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�� DIREITO ADMINISTRATIVO
 Conceito de direito administrativo:
	Existem divergências quanto a abrangência dos conceitos de direito administrativo, Celso A. Bandeira de Mello e Hely Lopes Meireles, conceituam e na verdade, cada autor escolhe certos elementos que considera
mais significativos para chegar ao conceito.
1. Estado, Governo e Administração Pública 1.1 Conceito de Estado
Estado é uma instituição organizada políticamente, socialmente e juridicamente, ocupando um território definido, normalmente onde a lei máxima é uma Constituição escrita, e dirigida por um Governo que possui soberania reconhecida tanto interna quanto externamente. O Estado é responsável pela organização e pelo controle social, pois detém, segundo Max Weber, o monopólio legítimo do uso da força (coerção, especialmente a legal).
De acordo com o atual Código Civil, o Estado possui personalidade jurídica de direito público, com prerrogativas especiais, para que possa ser atingida a finalidade de interesse público.
O fim do Estado é assegurar a vida humana em sociedade. O Estado deve garantir a ordem interna, assegurar a soberania na ordem internacional elaborar as regras de conduta e distribuir a justiça. Nesse contexto, insere-se o Direito Administrativo, como ramo autônomo do Direito Público, tendo como finalidade disciplinar as relações entre as diversas pessoas e órgãos do Estado, bem como entre este e os administrados.
São objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, que é um Estado Democrático de Direito: a) construir uma sociedade livre, justa e solidária; b) garantir o desenvolvimento nacional; c) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; d) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (art.3º CF)
Elementos do Estado
Sucintamente, temos que Estado é uma pessoa jurídica territorial, composta dos elementos povo, território e governo soberano. Um Estado soberano é sintetizado pela máxima "Um governo, um povo, um território".
Sendo assim, são elementos do Estado, portanto: povo, território e governo soberano.
O povo é o elemento humano, formado pelo conjunto de pessoas submetidas à ordem jurídica estatal. O território é o elemento material, espacial ou físico do Estado, é a sua base geográfica, compreendendo a superfície do solo que o Estado ocupa, seu mar territorial e o espaço aéreo.
Governo é a organização necessária ao exercício do poder político, sendo a soberania o poder de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro de seu território a universalidade de suas decisões nos limites dos fins éticos de convivência.
	Um dos conceitos mais aceitos e utilizados em provas de concursos públicos é o de Hely Lopes Meireles, e este, assim o define: Direito Administrativo é o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes (políticos, administrativos, honoríficos e delegados), as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.
	Simplificando: Direito Administrativo é o ramo do direito público regido harmonicamente por leis e princípios que regulam a atividade estatal objetivando oferecer o melhor resultado para a coletividade
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO
Fonte é o local de onde nasce algo. No Direito, as fontes são os fatos jurídicos de onde as normas emanam. 
As fontes jurídicas podem ser de dois tipos:
 
a) primárias, imediatas, maiores ou diretas : são o nascedouro principal e imediato das normas; e
 b) secundárias, mediatas, menores ou indiretas : constituem instrumentos acessórios para originar normas, derivados de fontes primárias.
No Direito Administrativo, somente a lei constitui fonte primária na medida em que as demais fontes (secundárias) estão a ela subordinadas. Doutrina, jurisprudência e costumes são fontes secundárias.
A lei, em sentido amplo, é a fonte primária do Direito Administrativo, abrangendo esta expressão desde a Constituição até os regulamentos executivos. E compreende- se que assim seja, porque tais atos, impondo o seu poder normativo aos indivíduos e ao próprio Estado, estabelecem relações de administração de interesse direto e imediato do Direito Administrativo.
A doutrina, formando o sistema teórico de princípios aplicáveis ao Direito Positivo, é elemento construtivo da Ciência Jurídica à qual pertence a disciplina em causa. A doutrina é que distingue as regras que convêm ao Direito Público e ao Direito Privado, e mais particularmente a cada um dos sub-ramos do saber jurídico. Ela influi não só na elaboração da lei, como nas decisões contenciosas e não contenciosas, ordenando, assim, o próprio Direito Administrativo.
A jurisprudência, traduzindo a reiteração dos julgamentos num mesmo sentido, influencia poderosamente a construção do Direito, e especialmente a do Direito Administrativo, que se ressente de sistematização doutrinária e de codificação legal. A jurisprudência tem um caráter mais prático, mais objetivo que a doutrina e a lei, mas nem por isso se aparta de princípios teóricos que, por sua persistência nos julgados, acabam por penetrar e integrar a própria Ciência Jurídica. Outra característica da jurisprudência é o seu nacionalismo. Enquanto a doutrina tende a universalizar-se, a jurisprudência tende a nacionalizar-se, pela contínua adaptação da lei e dos princípios teóricos ao caso concreto. Sendo o Direito Administrativo menos geral que os demais ramos jurídicos, preocupa-se diretamente com a Administração de cada Estado, e por isso mesmo encontra, muitas vezes, mais afinidade com a jurisprudência pátria que com a doutrina estrangeira. A jurisprudência, entretanto, não obriga quer a Administração, quer o Judiciário, porque não vigora entre nós o princípio norte-americano do stare decises, segundo o qual a decisão judicial superior vincula as instâncias inferiores para os casos idênticos.
 O costume, em razão da deficiência da legislação, na prática administrativa vem suprindo o texto escrito, e sedimentada na consciência dos administradores e administrados, a praxe burocrática passa a suprir a lei, ou atua como elemento reformativo da doutrina.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
LEGALIDADE - representa a subordinação da Administração Pública à vontade popular, A Administração Pública só pode praticar as condutas autorizadas em lei.
	A título de ilustração convém recordar dois exemplos verídicos de violação da legalidade geral.
Caso 1: foi declarado inconstitucional o decreto do Prefeito de Aparecida do Norte/SP proibindo o uso de minissaia nas ruas do município.
Caso 2: antes de ser uma imposição prevista no Código Brasileiro de Trânsito, foi considerada nula a obrigatoriedade do uso de cinto de segurança determinada por decreto municipal do Prefeito de São Paulo.
Nas duas situações, deveres e obrigações foram criados mediante ato administrativo desatendendo à norma do art. 5º, II, da Constituição Federal. Convém ressaltar o sentido da legalidade para os particulares: proibições e deveres só podem ser criados por lei
IMPESSOALIDADE - estabelece um dever de imparcialidade na defesa do interesse público, impedindo discriminações e privilégios indevidamente dispensados a particulares no exercício da função administrativa. FINALIDADE pública é indiscutível. Para Hely Lopes Meirelles, o princípio da impessoalidade “nada mais é do que o clássico PRINCÍPIO DA FINALIDADE, o qual impõe ao administrador público que só pratique o ato para seu fim legal.
MORALIDADE – Exige probidade e ética na conduta do administrador público, A moralidade administrativa difere da moral comum ou social.
Essa exigência imposta ao administrador de ter uma conduta ética não pode ser conceituada, mas sempre será pautada por critérios de honestidade de forma a atingir a consecuçãodo interesse público. Conforme o art 37, §4º CF/88, os atos de improbidade, também previstos na lei 8429/92 e alteração legislativa conforme lei 12.843/13 importarão em SUSPENSÃO DE DIREITOS POLÍTICOS, PERDA DA FUNÇÃO ADMNISTRATIVA, INDISPONIBILIDADE DOS BENS E O RESSARCIMENTO AO ERÁRIO., na forma e graduação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. 
Consequências cabíveis devido aos atos de improbidade administrativa.
- Suspensão dos direitos políticos (responsabilidade política)
- Perda da função pública (responsabilidade disciplinar)
- Indisponibilidade de bens ( responsabilidade patrimonial)
- Ressarcimento ao erário ( responsabilidade patrimonial)
Atenção: O administrador público tem sujeição à LIA - Lei de Improbidade Administrativa, o art. 85, V, CF/88, estabelece serem crimes de responsabilidade os atos praticados pelo Presidente da República que atentem contra a probidade na administração.
