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Contabilidade de Custos

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CONTABILIDADE DE CUSTOS 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof./Profª Edenise Aparecida dos Anjos 
 
 
CONTABILIDADE DE CUSTOS 
 
CONVERSA INICIAL 
Esta aula, tem como objetivo apresentar conceitos, classificação e nomenclatura 
básicas de custos, valoração e critérios de avaliação de estoques, e os principais 
métodos de métodos de custeio utilizados para calcular e mensurar os custos dos 
produtos e serviços produzidos. 
A contabilidade é denominada como a linguagem dos negócios (Maher, 2001), 
neste entendimento faz-se necessário a determinação de terminologias e classificações 
dos conceitos de custos permitindo o alinhamento da literatura com a prática contábil. 
 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Na atual conjuntura econômica, influenciada pelo fenômeno da globalização, é 
indispensável a utilização das informações geradas pela contabilidade de custos para 
fortalecer o posicionamento estratégico das organizações com vistas a formação de um 
negócio de sucesso. 
A contabilidade de custos é um ramo da contabilidade que tem como objetivo, 
mensurar, registrar e relatar informações sobre custos, podendo ser aplicável em todos 
os tipos de organizações empresariais. 
Logo, a contabilidade de custos é um importante instrumento gerencial para a 
tomada de decisão, fornecendo informações financeiras e não financeiras, tais como 
produtividade, qualidade, formação de preço de venda, medidas de desempenho e 
lucratividade, sendo essencial para formulação de estratégias organizacionais. 
 
TEMA 1 – Terminologias e classificação de custos 
1.1 Terminologias Básicas de Custos 
 Todos os gastos sacrificados por uma organização para produzir produtos e 
serviços são considerados como investimentos, no entanto para que a contabilidade de 
custos possa registrar, acumular e relatar informações de custos, é necessário 
identificar quais os gastos serão alocados aos produtos e quais serão alocados como 
gastos do período, como despesas. Assim em concordância com a literatura de custos, 
Maher (2001), Bruni e Famá (2008) e Martins (2010), apresenta-se as terminologias e 
classificações básicas de custos na Figura 1. 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Terminologias básicas de custos 
Fonte: Martins (2010) 
 
 Gasto: Sacrifício financeiro que a entidade arca para obtenção de um produto 
ou serviço. Podem ser temporariamente classificados como investimentos e, à 
medida que forem consumidos, receberão a classificação de custos ou 
despesas (Bruni e Famá, 2008). Exemplo: Gasto com compra de matéria-
prima, gastos com mão de obra tanto na produção como na distribuição, gastos 
com compra de imobilizado, gastos com honorários da diretoria, etc. (Martins, 
2010). 
 Desembolso: Pagamento resultante da aquisição de produto ou serviço, 
independente de quando o produto ou serviço foi ou será consumido. Na 
contabilidade deve ser registrado de acordo com o regime de competência. 
 Investimentos: Gastos ativados em função de sua vida útil ou de benefícios 
futuros (Martins, 2010). Exemplo: Compra de máquinas e equipamentos, 
compra de matéria prima. Alguns desses gastos ficam temporariamente 
ativados como investimentos como por exemplo a matéria prima, mas à medida 
que vai sendo transferida para o consumo, é classificada como custo. 
 Custo: gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens 
ou serviços. Ou seja, o custo também é um gasto, no entanto é reconhecido 
como custos quando da utilização no processo produtivo para elaboração de 
produtos ou serviços (Martins, 2010). Exemplo: Consumo matéria de prima, 
consumo de embalagem, consumo de mão de obra, seguro da fábrica, salários 
dos supervisores de produção, etc. 
 Despesas: Correspondem a bem ou serviço consumido direta e indiretamente 
para obtenção de receitas. Não são associados ao setor produtivo, e são 
lançados diretamente contra a receita de um período contábil. Exemplo: 
Gasto Desembolso
Investimento
Custo
Despesa
 
 
4 
Salários dos departamentos comercial e administrativo, depreciação do 
computador da secretaria, honorários da administração. 
 Perda: Bens ou serviços consumidos de forma anormal. Bruni e Famá (2008) 
classificam as perdas em duas categorias (i) gastos não intencional, anormal e 
involuntário, (ii) atividade produtiva normal da empresa. No entanto apenas as 
que são involuntárias podem ser consideradas como perdas. Exemplo: 
deterioração de matéria prima por enchente, incêndio ou furto, devem ser 
baixados contra as receitas como perdas. Por outro lado, as perdas 
decorrentes do processo produtivo normal, tais como retalhos, refugos, estes 
devem considerados como custos de produção do período. 
 
1.2 Custo de produção - Insumos 
Conforme vimos anteriormente a contabilidade de custos possui uma linguagem 
própria, com termos específicos para aplicação. Para melhor entender os custos de 
produção, é necessário identificar quais insumos ou recursos necessários para 
elaboração de um produto ou serviço. 
Os termos mais comuns para classificar os insumos de produção: 
1. Material direto (MD): todo material que pode ser identificado como uma 
unidade do produto: (i) que está sendo fabricado, (ii) que sai da fábrica 
incorporado ao produto ou utilizado como embalagem, (iii) faz parte da 
estrutura do produto (Bruni e Famá). Exemplo: Matéria prima e embalagem. 
2. Mão de obra direta (MOD): remuneração de mão de obra que está 
especificamente relacionada com a produção. Exemplo: Salário dos 
funcionários da fábrica, cujo tempo pode ser identificado com a unidade 
que está sendo produzida. 
3. Custos indiretos de fabricação (CIF): Todos os custos de produção 
considerados como parte do objeto de custo (compõem o custo final do 
produto) mas que não podem ser identificadas individualmente com o 
custo do objeto, considerados pelo custo total do período, sendo 
necessário uma base de rateio para alocação aos objetos de custo. Exemplo: 
Energia elétrica do período, materiais indiretos, mão-de-obra indireta, aluguel 
da fábrica, depreciação dos equipamentos da fábrica, etc. 
 
Importante: 
4. Despesas: São gastos não relacionados com o processo de fabricação, tais 
como despesas administrativas, comerciais e financeiras. São gastos do 
período e não-estocáveis, portanto são lançados diretamente na conta de 
resultados. 
 
 
5 
 
1.3 Classificação dos Custos em relação ao Objeto de Custo 
Dependendo da metodologia aplicada na contabilidade de custos, os custos podem 
receber diversas classificações. 
 Quanto aos objetos de custos ou produtos, os custos são classificados em 
Custos diretos e Custos indiretos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Custos Diretos: são custos que são apropriados diretamente aos produtos, 
bastando haver uma medida de consumo (kg, embalagens utilizadas, horas de mão 
de obra ou quantidade de força utilizada). 
Custos indiretos: São custos que são não podem ser alocados diretamente aos 
produtos, carecendo de uma base ou critério ou rateio, para alocar os custos aos 
produtos. Ex: aluguel da fábrica, supervisão e manutenção da produção, seguro da 
fábrica. 
 
