são concentrados em apenas uma audiência, na qual também será 
proferida a sentença, exceto quando houver a necessidade probatória complexa que demande exame 
mais apurado, motivo pelo qual será permitida a apresentação de memoriais pelas partes e se fixará 
novo prazo para a sentença. É o que dispõe o art. 403, § 3º, do Código de Processo Penal. 
 
2- PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO 
 
 O procedimento ordinário é o rito padrão utilizado no Processo Penal. É destinado aos 
crimes cuja pena máxima cominada for igual ou superior a 4 anos de pena privativa de liberdade, 
estando previsto nos arts. 395 a 405 do CPP. 
 Esse procedimento se inicia com a denúncia do réu, no caso ação penal pública, ou com a 
queixa-crime, sendo o caso de ação penal privada e as partes poderão arrolar até 8 (oito) 
testemunhas, não se incluindo, nesse número, aquelas que não prestam compromisso e as referidas, 
conforme art. 401, § 1º, do Código de Processo Penal. 
 Está estruturado da seguinte forma: 
 
1- Denúncia ou queixa 
2- Juiz recebe ou rejeita liminarmente 
3- Citação do acusado 
4- Resposta à acusação 
5- Possibilidade de absolver sumariamente 
6 - Audiência de Instrução e Julgamento 
 
2.1- SÍNTESE DOS ATOS MAIS IMPORTANTES DO RITO ORDINÁRIO: 
 2.1.1 - Denúncia ou queixa: 
 Conforme o crime, a ação penal será de iniciativa pública ou privada, sendo exercida através 
de denúncia ou queixa. 
 Depois de oferecida a denúncia ou a queixa-crime, os autos irão para conclusão, e o juiz 
poderá tomar uma de duas decisões: Rejeitar ou receber 
 obs: antes de proceder ao juízo de admissibilidade da peça acusatória, incumbe ao 
 magistrado pronunciar-se de ofício acerca de eventual causa de suspeição 
 (impedimento ou incompatibilidade) e sobre sua competência. 
 
 Com efeito, constatada a presença de hipótese capaz de prejudicar o exercício imparcial da 
função judicante (v.g., amizade íntima com a parte), deve o juiz reconhecer de ofício a suspeição e 
encaminhar os autos ao substituto legal. Noutro giro, também incumbe ao magistrado analisar de 
ofício se é (ou não) o juízo competente para o processo e julgamento do feito, valendo lembrar que 
é plenamente possível o reconhecimento ex officio tanto da incompetência absoluta quanto da 
relativa. 
 Será rejeitada a peça acusatória, caso presente uma das hipóteses do art. 395 do CPP, a ver: 
 
 a)Inépcia da peça acusatória 
 A acusação deverá preencher os requisitos do art. 41 do CPP, caso contrário será rejeitada 
por inépcia. 
 A peça acusatória deve conter a exposição do fato criminoso, com todas as suas 
circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a 
classificação do crime e, quando necessário, o rol de testemunhas. 
 A inépcia da peça acusatória pode ser formal ou material. Inépcia formal ocorre quando a 
peça acusatória não preenche os requisitos obrigatórios do art. 41 do CPP (v.g., denúncia com 
narrativa defeituosa do fato delituoso), dando ensejo à rejeição com base no art. 395, I, do CPP. Por 
outro lado, a inépcia material se dá quando não há justa causa para a ação penal, ou seja, quando a 
peça acusatória não está respaldada por aquele lastro probatório mínimo indispensável para a 
instauração de um processo penal, hipótese em que a rejeição da peça acusatória terá como 
fundamento o inciso III do art. 395 
 obs: A rejeição da peça acusatória com fundamento no art. 395, inciso I, do CPP, só faz 
 coisa julgada formal, na medida em que não há análise do mérito da imputação. Diante dela, 
 a parte acusadora tem a opção de recorrer em sentido estrito (CPP, art. 581, I), ou oferecer 
 nova peça acusatória, desta vez com fiel observância dos requisitos do art. 41 do CPP. 
 
 b) Falta de pressuposto processual 
 De acordo com o art. 395, inciso II, 1ª parte, do CPP, a denúncia ou queixa será rejeitada 
quando faltar pressuposto processual. 
 
 obs: Os pressupostos processuais subdividem-se em pressupostos processuais de existência e 
 de validade da relação processual. A falta de um pressuposto de existência implica na virtual 
 inexistência do processo, que será, assim, um nada jurídico. Tal, portanto, é um vício mais 
 grave do que a nulidade, pois, enquanto esta em alguns casos pode ser sanada, e sempre será 
 exigido um instrumento legalmente previsto para sua decretação, a inexistência não 
 precisa ser declarada e nem admite sanatória. Simplesmente aquele ato ou processo nunca 
 existiu no mundo jurídico. Já a falta de um pressuposto de validade, como é intuitivo, só 
 desafia a nulidade, que deverá sempre ser declarada, através de provocação de instrumento 
 próprio, sendo certo que o ato anulável produz efeitos até que se dê a nulidade” (LIMA, 
 Marcellus Polastri. Manual de processo penal. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 
 2009. p. 156.). 
 
 São três os pressupostos de existência: 
 
* demanda veiculada pela peça acusatória, onde se exteriorize uma pretensão punitiva: para 
que surja a relação processual penal, a pretensãopunitiva deve ser deduzida perante o Poder 
Judiciário através da denúncia ou da queixa. 
* órgão investido de jurisdição: o órgão jurisdicional em que se origina e se desenvolve o 
processo deve ser dotado de jurisdição, sob pena de verdadeira inexistência do processo. Supondo, 
assim, que um não juiz (v.g., juiz aposentado) profira decisões em vários processos, tais feitos 
devem ser tidos por inexistentes; 
* presença de partes que possam estar em juízo: a capacidade de ser parte também é exigida 
como pressuposto de existência de um processo. A capacidade de ser parte deriva da personalidade, 
consistindo na capacidade de adquirir direitos e contrair obrigações (CC, art. 1º). No âmbito 
processual penal, além de pessoas físicas e jurídicas, é interessante perceber que alguns “entes” 
também são considerados como pessoas formais. 
 
