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PROCESSO PENAL II DOS PROCEDIEMENTOS CRIMINAIS Duas espécies de processo penal: 1. Processo penal de conhecimento 2. Processo penal de execução (ou execução penal) OBS: não se fala, no brasil, sobre processo penal cautelar, pois acrescemos aos nossos processos a medida cautelar O estudo dos procedimentos: PROCESSO (O FAZER): remete à existência de uma pretensão acusatória deduzida em juízo, frente a um órgão jurisdicional, estabelecendo situações jurídico-processuais dinâmicas, que dão origem a expectativas, perspectivas, chances, cargas e liberação de cargas, pelas quais as partes atravessam rumo a uma sentença favorável (ou desfavorável, conforme o aproveitamento das chances e liberação ou não de cargas e assunção de riscos). Condições iniciais: possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e a legitimidade das partes (ad causam) PROCEDIMENTO (O MODO QUE É FEITO - atos regulamente formalizados): entende-se o lado formal da atuação judicial, o conjunto de normas reguladoras do processo ou ainda o caminho (iter) ou itinerário que percorrem a pretensão acusatória e a resistência defensiva, a fim de que obtenham a satisfação do órgão jurisdicional. RITO/ORDEM (que será diferente de acordo com a natureza do delito ou da pessoa envolvida) SITUAÇÕES JURÍDICAS QUE CONSTITUEM O PROCESSO Tem efeito progressivo, sendo regressivo em casos excepcional, se verificado que se deve 'refazer o que foi feito com defeito') Nexo genético: ato posterior depende da prática de um antecedente São indisponíveis Constituem uma garantia ao réu OS RITOS (art. 394) Art. 394. O procedimento será comum ou especial. § 1o O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei. § 2o Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo disposições em contrário deste Código ou de lei especial. § 3o Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o procedimento observará as disposições estabelecidas nos arts. 406 a 497 deste Código. § 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código. § 5o Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário. 1. RITO COMUM: A. Ordinário (=+4): crime cuja pena máxima cominada for igual ou superior a 4 anos e está disciplinado nos arts. 395 a 405 do CPP. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art406 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art395 B. Sumário (-4 +2): crime cuja pena máxima cominada for inferior a 4 anos (e superior a 2, pois, se a pena máxima for igual ou inferior a 2 anos, segue-se o rito sumaríssimo) e está disciplinado nos arts. 531 a 538 do CPP. C. Sumaríssimo (=-2): crime de menor potencial ofensivo (pena máxima igual ou inferior a 2 anos) está previsto no Código de Processo Penal, mas disciplinado na Lei n. 9.099/95 (a Lei n. 11.313/2006 apenas ampliou o conceito de menor potencial ofensivo), sendo o rito sumaríssimo (ou sumariíssimo, como define a Lei) disciplinado nos art. 77 a 83, além dos institutos da composição dos danos civis, transação penal e suspensão condicional do processo (respectivamente arts. 74, 76 e 89 da Lei n. 9.099). 2. RITO ESPECIAL: A. Responsabilidade dos funcionários públicos (art. 513 a 518 CPP) B. Contra a honra (art. 519 a 523 CPP) C. Contra a propriedade imaterial (art. 524 a 530-A CPP e lei 9.279/96) D. Crime da competência do júri (art. 406 a 497 CPP) CRITÉRIOS QUE ORIENTAM OS RITOS: Gravidade do crime: aqui foi adotada a quantidade de pena aplicada, conforme acabamos de referir. Natureza do delito: partindo da natureza do bem jurídico tutelado, estabelece o processo penal um rito especial para os crimes dolosos contra a vida (arts. 406 a 497); tóxicos (Lei n. 11.343); honra (arts. 519 a 523); crimes falimentares (Lei n. 11.101), entre outros. Qualidade do agente: isso explica o rito especial para os crimes praticados por servidores públicos e também aquele desenhado pela Lei n. 8.038 para os que gozam de prerrogativa de função. OBS: O rito comum é subsidiário, primeiro se observa se àquela situação se encaixa algum especial. A. O RITO ORDINÁRIO (art. 395 a 405 CPP): +4 1.Denúncia ou queixa: conforme o crime, a ação penal será de iniciativa pública ou privada, sendo exercida através de denúncia ou queixa. A acusação deverá preencher os requisitos do art. 41 do CPP, bem como estarem presentes as condições da ação, sob pena de rejeição liminar (art. 395). Se recebida, o juiz ordena a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 