Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Introdução à Genética de Populações Griffiths et al. Introdução à Genética (cap. 18) Pierce. Genética – um enfoque conceitual (cap. 23) Snustad & Simmons. Fundamentos de Genética (cap. 23) UC Genética Genética Clássica (Mendeliana) Genética de Populações Genética Quantitativa Genética Molecular padrões e mecanismos citológicos da herança padrões de variação genética nas populações e os processos que geram estes padrões herança de características quantitativas e, em geral, poligênicas mecanismos moleculares do funcionamento dos genes e genomas Genética de Populações Genética Mendeliana e o surgimento da Genética de Populações Princípio de Hardy-Weinberg Fundamentos teóricos Pressupostos e desvios Introdução aos mecanismos evolutivos Cruzamentos preferenciais Mutações Fluxo gênico Seleção natural Deriva genética Genética de Populações Genética Mendeliana e o surgimento da Genética de Populações Princípio de Hardy-Weinberg Fundamentos teóricos Pressupostos e desvios Introdução aos mecanismos evolutivos Cruzamentos preferenciais Mutações Fluxo gênico Seleção natural Deriva genética Como as leis da hereditariedade foram incorporadas aos estudos evolutivos com populações inteiras? O que é o princípio de Hardy-Weinberg? Por que usamos este modelo em Genética de Populações? Quando uma população não evolui? Quando uma população evolui? Que mecanismos fazem uma população evoluir ao longo das gerações? Variação 1859 Charles Darwin (1809 – 1882) Variação: base para a evolução biológica O que Darwin não sabia: Como surgiam as variações? MUTAÇÕES O que Darwin não sabia: Como surgiam as variações? Como ocorria a transmissão de características sem que houvesse redução na variabilidade das populações? Gregor Mendel (1809 – 1882) Variação é resultado de “fatores hereditários” que se segregam independentemente a cada geração para a formação dos gametas GENES – ALELOS GENÓTIPO ↔ FENÓTIPO Síntese moderna da evolução Origem das espécies (macroevolução) pode ser explicada em termos de mecanismos evolutivos agindo sobre a variabilidade genética de uma população (microevolução) DESCENDÊNCIA COM MODIFICAÇÃO seleção dos variantes mais aptos GENÉTICA MENDELIANA mecanismos de hereditariedade dos variantes Porém… ideias não foram imediatamente incorporadas por todos os evolucionistas - Evolução contínua e gradual (seleção natural) Biometristas - unidades discretas de herança não podiam explicar a amplitude de variação contínua observada em populações reais - Evolução rápida, em saltos - variações discretas e leis da herança Mendelistas Resultados obtidos por biometristas poderiam se encaixar aos princípios mendelianos R. A. Fisher (1890 – 1962) Mendelismo e Biometrismo não são contraditórios! R. A. Fisher (1890 – 1962) J. B. S. Haldane (1892 – 1964) S. Wright (1889 – 1988) Como a seleção natural atua sobre a variabilidade genética das populações T. Dobzhansky (1900 – 1975) Pesquisas genéticas com populações em campo e laboratório -Evolução: ciência experimental -Novos mecanismos evolutivos além de seleção natural estudo da variação genética nas populações e dos processos que geram estes padrões Consequências da herança mendeliana em populações? Relembrando: A a a A A a Fenótipos Genótipos Cromossomos homólogos possuem genes para as mesmas características Loco gênico local ocupado pelo gene no cromossomo Alelos variantes (sequências) de um determinado gene Homozigoto dominante Homozigoto recessivo Heterozigoto Um loco com dois alelos: A a (dominância incompleta) Relembrando: AA aa Aa Um loco com dois alelos: A a Geração P Geração F1 (dominância incompleta) Aa Geração F2 AA aa Aa Proporções genotípicas esperadas Relembrando: AA Aa Geração P Geração F1 Aa aa Aa Proporções genotípicas esperadas aa AA Aa Possível prever características resultantes de um cruzamento Consequências da herança mendeliana em populações? É possível prever as proporções genotípicas esperadas