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PROC TEC FERIDAS CURATIVOS 1

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Programa de Educação 
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Curso de Procedimentos 
Técnicos em Feridas e 
Curativos 
Curso de Procedimentos 
Técnicos em Feridas e 
Curativos 
 
 
 
 
MÓDULO I MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os 
créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na 
Bibliografia Consultada. 
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Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os 
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SUMÁRIO 
 
 
Módulo I 
Apresentação 
Pele: o maior órgão do corpo humano 
Suas funções vitais e importância de sua preservação 
Aspectos Morfofuncionais da pele 
Morfologia Cutânea 
 
 
Módulo II 
Feridas: um problema de saúde coletiva 
Avaliando a Ferida 
Processo de Avaliação 
Tipos de Escalas para avaliação da dor 
 
 
Módulo III 
Cuidando de pessoas com feridas: conhecimentos e competências técnicas, 
científicas e humanas 
Fase de hemostasia 
Fase de inflamação 
Fase proliferativa 
Fase de epitelização 
Fase de maturação 
Fatores adversos ao processo de cicatrização e responsabilidades da enfermagem 
Competência humana e ético-legal na avaliação e tratamento de feridas. Anotações 
e registro de dados 
 
 
 
 
 
4 
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Modelo de fluxo de atendimento e alguns resultados obtidos 
 
Módulo IV 
Recursos para o Tratamento de Feridas e importância do controle de infecções 
Métodos de Desbridamento 
Desbridamento Autolítico 
Desbridamento Mecânico 
Desbridamento Cirúrgico 
Desbridamento com Instrumental Conservador 
Desbridamento Enzimático 
Desbridamento Biológico 
Produtos mais utilizados no tratamento de feridas 
Ácidos Graxos Essenciais 
Alginato de cálcio e sódio 
Bota de Unna 
Carvão Ativado e Prata 
Clorexidina: (Di-Gluconato de Clorexidina) 
Colagenase 
Coberturas impregnadas com Prata 
Filme Transparente semipermeável 
Hidrocolóide 
Hidrogel : amorfo ou em placa 
Hidropolímero 
Oxigênio hiperbárico 
Papaína 
Protetores cutâneos para estomas 
Sulfadiazina de prata a 1% 
Atribuições dos diferentes profissionais de enfermagem na prevenção e tratamento 
de feridas 
 
 
 
 
 
 
 
5 
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MÓDULO I 
 
 
Apresentação 
 
O tratamento de feridas é um processo dinâmico, que requer constante 
atualização por parte dos profissionais de saúde, visto que envolve inúmeros 
componentes e ações, que não se restringem à simples troca de curativos ou 
indicação de coberturas (Mandelbaum, 2003). 
Os novos conhecimentos sobre os processos envolvidos na cicatrização e 
as constantes descobertas sobre tecnologias e recursos são, ao mesmo tempo, um 
fato extremamente positivo, mas também um grande desafio, pois exigem dos 
profissionais de enfermagem sólida formação e permanente capacitação em relação 
aos aspectos biológicos, socioeconômicos e psicossociais que envolvem o cuidado 
às pessoas com feridas (Brandão,2004). 
As instituições prestadoras de atenção à saúde e a comunidade exigem 
cada vez mais um perfil profissional pautado no tripé: conhecimento, habilidade 
técnica e ética, responsabilidade social e ambiental , por meio de uma atuação 
competente e com base em acurada evidência científica na escolha das melhores 
condutas e na tomada de decisão em cada situação específica (GAMBA, M.A.; 
MANDELBAUM, M.H.S.; PINTO, M.D.F, 2008). 
Podemos afirmar que a última década marcou uma verdadeira revolução nos 
conhecimentos teóricos e, consequentemente, nas condutas práticas relacionadas 
aos cuidados com feridas. Estas mudanças exigem que os profissionais de 
enfermagem revejam conceitos e práticas, desenvolvam novos protocolos, e tomem 
decisões que resultem em propostas mais eficazes face aos problemas que 
envolvem os cuidados com a pele e o tratamento de feridas. A realização de 
curativos de forma adequada é uma parte importante do tratamento de feridas, tanto 
para a prevenção de complicações, como para a sua resolutividade, devendo ser 
 
 
 
 
 
6 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
parte integrante do cuidado integral à saúde das pessoas. (Borges, 2005). 
Focalizaremos a importância do preparo adequado dos profissionais de enfermagem 
para avaliação das condições da pele e do seu conhecimento como o maior órgão 
do corpo humano, por suas funções vitais e pelos impactos provocados pelas feridas 
nas pessoas por elas acometidas (Mandelbaum, 2007). 
Dados publicados por organismos nacionais e internacionais demonstram 
que as feridas, agudas e crônicas, representam um importante problema de saúde 
pública, tanto no Brasil como na maioria dos países, o que requer um grande 
investimento na formação de recursos humanos devidamente capacitados para atuar 
de forma competente frente a este sério agravo, contribuindo, desta forma, para a 
redução dos elevados índices de morbimortalidade hoje registrados pelos diferentes 
tipos de feridas (GNEAUPP, 2008) pelos profissionais da rede. No Brasil, o Conselho 
Federal de Enfermagem e várias associações de especialistas têm procurado 
chamar a atenção para a necessidade de projetos de capacitação nesta área do 
cuidado de enfermagem, tendo sido identificadas várias lacunas em relação à 
abordagem do paciente, à indicação do tratamento para o mesmo, à dificuldade de 
organizar e sistematizar a assistência prestada ao paciente portador de ferida, com a 
prática de condutas inadequadas, ultrapassadas e desprovidas do necessário 
embasamento técnico e científico (Cofen, 2008). 
 
