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peter burke e dosse

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Universidade Estácio de Sá
 Aluna: Thayane da Silva Agarez
			 Matricula: 201801204811
 			 Turma: 
Comparação entre P. Burke e F. Dosse
Rio de Janeiro – Rio de Janeiro
2018.1
Neste trabalho iremos comparar os pensamentos de Peter Burke e François Dosse na perspectiva de ambos sobre a Escola do Annales à Nova História.
Peter Burke afirma que fundação da revista/escola dos Annales foi criada para promover uma nova história, uma nova metodologia de olhar o passado. Sendo assim, uma escrita como uma reação deliberada contra o paradigma tradicional – visão do senso comum da história – onde era considerada a maneira de se fazer história, essencialmente a respeito da política. Onde por outro lado a nova história tem por base filosófica a ideia de que a realidade histórica é social ou culturalmente constituída. E a capacidade da interdisciplinaridade que os Annales trouxeram no sentido de aprenderem a colaborar com antropólogos sociais, economistas, críticos literários, psicólogos e sociólogos. 
Para Burke também, a nova história era uma “historia vista de baixo” onde se tinha a opinião de pessoas comuns, experiência de mudanças sócias, uma história popular. E a mudança dos Annales ocasionou a mudança do paradigma tradicional onde a história só era baseada em documento, para a “história vista de baixo”, para uma maior variedade de evidências – visuais e orais – assim podendo constituir a atitude dos hereges e dos rebeldes, onde não se pode fazer por um escrito oficial, onde apenas mostra o ponto de vista estadista, dos grandes homens e etc.
Apesar de Burke simpatizar com o novo paradigma, Burke diz que também tem seus problemas; problemas de definição: ocorre porque os novos historiadores estão avançando em território não familiar, e começam com uma imagem negativa daquilo que procuram; problemas de fonte: por ter que pesquisar em fontes não oficiais para complementar tal fonte, alguns se voltam para história oral e evidência de imagem, o que não atinge a sofisticação da critica de um documento, que historiadores praticaram durante século; e problemas de explicação: a expansão no campo do historiador implica o repensar da explicação histórica, uma vez que as tendências culturais e sociais não podem ser analisadas da mesma maneira que os acontecimentos políticos. Elas requerem mais explicação estrutural.
François Dosse diz que a nova história é uma história comerciante, onde os membros dos Annales apoderam-se de todos os lugares estratégicos de uma sociedade dominada pelos meios de comunicação de massa, e que o historiador novo torna-se comerciante ao mesmo tempo em que sábio, intermediário, publicitário e administrador para controlar todos os níveis das redes de difusão dos trabalhos históricos. 
Para Dosse existe uma relação da crise de 29 com a criação da revista/escola dos Annales, pois ela foi lançada em 1929, no mesmo ano da crise e o projeto de Marc Bloch e Lucien Febvre não se reduz a uma resposta pontual dos historiadores diante da crise que explode de maneira manifesta depois da quebra de Wall Street. A crise proporciona o sucesso à revista, já que, nesta época, os historiadores passam a se aprofundar nos aspectos econômicos, deixando de lado o político. 
Dosse expõem certas constatações como; as influências de tais acontecimentos na disciplina história reproduz um retrato de desgosto social; a profissão historiador tem como função atribuir um papel diferente a uma nova transformação sócia já que na época deixaram de olhar para o particular, como antes, para se voltar ao social, que precisava realmente de sua ajuda; e a própria historiografia é afetada e julgada pela geografia, por ser a favor da doutrina positivista. Dosse explica que a geografia Pretende eliminar o acontecimento, o político, e fixar-se no tempo atual e interessa-se por tudo que se mantém no presente. Sendo Geografia Vidaliana X História historicizante. As vidalianos preferem o uso da observação, isso propõe uma “libertação” do historiador aos arquivos, as fontes; proporciona uma reflexão sobre a crise. Ou seja, a geografia teve uma influência importante e de alto grau na Escola do Annales, tirando-a do passado e a trazendo para o presente. 
Como foi visto Burke apesar de simpatizar com a ideia, acredita que tudo te o seu preço e lados negativos. O Dosse acredita que foram coisas premeditadas e que a escola tem força política também, pois quem se opõe. Mas ambos acreditam que e que a disciplina da historia esta mais fragmentada do que nunca.

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