 De outro lado, os pressupostos processuais de validade dizem respeito, sobretudo, à 
inexistência de vício ou defeito de atos processuais e à questão da originalidade da demanda. Como 
exemplos de falta de pressupostos de validade, é comum se referir à perempção, à litispendência ou 
à coisa julgada. Também costumam ser apontados como pressupostos de validade a necessidade de 
se ter um juiz competente e imparcial (ausência de causas de suspeição, impedimento ou 
incompatibilidade), legitimidade ad processum, capacidade postulatória, citação válida, observância 
das exigências legais atinentes aos requisitos da denúncia ou queixa (CPP, art. 41), e outros 
elementos cuja inobservância possa conduzir à nulidade do feito. 
 
c)Falta de condições para o exercício da ação penal 
 Consoante dispõe o art. 395, inciso II, in fine, do CPP, a denúncia ou queixa será rejeitada 
quando faltar condição para o exercício da ação penal. São condições da ação: Possibilidade 
Jurídica do Pedido, Legitimidade de partes e interesse de agir. A ausência das condições da ação 
penal, sejam elas genéricas, sejam elas específicas (v.g., representação do ofendido, requisição do 
Ministro da Justiça), enseja a rejeição da peça acusatória. 
 
d) Falta de justa causa (suporte probatório mínimo) para o exercício da ação penal 
 Segundo o art. 395, inciso III, do CPP, a peça acusatória será rejeitada quando faltar justa 
causa para o exercício da ação penal. A expressão justa causa é extremamente ampla, sobretudo 
quando utilizada como fundamento para impetração de habeas corpus (CPP, art. 648, I). A 
expressão justa causa deve ser entendida como um lastro probatório mínimo indispensável para a 
instauração de um processo penal (prova da materialidade e indícios de autoria), funcionando como 
uma condição de garantia contra o uso abusivo do direito de acusar. Em regra, esse lastro probatório 
é conferido pelo inquérito policial, o qual, no entanto, não é o único instrumento investigatório. 
 obs: a rejeição da peça acusatória com base na ausência de justa causa também só faz coisa 
 julgada formal, significando que, uma vez removido o vício que deu causa à rejeição, nada 
 impede o oferecimento de nova peça acusatória, enquanto não extinta a punibilidade. 
 
 Já vimos que oferecida a denúncia pelo Ministério Público ou a queixa-crime pelo 
querelante, incumbe ao juiz analisar se a peça acusatória deve ser recebida, ou se é hipótese de 
rejeição. 
 O Código de Processo Penal não diz, expressamente, em quais hipóteses deve o magistrado 
receber a peça acusatória. Porém, como dito em linhas anteriores, o CPP explicita os motivos de 
rejeição da denúncia ou queixa no art. 395. 
 Interpretando-se esse dispositivo, conclui-se que a peça acusatória deve ser recebida quando 
estiver formalmente em ordem, quando presentes os pressupostos processuais e as condições da 
ação penal, e quando houver um lastro probatório mínimo para a instauração do processo penal. 
 OBS:recebida a peça acusatória, não pode o juiz rejeitá-la depois, porquanto teria 
 ocorrido preclusão pro judicato. Caso pudesse fazê-lo, o juiz estaria concedendo 
 habeas corpus de ofício contra si mesmo, o que não é possível. 
 OBS: em recente julgado, a 6ª Turma do STJ concluiu que o fato de a denúncia já ter 
 sido recebida não impede o juízo de primeiro grau de, logo após o oferecimento da 
 resposta à acusação, reconsiderar a anterior decisão e rejeitar a peça acusatória, ao 
 constatar a presença de uma das hipóteses elencadas nos incisos do art. 395 do CPP, 
 suscitada pela defesa, sem que se possa objetar eventual preclusão pro judicato. 
 Afinal, as matérias numeradas no art.395 do Código de Processo Penal dizem 
 respeito a condições da ação e pressupostos processuais, cuja aferição não está 
 sujeita à preclusão (art. 267, § 3º, do CPC, c/c o art. 3º do CPP). 
 
 Grande parte da doutrina entende que o recebimento da peça acusatória deve ser 
fundamentado pela autoridade judiciária. Logicamente, não deve haver um excesso de 
fundamentação, até mesmo para que não haja um préjulgamento do acusado. Porém, deve o juiz 
manifestar-se quanto à regularidade da peça acusatória, quanto à presença dos pressupostos 
processuais e das condições da ação. No entanto, na posição doutrinária prevalece na jurisprudência 
o entendimento de que o magistrado não está obrigado a fundamentar a decisão de recebimento da 
peça acusatória, até mesmo para se evitar que eventual excesso na fundamentação acarrete indevida 
antecipação da análise do mérito. 
 Com o recebimento da denuncia ou queixa , Além da possível fixação da competência por 
prevenção (CPP, art. 83), o curso da prescrição é interrompido (CP, art. 117, I). 
 
Atenção: O recebimento da denúncia por órgão judiciário incompetente não interrompe a prescrição 
penal, eis que é decisão nula e esta não pode gerar a consequência jurídica a que se refere o art. 117, 
I, do Código Penal. 
 
 O recebimento da peça acusatória também é tido, por grande parte da doutrina, como o 
marco inicial do processo. Prevalece o entendimento de que não é a propositura da peça acusatória 
que instaura a ação penal, mas sim o seu recebimento pelo juiz, sendo que o processo só se inicia 
uma vez estabelecida a tríplice relação processual, com o chamamento do réu, mormente se 
considerarmos que, segundo a nova redação do art. 363 do CPP, o processo terá completada a sua 
formação quando realizada a citação do acusado. 
 
2.1.2- CITAÇÃO DO ACUSADO / RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
 
 Se a denuncia ou queixa for recebida, o juiz ordena a citação do acusado para responder à 
acusação, por escrito, no prazo de 10 dias, conforme dispõe o art.396-A do Código de Processo 
Penal. 
 OBS: Obrigatoriedade da resposta da acusação: Caso o acusado não apresente, o 
 magistrado nomeia defensor público ou defensor dativo, os quais deverão 
 apresentá-la, tornando-a, pois uma peça obrigatória. Sua não apresentação gera 
 nulidade. 
 
