Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ministério Público do Trabalho - MPT Procuradoria Geral do Trabalho - PGT Coordenadoria de Recursos Judiciais - CRJ Grupo de Trabalho sobre Recurso de Revista – GTRR 1 Protótipo do Roteiro do Recurso de Revista O Recurso de Revista é um recurso de caráter extraordinário, admitido contra acórdãos proferidos em sede de Recurso Ordinário e Agravo de Petição e tem por objetivo a uniformização da jurisprudência dos Tribunais Regionais do Trabalho, não podendo ser utilizado para discutir matéria de fato (Súmula nº 126 TST). O presente Grupo tem por finalidade compilar informações de forma sistemática, facilitando a elaboração do Recurso de Revista nas Regionais, de forma a garantir o preenchimento de todos os requisitos exigidos tanto pela legislação quanto pela jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho. Disciplina legal do Recurso de Revista O Recurso de Revista é disciplinado pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em seu art. 896, alterado pelas Leis nº 13.015, de 2014 e nº 13.467, de 2017. Possui a seguinte redação: Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal; b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a; Ministério Público do Trabalho - MPT Procuradoria Geral do Trabalho - PGT Coordenadoria de Recursos Judiciais - CRJ Grupo de Trabalho sobre Recurso de Revista – GTRR 2 c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal. § 1o O recurso de revista, dotado de efeito apenas devolutivo, será interposto perante o Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, que, por decisão fundamentada, poderá recebê-lo ou denegá-lo. § 1o-A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte: I - indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista; II - indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a dispositivo de lei, súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho que conflite com a decisão regional; III - expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos jurídicos da decisão recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de cada dispositivo de lei, da Constituição Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade aponte. IV - transcrever na peça recursal, no caso de suscitar preliminar de nulidade de julgado por negativa de prestação jurisdicional, o trecho dos embargos declaratórios em que foi pedido o pronunciamento do tribunal sobre questão veiculada no recurso ordinário e o trecho da decisão regional que rejeitou os embargos quanto ao pedido, para cotejo e verificação, de plano, da ocorrência da omissão. Incluído pela Lei nº 13.467/2017 § 2o Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou por suas Turmas, em execução de sentença, inclusive em processo incidente de embargos de terceiro, não caberá Recurso de Revista, salvo na hipótese de ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal. § 3o Os Tribunais Regionais do Trabalho procederão, obrigatoriamente, à uniformização de sua jurisprudência e aplicarão, nas causas da competência da Justiça do Trabalho, no que couber, o incidente de uniformização de jurisprudência previsto nos termos do Capítulo I do Título IX do Livro I da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil). Revogado pela Lei nº 13.467/2017 § 4o Ao constatar, de ofício ou mediante provocação de qualquer das partes ou do Ministério Público do Trabalho, a existência de decisões atuais e conflitantes no âmbito do mesmo Tribunal Regional do Trabalho sobre o tema objeto de recurso de revista, o Tribunal Superior do Trabalho determinará o retorno dos autos à Ministério Público do Trabalho - MPT Procuradoria Geral do Trabalho - PGT Coordenadoria de Recursos Judiciais - CRJ Grupo de Trabalho sobre Recurso de Revista – GTRR 3 Corte de origem, a fim de que proceda à uniformização da jurisprudência. Revogado pela Lei nº 13.467/2017 § 5o A providência a que se refere o § 4o deverá ser determinada pelo Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, ao emitir juízo de admissibilidade sobre o recurso de revista, ou pelo Ministro Relator, mediante decisões irrecorríveis. Revogado pela Lei nº 13.467/2017 § 6o Após o julgamento do incidente a que se refere o § 3o, unicamente a súmula regional