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Prof. Daniel Mariani UNIDADE II Serviço Social Integrado Vamos nesta unidade falar sobre a pobreza e as funções de ter e ser o que diferencia a questão da sobrevivência, assim como a questão social e a mobilização social como fator determinante para a mudança das prioridades do Estado e a diminuição da desigualdade social. Abordaremos o Serviço Social e a questão social e seu papel mediador. Serviço Social Integrado A preservação da vida e sua promoção ou privação pode conduzir até mesmo à morte. Exemplifica com estados de subnutrição que causam mortes prematuras, analfabetismo, que no mundo contemporâneo desencadeia uma série de privações e outras incapacidades. A pobreza também pode ser caracterizada por ausência de renda ou pela evidência de que as pessoas se encontram em patamares inferiores aos parâmetros que asseguram a vida e também pela ausência do acesso justo, resultante do trabalho e da efetiva participação social. Serviço Social Integrado Genéticas, sociais, culturais, econômicas, de gênero, fatores climáticos e ecológicos. Essas capacidades são também afetadas pelo processo de acumulação capitalista, pelas más condições da vida urbana, que incluem a insegurança e a violência em alguns bairros pobres e muito populosos e outras variações sobre as quais uma pessoa pode não ter controle ou apenas controle limitado. Capacidade humana É evidente que não ter capacidades ou ser limitado no uso dessas causas, reduz o potencial de participação das pessoas na lógica de pertencimento familiar e comunitário e no acesso a bens e serviços, recursos fundamentais para a existência humana. Capacidade humana A renda é um dos meios de potencializar as capacidades humanas e, quanto maiores forem essas capacidades, maior será o potencial produtivo de uma pessoa, consequentemente maior a chance de obter uma renda mais elevada, evidenciando que essa relação é muito importante. Contudo, não é somente a renda que proporciona o aumento das capacidades, outros elementos são igualmente significativos, como a educação, a saúde, o ambiente saudável, entre outros. Potencialização e renda Os fatores que levam as pessoas às situações de pobreza também significam defender direitos e aprofundar conhecimentos sobre bloqueios e imposições da estrutura socioeconômica, particularmente os que possam impedir o direito das pessoas de participar das decisões que afetam suas vidas cotidianas. Potencialização e renda É necessário entender os direitos, nessa perspectiva do debate contemporâneo, sobre os impactos das transformações econômicas no movimento de globalização e na reestruturação produtiva nas cidades. Como esses direitos expressam a nova ordem socioespacial, na qual a cidade revela uma estrutura social dividida entre classes e interesses, entre cidadãos e não cidadãos, o espaço é fragmentado por uma sociedade dominada pelas elites. Direitos sociais Destacam-se, nessas formas organizadas, atores sociais representados em fóruns e redes nacionais, bem como suas respostas frente aos desafios urbanos. Estruturam-se por esse caminho estratégias de intervenção voltadas para a redução das desigualdades sociais e dos níveis de segregação e exclusão social que marcam a sociedade brasileira, na perspectiva da construção de um novo modelo de cidade mais justa e democrática. (DAGNINO, 2002) Direitos sociais Esse processo de organização reivindicativa de direitos não está livre de tensões e embates. No Brasil, essas lutas, desde a década de 1980, são visíveis na esfera da defesa do acesso às políticas públicas, que embora tenham papel importante para assegurar condições de bem-estar, no entanto, estão longe de facilitar a ampliação dos espaços onde o público se sobrepõe às apropriações privadas. O que se observa, por exemplo, é que serviços de educação e saúde são cada vez mais privatizados. Políticas públicas Em seu papel de vinculação ao capitalismo monopolista, o Estado transforma processos de desigualdades estruturais, com efeitos macros, coletivos e que expressam a questão social, em problemas individuais, fragmentados, isolados e de acesso parcializado, meritório, atribuídos às relações. Políticas sociais A mundialização do capital, também chamada de globalização, instituiu a financeirização do capitalismo, facilitando a entrada dos sistemas monetários e financeiros de cada capitalismo nacional, que veem acentuadas suas dívidas externas, contraídas ainda no período chamado de grande liquidez (1970). Ressalta-se que os países endividados foram deslocados para a periferia do sistema de financeirização do capital, incluindo o Brasil e a América Latina. Mundialização do capital No Brasil, o neoliberalismo estimulou consideravelmente os domínios dos capitalistas, também sob a égide da financeirização da economia, que predetermina a acumulação possível e que lugar o Estado irá ocupar no sistema econômico e promoveu intensas privatizações que retiraram do Estado a capacidade de fazer política de produção. Mundialização do capital A classe operária, típica do setor industrial, no capitalismo tardio está: a) Crescendo. b) Mantendo-se estável. c) Diminuindo. d) Ruralizando-se. e) Tornando-se burguesa. Interatividade No caso brasileiro, o neoliberalismo, a privatização que ocorre do patrimônio público o destrói sobre o domínio das classes dominadas, significando para elas “a destruição de sua política, o roubo da fala, sua exclusão do discurso reivindicativo e, no limite, sua destruição como classe; seu retrocesso ao estado de mercadoria, que é o objetivo neoliberal”. (OLIVEIRA, 2006, p. 146) Globalização A globalização e o desenvolvimento tecnológico e informacional promoveram profundas mudanças nos processos de trabalho, no sistema de produção e nos mercados e impulsionaram a intensificação da competição intercapitalista, gerando a flexibilização e a corresponsabilização produtiva, que culminou na terceirização ou subcontratação de trabalho temporário, parcial e nas diferentes formas de precarização do trabalho, para destacar apenas alguns dos elementos presentes nesse processo. Globalização Os direitos humanos são fruto das lutas e das conquistas alcançadas em momentos revolucionários de mobilização da população mundial, na busca de garantir justiça e direitos fundamentais para a preservação da vida humana diante de exposições a situações de violência e contrárias à segurança existencial. Na história destacam-se: as Declarações de Direitos das Revoluções Inglesa (1640 e 1688), da Independência Norte-Americana (1783), Francesa (1789), Russa (1917) e a Declaração dos Direitos Humanos de 1948. Direitos humanos e a luta de classe No entanto, os direitos humanos resultam da luta de classes, por meio de mobilização dos trabalhadores e sujeitos políticos para combater situações de opressão, exploração e desigualdades. Nela, consagram-se os direitos sociais, econômicos, civis, políticos defendidos no movimento operário dos séculos XIX e XX. Direitos humanos e a luta de classe A Constituição brasileira contempla de forma articulada os direitos humanos e os direitos do cidadão, de tal forma que lutar pela cidadania democrática e enfrentar a questão social no Brasil praticamente se confunde com a luta pelos direitos humanos, porque se entende que ambos resultam de uma longa história de lutas sociais e de reconhecimento ético e político, das capacidades humanas, independentemente de quaisquer distinções. Direitos humanos e a questão social Em reflexões sobre o poder local, Dowbor (1994) esclarece que