 Na resposta à acusação, como a peça acusatória já foi recebida pela autoridade judiciária, 
seu escopo principal é uma eventual absolvição sumária, nas hipóteses do CPP - art.397). 
 Caso não seja possível a absolvição sumária, deve o defensor arguir, desde já, preliminares, 
oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas, e arrolar testemunhas, 
qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário, conforme teor do art. 396-A, caput, 
do CPP. As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 do CPP. 
 É o momento de apresentar o rol de testemunhas, que poderão ser até o número de oito (08) 
por réu no rito ordinário, bem como apresentar exceções. Assim, ultrapassado o prazo, o acusado 
não poderá requerer validamente a produção de prova testemunhal, a não ser para o fim de 
substituir testemunhas,devidamente arroladas, que não tenham sido encontradas ou em caso de 
testemunhas supervenientes. 
 A defesa também poderá opor quaisquer das exceções processuais: incompetência, 
ilegitimidade de parte, litispendência, coisa julgada ou suspeição. Por força do art. 111 do CPP, a 
oposição deve ocorrer em separado, em petição avulsa. 
 Então, se não apresentar testemunhas e questões incidentais em sua defesa técnica, haverá: 
 
 Preclusão na produção das provas: À exceção da prova documental, que poderá 
ser produzida a qualquer tempo (art. 231, CPP), com as ressalvas temporais do 
Tribunal do Júri (art. 479, CPP), as demais provas (testemunhal, pericial, etc) se 
submetem à preclusão, devendo o acusado requerê-las na defesa escrita. 
 Preclusão das Exceções dilatórias: As exceção de suspeição ou de incompetência 
do juízo devem ser apresentadas no prazo para resposta do réu sob pena de 
preclusão, e devem ser autuadas em apartado, de acordo com o art. 111, CPP. 
 
 Assim, ultrapassado o prazo, o acusado não poderá requerer validamente a produção de 
prova testemunhal, a não ser para o fim de substituir testemunhas, devidamente arroladas, que não 
tenham sido encontradas assim como terá precluso direito de apresentar exceções. 
 
 obs: Na prática, todavia, é bastante comum que o juiz determine a oitiva das testemunhas 
 apresentadas intempestivamente pela defesa como testemunhas do juízo (CPP, art. 209, 
 caput), com fundamento no princípio da busca da verdade e da ampla defesa. Nem sempre o 
 Defensor responsável pela apresentação da resposta à acusação dispõe de conhecimento 
 fático suficiente acerca do fato delituoso para arrolar testemunhas. Invariavelmente, os 
 nomes de testemunhas capazes de contribuir para a ampla defesa do acusado são de 
 conhecimento exclusivo do acusado. Por isso, quando a defesa técnica for exercida pela 
 Defensoria Pública e houver dificuldades para a apresentação do rol de testemunhas, a 
 exemplo do que pode ocorrer quando o acusado estiver preso em localidade diversa daquela 
 onde o feito estiver tramitando, inviabilizando, assim, uma entrevista prévia antes da 
 apresentação da resposta à acusação, é perfeitamente possível que, a requerimento do 
 Defensor Público, seja determinada pelo juiz a intimação pessoal do acusado para apresentar 
 exclusivamente o rol de testemunhas. Nesse caso, aplica-se subsidiariamente ao processo 
 penal o quanto disposto no art. 186, § 2º, do novo CPC. 
 
 ATENÇÃO: Deve a defesa analisar a conveniência ou não da oposição da exceção neste 
 momento processual (técnica da defesa). Por Exemplo, em se tratando de incompetência 
 relativa, é sabido que à defesa incumbe suscitá-la por ocasião da apresentação da resposta à 
 acusação, sob pena de preclusão temporal, porém, em caso de ilegitimidade de partes, pode-
 se alegar a qualquer tempo. Portanto, verificando a presença de nulidade absoluta, deve a 
 defesa verificar se sua arguição em sede de resposta à acusação atende (ou não) aos 
 interesses do acusado. Não atendendo aos interesses do acusado, e sempre com o escopo de 
 obter o melhor resultado para ele, deve a defesa relegar a arguição de nulidade absoluta para 
 eventual recurso de apelação de sentença condenatória, em sede de preliminar, haja vista 
 que, anulado o processo ab initio, menos distante ficará a prescrição. 
 
 ATENÇÃO: Sabedor de que, após a apresentação desta peça, os autos serão conclusos ao 
 juiz para análise de possível absolvição sumária (CPP, art. 397), é evidente que o grau de 
 aprofundamento da defesa de mérito da resposta à acusação depende do caso concreto. Por 
 exemplo, se o advogado estiver convencido de que seus argumentos e os elementos 
 probatórios acostados à sua peça são capazes, desde já, de formar o convencimento do juiz 
 no sentido do julgamento antecipado da lide (v.g., atipicidade material com base no 
 princípio da insignificância), deve antecipar sua defesa de mérito neste momento, evitando-
 se, assim, que o acusado seja submetido a desnecessário processo penal. Todavia, se o 
 advogado vislumbrar que não há, ainda, um juízo de certeza acerca das hipóteses que 
 autorizam a absolvição sumária do acusado, é evidente que não convém aos interesses da 
 defesa antecipar seus argumentos neste momento, sobretudo se considerarmos que, diante 
 das mudanças do procedimento comum, o interrogatório do acusado passou a ser realizado 
 ao final da colheita da prova oral (CPP, arts. 400, caput, e 531). Nesse caso, à defesa 
 interessa preservar, estrategicamente, seus argumentos de mérito, evitando que a acusação 
 conduza a instrução probatória, desde o início, no sentido de buscar elementos probatórios 
 capazes de refutar a tese defensiva. 
 
Obs: Exceções peremptórias - não se sujeitam à preclusão: são as que tratam da ilegitimidade de 
parte, litispendência e coisa julgada, também devem ser postas no prazo da defesa escrita, porém, se 
assim não for, não há preclusão porque são matérias de ordem pública e podem ser reconhecidas a 
qualquer tempo. (arts. 108, 110 c/c art. 396, CPP). 
 
obs: após a apresentação da resposta à acusação, será ouvido o órgão ministerial caso tenham sido 
juntados documentos dos quais o Parquet não tinha prévia ciência. 
 
2.1.3 - ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA 
 A apresentação da resposta à acusação escrita logo no início do processo abre possibilidade 
para a consagração do julgamento antecipado da lide com a absolvição sumária. 
 
