Prévia do material em texto
Módulo II Técnicas de Redação para Elaboração de Relatórios de Auditoria 1 Sumário • O texto técnico e a redação oficial • Clareza, Concisão, Coesão e Coerência Textuais • Relatórios de auditoria • Parecer e outros produtos 2 Técnicas de Redação para Elaboração de Relatórios de Auditoria Redação Oficial 3 Conteúdo Programático • Aspectos Gerais • Impessoalidade • A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais • Formalidade e Padronização • Concordância com os Pronomes de Tratamento • Emprego dos Pronomes de Tratamento • Fecho para comunicações 4 Aspectos Gerais • A redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações. • Ela deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade. 5 Aspectos Gerais • Não se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois, necessariamente, clareza e concisão. 6 Aspectos Gerais (cont.) • Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uniformidade, concisão e uso de linguagem formal) aplicam-se às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma única interpretação e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem. 7 Aspectos Gerais (cont.) • Nesse quadro, fica claro também que as comunicações oficiais são necessariamente uniformes, pois há sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público (no caso de expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o público). 8 Aspectos Gerais (cont.) • A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com impessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência particular, etc. 9 Impessoalidade • A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a) alguém que comunique, b) algo a ser comunicado, e c) alguém que receba essa comunicação. No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatário dessa comunicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União. 10 Impessoalidade (cont.) • Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre: a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público que é feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padronização, que permite que comunicações elaboradas em diferentes setores da Administração guardem entre si certa uniformidade; 11 Impessoalidade (cont.) b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, temos um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal; c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo temático das comunicações oficiais se restringe a questões que dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe qualquer tom particular ou pessoal. 12 Impessoalidade (cont.) Desta forma, não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser isenta da interferência da individualidade que a elabora. A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impessoalidade. 13 A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e objetividade. 14 A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais (cont.) As comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua compreensão dificultada. 15 A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais (cont.) A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que incorpore expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente. Nos dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz da língua, a finalidade com que a empregamos. 16 A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais (cont.) O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão culto é aquele em que a) se observam as regras da gramática formal, e b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos os cidadãos. 17 A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais (cont.) Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios da língua literária. 18 A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais (cont.) Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um "padrão oficial de linguagem"; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das formas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a utilizaçãode uma forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada. 19 A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais (cont.) A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos. 20 Formalidade e Padronização As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas exigências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível; mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação. 21 Formalidade e Padronização (cont.) 22 AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS Vejamos outros aspectos comuns a quase todas as modalidades de comunicação oficial: – o emprego dos pronomes de tratamento, – a forma dos fechos e – a identificação do signatário. 23 Concordância com os Pronomes de Tratamento Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo sintático: "Vossa Senhoria nomeará o substituto"; "Vossa Excelência conhece o assunto". 24 Concordância com os Pronomes de Tratamento (cont.) • Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa: "Vossa Senhoria nomeará seu substituto" (e não "Vossa ... vosso..."). 25 Concordância com os Pronomes de Tratamento (cont.) Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é "Vossa Excelência está atarefado", "Vossa Senhoria deve estar satisfeito"; se for mulher, "Vossa Excelência está atarefada", "Vossa Senhoria deve estar satisfeita". 26 Emprego dos Pronomes de Tratamento Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: a) do Poder Executivo; – Presidente da República; – Vice-Presidente da República; – Ministros de Estado; – Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; 27 Vossa Excelência (cont.) – Oficiais-Generais das Forças Armadas; – Embaixadores; – Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; – Secretários de Estado dos Governos Estaduais; – Prefeitos Municipais. 28 Emprego dos Pronomes de Tratamento (cont.) b) do Poder Legislativo: – Deputados Federais e Senadores; – Ministro do Tribunal de Contas da União; – Deputados Estaduais e Distritais; – Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; – Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. 29 Emprego dos Pronomes de Tratamento (cont.) c) do Poder Judiciário: – Ministros dos Tribunais Superiores; – Membros de Tribunais; – Juízes; – Auditores da Justiça Militar. 