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RESUMO - Entrevista Psicológica ● requisito mais importante para a atividade profissional da área de saúde - condução de uma entrevista compreensiva ● técnicas: avaliar o potencial suicida e homicida, diagnosticar com rapidez e reconhecer problemas contratransferenciais que influenciam a relação entre entrevistado-entrevistador ➔➔ DEFINIÇÕES DE ENTREVISTA ● interação face a face entre duas pessoas, na qual a troca verbal se caracteriza pelo fato de que uma delas, o entrevistador, busca obter informações, opiniões, crenças de outras, o entrevistado ● não se aplica a maioria das regras de etiqueta, a interlocução é unidirecional (centrada numa das pessoas envolvidas na tarefa) e o relacionamento é profissional. além disso, o tempo, o lugar e a frequência do contato são limitados (contrato) ● instrumento de avaliação e busca de dados para chegar a um sumário na forma de recomendação/descrição de um sujeito ● intento sistemático para compreender a relação entre a psicopatologia e os conflitos emocionais em determinado sujeito ● exigências do profissional - conhecimento profundo da conduta normal e anormal, compreensão psicodinâmica, domínio dos princípios teóricos da entrevista, sensibilidade, empatia e acompanhamento dos desenvolvimentos na área ➔➔ HISTÓRIA DA ENTREVISTA ● início do séc. XIX - entrevista objetivava detalhar o comportamento do paciente e, com isso, determinar síndromes e doenças específicas para chegar à classificação nosográfica (Kraepelin) OU enfoque psicobiológico do paciente, ou seja, aspectos biológicos, históricos, psicológicos e sociais do entrevistado (Meyer) - posterior desenvolvimento da técnica de entrevista ● influência da psicanálise - investigar os processos psicológicos, sem colocar a ênfase no diagnóstico - interesse passa a se localizar nas defesas do paciente ● década de 50 - análise associativa (Deutsch e Murphy) - registrar não só o que o paciente dizia, mas como fornecia as informações - ênfase se desloca da psicopatologia para a dinâmica dos acontecimentos (associação livre e investigação do mundo simbólico do paciente) + importância do relacionamento interpessoal como foco da compreensão do processo de entrevista - entrevistador se coloca como observador participante: observa-se e observa seu comportamento para ver que impacto causa no entrevistado ● diferenças entre entrevista dinâmica e entrevista psiquiátrica tradicional: existência de uma relação entre dois estranhos; necessidade de levar a cabo uma avaliação psicossocial do paciente; necessidade de reforçar o desejo do paciente de se tratar e planificar com ele os passos do tratamento ● a partir dos anos 50/60/70 - influência passou a ser da psicologia e do aconselhamento (Rogers) ● com o desenvolvimento de novas modalidades de terapia, as técnicas de entrevista progrediram, dada a necessidade de precisar o diagnóstico para determinar um plano de tratamento efetivo (entrevista volta a ser mais estruturada e com foco no diagnóstico) ● a necessidade de entrevista estruturada para coleta de dados para diagnóstico recebeu novo impacto com o DSM-III e o DSM-III-R (manuais de diagnóstico de transtornos mentais) ● 1988 - desenvolvimento de um programa de treinamento para a entrevista com ênfase em: supervisão; enfoque integrado entre investigação fenomenológica, habilidades para estabelecer relações e conhecimento de psicodinâmica; integração entre teoria e técnica de supervisão de várias disciplinas ● décadas de 70/80 - entrevista estrutural (Kernberg) - contribuição psicanalítica mais importante - relacionar a história da doença do paciente e seu funcionamento psíquico geral com as interações paciente/entrevistador, durante a entrevista, com o objetivo de investigar a integração da identidade do ego, a qualidade dos mecanismos de defesa e a qualidade do juízo de realidade - equilíbrio entre a descrição psicopatológica e a análise psicodinâmica ● os focos, no processo de entrevista, são a transferência e a contratransferência e os objetivos são de diagnóstico, prognóstico e tratamento ➔➔ TIPOS DE ENTREVISTA ➢ SEGUNDO O ENFOQUE TEÓRICO (psicanalítico, existencial-humanístico e fenomenológico): ● PERSPECTIVA PSICANALÍTICA: ● o entrevistador busca avaliar a motivação inconsciente, o funcionamento psíquico e a organização da personalidade do