ou a tese jurídica prevalecente no Tribunal Regional do Trabalho e não conflitante com súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho servirá como paradigma para viabilizar o conhecimento do recurso de revista, por divergência. Revogado pela Lei nº 13.467/2017 § 7o A divergência apta a ensejar o recurso de revista deve ser atual, não se considerando como tal a ultrapassada por súmula do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. § 8o Quando o recurso fundar-se em dissenso de julgados, incumbe ao recorrente o ônus de produzir prova da divergência jurisprudencial, mediante certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicada a decisão divergente, ou ainda pela reprodução de julgado disponível na internet, com indicação da respectiva fonte, mencionando, em qualquer caso, as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados. § 9o Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal e por violação direta da Constituição Federal. § 10. Cabe recurso de revista por violação a lei federal, por divergência jurisprudencial e por ofensa à Constituição Federal nas execuções fiscais e nas controvérsias da fase de execução que envolvam a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT), criada pela Lei nº 12.440, de 7 de julho de 2011. § 11. Quando o recurso tempestivo contiver defeito formal que não se repute grave, o Tribunal Superior do Trabalho poderá desconsiderar o vício ou mandar saná-lo, julgando o mérito. § 12. Da decisão denegatória caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias. § 13. Dada a relevância da matéria, por iniciativa de um dos membros da Seção Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, aprovada Ministério Público do Trabalho - MPT Procuradoria Geral do Trabalho - PGT Coordenadoria de Recursos Judiciais - CRJ Grupo de Trabalho sobre Recurso de Revista – GTRR 4 pela maioria dos integrantes da Seção, o julgamento a que se refere o § 3o poderá ser afeto ao Tribunal Pleno. § 14. O relator do recurso de revista poderá denegar-lhe seguimento, em decisão monocrática, nas hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de ausênciade qualquer outro pressuposto extrínseco ou intrínseco de admissibilidade. Incluído pela Lei nº 13.467/2017 Art. 896-A - O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, examinará previamente se a causa oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica. § 1o São indicadores de transcendência, entre outros: Incluído pela Lei nº 13.467/2017 I - econômica, o elevado valor da causa; II - política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal; III - social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social constitucionalmente assegurado; IV - jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da legislação trabalhista. § 2o Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao recurso de revista que não demonstrar transcendência, cabendo agravo desta decisão para o colegiado. Incluído pela Lei nº 13.467/2017 § 3o Em relação ao recurso que o relator considerou não ter transcendência, o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre a questão da transcendência, durante cinco minutos em sessão. Incluído pela Lei nº 13.467/2017 § 4o Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do recurso, será lavrado acórdão com fundamentação sucinta, que constituirá decisão irrecorrível no âmbito do tribunal. Incluído pela Lei nº 13.467/2017 § 5o É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo de instrumento em recurso de revista, considerar ausente a transcendência da matéria. Incluído pela Lei nº 13.467/2017 § 6o O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela Presidência dos Tribunais Regionais do Trabalho limita-se à análise dos pressupostos intrínsecos e Ministério Público do Trabalho - MPT Procuradoria Geral do Trabalho - PGT Coordenadoria de Recursos Judiciais - CRJ Grupo de Trabalho sobre Recurso de Revista – GTRR 5 extrínsecos do apelo, não abrangendo o critério da transcendência das questões nele veiculadas. Incluído pela Lei nº 13.467/2017 A elaboração do Recurso de Revista também foi disciplinada pela Instrução Normativa nº 23/2003, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), apresentando o seguinte