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LIVRO - Psicologia Hospitalar_teoria, aplicações e casos clínicos

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■Os autores deste livro e a EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA. empenharam seus melhores esforços para 
assegurar que as informações e os procedimentos apresentados no texto estejam em acordo com os padrões aceitos à época da 
publicação, e todos os dados foram atualizados pelos autores até a data da entrega dos originais à editora. Entretanto, tendo em 
conta a evolução das ciências da saúde, as mudanças regulamentares governamentais e o constante fluxo de novas informações 
sobre terapêutica medicamentosa e reações adversas a fármacos, recomendamos enfaticamente que os leitores consultem sempre 
outras fontes fidedignas, de modo a se certificarem de que as informações contidas neste livro estão corretas e de que não houve 
alterações nas dosagens recomendadas ou na legislação regulamentadora. 
■Os autores e a editora se empenharam para citar adequadamente e dar o devido crédito a todos os detentores de direitos autorais 
de qualquer material utilizado neste livro, dispondo-se a possíveis acertos posteriores caso, inadvertida e involuntariamente, a 
identificação de algum deles tenha sido omitida. 
■Direitos exclusivos para a língua portuguesa 
Copyright © 2018 by EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA. 
Um selo integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional 
Travessa do Ouvidor, 11 
Rio de Janeiro – RJ – CEP 20040-040 
Tels.: (21) 3543-0770/(11) 5080-0770 | Fax: (21) 3543-0896 
www.grupogen.com.br | faleconosco@grupogen.com.br 
■Reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, em quaisquer formas ou 
por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição pela Internet ou outros), sem permissão, por escrito, 
da EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA. 
■Capa: Bruno Sales 
Produção digital: Geethik 
■Editoração eletrônica: Triall Editorial Ltda. 
■Ficha catalográfica 
B174p 
3. ed. 
Baptista, Makilim Nunes 
Psicologia hospitalar : teoria, aplicações e casos clínicos / Makilim Nunes 
Baptista, Rosana Righetto Dias, Adriana Said Daher Baptista. - 3. ed. - Rio de Janeiro : 
Guanabara Koogan, 2018. 
340 p. ; 24 cm. Psicologia Hospitalar Teoria Aplicações e Casos Clinicos 
Inclui bibliografia 
ISBN 978-85-277-3354-0 
1. Hospitais - Aspectos psicológicos. 2. Pacientes hospitalizados - Psicologia. 3. 
Psicologia clínica da saúde. I. Dias, Rosana Righetto. II. Baptista, Adriana Said Daher. III. 
Título. 
18-47202 CDD: 362.11 
 CDU: 614.21 
 
 
 
http://www.grupogen.com.br/
mailto:faleconosco@grupogen.com.br
http://www.geethik.com/
Este livro é dedicado a todos os profissionais que têm como objetivo diminuir o sofrimento humano nos 
diferentes contextos da saúde. 
À minha esposa Adriana Said Daher Baptista, que, mais do que esposa, é minha amiga e confidente. 
Aos nossos filhos, Daenam e Luria, que foram os melhores presentes com que a sábia natureza poderia nos 
ter contemplado. 
Aos meus pais e irmãos, que proporcionaram meus principais valores de vida. 
À minha amiga e grande profissional Rosana Righetto Dias, que aceitou com empenho este empreendimento. 
Sua sensibilidade e dedicação fazem dela uma grande amiga e colega de trabalho. 
A todos os amigos, nos quais me apoio e espelho meus aprendizados. 
Makilim Nunes Baptista 
Dedico este trabalho especialmente àqueles que amo. Ao meu filho Gabriel, pelas minhas ausências e por ele 
aprender, desde muito cedo, o valor da generosidade. Aos meus pais, Roberto (in memoriam) e Luzia, por 
terem me ensinado a lutar pelos meus ideais e por serem exemplos de ética e determinação, proporcionado, 
assim, meu crescimento pessoal e profissional. 
Ao meu grande amigo Makilim Nunes Baptista, pela valiosa demonstração de amizade, confiança e 
competência na realização deste feito. 
À minha preciosa amiga e parceira de anos de trabalho, Adriana Said Daher Baptista, pelo acréscimo nesta 
terceira edição, com seu talento e sua competência. 