Diante destas demandas evidenciou-se a necessidade de elaboração deste 
conjunto de módulos didáticos, que contribuem para a atualização de informações e 
conhecimentos, bem como, servem de ferramenta didático-pedagógica para a 
reciclagem dos que já atuam nesta área, ou daqueles que estejam em fase de 
formação e se deparam com a falta deste tipo de conteúdo nos cursos de formação 
profissional. 
Com esta ferramenta,visamos ainda oferecer um guia de referência para a 
prática, contribuindo para a criação de um padrão de abordagem multidisciplinar nas 
ações dos profissionais e sistematizar a assistência a ser prestada. 
 
 
 
 
 
7 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
Fornecendo subsídios para a implementação de uma assistência mais 
satisfatória e com maior qualidade aos portadores de feridas, pretendemos provocar 
a reflexão crítica e motivação para mudança nas atuais condutas, incentivando a 
criação de novos modelos, que estimulem a criatividade dos profissionais e 
valorizem a educação para a saúde e o autocuidado por parte da população 
 
Pele : o maior órgão do corpo humano 
 
Suas funções vitais e importância de sua preservação 
 
A pele ou cútis por definição é o manto de revestimento do nosso organismo, 
indispensável à vida e que isola os componentes orgânicos do meio exterior (1, 2). 
Porém, a pele não é apenas um envoltório protetor. É um sistema orgânico que 
regula a temperatura corpórea, detecta os estímulos dolorosos e agradáveis, impede 
a entrada de substâncias no organismo e provê um escudo protetor contra os efeitos 
nocivos do sol (3). 
A pele compõe-se, essencialmente, de três grandes camadas: uma superior 
– a epiderme; uma camada intermediária – a derme; e uma camada profunda, a 
hipoderme (1,2,4,5,6). 
A pele é o maior e o mais pesado órgão do corpo humano. Cobre entre 1,5 e 
2 metros quadrados e contribui com um sexto (mais de 15%) do peso corpóreo total. 
Apresenta grandes variações ao longo de sua extensão, sendo ora mais flexível e 
elástica, ora mais rígida (1). Toda sua superfície é composta por sulcos e saliências, 
particularmente acentuadas nas regiões palmo-plantares e extremidades dos dedos, 
onde por sua disposição individual e peculiar recebem o nome de dermatóglifos e 
permitem sua utilização na identificação dos indivíduos por meio da datiloscopia e 
também a diagnose de enfermidades genéticas, pelas impressões palmo – plantares 
(1) . 
 
 
 
 
 
8 
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A superfície cutânea apresenta, ainda, de acordo com os segmentos 
corpóreos, variações e pregas, articulares e musculares, orifícios pilossebáceos e 
orifícios sudoríparos (1) . 
A cor da pele é determinada pela conjunção de vários fatores, alguns de 
ordem genético-racial, como a quantidade de pigmento – a Melanina; outros de 
ordem individual, regional e mesmo sexual, como a espessura de seus vários 
componentes e, ainda, conteúdo sanguíneo de seus vasos (1). 
A cor, a textura e as pregas da pele são importantes, como vimos acima, 
para caracterizar os indivíduos. Qualquer alteração do aspecto ou da função da pele 
pode acarretar consequências importantes para a saúde física e mental(3) . 
Embriologicamente, a pele deriva dos folhetos ectodérmicos e 
mesodérmicos. As estruturas epiteliais – epiderme, folículos pilossebáceos, 
glândulas apócrinas, glândulas écrinas e unhas – derivam do ectoderma. Os nervos 
e os melanócitos originam-se no neuroectoderma e as fibras colágenas e elásticas, 
vasos sangüíneos, músculos e tecido adiposo originam-se do mesoderma (1, 2). Maior 
detalhamento da embriogênese da pele humana pode ser vista na Tabela I(1, 5) . 
 
