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AULA+ DIREITO INTERNACIONAL Prof.ª Dra. Ana Luiza Gama Aula 7: Tratados Internacionais I Caderno: Aula 5 e 6 (primeira parte) DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Aula 4 – Caso 2 Paolo, italiano, líder de uma organização extremista que fazia oposição ao governo da Itália na década de 70, foi condenado por quatro homicídios ocorridos entre 1978 e 1979 e condenado à prisão perpétua. O julgamento terminou em 1993, mas o ex-ativista nunca cumpriu a pena que lhe foi imposta, fugindo para a França, onde viveu até 2004, quando o então presidente francês, Jacques Chirac, se posicionou favorável à extradição. Paolo, fugindo novamente e desta vez para o Brasil, foi preso a pedido do governo Italiano que solicita ao governo brasileiro a “entrega” de Paolo para que possa ele cumprir a pena que lhe foi imposta. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Neste ínterim, Paolo solicita a concessão do status de refugiado, o que foi negado pelo Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), sob o argumento que não é possível comprovar a alegada perseguição política, mas concedido unilateralmente pelo Ministro da Justiça. Neste contexto, responda: Qual seria a medida de saída compulsória cabível à hipótese? Justifique. A medida poderia ser concedida? Justifique com base nos requisitos para sua concessão. Se concedida a extradição, pode o Presidente da República se negar a efetivar a entrega de Paolo? DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Sugestão de resposta: 1) A medida é extradição. Apontar o conceito e justificar o cabimento desta medida de saída compulsória no caso. 2) Verificar o requisitos para a concessão da medida, segundo os dados apresentados no caso. (Art. 77 da lei 6815/80) 3) Tratar da natureza discricionária da extradição como ato de Estado. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 O direito dos Tratados DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 5 Importância como fonte de DI Essencial: consentimento Fonte de obrigação. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 6 Conceitos de Tratado na doutrina Hildebrando Acciolly: “ato jurídico por meio do qual se manifesta o acordo de vontade entre duas ou mais pessoas internacionais.” DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 “Acordo formal concluído entre sujeitos de DIP e destinado a produzir efeitos jurídicos.” (Francisco Rezek) DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 “É uma manifestação de vontades concordantes, imputável a dois ou mais sujeitos de direito internacional e destinada a produzir efeitos jurídicos, segundo as regras de DI. “ (Reuter) DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Convenção de Viena sobre Tratados de 1969 (CVT) “Art. 2º: acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexo, qualquer que seja sua denominação específica.” DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Conceito em sentido lato (incluiria os acordo em forma simplificada) Celebrado pelo Estado e outras Pessoas Internacionais: Art. 3º da CVT - A Corte Internacional de Justiça admitiu que a noção de tratado compreende também os Acordos entre Estados e Organizações Internacionais dotadas de personalidade jurídica. (Caso do Mandato sobre a África do Sul Ocidental) DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Forma DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Escrita: C.V.T. Não escrita: aceitação pela doutrina e adotado pela Comissão de Direito Internacional da ONU. (Exemplo: notas diplomáticas confirmando acordos verbais anteriores). DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 O problema da terminologia: Convenção, Acordo, Pacto, Ato, Estatuto? DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Celso Mello: imprecisa Guido Fernando da Silva Soares: irrelevante. - “Na verdade, a denominação dos tratados é irrelevante para a denominação de seus efeitos ou de sua eficácia. A prática tem demonstrado que os Estados não atribuem qualquer consequência jurídica a tal ou qual denominação dos atos bilaterais ou multilaterais internacionais...” DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Forma Escrita: CVT Não escrita: aceitação pela doutrina e adotado pela Comissão de DI da ONU. (Exemplo: notas diplomáticas confirmando acordos verbais anteriores). DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Tratado: termo genérico que identifica os acordos solenes; Convenção: normas gerais; Declaração: princípios jurídicos ou “afirmam uma prática política comum”; Ato: estabelece regras de direito. No entanto, existem atos que por não produzirem efeitos jurídicos obrigatórios não são tratados, mas têm caráter normativo no sentido político (Ata de Helsinki e Ato Geral de Berlim). DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Pacto: é tratado solene; Estatuto: trados coletivos que normalmente estabelecem normas para os Tribunais Internacionais (Estatuto da CIJ , da CIDH e outros); Protocolo: pode significar a ata de uma conferência ou protocolo-acordo, que é verdadeiro tratado