A todos os profissionais da área da saúde, que têm o prazer de trabalhar com desejos e limitações que se 
tornam ilimitados diante de adversidades, dores, perdas e alegrias, na busca de práticas humanas e 
científicas. 
Rosana Righetto Dias 
Tem coisas na vida que as palavras não são capazes de expressar. 
Uma delas é a intensidade do amor; amor pela minha família, pela vida – Mauro, Massami, Simone, tia Ana 
e tia Margarida, sou fruto do amor de vocês. Aprendi a cuidar pela forma que vocês me ensinaram, 
enxergando o outro. Amor eterno e indiscutível pelo Makilim, que sempre me ensina a levar a vida de forma 
mais leve e cheia de energia; ao Dada, que me ensina a ser uma pessoa melhor sempre que me coloca dentro 
da realidade; e à Luria, que me ensinou que posso amar sem a necessidade de repartir. Todos vocês dão 
sentido para a minha vida. 
Outro sentimento presente é a gratidão. Gratidão à Diana, pelo amor que aprendi pela Psicologia da Saúde e 
pelas oportunidades que sempre me deu, acreditando no meu potencial. À Rosana, que além, de amiga 
presente desde a minha formação, é presente sempre. 
Não poderia deixar de lado os “meus” alunos, e consequentemente “mestres”. O contato com vocês só me faz 
crescer. Desenvolvo-me a partir dessa relação, pois vocês me instigam a aprender e me nutrem como 
professora. 
Adriana Said Daher Baptista 
 
 
 
 
 
 
Colaboradores 
Aila Alves Alvarenga Taurisano 
Psicóloga. Especialista em Saúde da Mulher pelo Programa de Residência Multiprofissional da Pontifícia Universidade 
Católica de Campinas (PUC-Campinas). 
Aline Santarem Ernesto 
Psicóloga. Mestre e Doutora em Saúde da Criança e do Adolescente da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). 
Aprimoramento em Psicologia em Unidade Básica de Saúde pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São 
Paulo (FSP/USP). Professora Convidada das disciplinas de Psicologia Clínica/Psicanálise, Psicologia da Saúde e 
Hospitalar, Orientação de TCC – Graduação e Pós-graduação do departamento de Psicologia da Universidade São 
Francisco (USF). 
Carina Basqueira Lourenço 
Especialista em Fisioterapia Neurofuncional do Adulto pela Unicamp. Professora Especialista de Estágio Supervisionado 
em Fisioterapia Neurofuncional Adulto e Infantil, de Estágio Supervisionado em Cuidados Paliativos e Professora de 
Formação Profissional do Centro Universitário Hermínio Ometto/Uniararas. 
Carla Gabriela Wunsch 
Enfermeira. Mestre em Enfermagem pela Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). 
Professora-assistente da disciplina de Enfermagem em Saúde Mental do departamento de Enfermagem da UFMT. 
Carla Rodrigues Zanin 
Especialista em Psicologia Cognitivo-Comportamental e Mestre Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina de São 
José do Rio Preto (FAMERP). Doutoranda em Ciências da Saúde pela FAMERP. Professora-assistente da disciplina de 
Psicologia da Saúde do departamento de Psicologia da FAMERP. Docente das disciplinas de Psicologia da Saúde e 
Fundamentos da Psicologia Clínica da Fundação Educacional de Fernandópolis (FEF). 
Diana Tosello Laloni 
Psicóloga. Especialista em Saúde Mental pela Unicamp. Doutora em Ciência e Profissão pela PUC-Campinas. Professora 
Titular da Disciplina de Estágio em Psicologia Saúde/Clínica do Departamento de Psicologia da PUC-Campinas. 
Eduardo Santos Miyazaki 
Psicólogo. Mestre em Psicologia e Saúde pela FAMERP. Doutorando em Ciências da Saúde pela FAMERP. 
Aprimoramento em Psicologia da Saúde pelo Hospital de Base de São José do Rio Preto/Fundação Faculdade Regional de 
Medicina de São José do Rio Preto (Funfarme). Professor das disciplinas de Psicologia Geral Experimental, Psicologia da 
Saúde e Psicologia Hospitalar do Centro Universitário de Rio Preto (UNIRP). Professor da disciplina de Bases Filosóficas 
da Psicologia do departamento de Psicologia da FAMERP. 