30 Emprego dos Pronomes de Tratamento (cont.) O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo: – Excelentíssimo Senhor Presidente da República, – Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, – Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. 31 Emprego dos Pronomes de Tratamento (cont.) As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo: – Senhor Senador, – Senhor Juiz, – Senhor Ministro, – Senhor Governador. 32 Fechos para Comunicações a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República: Respeitosamente, b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior: Atenciosamente, Obs.: Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios. 33 Técnicas de Redação para Elaboração de Relatório de Auditoria Clareza, Concisão, Coesão e Coerência Textuais Instrutor: Juliano Ferro 34 Reler o seu texto é fundamental RELEIA seu texto. Faça isso de forma crítica (como se fosse outra pessoa). Há coerência? Está bem argumentado? Há exemplos? Você repetiu palavras? Há coesão entre as partes? As propostas são viáveis? Qualquer pessoa que ler seu texto vai entendê-lo? 35 Clareza Consiste na transmissão mais compreensível das ideias. Dicas: 1. Pense bem sobre o que vai escrever; 2. Use frases curtas e necessárias; 3. Use palavras simples, de cujo significado e ortografia você tem domínio. 36 Afetam a Clareza Ambiguidade – Ocorre quando a frase apresenta mais de um sentido. Ex.: Muitos políticos fazem na vida pública o que fazem na privada (intencional). Acumulação de pormenores – Ocorre quando o texto está repleto de palavras e expressões dispensáveis à sua compreensão, atentando contra a clareza e a concisão. Contradições e associações ilógicas ou absurdas – Desafiam a lógica e o bom senso, comprometendo a clareza. Ex.: Eu sou totalmente contra o aborto. Na minha opinião, ele só deveria ser aceito em caso de estupro, risco de vida e má-formação do feto. 37 Afetam a Clareza Erro no emprego dos conectivos – Os conectivos são extremamente importantes, pois dão sentido ao período, mostrando a conexão entre as orações. Erro de pontuação – O emprego equivocado de sinais de pontuação pode comprometer a clareza do texto, podendo até levar o leitor a equívocos. Retomada sem o referido expresso – Normalmente ocorre quando, num período longo, faz-se menção a um termo antes referenciado sem nenhuma palavra que promova essa retomada. 38 Afetam a Clareza • Exemplo: Aproxima-se uma nova etapa de luta para cada jovem estudante que pretende ser alguém na vida. O vestibular 2011, independentemente de qual seja a sua condição social, financeira ou educacional, será o grande desafio na vida de cada um. • Sugestão: Aproxima-se uma nova etapa de luta para cada jovem estudante que pretende ser alguém na vida. O vestibular 2011, independentemente de qual seja a condição social, financeira ou educacional do aluno, será o grande desafio na vida de cada um. 39 Afetam a Clareza 6. Excesso de estrangeirismos – O uso excessivo deve ser evitado. Se, no nosso idioma, existem termos suficientes para designar determinada coisa, por que, então, utilizar termos estrangeiros? 7. Excesso da palavra “que” ou “queísmo” – Prejudica a clareza e revela pobreza de estilo. Ex.: Disseram-me que o professor que foi contratado pela equipe que venceu o concurso que ocorreu no ano passado morou muito tempo no exterior. 8. Falta de paralelismo – Paralelismo é a correspondência de termos similares para ideias similares.40 Afetam a Clareza Paralelismo sintático: É o nome que se dá à estruturação similar de orações ou termos dispostos em sequencia. Sua falta compromete a clareza. Exemplo: Um bom aluno deve: • Ser assíduo; • Estudar a matéria; • Fazer as tarefas; e • Respeito ao professor e aos colegas. 41 Afetam a Clareza Paralelismo semântico – É a correlação de sentido que garante a preservação do sistema lógico de associações. Sem paralelismo semântico, a clareza também fica comprometida. Exemplo: Eu fiz duas provas: uma de Direito Constitucional e outra em Minas Gerais. 42 Afetam a Clareza Fragmentação – Ocorre quando o redator interrompe seu pensamento, fragmentando orações que guardam íntima relação de dependência sintática. Exemplo: Flávia tem certeza de que Edson mentiu. Porque ele não olhou nos olhos dela. Solução: Flávia tem certeza de que Edson mentiu, porque ele não olhou nos olhos dela. 43 Afetam a Clareza Tautologia – É o tipo de construção em que se diz a mesma coisa de maneira diferente. Exemplo: Não é permitida a entrada de estranhos, sendo terminantemente proibida a entrada de pessoas que não sejam sócias no recinto. Outros exemplos: Elo de ligação; em duas metades iguais; juntamente com; há anos atrás; vereador da cidade; encarar de frente; multidão de pessoas; superávit positivo; comparecer em pessoa. 44 Concisão A concisão ajuda na clareza. Ser conciso não significa necessariamente escrever pouco, mas evitar redundâncias e cortar o excesso sem comprometer a eficácia da comunicação. A concisão concorre muito para a clareza. 45 Concisão Deve-se evitar: 1. Redundância; 2. Palavras ou frases desnecessárias; 3. Excesso de concisão; 4. Textos arcaicos ou pedantes. 46 Coesão Um texto não se faz de um amontoado de palavras ou de orações. É necessário que os termos que formam uma oração e as orações que formam um período apresentem uma relação, uma dependência de significados, enfim, que haja uma articulação de pensamentos. 47 Coesão Praticando a coesão: 1. Correção: Consiste na obediência às regras gramaticais. Ao escrever um texto, o autor deve estar atento para não cometer erros de concordância, regência, ortografia, pontuação, etc., pois de pouco vale o melhor estilo sem correção de linguagem. 48 Coesão 2. Originalidade: Na redação, você também deve buscar um estilo próprio, seu estilo pessoal. “Ler muito é um dos caminhos para a originalidade; uma pessoa é tão mais original e peculiar quanto mais conhecer o que disseram os outros.” 