e que é utilizado como suplemento de um tratado já existente. (Tratado de Assunção e Protocolo de Outro Preto); Acordo: cunho econômico, financeiro, comercial e cultural; Acordo de forma simplificada (acordos executivos): não são submetidos ao poder legislativos para aprovação, sendo finalizados pelo poder executivo. Muitas vezes realizados por troca de notas; DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Classificação dos Tratados (segundo a maioria da doutrina) DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 1. Quanto ao número de partes contratantes (Formal): DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 - Bilateral: duas partes; - Multilateral: mais de duas partes; DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Título do Acordo Assunto Data de Entrada em vigor(no Brasil) Situação Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Popular da China sobre a Facilitação da Concessão de Vistos para Homens de Negócios Vistos Vigente Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da Comunidade de Dominica sobre a Isenção Parcial de Vistos Vistos Em Tramitacao Troca de Notas assinadas entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da Jamaica sobre Ampliação do Prazo de Vistos de Multipla Entrada Privilégios e Imunidades Vigente DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Título do Acordo Assunto Data de Entrada em vigor(no Brasil) Situação Emendas à Convenção para a Facilitação do Tráfego Marítimo Internacional [Resolução FAL 8(32)] IMO (Organização Marítima Internacional) 1/ 1/2006 Vigente Acordo Multilateral de Seguridade Social do Mercado Comum do Sul e seu Regulamento Administrativo - Dec. nº 19/97 Mercosul 1/ 6/2005 Vigente Anexo ao Protocolo de Defesa da Concorrência do Mercosul, assinado em 7/12/96 - Dec. nº 02/97 Mercosul Nao Vigente DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Título do Acordo Assunto Estados-parte Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados Direito dos Tratados Argentina Armenia Australia Austria Barbados …Bolivia (Plurinational State of) Bosnia and Herzegovina Brazil … Trinidad and Tobago Tunisia Turkmenistan Ukraine United Kingdom of Great Britain and Northern Ireland United Republic of Tanzania United States of America Uruguay Uzbekistan Viet Nam Zambia 144 Estados-parte DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 24 2. Quanto à natureza jurídica do ato: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Tratados-contratos Tratados-leis ou Tratados-normativos Tratados-constituição DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Tratados-contratos interesses recíprocos dos Estados. Celso Mello: Situações jurídicas subjetivas. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Tratados-leis ou Tratados-normativos - Geralmente celebrado entre muitos Estados; Tem como objetivo de criar normas jurídicas de DIP; - Manifestação da vontade coletiva. - Geralmente com cláusula de adesão.Exemplos: Convenção de Viena sobre Tratados. Convenção de Viena sobre Comercio Internacional DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Brasil e China fecham acordos financeiros, de infraestrutura e aviação Entre os acordos assinados estão linhas de crédito de 7,5 bilhões de dólares para a Vale e a compra de 60 aviões de passageiros da Embraer Exemplos de Tratados normativos Convenção de Viena sobre Tratados (1969) Convenção de Viena sobre Comercio Internacional (1980) Convenção Interamericana contra a Fabricação e o Tráfico Ilícito de Armas de Fogo, Munições, Explosivos e outros Materiais Correlatos (1997) DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 29 Tratados-constituição Tem como finalidade institucionalizar um processo internacional de um ente que possua órgãos e poderes próprios e vontade independente dos Estados que a originaram. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Celso Mello: na aplicação ao caso concreto, torna-se difícil fazer a separação. Accioly: Esta é a classificação mais importante. É possível que um tratado contenha as duas disposições. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 3. Quanto à possibilidade de participação de outros Estados: Abertos: possuem cláusula de adesão e assim outros sujeitos de DI podem fazer parte (lois uniforme). Fechados: não contém cláusula de adesão e assim só inclui as partes contratantes. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Artigo 83 da Convenção de Viena sobre Tratados Adesão A presente Convenção permanecerá aberta à adesão de todo Estado pertencente a qualquer das categorias mencionadas no artigo 81. Os instrumentos de adesão serão depositados junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Guido Soares apresenta outra classificação: 4. Quanto ao modo de sua entrada em vigor: -Em devida forma: completam todas as fases -Em forma simplificada (acordo executivo): vigor no momento da assinatura (*) DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Guido Soares apresenta espécies de tratados multilaterais (soft law) que ainda não encontram definição positivada Vem sendo sustentada a necessidade de tratados mais flexíveis, menos imutáveis diante do tempo /avanços da ciência e da tecnologia e que não ficassem restritos aos procedimentos lentos de negociação dos tratados formais. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Umbrella-treaty (tratado guarda-chuva) “tratado amplo, de grande linhas normativas, sob cuja sombra outros tratados se encontram e que, em princípio, ou foram elaborados em complementação aos dispositivos daquele, ou foram assinados entre alguns Estados-membros daquele mais geral, com objetivos especiais por ele permitidos.” Tratado da Antártica que possui vários protocolos sob sua sombra (sistema da Antártica) - DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Tratado da Antarctica (Conferência Sobre a Antárctica – Ato Final) - The Antarctic Treaty Environment Protocol - Final Act of the Eleventh Antarctic Treaty Special Consultative Meeting Protocol on Environmental Protection to the Antarctic Treaty - Annex I: Environmental Impact Assessment - Annex II: Conservation of Antarctic Fauna and Flora - Annex III: Waste Disposal and Waste Management - Annex IV: Prevention of Marine Pollution - Annex V: Area Protection and Management - Annex VI: Liability Arising from Environmental Emergencies Convention on the Conservation of Antarctic Marine Living Resources (CCAMLR) - Final Act of the Conference on the Conservation of Antarctic Marine Living Resources Convention on the Conservation of Antarctic Marine Living Resources - Convention for the Conservation of Antarctic Seals (CCAS) - Convention for the Conservation of Antarctic SealsSpecial Permits for the Killing or Capturing of Seals DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Tratado da Antarctica DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Argentina Australia Chile France New Zealand Norway United Kingdom Reivindicações Territoriais DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Frame-treaty (tratado-quadro) É tratado multilateral, através dos quais os “Estados-partes traçam grandes molduras normativas, de direitos e deveres entre eles, de natureza vaga e que, por sua natureza, pedem um regulamentação mais pormenorizada; para tanto, instituem, ao mesmo tempo, reuniões periódicas e regulares, de um órgão composto de representantes dos Estados-partes, a Conferências das partes (COP), com poderes delegados de complementar e expedir normas de especificação, órgão este auxiliado por outros órgãos subsidiários, técnicos e científicos previstos no tratado-quadro, compostos de cientistas e técnicos de todos ou de alguns Estados-partes”, formando um sistema harmônico. (ECO 92 – Convenção sobre a diversidade biológica) DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 SUGESTÕES DO RELATÓRIO DAONUPARA GOVERNOS REDUZIREM A EMISSÃO DE GASES DE EFEITO ESTUFA* Energia: "descarbonizar" a geração de eletricidade, investindo em recursos como vento, sol e água para gerar energia Transporte: investir em veículos de massa, como trens e ônibus e incentivar veículos movidos a combustíveis menos poluentes Construção: implementar as inovações tecnológicas de redução das emissões Uso da terra: reduzir o desmatamento, recuperar áreas degradadas e manter boas práticas na agricultura DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Fundamento DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Tratados retiram sua obrigatoriedade do direito natural, de uma “pacta sunt servanda” (posição jusnaturalista/Celso Mello) DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Art. 26 da CVT Todo tratado em vigor obriga as partes e devem ser cumpridos por elas de boa-fé” DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Efeitos dos tratado com relação às partes DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Em princípio, como regra geral, os efeitos dos tratados limitam-se às partes contratantes. res inter alios acta não devem, via de regra, beneficiar, nem prejudicar terceiros. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Artigo 34 da CVT Regra Geral com Relação a Terceiros Estados Um tratado não cria obrigações nem direitos para um terceiro Estado sem o seu consentimento. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Exceções do res inter alios acta 1) Tratados que dispõe sobre situações reais (territoriais). Exemplos Tratado de Petrópolis (Bolívia cedeu ao Brasil um território de 191.000Km (Acre). 2) Tratados dispositivos: são tratados concluídos por “interesse internacional”, cujo objeto é um terceiro Estado. (Tratado de Viena de 1815 que declarou a Suíça como neutra, sem o consentimento dela). DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Efeitos para terceiros Obrigações/Direitos DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Artigo 35 da CVT Tratados que Criam Obrigações para Terceiros Estados Uma obrigação nasce para um terceiro Estado de uma disposição de um tratado se as partes no tratado tiverem a intenção de criar a obrigação por meio dessa disposição e o terceiro Estado aceitar expressamente, por escrito, essa obrigação. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Artigo 36 da CVT Tratados que Criam Direitos para Terceiros Estados Um direito nasce para um terceiro Estado de uma disposição de um tratado se as partes no tratado tiverem a intenção de conferir, por meio dessa disposição, esse direito quer a um terceiro Estado, quer a um grupo de Estados a que pertença, quer a todos os Estados, e o terceiro Estado nisso consentir. Presume-se o seu consentimento (tácito) até indicação em contrário, a menos que o tratado disponha diversamente. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Art. 2º da Carta da ONU (efeito indireto) 6. A Organização fará com que os Estados que não são Membros das Nações Unidas ajam deacordo com esses Princípios em tudo quanto for necessário à manutenção da paz e da segurança internacionais DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Se o terceiro Estado concorda expressamente com obrigação que lhe foi imposta, então ela é valida e faz pacta sunt servanda, mesmo se lhe causar prejuízo. Se o Estado não expressamente concordar com a obrigação e esta lhe causar prejuízo responsabilidade do (s) Estado (s) que causou (aram) o prejuízo. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Aplicação Territorial de Tratados DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Artigo 29 A não ser que uma intenção diferente se evidencie do tratado, ou seja estabelecida de outra forma, um tratado obriga cada uma da partes em relação a todo o seu território. (Geram uma obrigação para os poderes de Estado) DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Para Celso Mello, a relação estabelecida nos tratados é entre Estados, aplicando-se a todo o território dos contratantes. indiretamente gera obrigações aos poderes Estatais dos pactuantes, mas pode gerar efeitos à terceiros Estados, se o terceiro Estado aceitar a obrigação/direito. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Efeitos dos tratados no tempo DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Tratados não tem efeito retroativo Art. 28 da CVT DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Artigo 25 Aplicação Provisória 1. Um tratado ou uma parte do tratado aplica-se provisoriamente enquanto não entra em vigor, se: a)o próprio tratado assim dispuser; ou b)os Estados negociadores assim acordarem por outra forma. 2. A não ser que o tratado disponha ou os Estados negociadores acordem de outra forma, a aplicação provisória de um tratado ou parte de um tratado, em relação a um Estado, termina se esse Estado notificar aos outros Estados, entre os quais o tratado é aplicado provisoriamente, sua intenção de não se tornar parte no tratado. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Art. 30 da CVT - Regras de antinomias Depende de que são as partes Aplicação de Tratados Sucessivos sobre o Mesmo Assunto DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Normalmente os tratados já contem cláusula de direito intertemporal. Por exemplo, denúncia automática do tratado anterior. No entanto, a Convenção de Viena sobre Tratados prevê algumas regras de antinomia, para a hipótese de lacunas ou inconsistências. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Artigo 30 Aplicação de Tratados Sucessivos sobre o Mesmo Assunto 1. Sem prejuízo das disposições do artigo 103 da Carta das Nações Unidas (imperatividade da Carta da ONU), os direitos e obrigações dos Estados partes em tratados sucessivos sobre o mesmo assunto serão determinados de conformidade com os parágrafos seguintes. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Regra geral Mesmas partes: tratado posterior revoga o anterior, onde houver incompatibilidade. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Artigo 30 Aplicação de Tratados Sucessivos sobre o Mesmo Assunto (Mesmas partes) 3. Quando todas as partes no tratado anterior são igualmente partes no tratado posterior, sem que o tratado anterior tenha cessado de vigorar ou sem que a sua aplicação tenha sido suspensa nos termos do artigo 59, o tratado anterior só se aplica na medida em que as suas disposições sejam compatíveis com as do tratado posterior. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 2005 2012 Estados X, Y e Z Estados X, Y e Z (em vigência e não suspenso) Tratado A Exportação de 20% de soja para Y e 10% para Z Tratado A1 Exportação de 10% Para Y O tratado A só se aplica se suas disposições forem compatíveis com A1 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Artigo 30 Aplicação de Tratados Sucessivos sobre o Mesmo Assunto 2. Quando um tratado estipular que está subordinado a um tratado anterior ou posterior ou que não deve ser considerado incompatível com esse outro tratado, as disposições deste último prevalecerão. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 2) Partes diferentes a quem é parte só no primeiro tratado, aplica-se este; a quem é parte só no segundo tratado, aplica-se este; DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Art. 30. (Partes diferentes) 4. Quando as partes no tratado posterior não incluem todas a partes no tratado anterior: a) nas relações entre os Estados partes nos dois tratados, aplica-se o disposto no parágrafo 3; b) nas relações entre um Estado parte nos dois tratados e um Estado parte apenas em um desses tratados, o tratado em que os dois Estados são partes rege os seus direitos e obrigações recíprocos. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 a quem é parte só no primeiro tratado, aplica-se este; DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 1990 2009 Estados X, Y e Z Estados X, Y Tratado A Tratado A1 Prevalece para Z O tratado A só se aplica a X e Y se suas disposições forem compatíveis com A1 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 b) a quem é parte só no segundo tratado, aplica-se este; DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 1990 2009 ESTADOS X, Y ESTADOS X, Y e Z TRATADO A TRATADO A1 Se aplica a X, Y e Z. Aplica-se A se as disposições forem compatíveis com A1 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Partes do texto tratado Preâmbulo: enunciado das finalidades do tratado e partes contratantes. Dispositiva: artigos que fixam os direitos e deveres da partes contratantes. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Condições de validade dos Tratados DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Aula 5 – Caso 1 O País GAMA celebra com os países BETA e DELTA tratado sobre pesquisa genética em seres humanos, com o objetivo de desenvolver novos medicamentos contra a AIDS. O tratado dispõe que as pesquisas serão realizadas na região da África subsaariana, onde há grande incidência da doença. A comunidade internacional, condenando o tratado celebrado, pugna por sua nulidade, exigindo sua revogação. Com base no conceito de norma internacional e nas teorias que discutem seus fundamentos, explique o fundamento para a nulidade da norma internacional em questão, discorrendo sobre suas características e sua relevância para o Direito Internacional Contemporâneo. Responda fundamentando na doutrina e na Convenção de Viena sobre Tratados. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Aula 5 – Caso 2 Após os atentados do 11/09, os EUA adotaram uma postura peculiar no tratamento das questões envolvendo o terrorismo mundial, culminando com a prisão de supostos envolvidos, os quais eram detidos em prisões controladas pelos EUA, dentre as quais aquela situada em Guantánamo, em Cuba. Os EUA celebram então com a Inglaterra, sua aliada na luta contra o terrorismo, tratado prevendo a cooperação entre os dois Estados, para desenvolvimento de métodos não ortodoxos para obtenção de informações secretas junto aos supostos terroristas presos. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Alegam os EUA, que o tratado, que prevê medidas de combate ao terrorismo islâmico, seria uma forma de proteger seus cidadãos de violações aos Direitos Humanos. A França, sendo contraria a tais medidas, leva o caso à Corte Internacional de Justiça. Com relação a situação hipotética acima, responda: O tratado internacional é válido nos termos descritos? Explique e fundamente sua resposta. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Com relação à chamada “norma imperativa de Direito Internacional geral”, ou jus cogens, é correto afirmar que é a norma (IV Exame Unificado da OAB/RJ, questão 17) (A) prevista no corpo de um tratado que tenha sido ratificado por todos os signatários, segundo o direito interno de cada um. (B) reconhecida pela comunidade internacional como aplicável a todos os Estados, da qual nenhuma derrogação é permitida. (C) aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas e aplicável a todos os Estados membros,salvo os que apresentarem reserva expressa. (D) de direito humanitário, expressamente reconhecida pela Corte Internacional de Justiça, aplicável a todo e qualquer Estado em situação de conflito. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Como ato jurídico, o Tratado deve ter: 1) Partes capazes 2) Objeto não contrário ao Direito Internacional (lícito) e possível. 3) Forma (prevista ou não vedada) e ainda, DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Vontade Livre Consentimento mútuo sem vícios DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Capacidade das partes Ser capaz, significa ter, dentre outros , o direito de convenção (direito de celebrar tratados). Para Celso Mello: “o direito de convenção deve ser analisado caso a caso, já que seria impossível uma teoria geral”. Regra geral, os sujeitos de Direito Internacional (Estados soberanos, Organizações Internacionais, Santa Sé, dentre outros); DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 . Estados membros de Federação: tem direito de convenção quando autorizados pelo direito interno (Brasil não autoriza e EUA autoriza) . Territórios sob tutela tem direito de convenção (treaty making-power); . As Organizações internacionais têm capacidade reconhecida pela Corte Internacional de Justiça (ONU) e assim direito de convenção. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Habilitação dos agentes signatários (art. 7º da CVT) Os agentes representam o representante do Estado com sujeito de direito Internacional, quando este não é representado pelo Chefe de Estado. Agentes plenipotenciários, são os agentes que tem carta de “plenos poderes” para negociar e concluir tratados como representantes do Estado. Estes atos devem ser confirmados pelo Chefe de Estado. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Exigência de plenos poderes: art. 7º, 1 da CVT O ato de conclusão de um tratado por pessoa não habilitada não tem efeito legal até que o Estado confirme tal ato. (art. 8ª da CVT). DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Dispensa dos plenos poderes: Art. 7º, 2 da CVT a) Os Chefes de Estado, os Chefes de Governo e os Ministros das Relações Exteriores, para a realização de todos os atos relativos à conclusão de um tratado; b) os Chefes de missão diplomática, para a adoção do texto de um tratado entre o Estado acreditante e o Estado junto ao qual estão acreditados; c) os representantes acreditados pelos Estados perante uma conferência ou organização internacional ou um de seus órgãos, para a adoção do texto de um tratado em tal conferência, organização ou órgão. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 “No dia 9 de março, o Conselho da Liga dos Estados Árabes acreditou o Embaixador do Brasil no Egito, Marco Antonio Diniz Brandão, como Representante Especial do Brasil junto à Liga dos Estados Árabes. Trata-se da primeira vez em que um Embaixador brasileiro foi acreditado como Representante Especial junto à Liga Árabe, o que é significativo passo para o estreitamento das relações com aquela organização e com os países árabes.”(Diplomacia Pública) DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Objeto lícito e possível. Objeto não contrário ao Direito Internacional (principalmente normas morais - imperativas/jus cogens) e não pode ter objeto impossível de ser executado. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Normas imperativas Art. 53 da CVT Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de Direito Internacional Geral (jus cogens) É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa de Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa de Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Normas imperativas Art. 64 da CVT Superveniência de uma Nova Norma Imperativa de Direito Internacional Geral (jus cogens) Se sobrevier uma nova norma imperativa de Direito Internacional geral, qualquer tratado existente que estiver em conflito com essa norma torna-se nulo e extingue-se.. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Forma Veremos na aula sobre “Fases de elaboração dos tratados DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Consentimento mútuo A adoção do texto de um tratado internacional, por ser um acordo de vontades, “depende de consentimento mútuo de todos os Estados que participaram de sua elaboração.” (H. Accioly) Nos tratados multilaterais, a regra de adoção do texto é de maioria de 2/3 dos Estados presentes e votantes (Art. 9º da CVT); DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 O acordo de vontades entre as partes não pode conter nenhum vício; CVT: a existência de vícios leva a invalidade do tratado; DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 a) Erro b) Dolo Vícios de consentimento c) Coação d)Corrupção DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 a) Erro (art. 48 da CVT) Erro sobre fato e que penda sobre a base essencial do consentimento para obrigar ao tratado. O erro de direito é afastado e o de redação deve ser corrigido. O Estado que contribuiu para o erro não pode ser invocado. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 b) Dolo (art. 49 da CV) O tratado é concluído por um Estado por força da conduta fraudulenta de outro Estado que provoca o erro ou se aproveita deste. O dolo leva a responsabilidade do Estado que o praticou. Dolo é essencialmente consciência e vontade de produzir um resultado danoso. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 C) Coação 1) Coação pela ameaça contra a pessoa do representante do Estado (art. 51 da CVT) anulável o tratado. 2) Coação pelo uso da força ou ameaça de força contra um Estado (art. 52 da CVT) nulo o tratado (princípio da Carta da ONU, art. 2, nº 4). DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Art. 50 da CVT Corrupção de Representante de um Estado Se a manifestação do consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado foi obtida por meio da corrupção de seu representante, pela ação direta ou indireta de outro Estado negociador, o Estado pode alegar tal corrupção como tendo invalidado o seu consentimento em obrigar-se pelo tratado. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2 Invalidade dos Tratados (Adherbal Meira Mattos) Nulidade relativa (anulabilidade) Erro (art. 48 da CVT), dolo (art. 49 da CVT), corrupção (art. 50 da CVT) e violação de disposição de Direito Interno sobre competência para concluir tratados (art. 46 d CVT) Nulidade absoluta Coação (art. 51 e 52 da CVT) e de conflito entre o tratado e a norma imperativa ( jus cogens - art. 53). DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Aula: 2
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