teor: Considerando a necessidade de racionalizar o funcionamento da Corte, para fazer frente à crescente demanda recursal, e de otimizar a utilização dos recursos da informática, visando à celeridade da prestação jurisdicional, anseio do jurisdicionado; Considerando a natureza extraordinária do recurso de revista e a exigência legal de observância de seus pressupostos de admissibilidade; Considerando que a elaboração do recurso de maneira adequada atende aos interesses do próprio recorrente, principalmente na viabilização da prestação jurisdicional; Considerando que o advogado desempenha papel essencial à administração da Justiça, colaborando como partícipe direto no esforço de aperfeiçoamento da atividade jurisdicional, merecendo assim atenção especial na definição dos parâmetros técnicos que racionalizam e objetivam seu trabalho; Considerando que facilita o exame do recurso a circunstância de o recorrente indicar as folhas em que se encontra a prova da observância dos pressupostos extrínsecos do recurso; Considerando que, embora a indicação dessas folhas não seja requisito legal para conhecimento do recurso, é recomendável que o recorrente o faça; RESOLVE, quanto às petições de recurso de revista: I - Recomendar sejam destacados os tópicos do recurso e, ao demonstrar o preenchimento dos seus pressupostos extrínsecos, sejam indicadas as folhas dos autos em que se encontram: a) a procuração e, no caso de elevado número de procuradores, a posição em que se encontra(m) o(s) nome(s) do(s) subscritor(es) do recurso; b) a ata de audiência em que o causídico atuou, no caso de mandato tácito; c) o depósito recursal e as custas, caso já satisfeitos na instância ordinária; Ministério Público do Trabalho - MPT Procuradoria Geral do Trabalho - PGT Coordenadoria de Recursos Judiciais - CRJ Grupo de Trabalho sobre Recurso de Revista – GTRR 6 d) os documentos que comprovam a tempestividade do recurso (indicando o início e o termo do prazo, com referência aos documentos que o demonstram). II - Explicitar que é ônus processual da parte demonstrar o preenchimento dos pressupostos intrínsecos do recurso de revista, indicando: a) qual o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da controvérsia trazida no recurso; b) qual o dispositivo de lei, súmula, orientação jurisprudencial do TST ou ementa (com todos os dados que permitam identificá-la) que atrita com a decisão regional. III - Reiterar que, para comprovação da divergência justificadora do recurso, é necessário que o recorrente: a) junte certidão ou cópia autenticada do acórdão paradigma ou cite a fonte oficial ou repositório em que foi publicado; b) transcreva, nas razões recursais, as ementas e/ou trechos dos acórdãos trazidos à configuração do dissídio, demonstrando os conflitos de teses que justifiquem o conhecimento do recurso, ainda que os acórdãos já se encontrem nos autos ou venham a ser juntados com o recurso. IV - Aplica-se às contrarrazões o disposto nesta Instrução, no que couber. Passo a Passo na elaboração do Recurso de Revista 1) Direcionamento do Recurso A folha de rosto do Recurso de Revista deve ser dirigida ao Desembargador Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, podendo também ser endereçada à Vice-Presidência, a depender do regramento previsto no Regimento Interno de cada Tribunal. Já as razões do recurso deverão ser dirigidas ao Tribunal Superior do Trabalho e suas Turmas, utilizando-se as expressões “Colenda” ou “Egrégia” Turma. Ministério Público do Trabalho - MPT Procuradoria Geral do Trabalho - PGT Coordenadoria de Recursos Judiciais - CRJ Grupo de Trabalho sobre Recurso de Revista – GTRR 7 Sugestão de redação do tópico: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 10ª REGIÃO. Processo nº 0001506-78.2012.5.10.0004 MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO – Procuradoria Regional do Trabalho da 10ª Região, pela Procuradora Regional do Trabalho signatária, nos autos do processo em referência, em que contende com SBF COMERCIO DE PRODUTOS ESPORTIVOS LTDA., com fulcro no art. 83, VI, da Lei Complementar nº 75/93 e no art. 896, alínea “c”, da Consolidação das Leis do Trabalho, vem interpor RECURSO DE REVISTA pelas razões expostas em anexo, requerendo a Vossa Excelência se