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Trabalho Proc. Civil IV FRAUDE À EXECUÇÃO E FRAUDE CONTRA CREDORES

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FRAUDE À EXECUÇÃO 
CONCEITO: a fraude à execução é instituto de direito processual criado como formar de proteger o credor buscando impedir que o executado se desfaça de seus bens a fim de frustrar a execução. É uma medida instituída para recuperar, e trazer para a execução bem que não mais pertence ao devedor.
FORMA DE INVOCAÇÃO: fora a intimação do adquirente prevista no CPC/2015, art. 792, § 4º, nada mais foi previsto como procedimento e também, não ficando bem claro qual é o procedimento que se deve utilizar para arguir a fraude à execução (CPC/2015, art. 792, § 4º). Antes de declarar a fraude à execução, deve ser intimado o adquirente, para que, se quiser, apresente embargos de terceiro (CPC/2015, art. 792, § 4º), em verdade, haveria de indicar um procedimento e a exigência de propositura de ação autônoma para a verificação da ocorrência da fraude à execução
EFEITOS GERADOS PELO ACOLHIMENTO: os atos praticados em fraude à execução são ineficazes, podendo os bens serem alcançados por atos de apreensão judicial, independentemente de qualquer ação de natureza declaratória ou constitutiva. É declarada incidentemente. A norma em seu art. 792, § 4º, do CPC/2015, não esclarece se o reconhecimento da fraude à execução será antes, ou depois do julgamento dos embargos de terceiro. Se o reconhecimento da fraude à execução for antes do julgamento dos embargos de terceiros, estes serão inúteis. Se a questão da fraude à execução for analisada após o julgamento dos embargos de terceiro, não se pode falar em intimação do terceiro para eventual propositura de embargos, porque estes já existem.
O art. 792, no seu inciso III, parte final, autoriza a arguição de fraude à execução dentro do mesmo procedimento em que se deu a constrição. Mesmo quando a lei não indica um tipo de procedimento próprio, a norma processual impõe a aplicação a todas as causas do procedimento comum, salvo quando houver disposição expressa em contrário.
FRAUDE CONTRA CREDORES 
CONCEITO: está positivada no direito material e consiste nos atos praticados pelo devedor, proprietário de bens ou direitos, a título gratuito ou oneroso, visando a prejudicar o credor em tempo futuro.
FORMA DE INVOCAÇÃO: o credor deve provar que o devedor teve a intenção de prejudicar (eventum damni), e o acordo entre o devedor alienante e o adquirente (consilium fraudis), através de Ação Pauliana, prevista no Art. 161 do Código Civil.
EFEITOS GERADOS PELO ACOLHIMENTO: os atos praticados em fraude contra credores são passiveis de anulação por meio de ação apropriada, denominada ação pauliana, os bens somente retornam ao patrimônio do devedor (e ficarão sujeitos à penhora) depois de julgada procedente a ação.
Requisitos da fraude contra credores:
a) Eventus damni - é o tornar-se insolvente em virtude da alienação do bem de sua propriedade para terceiro. O estado de insolvência não precisa ser de conhecimento do devedor. É requisito objetivo, ou seja, existe ou não, independentemente do conhecimento do insolvente.
b) Consilium fraudis - o termo significa conluio fraudulento, pois alienante (devedor) e adquirente (comprador) têm ciência do prejuízo que causarão ao credor em vista da alienação de bens que garantiriam o adimplemento da obrigação assumida, mas os alienam de má-fé visando frustrar o cumprimento (pagamento) do negócio, e por isso se faz necessária a intervenção judicial. A boa-fé do adquirente impede a caracterização do consilium fraudis, requisito essencial para ajuizamento da ação paulina.
Acerca da fraude à execução, veja o teor do artigo 792 do CPC/2015.
Art. 792.  A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:
I – quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver;
II – quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na forma do art. 828;
III – quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;
IV – quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência;