 
1.4 Classificação dos Custos em relação Volume de Atividades. 
 
Sempre que for necessário utilizar qualquer forma de rateio para alocação 
de um custo aos produto, fica o custo classificado como Custo indireto. 
Exemplo aluguel do galpão da fábrica, depreciação de máquinas e 
equipamentos, salários da supervisão, etc. 
A Mão-de-Obra pode ser direta ou indireta, aquela que diz respeito ao 
gasto com pessoal do departamento produtivo eatua diretamente 
sobre o produto é direta, a outra a indireta é relativa ao pessoal de 
chefia, etc. 
PRODUTOS 
(objeto de Custos) 
CUSTOS DIRETOS 
CUSTOS INDIRETOS 
Distribuição 
(rateio/alocação) 
Figura 2. Classificação de custos em relação ao produto. 
 
 
6 
 Quanto ao volume de atividades: os custos são classificados de acordo com 
o comportamento em relação ao volume de atividades (produção) e são 
classificados em Custos fixos e Custos variáveis. 
 
A classificação em fixos e variáveis, leva em consideração, a unidade de tempo, 
valor do custo neste período e o volume de atividade, o gráfico 1 demonstra o 
comportamento dos custos em relação ao nível de atividade de uma empresa. 
 
 
Gráfico 1. Comportamento dos Custos fixos e variáveis 
• Custos variáveis: alteram-se direta e proporcionalmente ao volume de 
atividades da empresa. Exemplo: Quanto maior o volume de produção em 
unidades, maior o consumo de consumo de matéria prima. 
• Custos fixos: permanecem constantes em determinado período de tempo e em 
certa capacidade instalada, qualquer que seja o volume de atividade da empresa 
(Bruni e Famá, 2008). Exemplo: O aluguel da fábrica é uma obrigação contratual, 
portanto seu valor permanece constante em determinado período de tempo, este 
valor ocorre independente da empresa estar produzindo ou não. 
 
 Os custos podem ser classificados ainda em: 
 Custos primários: Consistem na soma de matéria prima e mão de obra direta. 
Não se confunde com custos diretos, já que os primários só estão incluídos estes 
itens, pela característica de serem perfeitamente mensuráveis de maneira 
objetiva, exemplo: aço para fabricar, salários dos operários, etc. (Bruni e Famá 
2008; Martins 2010). 
 Custos de transformação: Representam a soma de todos os custos de 
produção, exceto matéria prima e produtos ou componentes adquiridos e 
$
Volume de atividades (produção)
Custos variáveis Custos fixos
 
 
7 
empregados sem nenhuma modificação pela empresa, exemplo: embalagem, 
material de consumo industrial, energia elétrica, entre outros (Martins, 2010). 
 
1.5 Outras classificações de custos 
A produção de bens ou serviços em uma organização fabril, passa no mínimo 
por 3 etapas a saber: 
Etapa 1 – Aquisição de matéria-prima, 
Etapa 2 – Produtos em elaboração (inicia-se com a transferência da matéria 
prima para o consumo no processo produtivo. 
Etapa 3 – Produtos acabados (transferência dos produtos em elaboração para o 
estoque de produtos finalizados). 
Na última etapa, os produtos ficam estocados à disposição para venda. Na 
ocorrência das vendas, aufere-se os custos dos produtos vendidos. 
Neste contexto, uma empresa em perfeitas condições de funcionamento executa 
atividades básicas e contínuas de compras, produção e vendas. Nestas condições, a 
contabilidade de custos, a partir do custo unitário de um produto, possibilita o cálculo: 
 Custo da Matéria prima 
 Custos de produção do período 
 Custo do produto acabado 
 Custo unitário 
 Custos dos produtos vendidos. 
 
A figura 3 evidencia esta composição: 
 
1. O cálculo dos estoques de matéria-prima considera: 
Figura 3. Cálculo dos custos dos estoques 
RESULTADO 
 
RECEITA 
(-) CPV 
(=) LUCRO BRUTO 
(-) DESPESAS 
(=) LUCRO LÍQUIDO 
 EIMP 
(+) COMPRAS MP 
(-) EFMP 
(=) CMP 
CPP COMPRAS MOD 
MP 
CIF 
 EIPA 
(+) CPP 
(-) EFPA 
(=) CPA 
EIPP 
+ CUSTO DE PRODUÇÃO 
(MP+MOD+CIF) 
(-) EFPP 
(=) CPP 
VENDAS 
 
 
8 
 EIMP – Estoque inicial de Matéria prima, relativos aos saldos de estoque final do 
período ou mês anterior. 
 Compras de MP - Compras de matéria prima do período. 
 EFMP – Estoque final de matéria prima 
Logo a equação dos custos da matéria prima corresponde a: 
EIMP + Compras de MP – EFMP 
 
2. O cálculo dos estoques de produtos em processo, considera: 
 EIPP – Estoque inicial de produtos em processo, que corresponde ao estoque 
final de produtos em processo do período ou mês anterior. 
 Custos de produção do período - que corresponde a soma de todos os custos 
necessários para produção do período tais como: matéria prima (MP), mão de 
obra direta (MOD), e custos indiretos de produção (CIP). 
 EFPP – Estoque final de produtos em processo, estes correspondem aos 
estoques de produto em processo que não foram transferidos no período para o 
estoque de produtos acabados. 
 
A equação dos custos dos produtos em processo corresponde a: 
EIPP + Custos de produção do período (MP, MOD, CIP) – EFPP 
 
3. O cálculo dos estoques de produtos em processo, considera: 
 EIPA – Estoque inicial de produtos acabados, que corresponde ao estoque final 
de produtos acabados do período ou mês anterior. 
 CPP - Custos dos produtos em processo, correspondem a soma de todos os 
custos necessários para produção do período (materiais diretos, mão-de-obra 
direta e Custos indiretos de produção). 
 EFPA – Estoque final de produtos acabados, estes correspondem aos estoques 
que não foram baixadas por venda no período. 
 
