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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA 
FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA 
Fundada em 18 de Fevereiro de 1808 
AV. Reitor Miguel Calmon, s/n – Vale do Canela 
CEP: 40110-903. Tel: (71) 3283-8850 
Salvador – Bahia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOCUMENTO DE REFERÊNCIA DO 
 NÚCLEO DE APOIO PSICOPEDAGÓGICO 
DA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA 
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador, 24/08/2012 
DOCUMENTO DE REFERÊNCIA DO NÚCLEO DE APOIO PSICOPEDAGÓGICO 
DA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA (NAPP-FMB) 
 
 
 
 BREVE HISTÓRICO 
 
Os primórdios e a evolução dos serviços de assistência aos estudantes de medicina são 
apresentados por Kraft (Kraft, 2011). Segundo ele, no Século XIX, a Psiquiatria Americana 
acompanhando a Psiquiatria Européia começou a se interessar pelo tratamento de pacientes 
com distúrbios mentais decorrentes de causas orgânicas. Esse foi o marco da época em que as 
faculdades e universidades começaram a se preocupar com seus alunos, sugerindo-os a se 
envolver em educação física, como complemento às suas atividades acadêmicas e 
propiciando um aconselhamento (professores e clero). 
Em 1861, foi criado o Primeiro Programa de Saúde, no Amherst College, influenciando 
as faculdades e universidades a desenvolverem os serviços de saúde para o estudante. Neste 
ínterim enfocavam-se as doenças físicas e estimulava-se o exercício saudável para evitar 
problemas emocionais (Kraft, 2011). 
 No Século XX, a Psiquiatria Americana foi influenciada pelo Movimento da Higiene 
Mental. Assim, em 1910, o psiquiatra Stewart Paton organizou o Primeiro Serviço de Saúde 
Mental para Estudantes, na Universidade de Princeton, dedicando-se a identificar os 
problemas de personalidade. Isto porque foi evidenciado que estudantes bem qualificados 
estavam deixando a escola sem concluir seus cursos por causa de problemas emocionais. Foi 
apenas em 1957, que os profissionais de saúde mental também passaram a ser atendidos nas 
instituições (Kraft, 2011). Neste mesmo ano, no Brasil, surge o primeiro serviço de higiene 
mental e psicologia clínica voltado ao atendimento de estudantes universitários promovido 
pela cadeira de Clínica Psiquiátrica da Faculdade de Medicina da Universidade do Recife 
(Gonçalves & Benevides-Pereira, 2009). 
 Em 1965 a Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo 
(UNIFESP) organizou Serviço de Saúde Mental Escolar sendo seguida pelas Universidades 
Federais do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, que implantaram seus Serviços 
de Saúde Mental destinados ao universitário. Em 1986 a Faculdade de Medicina da 
Universidade de São Paulo (USP) deu início ao Grupo de Assistência Psicológica ao Aluno 
(GRAPAL), oferecendo assistência aos estudantes em suas distintas demandas psicológicas e 
psiquiátricas. Em 1996 a UNIFESP sistematizou o Núcleo de Assistência e Pesquisa em 