digne recebê-lo e determinar seu regular processamento e remessa ao Colendo Tribunal Superior do Trabalho. Nestes termos, Pede deferimento. PROCESSO Nº: 0001506-78.2012.5.10.0004 RECORRENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO – PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO DA 10ª REGIÃO RECORRIDO: SBF COMERCIO DE PRODUTOS ESPORTIVOS LTDA RAZÕES DE RECURSO DE REVISTA Colenda Turma, Ministério Público do Trabalho - MPT Procuradoria Geral do Trabalho - PGT Coordenadoria de Recursos Judiciais - CRJ Grupo de Trabalho sobre Recurso de Revista – GTRR 8 Excelentíssimos Ministros, A egrégia 2ª Turma entendeu de prover parcialmente o recurso ordinário interposto pelo Ministério Público do Trabalho, majorando a indenização por danos morais coletivos e redefinindo os parâmetros da multa diária em caso de descumprimento da obrigação de não fazer imposta na sentença, conforme requerido na peça recursal.Insurge-se o Ministério Público do Trabalho contra o entendimento lançado no v. acórdão no que diz respeito à realização de revistas, pela empresa recorrida, nos pertences pessoais dos empregados (...). 2) Breve exposição da causa Relatar de forma resumida as razões pelas quais está sendo interposto o Recurso de Revista, enfatizando a tese inicialmente defendida e não aceita pelo Tribunal Regional. Ressaltar que o referido posicionamento não deverá subsistir, por ferir dispositivo legal e/ou contrariar jurisprudência dominante de outros Tribunais. 3) Pressupostos Recursais Genéricos Antes de adentrar na questão de mérito, é necessário demonstrar o preenchimento dos pressupostos extrínsecos da adequação, da legitimidade recursal, do interesse recursal e da tempestividade. Adequação Só cabe Recurso de Revista contra acórdão prolatado por TRT. De plano, não cabe Recurso de Revista: - contra decisão regional proferida em agravo de instrumento (Súmula nº 218 do TST); - contra decisão interlocutória, salvo no caso de: 1) decisão de TRT contrária a Súmula ou OJ do TST; 2) decisão suscetível de recurso dentro do próprio Tribunal; 3) decisão de acolhimento de exceção de incompetência, com remessa dos autos a outro juízo, mas que tenha devolvido o processo para a 1ª instância, para completar o julgamento (Súmula nº 214 do TST). Ministério Público do Trabalho - MPT Procuradoria Geral do Trabalho - PGT Coordenadoria de Recursos Judiciais - CRJ Grupo de Trabalho sobre Recurso de Revista – GTRR 9 Sugestão de redação do tópico: “O presente recurso de revista é adequado, porquanto interposto contra decisão proferida em sede de Recurso Ordinário, apreciado pelo Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da __ª Região, resultando em acórdão que conferiu ao mesmo dispositivo de lei federal (art. 6º da Lei nº 8.878/94) interpretação diversa da que lhe deu outros Tribunais Regionais do Trabalho, o que autoriza o manejo do Recurso de Revista, conforme previsão da alínea “a” do art. 896 da CLT.” Legitimidade Recursal A legitimidade do Ministério Público do Trabalho para interpor Recurso de Revista contra decisões proferidas de Tribunal Regional do Trabalho decorre da lei e da própria Constituição. Sugestão de redação do tópico: “O Ministério Público do Trabalho detém legitimidade para recorrer das decisões prolatadas pela Justiça do Trabalho, seja nos processos em que é parte, seja naqueles em que oficia como fiscal da lei, nos termos do disposto nos arts. 127 e 129 da Constituição Federal, bem como art. 83, VI, da Lei Complementar 75/93, e art. 746, alínea “f”, da CLT, e art. 996, caput, do novo CPC.” Interesse Recursal Quando não é parte no processo, mas atuou como custos legis, o Ministério Público tem interesse em recorrer em se tratando de direitos indisponíveis. Não se admite arguição de prescrição em favor do Reclamado por parte do Ministério Público (OJ nº 130 da SBDI-1 do TST), nem tampouco defesa de interesse de empresa estatal (OJ nº 237 da SBDI-1 do TST), exceto contra decisão que declara a existência de vínculo empregatício com sociedade de economia mista ou empresa pública após a Constituição de 1988, sem prévia aprovação em concurso público (OJ nº 338 da SBDI-1 do TST) Sugestão de redação do tópico: “O v. acórdão recorrido confirmou o entendimento anteriormente