Tabela 1 – Embriogênese da Pele Humana. 
EMBRIOGÊNESE DA PELE HUMANA 
PERÍODO EMBRIONÁRIO 
3ª SEMANA Epiderme – camada única de células 
indiferenciadas, cuja reprodução resulta em 
aumento do número de camadas e na 
formação dos anexos cutâneos. 
Invasão desta estrutura por células da crista 
neural – Melanócitos – dando origem ao 
sistema pigmentar cutâneo. 
9ª SEMANA Início da formação do Aparelho 
Pilossebáceo. 
10ª SEMANA Primórdios da matriz ungueal. 
11ª SEMANA Epiderme – Melanócitos já evidenciáveis , 
tornando-se numerosos entre a 12ª e a 14ª 
 
 
 
 
 
9 
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semanas. 
14ª SEMANA Início da formação das glândulas 
sudoríparas écrinas (regiões palmo-
plantares). 
PERÍODO FETAL 
2º-4º MÊS Derme – surgem as primeiras estruturas 
fibrilares. 
Estabelecimento da hipoderme. 
3º MÊS Epiderme – Células de Langerhans. 
Derme - Aparecimento dos primeiros vasos 
sanguíneos. 
3º-4º MÊS Epiderme – Células de Merkel 
Derme - Observa-se as primeiras fibras 
nervosas (colorações com a colinesterase). 
6º MÊS Primórdios das Glândulas sudoríparas 
apócrinas. 
 
 
Aspectos Morfofuncionais 
 
Morfologia Cutânea 
 
A pele compõe-se, essencialmente, de três grandes camadas 
interdependentes: epiderme, derme e hipoderme. 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 – Composição da Pele. 
Fonte: Disponível em:<www.escoladepostura.com.br>. 
 
 
Epiderme 
 
A epiderme é constituída por um epitélio estratificado (1,2,6) cuja espessura 
apresenta variações topográficas desde 0,4mm nas pálpebras até 1,6mm nas 
regiões palmo-plantares(1). 
De acordo com a região topográfica a epiderme pode compor-se de quatro 
ou cinco camadas, a saber: 
Camada Basal ou Germinativa 
É a mais profunda das camadas da epiderme(1). É essencialmente 
germinativa, assim a renovação constante da epiderme é feita pelas células desta 
10 
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11 
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camada, que se dividem constantemente, observando-se assim sempre intensa 
atividade mitótica nesta camada(1,2). 
É constituída por dois tipos celulares: 
- Células basais 
- Melanócitos 
As células basais estão unidas entre si e às células espinhosas 
suprajacentes, e estas entre si, por intermédio das chamadas pontes intercelulares 
ou desmossomas. Na porção inferior das células basais fazendo sua conexão com a 
membrana basal, devido à presença de apenas uma placa de aderência, recebem a 
denominação de hemidesmossomas. 
Estas estruturas são, portanto, estruturas de adesão localizadas entre as 
células e que dão suporte ao nosso epitélio. 
A renovação completa, desde a divisão da célula basal até a eliminação das 
lâminas córneas, faz-se em 59-65 dias, assim distribuídos: 
- Divisão celular = 19 dias 
- Trânsito por meio da camada de Malpighi = 26-42 dias 
- Trânsito por meio do estrato córneo = 19 dias (2) 
O processo de maturação dos queratinócitos desde a camada germinativa 
até as várias camadas da epiderme é complexo e multifatorial e é influenciado por 
fatores genéticos, sistêmicos e ambientais(1). 
Quanto aos melanócitos são as células produtoras de pigmento, localizam-
se predominantemente no nível da camada basal, na proporção de 1 melanócito 
para 10 queratinócitos basais(2, 4). Na coloração habitual pela hematoxilina-eosina, 
aparecem como células claras (1, 4), com núcleo pequeno hipercromático e 
citoplasma transparente, levemente basófilo. Já por meio de colorações pela prata 
podemos evidenciar sua natureza dendrítica, com numerosos prolongamentos 
longos e ramificados, que se relacionam com as células espinhosas suprajacentes 
(1). 
 
 
 
 
 
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Essa associação (melanócitos-queratinócitos)constitui as unidades 
epidermo-melânicas. O número de melanócitos é aproximadamente o mesmo em 
todas as raças (1, 2, 4, 6). Portanto, as diferenças raciais de pigmentação não 
dependem do número, mas da capacidade funcional dos melanócitos(1, 4, 6). O 
número de melanócitos varia, entretanto, com a região do corpo. Na cabeça há 2 a 3 
vezes mais melanócitos do que nas demais regiões, com exceção da bolsa escrotal. 
(2). Os melanócitos possuem em seu citoplasma organelas especializadas, 
denominadas melanossomas, responsáveis pela síntese e deposição da melanina (1, 
4). 
Quando repletos de melanina, os melanossomas são injetados no interior 
dos queratinócitos da unidade epidermo-melânica correspondente. 
O pigmento melânico compreende dois tipos de melanina, que normalmente 
se apresentam em mistura: a eumelanina (marrom) e as feomelaninas (amarelo-
avermelhadas), ambas originadas da tirosina (1, 2, 6). 
Abaixo da camada basal encontramos uma fina estrutura constituída de 
mucopolissacarídeos neutros, a MEMBRANA BASAL. Habitualmente não é visível à 
microscopia óptica comum com H.E. (hematoxilina-eosina), mas pode ser 
evidenciada pela coloração com P.A.S. (ácido periódico de Schiff). Na Microscopia 
Eletrônica podemos verificar que esta é uma estrutura altamente complexa, 
constituindo o que se denomina Zona de Membrana Basal (ZMB). Esta é formada 
ultraestruturalmente por quatro componentes bem definidos: 
1- Membrana plasmática das células basais, vesículas plasmalêmicas e 
os hemidesmossomos; 
2- Lâmina Lúcida; 
3- Lâmina Densa ou Lâmina Basal; 
4- Sublâmina Densa. 
As principais funções da Zona de Membrana Basal são: aderência 
dermoepidérmica, suporte mecânico e função de barreira(1, 2). 
 