A equação dos custos dos produtos acabados corresponde a: 
EIPA + CPP – EFPA 
 
4. Custos dos produtos vendidos: É a soma dos custos incorridos na 
produção dos bens e serviços que serão reconhecidos no momento da 
venda. 
5. Custo unitário: é o foco da contabilidade de custos, a partir dos custos unitários, 
calcula-se o custo dos produtos vendidos e o saldo final da conta estoques, 
 
 
9 
fornece subsídios para a tomada de decisão como formação do preço venda, 
por exemplo. 
Para calcular o custo unitário é necessário calcular os custos de produção e 
dividir pela quantidade produzida. CU = CP / Volume de produção (quantidades) 
 
 
 
 
 
Os conceitos “Custo de produção do período”, “custo de produção 
acabada” e “custo dos produtos vendidos” são distintos e podem conter custos de 
produtos de diversos períodos, caso os produtos tenham sido produzidos em épocas 
diferentes (Martins, 2010). 
 
TEMA 2 – VALORAÇÃO DO ESTOQUE: PEPS, UEPS E CUSTO MÉDIO 
 No Brasil, a avaliação dos ativos é regulada pela contabilidade financeira, com 
base na legislação comercial e fiscal. Assim, via de regra os ativos, são valorados pelo 
critério do custo histórico, ou seja pelo seu custo de aquisição. De acordo com Martins 
(2010) a legislação determina ainda, quais itens poderão compor os ativos em questão, 
portanto, após a aquisição da matéria prima, pode-se incorporar ao seu custo, gastos 
com transporte, segurança, armazenagem, impostos de importação, gastos com 
liberação alfandegária, etc. 
Em síntese, compõe o custo de um ativo, todos os gastos incorridos para colocá-
lo em condições de uso, como por exemplo, equipamentos para produção, e matéria 
prima para o processo produtivo, ou ainda em condições de venda, no caso de 
mercadorias em uma empresa comercial. 
 
2.1 Sistemas de Controles de estoques – Inventários 
Para a avaliação dos estoques tem-se dois sistemas de controle, (i) sistema de 
inventário periódico, (ii) sistema de inventário permanente. 
Inventário Periódico: caracteriza-se pela ausência de um controle de estoques 
contínuo. O consumo só poderá ser verificado após os inventários (contagem física dos 
estoques) quando da elaboração do balanço patrimonial para apuração de resultados. 
Inventário Permanente: é um controle de estoque contínuo. Todas as 
movimentações de estoques, compra, produção e venda, são controladas 
individualmente. 
A principal vantagem dos inventários permanentes, decorre da tempestividade 
da informação. Sempre que for necessário o gestor pode emitir relatóriospara controle 
e tomada de decisão. Para controle do estoque, as empresas mantêm o livro registro de 
Assim, o Custo de Produção: é a soma de todos os 
Custos de produção: Custos Diretos e Custos Indiretos: 
CP = CD + CI. 
 
 
10 
inventário, para registro de entradas, saídas e saldos, conforme apresentado do quadro 
1.. 
Quadro 1. Livro Registro de Inventário 
LIVRO CONTROLE DE ESTOQUE 
Data Descrição 
ENTRADA (compras) SAIDA (VENDA) SALDO (ESTOQUE FINAL) 
QTDE 
 Preço 
Unitário 
 
TOTAL 
QTDE 
 Preço 
Unitário 
 TOTAL QTDE 
 Preço 
Unitário 
 TOTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
O livro de registro de inventário das matérias-primas, das mercadorias, dos 
produtos em fabricação, dos bens em almoxarifado e dos produtos acabados existentes 
na elaboração do balanço é obrigatório para todas as empresas (RIR/1999, art. 530). 
 
2.2 Critérios de avaliação de estoque 
Os critérios de avaliação dos estoques no Brasil, devem atender as normas 
estabelecidas pelo regulamento de imposto de renda (RIR/99) por estar relacionado com 
a formação do lucro tributável. 
No sistema de Inventário permanente as empresas podem avaliar seus estoques 
por três critérios a saber: 
 PEPS – Primeiro que entra, primeiro que sai, em inglês FIFO (first in, first out) 
 UEPS – Ultimo que entra primeiro que sai, em inglês LIFO (last in, first out) 
 Custo médio Ponderado – média dos custos de aquisição. 
 
2.2.1 Critério de avaliação de estoque - PEPS 
O critério do PEPS, primeiro a entrar, primeiro a sair, considera o custo dos 
produtos produzidos ou adquiridos há mais tempo. Assim o, os custos serão baixados 
contra as receitas pelas aquisições mais antigas, permanecendo os custos mais 
recentes nos estoques (Martins, 2010). 
Exemplo: A empresa Forquilhas S/A, incorreu nas seguintes movimentações de 
estoques no mês de janeiro de 2018: 
Data Movimentações Quantidade Valor ($) Total ($) 
31/12/2017 Saldo inicial 10 20,00 200,00 
22/01/2018 Compra 5 22,00 110,00 
23/01/2018 Venda 12 30,00 360,00 
 
Pede-se, calcular o custo do produto vendido e o saldo final de estoques. 
Tabela 1. Critério de avaliação de estoques PEPS 
PEPS (FIFO - First in, first out) 
Data Descrição ENTRADA SAÍDA SALDO 
 
 
11 
Qtde 
Preço 
Unitário 
Total Qtde 
Preço 
Unitário 
Total Qtde 
Preço 
Unitári
o 
Total 
31/12/2017 Saldo inicial 10 20,00 200,00 
22/01/2018 Compra 5 22,00 110,00 5 22,00 110,00 
 Saldo do dia 15 310,00 
23/01/2018 Venda 10 20,00 200,00 - - - 
 2 22,00 44,00 3 22,00 66,00 
Total 5 - 110,00 12 - 244,00 3 - 66,00 
 
Lançamentos: 
 No dia 01/02/2018 transporta o saldo final de 31/12/2017 como saldo inicial, 
diretamente na coluna de saldo. 
 No dia 22/01/2018, dá entrada por compra de 5 unidades à um custo unitário de 
$22,00, totalizando $110,00. Na sequência ajusta o saldo, respeitando o custo 
unitário de cada compra. 
 No dia 23/01/2018, registra a baixa dos estoques de 12 unidades por venda, 
considerando o critério de primeiro que entra, primeiro que sai, com seus 
respectivos custos unitários. 
o 10 unidades a um custo unitário de $20,00, totalizando um valor de 
$200,00, zerando o estoque inicial. 
o Na sequência baixa 2 unidades ao custo unitário de $22,00, totalizando 
$44,00, referente ao estoque da compra do dia 22/01/2018. 
o Saldo final de estoque, restam 3 unidades com custo unitário de $22,00 
referentes a compra do 22/01/2018. 
 