manifestado pelo MM. Juízo de 1º grau e negou provimento ao recurso ordinário interposto pelo Ministério Público. Exsurge desse quadro, a presença do interesse recursal decorrente da necessidade e utilidade da interposição da presente Revista. ” Ministério Público do Trabalho - MPT Procuradoria Geral do Trabalho - PGT Coordenadoria de Recursos Judiciais - CRJ Grupo de Trabalho sobre Recurso de Revista – GTRR 10 Tempestividade O prazo para a interposição do Recurso de Revista é de 8 dias (Art. 6º da Lei nº 5.584, de 1970), sendo contado em dobro para o Ministério Público do Trabalho, nos termos dos arts. 180 e 183, §1º do novo CPC. Sugestão de redação do tópico: “É tempestivo o recurso, pois a intimação pessoal do Ministério Público do Trabalho ocorreu no dia __/__/____, ___-feira (Mandado de Intimação nº ___/20__), e como o prazo recursal é de 16 dias, em razão da prerrogativa da contagem em dobro, preceituada no art. 180 do CPC, o termo final recai em __/__/20__ (____-feira).” 4) Pressupostos Recursais Específicos As duas hipóteses básicas de cabimento do Recurso de Revista, que constituem seus pressupostos específicos, são a divergência jurisprudencial e a violação de lei (art. 896, alíneas “a”, “b” e “c”). Preliminar de nulidade do julgado por negativa de prestação jurisdicional Tendo o Recurso de Revista natureza extraordinária, somente admite revisão de matéria devidamente prequestionada na decisão regional recorrida. Havendo omissão do TRT na apreciação de determinada questão, deve a parte opor embargos de declaração para sanar a omissão, e, caso persista o Regional em não apreciar o tema, deverá o recorrente arguir em preliminar de Recurso de Revista, a nulidade do julgado por negativa de prestação jurisdicional. O TST tem exigido, nos casos em que é suscitada preliminar de negativa de prestação jurisdicional a transcrição do teor das alegações deduzidas nos embargos de declaração, bem como, do trecho do acórdão em que decididos os declaratórios, com a finalidade de demonstrar que as omissões indicadas não foram objeto de pronunciamento pelo Tribunal Regional. A Subseção I Especializada em Dissídios Individuais do TST, em sua composição plena, decidiu, por maioria, ser imprescindível a referida transcrição (E-RR-1522-62.2013.5.15.0067, SBDI-I, Rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, 16/3/2017 (Orientação nº 03/2017 da CRJ/PGT). O referido posicionamento foi contemplado expressamente no art. 869, §1º-A, inciso IV, da CLT, através das alterações promovidas pela Lei nº 13.467/2017. Não se admite a arguição desta preliminar baseada em divergência jurisprudencial, pela impossibilidade prática de haver decisões especificamente conflitantes, mas apenas por violação dos arts. 832 da CLT, art. 489 do CPC e art. 93, IX, da Constituição de 1988, únicos que tratam da Ministério Público do Trabalho - MPT Procuradoria Geral do Trabalho - PGT Coordenadoria de Recursos Judiciais - CRJ Grupo de Trabalho sobre Recurso de Revista – GTRR 11 exigência de fundamentação das decisões judiciais. Neste sentido ganha extrema relevância o disposto na Súmula nº 459 do TST. Sugestão de redação do tópico: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX Prequestionamento Não se admite o Recurso de Revista quando estiver ausente o prequestionamento da matéria versada no recurso (art. 896, §1º-A, I e Súmula nº 297 do TST). O não prequestionamento se consubstancia na ausência de pronunciamento, por parte da decisão recorrida, sobre a questão objeto do recurso, impedindo que se faça o cotejo da decisão judicial com o dispositivo legal invocado como violado ou com a divergência jurisprudencial colacionada, pois sem pronunciamento não há como dizer que houve violação de lei ou dissídio jurisprudencial. Caberá ao recorrente indicar precisamente o trecho da decisão recorrida que reputa ter enfrentado a questão, sob pena de não conhecimento da revista (art. 896, 1º-A, II da CLT). Em se tratando de questão meramente jurídica, a simples oposição de embargos de declaração visando o pronunciamento do Regional é suficiente para obter o prequestionamento da controvérsia, mesmo que o Regional persista no silêncio (art. 1025 do CPC e Súmula nº 297, III do TST). Emse tratando de matéria