Residência Médica (NAPREME) (Daltro, 2009; Fagnani, Obara, Macedo, Citero, & 
Nogueira-Martins, 2004; Millan & Arruda, 2008). 
 Assim, há algum tempo vem sendo dada relevância à saúde mental dos profissionais da 
área de Saúde, considerando-se que entre a população médica, cerca de 8% a 10% seja um 
grupo de risco em relação a distúrbios emocionais, apresentando maior vulnerabilidade 
psicológica e ao estresse ocupacional (Nogueira-Martins, 1996; Nogueira-Martins, 2003b). 
Foi documentada uma morbidade psiquiátrica de 22,3% em médicos italianos no ano 2000 
(Dahlin & Runeson, 2007). 
Há uma alta prevalência de suicídio, depressão, uso de substâncias psicoativas, 
distúrbios conjugais, estresse, burnout, disfunções profissionais em médicos e acadêmicos de 
medicina (Dyrbye et al., 2008; Nogueira-Martins, 2003a). Foi documentado que entre 
estudantes de medicina em Dubai, 28,6% cursavam com depressão, 28,7% com ansiedade 
(Ahmed, Banu, Al-Fageer, & Al-Suwaidi, 2009); e no Brasil, 38,2% desenvolveram sintomas 
depressivos (Baldassin, Alves, de Andrade, & Nogueira Martins, 2008), e 42,5% cursaram 
com transtorno mental comum – TMC (Costa et al., 2010). 
 Em relação aos aspectos psicopedagógicos, em decorrência de algumas características 
do curso médico, considera-se a formação e a atividade médica de ‘elevada toxicidade’, 
afirmam os autores (Aguiar, Vieira, Vieira, Nóbrega, & Aguiar, 2009), que segundo 
Facundes & Ludemir (Facundes & Ludermir, 2005) afeta o desempenho acadêmico, o 
desenvolvimento profissional e individual global, como também as habilidades. 
Em referência ao aproveitamento escolar e desempenho acadêmico, Carlotto, 
Nakamura, & Câmara (2006) documentaram que os estudantes da área de saúde sofrem 
influência dos estressores específicos do ensino-aprendizagem tendo também, precocemente, 
os primeiros contatos na prática com pacientes, deixando-se muitas vezes impregnar-se pelos 
problemas e conflitos daqueles. Outros (Carlotto et al., 2006; Nogueira-Martins, Nogueira-
Martins, & Turato, 2006) registraram que os estudantes percebem as implicações e limitações 
de seu conhecimento, parecendo insuficientes, gerando dúvidas, relacionadas à conduta 
terapêutica. Ou seja, o próprio limite do homem nas questões saúde/doença/vida/morte, são 
despertados (Baldassin et al., 2008; Nogueira-Martins, 2003b; Tarnowski & Carlotto, 2007). 
Assim, os pesquisadores salientaram que o comprometimento do desempenho acadêmico e do 
bem-estar psicossocial, origina um importante sofrimento individual, que pode se manifestar 
através de diferentes sinais psicossociais (Maroco & Tecedeiro, 2009). Legitimam assim, os 
achados de Maslach & Jackson, que desde 1981 já afirmavam que comprometimento no 
âmbito profissional pode levar a uma deterioração da qualidade do cuidado, atendimento ou 
serviço que é prestado pela equipe, sendo suas consequências potencialmente sérias para a 
própria, seus clientes e as instituições com que eles interagem (Maslach & Jackson, 1981). 
 