Neste exemplo, calculando os estoques pelo critério do PEPS, respeitando a ordem, 
primeiro que entra primeiro que sai, temos: 
 Custo do produto vendido: $244,00 
 Saldo final na conta estoques: $ 66,00 
 
2.2.1 Critério de avaliação de estoque - UEPS 
No critério de avalição dos estoques UEPS, último a entrar, primeiro a sair, a 
baixa do custo dos produtos produzidos, será avaliado de trás para frente. Assim o, os 
custos serão baixados contra as receitas pelas aquisições mais recentes, 
permanecendo os custos mais antigos nos estoques (Martins, 2010). 
Este método não é aceito pela legislação brasileira, conforme Comitê de 
pronunciamentos contábeis 16 (CPC), pois ao avaliar os estoques de trás para frente 
os custos dos produtos em estoques serão subavaliados e o custo do produto vendido 
que deverá ser confrontando com a receita será superavaliado, provocando redução no 
lucro tributável da receita federal. 
 
 
12 
Para avaliar os estoques pelo UEPS, vamos utilizar os mesmos dados do 
exemplo anterior. 
UEPS – Ultimo que entra primeiro que sai 
Data Descrição 
ENTRADA SAÍDA SALDO 
Qtde 
Preço 
Unitário 
Total Qtde 
Preço 
Unitário 
Total Qtde 
Preço 
Unitário 
Total 
31/12/2017 Saldo inicial 10 20,00 200,00 
22/01/2018 Compra 5 22,00 110,00 5 22,00 110,00 
 Saldo do dia 15 310,00 
23/01/2018 Venda 5 22,00 110,00 - - - 
 7 20,00 140,00 3 20,00 60,00 
Total 5 - 110,00 12 250,00 3 20,00 60,00 
 
Lançamentos: 
 No dia 01/02/2018 transporta o saldo final de 31/12/2017 como saldo inicial, 
diretamente na coluna de saldo. 
 No dia 22/01/2018, dá entrada por compra de 5 unidades à um custo unitário de 
$22,00, totalizando $110,00. Na sequência ajusta o saldo, respeitando o custo 
unitário de cada compra. 
 No dia 23/01/2018, registra a baixa dos estoques de 12 unidades por venda, 
considerando o critério de último que entra, primeiro que sai, com seus 
respectivos custos unitários: 
o 5 unidades de $22,00, totalizando um valor de $110,00, zerando o 
estoque da compra do dia 22/01/2018, já que está foi a última compra. 
o Na sequência baixa 7 unidades ao custo de $20,00, totalizando $140,00, 
zerando o estoque inicial transportado do dia 31/12/2017. 
o Assim, restam 3 unidades como estoque final, com custo unitário de 
$20,00. 
 
Neste exemplo, calculando os estoques pelo critério do UEPS, respeitando a 
ordem, ultimo que entra primeiro que sai, temos: 
 Custo do produto vendido: $250,00 
 Saldo final na conta estoques: $ 60,00 
 
E por último temos o critério o custo médio, ou média ponderada, neste método 
dos custos unitários serão calculados pela média ( valor total dividido pela quantidade) 
MÉDIA PONDERADA MÓVEL 
Data Descrição 
ENTRADA SAÍDA SALDO 
Qtde 
 Preço 
Unitário 
Total Qtde 
Preço 
Unitário 
Total Qtde 
Preço 
Unitário 
 Total 
31/12/2017 Saldo inicial 10 20,00 200,00 
22/01/2018 Compra 5 22,00 110,00 15 20,67 310,00 
23/01/2018 Venda 12 20,67 248,00 3 20,67 62,00 
 
 
 
13 
Total Saldo final - 110,00 12 248,00 3 20,67 62,00 
 
 Com o uso da Média Ponderada móvel, sempre que houver aquisição de matéria 
prima ou produto, os custos unitários serão recalculados na coluna de saldo para ajustar 
o novo custo. 
Lançamentos: 
 Dia 22/01/2018 a empresa adquiriu matéria-prima, 5 unidades a um custo de 
$22,00 totalizando $110,00. Como já havia um saldo inicial de 10 unidades a 
um custo de $20,00 totalizando $200,00 e os custos unitário são diferentes, 
calcula-se o novo custo unitário. 
 Soma os valores totais: $200,00 do saldo inicial, mais (+) 110,00 da nova 
compra, tem agora um saldo total de $310,00, na sequencia soma-se as 
quantidades 10 unidades do saldo inicial mais (+) as 5 unidades da nova 
compra, tem-se agora em estoque 15 unidades em estoques. Para calcular o 
novo custo unitário, utiliza-se o valor total dos estoques de $310 e divide pelas 
unidades totais em estoques, 15, logo teremos um novo custo unitário de 
$20,67. 
 Venda: na sequência teremosa baixa por venda 12 unidades, estas unidades, 
serão baixadas da conta estoques agora pelo novo custo unitário de $20,67 
calculado. 
Assim neste método, teremos: 
 Custo do produto vendido: $248,00 
 Saldo final na conta estoques: $ 62,00 
 
 
 
Comparando os três critérios teremos: 
Tabela 2. Comparação dos três critérios de Avalição de estoques 
PEPS UEPS Média Ponderada Móvel 
VENDAS 360,00 VENDAS 360,00 VENDAS 360,00 
(-) CMV 244,00 (-) CMV 250,00 (-) CMV 248,00 
LUCRO 116,00 LUCRO 110,00 LUCRO 112,00 
Estoque final: 66,00 Estoque final: 60,00 Estoque final: 62,00 
 
Em síntese: 
 O método PEPS subavalia o CMV e superavalia o estoque final 
 O método UEPS superavalia o CMV e subavalia o estoque final. Não é aceito 
pela legislação do imposto de renda, pois reduz o lucro tributável. 
 O método do custo médio ponderado mantém, o custo da mercadoria vendida e 
saldo de estoque final entre os valores obtidos nos critérios PEPS E UEPS. 
 
 
14 
 O lucro maior ou menor será temporário, sendo condicionado a existência de 
saldo final de estoques. 
 Portanto, se a empresa vender todo o estoque, independente do critério 
adotado, o resultado será igual em qualquer um dos critérios adotados. 
(Maher, 2001; Martins, 2010; Crepaldi, 2012) 
 
TEMA 3 – MÉTODO DE CUSTEIO: ABSORÇÃO 
 Os métodos de custeio representam um elemento essencial para a contabilidade 
de custos. O custeio permite identificar a estrutura de custo da empresa, os custos mais 
relevantes e quais custos irão compor o custo unitário de um produto ou serviço e quais 
serão considerados como despesa do período. 
Os métodos mais conhecidos que serão abordados nesta aula são: Custeio por 
absorção, Custeio variável e Custeio por atividades. 
 