 
 
 
 
 
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Camada Espinhosa ou Malpighiana 
É formada pelas chamadas células escamosas ou espinhosas, que tem 
configuração poliédrica. Elas são numerosas, dispõe-se em camadas e vão se 
achatando progressivamente em direção à superfície. 
Estão unidas entre si pelas pontes intercelulares (desmossomas), já citadas 
anteriormente (1). 
 
Camada Granulosa 
É constituída pelas células granulosas, células achatadas e com abundantes 
grânulos irregulares que se compõe de queratohialina (1, 2, 6). Em áreas de 
queratinização imperfeita esta camada pode estar ausente (1). 
 
Camada Córnea 
É a camada mais externa, constituindo o verdadeiro limite entre o indivíduo e 
o meio ambiente (1, 2). É constituída por lâminas superpostas de queratina, cuja 
espessura varia com a região, sendo mais espessa nas regiões palmo-plantares. É a 
camada morta da epiderme, é muito hidrófila e exerce função protetora contra as 
agressões físicas, químicas e biológicas (1). 
 
Nas regiões palmo-plantares, existe ainda mais uma camada compondo a 
epiderme. É o Estrato Lúcido situado entre a camada córnea e a granulosa, 
composto por 2 a 3 camadas de células anucleadas, planas, de aspecto homogêneo 
e transparente (1, 2). 
Fazem parte ainda da histoarquitetura da epiderme as células de 
Langerhans e as células de Merkel. 
As células de Langerhans são células dendríticas (1, 2, 4). São perfeitamente 
caracterizadas e identificadas na Microscopia Eletrônica por corpúsculos peculiares 
em forma de raquete de tênis, chamados Grânulos de Langerhans (ou de Bierbeck) 
 
 
 
 
 
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(1, 6). Tem origem e função discutidas, sendo hoje consideradas células monocitárias 
macrofágicas de localização epidérmica, com função imunológica, atuando no 
processamento primário de antígenos exógenos que atingem a pele, seriam assim 
células apresentadoras de antígenos que iniciariam o processo de ativação 
linfocitária. As Células de Langerhans são também encontradas na derme, nos 
linfáticos da derme, linfonodos e timo e sua distribuição na epiderme é 
topograficamente variável, sendo mais abundantes na cabeça, face, pescoço, tronco 
e membros, existindo em menor número nas regiões palmo-plantares, genitais e 
região sacro-coccígea (1). 
As células de Langerhans constituem 2-8% da população celular total da 
epiderme e originam-se da medula óssea. 
As células de Merkel não são visíveis à microscopia óptica e à microscopia 
eletrônica demonstram grânulos eletron-densos característicos destas células, que 
contém substâncias neurotransmissoras. São encontradas principalmente nos 
lábios, dedos, boca e membrana externa dos folículos pilosos. Sua origem é 
discutida – não se sabe se tem origem neural ou se é um queratinócito modificado. 
Podem originar Carcinomas e são encontradas na Reticulose pagetóide (forma de 
Linfoma Cutâneo) (1, 2). Em determinadas localizações, organizam-se em estruturas 
especializadas denominadas discos táteis (2). 
 
Derme 
 
A derme tem espessura variável ao longo do organismo, desde 1 até 4 mm, 
e compõe-se de 3 porções: a derme papilar, a derme perianexial e a derme reticular 
(1, 2). 
A derme compreende a substância fundamental, rica em 
mucopolissacarídeos e material fibrilar de três tipos: fibras colágenas, fibras elásticas 
e fibras reticulares. Todas são sintetizadas a partir dos fibroblastos. 
 
 
 
 
 
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Na derme papilar encontramos uma camada pouco espessa de fibras 
colágenas finas, fibras elásticas, numerosos fibroblastos e abundante substância 
fundamental, formando as papilas dérmicas, que se amoldam aos cones 
epidérmicos. 
A derme perianexial é estruturalmente idêntica à derme papilar, dispondo-se, 
porém, ao redor dos anexos. Juntas, compõem a unidade anatômica denominada 
derme adventicial. 
A derme reticular é a porção mais espessa, correspondendo ao restante da 
derme que se estende até o subcutâneo. É composta de feixes colágenos mais 
espessos, dispostos, em sua maior parte, paralelamente à epiderme. Nesta, se 
comparado à derme papilar há menor quantidade de fibroblastos e de substância 
fundamental (1). 
Substância Fundamental 
É composta essencialmente de mucopolissacarídeos, onde os hialuronidatos 
e os condroitinsulfatos são os mais importantes. Participa na resistência mecânica 
da pele às compressões e estiramentos(1) . 
 