CONTEXTUALIZANDO NOSSA REALIDADE 
Na Bahia, desde 2000, na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública foi criado o 
Núcleo de Atenção Psicopedagógico, constituído por equipe multiprofissional (psiquiatra, 
psicólogos, pedagogos e psicopedagogos) que desenvolve programas para o corpo 
docente/discente, tendo em vista o Projeto Político Pedagógico da Instituição, visando uma 
formação profissional humanizante das práticas em saúde, como também promover a saúde 
mental mediante ações preventivas e assistenciais para a comunidade acadêmica envolvida na 
formação profissional. 
Na Faculdade de Medicina da Bahia (UFBA), estudo transversal foi realizado, 
constatando 29,6% de TMC entre acadêmicos (Almeida et al., 2007) e 14,5% de síndrome de 
burnout entre internos de medicina (de Abreu Santos, Grosseman, de Oliva Costa, & de 
Andrade, 2011). Ainda em 2011, foi também realizada uma pesquisa – que fez parte da Tese 
da Profª. Drª. Isabel Carmen Fonseca Freitas – onde 356 estudantes foram avaliados e 
observou-se que 27,4% dos estudantes de medicina do Internato apresentaram prejuízos em 
relação à qualidade de vida e 25,9% apresentaram medida moderada ou elevada de eventos 
de vida estressantes. 
Neste panorama, embora recente esta comprovação científica, alguns professores 
atentos vinham despertando seus interesses para esta esfera, e, em períodos intermitentes, 
tentaram desenvolver programas de apoio aos acadêmicos de medicina desta universidade. 
Assim, em 1999, entre eles destacaram-se: Profª. Drª. Solange Rubim de Pinho, Prof. Dr. 
Ronaldo Jacobina e Drª. Luiza Aurora. Em outro momento, foram múltiplas as iniciativas do 
Serviço Médico da UFBA,principiadas pelo Reitor Edgard Santos e ligadas à própria 
Reitoria, na pessoa do Dr. Rubens Brasil, que veio a dar nome ao Serviço, o que demonstra a 
sinalização de alguns integrantes de uma docência sensibilizada. 
Paralelamente, pela iniciativa de estudantes, projetos como o NASAM contou com a 
parceria e participação de alguns professores para sua concretização durante o período de seu 
funcionamento 2007/2008, demonstrando a preocupação/integração de alguns membros do 
corpo discente/docente desta instituição. O referido núcleo foi criado para promover debates 
que interligassem assuntos da clínica/temas da saúde mental e psiquiatria, às vezes delegadas 
a um segundo plano, no olhar dos mesmos, visando facilitar um melhor amadurecimento e 
desenvolvimento mais integralizado do discente, como também propiciando uma interlocução 
saudável entre ensino-aprendizagem. 
Mais recentemente, no início de 2010, Drª. Ana Teresa Abreu Santos foi convidada por 
Profª. Drª. Mônica Angelim para participar das reuniões do Colegiado, a fim de um possível 
desenvolvimento de projeto para implementação do NAPP (condizente à necessidade do 
Novo Projeto Político Pedagógico – NPPP). Ao mesmo tempo, iniciaria uma escuta 
especializada a alguns casos demandantes. Por estar envolvida com a finalização da Pós-
Graduação, isto não foi possível, naqueles moldes, criando-se um compromisso de retornar 
após sua Defesa. Entretanto, ainda naquele período foi delineado um esboço de projeto do 
Núcleo. Logo imediatamente, após aquela época, foi convidada a Profª. Dra. Eleonora 
Peixinho (Dpt°. de Saúde da Família) para iniciar, então, as ações do Núcleo e coordená-lo. A 
Coordenadora pode evoluir nos embasamentos do projeto através apoio de alguns professores 
do Dpt°. de Medicina e Apoio Diagnóstico, do SMURB e do corpo docente do Programa 
Residência Multiprofissional de Saúde da Família (Sociedade Hólon/SESAB), e, em 
decorrência disto, utilizou-se da rede de apoio atuante há sete anos neste, participando 
ativamente do Núcleo em 2010.2 e 2011, em atendimento a demanda do Colegiado aos 
processos dos estudantes. Registra-se que tal parceria foi pertinente devido aos outros 
componentes do Núcleo estarem impossibilitados de assumir de imediato a integração do 
mesmo. Posteriormente, com a revisão das atividades e iniciativas do Núcleo e com a 
participação dos novos membros – o Prof. Dr. Marco Rêgo (Dpt°. de Medicina Preventiva e 
Social) e a Precep. Dra. Ana Teresa R. de Abreu Santos (Dept°. de Pediatria) – em 2011.2, 
tornou-se dispensável esta parceria, que foi, então, consensualmente dissolvida. 
Em 2012.1/2, continuando o processo de implementação, reformulação e ampliação do 
NAPP, professores interessados e sensibilizados aderiram à equipe do mesmo. São eles: Dr. 
André Luiz Peixinho (Dpt°. de Medicina e Apoio Diagnóstico), Drª. Miriam Gorender (Dpt°. 
de Neurociências e Saúde Mental), Dr. Jorge Guedes (Dpt°. de Medicina e Apoio 
Diagnóstico). 
 