No art. 5º, LXXIII, como forma de controle dos atos praticados pela administração pública, está prevista a ação popular, em que qualquer cidadão ( que é aquele que está em pleno gozo de seus direitos políticos - caracterizado pela condição de eleitor ) é parte legítima para propô-la. Já a ação popular visa anular ato lesivo contra o patrimônio público ( ou entidade de que o Estado participe). O autor da ação popular, salvo comprovada a má-fé fica isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.. A ação popular está regulada pela lei nº 4717/1965.
PUBLICIDADE - pode ser definido como o dever de divulgação oficial dos atos administrativos (art. 2º, parágrafo único, V, da Lei n. 9.784/99). Tal princípio encarta -se num contexto geral de livre acesso dos indivíduos a informações de seu interesse e de transparência na atuação administrativa, como se pode deduzir do conteúdo de diversas normas constitucionais. A publicidade dos atos administrativos constitui medida voltada ao cumprimento das seguintes finalidades:
a) exteriorizar a vontade da Administração Pública divulgando seu conteúdo para conhecimento público;
b) tornar exigível o conteúdo do ato;
c) desencadear a produção de efeitos do ato administrativo;
d) permitir o controle de legalidade do comportamento
	É de importante conhecimento o fato de que a Publicidade não é absoluta, o artigo 37, caput da CF, determina que os atos administrativos devem ter ampla publicidade salvo, na hipótese de sigilo necessário. Tal excessão está contida no art 5º CF em seu inciso XXXIII, o qual estabele os casos que possam ameaçar a segurança da sociedade ou do estado. A Publicidade é o meio assecuratório da eficácia do ato administrativo e tem por finalidade assegurar o seu conhecimento por parte do cidadão possibilitando o controle por todos os interessados, ou seja, um ato pode ser válido e perfeito , mas ineficaz para produzir efeitos aos particulares caso a publicidade não seja feita devidamente.. Os meios assecuratórios previstos constitucionalmente para o acesso à informação são: Habeas data ( art 5º, LXXII) PARA O CONHECIMENTO DE REGISTROS DE PF ou PJ bem como para retificação de dados pessoais, Direito de petição e obtenção de certidãões( art 5º, XXXIII e XXXIV)
EFICIÊNCIA - Segundo este princípio a atividade administrativa, deve ser exercida com presteza, zelo, perfeição e rendimento funcional, obriga a administração a chegar ao melhor resultado com o mínimo de gastos, põe fim a gestão burocrática e inicia a era da gestão gerencial, apesar de ser um dos princípios mais importantes, é mais jovem, pois foi inserido a partir da EC19/98. 
Princípios Implícitos
SUPRAPRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
Supraprincípios ou superprincípios?
Os princípios centrais, dos quais derivam todos os de mais princípios e normas do Direito Administrativo, conforme ensina Celso Antônio Bandeira de Mello,são dois OS SUPRAPRINCÍPIOS: 
a)supremacia do interesse público sobre o privado; e
b) indisponibilidade do interesse público.
	A existência desses dois SUPRAPRINCÍPIOS é reflexo de uma dualidade permanente no exercício da função administrativa: a oposição entre os poderes da Administração Pública (supremacia do interesse público) e os direitos dos administrados (indisponibilidade do interesse público).
	
IMPORTANTE: Os dois supraprincípios, são princípios relativos, e não absolutos. 
A supremacia do interesse público sobre o privado, é chamada simplesmente de princípio do interesse público ou da finalidade pública, princípio implícito na atual ordem jurídica, significa que os interesses da coletividade são mais importantes que os interesses individuais, razão pela qual a Administração, como defensora dos interesses públicos, recebe da lei poderes especiais não extensivos aos particulares. A outorga dos citados poderes projeta a Administração Pública a uma posição de superioridade diante do particular cria uma desigualdade jurídica entre a Administração e os administrados.
	São exemplos de prerrogativas especiais conferidas à Administração Pública e seus agentes decorrentes da supremacia do interesse público:
1) possibilidade de transformar compulsoriamente propriedade privada em pública (desapropriação);
2) autorização para usar propriedade privada em situações de iminente perigo público (requisição de bens). Exemplo: requisição de veículo particular, pela polícia, para perseguir criminoso;
3) poder de convocar particulares para a execução compulsória de atividades públicas (requisição de serviço). Exemplo: convocação de mesários para eleição;
4) prazos processuais em dobro para recorrer e para contestar; 
CUIDADO com a pegadinha: A Fazenda Pública tem prazo em dobro para recorrer e contestar, mas o prazo para responder aos recursos é simples. ALTERAÇÃO DADA PELO CPC 2015, ART.183.
ATENÇÃO: No âmbito dos juizados especiais federais, não se aplicam os prazos processuais diferenciados em favor da Fazenda Pública, nem existe reexame necessário (arts. 9o e 13 da Lei n. 11.259/2001).
5) possibilidade de rescindir unilateralmente contratos administrativos;
6) dever de o particular dar passagem no trânsito para viaturas sinalizando
situação de emergência;
7) presunção de legitimidade dos atos administrativos;
8) impenhorabilidade dos bens públicos;
9) impossibilidade de perda de bens por usucapião (imprescritibilidade dos bens públicos);
10) presença de cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos;
11) possibilidade do exercício, pelo Estado, do poder de polícia sobre particulares;
12) poder para criar unilateralmente obrigações aos particulares (imperatividade).
	Em relação ao Princípio da indisponibilidade do interesse público O supraprincípio da indisponibilidade do interesse público enuncia que os agentes públicos não são donos do interesse por eles defendido
	Por fim, cabe reforçar uma informação ensejadora de incontáveis questões de concurso público: todos os princípios do Direito Administrativo são desdobramentos da supremacia do interesse público e da indisponibilidade do interesse público
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO
PRINCIÍPIO DA AUTOTUTELA - através deste principio e conferido à administração pública a faculdade de rever seus próprios atos, podendo revogar, convalidar ou anular seus próprios atos.
PRINCÍPIO DA HIERARQUIA – Reza que os órgãos da Administração Pública são estruturados de tal forma que se cria uma relação de coordenação e subordinação entre uns e outros, cada qual com atribuições definidas por lei, logo, os órgãos e agentes de nível hierárquico superior tem a faculdade de dar ordens, rever, delegar ou avocar atos e atribuições dos órgãos e agentes de nível inferior.
PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE – Conforme disposto no art 37, XI E XX, na CF, este princípio aplica-semais às autarquias, embora incida também sobre as demais pessoas jurídicas criadas por lei, por isso as pessoas jurídicas não podem ter funções diversas daquelas para as quais foram especialmente criadas. Quando a administração pública descentraliza a prestação de um serviço público para uma autarquia, a lei que a cria estabelece com precisão as finalidades que lhe incumbe atender, de tal forma que a atuação de seus administrados não pode se afastar desses limites legais 
Ex. O IBAMA é autarquia especial criada por lei para o desempenho específico de finalidade inerentes a PNMA.
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE LEGALIDADE OU DE LEGITIMIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS – Presumem-se verdadeiros os atos praticados pela administração pública, nos limites da lei, até que se prove o contrário.
 7) PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO - O princípio da obrigatória motivação impõe à Administração Pública o dever de indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinaram a prática do ato (art. 2º, parágrafo único, VII, da Lei n. 9.784/99). Assim, a validade do ato administrativo está condicionada à apresentação por escrito dos fundamentos fáticos e jurídicos justificadores da decisão adotada. Trata -se de um mecanismo de controle sobre a legalidade e legitimidade das decisões da Administração Pública. O dever de motivar os atos administrativos encontra fundamento em diversos dispositivos normativos, merecendo destaque:
a) art. 93, X, da Constituição Federal: “as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros”;
b) art. 50 da Lei n. 9.784/99: “Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos (...)”.Entretanto, a Constituição de 1988 só prevê expressamente o dever de motivação para atos administrativos dos Tribunais e do Ministério Público. É importante salientar que o ato administrativo sem motivação é nulo pelo fato de sua presença ser essencial para o controle interno e externo.