dias. Não cabe recurso à o recebimento da denúncia ou queixa, mas cabe quando a rejeição da mesma ou quando o réu for absolvido (seguindo a lógica de prever recurso para qualquer forma de beneficiar o réu) Pré-requisitos da denúncia ou queixa: Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. o Resguarda o princípio: Da obrigatoriedade Ampla defesa: a impedir que qualquer pessoa seja acusada senão por fatos certos, determinados e descritos de forma clara e objetiva pelo acusador o 8 testemunhas (art. 401) o Se os outros tipos de provas forem suficientes, não é obrigatório apresentar testemunhas. o Juiz não está vinculado à classificação jurídica feita pelo acusador, podendo corrigi-la nos termos do art. 383 do CPP antes de proferir a sentença, podendo ele receber e, posteriormente modificar. o Quando as responsabilidade penais, devem estas serem certas e determinadas, podendo haver uma investigação, antes do decorrer do rito, pra verificar tal situação. Podendo, em casos de grande complexibilidade objetiva (situação fática) ou subjetiva (número de agentes), aceitar a denúncia genérica. A denúncia alternativa é plenamente vedada, pois ela inequivocamente impossibilidade a plenitude da defesa. o A queixa, no entanto, deve ser sempre certa e determinada, não admitindo genérica ou alternativa (pois não tem justificativa para se utilizar dessas duas). 1.1.Rejeição liminar (questão formal): de acordo com o art.396 o juiz pode rejeitar se couber nos casos definidos no art. 395, poderá o juiz rejeitar liminarmente a acusação, como explicaremos a seguir. o Se for identificado, no curso do processo, a presença de casos de rejeição devem ser anulados todos os atos que são posteriores a ele Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: I - for manifestamente inepta (analisa a questão formal, apenas) Diante dela, poderá o acusador: oferecer nova denúncia (ou queixa se for o caso, mas sem descuidar do prazo decadencial) descrevendo e individualizando claramente a(s) conduta(s) praticada(s) por cada agente; recorrer em sentido estrito, nos termos do art. 581, I, do CPP. II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; Pressupostos processuais: De existência: partes, juiz e demanda (uma acusação); sem isso não haveria o nascimento da relação processual De validade: juiz competente, imparcial (ausência de causas de suspeição e impedimento), capacidade para prática dos atos processuais,legitimidade postulatória, citação válida e elementos de nulidade do feito. Como regra, anulam-se o ato e os derivados, mantendo-se o processo no seu todo Já as Condições de procedibilidade ou condições da ação (prática de fato aparentemente criminoso; punibilidade concreta; legitimidade de parte e justa causa) são fundamentais, se não houver dever ser rejeitada pelo inciso II. Por não haver julgamento de mérito, poderá ser a acusação novamente exercida, desde que satisfeita as condições necessárias III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. A justa causa é uma condição de ação Cabe recurso, com base no art. 581,I. Quando a rejeição por falta de justa causa tiver por fundamento a ausência de provas suficientes de autoria e materialidade, pensamos que essa decisão produzirá apenas coisa julgada formal. Havendo novos elementos, nada impede que a acusação seja novamente formulada. OBS: CITAÇÃO Quando o acusado não é encontrado para ser citado, determina o art. 366 do CPP que se faça a citação por edital, e, não comparecendo o acusado, nem constituindo defensor, ficam suspensos o processo e o curso do prazo prescricional. PODE O JUIZ: DECRETAR PRISÃO PREVENTIVA COM REQUISITOS (ART. 312 E 313) OU PRODUZIR PROVA URGENTE DEVE O JUIZ: SUSPENDER O PROCESSO + SUSPENDER A PRESCRIÇÃO Situação diversa é a “ausência”, prevista no art. 367 do CPP, em que o acusado é citado pessoalmente e não comparece. Nesse caso, o processo pode seguir seu curso sem a presença do réu (art. 396-A 2° e 367) 3.Resposta à acusação (art. 396): regularmente citado, deverá o réu apresentar “resposta à acusação”, por escrito, no prazo de 10 dias. Trata-se de peça obrigatória (instrumento de defesa técnica), pois, se não apresentada, deverá o juiz nomear defensor para oferecê-la. o Voltamos a advertir que o § 2º do art. 396-A deve ser reservado para os casos em que a citação se deu pessoalmente (logo, inaplicável nos casos de citação por edital ou por hora certa). Assim, somente quando o réu for citado pessoalmente e não apresentar resposta à acusação, é que poderá o juiz nomear um defensor para realizar a defesa técnica e continuar a marcha do processo. Do contrário, deverá aplicar a regra do art. 366 do CPP, suspendendo o processo e a prescrição até que o réu seja encontrado. Art. 396-A: É o momento em que o imputado poderá arguir defeitos (ou nulidades, se preferirem a terminologia clássica) da denúncia ou queixa e alegar tudo o que interesse à sua defesa (ou, estrategicamente, deixar de aduzir agora questões que prefira reservar para os debates finais), juntar documentos, indicar suas provas, bem como arrolar testemunhas. 