3.1 Método de custeio por absorção 
O custeio por absorção, é um método de contabilização de todos os custos de 
produção aos produtos e serviços, levando em consideração as características da 
contabilidade de custos (Martins, 2010). Neste método, os custos vão para os ativos 
em forma de produtos e só podem ser considerados como despesa, mediante venda do 
produto. 
Logo, para o cálculo do custo de um produto, são considerados todos os custos 
de produção, sejam eles, direto, indireto, fixo e variáveis. A despesas são consideradas 
como despesas do período e são confrontadas com as receitas e evidenciadas no 
relatório de demonstração de resultados. 
 
4.1 Esquema básico da contabilidade de custos 
O esquema básico para o cálculo do custo de bum produto consiste em: 
1. Separação dos custos diretos e indiretos e despesas 
2. Apropriar custos diretos aos produtos, para os custos indiretos devem ser 
selecionar a critério de rateio. 
3. Alocar por meio de rateio os custos indiretos aos produtos. 
 
A figura 4 representa o esquema básico do método de custeio por absorção. 
 
 
15 
 
Figura 4. Esquema básico da contabilidade de Custos. 
Conforme exposto na figura 4, observa-se que as despesas do período vão direto 
para resultado, enquanto que os custos são distribuídos aos produtos e 
estocados, e somente no momento da venda são baixados como custos dos 
produtos vendidos (CPV) para o resultado. 
 
O método de custeio absorção fornece as seguintes informações gerenciais de 
acordo com Crepaldi (2012): 
 Melhor valoração dos estoques, que absorvem custos fixos e variáveis; 
 Apuração do custo de produção somente após o rateio dos custos 
indiretos; 
 Os custos fixos totais independem de oscilações do volume fabricado; 
 Todos os custos são aplicados a todos os produtos, sendo apropriados 
ao resultado quando da venda do respectivo produto; 
 Para usuário externo, que observa a demonstração do resultado, sugere 
a divisão da empresa em dias partes, a fábrica e a atividade comercial e 
administrativa; 
 Atende a legislação fiscal e deve ser usado, quando a empresa busca o 
uso do sistema de custos integrado a contabilidade; 
 
 
16 
 Permite a apuração do custo por centros de custos, visto que sua 
aplicação exige a organização contábil direcionada a este sentido. 
 
NA PRÁTICA 
Exercício exemplo: A empresa Forquilhinha Ltda, produz um único produto, 
estantes em madeiras maciça. Em determinado período produziu 5.000 e vendeu 4.500 
unidades por um preço de venda de $35,00. No mês de março de 2018 apurou os 
seguintes gastos: 
Gastos $ 
Matéria prima 80.000 
Mão-de-Obra direta 50.000 
Aluguel da fabrica 8.000 
Depreciação das máquinas 2.000 
Salários do supervisor da fábrica 5.000 
Salário do departamento pessoal 4.000 
Comissão dos Vendedores 5.400 
 
Pede, calcular o custo unitário, saldo de estoques e elaborar a demonstração de 
resultado pelo método de custeio por absorção> 
- 1º Passo – Consiste em separar custos de produção diretos e indiretos e despesas 
Custos Direto 
Matéria prima 80.000 
Mão-de-Obra direta 50.000 
Total 130.000 
 
Custos Indiretos 
Aluguel da fabrica 8.000 
Depreciação das máquinas 2.000 
Salários do supervisor da fábrica 5.000 
Total 15.000 
 
Despesas 
Salário do departamento pessoal 4.000 
Comissão Vendedores 5.400 
Total 9.400 
 
 
2º Passo - Apropriar os custos ao produto: 
MAPA DE APROPRIAÇÃO DE CUSTOS 
 Estante 
Custos Diretos 
Matéria prima 80.000 
Mão-de-Obra direta 50.000 
Total dos custos diretos 130.000 
Custos Indiretos 
Aluguel da fabrica 8.000 
 
 
17 
Depreciação das máquinas 2.000 
Salários do supervisor da fábrica 5.000 
Total dos custos indiretos 15.000 
Custo total de produção 145.000 
Unidades produzidas 5.000 
Custo unitário R$ 29,00 
 
Calculo do estoques (saldo) 
Unidades produzidas 5.000 
Vendas (unidades) 4.500 
Saldo final do estoques em unidades (5.000-4500) 500 
Custo unitário $29,00 
Saldo final de estoques ($) (500x$29,00) $ 14.500,00 
 
3º Passo – Apurar o resultado do período 
Apuração do Resultado 
Receita de Vendas (4500 unidade X $35) 157.500 
Custo do produto Vendido (4500 unidades X 29,00) 130.500 
Lucro Bruto 27.000 
(-) Despesas administrativas 
Salário do Departamento Pessoal 4.000 
Comissão dos vendedores 5.400 
Lucro do Período 17.600 
 
TEMA 4 – MÉTODO DE CUSTEIO: VARIÁVEL 
Diferentemente do método de custeio por absorção que absorve todos os custos 
de produção para formar o custo de um produto ou serviço, o método de custeio 
variável considera como custos dos produtos e serviços apenas os custos variáveis 
de produção (Maher, 2001; Martins, 2010). 
Figura 5. Fluxo de Recursos no Custeio Variável 
 
 
E os custos fixos? Se não fazem parte do custo do produto, como são tratados? 
Conforme exposto na figura 5, os custos fixos no método de custeio variável são 
considerados como custos do período. 
Para melhor entender, vamos analisar a natureza dos custos fixos: 
1. São custos de estrutura, fazem parte da capacidade produtiva instalada 
da empresa, ou seja eles existem independente do volume ou nível de 
Materiais diretos, mão de 
obra direta, gastos gerais 
de fabricação
Processo Produtivo
Custo Fixo Resultado do Período
Custo variável Estoques
 
 
18 
atividade, assimse a empresa não produzir e vender em determinado 
período, eles continuam sendo uma obrigação. 
2. Por não serem passíveis de serem atribuídos diretamente ao custo de 
um produto ou serviço, são na maioria das vezes alocados ao produto 
com base em critérios de rateios arbitrados pela empresa. 
3. O custo fixo por unidade se altera de conforme o volume de produção do. 
Por exemplo: o custo fixo total em relação as unidades produzidas não 
se alteram, no entanto quanto maior o volume de produção, menor é o 
custo fixo por unidade, veja exemplo, na tabela 3 abaixo: 
Tabela 3. Comportamento do Custo Fixo unitário em relação ao volume de produção. 
Custos fixo Total Unidades Produzidas Custo fixo unitário 
30.000,00 1 30.000,00 
30.000,00 100 300,00 
30.000,00 200 150,00 
30.000,00 300 100,00 
30.000,00 500 60,00 
 
Portanto, no custeio variável, os custos fixos (diretos ou indiretos) são 
considerados como custo do período, recebendo o mesmo tratamento que as 
despesas fixas, ou seja lançado diretamente no resultado contra as receitas. 
Assim, no método de custeio variável, o custo unitário do produto, só recebe 
custos variáveis (matéria-prima, mão de obra, etc.), portanto, o saldo final da conta 
estoques e os custo do produto vendido serão valorados apenas por custos variáveis 
de produção. 
 