 Oferecida à resposta escrita, o juiz poderá absolver sumariamente o réu quando verificar as 
questões trazidas no art. 397 e incisos - CPP: 
 -excludente da ilicitude (I); - excludente da culpabilidade (II) –; excludente da tipicidade 
(III); extinção da punibilidade (IV). 
 
a) existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato: o acusado deve ser absolvido 
sumariamente quando o juiz estiver convencido que o crime foi praticado sob o amparo de causa 
excludente da ilicitude, ou seja, em estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento de 
dever legal e no exercício regular de direito. Também é possível a absolvição sumária com 
fundamento nas causas excludentes da ilicitude (justificantes) previstas na Parte Especial do Código 
Penal e em leis especiais (CP, arts. 128, I e II, 142, I, II e III, 146, § 3º, 150, § 3º, I e II, etc.), assim 
como nas causas supralegais de exclusão da ilicitude, como, por exemplo, o consentimento do 
ofendido; 
b) existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo 
inimputabilidade: como exemplos de causas excludentes da culpabilidade que autorizam a 
absolvição sumária, podemos citar a coação moral irresistível, obediência hierárquica ou a 
inexigibilidade de conduta diversa, que funciona como causa supralegal de exclusão da 
culpabilidade. 
 
 Obs:Inimputabilidade por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou 
 retardado - art. 26 CP, caput : A absolvição, aqui, é imprópria, onde cabe a imposição de
 medida de segurança ao agente. Desta forma, a lei processual penal veda a possibilidade 
 de absolvição sumária para os casos dessa inimputabilidade do art. 26 CP. 
 
c) que o fato narrado evidentemente não constitui crime: reconhecida a atipicidade formal ou 
material da conduta delituosa, é possível a absolvição sumária do agente. A título de exemplo, se 
o juiz verificar a possibilidade de aplicação do princípio da insignificância, porquanto presentes 
seus 4 (quatro) requisitos – mínima ofensividade da conduta do agente, nenhuma periculosidade 
social da ação, reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e relativa inexpressividade da 
lesão jurídica –, deverá absolver sumariamente o agente; 
d) extinta a punibilidade doagente: dentre as causas de absolvição sumária, o legislador elencou a 
hipótese em que o magistrado verificar a presença de causa extintiva da punibilidade (v.g.,morte do 
agente, prescrição, decadência, etc.). 
 obs:Tecnicamente, pode-se dizer que houve um equívoco, porquanto prevalece o 
 entendimento de que a sentença que declara extinta a punibilidade não é absolutória, pois o 
 magistrado declara simplesmente que o Estado não tem mais a possibilidade de aplicar 
 sanção penal ao acusado, ou seja, não analisa se ele é inocente ou culpado. 
 
 Como se pode perceber pela própria redação dos incisos do art. 397 (existência manifesta, 
evidentemente), a absolvição sumária, por importar em verdadeiro julgamento antecipado da lide, 
deve ser reservada para as situações em que não houver qualquer dúvida acerca da atipicidade do 
fato delituoso ou da presença das excludentes da ilicitude (justificantes), excludentes da 
culpabilidade (dirimentes), salvo inimputabilidade, e causas extintivas da punibilidade. Há 
necessidade, portanto, de um juízo de certeza. 
 Vigora, então, no momento da absolvição sumária, o principio do in dubio pro societate, ou 
seja, havendo dúvida acerca da presença de uma das hipóteses do art. 397 do CPP, incumbe ao juiz 
rejeitar o pedido de absolvição sumária. 
 Eventual rejeição da absolvição sumária do acusado não faz coisa julgada formal e material, 
nem tampouco impede que, por ocasião da sentença final, possa o juiz absolver o acusado com base 
em fundamento anteriormente rejeitado (v.g., legítima defesa). Assim, não deva o magistrado 
fundamentar esta decisão de maneira exauriente. 
 
atenção: Ao contrário da rejeição da peça acusatória (CPP, art. 395), que só faz coisa julgada 
formal, autorizando, portanto, o oferecimento de nova peça acusatória se removido o óbice que deu 
ensejo à rejeição, a decisão de absolvição sumária do art. 397 do CPP faz coisa julgada formal e 
material, porquanto o magistrado ingressa na análise do mérito, para fins de reconhecer que o fato é 
atípico,que não é ilícito, que não é culpável, ressalvada a inimputabilidade, ou que não é unível. 
 
Atenção: havendo absolvição sumária do acusado, o autor poderá recorrer, com: Apelação nos 
casos em que o juiz decide o mérito, ou seja, acata as Excludentes de ilicitude, ou de culpabilidade, 
ou de tipicidade; RESE se o juiz não decide o mérito (terminativa), ou seja, extinção da 
punibilidade. 
 
2.1.4 - DESIGNAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO 
 
 Não sendo caso de absolvição sumária, será marcada a data para realização da audiência de 
instrução e julgamento. 
 A audiência de instrução e julgamento deve ser realizada no prazo de sessenta (60) dias, ou 
seja, prazo sem sanção, e como regra será uma audiência única, conforme dispõe o art. 400 do 
Código de Processo Penal. 
 Essa audiência una abrangerá todas as etapas para a realização completa da instrução, e 
nessa audiência deve ser realizada a tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição de 
testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nessa ordem, com exceção das testemunhas que 
morarem fora da jurisdição do juiz, que deverão ser inquiridas pelo magistrado do lugar de sua 
residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória com prazo razoável. 
 obs: Essa carta precatória não suspenderá a instrução criminal. Findo o prazo 
 estabelecido para o cumprimento da carta precatória, pode ser procedido o 
 julgamento. 
 
 Nessa audiência também deverão proceder-se os esclarecimentos dos peritos, se as partes 
assim requererem previamente, às acareações e o reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-
se, em seguida, o acusado e, por fim, procedendo-se os debates. 
 Nessa audiência, todas as provas deverão ser produzidas, desde que o juiz as considere 
relevantes, pertinentes e de possível apresentação imediata, ou seja, não protelatórias. 
 Nenhum ato deverá ser adiado, salvo quando imprescindível à prova faltante, determinando 
o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer. A testemunha que comparecer será 
interrogada, havendo ou não a suspensão da audiência. 
 No debate serão oferecidas as alegações finais orais por vinte (20) minutos, respectivamente, 
pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 minutos. Se houver mais de um acusado, o 
tempo previsto para a defesa de cada um será individual. E o assistente do MP, por sua vez, terá 
direito à manifestação por 10 minutos, após a manifestação do primeiro, prorrogando-se por igual 
período o tempo da manifestação da defesa. Logo após os debates, o juiz proferirá sentença. 
 O juiz terá 30 dias para concluir o processo, independentemente de o réu estar solto ou 
preso. 
 Assim, resumindo a sequência de atos, temos: oitiva da vítima – testemunha de acusação – 
testemunha de defesa – peritos, acareações, reconhecimentos – interrogatório – diligências, art. 402, 
do CPP – debates orais ou memoriais – sentença. 
 Do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio, assinado pelo juiz e pelas 
partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes nela apresentados. 
 Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado, ofendido e 
testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou 
técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das informações. No caso 
de registro por meio audiovisual, será encaminhado às partes cópia do registro original, sem 
necessidade de transcrição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2- PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO 
 
 O rito sumário é relativo aos crimes cuja pena máxima é inferior a quatro (4) anos de pena 
privativa de liberdade, salvo se não se submeter a procedimento especial, e superior a dois (2) anos. 
No caso de ser inferior a dois (2) anos, segue-se o rito sumaríssimo do Juizado Especial Criminal. 
 