49 Coesão A condição principal da originalidade é possuir estilo rico. Para buscar essa riqueza, é necessário evitar os seguintes problemas de estilo: a) Frases feitas e clichês; b) Modismos; c) Gerundismos; d) Pleonasmos viciosos; 50 Coesão Diz-se que um texto é coeso quando estão empregados corretamente os conectivos que podem ter o sentido de: 1. Alternância: “Há um computador nesta sala que ora funciona, ora não”; 2. Conclusão: “Osvaldo acorda sempre tão tarde, que vive atrasado”; 3. Concessão: “Por mais que me contem, não consigo acreditar”; 51 Coesão 4. Explicação: “Fique quieto, que preciso terminar a leitura”. 5. Causa: “Minha sobrinha não pode viajar, visto que não conseguiu o visto”. 6. Consequência: “Sofreu tanto, que resolveu mudar”. 7. Temporalidade: “Houve vários protestos depois que o diretor saiu da reunião”. 8. Finalidade: “Tentei de tudo para que ele fosse aprovado no vestibular de medicina”. 52 Coesão 9. Comparação: “Ela fala como a tia”. 10.Conformidade: “Preenchi os papéis como você determinou”. 11.Condição: “Farei o que você me pedir, com uma condição: dê-me duas horas”. 53 Coerência Quando falamos sobre coerência, nos referimos à lógica interna de um texto, isto é, o assunto abordado tem que se manter intacto, sem que haja distorções, facilitando, assim, o entendimento da mensagem. 54 Técnicas de Redação para Elaboração de Relatórios de Auditoria Relatório de Auditoria Instrutor: Wellington Moura 55 Atributos de um relatório • Objetividade • Concisão • Suficiência • Clareza • Tempestividade • Atratividade • Aplicabilidade • Confiabilidade • Versatilidade 56 Objetividade Não fugir ao tema (respeitar a delimitação do escopo de trabalho). O Analista deve evitar a prolixidade, excluindo fatos que não contribuam com a elaboração do relatório. Os fatos devem ser registrados de acordo com a sua relevância para o escopo da auditoria. Fatos relevantes não devem ser excluídos, nem pequenas falhas devem ser exageradas. 57 Concisão Produzir um texto enxuto e lógico, que não seja mais extenso do que o necessário para transmitir a mensagem e fundamentar as conclusões. Relatório sobre temas complexos tendem a ser mais longos. A concisão deixa o texto mais agradável ao leitor. Por mais que pareçam importantes, detalhes em excesso podem deixar o texto confuso e dificultar o entendimento da mensagem principal. 58 Suficiência O relatório deve conter os elementos básicos para que se atenda ao objetivo. 59 Clareza Produzir um texto de fácil entendimento. Deve o analista utilizar uma linguagem que diminua as chances dos usuários do relatório terem dúvidas quanto ao conteúdo apresentado. Facilitar o entendimento não significa empobrecer o relatório de auditoria. 60 Clareza (cont.) • Não se deve deixar de utilizar termos técnicos necessários ao correto entendimento do trabalho. O que deve ser coibida é a utilização de termos que nada acrescentam ao texto produzido. • Evitar usar sinônimos para tratar sobre as mesmas coisas, assim como evitar termos eruditos ou em outras línguas, podem ajudar nesse sentido 61 Tempestividade O relatório deve apresentar informações atualizadas. Deve retratar a situação encontrada no momento da auditoria e estar disponível para conhecimento dos interessados em tempo hábil para a tomada de decisão. 62 Atratividade Evitar a elaboração de textos cansativos que acabam desestimulando sua leitura. Este atributo está intimamente ligado aos atributos Objetividade, Concisão e Clareza. Um relatório que não respeite a estes três atributos, dificilmente será atrativo aos gestores dos órgãos auditados; fato que poderá reduzir a efetividade de todo o trabalho realizado. 63 Aplicabilidade As recomendações devem ser factíveis, ou seja, o relatório deve conter informações capazes de serem implementadas e que sirvam como base para que os órgãos auditados possam melhorar suas práticas. 64 Confiabilidade As evidências obtidas devem transmitir ao usuário do relatório informações bem fundamentadas. Qualquer informação que esteja incorreta poderá comprometer por completo o relatório de auditoria. É necessário que se assegure que o que está sendo apresentado ao usuário do relatório seja fidedigno e exato. 65 Versatilidade • Permitir diferentes abordagens de leitura. • Atributo diretamente ligado à forma de estruturação do relatório de auditoria. • Um relatório será versátil quando possibilitar que os diversos interessados possam ir direto à informação desejada sem realizar uma leitura extensa de todoo trabalho desenvolvido. 66 Elementos textuais São elementos textuais do relatório padrão de auditoria: 1. INTRODUÇÃO – 1.1 Origem e Justificativa – 1.2 Caracterização do Objeto – 1.3 Período e Metodologia Utilizada – 1.4 Limitações 2. OBJETIVO – 2.1 Objetivo Geral – 2.2 Objetivos Específicos 67 Elementos textuais 3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS – Informações necessárias à contextualização do leitor em relação à Análise 4. CONCLUSÕES – Os subtítulos devem conter as conclusões na mesma ordem estabelecida na Análise. 68 Elementos textuais 5. ANÁLISE – Condição – Critério de Auditoria – Conclusão – Efeito – Recomendações 6. RECOMENDAÇÕES – Os subtítulos devem conter as recomendações na mesma ordem estabelecida na Análise. 69 Introdução • De fundamental importância, a introdução é responsável por apresentar ao leitor do relatório os aspectos gerais relativos ao trabalho de auditoria. Ela situa o tema de auditoria e prepara o usuário para os aspectos específicos que serão abordados no desenvolvimento do tema. • Em decorrência de sua função de apresentação geral do tema, a introdução não se propõe a antecipar conclusões, devendo o analista evitar a inclusão de pontos que serão oportunamente desenvolvidos ao longo do relatório. 70 Introdução Origem e Justificativa • Aqui devem constar de onde surgiu a demanda e as razões que motivaram a auditoria. • De forma geral, a origem dos trabalhos se dá por três meios: solicitações dos demais componentes da administração pública, denúncias ou levantamentos internos da SCGE. • Ao produzir o relatório de auditoria o Analista deve-se utilizar de duas chaves que o ajudarão na elaboração do relatório. A origem e justificativa estarão atendidas caso seja possível para quem lê o relatório conseguir responder às perguntas “De onde?” e “Por que?”. 