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INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – IFRN CAMPUS JOÃO CÂMARA TECNOLOGIA EM ENERGIAS RENOVÁVEIS DISCIPLINA: SISTEMAS DE ENERGIA HIDRÁULICA DOCENTE: GÊNNISSON CARNEIRO JACKELINE CLEMENTINO WALTER JEFFERSON DIMENSIONAMENTO DE TURBINAS HIDRÁULICAS MARÇO, 2015 1. INTRODUÇÃO As turbinas hidráulicas são máquinas utilizadas para converter a energia mecânica em energia elétrica por meio da pressão e energia cinética da água o que corresponde a energia hidráulica. De acordo com suas funcionalidades, existem as turbinas de ação utilizadas para maiores alturas e baixas vazões e as turbinas de reação que são usadas em menores alturas e altas vazões. As turbinas hidráulicas são classificadas em: Pelton; Francis; Kaplan; Bulbo; Straflo; Propeller; De acordo com o princípio de funcionamento de uma turbina hidráulica, tem-se que, segundo o autor, em toda turbina a água vem de um reservatório ou canal de nível mais elevado e com maior energia e escapa para um canal de nível mais baixo. A água de entrada é levada através de um duto fechado até um conjunto de lâminas curvas (palhetas), bocais ou injetores que transferem a energia da água para um rotor. Em consequência a pressão e/ou a velocidade da água na saída são menores do que na entrada. A água que sai da turbina é conduzida por um duto, ou tubo de sucção, até o reservatório ou canal inferior. Algumas palhetas são estáticas, outras são fixas no rotor; ambas podem ser ajustáveis para controlar o fluxo e a potência gerada ou a velocidade de rotação. O tubo de sucção geralmente tem diâmetro final maior que o inicial para reduzir a velocidade da água antes de despejá-la no canal inferior. As principais causas da baixa eficiência nas turbinas são as perdas hidráulicas (a energia cinética da água na saída da turbina) e as perdas mecânicas (atrito nos mancais, que converte parte da energia extraída da água em calor). A eficiência típica de uma turbina moderna varia entre 85% e 95%, dependendo da vazão de água e da queda. Para maximizar a eficiência, grandes turbinas hidráulicas são em geral projetadas especificamente para as condições de queda e vazão onde serão instaladas. Para selecionar o tipo de turbina a ser utilizada no projeto de uma Central Hidrelétrica ou PCH (Pequena Central Hidrelétrica) é calculado o valor da rotação específica ( ) e compara-se esse valor com a altura de queda (H) e seleciona a turbina mais viável para o projeto em questão conforme a tabela 1. A partir dessa escolha é feito os cálculos de dimensionamento para o tipo de turbina. Figura 1: Tabela para seleção do tipo de turbina 2. CARACTERÍSTICAS DE PROJETO E DIMENSIONAMENTO: A seguir serão dimensionados três projetos de turbinas hidráulicas. 2.1 PROJETO 1: Altura de queda: Vazão: Rotação real: Potência efetiva: Calculando a rotação específica: √ √ √ √ Com os valores da rotação específica ( ), da altura de queda (H) e analisando a tabela 1, o tipo de turbina para este caso é uma turbina FRANCIS. 2.1.1 Características e funcionamento As turbinas do tipo Francis são adequadas para trabalhar com médias vazões e médias alturas. E são turbinas de reação, ou seja, produz o trabalho mecânico por meio da transformação da energia cinética e de pressão da água de escoamento através do rotor. As turbinas Francis possuem subtipos que são Francis caixa espiral, Francis caixa aberta e Francis dupla. A turbina Frances possui as seguintes partes: Caixa espiral; Distribuidor; Rotor; Tubo de sucção; E funciona da seguinte maneira: A água entra na turbina pela entrada da caixa em espiral e passa pelo distribuidor que possui pás distribuidoras ajustáveis que proporcionar a descarga correspondente à potência exigida, com o ângulo mais adequado para a entrada da água no rotor no qual a água anda simultaneamente em todas as pás e há uma variação de 90º no escoamento entre a entrada e a saída. Na saída da água possui um tubo de sucção que, segundo SOARES, permite que a água escoe de forma contínua ao invés de se descarregada livremente na atmosfera. Isso implica em um ganho na energia cinética na saída do rotor e também, num ganho do desnível topográfico entre saída do rotor e o nível da água no poço. Figura 2: Esquema de uma turbina Francis 2.1.2 Dimensionamento Valores dos coeficientes e Gráfico 1: Gráfico x para encontrar o valor de . O valor de é encontrado cruzando os valores até a curva do gráfico, logo: Gráfico 2: Gráfico x para encontrar o valor de . Do mesmo modo que encontra , então: Diâmetros principais internos, e : √ √ √ √ Projeção vertical da entrada do rotor, : Gráfico 3: Gráfico x para encontrar a relação . Para encontrar a relação , cruzam-se os valores até a curva do gráfico, portanto: Logo, o valor de é: Número de pás (para este caso que se trata de turbina Francis normal ou lenta): deve estar em cm , então: √ √ Potência disponível : Rendimento total : Número característico de Bovet : √ √ Raio de entrada superior : Velocidade angular: √ √ √ √ Raio máximo de saída : ( ) ( ) Altura do filete externo : o Altura real do filete externo : Altura do filete interno : o Altura real do filete interno : Raio do ponto onde começa a curvatura da linha externa : o Raio real do ponto onde começa a curvatura da linha externa Abcissa : Ordenada : ( ) √ ( )( ) √ ( ) √ 2.2 PROJETO 2: Altura de queda: Vazão: Rotação real: Potência efetiva: Calculando a rotação específica: √ √ √ √ Com os valores da rotação específica ( ), da altura de queda (H) e analisando a figura 1, o tipo de turbina para este caso é uma turbina PELTON. 