 LEGADO DE OUTROS NÚCLEOS 
 
 Apesar de alguns núcleos já terem sido estabelecidos há mais de vinte anos, premissas 
de estrutura, funcionamento, realizações, modalidades de assistência e campos de atuação são 
um leque aberto a se explorar com definições a serem consensuadas, dependendo da 
peculiaridade e do Projeto Político Pedagógico de cada instituição. Millan afirmava: 
 
Não há uma uniformidade quanto aos objetivos, formas de abordagem 
e população alvo. Enquanto alguns Serviços buscam prestar 
assistência, outros procuram assessorar, orientar e encaminhar o aluno 
para terceiros. Alguns atuam apenas individualmente, enquanto outros 
privilegiam grupos, palestras e conferências. A abordagem é, às vezes, 
psicopedagógica, e outras, apenas psicológica. A maior parte atende 
alunos de diferentes áreas e alguns dedicam-se exclusivamente ao 
estudante de Medicina. Há ainda aqueles que estendem seus serviços 
aos funcionários e professores da universidade (Millan, 1999). 
 
Assim, o GRAPAL (Millan & Arruda, 2008), desde 1986 estabeleceu algumas 
diretrizes para o serviço: 
*vinculado à diretoria; 
*profissionais exclusivos para atendimento ao aluno; 
*não exercício de função pericial; 
*localizado no prédio da faculdade; 
*garantir o sigilo de seus prontuários (códigos); 
*função de assistência psicológica; 
*não intercessão de três funções: seletiva/didática/terapêutica; 
*casos urgentes, quando necessário: assistência psiquiátrica, psicoterapia e, orientação à 
família/docentes; 
*participação do Coordenador em reuniões da Comissão de Graduação (finalidade: integrar o 
serviço/corpo docente e contribuir para o aprimoramento curricular (Millan & Arruda, 2008). 
 Logo depois, o Centro de Apoio Educacional e Psicológico (CAEP) da Faculdade de 
Medicina de Ribeirão Preto – USP (Cianflone, Figueiredo, & Colares, 2002), fundado no 
primeiro semestre de 1990, preconiza: 
*atuação deveria se voltar não apenas para o aluno e seus eventuais problemas, mas incluir 
todo o campo institucional (professores/funcionários); 
*caráter assistencial do CAEP; 
*esfera de ação abrangente; 
*contribuir para o aprimoramento do processo formativo acadêmico; 
*local legítimo de referência para os alunos, tanto para assistência, como para orientação e 
encaminhamentos; 
*necessário certo distanciamento concomitante da dinâmica institucional; 
*considerado espaço exclusivo/confiável para a solicitação de ajuda, mesmo quando a fonte 
de suas dificuldades fosse a própria instituição; 
*regimentalmente, é vedada a participação em comissões de sindicância, atividades periciais 
e elaboração de laudos psicológicos; 
*não envolvimento com quaisquer situações que envolvam medidas disciplinares da 
instituição com os alunos (Cianflone et al., 2002). 
Bellodi (Bellodi & Martins, 2005) identifica possíveis tipos de intervenções que podem 
ser contemplados em rede de suporte ao discente durante sua profissionalização. São eles: 
*serviços de apoio psicológico; 
*psiquiátrico; 
*pedagógico; 
*programas de tutoria e orientação (mentoring); 
* apadrinhamento de calouros por veteranos, etc. (Bellodi & Martins, 2005). 
Atento a essa pluralidade, foi implantado o Repam – Retaguarda Emocional para o 
Aluno de Medicina da Santa Casa de São Paulo – por iniciativa do professor Eduardo 
Iacoponi, chefe do Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica, e iniciou suas 
atividades em abril de 1997, tendo ‘como objetivo geral oferecer um espaço, formal e 
protegido, de escuta e compreensão para as questões emocionais que, no percurso de 
formação, possam dificultar o bem-estar e o desenvolvimento do aluno como pessoa e futuro 
profissional’ (Bellodi, 2007). 
Esta autora destaca ainda, como aspecto fundamental, que o serviço não realiza 
peritagem: 
 
...não avalia os alunos no sentido de oferecer laudos quanto à sua 
condição de permanecer ou não no curso. Quando tal necessidade 
aparece, profissionais de outras escolas médicas são acionados, 
ficando, assim, preservada a característica de suporte e assistência, 
sem um caráter de “julgamento”, que, por si só, invalidaria a procura 
espontânea pelo serviço. 
Em relação a seu lugar institucional, o Repam está subordinado 
diretamente à Diretoria da Faculdade, o que garante três aspectos 
essenciais ao seu trabalho de suporte aos alunos: independência em 
relação a todos os departamentos da Faculdade; ser desvinculado de 
qualquer conseqüência para o histórico escolar do aluno; e sigilo 
(Bellodi, 2007). 
 