entrevistado ● a entrevista centra-se na psicodinâmica e estrutura intrapsíquica ou nas relações objetais e funcionamento interpessoal ● material clínico composto por dados de anamnese, atitudes emocionais conscientes e dados de associação inconsciente ● dados de anamnese - revisam historicamente acontecimentos passados e presentes e relacionamentos emocionais significativos ● atitudes emocionais conscientes - sentimentos passados e atuais que o sujeito tem em relação a si e aos outros, sua visão de futuro, expectativas, medos e suas forças motivacionais ● dados de associação inconsciente - obtidos através das lembranças mais remotas do sujeito e de seus sonhos, assim como suas fantasias conscientes ● a avaliação diferencial do grau e tipo de psicopatologia só pode ser obtida através de um cuidadoso exame das funções do ego do entrevistado ● a qualidade das relações objetais do entrevistado em termos de estabilidade e profundidade dos vínculos do indivíduo com os outros torna-se imediatamente aparente na interação do entrevistado com o entrevistador, mostrando seus mecanismos de defesa e a capacidade de diferenciar o self do não-self ● examinar e clarear os fatos principais da vida do entrevistado para poder formular hipóteses a respeito de suas relações interpessoais e do seu funcionamento emocional ● entrevista com quatro estádios: início, reconhecimento, investigação detalhada e término ● início - motivos da procura de ajuda ● reconhecimento - investigar a vida do entrevistado para compreendê-lo como indivíduo, conhecer as experiências que moldaram sua personalidade e suas dificuldades (relacionamentos interpessoais e vida emotiva) ● investigação detalhada - aprofundar o conhecimento e a compreensão da vida e dos problemas do sujeito ● término - sumário ou recapitulação do que foi trabalhado ● durante a entrevista, o entrevistado comunica indiretamente a base genética e dinâmica de seus problemas, e a função do entrevistador é decodificar essa comunicação ● PERSPECTIVA EXISTENCIAL-HUMANISTA: ● descarta o diagnóstico ● a qualidade ou grau da falta de significado define psicopatologia; pré-morbidez é característica do estilo de vida conformista; maturidade é construir significados ● entrevistado é convidado a falar de si e de seus problemas e interfere, fazendo perguntas, confrontações, oferecendo feedback ● a ênfase é colocada nas experiências e nos problemas atuais do entrevistado, e o entrevistador atenta para a maneira como o entrevistado toma decisões que marcam sua vida ● a tarefa da entrevista é ver se há um ajustamento deficiente ou se há auto-realização ● não existem técnicas específicas de entrevista - encorajamento/apoio ao entrevistado ● PERSPECTIVA FENOMENOLÓGICA: ● a tarefa do entrevistadoré compreender suas pressuposições, ou seja, atitudes, crenças, valores que estruturam sua experiência e servem de filtro no encontro com o outro ● além de uma atitude receptiva/aberta do entrevistador, é necessário que ele se “retire”, observe e avalie criticamente, através de sua experiência clínica e conhecimento teórico, o que está ocorrendo durante a entrevista - formula hipóteses sobre o entrevistado ➢ SEGUNDO OS OBJETIVOS: ● DIAGNÓSTICA: ● estabelecer o diagnóstico e o prognóstico do paciente e as indicações terapêuticas adequadas ● coleta de dados sobre a história do paciente e sobre sua motivação para tratamento ● comunicar as regras, regulamentos e política da instituição ● exame de seu estado mental para determinar o alcance do prejuízo mental, associado às queixas trazidas, nas áreas do raciocínio, pensamento, juízo, memória, fala, audição, percepção etc ● PSICOTERÁPICA: ● colocar em prática estratégias de intervenção psicológica para, ao acompanhar o paciente, esclarecer suas dificuldades, tentando solucionar os problemas trazidos por ele ● ela toma o caráter próprio do enfoque teórico utilizado pelo terapeuta ; ● DE ENCAMINHAMENTO: ● indicar um tratamento ao paciente que não será conduzido pelo analista que o entrevistou ● deve-se ter informações suficientes para fazer uma indicação e, ao mesmo tempo, evitar que o entrevistado se ligue demasiado a nós, o que pode pôr em perigo nosso propósito de mandá-lo a um colega ● DE DESLIGAMENTO: ● ver com o paciente os benefícios derivados do tratamento por ocasião da alta, assim como examinar com ele planos pós-alta ou trabalhar