71 Introdução Caracterização do Objeto • Neste ponto deve ficar claro onde, especificamente, atuou a auditoria. • Informar a área onde a auditoria trabalhou, qual o ponto, o “alvo” analisado pelo analista durante o trabalho desenvolvido. • Uma chave que ajudará o Analista no desenvolvimento do relatório é tentar responder a pergunta “O que é isso?” 72 Introdução Período e Metodologia Utilizada • Componente importante do relatório de auditoria, o período de realização dos exames de auditoria situa o trabalho desenvolvido em um espaço temporal. Determina em qual período se teve acesso às informações disponibilizadas. • A determinação do período resguarda a opinião do Analista sobre fatos e acontecimentos supervenientes. 73 Introdução Período e Metodologia Utilizada (cont.) • A respeito da metodologia utilizada, deve-se, na introdução, descrever, em aspectos gerais os procedimentos utilizados na auditoria. Identificar a dimensão do trabalho, as técnicas utilizadas, a extensão do trabalho são pontos que devem constar na introdução de forma concisa, sem antecipar conclusões ou recomendações. 74 Introdução Limitações • Aqui devem constar informações sobre limitações que foram encontradas durante o trabalho. • Quando da identificação de limitações ao trabalho de auditoria o analista pode, na introdução de seu relatório, incluir ressalva ou indicação dessa limitação de maneira a preservar sua opinião da ocorrência de atos ou fatos que à época da aplicação de seus exames não foram possíveis serem de seu conhecimento. 75 Introdução Objetivo Geral • O objetivo tem como função evidenciar a finalidade do trabalho, apontar a direção para onde se quer chegar. É ele quem irá nortear os trabalhos de auditoria. • Ao planejar a auditoria, deve-se ter bem definido o Objetivo da mesma. Caso no momento do planejamento, o Analista não possua um objetivo claro e bem definido, seu trabalho corre o risco de não surtir o efeito desejado. 76 Introdução Objetivo Geral (cont.) • Saber definir, delimitar o Objetivo de Auditoria é aspecto imprescindível dentro do desenvolvimento de uma auditoria. • No momento da elaboração do relatório de auditoria o analista deve identificar os Objetivos Geral e Específico. 77 Introdução Objetivo Específico • O objetivo específico corresponde a cada etapa que deve ser atingida para que possa se chegar ao objetivo geral. Aqui o Analista deve descrever os objetivos que, quando alcançados, levarão ao objetivo maior, geral. • A diferenciação entre Objetivo Geral e Objetivo Específico pode ser comparada com uma simples analogia: Após sabermos onde queremos chegar (Objetivo Geral), devemos definir o caminho que percorremos até chegar ao nosso destino (Objetivo Específico). 78 Introdução Considerações Iniciais • Em determinados relatórios existe a necessidade de se apresentar explicações anteriores à análise dos achados de auditoria. Estas informações deverão ser apresentadas dentro das Considerações Iniciais. 79 Introdução Considerações Iniciais (cont.) • A presença deste ponto só se faz necessária quando o analista necessita contextualizar o leitor para que o mesmo possa compreender a análise desenvolvida em tópico posterior. • As Considerações Iniciais não são destinadas a repetição de informações já apresentadas em tópicos anteriores. Aquelas que constem na introdução, assim como no objetivo, não devem ser aqui inseridas. 80 Introdução Conclusão • Conclusões são afirmações sintéticas e, como tal, inevitavelmente omitem ou simplificam algumas das informações registradas no corpo do relatório. • A conclusão hora tratada deve ser exibida em formato de tópico. Neste momento não se deve desenvolver a conclusão, deve-se apenas listar todas as conclusões a que chegou a equipe de auditoria. 81 Introdução Conclusão (cont.) • Importante frisar que o desenvolvimento destes tópicos será realizado no campo de análises. Para tanto, é necessário que a sequência dos tópicos abordados, tanto nas conclusões como nas análises seja idêntica. • As conclusões devem ser apresentadas na ordem de relevância dos achados identificados na auditoria. 82 Análise • É neste ponto do relatório onde serão apresentados os fatos encontrados durante a auditoria, os critérios utilizados para avaliação das situações, a conclusão do Analista, os efeitos das situações e as recomendações diante da situação identificada. • Aqui vale o mesmo alerta. as análises serão feitas seguindo a ordem das conclusões apresentadas no item “Conclusão”. Logo, os itens condição, critério de auditoria, conclusão, efeitos da situação encontrada estarão presentes em todos as análises efetuadas. 83 Análise Condição • A condição está relacionada com a situação encontrada pela equipe de auditoria. É a situação existente, identificada e documentada. • Ao descrever este ponto, o Analista deve evitar emitir sua opinião sobre a situação encontrada. • A descrição deste ponto deverá ser capaz de responder a pergunta: “Como está?” 84 Análise Critério • Representam o estado ideal ou desejável daquilo que se examina e oferecem o contexto para se avaliar as evidências e compreender os achados, conclusões e recomendações da auditoria. • A chave utilizada neste ponto que poderá ajudar a elaboração do Critério ode Auditoria é “Como de veria ser?” 85 Análise Conclusão • Local onde o Analista poderá emitir sua opinião sobre os dados encontrados. • Diferentemente do item “Conclusão”, aqui o analista poderá se aprofundar na suaconclusão. • As conclusões são afirmativas relacionadas com o objetivo da investigação, deduzidas da análise das evidências, em contraste com os critérios (discrepância entre a situação existente e o critério). • Neste ponto teremos o confronto entre as chaves “Como está?” e “Como deveria ser?” 86 Análise Efeitos da Situação Encontrada • Aqui ficará expressa a consequência da diferença constatada pela auditoria entre condição e critério, ou seja, o analista deve expor quais as conseqüências advindas das situações que foram identificadas in loco. • Neste ponto, a palavra chave que deve ser respondida pelo Analista, durante a elaboração do relatório de auditoria é “Qual a consequência?” 87 Análise Recomendações • São propostas de ação julgadas necessárias pela equipe de auditoria, que contribuirão para sanar alguma deficiência identificada. • Aqui o Analista deve ter o entendimento de que uma recomendação só poderá ser emitida, caso possa ser cumprida. Uma recomendação que não tenha esta característica não será considerada nem mesmo uma recomendação, não podendo assim estar presente no Relatório de Auditoria. 