Material Fibrilar: 
Fibras Colágenas – Compreendem 95% do tecido conectivo da derme, 
sendo então seu principal componente. O colágeno dérmico é composto por mais de 
10 tipos diferentes de fibras que constituem a principal proteína estrutural de todo o 
corpo, sendo encontrado também nos tendões, nos ligamentos e no revestimento 
dos ossos (1, 4). Representam aproximadamente 70% do peso seco da pele (1, 2, 4). 
Fibras Elásticas – São microfibrilas que, na derme papilar, orientam-se 
perpendicularmente à epiderme (fibras oxitalânicas) e na derme reticular mostram-se 
mais espessas e dispostas paralelamente à epiderme (fibras elásticas maduras). 
Intermediariamente encontram-se as fibras eulaunínicas. Estas fibras compõem o 
sistema elástico da pele (1, 2). 
 
 
 
 
 
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Aparentemente todas estas fibras representam estágios da elastogênese 
normal e estão envolvidas, as mais superficiais, na ligação entre a epiderme e a 
derme e, as mais profundas, pelo seu maior teor deelastina, na absorção dos 
choques e distensões que se produzem na pele (1). 
Fibras Reticulares – Semelhantes às fibras colágenas em sua periodicidade, 
mas menores em diâmetro. São encontradas, em grande número na parte superior 
da derme papilar, e atuam como fibrilas fixas ou de ancoragem para a lâmina basal 
(2, 4). 
A derme aloja as estruturas anexiais da pele, glândulas sudoríparas, folículo 
pilossebáceo e o musculoeretor do pelo. Encontram-se ainda suas células próprias: 
fibroblastos, histiócitos, mastócitos, células mesenquimais indiferenciadas e as 
células de origem sanguínea, leucócitos e plasmócitos. Em quantidades variáveis 
também se encontram vasos sanguíneos, linfáticos e estruturas nervosas (1). 
 
Hipoderme 
 
Também denominada panículo adiposo ou tecido celular subcutâneo, é a 
camada mais profunda da pele (1, 2), de espessura váriável, formada exclusivamente 
de tecido adiposo, isto é, células repletas de gordura, que se subdividem em lóbulos 
separados por septos fibrosos conjuntivo-vasculares. Em sua porção superior, 
relaciona-se com a derme, constituindo a junção dermo-hipodérmica, sede das 
porções secretoras das glândulas apócrinas e écrinas e de pelos, vasos e nervos(1). 
Funções da hipoderme: depósito nutritivo de reserva, isolamento térmico e 
proteção mecânica do organismo às pressões e traumatismos externos. Facilita 
também a motilidade da pele em relação às estruturas subjacentes (1, 2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Anexos Cutâneos 
 
Glândulas Sudoríparas 
 
Na pele normal encontramos dois tipos de glândulas sudoríparas: glândulas 
sudoríparas écrinas e glândulas sudoríparas apócrinas. 
As glândulas sudoríparas écrinas estão dispersas por toda a pele, porém em 
maior quantidade nas regiões palmo-plantares e axilas. (1,2) São glândulas tubulares 
que desembocam na superfície por meio da epiderme e compõem-se de três 
segmentos: porção secretora (glândula propriamente dita), conduto sudoríparo 
intradérmico e conduto sudoríparo intraepidérmico. O orifício de saída da glândula 
sudorípara écrina, é chamado de poro ou acrossiríngio e encontra-se rodeado por 
um anel de queratina. As glândulas écrinas são inervadas por fibras simpáticas pós-
ganglionares não-mielinizadas. Fisiologicamente, porém, são regidas por 
mediadores parassimpáticos, ainda que respondam em menor grau a mediadores 
simpatomiméticos. Assim, drogas parassimpatomiméticas como a acetilcolina, a 
pilocarpina, estimulam a sudorese e drogas parassimpatolíticas como a atropina a 
inibem. Também são estimuladas pela adrenalina, porém o mecanismo desta ação 
ainda é discutido. 
A secreção sudoral écrina é incolor, inodora, hipotônica. (1) 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 – Formação do suor. 
Fonte: Disponível em: <www.sobiologia.com.br>. 
 
 
As glândulas apócrinas localizam-se em axilas, regiões perimamilar e 
anogenital e, ainda, modificadamente, no conduto auditivo externo (Glândulas 
ceruminosas), nas pálpebras (Glândulas de Moll) e na mama (Glândulas mamárias) 
(1, 2). 
As glândulas sudoríparas apócrinas pela sua própria embriogênese, a partir 
da invaginação formadora do folículo piloso, desembocam, em geral, nos folículos 
pilossebáceos, acima da glândula sebácea e não diretamente na superfície 
epidérmica(1, 2). 
As glândulas apócrinas são tubulares e compõem-se de uma porção 
secretora, cuja luz é 200 vezes a de uma glândula écrina, e uma porção ductal. As 
glândulas apócrinas são estimuladas adrenergicamente (adrenalina/ noradrenalina), 
mas alguns estímulos parassimpatomiméticos, como por exemplo, a metacolina, 
também a estimulam (1). 
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As glândulas apócrinas secretam pequenas quantidades de secreção, de 
aspecto leitoso, a intervalos longos de tempo (1, 2). O odor presente nas áreas 
povoadas por estas glândulas não decorre diretamente de sua secreção, mas sim de 
produtos de decomposição desta, por meio de enzimas bacterianas (2). O verdadeiro 
significado funcional da secreção apócrina no homem é desconhecido, admitindo-se 
que represente alguma função sexual vestigial (1). 
 