fática, o pronunciamento do Regional é essencial, não bastando a interposição de embargos declaratórios em caso de silêncio. Será necessário arguir nulidade por negativa de prestação jurisdicional, pois o TST não poderá ter por verídicos fatos reportados pelo recorrente em seu recurso só por não ter ocorrido o pronunciamento do TRT, mesmo porque não cabe reexame de fatos e provas na instância extraordinária (Súmula nº 126 TST). O prequestionamento é exigível mesmo em se tratando de incompetência absoluta (OJ nº 62 da SBDI-1 do TST). A provocação do prequestionamento deverá ter por foco não somente a matéria que será objeto do recurso de revista, mas igualmente os dispositivos legais incidentes sobre o tema. Não é necessário o prequestionamento se a lesão ocorrer na própria decisão recorrida (OJ nº 119 da SBDI-1 do TST). Fora as hipóteses do rito sumaríssimo e da remessa de ofício, a simples adoção, pelo Regional, dos fundamentos da sentença recorrida não caracteriza o prequestionamento da matéria (OJ nº 151 da SBDI-1 do TST). Ministério Público do Trabalho - MPT Procuradoria Geral do Trabalho - PGT Coordenadoria de Recursos Judiciais - CRJ Grupo de Trabalho sobre Recurso de Revista – GTRR 12 Sugestão de redação do tópico: “No presente recurso de revista, pretende-se demonstrar que o acórdão regional emprestou ao art. ____ da Lei nº ______ interpretação diversa da que foi dada por outros Tribunais Regionais do Trabalho. Referido dispositivo foi expressamente analisado e discutido na instância precedente. Disso decorre que a questão encontra-se devidamente prequestionada, conforme se depreende dos seguintes trechos do acórdão (fl. ____) (...). A demonstração acima atende a exigência do art. 896, § 1º-A, introduzido pela Lei 13.015/2014, segundo o qual é ônus da parte, sob pena de não conhecimento, “indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista”. Da ausência de reexame de fatos e provas De forma a deixar claro que o objeto do Recurso do Revista não envolve o reexame de fatos e provas, hipótese vetada pela Súmula nº 126 do TST, recomenda-se a elaboração de tópico enfatizando que as razões do recurso estão pautadas apenas em aspectos jurídicos. Sugestão de redação do tópico: “Destaque-se, desde logo, que não se está propondo, de modo algum, o reexame da prova por essa Colenda Corte Superior. Valem para fundamentar o presente recurso apenas os fatos que foram expressamente reconhecidos como provados pelo acórdão regional. Desnecessário, pois, qualquer reexame da prova para aferir a condenação ínfima da reclamada em dano moral, diante dos critérios fixados no Acórdão combatido”. Transcendência Boa parte da doutrina classifica a transcendência como mais um requisito de admissibilidade recursal, pressuposto subjetivo a ser demonstrado pelo recorrente, enquanto outros a enquadram como uma prejudicial de mérito do recurso, por entender que apenas o TST pode apreciá-la. Não obstante os questionamentos doutrinários, o disposto no art. 896-A, § 1º, da CLT, inserido pela Lei nº 13.467/2017, exige a observância obrigatória do requisito da transcendência para o processamento do recurso de revista. Presente apenas um dos indicadores trazidos nos incisos do art. 896-A, §1º já é considerado elemento suficiente ao reconhecimento da transcendência, nada impedido que se busque apresentar mais de um, podendo, ainda, surgirem outros, uma vez que há previsão expressa nesse sentido no texto legal. Ministério Público do Trabalho - MPT Procuradoria Geral do Trabalho - PGT Coordenadoria de Recursos Judiciais - CRJ Grupo de Trabalho sobre Recurso de Revista – GTRR 13 Sugestão de redação do tópico: “O recurso de revista transpõe a barreira da transcendência (art. 896-A, § 1º, da CLT) uma vez presente(s) o(s) indicador(es): econômico, haja vista tratar-se de demanda coletiva e/ou com elevados efeitos financeiros (inciso I); político, uma vez que o acórdão recorrido contraria a(s) Súmula(s) nº XXX do TST e XXX do STF (inciso II); social, a partir do momento em que não reconheceu direito social constitucionalmente assegurado, em especial os arts. 6º, 7º... da CF/88 (inciso III) e jurídica, considerando-se que ainda não fora formada jurisprudência majoritária a respeito da questão nova ou, ainda que antiga, não encontra-se definitivamente solucionada (inciso IV)”. 