 Na prática, com a reforma processual, restaram poucas diferenças entre os ritos ordinário e 
sumário, haja vista que ambos passaram a se destacar pelo princípio da celeridade processual, assim 
como pelo aperfeiçoamento da produção da prova, da qual apareceram os seguintes reflexos: a 
concentração dos atos processuais numa única audiência; imediatividade e identidade física do juiz. 
 Há, todavia, algumas diferenças: 
 
1) Concluindo o juiz pela impossibilidade de absolver sumariamente o acusado, deverá designar a 
realização da audiência una de instrução e julgamento. No procedimento comum ordinário, esta 
audiência deve ser realizada no prazo máximo de 60 dias (CPP, art. 400, caput); no sumário, a 
audiência deve ser realizada no prazo máximo de 30 (trinta) dias (CPP, art. 531); 
 
2) No procedimento comum ordinário, poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas arroladas 
pela acusação e 8 (oito) pela defesa (CPP, art. 401, caput); no procedimento comum sumário, 
poderão ser inquiridas até 5 (cinco) testemunhas arroladas pela acusação e 5 (cinco) pela defesa 
(CPP, art. 532). Ademais, segundo o art. 536 do CPP, a testemunha que comparecer será inquirida, 
independentemente da suspensão da audiência, observada em qualquer caso a ordem estabelecida 
no art. 531 deste Código. Segundo parte da doutrina, “isto significa que a eventual ausência de 
alguma testemunha de acusação e a necessidade de aprazamento de outra data para sua oitiva (caso 
inviabilizada a condução) não impede o depoimento das testemunhas de defesa que estejam 
presentes, ainda que não haja a concordância expressa da defesa”; 
 
3) No procedimento comum ordinário, há previsão expressa de requerimento de diligências cuja 
necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução (CPP,art. 402); no sumário, 
não há semelhante previsão. Isso, todavia, não impede que o magistrado determine a realização de 
determinada diligência pleiteada pelas partes, seja com fundamento no art. 156, inciso II, do CPP, 
seja com base no princípio da busca da verdade. Portanto, em situações excepcionais, e desde que 
demonstrada a imprescindibilidade da diligência, deve o juiz deferir sua realização, evitando-se, 
assim, eventual arguição de nulidade do feito por cerceamento de acusação ou de defesa; 
 
4) No procedimento comum ordinário, há previsão expressa de substituição das alegações orais por 
memoriais em três situações: a) complexidade do caso; b) número de acusados; c) ordenada a 
realização de diligência considerada imprescindível ao julgamento da causa. No procedimento 
comum sumário, não há previsão expressa de substituição das alegações orais por memoriais: pelo 
menos de acordo com o texto da Lei, as alegações finais serão sempre orais (CPP, art. 534). No dia-
a-dia de fóruns criminais, todavia, é bem provável que juízes e partes acordem em substituir os 
debates por memoriais nas mesmas hipóteses autorizadas para o procedimento ordinário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4- PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO - LEI 9.099/95 - JUIZADOS ESPECIAIS 
 
 O art. 98, inciso I, da Constituição Federal permitiu a criação de Juizados Especiais 
Criminais para o julgamento de infrações penais de menor potencial ofensivo, por mediante a 
importância dos procedimentos oral e sumaríssimo, possibilidade de transação entre as partes e 
julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau. A tradicional jurisdição de conflito 
cede espaço para a jurisdição de consenso, por meio da qual se incentiva o acordo entre os 
litigantes, a reparação amigável do dano e se busca evitar a instauração do processo. Esses Juizados 
são criados por lei federal, que incumbe dispor sobre as regras gerais de funcionamento e do 
processo, competindo aos Estados e ao Distrito Federal legislar sobre regras suplementares, de 
acordo com as características locais. 
 A Lei n.º 9.099/95 regulamentou o art. 98, inciso I, da Constituição Federal e instituiu um 
modelo novo de justiça criminal, na qual passam a ser adotados 4 (quatro) medidas 
despenalizadoras em que o consenso entre as partes pode evitar a instauração do processo ou, pelo 
menos, impedir seu prosseguimento, quais sejam: 
 
a) composição dos danos civis: acarreta a renúncia ao direito de queixa ou de representação, com a 
consequente extinção da punibilidade (art. 74, parágrafo único); 
b) transação penal: permite o imediato cumprimento de pena restritiva de direitos ou multa, 
evitando-se a instauração do processo (art. 76); 
c) representação nos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas: o não oferecimento da 
representação dentro do prazo de 6 (seis) meses a contar do conhecimento da autoria acarreta a 
decadência e consequente extinção da punibilidade (art. 88); 
d) suspensão condicional do processo: recebida a denúncia, pode o juiz determinar a suspensão do 
processo, submetendo o acusado a um período de prova, sob a obrigação de cumprir certas 
condições. Findo esse período de prova sem revogação, o juiz declarará extinta a punibilidade (art. 
89). 
 
 Para os efeitos da Lei n.º 9.099/95 e de acordo com o art. 61, consideram-se infrações penais 
de menos potencial ofensivo as contravenções penais e os crimes a que a lei imponha pena máxima 
não superior a dois (2) anos, cumulada ou não com multa. Releva consignar que a Lei n.º 
10.259/2001 instituiu o Juizado Especial Criminal da União, com competência para julgar as 
infrações de menor potencial ofensivo de competência da Justiça Federal, e considerou como tais os 
crimes a que a lei aplique pena máxima de até dois (2) anos. 
 A competência dos Juizados, com relação aos crimes, será fixada de conformidade com dois 
critérios: 
 a) natureza da infração penal (menor potencial ofensivo); 
 b) inexistência de circunstância especial que desloque a causa para o juízo comum – por 
 exemplo, o foro por prerrogativa de função, a impossibilidadede citação pessoal do autuado 
 e a complexidade da causa. 
 
 obs: Em virtude da sua natureza especial, os crimes de competência militar não se submetem 
 à disciplina da Lei n.º 9.099/95. O art. 98, I, da Constituição Federal, no que se refere à 
 justiça federal, só permite à União instalar juizados criminais no âmbito do Distrito Federal 
 e dos Territórios, motivo pelo qual os crimes federais cuja competência seja da União 
 também refogem ao seu âmbito de incidência. 
 