88 Recomendações • As recomendações aqui apresentadas, serão as mesmas expostas nos tópicos do item “Análise”. Sua réplica neste ponto do Relatório se justifica por possibilitar outra forma de visualização do relatório, proporcionado maior versatilidade. • Novamente, os subtítulos devem conter as recomendações na mesma ordem estabelecida na Análise. 89 Anexos e Apêndices • Embora exista uma confusão entre o que deve ser considerado Anexo e o que deve ser considerado Apêndice, há uma característica que deixa clara a diferença entre estes dois elementos pós-textuais. • Serão considerados Anexos todos os documentos obtidos durante os trabalhos de auditoria que não tenham sido elaborados pela equipe de auditoria. Exemplo: Documento recebido do órgão auditado. 90 Anexos e Apêndices (cont.) • Serão considerados Apêndices todos os documentos elaborados pela equipe de auditoria durante os trabalhos realizados. Assim, se foi necessária a elaboração, pela equipe de auditoria, de uma entrevista/questionário, um relatório ou qualquer documento com o escopo de complementar sua argumentação, deve-se utilizar o termo Apêndice e não Anexo. 91 Referências • Manual de Redação da Presidência da República, 2ª Edição, 2002 • Manual Padrão de Relatório de Auditoria, SCGE, 2012 92 Técnicas de Redação para Elaboração de Relatórios de Auditoria Parecer e Outros Produtos Instrutor: Juliano Ferro 93 Conteúdo do Módulo • Parecer; • Notificação; • Folha de Solicitação de Documentos e Informações; • Termo de Recomendação; • Plano de Ação; • Matriz de Achados; e • Relatório de Levantamento 94 Parecer No âmbito da Administração Pública, a opinião do auditor com atribuição de auditoria, deverá ser bem expressa por meio do Parecer. Segundo o Código de Administração Financeira, Lei N.º 7.741/78, art. 275, Parecer de auditoria é a opinião do órgão central do subsistema de auditoria a respeito da matéria que lhe seja submetida para exame. 95 Parecer Utilizado na SCGE, o Parecer traduz a opinião do parecerista sobre questões suscitadas na Administração Pública, que demandam entendimento do Órgão de Controle. Objetiva-se, com a sua emissão, fomentar a prática regular e eficiente da gestão pública. 96 Elementos Textuais do Parecer Formam o corpo do Parecer utilizado na auditoria da SCGE: 1. INTRODUÇÃO 2. ANÁLISE 3. CONCLUSÃO 97 Introdução Na Introdução deverá ser explicitado o contexto da demanda, contemplando as partes e os fatos envolvidos, bem como o objetivo do parecer. Objetiva-se, com a introdução, facilitar a compreensão do leitor sobre o que será discorrido. Deverá estar contido apenas o que for necessário ao entendimento do contexto e do objetivo, tendo-se a preocupação de torná-los claros ao máximo até mesmo para pessoas alheias ao assunto, que porventura leiam o parecer. 98 Análise A análise deverá ser clara e objetiva e a opinião do parecerista deverá estar bem fundamentada, amparada por todas as matérias necessárias à elucidação do assunto e sustentação da conclusão. 99 Conclusão Será o remate da análise, de modo mais preciso e objetivo, com caráter evidentemente conclusivo. Na conclusão não deverá haver fatos novos ou outros esclarecimentos não discorridos na análise. 100 Orientações sobre o que não se deve fazer ao escrever um parecer • Exagero em citações; • Elogios a juristas e doutrinadores eventualmente citados; • Digressões infundadas. Há que se primar pela objetividade; • Menosprezo a supostas divergências; • Expressões de cunho subjetivo, do tipo: “eu acho”; • Repetição de palavras ou expressões; • Incorreções ortográficas, em face da opção por vocábulos pouco usados. Exemplo: “cláusulas pátrias, em vez de cláusulas pétreas”. • Descuido do foco objeto da consulta. 101 Notificação O instrumento de notificação, conforme Portaria SCGE 036/2013, objetiva “dar ciência, aos órgãos e entidades da Administração Pública Estadual, da iminência ou da efetiva ocorrência de impropriedades e irregularidades verificadas no decorrer dos trabalhos de Auditoria, Inspeção ou Monitoramento, e recomendar as ações de correção quando cabíveis.” O prazo para a resposta à Notificação é de 5 dias úteis, que poderá ser prorrogado, mediante justificativa apresentada pelo órgão ou entidade notificados, sendo obrigatória a anuência expressa do Secretário Executivo da Controladoria Geral do Estado. 102 Notificação A resposta à Notificação deverá ser formalizada por meio de ofício dirigido ao emitente da Notificação e deverá conter as providências adotadas em relação às recomendações propostas ou, em caso de divergência, as justificativas e esclarecimentos necessários, com apresentação da documentação pertinente, devidamente carimbada e rubricada. 103 104 Notificação Elementos Textuais a. Constatação – Deve-se trazer objetivamente, nesse espaço, a situação encontrada que demanda a intervenção do Órgão de Controle. b. Fundamentação Legal – Em tal campo deverá estar contida a orientação normativa sobre as possíveis irregularidades ou impropriedades. c. Recomendação – Através da recomendação, a Controladoria pode agir de maneira preventiva e/ou corretiva. 105 Folha de Solicitação de Documentos e Informações - FSDI Segundo o Código de Administração Financeira de Pernambuco, Lei 7.741/78: Art.271. Nos exames de auditoria cumprir-se-ão os seguintes procedimentos: (...) III - o Agente de Controle Interno terá acesso a todas as dependências do órgão auditado e poderá requisitar documentos, de acordo com as necessidades do trabalho; 106 Folha de Solicitação de Documentos e Informações - FSDI Segundo a Portaria SCGE 036/2013, a FSDI objetiva solicitar documentos e informações no decorrer dos trabalhos de Auditoria, Inspeção ou Monitoramento. Segundo a portaria, o prazo máximo é de 15 (quinze) dias úteis para a resposta à FSDI, que poderá ser prorrogado, mediante requerimento justificado apresentado pelo órgão ou entidade demandados. 