algum problema pendente ● DE PESQUISA: ● investigar temas diversos de interesse da investigação clínica e que é realizada com o consentimento documentado do paciente ➢ SEGUNDO A ESTRUTURAÇÃO: ● o estilo depende dos seguintes fatores: áreas temáticas específicas para tomar decisões clínicas ou colher dados de pesquisa; quantidade de dados necessários; importância de colher dados históricos e sobre sintomas do paciente em oposição a colher sua opinião ou compreendê-lo do ponto de vista psicodinâmico; tempo da duração da entrevista ● padronização - extensão pela qual áreas e itens a serem esperados são especificados ● estruturação - especificação prévia das perguntas e sua sequência no processo de entrevista ● LIVRE OU NÃO-ESTRUTURADA: ● entrevistador está interessado no discurso espontâneo do entrevistado e segue o fluxo natural de suas ideias ● emergência de material mais preditivo ● permite ao entrevistador se adaptar a situações particulares do entrevistado ● investigação mais ampla e profunda da personalidade do entrevistado ● FECHADA OU ESTRUTURADA: ● altamente padronizada e estritamente estruturada ● requer áreas específicas de informação e prescreve as maneiras de obtê-la ● facilita a quantificação de dados e a comparação entre casos ● SEMI-ESTRUTURADA OU SEMIDIRIGIDA: ● especifica as áreas que devem ser exploradas, mas não estrutura as perguntas e nem a sequência das mesmas ● requer mais experiência, habilidade e treinamento ➔➔ ENTREVISTA DIAGNÓSTICA ➢ DEFINIÇÃO E OBJETIVOS ● encontro entre duas pessoas com a finalidade de que uma delas interrogue a outra sobre um assunto específico ● encorajar o entrevistado para que ele “conte sua história com suas próprias palavras” ● realizar um diagnóstico - compreensão psicodinâmica dos sintomas e conflitos, dos dinamismos inconscientes, mecanismos de defesa e ansiedade (diagnóstico de entendimento dinâmico) ● objetivos: avaliação do entrevistado (história passada, vida atual e planos futuros) e indicação terapêutica ● grupo de dados ao redor das funções do ego para avaliar o nível de funcionamento do indivíduo para especificar o quadro diagnóstico - examinar o nível de adaptação/desadaptação do funcionamento do ego do entrevistado (como/quando passou a apresentar dificuldades e como interferiu na adaptação e se houve ou não recuperação) ● verificar a capacidade de estabelecer uma aliança terapêutica e de insight, assim como a motivação da pessoa para fazer terapia ● analisar as condições familiares, sociais e financeiras para ver se o paciente poderá iniciar e manter um tratamento ● sete itens indispensáveis para a avaliação do paciente: percepção do conflito, defesas e funções do ego; exame dos momentos críticos da evolução; modificações nas características do vínculo com o entrevistador entre a 1ª e as seguintes; afeto do paciente (verbal e não-verbal); nível intelectual e variações de rendimento nas diferentes áreas da vida atual; grau de interesse do paciente para conhecer a si mesmo; capacidade de sublimação ● outros itens: identificar indícios de neurose e psicose; verificar a existência de transferência/contratransferência neurótica; avaliar o tipo de defesas; verificar o grau de insight; avaliar o grau e a possibilidade de independência; avaliar o grau e a capacidade de comunicação simbólica; avaliar o grau de identidade e de despersonalização; avaliar a amplitude do ego; verificar o grau de ciúme e rivalidade; avaliar o grau de sublimação ➢ ASPECTOS GERAIS DO SETTING ● setting claro e definido ● ambiente - sala agradável, confortável, garantindo temperatura, luminosidade e silêncio adequados; decoração leve, cadeiras/poltronas da mesma altura e sem móvel entre entrevistado/entrevistador ● tempo - fixar um tempo suficiente para colher os dados que necessita; duração variada (decorre das características do paciente); entrevistado deve ser informado com antecedência; sem interrupções por batidas na porta ou telefonemas ● anotações - anotar durante a entrevista pode quebrar o fluxo livre de interlocução e o entrevistador perde informações de caráter não-verbal; uso de recursos audiovisuais; documento que contém anotações acerca do entrevistado (prontuário, protocolo, papeleta, registro, relatório); deve ser iniciado na primeira entrevista e deve conter toda a informação necessária para identificar o paciente, para justificar o