Eliane Regina Lucânia Dionísio 
Psicóloga. Mestre em Psicologia e Saúde pela FAMERP. Professora dos Cursos de Extensão e Especialização Lato 
Sensu da FAMERP e do Institutode Psicologia, Educação, Comportamento e Saúde (IPECS). Psicóloga Clínica e da Saúde 
na Abordagem Cognitivo-Comportamental. 
Eliane Tiemi Miyazaki 
Psicóloga. Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e Mestre em Psicologia da Saúde pela FAMERP. 
Professora da União das Faculdades dos Grandes Lagos (Unilago). Supervisora do Programa de Aprimoramento em 
Psicologia da Saúde e Membro da Equipe Interdisciplinar de Transplante de Fígado e do Projeto Acolher (Vítimas de 
Violência Sexual) do Hospital de Base de São José do Rio Preto/Funfarme. Coordenadora do Curso de Extensão em 
Violência Sexual do IPECS. 
Estefânia Ibarra Dobes da Rosa 
Psicóloga. Especialista em Psico-oncologia pela Sociedade Brasileira de Psico-oncologia (SBPO). 
Evelyn Kuczynski 
Médica. Especialista em Pediatria e em Psiquiatra da Infância e Adolescência pelo Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade 
Medicina da USP (FMUSP). Doutora em Psiquiatria pela FMUSP. 
Fábio Roque Ieiri 
Médico Psiquiatra. Especialista em Emergências Psiquiátricas pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de 
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HC-FMRP). Médico-assistente do Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira, 
Campinas. 
Fabrício Robson Lahr 
Psicólogo pela Universidade Paulista (UNIP). Membro da Equipe Transdisciplinar do Instituto SER-Campinas. 
Fátima Iara Abad Sanchez 
Psicóloga. Especialista em Clínica Psicomotriz e nas Dificuldades da Aprendizagem pelo Instituto SER-Campinas e pela 
Sociedade Brasileira de Psico-motricidade do Estado de São Paulo; em Psicope-dagogia pela USF e pela Escola de 
Psicopedagogia de Buenos Aires (Epsiba); e em Terapia de Família e Comunidade pela Universidade Federal do Ceará 
(UFC) e pelo Instituto de Desenvolvimento Profissional (Interface-SP). Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente pela 
Unicamp. Membro da Equipe Transdisciplinar do Instituto SER-Campinas. 
Francisco Baptista Assumpção Júnior 
Psiquiatra da Infância e Adolescência. Doutor em Psicologia pela PUC. Professor Livre-docente do departamento de 
Psiquiatria da FMUSP. Professor-associado do Instituto de Psiquiatria (IP) da USP. Membro da Academia Paulista de 
Medicina e Psicologia. 
Gabriela da Silva Cremasco 
Psicóloga. Mestre em Psicologia pela USF. Doutoranda em Psicologia pela USF [bolsista pela Coordenação de 
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)]. 
Gésio Eduardo Antas Rodrigues 
Médico. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo Centro de Pesquisas Oncológicas de Santa Catarina (CEPON). 
Helena Bazanelli Prebianchi 
Psicóloga. Especialista em Terapia Comportamental, Mestre em Psicologia Clínica e Doutora em Psicologia: Profissão e 
Ciência pela PUC-Campinas. Professora Titular das disciplinas de Psicologia na Saúde/Clínica, Estágio Supervisionado 
em Psicologia na Saúde/Clínica e Análise do Comportamento I da Faculdade de Psicologia, e das disciplinas de Seminários 
Avançados de Pesquisa e Métodos de Pesquisa em Psicologia do Programa de Pós-graduação em Psicologia da PUC-
Campinas. 
Hugo Gedeon Barros dos Santos 
Especialista em Saúde do Adulto e do Idoso com Ênfase em Atenção Cardiovascular pelo Hospital Universitário Júlio 
Müller/UFMT. Mestre em Enfermagem pela UFMT. Doutorando em Enfermagem pela Faculdade de Enfermagem da 
UFMT. Preceptor de Atividades Práticas da disciplina de Saúde Mental do departamento de Ciências Médicas da UFMT. 
Enfermeiro da Unidade Atenção Psicossocial Hospital Universitário Júlio Müller/UFMT. 