 
 Modalidade de intervenção do REPAM: 
*atendimentos individuais; 
*psicoterapias breves; 
*medicação e atendimento clínico (se indicados pelo psiquiatra). 
 Outro exemplo, o Grupo de OrientaçãoEducacional (GOE) criado em 2006, pela 
Universidade do Desenvolvimento da Região do Pantanal – UNIDERP tem como proposta 
contemplar quatro eixos: 
*atenção à diversidade, 
*dificuldades na aprendizagem; 
*desenvolvimento humano; 
*desenvolvimento da carreira. 
 E prioriza quatro momentos distintos: 
*antes do ingresso na universidade; 
*no momento de entrada; 
*orientação durante os estudos; 
*para o exercício profissional, no final do curso. 
 Utiliza de avaliação formativa e somativa (identificação dos alunos com dificuldades) 
(Biberg-Salum, Ayach, Pompílio, Salles, & Ayach, 2007). 
 O NAPPRE – Núcleo de Apoio Psico-Pedagógico à Residência – do Hospital 
Universitário Pedro Ernesto (RJ), compreende ‘que o cuidado somente se transforma numa 
ação que integra as atividades diárias dos profissionais de saúde quando os mesmo vivenciam 
esta prática nos ambientes de trabalho’ (Afonso et al., 2007). Assim, propõe: 
*reflexões e discussões sobre situações vividas pelos (ou com) residentes/preceptores; 
*exercício contínuo e permanente de (re) avaliação das práticas de assistência/cuidado, 
ensino, aprendizagem; 
*o aperfeiçoamento dos cuidados em saúde norteados pela educação permanente, diretrizes 
do SUS e pelas diretrizes curriculares nacionais para o ensino de graduação (Afonso et al., 
2007). 
 Seguindo uma ação interdisciplinar, o Núcleo de Apoio ao Estudante (NAE), das 
Faculdades Unidas do Norte de Minas Gerais (FUNORTE) (Coelho, Abranches, Padoani, 
Coelho, & Melillo, 2007): 
*foi criado para atender acadêmicos/professores (esclarecimentos/orientações referentes à 
Instituição, Regimento Interno, à vivência na comunidade acadêmica, e outros de caráter 
pedagógico); 
*acredita que as atividades acadêmicas/teóricas/intelectuais, requerem desenvolvimento de 
aspectos cognitivos, como também do indivíduo como um todo, isto é, para o 
desenvolvimento de habilidades profissionais o educando necessita de apoio ao 
desenvolvimento global; 
*afirma a necessidade de interlocução e troca entre tutores/coordenador do 
módulo/representante da avaliação sobre o desempenho dos estudantes (aspecto cognitivo, 
relacionamento interpessoal/emocional); 
*identificação dos problemas pela comissão de avaliação e só depois, quando necessário, 
encaminha-se ao NAE (atendimento psico-pedagógico individual); 
*propicia ao acadêmico, momentos de análise/reflexão crítica da realidade; 
*estimula a buscar soluções para as dificuldades encontradas; 
*favorece uma maior integração da família (magnitude do problema); 
*aumenta a confiança na universidade; 
*valoriza o método PBL no ensino médico (Coelho et al., 2007). 
 No Brasil, existem outros serviços de apoio. Dentre eles, destacam-se: 1 - Faculdade de 
Ciências Médicas de Minas Gerais: NAPPE (Núcleo de Apoio Psicopedagógico); 2 - 
Faculdade de Medicina de Botucatu - Universidade Estadual Paulista(UNESP): C.A.E 
(Comissão de Assuntos Estudantis); 3 - Faculdade de Medicina de Itajubá: SAPA (Serviço de 
Assessoria Psicológica ao Aluno); 4 - Faculdade de Medicina de Marília: NUADI (Núcleo de 
Apoio ao Corpo Discente); 5 - Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto: SOPPA 
(Serviço de Orientação Psicológica e Pedagógica aos Alunos); 6 - Faculdade de Medicina de 
Teresópolis: NAPP (Núcleo de Apoio Psicopedagógico; 7 - Fundação Universidade do Rio 
Grande: SIAP (Setor de Atendimento Psicológico); 8 - Universidade de Brasília - Faculdade 
de Ciências de Medicina: SOU (Serviço de Orientação ao Universitário); CAEP (Clínica de 
Atendimento e Estudos Psicológicos); 9 - Universidade de Campinas (UNICAMP): SAPPE 
(Serviço de Atendimento Psicológico e Psiquiátrico ao Estudante); 10 - UERJ - Faculdade de 
Ciências Médicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro: PAPE (Apoio 
Psicopedagógico ao Estudante de Medicina); 11 - Universidade Federal do Ceará: PAPEU 
(Programa de Apoio Psicopedagógico ao Estudante Universitário); 12 - Faculdade de 
Medicina da Universidade Federal de Goiás: Núcleo de Apoio Pedagógico; 13 - Universidade 
Federal do Paraná: Setor de Ciência da Saúde, Departamento de Medicina Forense e 
Psiquiatria, Programa Casa - Centros de Atenção à Saúde; 14 - Universidade Federal do Rio 
de Janeiro: POPPE (Programa de Orientação Psico-Pedagógica e Profissional); 15 - 
Universidade Federal de São Paulo: SAMEDI (Setor de Saúde Mental do Serviço de Saúde 
do Corpo Discente); 16 - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP): COSEAS 
(Coordenadoria de Saúde e Assistência Social); SSM (Serviço de Saúde Mental - Hospital 
Universitário da Universidade de São Paulo); SAP (Serviço de Aconselhamento Psicológico - 
Instituto de Psicologia -Universidade de São Paulo); além do já comentado GRAPAL; 17 - 
Universidade Federal de Santa Maria: NOPPEM (Núcleo de Orientação Psicopedagógica do 
Estudante de Medicina); 18 - Universidade São Francisco: SOE (Serviço de Orientação aos 
Estudantes); 19 - Serviço de Orientação Psicológica ao Aluno da FMABC: SEPA. 
 A diversidade de propostas de serviços de suporte à discentes/docentes demonstra a 
magnitude das demandas institucionais. 
 