na geração seguinte? É possível prever características resultantes de vários cruzamentos? Modelo determinístico G.H. Hardy (1877 – 1947) W. Weinberg (1862 – 1937) 1908 Consequências da herança mendeliana em populações? “O que acontece com uma população quando nada está acontecendo?” Cruzamentos aleatórios Ausência de mutação Ausência de seleção natural Pressupostos: Ausência de migrações Populações infinitamente grandes Modelo teórico simplificado para entendermos a hereditariedade nas populações ao longo das gerações Como a reprodução sexuada e os princípios Mendelianos afetam a variabilidade genética de uma população Princípio de Hardy-Weinberg Um loco com dois alelos: A a Como estimar a variabilidade genética? Princípio de Hardy-Weinberg Um loco com dois alelos: A a A A A A A A A a A a A a A a a a a a Cada indivíduo possui um genótipo Frequências genotípicas: no de indivíduos com determinado genótipo no total de indivíduos na população (N) Como estimar a variabilidade genética? freq. AA = no de indivíduos AA / N freq. Aa = no de indivíduos Aa / N freq. AA = no de indivíduos aa / N A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a “Pool” gênico: soma total de todos os alelos dos membros reprodutivos de uma população em um determinado momento Princípio de Hardy-Weinberg Um loco com dois alelos: A a Cada indivíduo contribui com 2 alelos Uma população: “pool” de alelos Como estimar a variabilidade genética? A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a Princípio de Hardy-Weinberg Quantos alelos ? 12 / 20 Quantos alelos ? 8 / 20 A a freq. A = 60% ou 0,6 Frequências alélicas freq. a = 40% ou 0,4 no de cópias de um determinado alelo no total de alelos na população Como estimar a variabilidade genética? A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a Princípio de Hardy-Weinberg freq. A = 60% ou 0,6 Frequências alélicas p freq. a = 40% ou 0,4 q p + q = 1 Quantos alelos ? 12 / 20 Quantos alelos ? 8 / 20 A a Como estimar a variabilidade genética? A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a Probabilidade de amostrarmos 1 gameta contendo o alelo A Princípio de Hardy-Weinberg freq. A = p = 60% freq. a = q = 40% Frequências alélicas: p q Probabilidade de amostrarmos 1 gameta contendo o alelo a p + q = 1 = 0,6 = 0,4 A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a Princípio de Hardy-Weinberg freq. A = p = 60% freq. a = q = 40% Frequências alélicas: Considerando os cruzamentos possíveis nesta população: Probabilidade de 1 gameta A encontrar outro : A A p p p2 x = Probabilidade de 1 gameta A encontraroutro : a a q q q2 x = Probabilidade de 1 gameta A encontrar 1 gameta : A a p q 2pq x = 2x A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a Princípio de Hardy-Weinberg freq. A = p = 60% freq. a = q = 40% Frequências alélicas: A a a A A a p2 + 2pq + q2 = 1 Proporções genotípicas Equação de Hardy-Weinberg: A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a Princípio de Hardy-Weinberg freq. A = p = 60% freq. a = q = 40% Frequências alélicas: p2 + 2pq + q2 = 1 Equação de Hardy-Weinberg: É possível prever as proporções genotípicas esperadas na próxima geração de uma população? A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a Princípio de Hardy-Weinberg freq. A = p = 60% freq. a = q = 40% Frequências alélicas: p2 + 2pq + q2 = 1 Equação de Hardy-Weinberg: AA Aa aa 36 48 16 % genótipos 0,6 x 0,6 = 0,36 2 x 0,6 x 0,4 = 0,48 0,4 x 0,4 = 0,16 A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a Princípio de Hardy-Weinberg freq. A = p = 60% freq. a = q = 40% Frequências alélicas: Frequências alélicas esperadas na próxima geração? freq. A’ = freq. AA + ½ freq. Aa freq. a’ = freq. aa + ½ freq. Aa AA Aa aa 36 48 16 % genótipos A a A a 100% 100% 50% 50% A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a Princípio de Hardy-Weinberg freq. A = p = 60% freq. a = q = 40% Frequências alélicas: Frequências alélicas esperadas na próxima geração? freq. A’ = freq. AA + ½ freq. Aa freq. a’ = freq. aa + ½ freq. Aa A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a Princípio de Hardy-Weinberg freq. A = p = 60% freq. a = q = 40% Frequências alélicas: Frequências alélicas esperadas na próxima geração? freq. A’ = freq. AA + ½ freq. Aa freq. a’ = freq. aa + ½ freq. Aa p2 q2 2pq 2pq A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a Princípio de Hardy-Weinberg freq. A = p = 60% freq. a = q = 40% Frequências alélicas: Frequências alélicas esperadas na próxima geração? freq. A’ = freq. AA + ½ freq. Aa freq. a’ = freq. aa + ½ freq. Aa 0,36 0,16 0,48 0,48 A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a Princípio de Hardy-Weinberg freq. A = p = 60% freq. a = q = 40% Frequências alélicas: Frequências alélicas esperadas na próxima geração? freq. A’ = p’ = 0,6 ou 60% freq. a’ = q’ = 0,4 ou 40% frequências alélicas frequências genotípicas Possível calcular as e esperadas nas próximas gerações A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a Princípio de Hardy-Weinberg Exercícios 1) Uma população é composta por 572 indivíduos que possuem genótipo AA, 330 genótipo Aa e 98 com genótipo aa. a. Quais as frequências genotípicas observadas nessa população? b. Qual a frequência dos alelos A e a nessa população? 2) Um alelo recessivo que causa um distúrbio metabólico em homozigose encontra-se na frequência de 8% em uma população de moscas. Sabendo que o gene causador deste distúrbio tem apenas dois alelos, que proporção de moscas afetadas e não afetadas espera-se observar na próxima geração dessa população? A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a p = 0,6; q = 0,4 AA Aa aa 36 48 16 A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a p’ = 0,6; q’ = 0,4 t0 AA Aa aa 36 48 16 A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a p’’ = 0,6; q’’ = 0,4 t2 AA Aa aa 36 48 16 A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a p’’ = 0,6; q’’ = 0,4 t3 Princípio de Hardy-Weinberg t1 Princípio de Hardy-Weinberg t0 t1 A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a a a a A a A a A a a A a a a a a a a a a A A A A A A a A A A A A A a a A A a A a A A A A A A a A A A A A A a a A A a A a p = 0,6; q = 0,4 p’ = 0,6; q’ = 0,4 p = 0,2; q = 0,8 p’ = 0,2; q’ = 0,8 p = 0,75; q = 0,25 p’ = 0,75; q’ = 0,25 a a a A a A a A a a A a a a a a a a a a Princípio de Hardy-Weinberg t0 t1 A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a p = 0,6; q = 0,4 p’ = 0,6; q’ = 0,4 A população se encontra em Equilíbrio de Hardy-Weinberg Frequências alélicas e genotípicas se mantêm constantes ao longo das gerações Princípio de Hardy-Weinberg Ex.: sistema de grupos sanguíneos MN em humanos Três genótipos: MM, MN, NN Diferentes frequências nas populações humanas População MM MN NN Total Afro-americanos No observado: 79 138 61 278 Américo-europeus No observado: 1789 3039 1303 6129 Americanos nativos No observado: 123 72 10 205 Ridley, 2009 Estas populações estão em equilíbrio de H-W? Princípio de Hardy-Weinberg Ex.: sistema de grupos sanguíneos MN em humanos Três genótipos: MM, MN, NN Diferentes frequências nas populações humanas Quais as frequências genotípicas esperadas na próxima geração? População MM MN NN Total Afro-americanos Freq. observadas 0,2842 0,4964 0,2194 1 Freq. esperadas Américo-europeus Freq. observadas 0,2919 0,4958 0,2126 1 Freq. esperadas Americanos nativos Freq. observadas 0,6 0,3512 0,0488 1 Freq. esperadas Ridley, 2009 População MM MN NN Total Afro-americanos Freq. observadas 0,2842 0,4964 0,2194 1 Freq. esperadas (0,5324)2 2x0,5324x0,4676 (0,4676)2 Américo-europeus Freq. observadas 0,2919 0,4958 0,2126 1 Americanos nativos Freq. observadas 0,6 0,3512 0,0488 1 Princípio de Hardy-Weinberg Ex.: sistema de grupos sanguíneos MN em humanos Três genótipos: MM, MN, NN Diferentes frequências nas populações humanas freq. M = freq. MM + ½ freq. MN = 0,5324 freq. N = freq. NN + ½ freq. MN = 0,4676 Frequências alélicas entre afro-americanos