OBS; O motivo do ato não se confunde com a motivação da autoridade administrativa, pois a motivação diz respeito às formalidades do ato
8)Princípio da finalidade - O princípio da finalidade está definido no art. 2º, parágrafo único, II, da Lei n. 9.784/99, como o dever de “atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei”. Seu conteúdo obriga a Administração Pública a sempre agir, visando a defesa do interesse público primário. Em outras palavras, o princípio da finalidade proíbe o manejo das prerrogativas da função administrativa para alcançar objetivo diferente daquele definido na legislação. Desvio de finalidade, desvio de poder ou tresdestinação é defeito que torna nulo o ato administrativo quando praticado, tendo em vista fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência . Não se deve confundir desvio de poder com excesso de poder. Segundo Hely Lopes Meirelles, “o excesso de poder ocorre quando a autoridade, embora competente para praticar o ato, vai além do permitido e exorbita no uso de suas faculdades administrativas. Excede, portanto, sua competência legal e, com isso, invalida o ato”.28 No excesso de poder ocorre sempre exagero e desproporcionalidade entre a situação de fato e a conduta praticada pelo agente, o que não ocorre no desvio de poder. A prática de abuso de poder é crime nas hipóteses tipificadas na Lei n. 4.898/65. Assim, constata -se que o gênero “abuso de poder” comporta duas espécies: desvio de poder e excesso de poder. No desvio de poder (ou de finalidade), o agente competente atua visando interesse alheio ao interesse público; no excesso de poder, o agente competente exorbita no uso de suas atribuições indo além de sua competência.
9)PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE - Ser razoável é uma exigência inerente ao exercício de qualquer função pública. Sob a vigência do Estado de Direito não se pode admitir a utilização de prerrogativas públicas sem moderação e racionalidade. A própria noção de competência implica a existência de limites e restrições sobre o modo como as tarefas públicas devem ser desempenhadas. No Direito Administrativo, o princípio da razoabilidade impõe a obrigação de os agentes públicos realizarem suas funções com equilíbrio, coerência e bom senso. Não basta atender à finalidade pública predefinida pela lei, importa também saber como o fim público deve ser atendido. Trata -se de exigência implícita na legalidade. Comportamentos imoderados, abusivos, irracionais, desequilibrados, inadequados, desmedidos, incoerentes ou desarrazoados não são compatíveis com o interesse público, pois geram a possibilidade de invalidação judicial ou administrativa do ato deles resultante. Especialmente nos domínios da discricionariedade, dos atos sancionatórios e do exercício do poder de polícia, o controle sobre a razoabilidade das condutas administrativas merece diferenciada atenção. A possibilidade de revisão judicial de atos discricionários ilegítimos por descumprimento da razoabilidade é admitida por Celso Antônio Bandeira de Mello nos seguintes termos: “O fato de não se poder saber qual seria a decisão ideal, cuja apreciação compete à esfera administrativa, não significa, entretanto, que não se possa reconhecer quando uma dada providência, seguramente, sobre não ser a melhor, não é sequer comportada na lei em face de uma dada hipótese”. proporcionalidade é um aspecto da razoabilidade voltado à aferição da justa medida da reação administrativa diante da situação concreta. Em outras
palavras, constitui proibição de exageros no exercício da função administrativa. Consoante excelente definição prevista no art. 2º, parágrafo único, VI, da Lei n. 9.784/99, a razoabilidade consiste no dever de “adequação entre meios e fins, vedada a imp osição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público”. A simples leitura do dispositivo permite identificar a especial preocupação do legislador em coibir excessos no campo do Direito Administrativo sancionador, seara onde mais comumente são identificadas punições exageradas e desproporcionais.
10)PRINCÍPIO CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS – 
Os serviços essenciais prestados a coletividade não podem ser interrompidos, salvo para melhorias na prestação e com aviso prévio, pois, visa não prejudicar o atendimento à população promovendo quaisquer tipo de interrupção imotivada.
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Os poderes administrativos são inerentes à Administração Pública para que esta possa proteger o interesse público. Encerram prerrogativas de autoridade, as quais, por isso mesmo, só podem ser exercidas nos limites da lei. São os poderes normativo (ou regulamentar), disciplinar, hierárquico e poder de polícia. Poderes discricionário e vinculado não existem como poderes autônomos. Discricionariedade e vinculação são, no máximo, atributos de outros poderes ou competências da Administração. Segundo Hely Lopes Meirelles, "poder vinculado ou regrado é aquele que o Direito Positivo - a lei - confere à Administração Pública para a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua formalização." O agente está totalmente preso ao previsto na lei. "Poder discricionário é o que o Direito concede à Administração, de modo expiícito ou implícito, para a prática de atos administrativos com liberdade na escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo." (Direito Administrativo Brasileiro, p. 102/103)
PODER REGULAMENTAR OU NORMATIVO – É o poder conferido aos chefes do poder executivo para edição de atos normativos visando o fiel cumprimento da lei.
O Art. 84, VI, CF, fala da competência da presidência da República, porém, pelo princípio da simetria, pode-se aplicar aos demais entes federativos, ESTADOS, Municípios e Distrito Federal.O Decreto é o ato que é de faculdade dos chefes de executivo e apresentam-se de duas formas , o Decreto Regulamentar e o Decreto Autônomo.
.
O DECRETO REGULAMENTAR – 1) Não renova a ordem jurídica , e 2) Seu limitie de atuação é a própria lei.
 
OBS IPC.: O decreto regulamentar não pode ser atacado por ADI, pois ele sofre controle de legalidade, nos termos do Art. 49, V, CF, o congresso nacional tem a competência para sustar os atos normativos da Presidência que exorbitem o poder regulamentar.
O DECRETO AUTÔNOMO – Conforme Art., 84, VI, da CF/88, é conferida a Presidência da República o direito de editá-lo com o poder de organizar, criar , extinguir ou modificar a ordem jurídica. Seu limite é a CF. Nesse caso ele pode , quando inconstitucional ser atacado por Ação direta de Inconstitucionalidade. 
Poder Vinculado: dá ideia de restrição, pois quando se diz que determinada atribuição da Administração é vinculada, diz-se que está sujeita à lei em todos os aspectos. O legislador, nessa hipótese 'não tece considerações de oportunidade e conveniência quanto à sua prática e nem escolher seu conteúdo. O ato que deixar de atender a qualquer dado expresso da lei será nulo e caberá à Administração ou ao Poder Judiciário declarar sua nulidade.
Ex.: O ato de aposentar um servidor está inteiramente disciplinado em lei.
Atos nulos não geram direitos !!!
Anulação – Eivado de vícios 
 Revogação – Inconvenientes ou inoportunos
 Poder Discricionário: é o conferido à Administração, de modo explícito ou implícito, para a prática de atos administrativos com liberdade na escolha de sua conveniência ou oportunidade, desde que, no seu entendimento, seja preservado o melhor interesse público. Ex:Autorização para porte de arma; Exoneração de um ocupante de cargo em comissão. 
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
Discricionariedade ≠ Arbitrariedade: discricionariedade - liberdade para atuar, para agir conforme a lei 
 
arbitrariedade é a atuação fora dos limites da lei. 
Ato arbitrário é sempre ilegítimo e inválido !!! 
Poder hierárquico: É o que se compõe de graus ou escalões na esfera interna da Administração, numa relação de coordenação e subordinação entre órgãos ou agentes, com o fim de distribuir funções, fiscalizar, rever e corrigir atos.
Nos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo não existe hierarquia no sentido de coordenação e subordinação, no que diz respeito às funções institucionais.