107 108 109 Termo de Recomendação O Termo de Recomendação, conforme Portaria SCGE 036/2013, objetiva recomendar a aplicaçãopor parte dos gestores de boas práticas, alterando ou substituindo atos e procedimentos de gestão que embora não configurem irregularidades ou não infrinjam as normas legais ou regulamentares de natureza contábil, financeiro, orçamentário, operacional ou patrimonial, devam ser modificados para obtenção de melhores resultados. 110 Termo de Recomendação O prazo máximo é de 15 dias úteis para a resposta ao Termo de Recomendação, que poderá ser prorrogado, mediante requerimento justificado apresentado pelo órgão ou entidade destinatários da recomendação. 111 112 Plano de Ação É um pacto realizado entre a Controladoria e o órgão auditado para fazer cumprir as recomendações contidas nos Relatórios de Auditoria. Recomenda-se a sua celebração, se necessária, após o prazo de 60 dias estabelecidos para conhecimento e manifestação do órgão auditado acerca do relatório de auditoria. Passos: • Reunião com o órgão auditado; • Estabelecimento de prazos para cumprimento das ações; • Assinatura do Plano pelos participantes da reunião; e • Acompanhamento. 113 Plano de Ação Tipos de ações pactuadas: • Estudos de viabilidade para adoção de procedimentos; • Instauração de procedimento administrativo (Sindicância, PAD e Tomada de Contas Especial); • Levantamento de informações e respostas para elucidar questões levantadas na auditoria; • Correção de irregularidades ou impropriedades; • Encaminhamentos para outros órgãos competentes; 114 Matriz de Achados Segundo o Glossário de Termos do TCU, achado é qualquer fato significativo, digno de relato pelo auditor, constituído por quatro atributos essenciais: situação encontrada (ou condição, o que é), Critério (o que deveria ser), causa (razão do desvio em relação ao critério) e efeito (consequência da situação encontrada). Decorre da comparação da situação encontrada com o critério e deve ser devidamente comprovado por evidências. 115 Matriz de Achados O achado pode ser negativo, quando revela impropriedade ou irregularidade, ou positivo, quando aponta boas práticas de gestão. Irregularidade é prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo, antieconômico, ou infração à norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial, dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico, desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos 116 Matriz de Achados Impropriedade é falha de natureza formal de que não resulte dano ao erário e outras que têm o potencial para conduzir à inobservância aos princípios de administração pública ou à infração de normas legais e regulamentares, tais como deficiências no controle interno, violações de cláusulas, abuso, imprudência, imperícia. 117 Matriz de Achados OBJETIVO: Nº ACHADO SITUAÇÃO ENCONTRADA CRITÉRIO EVIDÊNCIA ENCAMINHAMENTO [A1] [Título do Achado] [Situação existente, identificada, e documentada durante a fase de execução da auditoria] [Legislação, norma, jurisprudência, entendimento doutrinário ou padrão adotado] [Informações obtidas durante a auditoria no intuito de documentar os achados e de respaldar as opiniões e conclusões da equipe] [Propostas da equipe de auditoria] A1 A2 A3 MATRIZ DE ACHADOS AUDITORIA nº XX/201X - Órgão Auditado 118 Relatório de Levantamento O Relatório de Levantamento foi implementado, na SCGE, a partir da criação do Manual de Ação Sistemática da secretaria. O objetivo institucional da ação sistemática, além de instrumento de integração entre as diversas áreas de atuação da SCGE, é: 1. Conhecer as unidades de atuação segundo perspectivas pré-definidas; 119 Relatório de Levantamento 2. Identificar indícios de inadequação do controle interno; 3. Produzir informações gerenciais para tomada de decisão pelo gestor público; 4. Constituir o levantamento de informações para o planejamento anual das atividades da Controladoria; 5. Facilitar o acesso a informações e conhecimentos pelos agentes de controle interno; 6. Cultivar um intercâmbio de ideias entre agentes que possuem o conhecimento; 7. Estabelecer a parceria entre unidade de atuação e o Sistema de Controle Interno. 120 Relatório de Levantamento No decorrer das Ações Sistemáticas, caso a equipe de execução se depare com algum indício de inadequação de controle interno, deve ser esse destacado no relatório unido aos seus respectivos comentários e critérios. 121 Relatório de Levantamento A Ação Sistemática não tem por finalidade constatar irregularidades. No entanto, se durante a realização do trabalho tais constatações ocorrerem, o fato deve ser comunicado ao supervisor do trabalho, que avaliará a conveniência e a oportunidade de propor a realização de uma Notificação e/ou posteriormente outra ação de controle com vistas a concluir a análise dos fatos identificados. 122 Relatório de Levantamento Perspectivas de atuação: • Metas prioritárias; • Veiculação de Informações; • Análise da despesa; • Aspectos organizacionais; • Trabalhos anteriores; • Boas práticas; • Ouvidoria; • Gestor no controle; • Recomendações do Tribunal de Contas de Pernambuco • Licitações / Contratos / Convênios 123 Relatório de Levantamento As Ações Sistemáticas na Perspectiva Veiculação de Informações são avaliações das denúncias produzidas pela mídia que contribuem para gerar o debate público, sinalizar potenciais desvios de condutas que devem ser apuradas e que sejam relacionadas às macrofunções (Ouvidoria, Auditoria e Controladoria). Além disso, são também objeto de trabalho dessas Ações Sistemáticas as notícias e relatos que extrapolam a abrangência do Estado, visto que as boas práticas podem ser replicadas de forma sistêmica na Administração Pública. 124 Relatório de Levantamento A motivação em se atuar na Perspectiva de Atuação “Veiculação de Informações” é a seguinte: 1. A SCGE tem como missão institucional promover a prevenção e o combate à corrupção e a defesa do patrimônio público, planejando, desenvolvendo e executando ações de controle interno, atinentes à melhoria da qualidade na aplicação dos recursos públicos, à auditoria pública e ao incremento do controle social e da transparência da gestão no âmbito da administração pública estadual; 125 Relatório de Levantamento 2. Buscar o monitoramento da exposição e desempenho das instituições estaduais para com a sociedade, visto que a vigilância da sociedade e a postura por vezes enfática dos meios de comunicação vão requerer do Estado uma atuação cada vez mais proativa e preventiva. 