Ridley, 2009 p2 + 2pq + q2 = 1 População MM MN NN Total Afro-americanos Freq. observadas 0,2842 0,4964 0,2194 1 Freq. esperadas 0,2834 0.4979 0,2186 Américo-europeus Freq. observadas 0,2919 0,4958 0,2126 1 Americanos nativos Freq. observadas 0,6 0,3512 0,0488 1 Princípio de Hardy-Weinberg Ex.: sistema de grupos sanguíneos MN em humanos Três genótipos:MM, MN, NN Diferentes frequências nas populações humanas freq. M = freq. MM + ½ freq. MN = 0,5324 freq. N = freq. NN + ½ freq. MN = 0,4676 Frequências alélicas entre afro-americanos Ridley, 2009 População MM MN NN Total Afro-americanos Freq. observadas 0,2842 0,4964 0,2194 1 Freq. esperadas 0,2834 0.4979 0,2186 Américo-europeus Freq. observadas 0,2919 0,4958 0,2126 1 Freq. esperadas 0,2914 0,4971 0,2121 Americanos nativos Freq. observadas 0,6 0,3512 0,0488 1 Princípio de Hardy-Weinberg Ex.: sistema de grupos sanguíneos MN em humanos Três genótipos: MM, MN, NN Diferentes frequências nas populações humanas freq. M = freq. MM + ½ freq. MN = 0,5398 freq. N = freq. NN + ½ freq. MN = 0,4605 Frequências alélicas entre américo-europeus Ridley, 2009 População MM MN NN Total Afro-americanos Freq. observadas 0,2842 0,4964 0,2194 1 Freq. esperadas 0,2834 0.4979 0,2186 Américo-europeus Freq. observadas 0,2919 0,4958 0,2126 1 Freq. esperadas 0,2914 0,4971 0,2121 Americanos nativos Freq. observadas 0,6 0,3512 0,0488 1 Freq. esperadas 0,6015 0,3481 0,0503 Princípio de Hardy-Weinberg Ex.: sistema de grupos sanguíneos MN em humanos Três genótipos: MM, MN, NN Diferentes frequências nas populações humanas freq. M = freq. MM + ½ freq. MN = 0,7756 freq. N = freq. NN + ½ freq. MN = 0,2244 Frequências alélicas entre americanos nativos Ridley, 2009 População MM MN NN Total Afro-americanos Freq. observadas 0,2842 0,4964 0,2194 1 Freq. esperadas 0,2834 0.4979 0,2186 Américo-europeus Freq. observadas 0,2919 0,4958 0,2126 1 Freq. esperadas 0,2914 0,4971 0,2121 Americanos nativos Freq. observadas 0,6 0,3512 0,0488 1 Freq. esperadas 0,6015 0,3481 0,0503 Princípio de Hardy-Weinberg Ex.: sistema de grupos sanguíneos MN em humanos Três genótipos: MM, MN, NN Diferentes frequências nas populações humanas Ridley, 2009 Equilíbrio de Hardy-Weinberg Princípio de Hardy-Weinberg Ex.: sistema de grupos sanguíneos MN em humanos Três genótipos: MM, MN, NN Diferentes frequências nas populações humanas Freq. genotípicas observadas Freq. genotípicas esperadas População MM MN NN MM MN NN Esquimós 0,835 0,156 0,009 0,834 0,159 0,008 Egípcios 0,278 0,489 0,233 0,274 0,499 0,228 Chineses 0,332 0,486 0,182 0,331 0,488 0,181 Aborígenes australianos 0,024 0,304 0,672 0,031 0,290 0,679 Equilíbrio de Hardy-Weinberg Como testar estatisticamente se as frequências genotípicas observadas são iguais às esperadas no equilíbrio de H-W? No observado No esperado População MM MN NN MM MN NN Aborígenes 24 304 672 31 290 679 Teste do qui-quadrado (X2) Não há diferença significativa entre o número observado e o esperado pelo modelo Princípio de Hardy-Weinberg Princípio de Hardy-Weinberg Extensões do Princípio de H-W: Locos com alelos múltiplos Alelos Frequências alélicas A1 fA1 = p A2 fA2 = q A3 fA3 = r Genótipos Frequências genotípicas A1A1 fA1A1 = p 2 A1A2 fA1A2 = 2pq A1A3 fA1A3 = 2pr A2A2 fA2A2 = q 2 A2A3 fA2A3 = 2qr A3A3 fA3A3 = r 2 p + q + r = 1 p2 + 2pq + 2pr + q2 + 2qr + r2 = 1 Princípio de Hardy-Weinberg Extensões do Princípio de H-W: Locos ligados ao X Alelos Frequências alélicas XA fXA = p Xa fXa = q Genótipos Frequências genotípicas XAXA fX AXA = p 2 XAXa fX AXa = 2pq XaXa fX aXa = q 2 XAY fX AY = p XaY fX aY = q p + q = 1 entre as fêmeas: p2 + 2pq + q2 = 1 entre os machos: frequências genotípicas = frequências dos alelos p + q = 1 Exercícios 3) Analisando uma aldeia isolada de índios americanos, um pesquisador verificou que as frequências dos alelos que determinam o grupo sanguíneo do sistema ABO eram as seguintes: IA = 0,3, IB = 0,2 e i = 0,5. Quais as frequências genotípicas e fenotípicas dessa população? 