4.1.- infração de menor potencial ofensivo. 
 Por força da própria Constituição Federal, a competência dos Juizados Especiais Criminais 
está circunscrita ao processo, julgamento e execução das infrações de menor potencial ofensivo. 
 Prevalece o entendimento jurisprudencial no sentido de que os crimes em que estejam 
previstos procedimento especiais e cuja pena não ultrapasse dois anos, também devem ser 
processados e julgados perante os Juizados Especiais Criminais. Em julgado referente ao crime de 
abuso de autoridade previsto na Lei nº 4.898/65, concluiu o STJ que a Lei 11.313/06 consolidou o 
conceito anteriormente introduzido pela Lei nº 10.259/01 acerca de delitos de menor potencial 
ofensivo – aqueles para os quais a lei preveja pena máxima não superior a dois anos –, sem fazer 
qualquer ressalva acerca daqueles submetidos a procedimentos especiais, razão pela qual todas as 
infrações cujas penas máximas não excedam a dois anos, inclusive as de rito especial, passaram a 
integrar o rol dos delitos de menor potencial ofensivo, atraindo a competência dos Juizados 
Especiais. 
 
 OBS.: Não se aplica a Lei 9.099/95 nas infrações praticadas com violência doméstica 
 (segue-se a Lei da Maria da Penha). 
 
 Noutro ponto, para fins de determinação da competência dos Juizados nas hipóteses de 
concurso de crimes, não se afigura viável a aplicação do art. 119 do CP, segundo o qual, para fins 
de prescrição, a extinção da punibilidade incide sobre a pena de cada delito, isoladamente. Se a 
soma das penas máximas atribuídas aos delitos não superar o limite máximo de 2 (dois) anos, é 
evidente que subsiste a competência do Juizado. No entanto, se, somadas as penas máximas, o 
resultado for superior a 2 (dois) anos, a competência passa a ser do Juízo comum, o que, no entanto, 
não impede a aplicação da composição dos danos civis e da transação penal em relação à infração 
de menor potencial ofensivo, nos termos do art. 60, parágrafo único, da Lei nº 9.099/95. 
obs: são de médio potencial ofensivo os crimes em que a pena mínima cominada seja igual ou 
inferior a 1 (um) ano, abrangidos ou não pela Lei dos Juizados, admitem a suspensão condicional do 
processo, prevista no art. 89 da Lei nº 9.099/95. 
 
4.2- Foro Por Prerrogativa De Função 
 Em se tratando de acusados com foro por prerrogativa de função, por mais que a infração 
penal praticada seja considerada de menor potencial ofensivo, subsiste a competência do respectivo 
Tribunal para o processo e julgamento do feito, o que, no entanto, não inibe a incidência dos 
institutos despenalizadores trazidos pela Lei nº 9.099/95, desde que preenchidos os pressupostos 
legais. 
 Nessa linha, referindo-se aos institutos despenalizadores previstos na Lei nº 9.099/95 – 
composição civil dos danos, transação penal, representação nos crimes de lesões leves e culposas e 
suspensão condicional do processo –, o Supremo concluiu que o âmbito de incidência dessas 
normas legais ultrapassa os limites formais e orgânicos dos Juizados Especiais Criminais, 
projetando-se 
sobre procedimentos penais instaurados perante outros órgãos judiciários ou tribunais,porquanto 
produzem evidente reflexo sobre a pretensão punitiva do Estado. 
 
4.3 - Transação Penal 
 
 A transação penal consiste em um acordo celebrado entre o Ministério Público (ou 
querelante, nos crimes de ação penal privada) e o autor do fato delituoso, por meio do qual é 
proposta a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, evitando-se, assim, a 
instauração do processo. De acordo com o art. 76 da Lei nº 9.099/95, “havendo representação ou 
tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o 
Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser 
especificada na proposta”. 
 Os pressupostos para a celebração do acordo penal são: 
 1) Infração de menor potencial ofensivo: para que seja cabível a transação penal, a 
infração penal deve ser tida como de menor potencial ofensivo, assim compreendidas as 
contravenções penais e crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, 
cumulada ou não com multa, submetidos ou não a procedimento especial, ressalvadas as hipóteses 
de violência doméstica e familiar contra a mulher. A propósito, eis o teor da súmula n. 536 do STJ: 
“A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de delitos 
sujeitos ao rito da Lei Maria 
da Penha”. 
 2)Não ser caso de arquivamento do termo circunstanciado: O próprio art. 76 da Lei nº 
9.099/95 que diz expressamente que a proposta só deve ser oferecida quando não for caso de 
arquivamento do termo circunstanciado. CPP e a Lei dos Juizados silenciam acerca das hipóteses 
que autorizam o arquivamento do termo circunstanciado, ou, a contrario sensu, em relação às 
situações em que o Ministério Público deva oferecer denúncia. Não obstante, é possível a aplicação, 
por analogia, das hipóteses de rejeição da peça acusatória e de absolvição sumária, previstas nos 
arts. 395 e 397 do CPP, respectivamente. Destarte, as hipóteses que autorizam o arquivamento são 
as seguintes: a) ausência de pressuposto processual ou de condição para o exercício da ação penal; 
b) falta de justa causa para o exercício da ação penal; c) atipicidade da conduta; d) existência 
manifesta de causa excludente da ilicitude; e) existência manifesta de causa excludente da 
culpabilidade, salvo a inimputabilidade; f) existência de causa extintiva da punibilidade. 
 
3) Não ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de 
liberdade, por sentença definitiva: o dispositivo refere-se apenas àquele que tem contra si 
sentença condenatória com trânsito em julgado à pena privativa de liberdade pela prática de crime. 
Portanto, 
 
4) Não ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de 5 (cinco) anos, pela transação 
penal: se o agente tiver sido beneficiado anteriormente, no prazo de 5 (cinco) anos, por outra 
transação penal, a ele não se defere a possibilidade de obter nova proposta do Ministério Público. 
 