diagnóstico e os encaminhamentos decorrentes; elementos subjetivos (verbalizações sobre sua condição, queixas, reações etc) e elementos objetivos (resultados de testes psicológicos, exames de laboratório etc); avaliação do entrevistador, seu diagnóstico, indicação terapêutica, prognóstico e plano de tratamento ● privacidade, sigilo e confidencialidade - todo e qualquer registro sobre o entrevistado é confidencial e decorre da sua concordância tanto em relação aos procedimentos de coleta de dados quanto ao uso do material ● honorários - o entrevistado deve ser informado do valor das entrevistas e das formas de pagamento e o entrevistador deve estar atento para verbalizações acerca do tema que possam ter significações diagnósticas; contrato de trabalho ➢ SEQUÊNCIA TEMPORAL DAS ENTREVISTAS DIAGNÓSTICAS ● a avaliação psicodiagnóstica é um processo que, na maioria das vezes, se prolonga por várias sessões ● a sequência se completa com um último encontro (entrevista de devolução), quando o entrevistador comunica resultados e sugere encaminhamentos ● ENTREVISTA INICIAL: ● é definida como uma entrevistasemidirigida ● a primeira entrevista já inicia com a chamada telefônica - construção de uma imagem inicial do outro e ativação dos processos de transferência, contratransferência e resistência mesmo antes do encontro pessoalmente ● a avaliação formal do entrevistador começa com as primeiras impressões do entrevistado já na sala de espera (aparência, comportamento durante a espera, acompanhantes, cumprimentos iniciais, deslocamento pra sala de entrevista etc) ● objetivos: discutir expectativas, clarear as metas do trabalho e colher informações sobre o entrevistado e seus problemas que não podem ser obtidos de outras fontes ● estabelecimento de um bom rapport ● cinco tarefas que devem ser realizadas durante a entrevista inicial: observar sinais não-verbais, estabelecer contato interpessoal, integrar a informação obtida, estabelecer hipótese diagnóstica, estabelecer plano de tratamento ● possíveis intervenções do entrevistador: direcionar a tarefa se o sujeito parece hesitante, inseguro ou indeciso; analisar situações de bloqueio ou paralisação por aumento da angústia para assegurar o cumprimento dos objetivos da entrevista; explorar aspectos do comportamento do sujeito aos quais não houve referência, investigar lacunas importantes nas informações prestadas e avaliar contradições, ambiguidades e verbalizações obscuras ● ao final da primeira entrevista deve estar claro o contrato de trabalho ● ENTREVISTAS SUBSEQUENTES: ● não é possível definir um número rígido de entrevistas subsequentes ● objetivo: obtenção de mais dados sobre a pessoa em questão para conhecer sua história em maiores detalhes, tais como desenvolvimento, escolaridade, relações familiares, profissionais, sociais, entre outros ● o entrevistado já está mais familiarizado com o entrevistador e, assim, pode fornecer informações sobre aspectos antes não comentados por falta de coragem/disposição ● o entrevistador pode corrigir informações errôneas ou aspectos que percebeu inadequadamente no primeiro encontro ● caso precise haver entrevistas com familiares, existem três normas básicas: sempre ver o paciente primeiro; pedir permissão ao paciente antes de falar com o familiar; não violar o sigilo do paciente ● caso alguma informação dada pelo paciente precise ser discutida com o familiar, ele deverá ser previamente consultado para dar permissão (exceção: risco de vida do paciente ou outra pessoa ligada a ele) ● ENTREVISTAS DE DEVOLUÇÃO: ● comentários acerca da entrevista de devolução: comunicar oralmente o entendimento que resultou do psicodiagnóstico e propor indicações terapêuticas; retomar os motivos de consulta e a maneira como o processo de avaliação foi conduzido; iniciar com aspectos menos comprometidos (menos ansiedade) do paciente; evitar jargões técnicos e iniciar por sintoma ligado diretamente à queixa principal; encerrar com as indicações terapêuticas ● caracterizam-se diferentemente conforme a faixa etária do entrevistado ● paciente adulto - entrevista com ele próprio / paciente adolescente - entrevista com ele e com seus pais ao mesmo tempo / entrevista com criança - entrevista com os pais + uma devolução à criança nos momentos finais ➢ A ENTREVISTA DIAGNÓSTICA COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES ● no