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Definições de Antecedentes

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Definições de Antecedentes
1 – Arthur da Motta Trigueiros Neto:
“Dizem respeito ao histórico criminal do agente que não se preste para efeitos de reincidência (GRECO, 2009). Em respeito ao princípio constitucional da não culpabilidade (ou presunção ou estado de inocência), somente as condenações criminais transitadas em julgado poderão ser consideradas para fins de maus antecedentes. Meros inquéritos policiais ou ações penais em trâmite, sob pena de literal ofensa ao referido princípio (art. 5º, LVII, da CF), não poderão ensejar o reconhecimento dos maus antecedentes. Nesse sentido, inclusive, a Súmula 444, do STJ. Sustenta-se ser necessária, para a comprovação dos maus antecedentes, a juntada aos autos do processo-crime de certidões cartorárias dos processos com condenações definitivas, não bastando a mera menção em folha de antecedentes do réu.”
2 – Rogério Greco:
“Os antecedentes dizem respeito ao histórico criminal do agente que não se preste para efeitos de reincidência. Entendemos que, em virtude do principio constitucional da presunção de inocência, somente as condenações anteriores com o trânsito em julgado, que não sirvam para forjar a reincidência , é que poderão ser consideradas em prejuízo do sentenciado, fazendo com que sua pena-base comece a caminhar nos limites estabelecidos pela lei penal. Suponhamos que o sentenciado possua três condenações anteriores com o trânsito em julgado e que o fato pelo qual está sendo condenado foi praticado antes do trânsito em julgado de qualquer ato decisório condenatório. Não poderá ser considerado reincidente, pois o art.63 do Código Penal diz verificar-se a reincidência quando o agente comente novo crime, depois de transitada em julgado a sentença que, no País estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. Nesse caso, as condenações anteriores servirão para atestar seus maus antecedentes.”
3 – Patrícia Vanzolini e Gustavo Junqueira:
“A posição tradicional traduz a previsão como a coleção de registros criminais em desfavor do sujeito (nesse sentido Bitencourt, Código Penal comentado. P.213). Até a década de 1990, prevalecia que todo registro criminal poderia ser utilizado em desfavor do sujeito (STF, AI 604.041), incluídos inquéritos em andamento ou menos arquivados, com base na máxima de que “onde há fumaça, há fogo”. Hoje, prevalece no STF (STF, AI 741.101 e RE 535.477) que apenas condenações transitadas em julgado podem significar maus antecedentes criminais.” 
4 – Ney Moura Teles:
“Diz o art. 59 que o juiz considerará os antecedentes do agente do fato, como circunstância no momento da fixação da pena-base. Os antecedentes são, em síntese, a história do acusado, seu passado, o que lhe aconteceu, o filme de sua vida, antes do fato de que vai tratar a sentença. (...) tendo a Constituição Brasileira adotado o princípio da culpabilidade, e o da presunção da inocência, não se pode aceitar a inclusão, entre as circunstâncias que informam a fixação da pena, dos antecedentes do agente do crime, que são características ou componentes absolutamente estranhos ao fato típico e ilícito.”
5 – Luis Regis Prado:
“Antecedentes são os atos anteriores da vida do agente positivos ou negativos; a conduta social compreende o comportamento do réu em seu meio familiar e laboral; a personalidade é a índole, o caráter do individuo; os motivos são ‘toda a soma dos fatores que dos fatores que integram a personalidade humana e são suscitados por uma representação cuja ideomotricidade tem o poder de fazer convergir para uma só direção dinâmica, todas as nossas forças psíquicas.”
6 – E. Magalhães Noronha:
“Os antecedentes entram como segundo elemento para o exame. São tanto os bons como os maus, tantos os judiciais como os extrajudiciais. Aprecia-se, assim, o fato de haver o réu sido condenado anteriormente (abstraída a reincidência), terem existido outros processos contra ele, de estar sendo processado por mais delitos, etc.”
7 – Luiz Flávio Gomes:
“É a vida pregressa do agente, sua vida “anteacta” ou passada. São bons ou maus.