4) A hemofilia é um distúrbio na coagulação sanguínea causado por um alelo recessivo ligado ao X. A frequência aproximada deste alelo na população humana é q = 0,0001. Supondo que a população esteja em equilíbrio de Hardy-Weinberg, calcule a frequência esperada de homens e mulheres afetadas. Princípio de Hardy-Weinberg Modelo determinístico para estudar a hereditariedade nas populações G.H. Hardy (1877 – 1947) W. Weinberg (1862 – 1937) 1908 Modelo teórico simplificado para o cálculo das probabilidades Genótipos Soma A/A A/G G/G No observado 17 55 12 84 Freq. observada 0,202 0,655 0,143 1 Freq. esperada 0,281 0,498 0,221 1 No esperado 23,574 41,851 18,574 84 Princípio de Hardy-Weinberg Ex.: gene do antígeno leucocitário humano – HLA-DQA1 Três genótipos: A/A, A/G, G/G População da Toscana (Itália) Fonte: International HapMap Project (www.hapmap.org) Diferença estatisticamente significativa entre observado e esperado Genótipos Soma A/A A/G G/G No observado 17 55 12 84 Freq. observada 0,202 0,655 0,143 1 Freq. esperada 0,281 0,498 0,221 1 No esperado 23,574 41,851 18,574 84 Princípio de Hardy-Weinberg Ex.: gene do antígeno leucocitário humano – HLA-DQA1 Três genótipos: A/A, A/G, G/G População da Toscana (Itália) Não está em equilíbrio de Hardy-Weinberg! Fonte: International HapMap Project (www.hapmap.org) O que isso significa? Equilíbrio de Hardy-Weinberg Cruzamentos aleatórios Ausência de mutação Pressupostos: t0 t1 A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a Populações infinitamente grandes Frequências alélicas e genotípicas não mudam: População não está evoluindo! Ausência de seleção natural Ausência de migrações t0 t1 A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a Cruzamentos aleatórios ? CRUZAMENTOS PREFERENCIAIS MUTAÇÕES SELEÇÃO NATURAL TAMANHO FINITO (DERIVA GENÉTICA) FORÇAS EVOLUTIVAS: provocam alterações nas frequências alélicas e genotípicas esperadas pelo equilíbrio de Hardy-Weinberg MIGRAÇÕES (FLUXO GÊNICO) Em populações reais, um ou mais pressupostos podem ser violados: t0 t1 A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a Cruzamentos aleatórios ? CRUZAMENTOS PREFERENCIAIS MUTAÇÕES SELEÇÃO NATURAL TAMANHO FINITO (DERIVA GENÉTICA) Se uma ou mais forças alteram as frequências alélicas/genotípicas: População evolui! MIGRAÇÕES (FLUXO GÊNICO) Em populações reais, um ou mais pressupostos podem ser violados: Evolução: Mudanças ao longo das gerações Mudanças nas características herdadas pelos indivíduos de uma população ao longo das gerações Mudanças nas frequências alélicas de uma população ao longo das gerações t0 t1 A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a Cruzamentos aleatórios ? CRUZAMENTOS PREFERENCIAIS MUTAÇÕES SELEÇÃO NATURAL TAMANHO FINITO (DERIVA GENÉTICA) MIGRAÇÕES (FLUXO GÊNICO) Em populações reais, um ou mais pressupostos podem ser violados: Mecanismos evolutivos A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a p2 q2 2pq Cruzamentos aleatórios Mecanismos evolutivos A A A A A A a A A A AA A a a a a a a a p2 q2 2pq A a A A A A A a a a a a Cruzamentos preferenciais Acasalamento preferencial positivo: indivíduos semelhantes se reproduzem em maior proporção A A a a A a A a Mecanismos evolutivos A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a p2 q2 2pq A a A A A A A a a a a a Cruzamentos preferenciais Acasalamento preferencial negativo: indivíduos diferentes se reproduzem em maior proporção A A a a A a A a Mecanismos evolutivos Cruzamentos preferenciais Endocruzamentos (ou endogamia) acasalamentos entre indivíduos aparentados (geneticamente relacionados) Endocruzamento = “Inbreeding” Mecanismos evolutivos Mecanismos evolutivos Cruzamentos preferenciais Endocruzamentos (ou endogamia) auto- fecundação irmãos primos 1º grau Consequência: aumento dos homozigotos e redução dos heterozigotos ao longo das gerações Mecanismos evolutivos Cruzamentos preferenciais Depressão endogâmica Redução do sucesso reprodutivo