NÚCLEO DE APOIO PSICOPEDAGÓGICO DA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA 
(NAPP-FMB). 
 
Com a implementação do Novo Projeto Político Pedagógico, em concordância com as 
Novas Diretrizes Curriculares Nacionais, solidificou-se a importância de implantação do 
Núcleo de Apoio Psicopedagógico da Faculdade de Medicina da Bahia (NAPP-FMB). 
 O Núcleo objetiva auxiliar na identificação de estratégias resolutivas, diante de 
situações vinculadas à instância pedagógica, na promoção da saúde mental do estudante de 
medicina e na prevenção de possíveis agravos desenvolvidos durante o curso. 
 
 DELINEAMENTO SUMÁRIO DO NAPP 
 A seguir, apresentam-se as premissas básicas do Núcleo: 
 
1 – Núcleo de Apoio Psicopedagógico (NAPP) é o nome inicialmente escolhido para esta 
instância de apoio aos problemas de aprendizagem; 
 
2 – O Núcleo foi designado como uma instância de apoio psicopedagógico, autônoma, 
interdependente nas suas funções, com vínculo direto com a Diretoria da FMB, constituída, 
até o momento, por professores e preceptores; 
 
3 – Atividades do Núcleo: 
o Problemas de Aprendizagem - Identificação/Orientação/Apoio; 
o Gestão da Qualidade da Aprendizagem - Promoção e Prevenção. 
 