Importante: 
O método de custeio variável, muitas vezes é confundido com o método de 
custeio direto, para esclarecer, é importante voltar e analisar as classificações e o 
comportamento dos custos. Os custos diretos, são custos que podem ser identificados 
diretamente no produto ou serviço, e os custos variáveis possui a característica de 
alterar-se proporcionalmente ao volume de produção. 
Por exemplo: o custo de matéria prima pode ser classificado como um custo 
direto e variável. Entretanto, os custos indiretos podem ser, tanto fixos quanto variáveis, 
deste modo, no custeio variável, apenas os custos (diretos ou indiretos) que variam 
de acordo com o volume de produção compõem o custo do produto. 
Já no método de custeio direto, apropria-se ao custo do produto, apenas 
custos que podem ser identificados diretamente no produto ou serviços. 
Portanto: Método de Custeio Variável e Custeio Direto, não são sinônimos. 
 
4.1 Demonstração do resultado no Custeio Variável 
 
 
19 
O custeio variável, do ponto de vista gerencial tem mais condições de propiciar 
informações vitais para tomada de decisão. De acordo com Maher (2001) é importante 
que o gestor de custos, conheça todos os custos de operação do negócio (custos fixos 
e variáveis), para que possa estabelecer preços de venda e estimar os custos que se 
alteram com a produção. 
Para Martins (2010), a mensuração do resultado neste critério, ou seja, o 
tratamento contábil dado os custos fixos, reconhecendo-os como custos do período 
como se fossem despesas, se devem ao fato de serem, via de regra ou quase sempre 
repetitivos. Desse modo, elimina a arbitrariedade na formação do custo unitário do 
produto ou serviço. Os formatos tradicionais de demonstração do resultado, não se 
prestam à apresentação de informações obtidas com o custeio variável, porque não 
separam os custos fixos dos variáveis (Maher, 2001). 
A demonstração do resultado neste método de custeio é elaboração no formato 
de margem de contribuição. A Margem de Contribuição, é o resultado da subtração 
Receitas de Vendas menos os custos variáveis, neste modelo, permite aos gestores 
identificar quanto cada produto contribui para cobrir os custos e despesas fixas da 
empresa e gerar lucro. 
Demonstração do resultado 
Receita de vendas 
(-) Custos variáveis (CPV) 
(-) Despesas variáveis 
(=) Margem de Contribuição 
(-) Custos fixos 
(-) despesas fixas 
(=) Lucro Operacional 
 
Do ponto de vista da margem de contribuição as despesas podem ser 
classificadas em fixas e variáveis. Portanto, para a formação da margem de 
contribuição, considera-se custos e despesas variáveis que variam no total em 
proporção direta ao volume de atividades, desde que seu valores unitários permaneçam 
constante e possam ser apropriados com precisão (Crepaldi, 2012). 
Sendo assim, para o cálculo da margem e contribuição, considera-se: 
 Os custos dos produtos vendidos - composto por custos variáveis de 
produção. 
 Despesas variáveis – despesas que variam proporcionalmente ao 
volume de vendas, por exemplo: despesas de frete, comissão dos 
vendedores, etc. 
Vantagens: 
 O formato da margem de contribuição, permite observar quais os custos 
variam de acordo com o volume produzido, fornecendo informações relevantes, para a 
formação de preço de venda, além de evidenciar o impacto do custo fixo na estrutura 
da empresa e os efeitos no lucro da empresa (Maher, 2001). 
 
Desvantagens: 
 
 
20 
 O Custeio variável, fere os princípios contábeis: Regime de Competência e 
Confrontação das Receitas, pois considera os custos fixos como custos do 
período e não os reconhece no custo do produto que fica em estoque. De acordo 
com Martins (2010) deve-se, “apropriar as receitas e deduzir delas todos os 
sacrifícios envolvidos para sua obtenção”. 
 
No entanto, nada impede que a empresa utilize o custeio variável para tomada de 
decisão e para atender a legislação, ajuste o custos para o custeio por absorção. 
 
NA PRÁTICA 
Exercício exemplo: A empresa Forquilhinha Ltda, produz um único produto, 
estantes em madeiras maciça. Em determinado período produziu 5.000 e vendeu 4.500 
unidades por um preço de venda de $35,00. No mês de março de 2018 apurou os 
seguintes gastos: 
Gastos 
Custos variáveis $ 
Matéria prima 16,0 por unidade 
Mão-de-Obra direta 10,0 por unidade 
Comissão por unidades vendidas 1,2 por unidade 
Custos e despesas 
Aluguel da fabrica 8.000 período 
Depreciação das máquinas 2.000 período 
Salários do supervisor da fábrica 5.000 período 
 
Pede-se calcular o custo unitário e elaborar a demonstração do resultado do período no 
formato de margem de contribuição: 
Calculando o custo total de produção e o custo unitário: 
Custos variáveis Custo unitário ($) Unidades produzidas Custo Total ($) 
Matéria prima 16,0 5.000 80.000 
Mão-de-Obra direta 10,0 5.000 50.000 
Custo total de produção 26,0 130.000 
 
Cálculo dos estoques: 
Quantidade produzida 5000 
Quantidade vendida 4500 
(=) Saldo final de estoques em unidades 500 
Custo Unitário (500x26,00) 26,00 
Saldo final de produtos em estoques 13.000 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
Demonstração do Resultado - Custeio variável 
 $ 
Receitas de Vendas (4500 unidade X $35) 157.500 
Custo do produto Vendido (4500 unidades X 26,00) 117.000 
(-) Despesas Variáveis (4500x1,20) 5.400 
(=) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 35.100 
Custo fixo 
Aluguel da fabrica 8.000 
Depreciação das máquinas 2.000 
Salários do supervisor da fábrica 5.000 
Despesas Fixa 
Salário do Departamento pessoal 4.000 
Lucro do período 16.100 
 
Utilizando o mesmo exercício nos métodos de custeio por Absorção e variável foi 
possível verificar: 
Custos Custeio por 
Absorção 
Custeio 
Variável 
Diferença 
Custo total de produção 145.000 130.000 
Custo unitário 29,00 26,00 
Lucro do período 17.600 16.100 1.500 
Saldo final de produtos acabados ($) 14.500 13.000 1.500 
 
Ao compararmos os dois métodos de custeio, pode se analisar claramente que 
a diferença encontrada, corresponde ao tratamento dado aoscustos fixo, veja, a soma 
total dos custos fixos do período, correspondem a $15.000 ao dividirmos pela 
quantidade produzida 5.000 unidades, teremos um custo fixo unitário de $3,00, ao 
multiplicarmos este valor pela quantidade que sobrou no estoque - 500 unidades, 
teremos o montante de $1.500 que corresponde exatamente a diferença evidenciada 
no cálculo comparativo entre lucro e o saldo na conta estoques.. 
 