Jaqueline Feitoza de Araújo Zanobi 
Fisioterapeuta. Especialista em Fisioterapia Neuro-funcional Adulto e Infantil pelo Centro Universitário Hermínio 
Ometto/Uniararas. Professora das disciplinas de Introdução à Fisioterapia I e II e Vivências Clínicas I e II e Supervisora 
do Estágio de Fisioterapia em Saúde Coletiva e Pediatria do Centro Universitário Hermínio Ometto/Uniararas. 
Leda Maria Branco 
Psicóloga. Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e Doutora em Ciências da Saúde pela FAMERP. Professora 
Adjunta da disciplina de Psicologia Médica do departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica e da disciplina Psicologia 
do Desenvolvimento II do departamento de Psicologia da FAMERP. 
Lidiane Soares Campos 
Médica. Neurologista pela Unicamp. Especialista em Neurofisiologia Clínica – Eletroneuromiografia, em Doenças 
Neuromusculares e em Distúrbios do Movimento pela Unicamp. Mestre em Neurologia pela Faculdade Ciências Médicas 
(FCM) da Unicamp. 
Lisandra Borges 
Psicóloga. Especializanda em Neuropsicologia pela USF. Mestre e Doutora em Psicologia pela USF. Professora Convidada 
das disciplinas de Processos Psicológicos Básicos, Ciência da Medida e Avaliação da Inteligência, Avaliação da 
Personalidade, Pesquisa e Produção Científica e Orientação de Trabalho de Curso do departamento de Psicologia da USF. 
Professora dos Cursos de Especialização em Avaliação Psicológica e Neuropsicologia do Instituto de Pós-graduação e 
Graduação (IPOG). 
Luana Maria de Oliveira 
Psicóloga. Especialista em Saúde da Mulher pela PUC-Campinas. Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher pelo 
Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP)/PUC-Campinas. 
Marcos Tadeu Nolasco da Silva 
Médico Pediatra. Especialista em Imunologia Pediátrica pela Unicamp. Mestre e Doutor em Ciências, com área de 
concentração em Saúde da Criança e do Adolescente, pela FCM/Unicamp. Professor Doutor do Departamento de Pediatria 
da FCM-Unicamp. 
Maria Cristina de Oliveira Santos Miyazaki 
Psicóloga. Mestre em Psicologia Clínica pela PUC-Campinas. Doutora em Psicologia Clínica pela USP. Pós-doutorado em 
Psicologia e Saúde pela University of London, Londres. Livre-docência pela FAMERP. Professora Adjunta Livre-docente 
das disciplinas de Psicologia: Ciência e Profissão e Psicologia da Saúde e Coordenadora do Curso de Graduação em 
Psicologia e das disciplinas de Discurso Científico e Planejamento de Ensino na Pós-graduação do departamento de 
Psicologia da FAMERP. 
Maria Jaqueline Coelho Pinto 
Psicóloga. Mestre e Doutora em Psicologia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-
USP). Aprimoramento em Psicologia da Saúde pela FAMERP e em Psicodrama pela Federação Brasileira de Psicodrama 
(FEBRAP). Professora Adjunta da Disciplina de Desenvolvimento I do Departamento de Psicologia da FAMERP. 
Marianne Herrera Falcetti Ferreira 
Médica Psiquiatra. Especialista em Dependência Química pela Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (UNIAD) da 
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Residência Médica em Psiquiatria pelo departamento de Psicologia Médica 
e Psiquiatria da Unicamp. Coordenadora da Enfermaria de Saúde Mental do Complexo Hospitalar Prefeito Edvaldo Orsi 
(CHPEO), Campinas. Preceptora do Programa de Residência Médica de Psiquiatria do CHPEO Integrado ao Sistema de 
Saúde Mental do Sistema Único de Saúde (SUS), Campinas. 
Marina Cruvinel Macedo 
Psicóloga. Especialista em Terapia Comportamental pelo Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento. Mestre 
em Saúde, Interdisciplinaridade e Reabilitação pela Unicamp. Professora Convidada do Curso de Graduação em Psicologia 
da USF. 
Marina Stahl Merlin 
Psicóloga. Especialista em Psicologia Aplicada à Neurologia Infantil pela Unicamp. Mestre em Ciências pelo 
Departamento de Psiquiatria da Unifesp. 