126 Relatório de Levantamento O objetivo geral da Ação Sistemática na Perspectiva - Veiculação de Informações, com enfoque no levantamento de informações acerca dos processos de divulgação e coerência das informações consideradas relevantes pelos gestores da SCGE, será: 1. Identificar indícios veiculados em mídia, denúncias e teses de interesse às unidades a serem trabalhadas; 2. Avaliar a veracidade dos fatos, iniciando a apuração da denúncia/boa prática; 127 Relatório de Levantamento 3. Avaliar riscos, causas e efeitos sobre temas veiculados; 4. Determinar as áreas específicas e os aspectos a seremabordados na execução das Ações Específicas, que permitam participar na ação preventiva com vista a combater a corrupção e os desvios de conduta e a replicar boas práticas administrativas. 128 Relatório de Levantamento O produto da Ação Sistemática na Perspectiva - Veiculação de Informações será um relatório de levantamento de informações, identificando com a descrição sumária do ponto a ser analisado e as identificações das respostas pelo gestor e percepções da equipe técnica quanto ao ocorrido, com a seguinte estrutura e conteúdo desejáveis: 129 Relatório de Levantamento Considerações Iniciais. • Do fato (descrição sumária do objeto de trabalho de levantamento); • Relevância (avaliação da representatividade do fato com relação à unidade) • Abrangência (estadual, nacional ou internacional - utilizar a de maior repercussão); • Tipo de mídia e suas replicações (jornal - físico ou online; blogs; TV; revistas; sites.); • Elementos de destaque (utilização de depoimentos, fotos, ilustrações e infográficos); • Tipo da matéria (opinativa ou investigativa); • Principais temas (licitação, pagamento de fornecedor, execução de despesa, arrecadação, convênios, contratos,...); • Referência à instituição (se a instituição é citada diretamente ou indiretamente – indicando outras similares de mesma atuação/atividade); • A(s) fonte(s) da matéria (citação da fonte oficial (ou principal) e/ou link de internet); • Identificação dos Pontos Críticos da Informação. 130 Relatório de Levantamento Da Análise • Prováveis causas (apenas suposições que indicam as causas que serão averiguadas no decorrer das ações); • Público afetado (comunidades, associações, munícipes,...); • Ações adotadas ou que serão adotadas pela organização (caso na própria matéria haja alguma iniciativa já tomada pela organização); • Possíveis consequências; Indícios (Condição, Critério, Comentários e Possíveis Consequências). 131 Relatório de Levantamento A identificação pela equipe técnica do conteúdo das notícias para a entidade deverá ser feita com base tanto quanto ao aspecto qualitativo (positiva - boas práticas ou negativa - denúncias), quanto ao quantitativo, referente ao volume financeiro e físico relacionado ao fato. 132 Relatório de Levantamento As possíveis fontes que poderão ser utilizados nesse levantamento, dentre outras, são: 1. Discussão com os dirigentes/gestor/gerente responsável; 2. Notícias vinculadas ao tema em outros meios de informação; 3. Pesquisa científica a cerca do tema; 4. Nota explicativa realizada pela unidade; 5. Entrevista com o pessoal técnico/executor e outros; 133 Relatório de Levantamento 6. Legislação constitutiva básica das unidades de trabalho; 7. Normativos internos das unidades encarregadas; 8. Contratos, convênios, termos de parceria, editais/atos convocatórios; 9. Dados dos sistemas corporativos do Poder Executivo Estadual: E-fisco, SIAFEM, SIGEPE, SAD-RH e dentre outros que estejam em uso na respectiva área de atuação. 134 Relatório de Levantamento Perspectiva Aspecto Organizacional é a visão geral com o conhecimento e a compreensão do objeto a ser fiscalizado, bem como do ambiente organizacional em que este está inserido, com base em levantamentos de informações quanto aos seguintes aspectos: financeiro/orçamentário, patrimonial, pessoal, operacional; e informações sobre o ambiente interno e as atividades de controle. 135 Relatório de Levantamento A motivação em se atuar na Perspectiva de Atuação “Aspectos Organizacionais” é a seguinte: 1. Os agentes de controle interno devem possuir o conhecimento, as habilidades e outras competências necessárias ao desempenho de suas responsabilidades e atividade individuais, que incluem obter a visão geral das unidades de atuação; 2. A Controladoria deve possuir conhecimento suficiente para avaliar o risco de fraude e a maneira da qual é gerenciada cada unidade de atuação. 3. Estabelecer um planejamento baseado em riscos para determinar as prioridades de ações de controle, de forma consistente com as metas da SCGE. 136 Relatório de Levantamento O objetivo geral da Ação Sistemática “Aspectos Organizacionais”, com enfoque no levantamento de informações para instituir a visão geral da unidade/órgão, será: • Propiciar que os agentes de controle interno obtenham e mantenham conhecimento acerca das unidades de atuação que compõem a sua clientela. Dessa forma, seus resultados devem servir de subsídio para a criação e a manutenção de pastas permanentes, com informações atualizadas e catalogadas sobre as unidades de atuação ou outros objetos de ações de controle; • Identificar carências de atuação da Controladoria em relação a algum tema ou potenciais áreas com ações de controle específicas. 137 Relatório de Levantamento O produto da Ação Sistemática “Aspectos Organizacionais” será um relatório de descrição e montagem da visão geral da unidade que consiste numa descrição do funcionamento e da organização do nível estratégico, atendendo a seguinte estrutura e conteúdo, no que couber: 138 Relatório de Levantamento Na definição do escopo, deve ser considerado o tempo padrão de 20 dias úteis para a execução dos trabalhos das Ações Sistemáticas. Entretanto, em casos especiais, deve-se antecipadamente ajustar o prazo, dado o tamanho da equipe e o grau de complexidade dos trabalhos. A Matriz de Indícios será parte integrante do Relatório das Ações Sistemáticas que consolidará todos os indícios de inadequação de controle interno. 