Poder disciplinar: É o poder-dever conferido à Administração Pública p/ apurar infrações funcionais e aplicar penalidades aos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa; é o caso das que com ela contratam. É uma supremacia especial que o Estado exerce sobre todos aqueles que se vinculam à Administração por relações de qualquer natureza, subordinando-se às normas de funcionamento do serviço ou do estabelecimento que passam a integrar definitiva ou transitoriamente. 
A apuração regular de falta disciplinar é imprescindível para que torne-se legal ou legítima a punição que deve ser motivada e justificada. 
O poder disciplinar nada tem a ver com o poder punitivo do Estado. Ex : Aplicação de pena de suspensão ao servidor público.
Poder de polícia: Considera-se poder de polícia o que limita ou disciplina direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público referente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Razão: é o interesse social, o bem-estar da coletividade
Objeto: é o bem, direito ou atividade individual que afeta a coletividade ou põe em risco a segurança nacional, exigindo regulamentação, controle, contenção do Poder Público, que vai resultar em restrição ao uso do bem, condição para o exercício do direito e limite à execução de atividade.
Finalidade: assegurar o exercício dos direitos individuais, condicionando-o ao bem-estar social. “Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando o disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público...” (Código Tributário Nacional, art. 78, primeira parte)”
Desvio de poder: o exercício desse poder perderá sua justificativa quando utilizado para beneficiar ou prejudicar pessoas determinadas; a autoridade que se afastar da finalidade pública incidirá em desvio de poder e acarretará a nulidade do ato.
Limites do poder de polícia: a necessidade do ato para evitar ameaças reais ou prováveis de perturbações ao interesse público; a proporcionalidade, ou seja, relação entre a limitação ao direito individual e o prejuízo a ser evitado (proporcionalidade dos meios aos fins); e eficácia, isto é, a medida deve ser adequada para impedir o dano ao interesse público.
CARACTERÍSTICAS DO PODER DE POLÍCIA
Discricionariedade, traduz-se na livre escolha pela Administração da oportunidade e conveniência de exercer o poder de polícia, bem como aplicar as sanções e empregar os meios adequados a atingir o fim, que é a proteção do interesse comum; a discricionariedade do poder de polícia reside na liberdade legal da valoração das atividades policiadas e na graduação das sanções aplicáveis aos infratores;
Auto-executoriedade, é a faculdade da Administração decidir e executar diretamente sua decisão por seus próprios meios, sem intervenção do Judiciário; a Administração impõe diretamente as medidas ou sanções de polícla necessárias à contenção das atividades anti-sociais que ela visa obstar;
Coercibilidade, Impõe coativamente as medidas adotadas pela Administração. É imperativo, admitindo o emprego da força pública para seu cumprimento, qdo resistido pelo administrado. E essa coerção independe de autorização judicial, é a própria Administração que determina e faz executar as medidas de força que se tomarem necessárias para a execução do ato ou aplicação da penalidade administrativa.
	
ATOS ADMINISTRATIVOS:
A legislação brasileira não conceitua ato administrativo. Por isso, os doutrinadores apresentam diferentes definições, mister se faz a percepção de que nem todo ato praticado pela administração pública deve ser considerado como ATO ADMINISTRATIVO, mas somente, aqueles que importarem-se em consequências jurídicas futuras e os que não gerarem consequências jurídicas devem ser reconhecidos como ATOS DA ADMINISTRAÇÃO.
São exemplos de atos administrativos: Extinguir um vínculo: das seguintes formas. EXONERAÇÃO (efetivo ou comissionado), DEMISSÃO (efetivo) e DESTITUIÇÃO (comissionado) 
Desapropriar um bem privado (por exemplo uma residência) em razão da necessidade de se levar o desenvolvimento à determinada região, logicamente enseja uma demolição, logo essa desapropriação (demolição) é um ato administrativo, porém a forma como esta será feita é apenas um fato da administração pois indifere a forma pela qual será concretizado tal objetivo.
ATOS ADMINISTRATIVOS:
O conceito mais utilizado em concursos públicos é o de Hely Lopes Meirelles, que define o ato administrativo da seguinte forma: “toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria”
	É importante observarmos a necessidade de um determinado grau de percepção a partir de um conceito, que existe com um propósito de definir, delimitar , mostrar elementos e objetivos para um determinada ciência ou parte dela.
	A falta de uniformidade de um conceito do direito administrativo dá-se pela quantidade de elementos que determinado doutrinador apropria-se para a criação de seu conceito e a partir dessa ideiatratamos de elaborar nosso próprio conceito no intuito de facilitar a didática e fixar a partir de cada um dos elementos utilizados a abrangência, classificação, bem como os objetivos do direito administrativo.
Para nós, Direito Administrativo é ramo do direito público regido harmonicamente por leis e princípios que regem o Estado, seus Órgãos e Entidades, bem como seus agentes e suas relações entre si ou com terceiros objetivando ininterruptamente o melhor resultado à sociedade. A partir deste conceito podemos conceituar então o Ato Administrativo como: “toda manifestação de vontade unilateral da administração pública capaz de produzir efeitos ou consequências jurídicas.” Interessante percebermos que no ato administrativo existe apenas a manifestação da Administração, não havendo necessidade de um concurso de vontades, ou seja, o administração pública ou quem agindo nessa condição tem o poder dever de agir em nome do Estado, da vontade coletiva, da necessidade coletiva, utilizando-se da prerrogativa da SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO.
	VALE OBSERVAR ALGUNS ATOS QUE SÃO bilaterais praticados pela Administração, abrangem duas espécies: 
1. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS;
2. CONVÊNIOS E CONSÓRCIOS. 
	 Nem todo ato praticado pela administração é um ato administrativo. Praticando um ato de direito privado, a Administração encontra-se em igualdade de condições com o particular. Sempre que age sem utilizar suas prerrogativas de Poder Público, a Administração está praticando um ato de direito privado. Os atos administrativos destinam-se a produzir os efeitos de: adquirir, constituir, conservar, declarar e extinguir direitos.
	Parte da doutrina limita o conceito de ato administrativo às declarações de vontade da Administração que incidem sobre situações concretas. Ficam excluídos os atos normativos.
ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
 Também chamados de características dos atos administrativos, os atributos permitem distinguir o ato administrativo do ato de direito privado, pois correspondem a verdadeiras prerrogativas do poder público. São eles:
 Presunção de legitimidade: presume-se que os atos administrativos são emitidos com observância da lei, porém, trata-se de presunção relativa, pois admite-se prova em contrário.
 Imperatividade: é o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros, devem ser observados pelos particulares, independentemente da concordância destes.
 Auto-executoriedade: é o atributo pelo qual o ato administrativo pode ser posto em execução pela própria Administração, sem necessidade de intervenção do Poder judiciário. Só é possível: quando expressamente prevista em lei, quando se tratar de medida urgente que, caso não adotada, possa ocasionar prejuízo maior ao interesse público.
 
Tipicidade: atributo do ato administrativo que determina que o ato deve corresponder a uma das figuras definidas previamente pela lei, como aptas a produzir determinados resultados, sendo corolário, portanto, do princípio da legalidade. A sua função é impossibilitar que a Administração venha a praticar de atos inominados, representando, pois, uma garantia ao administrado, já que impede que a Administração pratique um ato unilateral e coercitivo sem a prévia previsão legal. Representa, também, a segurança de que o ato administrativo não pode ser totalmente discricionário, pois a lei define os limites em que a discricionariedade poderá ser exercida.
ELEMENTOS OU REQUISITOS DO ATO ADMINISTRATIVO 
COMPETÊNCIA - Entende-se por competência administrativa o poder atribuído por lei e por ela delimitada, ao agente da administração para o desempenho específico de suas funções. A competência administrativa decorre sempre de lei, é inderrogável E INSTRANSFERÍVEL, e pode ser objeto de delegação ou avocação, significa que pode ser extendida, salvo quando conferida em caráter de exclusividade. Quando a competência é exercida além dos limites estabelecidos em lei, surge uma das modalidades de abuso de poder denominada excesso de poder. 