Aparelho Pilossebáceo 
 
 
Figura 3 – Aparelho Pilossebáceo. 
Fonte: Disponível em: <www.colegiosaofrancisco.com.br>. 
 
 
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Os pelos são estruturas filiformes, constituídas por células queratinizadas 
produzidas pelos folículos pilosos(1). 
 
Existem dois tipos de pelos: 
Fetal ou lanugo – pilosidade fina e clara que se assemelha aos pelos pouco 
desenvolvidos do adulto (pelo velus); 
Terminal – Pelo espesso e pigmentado, presente nas áreas de barba, couro 
cabeludo, axilas e púbis (1, 6). 
Os pelos compõem-se de uma parte livre, a haste, e uma porção 
intradérmica, a raiz. Anexam-se ao folículo piloso: a glândula sebácea, 
superiormente; o musculoeretor do pelo, inferiormente; e, em certas regiões 
corpóreas, o duto excretor de uma glândula apócrina que desemboca no folículo, 
acima da glândula sebácea. 
O folículo piloso compreende as seguintes porções: 
Infundíbulo – entre o óstio e o ponto de inserção da glândula sebácea; 
Acrotríquio – porção intraepidérmica do folículo; 
Istmo – entre a abertura da glândula sebácea no folículo e o ponto de 
inserção do musculoeretor do pelo; 
Segmento inferior – porção restante, situada abaixo do musculoeretor do 
pelo. 
No segmento inferior, encontra-se uma expansão, o bulbo piloso, que 
contém a matriz do pelo. Enquanto as células germinativas da epiderme formam 
uma única linhagem de células, as células da matriz do pelo produzem seis 
linhagens diferentes que dão origem às diferentes camadas que vão compor à 
estrutura do pelo humano. 
O componente principal do pelo é a queratina e participam de sua estrutura 
cerca de 20 aminoácidos, sendo particularmente importantes a císteína, a arginina e 
a citrulina, encontradas exclusivamente em pelos humanos (1). 
 
 
 
 
 
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O crescimento do pelo humano é cíclico, mas cada folículo atua como uma 
unidade independente, portanto, os seres humanos não mudam os pelos 
sincronicamente como acontece com a maioria dos animais. Cada folículo piloso 
passa por estágios periódicos de atividade e quiescência, que constituem o ciclo do 
pelo (1, 2, 4, 6). 
A fase anágena é fase de crescimento, de máxima expressão estrutural e 
dura de 3 a 4 anos. 
A fase catágena constitui uma fase estacionária, fase transicional de 
atividade. Há uma diminuição da proliferação celular até cessar. Interrompe-se 
também a melanogênese na matriz. O folículo se reduz a 1/3 de suas dimensões 
anteriores e a extremidade do pelo assume formato de clava - “pelo em clava”. A 
fase cátágena dura de 3 a 4 semanas. 
A fase telógena corresponde à fase de desprendimento do pelo, finalizando 
o ciclo e dura de 3 a 4 meses. 
Analisando um couro cabeludo normal encontramos: 85% dos cabelos na 
fase anágena, 1% na fase catágena e 14% na fase telógena. Estes percentuaisconstituem o tricograma normal do couro cabeludo. 
É considerada normal uma eliminação de 50 a 100 fios de cabelos dia. Já 
em relação ao crescimento, as médias são de 0,4 mm/dia na região do vértex e 
0,35mm/dia nas têmporas, sendo que os cabelos das mulheres crescem mais 
rapidamente que o dos homens, os cabelos crescem mais durante o dia e em 
períodos de stress (1). 
Os fatores reguladores do ciclo piloso são desconhecidos, admitindo-se 
influência de condições intrínsecas ao folículo e condições extrínsecas como: fatores 
sistêmicos, nutricionais, emocionais e especialmente humorais (andrógenos). 
Os pelos são importantes na proteção nas áreas orificiais, na proteção do 
couro cabeludo, reduzindo o atrito em áreas intertriginosas, além de participar do 
aparelho sensorial cutâneo (1). 
 