139 Relatório de Levantamento Considerações Iniciais Aspecto Financeiro/Orçamentário: Composição das despesas (corrente/capital, fonte, elementos de despesa, evolução anual); Composição orçamentária (indicação do nome e do código das unidades gestoras executoras, dos programas previstos e executados, e detalhamento dos programas finalísticos em ações (projetos, atividades, operações especiais)); Programação financeira (evolução anual, captação externa, transferências voluntárias). 140 Relatório de Levantamento Aspecto Patrimonial: Inventários; Infraestrutura. Aspecto Pessoal: Estrutura de mão de obra (quadro com quantidade total, número de estatutário, terceirizados, temporários); Rotatividade/evolução. 141 Relatório de Levantamento Aspecto Operacional: Macroprocessos (descrição e fluxos, de forma a explicitar o negócio da unidade); Organograma geral da unidade; Direcionadores estratégicos (missão, visão, negócio, valores, objetivos institucionais, principais resultados a serem alcançados, indicadores institucionais, porventura existentes, que indiquem os benefícios das ações do órgão/entidade); Normativos básicos aplicáveis (previsão constitucional, lei de criação, regimento interno, estatuto, planejamento estratégico). 142 Relatório de Levantamento Da Análise Ambiente interno e externo – a equipe técnica deve levantar informações acerca das perspectivas sobre mudanças no ambiente em que o órgão/entidade opera, sobre as principais incertezas, forças e fraquezas, oportunidades e ameaças, aplicando para isso a técnica Análise SWOT; Consolidação e análise da aplicação do check list de Ambiente Interno e Atividades de Controle. Indícios (Condição, Critério, Comentários e Possíveis Consequências). 143Relatório de Levantamento A equipe técnica deve ter em mente que a descrição do funcionamento e da organização da unidade se destina a retratar os fatos como realmente são e não como deveriam ser. Portanto, informações obtidas, principalmente, de fontes da própria unidade, devem ser validadas. Em regra, as informações relativas aos macroprocessos podem ser primeiramente obtidas junto aos seus responsáveis, visto que estes possuem uma visão sistêmica. Podem, ainda, ser realizadas entrevistas com os servidores ou funcionários que executam rotineiramente os processos de trabalho, e conhecem as atividades realizadas em detalhe. 144 Relatório de Levantamento As possíveis fontes que poderão ser utilizados são, dentre outras, as seguintes: 1. Discussão com os dirigentes/gestor/gerente responsável; 2. Aplicação do Formulário de Informações de Controles Internos – Ambiente Interno e Atividades de Controle; 3. Entrevista com o pessoal técnico/executor e outros; 4. Histórico de programação financeira; 5. Legislação constitutiva básica das unidades de trabalho; 145 Relatório de Levantamento 6. Normativos internos das unidades encarregadas; 7. Relatório de Gestão do Tribunal de Contas do Estado; 8. Planejamento Estratégico da unidade; 9. Dados dos sistemas corporativos do Poder Executivo Estadual: E-fisco, SIGEPE, SAD-RH, dentre outros que estejam em uso na respectiva área de atuação; e 10. Análise de contas e saldos dos balancetes e demonstrativos contábeis 146 Relatório de Levantamento Um bom relatório de Ações Sistemáticas requer que determinados atributos e características estejam presentes. Esses, quando bem trabalhados, são capazes de elevar a qualidade do relatório emitido, proporcionando maior efetividade do produto. 147 Relatório de Levantamento Versatilidade Objetividade Concisão Suficiência Clareza Tempestividade Atratividade ATRIBUTOS DO RELATÓRIO 148 Relatório de Levantamento Objetividade Não fugir ao tema (respeitar a delimitação do escopo de trabalho). O executor deve evitar a prolixidade, excluindo fatos que não contribuam com a elaboração do relatório. Os fatos devem ser registrados de acordo com a sua relevância para o escopo da ação sistemática. Fatos relevantes não devem ser excluídos, nem pequenas falhas devem ser exageradas. 149 Relatório de Levantamento Concisão Produzir um texto enxuto e lógico, que não seja mais extenso do que o necessário para transmitir a mensagem e fundamentar as conclusões. Relatório sobre temas complexos tendem a ser mais longos. A concisão deixa o texto mais agradável ao leitor. Por mais que pareçam importantes, detalhes em excesso podem deixar o texto confuso e dificultar o entendimento da mensagem principal. 150 Relatório de Levantamento Suficiência O relatório deve conter os elementos básicos para que se atenda ao objetivo. 151 Relatório de Levantamento Clareza Produzir um texto de fácil entendimento. Deve-se utilizar uma linguagem que diminua as chances dos usuários do relatório de terem dúvidas quanto ao conteúdo apresentado. Facilitar o entendimento não significa empobrecer o relatório. Não se deve deixar de utilizar termos técnicos necessários ao correto entendimento do trabalho. O que deve ser coibida é a utilização de termos que nada acrescentam ao texto produzido. Evitar usar sinônimos para tratar sobre as mesmas coisas, assim como evitar termos eruditos ou em outras línguas, podem ajudar nesse sentido. 152 Relatório de Levantamento Tempestividade O relatório deve apresentar informações atualizadas. Deve retratar a situação encontrada no momento da Ação Sistemática e estar disponível para conhecimento dos interessados em tempo hábil para a tomada de decisão. 153 Relatório de Levantamento Atratividade Evitar a elaboração de textos cansativos que acabam desestimulando sua leitura. Este atributo está intimamente ligado aos atributos Objetividade, Concisão e Clareza. Um relatório que não respeite a esses três atributos, dificilmente será atrativo aos gestores das unidades; fato que poderá reduzir a efetividade de todo o trabalho realizado. 154 Relatório de Levantamento Versatilidade Permitir diferentes abordagens de leitura. Atributo diretamente ligado à forma de estruturação do relatório de levantamento. Um relatório será versátil quando possibilitar que os diversos interessados possam ir direto à informação desejada sem realizar uma leitura extensa de todo o trabalho desenvolvido. Aqui, a forma e estrutura do relatório o qualificará como versátil, permitindo que cada usuário faça a leitura da forma que melhor entender. 155