caso da criança, o entrevistador depende dos pais, professores, pediatra etc ● as situações trazidas ao psicodiagnóstico, frequentemente, são mais perturbadoras para os adultos que convivem com a criança do que para ela própria ● a criança vê o problema como fora de si, como se fosse causado pelos outros; ● a criança pode ver o entrevistador como um “agente” dos pais ● dependendo da idade cronológica, da idade mental, da facilidade verbal e da capacidade do sujeito de cooperar, a criança pode ser submetida a uma entrevista ou ser avaliada pela hora de jogo ● entrevista: o entrevistador busca avaliar os sentimentos da criança em relação à entrevista, as ideias da mesma sobre as razões da avaliação e examinar a força e psicopatologia da criança ● jogos, sonhos, fantasias, reações ao psicólogo são elementos diagnósticos valiosos ● crianças e adolescentes podem considerar as entrevistas confusas e difíceis ● na entrevista com os pais, os objetivos são: obter dados sobre o problema e desenvolvimento da criança; verificar como os pais percebem os problemas e suas expectativas; avaliar como os pais percebem o seu envolvimento na produção de sintomas e na possibilidade de realizar um tratamento; avaliar como os pais prepararam a criança para o psicodiagnóstico; obter informações sobre preferências da criança sobre brinquedos, passatempos, interesses, para preparar o próprio entrevistador na condução do trabalho ● grande importância de avaliar muito bem o motivo da consulta ● entrevista familiar: dados sobre a interação familiar em suas sequências, sobre o papel da criança no contexto da família e sobre as emoções, defesas, juízo crítico e insight demonstrados pelos membros da família ● na entrevista com adolescentes tem-se a necessidade de uma avaliação rápida e suficientemente correta dos elementos conflitivos ● no caso de adolescentes menores de 18 anos, a entrevista é feita primeiro com os pais (porém avisando que aquilo que for abordado com os pais será esclarecido ao adolescente) ● A HORA DE JOGO: ● crianças menores de 7 anos e também com pré-púberes ● campo que será estruturado basicamente em função das variáveis internas da personalidade da criança ● por não conseguir se expressar adequadamente com palavras, ela projeta suas questões-chave no conteúdo do jogo e na maneira como usa os materiais e brinquedos ● objetivo: examinar a vida intrapsíquica da criança, em seus componentes como desejos, medos, impulsos, conflitos, defesas, afetos, capacidade de relacionar-se com outros ● avaliar inteligência, criatividade, espontaneidade, habilidades percepto-motoras, processos de pensamento, percepção de si e dos outros ● o entrevistador explica à criança que ela pode usar o material como o desejar e que vai observá-la ao brincar para conhecê-la melhor e compreender suas dificuldades (entrevistador com papel passivo de observador com participação complemetar caso a criança precise de algum limite por rompimento do enquadre) ● o entrevistador gradualmente começa a perguntar sobre suas preocupações, medos, sonhos, amigos, pais, irmãos e escola ➢ FENÔMENOS DA RELAÇÃO INTERPESSOAL ● as figuras do passado do paciente, que são projetadas no entrevistador, são, na maioria dos casos, os pais, irmãos, professores e outras pessoas significativas de sua infância ● o estabelecimento da transferência pode se dar antes do contato inicial ● o exame das manifestações transferenciais se torna indispensável para a formulação das indicações terapêuticas ● a aliança terapêutica é tida como a relação que se estabelece entre o entrevistador, a partir de seu ego analisador, e o entrevistado, a partir dos aspectos sadios e racionais de seu ego ● o entrevistador “intensifica” essa aliança através de sua conduta profissional e de suas atitudes de cuidado, preocupação e respeito ● o entrevistador responde ao paciente como se este fosse figura importante de seu passadoe, num sentido amplo, envolve situações em que o comportamento do paciente nele provoca intensos sentimentos ● manifestações contratransferenciais: sentir-se dependente da afeição e apreço do entrevistado; sentir-se onisciente e onipotente; desejar reconstruir o paciente de acordo com sua própria imagem; sentir necessidade de demonstrar poder, de competir, de discutir com o paciente; sentir-se enfadado, desatento, com sono; atrasar-se ou faltar às sessões