 OBS: ATOS QUE NÃO PODEM SER DELEGADOS
- Edição de atos de caráter normativo.
- Decisão de recursos administrativos.
- Matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade
FINALIDADE - alcançar com a prática do ato. O fim de todo ato administrativo válido é o interesse público. A finalidade do ato administrativo é aquela que a lei indica explícita ou implicitamente, não cabendo ao administrador escolher outra ou substituir a indicada na norma administrativa. A alteração da finalidade expressa na norma legal ou implícita no ordenamento da administração caracteriza o desvio de poder que macula o ato administrativo do vício da ilegalidade.
FORMA - Forma é como o ato se exterioriza. Em princípio, os atos administrativos obedecem a forma escrita, embora existam atos realizados em ordens verbais e até mesmo em sinais convencionais, como ocorre com a sinalização de trânsito. Porém, só se admite atos administrativos não estritos em casos de urgência, de transitoriedade da manifestação da vontade administrativa ou de irrelevância do assunto para a Administração. Nas demais hipóteses, deve-se observar o ato escrito em forma legal (decreto, portaria, oficio, ete.) para que tenha validade. A revogação ou a modificação do ato administrativo deve obedecer a mesma forma do ato originário. 
OBS: A forma do ato administrativo é requisito sempre definido em lei.
MOTIVO - E a situação de fato ou de direito que determina ou autoriza a realização do ato administrativo. A situação de fato corresponde ao conjunto de circunstâncias que levam a Administração a praticar o ato. Por exemplo: no ato administrativo que ordena a demolição de um prédio,o motivo pode ser o perigo que ele representa. A situação de direito é aquela, descrita na lei, que serve de base para a prática do ato. Por exemplo: o ato de concede a licença paternidade, o motivo é o nascimento do filho. O motivo pode vir expresso na lei ou a própria lei pode deixar ao administradora avaliação quanto à existência e a valoração quanto à oportunidade e conveniência da prática do ato.
OBJETO - Identifica-se esse elemento verificando o que o ato enuncia, prescreve ou dispõe, pois o objeto é próprio conteúdo do ato administrativo. 
ATOS ADMINISTRATIVOS:CLASSIFICAÇÃO
Quanto aos destinatários	
Atos Gerais: são aqueles que se dirigem a uma coletividade, com destinatários indeterminados.Ex.: Ordens de serviço, circulares normativas, Decretos regulamentares, etc.
Atos Individuais: são aqueles que possuem Destinatários determinados ou determináveis.	Ex.: um decreto de desapropriação, uma nomeação, ete.
QUANTO AO ALCANCE
Atos Internos: são os que produzem efeitos apenas no âmbito interno da Administração, sendo dirigidos aos órgãos e aqentes públicos. Ex.: portaria de criação de grupos de trabalho; portaria de remoção de um servidor.
Atos Externos: alcançam os administrados de um modo geral e que produzem efeitos fora da repartição que os produziu. Ex.: nomeação de candidatos aprovados em concurso público; decreto regulamentar.
QUANTO AO OBJETO
Atos de Império: são aqueles que a administração pratica usando da sua supremacia sobre o administrado, impondo obrigações de forma unilateral e coercitiva ao particular independentemente de autorização judlclal	
Ex.: apreensão de mercadoria; interdição de um estabelecimento ou atividade; desapropriação.
Atos de Gestão: são aqueles praticados pela administração em situação de igualdade com os particulares, afastando-se de suas prerrogativas e regidos pelo direito comum.	Ex.: alienação ou aquisição de um bem; aluguel de imóvel de
propriedade de uma autarquia.
Atos de Expediente: são todos aqueles que se destinam a dar andamento aos processos e papéis quetramitam pelas repartições públicas Ex.: protocolo; o encaminhamento de documentos à autoridade que possua atribuição de decidir.
QUANTO AO GRAU DE LIBERDADE
Atos Vinculados:é aquele em que a lei estabelece todos os requisitos para a sua realização, de forma que o administrador não tem qualquer grau de liberdade para praticá-Io. Ex.: concessão de aposentadoria; Concessão de licença à gestante.
Atos discricionários: é aquele que a Administração pode praticar com certa liberdade de escolha, nos termos e nos limites da lei, quanto ao seu conteúdo, seu modo de realização, sua oportunidade e sua conveniência administrativa.	 Ex.: licença para capacitação; concessão de licença para tratar de interesses particulares; autorização colocação mesas e cadeiras em vias públicas. 
QUANTO À FORMAÇÃO DO ATO	
Ato Simples: é o resultante da vontade de um só órgão, seja ele unipessoal ou colegiado. Assim, tanto é ato simples a decisão de um diretor como o é a decisão de um órgão colegiado. É uma única manifestação de
vontade.	
Ex.: um despacho; o ato de exoneração de um servidor ocupante de cargo em comissão; a nomeação de um Ministro pelo Presidente da República.
Ato Composto: é o resultante da manifestação de vontade de dois ou mais órgãos, em que a vontade de um é instrumental em relação a de outro, que edita o ato principal. São compostos, em regra, todos os atos que dependem de autorização, aprovação, homologação, visto, etc. Ex.: a dispensa de licitação, em determinadas hipóteses, depende '" de homologação pela autoridade ""superior para produzir efeitos; a " homologação é ato acessório, complementar do principal.
Ato Complexo: é o resultante da manifestação de dois ou mais órgãos, cuja vontade se funde para formar um ato único.	
Ex.: o decreto que ré assinado pelo Chefe do Executivo e referendado pelo Ministro de Estado
QUANTO À EXEQUIBILIDADE DO ATO
Ato Perfeito: é aquele que está em condições de produzir efeitos jurídicos, porque já completou todo o seu ciclo de formação.	
Ex.: nomeação de um candidato aprovado em concurso público.
Ato Imperfeito: é aquele não completou seu ciclo de formação, por isso não está pronto para produzir seus efeitos.	
Ex.: a falta da assinatura pela autoridade ,competente do decreto de nomeação.
Ato Consumado: é o ato que exauriu todos os seus efeitos.
Ex.: o ato concessivo de uma aposentadoria.
No próximo tópico iniciaremos a abordagem acerca da Improbidade Administrativa.
 
----------------------------------------------------------------------------RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
	Conforme dispõe a CF, art.37, §6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa, daí a nomenclatura responsabilidade civil extracontratual do Estado, porém cabe a observação, de que, se houver relação contratual com o Estado, a responsabilidade civil do Estado será aferida pela lei 8.666/93.
	Mister o entendimento imediato que o agente público deve agir nessa condição e o dano deve existir para que o Estado possa ser acionado nos casos de responsabilidade, ou seja, para fins de esclarecimento e entendimento se um policial convocado para fazer a segurança de um evento esportivo, se envolve em briga com um torcedor, o Estado poderá ser acionado em juízo por ele, ao contrário, se foi assistir ao evento esportivo na qualidade de torcedor e se envolveu em briga com outro, neste caso o Estado não poderá ser acionado em juízo.
	EVOLUÇÃO HISTÓRICA
1ª Fase - Irresponsabilidade
A primeira fase de evolução do instituto foi denominada fase da “irresponsabilidade do Estado”,
em que o Poder Público não respondia por qualquer tipo de prejuízos causados a terceiros. Essa fase, que experimentou seu auge na época do Absolutismo no continente europeu, está bem representada pela seguinte frase, acolhida por nossa melhor doutrina: “The King can do no wrong” (O Rei não pode errar jamais).