4.1) Da divergência jurisprudencial A divergência jurisprudencial apta a ensejar o processamento do Recurso de Revista será apenas aquela existente entre a decisão recorrida e aquela prolatada por outro TRT ou pela SDI do TST. Também enseja conhecimento da revista a contrariedade a Súmula e OJs do TST ou Súmula Vinculante do STF. Em se tratando de lei estadual, sentença normativa, convenção coletiva, acordo coletivo ou regulamento empresarial, poderá ser processada a revista apenas se a parte demonstrar que o dispositivo legal, cláusula normativa ou norma interna da empresa ultrapassa a base territorial da jurisdição do TRT (OJ nº 147, I da SBDI-1 do TST). Não se admite Recurso de Revista calcado em divergência jurisprudencial quando se tratar de: - processo submetido ao rito sumaríssimo (valor da causa até 40 salários mínimos), pois só poderão subir ao TST mediante demonstração de violação direta à Constituição de 1988 ou contrariedade a Súmula do TST ou Súmula Vinculante do STF (art. 896, §9ª da CLT); - processo em fase de execução de sentença, que só alcança conhecimento por violação literal e direta à Constituição de 1988 (art. 896, §§ 2º e 10º da CLT e Súmula nº 266 do TST); - decisão regional em consonância com Súmula ou OJ do TST (art. 896, §8º do TST). Dos requisitos formais para colacionar a jurisprudência - indicação do Diário Oficial ou do Repositório Autorizado de Jurisprudência1 onde publicada a decisão (Súmula nº 337, I do TST), admitindo-se como válidas as edições anteriores do repositório posteriormente reconhecido pelo Tribunal (Súmula nº 337, II do TST); 1 O TST possui uma lista própria de repositórios autorizados de Jurisprudência, elaborada com base no Ato nº 421, de 1º de dezembro de 1999; Ato nº 145/TST.GP, de 16 de abril de 2007 e Ato nº 651/TST.GP, de 21 de outubro de 2009. Ministério Público do Trabalho - MPT Procuradoria Geral do Trabalho - PGT Coordenadoria de Recursos Judiciais - CRJ Grupo de Trabalho sobre Recurso de Revista – GTRR 14 - apresentação da decisão em cópia autenticada (se tiver o carimbo da fonte de publicação na cópia, não é necessário que seja autenticada), com transcrição, na petição recursal, do trecho específico que diverge da decisão recorrida (Súmula nº 337, I, b do TST), servindo a indicação de aresto extraído de repositório oficial na internet2, sendo necessário, neste caso, a transcrição do trecho divergente, a indicação do sítio de onde foi extraído, o número do processo, o órgão prolator do acórdão e a data da respectiva publicação no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho (Súmula 337, IV, do TST); Com relação ao requisito “indicação do sítio de onde foi extraído” é importante observar que o TST tem admitido a utilização de URL, desde que o link dê o encaminhamento para o inteiro teor da decisão (TST-RR-247-22.2010.5.09.0303 – validador 1000A476FCF69E953B). - trazer aos autos cópia do inteiro teor do aresto paradigma, não bastando a simples indicação da sua data de publicação, quando houver a pretensão de demonstrar o conflito de teses mediante a transcrição de trechos que integram a fundamentação do acórdão divergente (Súmula nº 337,III, do TST). A existência do código de autenticidade na cópia3, em formato pdf, do inteiro teor do aresto paradigma, juntada aos autos, torna-a equivalente ao documento original e também supre a ausência de indicação da fonte oficial de publicação (Súmula nº 337, V, do TST); - tratar especificamente da questão enfrentada pela decisão recorrida, comprovante que diante de uma mesa hipótese fática, chegou-se a conclusão jurídica distinta (Súmula nº 296 do TST); - abranger todos os fundamentos da decisão recorrida (Súmula nº 23 do TST), pois do contrário esta poderia subsistir em relação ao argumento não contestado. - deve-se proceder à demonstração analítica da divergência jurisprudencial, apontando qual trecho da decisão recorrida contrasta com a jurisprudência colacionada como divergente. Sugestão de redação do tópico: “O provimento jurisdicional proferido pela eg. __ª Turma não pode prosperar, pois o dispositivo invocado como fundamento da decisão ora impugnada (art. __ da Lei _____/__) foi equivocadamente