8 testemunhas no ordinário e 5 no sumário É nesse momento, mas em peça separada, que deverão ser opostas as exceções previstas no art. 95 do CPP. Tipos de exceções: Dilatórias (I. suspeição e II. incompetência do juízo): o processo continua Peremptórias (III. Litispendência; IV. Ilegitimidade de parte; V. coisa julgada): o processo para 4.Absolvição Sumária (art. 397 - questões vinculadas ao mérito, que geram coisa julgada material): após a resposta escrita, abre-se a possibilidade – art. 397 – de o juiz absolver sumariamente o réu, pondo fim ao processo, quando: I e II . existir manifesta causa de exclusão da ilicitude ou culpabilidade (exceto a inimputabilidade, pois nesse caso o processo continuará seu curso), o III . fato narrado evidentemente não constituir crime (atipicidade) ou IV . estiver extinta a punibilidade do agente (prescrição, decadência, ou outra causa prevista no art. 107 do CP ou lei extravagante). OBS: a extinção do crime, não significa que ele ganhou/perdeu, significa que o Estado não pode mais punir pois perdeu o Direito Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-lo de ofício. Ou seja, deve-se praticar fato aparentemente criminoso e ter punibilidade concreta. São questões intimamente vinculadas ao mérito, ao elemento objetivo da pretensão acusatória, e dizem respeito a interesse da defesa, que, como regra, acabam sendo alegados (e demonstrados) depois, na resposta preliminar do art. 396-A. Isso é possível pois agora ele tem elementos da denúncia e da defesa, e agora ele pode ter mais clareza, pra isso precisa ter plena convicção PODE HAVER RECURSO DE APELAÇÃO (art. 593, I CPP), EXCETO: a decisão que “absolve sumariamente” por estar extinta a punibilidade é impugnável pela via do recurso em sentido estrito, art. 581, VIII, do CPP. OBS: o fato do juiz não absolver não significa que está antevendo a sentença. RESUMO SOBRE O ACOLHIMENTO DO JUIZ a) se a causa de exclusão da ilicitude ou culpabilidade estiver demonstrada no momento em que é oferecida a denúncia ou queixa, poderá o juiz rejeitá-la, com base no art. 395, II (falta uma condição da ação penal, qual seja, a prática de um fato aparentemente criminoso); b) se o convencimento do juiz (sobre a existência da causa e exclusão da ilicitude ou da culpabilidade) somente for atingido após a resposta do acusado, o processo já terá completado a sua formação, eis que realizada a citação do acusado (art. 363 do CPP), proferindo o juiz a decisão de absolvição sumária (art. 397). Obs: se em outro momento o juiz percebe que deveria ter extinguido o feito no recebimento da denúncia, deve se avaliar se é possível modificar e continuar o processo, por tanto ele pode desconstituir o ato do recebimento, anulando-o, para, a seguir, proferir uma nova decisão, agora de rejeição liminar. Ou, nada impede, que o juiz desconstitua seu ato e a seguir pratique aquele juridicamente mais adequado, até porque, se o ato foi feito com defeito, pode e deve ser refeito, regra básica do sistema de invalidades processuais. - OU SEJA, NÃO EXISTE IMPEDIMENTO DO JUIZ REVISAR A DECISÃO QUE REBEU NA DENÚNCIA, PRA A LUZ DOS ARGUMENTOS E PROVAS TRAZIDO NA RESPOSTA DO RÉU, REJEITÁ- LA. 5.Audiencia de instrução ou julgamento (art. 399 e 400 CPP) Prazo de 60 dias para ocorrer (caso não ocorra a rejeição ou a absolvição sumária) Momento de produção e coleta de provas (seja testemunhal, pericial ou documental), ao final dela se produz a sentença Art. 399, 2° (princípio da identidade física do juiz): aquele que presidiu a coleta da prova deve ser o mesmo que ao final julgue Para esse ato, serão as partes intimadas (logo, o réu é citado para apresentar resposta escrita e intimado para a instrução, onde será interrogado) e requisitado o acusado se estiver preso. A oitiva: 1°: a vítima 2°: as testemunhas (acusação e depois a defesa, o contrário gera ato defeituoso insanável, que conduz a nulidade) Pode desistir da testemunha, porém, se a outra parte insistir na oitiva, assim deverá proceder o juiz, não havendo divergência, ela não será ouvida A oitiva de testemunhas por carta precatória ou rogatória não influi na ordem com que devem ser ouvidas as demais testemunhas (logo, não há inversão) 3°: esclarecimento dos peritos, acareações e reconhecimento de pessoas e coisa § 2o Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento das partes. 