2ª Fase – Responsabilidade com previsão legal
	O primeiro caso em que o Estado foi responsabilizado, ficou conhecido como o caso “Blanco”, onde uma pequena garota francesa foi atropelada por um vagão ferroviário causando comoção nacional e embasando então a responsabilidade civil do Estado. (leading case). O Estado passa então, em casos pontuais, somente quando a lei previa, a ser responsabilizado, no Brasil, em 1873, surge o Tribunal de Conflitos e então passamos a evoluir a então chamada responsabilidade subjetiva.
3ª Fase – Teorias Civilistas
TEORIA SUBJETIVA (APLICADA APENAS A CONDUTAS ILÍCITAS) – A Responsabilidade do estado evoluiu, com a desnecessidade da expressa dicção legal, o fundamento passa a ser a intenção do agente público, a incidência era admitida se restassem comprovados os requisitos seguintes:
1-a conduta do Estado
2- o dano
3- o nexo de causalidade
4- o elemento subjetivo
TEORIA DA CULPA DO SERVIÇO ( FAUL DU SERVICE)
Para a maior proteção à vítima, chegou-se a responsabilidade subjetiva na culpa do serviço (mal prestado, ineficiente ou com atraso), sem a necessidade de apontar o agente causador, não se baseia na culpa do agente, mas no serviço, como um todo, portanto a nomenclatura CULPA ANONIMA.
A prestação de serviços por parte da Administração Pública aumenta, bem como a dificuldade de dos administrados receberem uma proteção adequada, e partir de então surge em nosso ordenamento jurídico a Responsabilidade Objetiva.
TEORIA DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA
Presente de forma expressa desde a Constituição Federal de 1946, traduz-se na obrigação do Estado reparar dano causado a outrem, independente se, de forma lícita ou ilícita o agente público , agindo nessa condição, de causa a lesão, tais prejuízos podem ser advindos de ação ou omissão, comportamentos materiais ou jurídicos.
A CF/1946, em seu art. 194, trazia a seguinte redação:
“Art. 194. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis pelos danos que os seus funcionários, nessa qualidade, causem a terceiros.
Parágrafo único. Caber-lhes-á ação regressiva contra os funcionários causadores do dano, quando tiver havido culpa destes
Os elementos que caracterizam essa teoria são :
1-a conduta do Estado (lícita ou ilícita) – praticada por um agente público atuando nessa qualidade
2- o dano – causado a um bem protegido pelo ordenamento jurídico, ainda que exclusivamente moral
3- o nexo de causalidade – ou a demonstração e que a conduta do agente foi preponderantemente determinante para a ocorrência do evento danoso ensejador da responsabilidade.
OBS: Se a conduta do Estado for lícita o Estado responde pela mácula sobre o princípio da Isonomia, porém se for ilícita o Estado responde no princípio da Legalidade.		 
 NEXO DE CAUSALIDADE
OBS: SEM A COMPROVAÇÃO DO DANO , RESTA CONFIGURADA O ENRIQUECIMENTO ILÍCITO.
	Atualmente a responsabilidade civil extracontratual do Estado está capitulada no art 37§6º., no Brasil, adota-se a Teoria do Risco administrativo, porém há determinação para a aplicação da Teoria do Risco Integral.
art. 37, § 6.º, da CF, cuja redação a seguir se reproduz:
“Art. 37. […]
[…]
§ 6.º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”.
OBS IPC: Para excluir a responsabilidade objetiva do Estado, basta que se exclua um dos elementos !
 OBJETIVA 
 RISCO ADMINISTRATIVO
 IMPRESCRITÍVEL 37§5º CF
 (AÇÃO DE REGRESSO)
 
 
 SUBJETIVA
 
O Esquema acima revela quem é o Estado para fins de responsabilidade civil:
PESSOAS JUR. DE DTO. PÚBLICO – (U-E-M-DF) – ADMINISTRAÇÃODIRETA + AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES
2- PESSOAS JUR. DE DTO PRIVADO – ENTES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA DE DTO PRIVADO + PARTICULARES ( DETENTORES DE CONCESSÃO OU PERMISSÃO ) QUE RECEBEM DELEGAÇÃO DO ESTADO
Da mesma forma, poderíamos concluir que nem todas as pessoas que integram a estrutura da Administração Pública responderão na forma prevista no dispositivo constitucional ora analisado. É o que se verifica, destarte, com as empresas públicas e as sociedades de economia mista criadas para a exploração de atividades econômicas, excluídas que foram do comando constitucional, essas pessoas, quando exploradoras de atividade econômica, respondem pelas obrigações civis contraídas com terceiros basicamente pelo mesmo regime previsto para a iniciativa privada, vale dizer, com fulcro nos conceitos de culpa ou dolo, na forma prevista pelo art. 173, § 1.º, II, da CF.
“Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1.º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
[…]
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários”.
ATENÇÃO: OS ENTES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA DE DIREITO PRIVADO PODEM SER CRIADAS PARA:
1 – PRESTAÇÃO DE SERV. PÚBLICO – A RESPONSABILIDADE É OBJETIVA ( EMPRESA PÚB + SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA + CONCESSIONÁRIOS + PERMISSIONÁRIOS QUE PRESTAM SERVIÇOS PÚBLICOS )
2 – EXPLORAÇÃO DE ATIVIDADE ECONOMICA – A RESPONSABILIDADE É PRIVADA ( EX. ESTATAIS COMO A PETROBRÁS)
OBS IPC - O STF, decidiu que o Banco do Brasil, quando contrata com particulares, está exercendo uma relação de consumo, ou seja, sua responsabilidade será regulada pelo Código de Defesa do Consumidor.
CASOS:
1 - ÔNIBUS DE EMPRESA PARTICULAR, QUE PRESTA SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO, ATROPELA E MATA PARTICULAR – A RESPONSABILIDADE DA EMPRESA DE ÔNIBUS É OBJETIVA PRIMÁRIA E A DO ESTADO É OBJETIVA SUBSIDIÁRIA
2- ÔNIBUS DE EMPRESA PARTICULAR, QUE PRESTA SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO, APÓS FREADA BRUSCA, LANÇA UMA PASSAGEIRA QUE SEGUIA VIAGEM SEM O CINTO DE SEGURANÇA CONTRA O PÁRA-BRISA E ESTA VEM A FALECER - A RESPONSABILIDADE DA EMPRESA DE ÔNIBUS É OBJETIVA PRIMÁRIA E A DO ESTADO É OBJETIVA SUBSIDIÁRIA
Vale observar que nos dois casos, o Estado só pode ser demandado, caso a concessionária não puder arcar com o prejuízo promovido pelo dano, independentemente do terceiro prejudicado ser usuário ou não do transporte público.
TEORIA DO RISCO INTEGRAL
O Estado por ser o garantidor universal, ou seja bastando existir a conduta e o nexo causal com o dano, não será possível excludentes de responsabilidade serem invocadas., essa teoria é utilizada de forma excepcional e a priori, no Brasil é majoritária, sendo utilizada em três casos:
1 – Dano nuclear ( art 21, XXIII, d)
“Art. 21. Compete à União:
[…]
XXIII – explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o
enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
[…]
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa”.
2 – Dano ambiental ( art 225, §2º, CF)
“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”
3 – Crimes ocorridos a bordo de aeronaves em sobrevoo sobre o espaço aéreo brasileiro que sofra danos decorrentes de ataques terroristas
A matéria está disciplinada na Lei 10.744/2003 que dispõe sobre a assunção, pela União, de responsabilidades civis perante terceiros no caso de atentados terroristas, atos de guerra ou eventos correlatos, contra aeronaves de matrícula brasileira operadas por empresas brasileiras de transporte aéreo público, excluídas as empresas de táxi aéreo.
A questão do risco integral é explicitada nos termos do art. 1.º, a seguir reproduzido:
“Art. 1.º Fica a União autorizada, na forma e critérios estabelecidos pelo Poder Executivo, a assumir despesas de responsabilidades civis perante terceiros na hipótese da ocorrência de danos a bens e pessoas, passageiros ou não, provocados por atentados terroristas,atos de guerra ou eventos correlatos, ocorridos no Brasil ou no exterior, contra aeronaves de matrícula brasileira operadas por empresas brasileiras de transporte aéreo público, excluídas as empresas de táxi aéreo”.