 TEMA 5 – MÉTODO DE CUSTEIO: CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES 
O método de custeio ABC, conhecido como Activity-Based Costing - Custeio 
baseado em atividades - é uma abordagem de custeio contemporâneo, decorrente dos 
avanços tecnológicos e metodológicos dos últimos anos. Surgiu da necessidade do 
aumento da qualidade, da economia de tempo e redução de custos das empresas, que 
buscam maximizar seus resultados e manter-se competitivas no mercado (Crepaldi, 
2012). 
“O ABC é um sistema de Custeio baseado nas atividades significativas da 
empresa, parte da premissa de que são as atividades que consomem recursos e não 
os produtos, que provocam o consumo de recursos, e estas atividades, conforme são 
requeridas, é que formaram os custos dos produtos” (Crepaldi, 2012). Para Martins 
(2010) o ABC é um método que busca reduzir sensivelmente as distorções provocadas 
pelos rateios arbitrários dos custos indiretos. 
 
 
22 
Assim, o custeio baseado em atividades é um método de custeio em que 
os custos inicialmente são atribuídos as atividades e depois aos produtos, com 
base no consumo de atividades pelo produto. 
 Uma atividade é caracterizada por uma tarefa realizada para fabricar ou 
entregar um produto ou serviço. 
 
Conceitualmente: O custeio baseado em atividades, baseia no pressuposto 
que os produtos consomem atividades e atividades consomem recursos. 
 
Portanto no método de custeio por atividades, as atividades são o foco do 
processo de custeio. 
 Os custos são investigados, relacionando-se as atividades aos produtos, 
com base no consumo de tais atividades pelo produto durante o processo 
de produção. 
 Portanto, as bases de alocação usadas no custeio baseado na atividade 
são medições das atividades executadas que podem incluir: horas do 
tempo de ajuste de máquina, número de requisições. 
 
5.1 Identificação das Atividades que utilizam recursos 
Um dos maiores desafios no método de custeio por atividades é a identificação 
das atividades que consomem recursos, pois isso exige o entendimento das atividades 
necessárias a fabricação do produto ou serviço. Como exemplo, vamos imaginar as 
atividades envolvidas na produção de um produto simples, como uma pizza (emissão 
do pedido, recebimento, inspeção dos materiais, preparação da massa, colocação dos 
ingredientes, cozimento e assim por diante). Se, para a elaboração desse produto mais 
simples, diversas atividades são realizadas, agora imagine a produção de um produto 
completo, como um automóvel por exemplo. 
Portanto, para aplicar o método de custeio por atividades, é necessário levantar 
todas as atividades relevantes que agregam valor aos produtos e na sequencia elaborar 
Recursos
• Consomem 
Recursos
Atividades
•Consomem as 
atividades
Produtos
 
 
23 
indicadores de custo, para atribuir os custos ao produto ou serviço, veja alguns 
exemplos no quadro 1. 
 
Quadro 2. Levantamento de atividades relevantes 
Departamentos Atividades 
Compras Comprar materiais 
Desenvolver atividades 
Almoxarifado Receber materiais 
Movimentar materiais 
Administração da Produção Programar produção 
Controlar produção 
Corte e Costura Cortar 
Costurar 
Acabamento Acabar 
Despachar produtos 
Fonte: Martins (2010) 
Os indicadores de custos, conhecidos como cost drivers, determinam o custo 
de uma atividade, ou seja, é o fator que causa – que “determina” – os custos de uma 
atividade. Os direcionadores de custos são: 
 Direcionadores de custos de recursos - Identifica a maneira como as 
atividades consomem recursos e serve para custear as atividades, ou 
seja, demonstra a relação entre os recursos gastos e as atividades (Martins, 
2010). 
 Direcionadores de custos de atividades – Identifica como os produtos 
consomem as atividades e serve para custear produtos, indica a relação 
entre as atividades e os produtos (Martins, 2010). 
 
Assim, após o levantamento das atividades relevantes, é preciso identificar os 
direcionadores das atividades, para atribuir os custos dos recursos as atividades. 
Quadro 2. Levantamento de atividades relevantes e direcionadores 
Departamentos Atividades Direcionadores 
Compras Comprar materiais 
Desenvolver fornecedores 
Nº de pedidos 
Nº de fornecedores 
Almoxarifado Receber materiais 
Movimentar materiais 
Nº de recebimentos 
Nº de requisições 
Administração da Produção Programar produção 
Controlar produção 
Nº de produtos 
Nº de lotes 
Corte e Costura Cortar 
Costurar 
Tempo de corte 
Tempo de costura 
Acabamento Acabar 
Despachar produtos 
Tempo de acabamento 
Tempo de despacho 
Fonte: Martins (2010) 
5.2 Vantagens do Custeio por Atividades 
O Sistema de Custeio Baseado em Atividades (ABC) busca: 
 Diminuir o desperdício e aumentar a produtividade; 
 Tornar a empresa mais organizada; 
 
 
24 
 Reduzir os custos sem queda na produção; 
 Implementar o programa de qualidade total sem impacto na linha 
operacional; 
 Implementar um sistema de pagamento por desempenho; e 
 Elaborar um orçamento baseado no desempenho. 
 