e sobrevivência Exposição de alelos recessivos deletérios à seleção Maior incidência de doenças/malformações em comunidades isoladas (ex.: Amish) -polidactilia -albinismo -Tay-Sachs - etc MUTAÇÕES t0 t1 A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a Cruzamentos aleatórios ? CRUZAMENTOS PREFERENCIAIS SELEÇÃO NATURAL TAMANHO FINITO (DERIVA GENÉTICA) MIGRAÇÕES (FLUXO GÊNICO) Em populações reais, um ou mais pressupostos podem ser violados: Mutações Mecanismos evolutivos A A A A A A A A A A A A A A A a A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A Único mecanismo que “cria” novos alelos mudanças nas frequências alélicas t0 t1 p = 1 q = 0 p’ = 0,95 q’ = 0,05 Processo lento! Mecanismos evolutivos Mutações MUTAÇÕES t0 t1 A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a Cruzamentos aleatórios ? CRUZAMENTOS PREFERENCIAIS SELEÇÃO NATURAL TAMANHO FINITO (DERIVA GENÉTICA) Em populações reais, um ou mais pressupostos podem ser violados: MIGRAÇÕES (FLUXO GÊNICO) Alguns fenótipos conferem vantagens na sobrevivência/reprodução Seleção natural Mecanismos evolutivos Genótipos de indivíduos que deixam mais descendentes: alelos estarão em maior frequência na próxima geração A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a Freq. de alelos na população: p = 0,6 q = 0,4 AA Aa aa 36 48 16 No zigotos AA Aa aa 36 48 16 No adultos Freq. de alelos na geração seguinte: p’ = p = 0,6 q’ = q = 0,4 Mecanismos evolutivos A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a Freq. de alelos na população: p = 0,6 q = 0,4 AA Aa aa 36 48 16 No zigotos AA Aa aa No adultos SELEÇÃO: 25% dos Aa morrem 50% dos aa morrem 36 36 8 Freq. de alelos na geração seguinte: p’ = 0,675 q’ = 0,325 mudanças nas frequências alélicas Mecanismos evolutivos Mecanismos evolutivos Como prever as proporções genotípicas na próxima geração se o loco está sob seleção? AA Aa aa 100% sobrevivem 75% sobrevivem 50% sobrevivem wAA = 1 wAa = 0.75 waa = 0.5 Genótipos Chance de sobrevivência Valor adaptativo relativo (w) Valor adaptativo (fitness) = probabilidade de sobrevivência de um genótipo Mecanismos evolutivos Seleção natural – predições teóricas: Frequência esperada dos genótipos no equil. de H-W: AA Aa aa p2 q2 2pq Contribuição proporcional dos genótipos após seleção: wAA x p 2 wAa x 2pq wAa x q 2 Frequência relativa dos genótipos após seleção: wAA x p 2 wAa x 2pq wAa x q 2 w w w w = wAA + wAa + waa Mecanismos evolutivos Modos de seleção Frequência de indivíduos População original Fenótipo População original População após seleção Seleção direcional: um fenótipo extremo é mais adaptado Seleção estabilizadora: um fenótipo intermediário é mais adaptado Seleção disruptiva: um ou mais fenótipos são mais adaptados que os intermediários entre eles Antibióticos Ex: bactérias que causam tuberculose resistente maior chance de sobreviver 2 semanas 10 semanas Seleção direcional Mecanismos evolutivos Seleção direcional Antibióticos Ex: bactérias que causam tuberculose resistente maior chance de sobreviver 2 semanas aumento na frequência Mecanismos evolutivos Seleção estabilizadora Mortalidade infantil x Peso no nascimento Atualmente: seleção foi relaxada Mecanismos evolutivos Heterozigotos para a anemia falciforme são resistentes a malária Onde a malária é frequente: mais vantajoso ser heterozigoto do que homozigoto dominante Vantagem do heterozigoto: anemia falciforme Glóbulos normais Anemia falciforme Anemia falciforme Malária Seleção estabilizadora Mecanismos evolutivos Mecanismos evolutivos Pyrenestes ostrinus Freeman & Heron 1998 Seleção disruptiva Exercícios 5) Em Drosophila, a enzima álcool-desidrogenase (ADH) é controlada por um loco gênico que possui 2 alelos: AdhF e AdhS. Sabe-se que indivíduos com diferentes genótipos possuem diferentes taxas de sobrevivência quando mantidos em meio de cultura com grandes concentrações de álcool: 100% dos indivíduos AdhFAdhF sobrevivem, mas este valor cai para 50% entre os indivíduos