5) Antecedentes, conduta social, personalidade do agente, bem como os motivos e 
circunstâncias do delito favoráveis ao agente: de acordo com o art. 76, § 2º, inciso III, não se 
admitirá a proposta se ficar comprovado não indicarem os antecedentes, a conduta social e a 
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a 
adoção da medida. 
 
6) Crimes de ação penal pública condicionada à representação, de ação penal pública 
incondicionada e de ação penal privada: interpretação literal do art. 76, caput, da Lei nº 9.099/95, 
pode levar à conclusão equivocada de que a proposta de transação penal só pode ser oferecida em 
relação aos crimes de ação penal pública incondicionada e condicionada à representação, já que o 
dispositivo refere-se apenas a tais delitos. Assim, pelo menos de acordo com o texto da lei, a 
transação penal não seria cabível em crimes de ação penal de iniciativa privada.anterior condenação 
à pena restritiva de diretos ou multa pela prática de crime, ou prévia condenação pela prática de 
contravenção, não são óbices à concessão da transação penal. 
 Não é essa, todavia, a orientação que prevalece. Doutrina e jurisprudência entendem que não 
há fundamento razoável para não se admitir a transação penal em crimes de ação penal privada. 
 Admitida a possibilidade de transação penal e de suspensão condicional do processo em 
crimes de ação penal de iniciativa privada, há necessidade de se analisar a legitimidade para a 
formulação da proposta. Há entendimento segundo o qual a proposta de transação penal deve ser 
feita pelo Ministério Público, desde que não haja discordância da vítima ou de seu representante 
legal. Aliás, é exatamente nesse sentido o teor do enunciado nº 112, aprovado no XXVII FONAJE – 
Fórum Nacional de Juizados Especiais –, realizado em Palmas/TO: “Na ação penal de iniciativa 
privada, cabem transação penal e a suspensão condicional do processo, mediante proposta do 
Ministério Público” 
 
7) No caso de crimes ambientais, prévia composição do dano ambiental, salvo em caso de 
comprovada impossibilidade: de acordo com o art. 27 da Lei nº 9.605/98, nos crimes ambientais 
de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou 
multa por meio da transação penal somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia 
composição do dano ambiental de que trata o art. 74 da Lei nº 9.099/95, salvo em caso de 
comprovada impossibilidade. 
 
4.4.- Foro Por Prerrogativa De Função 
 Em se tratando de acusados com foro por prerrogativa de função, por mais que a infração 
penal praticada seja considerada de menor potencial ofensivo, subsiste a competência do respectivo 
Tribunal para o processo e julgamento do feito, o que, no entanto, não inibe a incidência dos 
institutos despenalizadores trazidos pela Lei nº 9.099/95, desde que preenchidos os pressupostos 
legais. 
 Nessa linha, referindo-se aos institutos despenalizadores previstos na Lei nº 9.099/95 – 
composição civil dos danos, transação penal, representação nos crimes de lesões leves e culposas e 
suspensão condicional do processo –, o Supremo concluiu que o âmbito de incidência dessas 
normas legais ultrapassa os limites formais e orgânicos dos Juizados Especiais Criminais, 
projetando-se sobre procedimentos penais instaurados perante outros órgãos judiciários ou 
tribunais, porquanto produzem evidente reflexo sobre a pretensão punitiva do Estado. 
 
4.5 - Entendimentos Importantes Do STF e do STJ Sobre Transação Penal 
 
1 – Não é direito subjetivo do autor do fato, mas sim acordo, exigindo-se consentimento das 
partes: (STJ, HC147251, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, p. 17/09/12; APN 634, Rel. 
Min. Felix Fischer, p. 03/04/12); 
2 – Se o MP não quiser formular a proposta, o Juiz não pode formulá-la de ofício. Se discordar, 
deverá aplicar, por analogia, o art. 28, CPP: Súmula 696, STF (fala em sursis processual, mas 
também é aplicável à Transação); 
3 – Admite-se transação em sede de Ação Penal Privada, competindo ao querelante formular a 
proposta: (STJ, HC 60933, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, p. 23/06/08) 
4 – Caso descumpridos os termos da Transação, admite-se a propositura da Denúncia e o início da 
Ação Penal: (STF, RE602072 RG, Rel.Min. Cezar Peluso, p. 26/02/10; STJ, HC217659, Rel. Min. 
Maria Thereza de Assis Moura, p. 03/09/12). 
 
 
 
 
 
 
*Lopes Jr., Aury. Direito processual penal / Aury Lopes Jr. – 13. ed. – São Paulo : Saraiva, 2016. 1. 
Processo penal – Brasil I. Título. 
CDU-343.1(81) 
*Justino, Patricy Barros. Direito processual penal II.Rio de Janeiro: SESES, 2017. 
 
*Lima, Renato Brasileiro de.Manual de processo penal:volume único. 4. ed. rev., ampl. e atual. – 
Salvador: Ed. JusPodivm, 2016. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 - Em denúncia pela prática de crime de homicídio culposo, que teve como base da materialidade o 
laudo de exame cadavérico, a acusada é citada e apresenta resposta através de seu advogado 
constituído, recebendo o juiz a inicial após esta fase. Como a acusada residia em outro estado da 
federação, o juiz expediu carta precatória para que a mesma fosse interrogada. Cumprido a 
precatória, designou audiência de instrução e julgamento que teve a participação de advogado 
dativo, ante a ausência da defesa, apesar de devidamente intimada e, ao final, o juiz condena a 
acusada considerando as provas testemunhais sobre a materialidade e autoria. Intimada da sentença, 
a acusada interpõe recurso argüindo nulidade do procedimento a partir do recebimento da inicial. 
Com base nisto responda: O argumento da defesa deve ser julgado procedente? Fundamente a 
sua resposta, apontando eventuais violações à princípios constitucionais: 
 
2- OAB-FGV) Em processo sujeito ao rito ordinário, ao apresentar resposta escrita, o advogado 
requer a absolvição sumária de seu cliente e não propõe provas. O juiz, rejeitando o requerimento 
de absolvição sumária, designa audiência de instrução e julgamento, destinada à inquirição das 
testemunhas arroladas pelo Ministério Público e ao interrogatório do réu. Ao final da audiência, o 
advogado requer a oitiva de duas testemunhas de defesa e que o juiz designe nova data para que 
sejam inquiridas. Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta. 
(A) O juiz deve deferir o pedido, pois a juntada do rol das testemunhas de defesa pode ser feita até o 
encerramento da prova de acusação. 
(B) O juiz não deve deferir o pedido, pois o desmembramento da audiência una causa nulidade 
absoluta. 
(C) O juiz só deve deferir a oitiva de testemunhas de defesa arroladas posteriormente ao momento 
da apresentação da resposta escrita se ficar demonstrado que a necessidade da oitiva se originou de 
circunstâncias ou fatos apurados na instrução. 
(D) O juiz deve deferir o pedido, pois apesar de a juntada do rol de testemunhas da defesa não ter 
sido feita no momento correto, em nenhuma hipótese do processo penal, o juiz deve indeferir 
diligências requeridas pela defesa. 
 