RESPONSABILIDADE POR OMISSÃO DO ESTADO
Toda vez que um agente público não atua quando deveria atuar e tal omissão der causa a um dano a terceiro, a Responsabilidade do Estado é subjetiva, pois a missão não está abarcada no art 37§6º, ressalte-se que essa responsabilidade subjetiva, não refere-se aquela que traz a necessidade de aferição de culpa ou dolo do agente, mas aquela decorrente da má prestação do serviço, chamada de culpa anônima ou culpa do serviço.
Ex.:Se você foi roubado na via pública, a responsabilidade é do Estado?
RESP.: Não há como responsabilizar o Estado, pois, a SEGURANÇA PÚBLICA é prestada na medida do possível.
EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Considera-se excludente de responsabilidade: qualquer situação que exclua algum dos três elementos (Conduta, dano, nexo causal).
 
Ex: 1-Caso fortuito, 
Ex.:Após as chuvas aparece um buraco em uma via de tráfego e terceiro sofre acidente, o Estado não é responsável.
Obs.: Caso tal buraco, não receba a atenção devida para que haja reparação pelo administrador público e particular sofre dano o Estado responde ( Isso é culpa do serviço)
 2 - força maior 
 3 - culpa exclusiva da vítima 
Ex.: O motorista de um carro oficial respeitando o limite de velocidade da via e um veículo na contramão é atingido, a culpa exclusiva da vítima, exclui nesse caso a responsabilidade do Estado.
Obs: Caso o motorista do Estado estivesse dirigindo perigosamente e um sujeito se joga na frente do carro oficial em serviço, vindo posteriormente a falecer, não é caso de excludente, mas de culpa concorrente, a jurisprudência entende que nesses casos o prejuízo será dividido entre o Estado e o particular.
Tais exemplos são excludentes de nexo causal e, portanto, da responsabilidade.
TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO
Enfim, podemos analisar a teoria adotada no Brasil, a do risco administrativo, ou do risco produzido pela administração pública, cabe dizer, sem embargo, que toda vez que o Estado, produz um risco e deste decorre um dano, ainda que sua atuação não tenha causado totalmente o dano, a responsabilidade do Estado será objetiva, com base no risco criado.
Ex: Um preso mata outro na prisão.
 Preso foge e rouba a casa ao lado do presídio ( observe que a construção do presídio é o risco, não importando se a casa da vítima foi construída antes ou depois do presídio)
PRAZO PRESCRICIONAL
O Prazo prescricional para as ações contra o Estado: 05 anos para propor a Ação de Reparação Civil. (Decreto 20910, Lei 9494).
O CC, art.206 – Ações de Reparação Civil contra o particular prescrevem em 03 anos.
OBS IPC: Há uma divergência na doutrina quanto ao prazo prescricional das ações contra o Estado, pois o decreto fala que é de 05 anos “salvo lei mais benéfica”, porém o Código Civil, apesar de ser mais benéfica, é uma lei geral e não pode revogar uma lei especial. Tem-se aceito nas provas que é de 05 anos o prazo, pois o CC não revogou odecreto.
ALGUMAS RESSALVAS IMPORTANTES
Responsabilidade decorrente de obra pública: 
1) Decorrente da má execução da obra → varia de acordo com o executor da obra: 
a) executada diretamente pelo Estado: responsabilidade objetiva do Estado. 
b) particular contratado: pessoa jurídica de direito privado exploradora de atividade econômica (e não prestador de serviço publico), por isso a responsabilidade é subjetiva. O Estado só responde se ficar comprovado que este foi omisso no dever de fiscalizar o contrato.
 
2) Decorrente da obra em si; pelo simples fato da obra: Não interessa saber quem está executando a obra, a responsabilidade civil é sempre do Estado e sempre objetiva. (ex: construir um viaduto sobre uma casa).
3)Responsabilidade por atos jurisdicionais; decorrentes de decisões judiciais: 
Em regra, O Estado não responde por atos jurisdicionais, a decisão judicial é recorrível, mas não indenizável.
OBS IPC:: CF, art.5º, LXXV: o Estado indenizará aquele que ficar preso por erro judiciário, responsabilidade objetiva.
4) Responsabilidade por atos legislativos: 
Ato geral e abstrato que inova no ordenamento jurídico (sentido material), feito pelo legislativo, com sanção do executivo (sentido formal). A regra é a irresponsabilidade do Estado por atos legislativos. A doutrina admite a responsabilidade do Estado se a lei for declarada inconstitucional e cause um dano específico a alguém (requisitos cumulativos).
5) Responsabilidade do agente: 
A vítima cobra do Estado (independente de dolo ou culpa), o Estado cobra do agente (dependendo do dolo ou culpa). A vítima não pode cobrar diretamente do agente, pois o STF construiu a “doutrina da dupla garantia”, com base no “princípio da impessoalidade” do agente: É garantia da vítima cobrar do Estado e é garantia do agente só ser cobrado pelo Estado em ação de regresso.
OBS ICP: CPC, art.70 - Denunciação à lide, Não é possível, tampouco obrigatório. Pois quando a vítima cobra do Estado não se discute dolo/culpa, e se o Estado chamasse o agente ia ter que discutir dolo/culpa. E é garantia da vítima somente analisar os elementos objetivos, não ampliando subjetivamente o mérito
Unidade I – Órgãos, Cargos e Funções Públicas.
P
ara melhor entendimento, faz-se necessário um breve comentário acerca da descentralização administrativa, que surge no Estado, para o atingimento de maior eficiência na prestação de seus serviços aos destinatários.
Descentralização é a forma da repartição interna da competência atribuída à entidade estatal e dela decorre a criação de órgãos públicos.
Ó
RGÃOS PÚBLICOS são centros de competência ou unidades de atuação pertencentes a uma entidade estatal, dotados de atribuições próprias mas sem personalidade jurídica, conforme ART 1º §2º da Lei 9784/99.
Obs. Órgão público - NAO TEM personalidade jurídica. (não é titular de direitos e obrigações, não tem patrimônio próprio, não é responsável, etc.) É parte integrante de uma pessoa jurídica.
TEORIA DO ÓRGÃO – O órgão é inseparável do Estado, é uma unidade deste por agregar as funções e os agentes, nasce no momento de constituição da pessoa jurídica. �
OBS IPC - Nenhum órgão possui personalidade jurídica, mas há órgãos que possuem capacidade processual ativa (poder de figurar no pólo ativo de uma ação judicial), por exemplo o Ministério Público, são esses os chamados órgãos independentes e autônomos.
C
ARGO PÚBLICO é a unidade de atribuições e finalidades conferidas a um agente público, conforme art 3º Lei 8112/90.
É criado por lei ou por resolução, com denominação própria, é inconfundível com outro para ser titularizado por um único agente.
ATENÇÃO! – A exceção dá-se nos cargos vitalícios que são instituídos pela Constituição Federal de 1988, tais cargos são: Juiz, Promotor de Justiça e Conselheiro do Tribunal de Contas.
__________________________________________
SERVIDORES PÚBLICOS (Lei 8.112/90)
No sentido de facilitar o entendimento e a resolução de provas de concursos públicos ou outros exames dentro da academia, de forma clara faremos a partir desse momento comentários sucintos acerca da Lei 8.112/90, o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis da União, ou simplesmente, o Estatuto dos Servidores Públicos Federais.
É importante observar que a nomenclatura Funcionário Público existe apenas na tipificação inserida no código penal brasileiro, atualmente a nomenclatura ampla usual no Direito administrativo é Agente Público.