- Sobre o conceito de maus antecedentes existem duas correntes: 1ª – A primeira (inconstitucional) considera antecedente qualquer envolvimento do agente com algum inquérito ou ação penal; de acordo com essa primeira orientação processo em andamento configuraria maus antecedentes. Isso é, claramente, inconstitucional. É fruto da incidência direta do poder punitivo estatal não depurado, não da aplicação do (verdadeiro) Direito Penal. Grave equívoco está contido (v.g.) no HC84.088-MG, rel. Min. Joaquim Barbosa, j.29.11.05: admitiu que inquérito e ação penal em andamento são antecedentes criminais; 2ª – A segunda (constitucional) considera maus antecedentes apenas as condenações passadas da vida do agente, que constam da sua “folha corrida” e já não geram reincidência (leia-se: condenação pretéritas, que vão além do lapso de cinco anos contados da extinção da pena para trás). Essa segunda corrente é a adequada ao Estado constitucional e humanista de Direito. 
Falamos em “condenações pretéritas” pelo seguinte: caso a condenação anterior definitiva ainda não tenha ultrapassado o lapso de cinco anos, ela vale para o efeito da reincidência (e se vale para a reincidência, não pode, ao mesmo tempo, também valer para o efeito dos antecedentes – Súmula 241 do STJ). 
8 – Adilson Mehmeri:
É o comportamento do agente, anterior ao crime. Seu modo de ser, de viver, de agir. No caso, o juiz não deverá levar em conta fatos posterior ao crime: ’’Não já considerar-se como maus antecedentes, ensejar agravamento da pena, ocorrências que inexistiam á época dos fatos que geraram a condenação’’. (RT,610:384).
Não se consideram, para efeito de avaliação desses antecedentes, processos prescritos, trancados, absolvidos ou inquéritos policiais arquivados. Há também quem inclua, nesse rol, os processos ainda em andamento: “Considerar-se como maus antecedentes o indiciamento do réu, em processo ainda não julgado; é inverter o principio universal, segundo qual o réu se presume inocente, até que a acusação prove o contrario’’ (RT ,586:338).
9 – Victor Eduardo Rios Gonçalves e André Estefam:
São os fatos bons ou maus da vida pregressa do autor do delito. Apesar de não se tratar do único meio para tal constatação, na prática, os antecedentes dos réus são analisados com base na chamada folha de antecedentes criminais que registra as passagens anteriores do acusado pelo sistema penal. Caso a folha de antecedentes aponte alguma condenação anterior, deverá ser requisitada a certidão detalhada de tal julgamento à vara criminal onde foi lançada a condenação. É esta certidão que faz prova acerca da condenação anterior e nela devem constar, além da qualificação do condenado, a data do crime, do recebimento da denúncia ou queixa e da sentença, o montante da pena aplicada, a data do trânsito em julgado para a acusação e para a defesa, bem como a data em que o sentenciado iniciou o cumprimento da pena e, se for o caso, a data em que ela foi declarada extinta por eventual cumprimento ou prescrição. 
10 – Rogério Sanches Cunha:
“Esta circunstância judicial representa a vida pregressa do agente, sua vida antes do crime (fatos posteriores não são considerados nesta etapa). Num Estado Democrático norteado pelo princípio da presunção de inocência (ou de não culpabilidade), inquéritos policiais em andamento ou já arquivados (não importando o motivo) não devem ser considerados como maus antecedentes. O mesmo raciocínio se aplica às ações penais em curso ou já encerradas com decisão absolutória (não importando o seu fundamento). Essa conclusão está consolidada na Súmula n° 444 do STJ: "É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base". Ressalte-se que, no Supremo Tribunal Federal, o tema ainda é controverso, especificamente no tocante às ações penais ainda inconclusas31 • Os atos infracionais e eventuais passagens pela Vara da Infância e Juventude também não são consideradas para fins de antecedentes criminaisdo sentenciado (podendo servir no estudo da sua personalidade). Somente as condenações definitivas que não caracterizam a agravante da reincidência (arts. 61, I, e 63, ambos do CP), seja pelo decurso do prazo de 5 anos após o cumprimento ou extinção da pena (art. 64, I, CP), seja pela condenação anterior por crime militar próprio ou político (art. 64, II), seja pelo fato de o novo crime ter sido cometido antes da condenação definitiva por outro delito.”
Definição aluno:
	São considerados antecedentes criminais todo histórico criminal desfavorável, condenações transitadas em julgado, condenações que não forem reincidência. 
	Há correntes que todos envolvimentos em inquéritos ou ação penal são considerados como maus antecedentes, ainda que não transitadas em julgado, porém são evidentemente inconstitucionais pois ferem o princípio da presunção de inocência, até que o réu seja considerado culpado.
Aluna: IVANI SILVA MOTTA DE FREITAS GARDIN
DIREITO - 2B

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