AdhFAdhS e apenas 25% dos AdhSAdhS chegam à idade adulta. Se uma população de moscas que possui uma frequência inicial do alelo AdhF igual a 0,2 for mantida na presença de álcool, quais serão as frequências alélicas esperadas na próxima geração? MUTAÇÕES t0 t1 A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a Cruzamentos aleatórios ? CRUZAMENTOS PREFERENCIAIS MIGRAÇÕES (FLUXO GÊNICO) TAMANHO FINITO (DERIVA GENÉTICA) Em populações reais, um ou mais pressupostos podem ser violados: SELEÇÃO NATURAL Migrações Mecanismos evolutivos Migrações Mecanismos evolutivos A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a A A A A A A A A A A A A A A A A A A A p = 1 q = 0 p = 0,5 q = 0,5 p = 0,8 q = 0,2 p = 0 q = 1 Migrações Mecanismos evolutivos Migrações Mecanismos evolutivos A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a a A A a a a a a a a a a a a a a A A A A A A A A A A A A A A A A A A A p’ = 1 q’ = 0 p’ = 0,5 q’ = 0,5 p’= 0,8 q’ = 0,2 p’ = 0,125 q’ = 0,875 Migrações Mecanismos evolutivos A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a a A A a a a a a a a a a a a a a A A A A A A A A A A A A A A A A A A A mudanças nas frequências alélicas das populações Fluxo gênico: troca de material genético Variação geográfica nas populações Aumento da variação dentro das populações Redução das variação entre populações Migrações Mecanismos evolutivos MUTAÇÕES t0 t1 A A A A A A a A A A A A A a a a a a a a Cruzamentos aleatórios ? CRUZAMENTOS PREFERENCIAIS MIGRAÇÕES (FLUXO GÊNICO) SELEÇÃO NATURAL TAMANHO FINITO (DERIVA GENÉTICA) Em populações reais, um ou mais pressupostos podem ser violados: Amostragem aleatória p = 0,6; q = 0,4 A A A A a A A A A A A a a a a a a a a a A A A A a A A A A A A a a a a a a a a a p’ = 0,6; q’ = 0,4 t0 t1 Mecanismos evolutivos Deriva genética Populações possuem tamanho finito: sujeitas a flutuações ao acaso nas frequências alélicas Nem todos os indivíduos terão seus alelos amostrados na próxima geração! Amostragem aleatória p = 0,6; q = 0,4 A A A A a A A A A A A a a a a a a a a a t0 t1 Mecanismos evolutivos Deriva genética Populações possuem tamanho finito: sujeitas a flutuações ao acaso nas frequências alélicas A A A A a A A A A A A A a A a a a a A a p’ = 0,75; q’ = 0,25 Nem todos os indivíduos terão seus alelos amostrados na próxima geração! Amostragem aleatória p = 0,6; q = 0,4 A A A A a A A A A A A a a a a a a a a a t0 t1 Mecanismos evolutivos Deriva genética Populações possuem tamanho finito: sujeitas a flutuações ao acaso nas frequências alélicas a A A A a A A A A A A a a a a a a a a a p’ = 0,375; q’ = 0,625 Nem todos os indivíduos terão seus alelos amostrados na próxima geração! Amostragem aleatória p = 0,6; q = 0,4 A A A A a A A A A A A a a a a a a a a a t0 t1 Mecanismos evolutivos Deriva genética Populações possuem tamanho finito: sujeitas a flutuações ao acaso nas frequências alélicas Processo imprevisível mudanças nas frequências alélicas Nem todos os indivíduos terão seus alelos amostrados na próxima geração! Mecanismos evolutivos Quanto menor uma população, maior a probabilidade de que, ao acaso, algum alelo não seja amostrado na próxima geração p = 0,6; q = 0,4 p = 0,8; q = 0,2 p = 0,9; q = 0,1 t0 t1 t2 Mecanismos evolutivos Quanto menor uma população, maior a probabilidade de que, ao acaso, algum alelo não seja amostrado na próxima geração p = 0,6; q = 0,4 p = 0,62; q = 0,38 p = 0,63; q = 0,37 t0 t1 t2 Geração 1 Geração 2 Geração 3 Pop 1 Pop 2 Pop 3 Pop 4 Pop 5 Pop n AA aa AA .................... .................... .................... .................... Geração n aa aa AA .................... Mecanismos evolutivos Geração 1 Geração 2 Geração 3 Pop 1 Pop 2 Pop 3 Pop 4 Pop 5 Pop n AA aa AA .................... .................... .................... .................... Geração n aa aa AA .................... • Processo imprevisível, em cada população • Fixação de alelos aleatoriamente perda de variação dentro das populações aumento