2.2.1 Características e funcionamento As turbinas Pelton trabalham com velocidades de rotação mais alta que os outros tipos. Elas são adequadas para operar entre quedas de 350 m até 1100 m. As partes de uma turbina Pelton são: Distribuidor; Rotor; Defletor de jato; Bocal de frenagem; Agulha; Injetor de agulha; Mancal de escora; Nesse tipo de turbina não há palhetas estáticas e sim um conjunto de bocais ou injectores, cada qual com uma agulha móvel (semelhante a uma válvula) para controlar a vazão. Nessas turbinas, a pressão da água é primeiramente transformada em energia cinética pelo bocal, que acelera a água até uma alta velocidade. O jato d'água é dirigido para uma série de conchas curvas montadas em torno do rotor. Figura 3: Esquema de uma turbina Pelton. 2.2.2 Dimensionamento Velocidade do jato : √ √ √ Número de jatos : deve estar em pés. Sabendo que , então: √ √ √ Diâmetro do jato : Sendo que é a vazão do projeto dividida pelo número de jatos: √ √ √ √ o Diâmetro máximo do jato é calculado com acréscimo de 20% na vazão de projeto: √ √ √ Velocidade periférica da roda : ou Diâmetro da roda : Número de pás : o Número mínimo de pás : é o raio da roda: ( ) ( ) Por segurança, recomenda-se adotar que o número de pás Z seja 1,15 a 1,5 vezes : Dimensões das pás: o Largura : o Comprimento : o Excesso : o Excesso de gume : o Profundidade : o Largura do rasgo : o Ângulo do gume central : o Ângulo de inclinação da aresta da concha : Varia entre 15° a 25º, então . o Ângulo : ( ) ( ) PROJETO 3: Altura de queda: Vazão: Rotação real: Potência efetiva: Calculando a rotação específica: √ √ √ √ Com os valores da rotação específica ( ), da altura de queda (H) e analisando a figura 1, o tipo de turbina para este caso é uma turbina KAPLAN. 2.3.1 Características e funcionamento Turbinas Kaplan são adequadas para operar em quedas até 60 m. Elas apresentam eficiência constante em ampla faixa de operação. O que difere as turbinas Kaplan e Francis é o rotor, que se assemelha a um propulsor de navio. O ângulo de inclinação das pás é controlado por pistões hidráulicos, normalmente em conjunto com as palhetas de distribuição. Há duas variantes da turbina Kaplan: a turbina Bulbo e a turbina Hélice. Tem outras duas que também se assemelham à Kaplan que são a turbina Straflo e a turbina Propeller. As partes de uma turbina Kaplan são: Distribuidor; Pás também chamadas de diretrizes; Rotor Cubo do rotor; Ogiva; Tubo de sucção; Caixa espiral. As turbinas Kaplan são do tipo axial, de reação e ação total. No quesito axial, significa dizer que se trata de é uma máquina de reação rotativa de fluxo contínuo, em que a água é escoada paralelamente ao eixo de rotação, fluindo através das pás do rotor, ao contrário do que se verifica na turbina radial como a Francis. Figura 4: Esquema de uma turbina Kaplan. 2.3.2 Dimensionamento Diâmetros e : o Diâmetro externo do rotor : √ √ √ o Diâmetro do cubo : Figura 5: Diâmetros do Rotor. Seção livre de passagem da água pela turbina : ( ) Velocidade média de saída : Número de pás : O número de pás é dado a partir do valor da altura de queda do projeto. Veja tabela abaixo: H (m) Z (número de pás) 10 < H < 21 4 12 < H < 23 5 15 < H < 35 6 H > 35 8 Tabela 1: Número de pás para determinados valores de altura de queda. Sabendo que a altura de queda do projeto é , então: Passo entre as pás, medida no raio médio : ( ) ( ) Comprimento das pás (corda) : o Fator de relação entre a rotação específica e o comprimento: Velocidade periférica média u: Rendimento hidráulico : o Rendimento total : O rendimento hidráulico é 3% a 5% maior que o rendimento total, portanto: Para , Velocidade periférica absoluta : Ângulo de incidência : Velocidade relativa : √( ) √( ) √ √ √ Cálculo do coeficiente de sustentação : o Coeficiente de sustentação da grade : √ √ √ √ ( )o Coeficiente de sustentação isolada : Ângulo de perfil : O ângulo de perfil é calculado da seguinte forma: é o ângulo de incidência. é o ângulo de ataque. Para encontrar o ângulo de ataque, basta ter o valor do coeficiente de sustentação isolada . Neste caso, . A partir do gráfico 4, para o eixo 100.Ca, tem-se: Logo, o ângulo de ataque é 14,6°. E pelos cálculos anteriores, Gráfico 4: Gráfico de perfil para encontrar o ângulo de ataque . Então o ângulo de perfil é: 3. REFERÊNCIAS SOARES, Ricardo Luiz Júnior. Projeto Conceitual de uma Turbina Hidráulica a ser utilizada na Usina Hidrelétrica externa de Henry Borden. 2013. Rio de Janeiro. WOLSKI, Celso; MATSUI, Hélio Júnior; MORAIS, Rodrigo Rossi de. Desenvolvimento de um software para o cálculo de dimensionamento de turbinas em Pequenas Centrais Hidrelétricas. 2013. Curitiba. Generalidades de la turbinas Pelton. <http://members.tripod.com/mqhd_ita.mx/u3.htm>. Acesso em 02 Mar. 2015 Groupo Turbine. < http://www.pxlseals.com/br/groupo-turbina#.VPRiUizRZmw>. Acesso em 02 Mar. 2015.
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