 
 
 
 
As glândulas sebáceas estão presentes em toda a pele, exceto regiões 
palmo-plantares. Excepcionalmente podem estar presentes também 
heterotopicamente na mucosa bucal e lábios, constituindo os chamados Grânulos de 
Fordyce. Desembocam sempre no folículo pilossebáceo, com ou sem pelo, sendo 
seu tamanho inversamente proporcional às dimensões do pelo presente no folículo 
correspondente. 
As glândulas sebáceas são compostas de vários lóbulos e o produto de sua 
atividade é o sebum. 
As glândulas sebáceas são ativadas por andrógenos, sendo independentes 
de estimulação neural. Por isso são moderadamente desenvolvidas no recém-
nascido, por ação dos andrógenos maternos, passivamente transferidos. Depois 
sofrem acentuada regressão, só voltando a se desenvolver na puberdade, quando 
se inicia, então, produção androgênica própria a nível testicular, ovariano e 
suprarrenal (1, 2). 
 
Unhas 
 
 
Figura 4 – Unhas. 
Fonte: Disponível em: <www.latinstock.com.br>. 
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As unhas são lâminas queratinizadas que recobrem a última falange dos 
dedos(1, 2, 6). Uma unha tem quatro partes: raiz ou matriz, área semilunar de células 
epiteliais proliferativas, parcialmente cobertas pela dobra ungueal posterior e 
parcialmente visível em área mais clara chamada lúnula; lâmina, aderente ao leito 
ungueal; dobras laterais e borda livre (1, 6) . 
Participam da formação da lâmina ungueal a matriz e o leito ungueal. 
A espessura das unhas varia de 0,5 a 0,75 mm e seu crescimento é de 
cerca de 0,1 mm por dia nas unhas das mãos, sendo mais lento nas unhas dos pés. 
O crescimento ungueal sofre variações individuais e é influenciado por fatores 
sistêmicos e locais (1). 
 
Inervação Cutânea 
 
É eminentemente sensitiva. Os nervos sensitivos, que sempre são 
mielinizados em algumas regiões corpóreas como palmas e plantas, lábios, genitais 
formam órgãos terminais específicos. São estes: 
Corpúsculos de Vater-Pacini – localizam-se especialmente nas regiões 
palmoplantares e são específicos para a sensibilidade à pressão; 
Corpúsculos de Meissner – localizam-se também em mãos e pés, 
especialmente nas polpas digitais e são responsáveis pelo tato; 
Corpúsculos de Krause – ou órgãos terminais mucocutâneos, pois ocorrem 
nas áreas de transição entre pele e mucosas (glande, prepúcio, clitóris, vulva, e em 
menor quantidade lábios, língua, pálpebras e região perianal). Sensibilidade térmica 
(frio); 
Corpúsculos de Ruffini – particularmente numerosos na região plantar. 
Sensibilidade térmica (calor); 
Meniscos de Merkel-Ranvier – localizam-se em polpas digitais. Sensibilidade 
tátil; 
 
 
 
 
 
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Disco Pilar – localizam-se próximos aos folículos pilosos. Sensibilidade tátil. 
 
Terminações Nervosas Livres – Dor 
 
Os impulsos nervosos chegam ao sistema nervoso central pelo caminho dos 
gânglios da raiz dorsal (1, 2). 
A inervação motora da pele é suprida pelo sistema nervoso autônomo cujas 
fibras adrenérgicas provocam contração das células musculares lisas das paredes 
arteriolares (vasoconstrição), contraem o musculoeretor do pelo, ativam o corpúsculo 
glômico e por meio das células mioepiteliais das glândulas apócrinas promovem sua 
secreção. As fibras colinérgicas medeiam a secreção sudorípara écrina (1). 
 
Vascularização Cutânea 
 
Vasos Sanguíneos 
 
A rica vascularização sanguínea da pele supera o necessário ao seu 
suprimento metabólico, fato justificado pelo papel que desempenha na regulação da 
temperatura, pressão arterial, cicatrização e fenômenos imunológicos (2). 
A vascularidade dérmica consiste, principalmente, de dois importantes 
plexos intercomunicantes: 
Plexo superficial ou subpapilar –percorre a porção papilar da derme, paralela 
à epiderme, composto essencialmente de capilares; 
Plexo profundo ou dermo-hipodérmico – ao redor de folículos pilosos e 
glândulas écrinas, formado de arteríolas. 
A epiderme não é vascularizada, sua nutrição se faz a partir do plexo 
subpapilar 
 
 
 
 
 
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Em determinadas regiões, tais como sulcos e leitos ungueais, orelhas e 
centro da face, o aparelho vascular cutâneo apresenta formações especiais, os 
glômus. Estes estão ligados funcionalmente à regulação térmica, são anastomoses 
arteriovenosas (1, 2, 4, 5). 
 
Vasos Linfáticos 
 
Acompanham a vascularização sanguínea (1, 2, 4, 5). 
A rede linfática é responsável pela drenagem de fluido extracelular, de 
células e de moléculas maiores (proteínas, lipídios, etc.). O fluxo linfático depende 
de fatores extrínsecos, como pulsação arterial, gravidade e contração da 
musculatura estriada (2). 
 
Musculoscutâneos 
 
A musculatura da pele é predominantemente lisa e compreende os 
musculoseretores dos pelos, o dartos do escroto e a musculatura da aréola 
mamária. 
A musculatura estriada encontra-se no pescoço (platisma) e na face 
(musculatura da mímica) (1, 2). 
 