de variação entre as populações Mecanismos evolutivos Mecanismos evolutivos População n = 20 População n = 200 População n = 2000 F re q u ê n c ia a lé lic a F re q u ê n c ia a lé lic a F re q u ê n c ia a lé lic a Gerações Gerações Gerações Mecanismos evolutivos Gargalo genético (“bottleneck”) População passa por uma diminuição prolongada de seu tamanho; quando tamanho populacional é reestabelecido, diversidade genética está reduzida POPULAÇÃO ORIGINAL GARGALO POPULACIONAL POPULAÇÃO SOBREVIVENTE PRÓXIMAS GERAÇÕES Mecanismos evolutivos Gargalo genético (“bottleneck”) t0 Ex: elevação do nível do mar no passado Mecanismos evolutivos Gargalo genético (“bottleneck”) t0 A A A a a a a a A A A A A A A A A A A a a a p = 0,65; q = 0,35 Ex: elevação do nível do mar no passado Mecanismos evolutivos Gargalo genético (“bottleneck”) t0 Ex: elevação do nível do mar no passado a a a a a a a A A a a a a a A a a a a a Mecanismos evolutivos Gargalo genético (“bottleneck”) t1 p = 0,17; q = 0,83 Ex: elevação do nível do mar no passado n gerações Mecanismos evolutivos Gargalo genético (“bottleneck”) t1 Ex: elevação do nível do mar no passado tn n gerações Mecanismos evolutivos Gargalo genético (“bottleneck”) t1 Ex: elevação do nível do mar no passado tn a a a a a a a a A A a a a a a A a a a a a a p = 0,14; q = 0,86 Mecanismos evolutivos Gargalo genético (“bottleneck”) - Até início do séc. XIX: milhares de indivíduos no Norte do Oceano Pacífico (costa da Califórnia) - 1820 a 1880: caça intensiva para produção de óleo população reduzida a menos de 100 indivíduos - Criação da Reserva Biológica de Guadalupe (México): restrições à caça e recuperação da população (crescimento de ~6% ao ano) - Atualmente: cerca de 130.000 elefantes marinhos; porém diversidade genética extremamente baixa Ex.: elefantes marinhos do norte (Mirounga angustirostris) Consequência do gargalo populacional e endocruzamentos na população remanescente Mecanismos evolutivos Efeito fundador Um pequeno número de migrantes funda uma nova população, que é inicialmente pequena e pode não conter toda a diversidade genética da população original Mecanismos evolutivos Efeito fundador t0 Mecanismos evolutivos Efeito fundador t0 Mecanismos evolutivos Efeito fundador t0 Mecanismos evolutivos Efeito fundador t1 a a a a a a a a a a a a A A A A p = 0,25; q = 0,75 A A A a a a a a A A A A A A A A A A A a a a p = 0,65; q = 0,35 Mecanismos evolutivos Efeito fundador Ex.: alta incidência de asma na ilha de Tristão da Cunha - Um dos locais mais remotos do planeta - Colonizada em 1817 por um grupo de 15 pessoas - População mantida pequena devido a catástrofes e emigrações - Atualmente: ~300 pessoas, mais da metade tem asma Alta frequência de asmáticos pode ser explicada por: - pequeno número de fundadores (dentre os quais 3 mulheres sofriam de asma) - derivagenética - altos índices de casamentos consanguíneos Dentro das populações Entre populações Aumento da diversidade genética Redução da diversidade genética Exercício Complete a tabela com as forças evolutivas que vimos na aula (mutação, seleção natural, migração e deriva genética) de acordo com o efeito de cada uma sobre a diversidade genética das populações *Obs.: cruzamentos preferenciais não alteram as frequências alélicas das populações, apenas as genotípicas! Resumo da aula Genética Mendeliana incorporada a estudos evolutivos: Síntese Moderna Princípio de Hardy-Weinberg: modelo neutro para estudarmos hereditariedade nas populações Quando um ou mais pressupostos do modelo são violados: frequências alélicas e genotípicas podem mudar populações evoluem Surgimento da Genética de Populações Possível prever as frequências alélicas e genotípicas em uma população Equilíbrio: frequências alélicas e genotípicas constantes ao longo das gerações populações não evoluem Mecanismos evolutivos em populações reais: Cruzamentos preferenciais Mutações Fluxo gênico Seleção natural Deriva genética p2 + 2pq + q2
Compartilhar