V – nos demais casos expressos em lei.
§ 1º A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exequente.
§ 2º No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem.
§ 3º Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar.
§ 4º Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o terceiro adquirente, que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15 (quinze) dias.
Conceitos importantes:
Ação reipersecutória  - ação em que o autor reclama o que lhe pertence, ou lhe é devido, achando-se, o bem, fora de seu patrimônio. Toda ação através da qual se vai a juízo em busca de alguma coisa (segundo Fredie Didier - aula).
Averbação premonitória: é instrumento que gera cientificação geral de alienação dos bens sob o princípio da publicidade registral e imobiliária. Bastante importante para a configuração da fraude à execução.
ATENÇÃO:
A partir da leitura do parágrafo 2º do artigo, 792, acima citado, o Superior Tribunal de Justiça terá que se debruçar sobre a nova norma para rever sua jurisprudência, seja modificando a súmula 375, seja superando (overruling) o entendimento lançado no Resp 956.943/PR, que, interpretando a o enunciado sumular, pacificou a questão, afirmando que “inexistindo registro da penhora na matrícula do imóvel, é do credor o ônus da prova de que o terceiro adquirente tinha conhecimento de demanda”.
Na primeira hipótese, caberá ao STJ rever ou modificar a súmula 375 para fazer constar que a prova da má-fé do terceiro adquirente na verdade é uma prova de boa-fé desse mesmo terceiro adquirente, na medida em que cabe a ele demonstrar agora que agiu de boa-fé. Destarte, ou o Tribunal suprime a parte final da súmula ou a modifica para fazer constar que, para a não configuração da fraude à execução, é necessária a prova de que o terceiro agiu de boa-fé.
Nesse sentido, confira-se as observações feitas pela jurista e professora Teresa Wambier e outros:
“Como se vê, diante no NCPC o entendimento jurisprudencial que impõe ao exequente provar a má-fé do adquirente deve necessariamente ser alterado. Há, por força de lei, inversão do ônus desta prova, cabendo ao terceiro-adquirente fazer prova da sua boa-fé e não o contrário. A Súmula 375/STJ deve ser, na sua segunda parte, revogada, só se justificando a sua manutenção quanto à exigência da citação”. (WAMBIER, Teresa Arruda Alvim [et. al]. Primeiros comentários ao novo código de processo civil: artigo por artigo. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015, p. 1146/1147). 
Além disso, deve ainda a Corte Superior reformar o entendimento lançado no Resp 956.943/PR, julgado pela Corte Especial, em recurso especial repetitivo, na medida em que está ele explicitamente contra legem. Veja-se que o acórdão estabeleceu que para o reconhecimento da fraude à execução “é do credor o ônus da prova de que o terceiro adquirente tinha conhecimento de demanda capaz de levar o alienante à insolvência”. Todavia, com o novo CPC, o art. 792, § 6º, passa a regulamentar a questão de forma diversa, consignando que “o terceiro adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem”. Portanto, não há mais como subsistir o entendimento do Superior Tribunal de Justiça.
 
DIFERENÇAS ENTRE FRAUDE CONTRA CREDORES E FRAUDE À EXECUÇÃO.
	FRAUDE CONTRA CREDORES
	FRAUDE À EXECUÇÃO
	Tem natureza jurídicade direito privado – direito material: civil;
	Tem natureza jurídica de direito público – direito processual;
	Configura-se com a prática do negócio jurídico antes da citação.
	Configura-se com a prática do ato após a citação/intimação.
	Necessita preencher os requisitos da lei material: Eventus damni eConsilium fraudis.
	Basta a alienação depois da citação.
	A boa-fé da alienação é presumida;
	A má-fé da alienação é presumida;
	O ato da alienação torna-se nulo;
	O ato da alienação torna-se ineficaz;
	Decretada por sentença na ação pauliana;
	Decretada por decisão interlocutória na curso da ação de execução de título executivo extrajudicial
	(Leitura do artigo 158 do CC e seguintes).
	(Leitura do art. 792 do Novo CPC).

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