Fisiologia Cutânea 
 
Devido à sua arquitetura e às suas propriedades físicas, químicas e 
biológicas, a pele é um órgão capaz de exercer diversas funções: 
 
 
 
 
 
 
 
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Proteção 
 
Constitui barreira de proteção para as estruturas internas do organismo à 
ação de agentes externos e, ao mesmo tempo, impede perdas de água, eletrólitos e 
outras substâncias do meio interno (1). 
Nesta função protetora a camada córnea tem importância relevante, graças 
às suas propriedades: 
- Impermeabilidade relativa à água e eletrólitos, evitando perdas hídricas e 
eletrolíticas e limitando a penetração de substâncias exógenas; 
- Resistência relativa a agentes danosos corrosivos; 
- Alta impedância elétrica, que restringe a passagem de corrente elétrica 
pela pele; 
- Superfície relativamente seca, retardando a proliferação de 
microrganismos. 
Quimicamente, representa uma membrana limitadora à passagem de 
moléculas(1, 6). 
Também são de grande importância as unidades epidermomelânicas, pelo 
obstáculo que representam à ação das radiações ultravioleta. A melanina por elas 
produzida e distribuída pela epiderme protege a pele das radiações ultravioletado 
sol por meio da absorção da energia irradiante. Os melanócitos não só absorvem 
como também difundem a radiação ultravioleta (1, 2). 
 
Proteção Imunológica 
 
Graças aos seus componentes dérmicos participantes do Sistema 
Retículoendotelial (S.R.E.), a pele é um órgão de grande atividade imunológica, 
onde atuam intensamente os componentes da imunidade humoral e celular, motivo 
 
 
 
 
 
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pelo qual, hoje, grande quantidade de testes imunológicos, bem como práticas 
imunoterápicas, são estudados na pele (1). 
 
Termorregulação 
 
O controle homeostático da temperatura orgânica é exercido basicamente 
pelo sistema vascular e sudoríparo da pele. As glândulas sudoríparas fornecem o 
revestimento cutâneo de água que, por evaporação, esfria a superfície corpórea, e 
os vasos sanguíneos, por meio da dilatação ou constrição, ampliam ou diminuem o 
fluxo sanguíneo periférico, permitindo maior ou menor dissipação calórica (1, 2). 
 
Percepção 
 
Em razão à complexa e especializada rede nervosa cutânea, a pele é como 
já vimos, o órgão receptor sensitivo do calor, frio, dor e tato (1, 2). 
 
Secreção 
 
A secreção sebácea é importante na manutenção eutrófica da própria pele, 
particularmente da camada córnea, evitando a perda de água. O sebum tem 
propriedades de: barreira de proteção, emulsificação de substâncias, atividade 
antimicrobiana, antibacteriana e antifúngica, precursor da vitamina D (1, 2). 
Em relação às glândulas sudoríparas, a eliminação de restos metabólicos 
não tem valor como função excretora (1). Porém, as secreções sebáceas e sudoral 
constituem as fases adiposas e oleosas da emulsão que recobre a superfície 
cutânea. Juntos, os eletrólitos do suor e os ácidos graxos atuam como agentes 
emulsificantes e vão, assim, determinar o pH cutâneo normal, com suas variações 
topográficas (1). 
 
 
 
 
 
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O pH médio normal da pele é de 5,4 – 5,6 (1). 
Além das funções vitais expostas, as propriedades físico-químico-biológicas 
da pele também permitem a administração percutânea de medicamentos, pela sua 
grande capacidade de absorção. 
 
Notas Módulo I: 
1- SAMPAIO, S. A. P.; Rivitti EA. Dermatologia. 3.ed. São Paulo: Artes 
Médicas, 2007. p. 1-37. 
2- AZULAY, D. R. Dermatologia. 4.ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 
2006. p. 1-15. 
3- MANUAL MERCK. Seção 18. Distúrbios da Pele - Biologia da Pele. 
Disponível em: <http://www.manualmerck.net>. Acesso em 12 jan. 2008. 
4- ARNOLD JR, H. L.; ODOM, R. B.; JAMES, W. D. Doenças da Pele de 
Andrews – Dermatologia Clínica. São Paulo: Manole, 1994. p. 1-14. 
5- HOLBROOK, KA; WOLFF, K. The Structure and Development of Skin In: 
FITZPATRICK, T.B. et al. Dermatology in General Medicine. New York: Mcgraw 
Hill Inc., 1993. vol. 1, p. 1-97. 
6- CUCÉ, L.C.; FESTA NETO, C. Manual de Dermatologia, Rio de Janeiro: 
Livraria Atheneu, 1990. p.3-13. 
 
 
 
 
 
 
------------------ FIM DO MÓDULO I --------------------- 
	EMBRIOGÊNESE DA PELE HUMANA
	PERÍODO EMBRIONÁRIO
	PERÍODO FETAL
	Camada Basal ou Germinativa

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