3-Daniele Duarte, fazendeira de vultosas posses, em virtude de uma viagem de longa data que fará 
para o exterior, resolve deixar, no terreno de seu vizinho Sandro Santos , sem o conhecimento deste, 
2 (dois) cavalos da raça Mangalarga para que o vizinho os cuidasse. Todavia, Sandro Santos 
percebeu que os referidos animais acabaram danificando toda sua coleção de orquídeas raras, 
gerando assim evidente prejuízo econômico. Ante o exposto, Sandro comunicou o fato à autoridade 
policial circunscricional e uma vez lavrado o termo respectivo, foi encaminhado ao Juizado 
Criminal competente. Durante a primeira audiência, e presentes ambas as partes, não foi possível a 
conciliação entre as mesmas. Com base nos fatos apresentados, responda, de forma justificada: No 
caso em tela, é possível o oferecimento de transação penal ? 
 
4-Sobre o procedimento dos Juizados Especiais Criminais, considere as seguintes assertivas: 
 
I. A transação penal poderá ser ofertada em relação aos delitos cuja pena máxima não seja superior 
a 2 (dois) anos, e a suspensão do processo nos delitos cuja pena mínima for igual ou inferior a 1 
(um) ano. 
II. Segundo entendimento sumulado do Supremo Tribunal Federal, admite-se a suspensão 
condicional do processo por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave 
com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano. 
III. Embora se aplique o procedimento previsto na Lei n
o
 9.099/95 aos crimes previstos no Estatuto 
do Idoso nas hipóteses em que a pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse a 4 (quatro) 
anos, a transação penal e a suspensão do processo não lhes são aplicáveis. 
Quais estão corretas? 
a) I; 
b) I e II; 
c) III; 
d) I e III; 
e) II e III 
 
5-Marcílio responde a processo crime como incurso nas penas do art. 213 do CP pois, em tese, teria 
constrangido Lucilha, mediante emprego de arma de fogo, a manter com ele relações sexuais. O 
Juiz designou Audiência de Instrução e Julgamento onde ouviu primeiramente Gumercindo, 
testemunha arrolada pela defesa, uma vez que as testemunhas arroladas pelo MP ainda não tinham 
chegado ao Fórum. Posteriormente, o Magistrado ouviu as demais testemunhas da acusação e da 
defesa e, por fim, interrogou Marcilio. Pergunta-se: Você, Defensor Público, argüiria qual tese 
defensiva em favor do seu assistido Marcílio? 
 
6-(OAB-FGV) Em processo sujeito ao rito ordinário, ao apresentar resposta escrita, o advogado 
requer a absolvição sumária de seu cliente e não propõe provas. O juiz, rejeitando o requerimento 
de absolvição sumária, designa audiência de instrução e julgamento, destinada à inquirição das 
testemunhas arroladas pelo Ministério Público e ao interrogatório do réu. Ao final da audiência, o 
advogado requer a oitiva de duas testemunhas de defesa e que o juiz designe nova data para que 
sejam inquiridas. Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta. 
 
(A) O juiz deve deferir o pedido, pois a juntada do rol das testemunhas de defesa pode ser feita até o 
encerramento da prova de acusação. 
(B) O juiz não deve deferir o pedido, pois o desmembramento da audiência una causa nulidade 
absoluta. 
(C) O juiz só deve deferir a oitiva de testemunhas de defesa arroladas posteriormente ao momento 
da apresentação da resposta escrita se ficar demonstrado que a necessidade da oitiva se originou de 
circunstâncias ou fatos apurados na instrução. 
(D) O juiz deve deferir o pedido, pois apesar de a juntada do rol de testemunhas da defesa não ter 
sido feita no momento correto, em nenhuma hipótese do processo penal, o juiz deve indeferir 
diligências requeridas pela defesa. 
 
7-Semprônio, motorista de um Uber, dirigia seu veículo pela pista de esquerda (pista de 
ultrpassagem), sendo certo que a sua frente estava o carro de Felizberto, septuagenário, que dirigia a 
aproximadamente 50 Km/h, o que impedia, na ocasião, Semprônio de fazer a ultrapassagem. 
Quando Felizberto parou o seu carro em um sinal de trânsito, Semprônio desceu de seu Uber e 
começou a desferir chutes e socos na lataria do carro do idoso. Uma viatura da PM que passava pelo 
local autuou Semprônio e o conduziu a sede policial onde foi lavrado termo circunstanciado, uma 
vez que a Autoridade Policial entendeu que ocorrera crime do art. 163, do CP. Semprônio não 
aceitou a proposta de transação penal oferecida pelo MP, sendo certo que o mesmo diante da recusa, 
ofereceu denúncia em face do mesmo. Ocorre que Semprônio ocultou-se para não ser citado e, 
diante disso, o Magistrado orientou o oficial de justiça a proceder à citação por hora certa, na forma 
do art. 362 do CPP. Pergunta-se: Agiu corretamente o Magistrado no caso em conformidade com o 
procedimento sumaríssimo? 
 
8-Sobre o procedimento dos Juizados Especiais Criminais, considere as seguintes assertivas: 
I. A transação penal poderá ser ofertada em relação aos delitos cuja pena máxima não seja superior 
a 2 (dois) anos, e a suspensão do processo nos delitos cuja pena mínima for igual ou inferior a 1 
(um) ano. 
II. Segundo entendimento sumulado do Supremo Tribunal Federal, admite-se a suspensão 
condicional do processo por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave 
com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano. 
III. Embora se aplique o procedimento previsto na Lei no 9.099/95 aos crimesprevistos no Estatuto 
do Idoso nas hipóteses em que a pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse a 4 (quatro) 
anos, a transação penal e a suspensão do processo não lhes são aplicáveis. 
 
Quais estão corretas? 
a) I; 
b) I e II; 
c) III; 
d) I e III; 
e) II e III

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