Neide Aparecida Micelli Domingos 
Psicóloga. Mestre em Psicologia Clínica e Doutora em Psicologia pela PUC-Campinas. Professora Adjunta das disciplinas 
de Pesquisa em Psicologia e Metodologia de Pesquisa do departamento de Psicologia da FAMERP. 
Nelson Iguimar Valerio 
Especialista em Psicologia da Saúde pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Mestre em Psicologia Clínica: Cognitivo 
Comportamental e Doutor em Psicologia como Profissão e Ciência pela PUC-Campinas. Professor Adjunto Doutor IV das 
disciplinas de Ética, Fundamentos de Psicologia e Psicologia Médica II do departamento de Psicologia da FAMERP. 
Queila PierreFernandes 
Psicóloga. Especialista em Psicologia Hospitalar pelo CFP. Pós-graduação em Hospital Geral pelo Programa de 
Aprimoramento Profissional em Psicologia da Fundação do Desenvolvimento Administrativo (FUNDAP)/PUC-Campinas. 
Rafael Andrade Ribeiro 
Especialista Lato Sensu na Modalidade Residência e Mestre em Psicologia como Profissão e Ciência pela PUC-Campinas. 
Professor Tutor do Programa de Residência Multiprofissional da PUC-Campinas. 
Randolfo dos Santos Junior 
Psicólogo. Especialista em Psicologia da Saúde e Doutor em Ciências da Saúde pela FAMERP. Professor Colaborador da 
disciplina de Teorias da Personalidade do departamento de Psicologia da Faculdade Psicologia da FAMERP. Chefe do 
Serviço de Psicologia do Hospital de Base de São José do Rio Preto/Funfarme. 
Roselma Lucchese 
Especialista em Enfermagem, Psiquiatra e Saúde Mental pela USP/Ribeirão Preto e em Coordenação de Grupo Operativo 
pelo Instituto Pichon-Riviére, São Paulo. Mestre e Doutora em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da USP. 
Professora Adjunta das disciplinas de Saúde Mental e Grupos em Saúde do Instituto de Biotecnologia da Universidade 
Federal de Goiás (UFG). Professora da disciplina de Metodologia Científica do Programa de Pós-graduação Stricto 
Sensu em Gestão Organizacional da UFG. 
Samira Reschetti Marcon 
Enfermeira. Especialista em Saúde Pública e Mestre em Saúde e Ambiente pelo Instituto de Saúde Coletiva da UFMT. 
Doutora em Ciências pelo departamento de Enfermagem da Unifesp. Professora Adjunta da disciplina de Enfermagem em 
Saúde Mental da Faculdade de Enfermagem e Docente do Programa de Pós-graduação em Enfermagem da UFMT. 
Silvia Stahl Merlin 
Médica Psiquiatra e Neurologista. Especialista em Neurologia Cognitiva e do Comportamento pela FMUSP. 
Taiana Carina Henrique 
Psicóloga. Especialista em Neuropsicologia aplicada à Neurologia Infantil pela Unicamp. 
Tânia Rudnicki 
Psicóloga. Especialista em Psicologia Clínica pela PUCRS. Mestre em Psicologia Clínica e Doutora em Psicologia pela 
PUCRS. Professora Adjunta das disciplinas de Pesquisa em Psicologia e Trabalho de Conclusão de Curso do departamento 
de Psicologia do Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG). Supervisora da Prática de Estágio em Psicologia Clínica e 
Ênfase em Saúde e Educação do FSG. 
Thais de Lima Bezerra 
Psicóloga. Especialista em Psicologia Clínica pelo Núcleo Paradigma. Aprimoramento em Psicologia Hospitalar pela PUC-
Campinas. 
Tiago dos Santos Andrade 
Médico. Especialista em Psiquiatria pela Unicamp. Médico-assistente e Preceptor da Residência Médica em Psiquiatria do 
Complexo Hospitalar Prefeito Edivaldo Orsi Integrado ao Sistema de Saúde Mental do SUS, Campinas. 
Valéria Batista Menezes Agostinho dos Santos 
Psicóloga. Especializanda em Psicologia Hospitalar pela Universidade de Araraquara. Aprimoramento em Psicologia 
Hospitalar pelo HMCP/PUC-Campinas. Psicóloga Clínica do Instituto de Psiquiatria de Campinas. Psicóloga-assistente da 
UTI-Adulto e Infantil e Preceptora do Programa de Residência Multiprofissional – Urgência e Trauma do Hospital da 
PUC-Campinas. 