4° (último ato de instrução): interrogatório Aqui o réu pode exercer seu direito de silêncio (autodefesa negativa ou positiva) Obrigatória a presença de um defensor (art. 185 a 196 CPP) Art. 403: Os memoriais (ou alegações finais orais) constituem um momento crucial do processo, onde cada uma das partes fará uma minuciosa análise do material probatório e fará sua última manifestação no processo. Após elas, os autos irão conclusos para sentença do juiz. É a oportunidade de desenvolver as teses acusatória e defensiva, nas dimensões fáticas e jurídicas, buscando a captura psíquica do julgador. As alegações finais defensivas podem arguir questões preliminares e demérito, fazendo, ao final, os respectivos pedidos. 20 min cada, podendo ser estendida por mais 10 min Considerando a complexidade do caso ou o número excessivo de acusados, poderão as partes requerer que as alegações finais orais sejam substituídas por memoriais, que, uma vez deferidos pelo juiz, deverão ser apresentados no prazo de 5 dias (sucessivos, iniciando pela acusação). Nesse caso, deverá o juiz proferir sentença em 10 dias. OBS: art. 394-A: os processos que apurem a prática de crime hediondo terão prioridade de tramitação em todas as instâncias B. RITO SUMÁRIO (ART. 531 A 538 CPP): -4 ou +2 DIFERENÇAS: Prazo para a audiência de instrução (art. 531): 30 dias Número de testemunhas (art. 532): 5 Por fim, o rito sumário somente será utilizado quando não for cabível o sumaríssimo, previsto na Lei n. 9.099, portanto, nos crimes cuja pena máxima cominada for inferior a 4 anos e superior a 2, pois, se a pena máxima for igual ou inferior a 2 anos, segue-se o rito sumaríssimo dos Juizados Especiais Criminais. C. RITO SUMARÍSSIMO (JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL): Lei. 9.099/95 (=-2) O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. (ART. 62) Competência: Contravenções penais Infrações penais de menor potencial ofensivo Crimes de pena máxima de 2 anos (art. 61) Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal Em regra é juizado especial ESTADUAL, mas pode ser levado a federal se: Quanto à competência do JECrim no âmbito federal, deverão ser observados dois critérios cumulativos: que o delito praticado seja de competência da justiça federal, logo, que se encaixe numa daquelas situações previstas no art. 109 da Constituição; que o crime tenha uma pena máxima não superior a dois anos ou seja apenado exclusivamente com multa. Casos de aumento de pena: deve-se atender a pena máxima a) incide a causa de aumento no máximo e a de diminuição no mínimo166; b) o resultado dessa operação deve ser uma pena máxima não superior a 2 anos, do contrário, extrapola a competência do JECrim. Agente cometeu mais de um crime (Súmulas 723 STF e 243 STJ): deve-se atender a pena máxima, se não de forma isolada são levados ao tribunal do juri a) se o agente praticar dois ou mais crimes em concurso material, deve-se somar as penas máximas em abstrato; b) sendo concurso formal ou crime continuado, deve-se considerar o maior aumento, sempre buscando a pena máxima. OBS: ALTERAÇÃO DE COMPETÊNCIA: Art. 66 da lei 9.099/95: não encontrado o acusado para ser citado, o juiz encaminhará as peças existentes ao juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei O PROCEDIMENTO NO JUIZADO ESPECIAL: A CITAÇÃO Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por mandado. Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei. Os casos do 366 não podem ocorrer no JECrim e não sendo encontrado o réu para realização da citação real, não poderá o juiz do JECrim determinar a citação por edital. O processo deve ser redistribuído para que, no juízo comum, seja feita a citação por edital e, caso não compareça, seja determinada a suspensão do processo e da prescrição. https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9786553620520/epub/OEBPS/notas3.xhtml#footnote-089 Portanto somente quando o réu é encontrado ou comparecer a audiência preliminar, o feito terá sua regular tramitação Com relação à prisão em flagrante, para além do disposto no parágrafo único do art. 69, não se pode esquecer que estamos diante de delito de menor potencial ofensivo, onde é incabível a prisão preventiva. Daí por que, mesmo que o flagrante fosse lavrado (o que a Lei pretende evitar), não cabe prisão preventiva (diante da pouca gravidade do fato), sendo sempre aplicável o disciplinado no art. 310, parágrafo único, do CPP. possibilidade de conceder-se uma liberdade provisória mais ampla, ágil e menos gravosa para o réu, que será o compromisso de comparecer ao Juizado, sem pagamento de fiança 1.TCO (Termo circunstância ocorrencial): fase policial Substitui o inquérito policial Formulário realizado pelo delegado de polícia, informações do autor, vítima, narração do fato e indicar as possíveis testemunhas. PROCEDIMENTO: Tomando ciência da ocorrência de uma IMPO, a autoridade policial não instaurará inquérito policial, essa é a primeira distinção. A autoridade, nestes casos, deverá lavrar o que se chama de Termo Circunstanciado de Ocorrência, na forma do art. 69 da Lei, e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando- se as requisições dos exames periciais necessários. 2.AUDIÊNCIA PRELIMINAR (CONCILIAÇÃO) OU TRANSAÇÃO PENAL (art. 60): se conseguir um acordo finaliza aqui , se não, segue pra outra fase do procedimento. 2.1: PRELIMINAR: tem por objeto de acordo tudo aquilo que caberia no cível (pedido de desculpa, arrependimento, retratação...) 2.2.:TRANSAÇÃO PENAL (AUTOR E MP-art. 76): propor um acordo dando referência as penas alternativas, isso é uma baliza 3.DENÚNCIA OU QUEIXA 4.CITAÇÃO DO RÉU: Oferecida a denúncia ou queixa, será o réu citado para a audiência de instrução e julgamento. No mandado de citação deverá constar ainda a necessidade de fazer-se o réu acompanhar de advogado, bem como da prova testemunhal que pretende produzir. Caso alguma das testemunhas da defesa necessite ser intimada, deverá o defensor providenciar o requerimento cinco dias antes da realização dessa audiência. 5.AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO Presentes as partes, deverá verificar o Juiz se já foi realizada a tentativa de conciliação e a transação penal. Caso não tenham sido ainda realizadas, deverá então propô-las (ART. 77 diz que não pode propor) Em regra acontecem todos os atos em uma única audiência, porém pode o juiz separa-los e marcar diferentes momentos 5.1. APRESENTAÇÃO DA DEFESA (antecipação do contraditório): Nos termos do art. 81 da Lei n. 9.099, aberta a audiência, deverá o juiz oportunizar que a defesa responda a acusação, oralmente. o Pode convencer o juiz de não receber a denúncia o É o momento em que poderão ser arguidas quaisquer das causas de rejeição liminar (art. 395 do CPP) ou de absolvição sumária (art. 397 do CPP), pois nos termos do art. 394, § 5º, do CPP, aplicam-se ao procedimento sumaríssimo, subsidiariamente, as novas disposições do procedimento ordinário. Assim, poderá alegar a inépcia da inicial ou a falta de qualquer das condições da ação (ou seja, que o fato narrado, evidentemente, não constitui crime, que está extinta a punibilidade, há ilegitimidade de parte ou falta de justa causa) 5.2. RECEBIMENTO DA DENÚNCIA E QUEIXA: O Juiz, em decisão fundamentada – art. 93, IX, da Constituição Federal – receberá ou rejeitará a denúncia ou queixa. Da decisão que rejeitar, caberá recurso de apelação, disciplinado no art. 82 da Lei n. 9.099. Da decisão que recebe a acusação, seguindo a mesma orientação do Código de Processo Penal, não cabe recurso, sendo o habeas corpus o único instrumento da defesa para trancar um processo infundado (e não trancar a ação penal). 5.3. VÍTIMA-TESTEMUNHAS: Recebida a peça acusatória, iniciará o Juiz a instrução, ouvindo-se a vítima, as testemunhas arroladas pela acusação e, após, as testemunhas arroladas pela defesa. o As testemunhas não precisão ser indicadas antes, podem ser levadas no dia 5.4. INTERROGATÓRIO (art. 400 e 531): O interrogatório do réu é o último ato dainstrução, e, após ele, será dada a palavra ao Ministério Público ou ao querelante, se for o caso, e, após, à defesa, para que se efetive o debate oral. 5.5. ALEGAÇÕES FINAIS: debate oral 5.5. SENTENÇA: A sentença, da qual se dispensa o relatório, será prolatada em audiência, sendo as partes imediatamente intimadas. Dessa decisão caberão embargos declaratórios e/ou apelação.
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