A
gente público é uma expressão mais ampla, e abarca toda e qualquer pessoa que atua em nome do Estado. As espécies de agentes públicos para maior parte da doutrina são três:
1) Agentes políticos: São os que exercem função política do Estado: os detentores de mandato eletivo, os secretários e ministros de Estado, além dos membros da magistratura e os membros do Ministério Público.
2) Particulares em colaboração com o Estado: Sem perder a qualidade de particular (sem criar um vínculo específico com o Estado), ele atua em nome do Estado em uma situação específica: a) designados: jurados, mesários; b) voluntários: programas de voluntariados, o Estado abre vagas para a prestação voluntária de serviços públicos; c) delegados: agentes das concessionárias e permissionárias de serviço público; d) credenciados: atuam por ato administrativo de autorização; credenciamento, ex: médicos particulares quando tem convênio com o SUS, agentes cartorários e etc.
3) Servidores estatais: Também conhecidos como agentes administrativos, atuam no exercício da função administrativa. Dividem-se em três:
a) Temporários: (CF, art.37, IX) É possível a contratação de servidores temporários desde que haja na prestação de um serviço temporário de excepcional interesse público (requisitos: serviço temporário, interesse público, caráter excepcional). Não precisa de concurso. Não é celetista, embora celebre contrato não tem qualidade de empregado, portanto não é competência da Justiça do Trabalho julgar, e sim da Justiça Comum. Possuem um regime especial de Direito Administrativo. Segundo o STF cada ente deve ter sua lei específica definindo e regulamentando o trabalho temporário. 
b)Celetistas e c) Estatutários: Vínculo permanente com a Administração, atuam no exercício de uma atividade permanente (prazo indeterminado). Tem que ser aprovados mediante concurso (CF, art.37, II). 
O concurso tem prazo de até 02 anos prorrogável uma vez por igual período, quem define o prazo é o edital. Enquanto os estatutários são nomeados para exercer um cargo (não existe contrato para os estatutários, todos os direitos e obrigações dos estatutários estão na lei), os celetistas são contratados (os direitos e obrigações estão no contrato, a CLT estabelece apenas direitos mínimos). 
Os celetistas são detentores de empregos públicos e os estatutários são detentores de cargos públicos, o art.41 da CF estabelece que só os detentores de cargos públicos gozam de estabilidade. Porém nem todo servidor estatutário é estável ou pode adquirir estabilidade, pois os detentores de cargos públicos podem ser detentores de cargos efetivos ou detentores de cargos em comissão, e os cargos de comissão possuem livre nomeação e livre exoneração, assim sendo, a estabilidade só pode ser adquirida pelos detentores de cargos efetivos. A estabilidade é uma garantia onde o servidor só pode perder o cargo nas hipóteses que a lei estabelece.
Para adquirir estabilidade exige dois requisitos básicos (tempo e eficiência): 03 anos de efetivo exercício, sendo o servidor aprovado por uma avaliação especial de desempenho (o STF vem entendendo que se passados os 03 anos e a Administração não fizer a avaliação, o servidor adquire estabilidade). 
Para que o servidor público estável venha a perder o cargo, deve-se observar o previsto em três hipóteses constitucionais, contidas no Art. 41 §1º: 
1) Avaliação periódica de desempenho; onde o servidor continua sendo avaliado após adquirir a estabilidade.
2) Processo administrativo em que se assegurea ampla defesa; 
3) Sentença judicial transitada em julgado. 
OBS IPC: Além desses, o art.169 da CF, prevê a perda do cargo do servidor estável por motivo de corte de gastos , devendo observar a seguinte regra de perda do cargo:
1º- Elimina-se 20% dos cargos em comissão; 
2º - Exoneração dos não estáveis, 
3º- Exoneração dos estáveis.
O art. 169 da CF/88 em seus parágrafos 4º e 5º estabelecem algumas garantias ao estável que perdeu o cargo por corte de gastos com pessoal como extinção de cargo e indenização.
ATENÇÃO !!!
EXONERAÇÃO É DIFERENTE DE DEMISSÃO!
GARANTIAS AO SERVIDOR ESTÁVEL QUE PERDE O CARGO (ART 169 E §§ DA CF/88)- O servidor estável que for exonerado por corte de gastos tem direito de receber uma indenização que corresponde a uma remuneração para cada ano de serviço prestado, além disso ele tem direito que o cargo dele seja extinto por pelo menos 04 anos. 
A POLÊMICA DA DISCUSSÃO ACERCA DO ESTÁGIO PROBATÓRIO E DA ESTABILIDADE.
Pode-se afirmar sem sombra de dúvidas que o Estágio Probatório (art.20 da lei 8112/90) é equivalente ao período necessário para a aquisição da Estabilidade. Pois apesar do descrito no artigo, nossos tribunais superiores, em especial o Supremo Tribunal de Justiça, concluiu que o caputa do art. 41 da CF/88 que marca o prazo de três anos é o dispositivo válido no Brasil. 
Cabe necessária atenção aos requisitos da eficiência estabelecidas no art. 41 da CF/88, em outras palavras, o Estágio Probatório não está ligado apenas ao simples lapso temporal de três anos.
A capacidade de desempenho e a apitidão durante esse período serão avaliados de forma criteriosa sobre os seguintes itens:
Responsabilidade
Assiduidade
Produtividade
Iniciativa
Disciplina
OBS: O STF vem entendendo que a avaliação do Estágio Probatório pode ser expressa ou tácita, caso até o último dia de Estágio a avaliação não tenha sido executada, o servidor considera-se aprovado tacitamente.
Mister se faz o apontamento de que nem todos os servidores estatutários gozarão a garantia constitucional da estabilidade, somente aqueles que são detentores de cargos de provimento efetivo, aprovados mediante concursos público estão aptos à aquisição de estabilidade.
REQUISITOS PARA INGRESSO NO CARGO PÚBLICO
O Art. 5º, da referida lei, contempla a edição de requisitos básicos para a investidura em cargos públicos, frise-se que o termo “básicos” possibilita à administração pública a criação de outras restrições desde que seja justificada na necessidade ou exigência para o desempenho da função a ser exercida, conforme súmula 683 do STF.
Expressos em lei e na CF temos os seguintes requisitos:
Aprovação mediante concurso público
Nacionalidade Brasileira
Gozo dos direitos políticos
Quitação das obrigações militares e eleitorais
Nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo
Idade mínima de 18 anos
Aptidão física e mental para o exercício das funções do cargo.
Pontos importantes abarcados na discussão sobre requisitos de investidura são os seguintes: altura mínima para ingresso em carreiras militares e ainda da reserva de vagas para portadores de deficiência.
A lei (art 5º , §2º) determina a reserva de até 20% do total de vagas enquanto o STJ estabeleceu que o mínimo a ser reservado deve ser de 5% do total das vagas, desde que a deficiência não seja incompatível com o desempenho da função.
CONCURSO PÚBLICO ( art 37. II , CF/88)
É a forma de ingresso no serviço público para cargos públicos de provimento efetivo no Brasil, para que o servidor seja investido no cargo público, previamente deve ser aprovado em concurso público de provas ou provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, ressalvadas as nomeações para cargos em comissão declarado em lei de livre nomeação ou exoneração.
Respeita-se com a feitura do concurso público o princípio da eficiência, bem como o da impessoalidade, evitando favoritismos ou perseguições alheias ao interesse público que promovam o afastamento da supremacia do interesse público.
Conforme o art. 37, III da CF/88, a validade do concurso público é de até dois anos, prorrogável uma única vez por igual período. Cabe observar a lei 8112/90 em seu art. 12. que com rigor veda a realização de novo certame enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com o prazo de validade não expirado .
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CONDUTA
 DANO
 ESTADO
PJ D PUB
PJ DTO PRI (SP)
vítima
 AGENTE
1-centro de competência
2 – sem personalidade jurídica própria
Órgão público
� Otto Gierke, Berlim - 1857
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