 
 
 
 
 
Agradecimentos 
À Dra. Diana Tosello Laloni, que muito contribuiu para a realização deste trabalho, pelo admirável modelo 
profissional e de pessoa que nos transmite. Por sua presença direta e indireta em boa parte do conteúdo deste 
livro, de maneira dedicada, séria e empenhada, contribuindo para a elaboração e a aplicação de práticas clínicas 
psicológicas na área da saúde. E, ainda, pelos prefácios da segunda e da terceira edição desta obra. Nosso enorme 
respeito e carinhosa gratidão a você. 
Ao Dr. Francisco Baptista Assumpção Júnior, pelo prefácio da primeira edição e por sua importante 
participação neste livro. 
Aos colaboradores deste trabalho, pela convicção de que, compartilhando suas práticas, muito fazem em 
prol do trabalho acadêmico e científico. 
Ao agente literário Ramilson Almeida, pela viabilização e promoção deste livro. 
À Editora Guanabara Koogan, pela publicação. 
Aos pacientes que possibilitam, nos contextos de saúde e doença, aprendizagem e construção de práticas de 
avaliação e intervenção mais eficazes para a aplicação científica. 
Makilim Nunes Baptista 
Rosana Righetto Dias 
Adriana Said Daher Baptista 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prefácio à 2a edição 
Minha entrada na Psicologia Clínica foi na década de 1960, quando os primeiros trabalhos em Psicologia da 
Saúde estavam sendo publicados. Os anos de prática clínica em consultório foram o treinamento para o ingresso 
na Psicologia da Saúde, que se inicia em 1980 pelo interesse direcionado especialmente para crianças vítimas 
de maus-tratos e abuso sexual. Nessa época, organizou-se em Campinas um centro de registro para denúncias 
anônimas de crianças que chegavam aos diversos serviços de atenção apresentando marcas de espancamentos, 
queimaduras e sinais de abuso sexual. 
O centro de registro foi criado por um grupo de profissionais de diversas áreas, hospitais, postos de saúde, 
da rede de atendimento à criança e ao adolescente e professores universitários, e nesse grupo estive por alguns 
anos. O interesse pelo problema da saúde, a busca de informações e de tecnologias para as ações psicológicas 
me levaram ao encontro de estudos e procedimentos da Psicologia da Saúde. 
Durante mais de duas décadas, tenho enfrentado a questão sobre as diferenças entre Psicologia da Saúde, 
Medicina Comportamental, Psicologia Médica, Psicologia Hospitalar e Psicologia Clínica, e a posição que 
defendo é que qualquer aplicação da Ciência Psicológica para problemas e questões da saúde é Psicologia da 
Saúde. Não há diferenças de conteúdo entre as denominações; elas representam épocas diferentes, ou adotam a 
denominação do contexto de aplicação, mas todas são responsáveis pelo conjunto do conhecimento da Ciência 
Psicológica aplicada ao binômio saúde/doença. 
A Psicologia da Saúde distingue-se da Psicologia Clínica por compreender o comportamento no contexto 
da saúde e doença. A utilização do modelo tradicional da Psicologia Clínica no contexto do hospital geral 
mostrou-se ineficaz, e, dessa forma, as ações clínicas no hospital geral tornaram-se um desafio aos psicólogos. 
Os médicos, reconhecendo a importância dos fatores psicológicos nas doenças, passaram a chamar o 
psicólogo clínico para auxiliar no entendimento da etiologia, para a apresentação de tratamentos mais eficazes 
e para o desenvolvimento de projetos de pesquisa multidisciplinares. O psicólogo da Saúde é, portanto, aquele 
que tem competências em psicologia, e seus conhecimentos foram ampliados para a Saúde e para o Sistema de 
Saúde. A especialização em Psicologia da Saúde requer um treinamento pessoal na área específica de aplicação, 
até que se adquira o nível de competência que identifica o especialista. 
Há sistemas teóricos e técnicas que são essenciais para a sólida formação dos psicólogos. Um profissional 
é competente quando demonstra ser capaz de resolver um problema. A demonstração da competência em geral 
ocorre num ambiente particular; no caso da Psicologia da Saúde, o ambiente é determinado por essa referência. 