NA PRÁTICA 
A empresa Só na Beca S/A, produz e comercializa dois produtos principais: 
Calças Jeans e Camisas Jeans, no mês analisado foram produzidos e vendidos as 
seguintes unidades: 
Dados produção/vendas Calça Jeans Camisas Jeans 
Produção (em unidades 6.000 2.000 
Vendas (em unidades) 6.000 2.000 
Preço de venda unitário ($) 40,00 150,00 
 
E identificados os seguintes custos diretos: 
Custos diretos Calça Jeans Camisas Jeans 
Materiais Diretos 10,00 13,00 
Mão-de-obra Direta 5,00 4,00 
 
As atividade relevante no período foram: 
Atividades Total $ 
Conferir material direto 30.000 
Armazenar material direto 25.000 
Controlar estoque 20.000 
Operar máquinas e manutenção 75.000 
Engenharia de processos 100.000 
Total 250.000 
 
As atividades foram relacionadas com os seguintes indicadores de custos 
Direcionadores de Custos Calça Jeans Camisas Jeans 
Número de lotes conferidos, 
armazenados e controlados 4 12 
Números de horas máquinas 4.000 7.000 
Tempo de engenharia de processos 20% 80% 
 
Pede-se para apropriar os custos aos produtos usando o método de custeio 
ABC, e calcular, o custo total de produção por produto e o custo unitário. 
Resolução: 
 - Os custos diretos, foram distribuídos foram atribuídos diretamente aos produtos, 
calculado os custos unitários versus o volume de unidades produzidas; 
 - Os custos indiretos alocados em cada Atividade foram distribuídos de acordo com o 
consumo de recursos pelas atividades: 
 
 
25 
 Assim, os custos das atividades de Conferir material direto, Armazenar material 
direto e Controlar estoque, foram distribuídas proporcionalmente aos lotes 
identificados: 
Direcionadores de Custos Calça Jeans Camisas Jeans Total 
Número de lotes conferidos, 
armazenados e controlados 
4 12 16 
PROPORÇÃO DE CONSUMO 
DAS ATIVIDADES 
4/16X100= 25% 12/16X100=75% 100% 
Conferir material direto (30.000X25%)= 7.500,00 (30.000X75%) = 22.500,00 30.000 
Armazenar material direto (25.000 X 25%) 6.250,00 (25.000X 75%) 18.750,00 25.000 
Controlar estoque (20.000X25%)= 5.000,00 (20.000X75%) 15.000,00 20.000 
 Os custos da atividade de Operar máquinas, foram distribuídosaos produtos 
de acordo com direcionado: 
Direcionadores de Custos Calça Jeans Camisas Jeans 
Números de horas máquinas 4.000 7.000 11.000 
PROPORÇÃO DE CONSUMO 
DAS ATIVIDADES 
4.000/11.000x100=36% 7.000/11.000x100= 64% 
Operar máquinas e 
manutenção 
(75.000x36%)= 27.000,00 (75.000X64%)= 48.000,00 75.000 
 
 E por último, o custo da atividade engenharia de processos, foram distribuídos 
proporciona ao % utilizado deste recurso, o direcionador tempo de engenharia 
de processo. 
Direcionadores de Custos Calça Jeans Camisas Jeans Total 
Tempo de engenharia de processos 20% 80% 100% 
PROPORÇÃO DE CONSUMO DAS 
ATIVIDADES 
 
Engenharia de processos (100.000x20%)=20.000 (100.000x80%) =80.000,00 100.000 
 
O mapa de apropriação, apresenta todos os custos atribuídos aos produtos: 
Etapa 1. Atribuição dos custos diretos, distribuídos acordo com as medidas de 
consumo. 
Etapa 2. A distribuição dos custos das atividades segundo os critérios 
estabelecidos pelos direcionadores de custos, calculados acima 
Etapa 3. Atribuição dos custos aos produtos, conforme apresenta o mapa de 
apropriação abaixo: 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
MAPA DE APROPRIAÇÃO DE CUSTOS ABC 
Custos Diretos (CD) Calça Jeans Camisas Jeans Total 
Materiais Diretos (6.000X 10,00) 60.000,00 (2.000x13,00) 26.000,00 86.000,00 
Mão-de-obra Direta (6.000x5,00) 30.000,00 (2.000x4,00) 8.000,00 38.000,00 
Total dos Custos diretos 90.000,00 34.000,00 124.000,00 
 
Custos Indiretos (CI) 
Conferir material direto 25% 7.500,00 75% 22.500,00 30.000 
Armazenar material direto 25% 6.250,00 75% 18.750,00 25.000 
Controlar estoque 25% 5.000,00 75% 15.000,00 20.000 
Operar máquinas e manutenção 36% 27.000,00 64% 48.000,00 75.000 
Engenharia de processos 20% 20.000,00 80% 80.000,00 100.000 
Total dos Custos Indiretos 65.750,00 184.250,00 250.000 
CUSTO TOTAL DE PRODUÇÃO (CD+CI) 155.750,00 - 218.250,00 374.000,00 
Unidades produzidas 6.000 2.000 
CUSTO UNITÁRIO 25,96 109,13 
Unidade vendidas 6.000 2.000 
Custo do Produto Vendido (6.000X25,96) 155.750,00 (2.000x109,13) 218.250,00 374.000,00 
 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO PERIODO 
 Calça Jeans Camisas Jeans Total 
Vendas (6.000x40) 240.000,00 (2.000x130,00) 260.000,00 500.000,00 
(-) Custo do Produto Vendido (6.000*25,96) 155.750,00 (2.000x109,13) 218.250,00 374.000,00 
(=) Lucro bruto 84.250,00 41.750,00 126.000,00 
 
Assim, os custos totais de produção são apresentados, $155.750 para calça, 
para a produção de 6.000 unidades, o custo unitário de $25,96 e para camisa, o custo 
total de produção: $ 218.250 para produção de 2.000 unidades o custo unitário fica em 
$109,13. 
Para melhor compreensão sugere-se sempre comparar os resultados com os 
outros métodos de custeio. 
 
 
 
 
27 
TROCANDO IDEIAS (fórum ou wiki) 
 
FINALIZANDO 
 Na aula de hoje aprendemos sobre as terminologias e classificações 
básicos de Contabilidade de Custos 
 Vimos também os sistemas de inventários de estoque e os critérios de 
valoração dos estoques. 
 Por fim, estudamos os principais métodos de custeio: Absorção, Variável 
e ABC. 
 
 
REFERÊNCIAS 
BRUNI, A. L.; FAMA, R. Gestão de custos e formação de preços: com aplicações 
na calculadora HP 12C e Excel . Editora Atlas SA, 2012. 
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade gerencial: teoria e prática . Editora Atlas 
SA, 2012. 
HANSEN, D. R.; MOWEN, M. M.; TAYLOR, R. B.. Gestão de custos: contabilidade e controle. 
2001. 
HORNGREN, C.T.; DATAR, S.M.; FOSTER, G. Contabilidade de Custos: uma 
abordagem gerencial. Tradução Robert Brian Taylor. 2004. 
MAHER, M. Contabilidade de custos: criando valor para a administração. São 
Paulo: Atlas, 2001. 
MARTINS, E. Contabilidade de custos. São Paulo. Atlas, 2010.

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