4 – Fluxograma: 
o Oferta Programada; 
o Encaminhamentos (Colegas, Professores, Chefes de Departamentos ou Colegiado); 
o Demanda Espontânea. 
 
5 – Instrumentos utilizados nos registros do NAPP – Formulários Padrões: 
o Ficha Cadastral; 
o Ficha de Acompanhamento e Evolução; 
o Ficha de Encaminhamento Formal (distribuído às instâncias parceiras demandantes). 
 
6 – Das relações com as outras instâncias demandantes da FMB: 
o O Núcleo, no contato com as outras instâncias da Faculdade, definirá 
consensualmente como procederá em relação às solicitações que lhe são 
dirigidas, aceitando sugestões e avaliando sua capacidade resolutiva. 
 
7 – A equipe do NAPP é formada até o momento por professores/preceptores voluntários e 
sensíveis aos novos paradigmas de integralidade condizentes ao NPPP institucional. 
 
8 – Registra-se a solicitação de uma sala de uso exclusivo e isolamento acústico, para ser o 
espaço destinado ao funcionamento do Núcleo, bem como do material e mobiliário 
necessário (em anexo). 
 
 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES 
 
 Com a implementação deste núcleo, espera-se que esta instituição dê mais um passo 
rumo à concretização e consolidação do NPPP. 
 
 
 
Equipe do NAPP 
Drª. Ana Teresa Rodrigues de Abreu Santos 
(Departamento de Pediatria) 
Coordenadora 
Dr. André Luiz Peixinho 
(Departamento de Medicina e Apoio Diagnóstico)Vice-Coordenador 
Drª. Eleonora Peixinho 
(Departamento de Saúde da Família) 
Dr. Marco Rêgo 
(Departamento de Medicina Preventiva e Social) 
Drª. Miriam Gorender 
(Departamento de Neurociências e Saúde Mental) 
Dr. Jorge Guedes 
(Departamento de Medicina e Apoio Diagnóstico) 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
Afonso, D. H., Filha, N. M., Silveira, L. M. C., Sivieiro, M., Faria, S. O., & Marques, E. 
P. (2007). NAPPRE- Núcleo de apoio psico-pedogógico à residência: um espaço de ativação 
das práticas de cuidado. Olho Mágico [Electronic version]. Available: 
www.ccs.uel.br/medicina/4forum/anais/temas1.pdf 
Aguiar, S. M., Vieira, A. P. G. F., Vieira, K. M. F., Nóbrega, J. O., & Aguiar, S. M. 
(2009). Prevalência de sintomas de estresse em estudantes de medicina. J.Bras.Psiquiatr., 
58, 34-38. 
Ahmed, I., Banu, H., Al-Fageer, R., & Al-Suwaidi, R. (2009). Cognitive emotions: 
depression and anxiety in medical students and staff. J.Crit Care, 24, e1-e7. 
Almeida, A. M., Godinho, T. M., Bitencourt, A. G. V., Teles, M. S., Silva, A. S., 
Fonseca, D. C. et al. (2007). Common mental disorders among medical students. Journal 
Bras.Psiq, 56, 245-251. 
Baldassin, S., Alves, T. C., de Andrade, A. G., & Nogueira Martins, L. A. (2008). The 
characteristics of depressive symptoms in medical students during medical education and 
training: a cross-sectional study. BMC.Med.Educ., 8, 60. 
Bellodi, P. L. (2007). Retaguarda Emocional para o Aluno de Medicina da Santa Casa 
de São Paulo (Repam): Realizações e Reflexões. Revista Brasileira de Educação Médica, 
31, 5-14. 
Bellodi, P. L. & Martins, M. A. (2005). Tutoria: mentoring na formação médica. (1 ed.) 
São Paulo: Casa do Psicólogo. 
Biberg-Salum, T. G., Ayach, L. M. A., Pompílio, S. A. L., Salles, F. M. C., & Ayach, 
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