interpretado, resultando em exegese que conflita com o entendimento de outros Tribunais Regionais do Trabalho. ” 2 O Ato nº 651/TST.GP, de 21 de outubro de 2009 admite páginas em portais da Rede Mundial de Computadores como repositório autorizado de jurisprudência, o que inclui as páginas dos TRTs e do TST. 3 O código de autenticidade é uma sequência de letras e números que aparece na lateral direita, em sentido longitudinal, de cada página do arquivo em pdf (exemplo de código de autenticidade presente em acórdão do TST: “Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1000F1108EED0861FB”). Ministério Público do Trabalho - MPT Procuradoria Geral do Trabalho - PGT Coordenadoria de Recursos Judiciais - CRJ Grupo de Trabalho sobre Recurso de Revista – GTRR 15 Cotejo Analítico dos acórdãos divergentes, com quadro comparativo Sugestão de redação do tópico: ACÓRDÃO RECORRIDO ACÓRDÃO PARADIGMA Processo nº 0001491-60.2013.5.10.0009 Processo nº 001050-44.2010.5.03.0053 Tribunal: TRT 10ª Região Tribunal: TRT 3ª Região Órgão julgador: 1ª Turma Órgão julgador: 8ª Turma TESE: “O art. 6º da Lei nº 8.878/94, ao dispor que a anistia gera efeitos financeiros 'a partir do efetivo retorno à atividade, vedada a remuneração de qualquer espécie em caráter retroativo', deixa evidente que tal retorno, daqueles resguardados pela anistia, deve se dar na forma de readmissão e não de reintegração”. (…) Por conseguinte, diante dos preceitos da Lei n.º 8.878/94, a partir da readmissão dos empregados se iniciou novo pacto, não havendo direito à incorporação de anuênios, revelando-se, pois, inviável a pretensão deduzida em juízo” (fl. 1188). [Grifo nosso] TESE: “Da leitura da Lei nº 8.878/94 não se extrai qualquer menção à readmissão do trabalhador, ou à formação de um novo contrato de trabalho. O que, de fato, se depreende da referida Lei é o intuito precípuo do legislador de reparar o ilícito praticado, restaurando-se o emprego do trabalhador injustamente prejudicado. (…) “Na verdade, a Lei nº 8.878/94 objetivou restaurar as situações preexistentes às demissões e exonerações perpetradas a partir da reforma administrativa instaurada pelo Governo Collor, com a restituição dos empregos permanentes e a determinação de retorno às atividades dos empregados atingidos pela reforma administrativa, nos termos estabelecidos na Lei. Seus efeitos não podem ser interpretados como novo ingresso do trabalhador ao serviço público, mas, precisamente, como o retorno ao status quo ante daqueles que foram prejudicados pelas situações ilegais previstas naquela Lei, com o preenchimento das vagas anteriormente ocupadas, devendo ser observados os efeitos financeiros, que somente serão devidos a partir do efetivo retorno à atividade.” (Grifo nosso) 4.2) Da violação legal Para que a questão jurídica possa ser apreciada pelo TST com base em violação de lei, deve o recorrente indicar expressamente o dispositivo legal tido por violado, sob pena de não preencher o pressuposto específico de admissibilidade da alínea c do art. 896 da CLT (Súmula nº 221 do TST). Ministério Público do Trabalho - MPT Procuradoria Geral do Trabalho - PGT Coordenadoria de Recursos Judiciais - CRJ Grupo de Trabalho sobre Recurso de Revista – GTRR 16 Cumpre ressaltar que nos casos em que o dispositivo legal tido por violado se desdobrar em caput, parágrafos, incisos, alíneas ou itens, a indicação da violação deve ser específica, sob pena de não conhecimento do apelo. Neste sentido os julgados RR-30700-82.2006.5.22.0107, Relator Ministro: Emmanoel Pereira, Data de Julgamento: 24/06/2015, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT 01/07/2015 e RR-10920-63.2011.5.04.0211, Relatora Ministra: Delaíde Miranda Arantes, Data de Julgamento: 24/08/2016, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 02/09/2016. Tendo em vista a alteração legislativa promovida pela Lei nº 13.015, de 2014, que trouxe nova redação ao art. 1º-A, inciso III, do art. 896, é necessário expor as razões do pedido de reforma, impugnando os fundamentos jurídicos da decisão recorrida, com demonstração analítica dos dispositivos legais violados pelo acórdão regional. Sugestão de redação do tópico: XXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXX
Compartilhar