O campo da Psicologia da Saúde cresceu muito nos últimos 20 anos. Há muitas contribuições na área da 
promoção da saúde, prevenção de doenças, educação e tratamento para saúde. Os psicólogos da Saúde estão 
envolvidos no crescimento e desenvolvimento dessa área. 
Os psicólogos, analistas de comportamento, buscam na Ciência do Comportamento conhecimentos 
relevantes à compreensão da saúde física e da doença, bem como sua relação com os comportamentos. Esses 
conhecimentos podem oferecer oportunidades para o planejamento de ações de prevenção, diagnóstico, 
tratamento e reabilitação, e reúnem-se em torno do binômio comportamento/saúde. 
O assunto deste livro é do ambiente da saúde; os problemas apresentados têm mais em comum a questão da 
saúde do que outras questões das demais áreasda Psicologia. Esse denominador comum identifica esta obra 
como da Psicologia da Saúde, com um recorte no ambiente hospitalar como local de aplicação do conhecimento 
psicológico. Não se trata de uma introdução à área da Saúde, mas da aplicação da Psicologia, em especial da 
Ciência do Comportamento, na interface saúde/doença no contexto de um hospital geral. O livro traz alguns 
registros de trabalhos nas enfermarias de um hospital-escola, não se restringindo apenas a tal local. 
O Serviço de Psicologia começou nesse hospital em fevereiro de 1986. Os objetivos propostos, na época, 
eram atender ao projeto Pedagógico da Universidade e, em especial, do Curso de Psicologia, e previam a 
formação de profissionais voltados para a realidade brasileira, proporcionando atendimento à comunidade na 
qual o curso estava inserido e oferecendo ao aluno, na sua formação, a oportunidade da experiência 
multidisciplinar na área da Saúde. 
Após três anos, o hospital, reconhecendo a necessidade de prestar assistência psicológica nas enfermarias e 
ambulatório, contratou psicólogos para assistência e criou a Coordenadoria do Serviço de Psicologia com a 
responsabilidade técnica e administrativa. Instalou-se oficialmente, dessa forma, a prática profissional da 
psicologia hospitalar no complexo hospitalar. Tratava-se de um hospital geral, privado, pertencente à mesma 
sociedade mantenedora da universidade, com 400 leitos, e conveniado com o Sistema Único de Saúde (SUS), 
recém-criado pela Constituição de 1988. 
Desde então, o serviço ofereceu campo de estágio aos alunos de Psicologia, aos pós-graduandos do curso 
de aprimoramento, e recebeu inúmeras visitas, sendo referência em Psicologia Hospitalar no Brasil. Dos 
trabalhos desenvolvidos, muitos se tornaram publicações científicas, dissertações e teses, relatos de experiências 
e capítulos de livros. Os profissionais que, durante esses anos, passaram por esse serviço tornaram-se docentes 
e levaram para outros hospitais o modelo de atenção que ali foi gerado, desenvolvido e experimentado. 
A primeira pessoa a organizar esta obra trabalhou arduamente para sua publicação; buscou cada um dos 
autores, para contar essa história e sua experiência na Psicologia Hospitalar, e assim conseguiu, com muito 
esforço e dedicação, sua primeira publicação. A segunda organizadora, na época da primeira publicação, fazia 
parte integrante do serviço e foi quem, com sua peculiar delicadeza e persistência, conseguiu reunir os colegas 
para que produzissem o material referente aos capítulos de cada uma das áreas de trabalho. Os autores, quase 
todos participantes ativos do serviço, juntaram esforços para descrever suas práticas, e tornaram possível a 
primeira edição deste livro. 
Neste momento, quando a primeira edição foi revisada para a segunda publicação, e a oportunidade de 
colaborar nesta obra me foi oferecida, aceitei o desafio principalmente para apresentar aos organizadores os 
cumprimentos pela competência e agradecer especialmente a vocês, por tornarem a experiência e a história do 
serviço uma realidade registrada. Cinco anos após a primeira publicação, mudanças estruturais e administrativas 
atingiram o serviço; mas, como aquilo que é sólido e traz benefício aos outros perdura, o serviço no geral se 
mantém e muitas das suas práticas estão consolidadas. 
É preciso agradecer a todos os pacientes, que nos ensinaram a trabalhar com eles e para eles; agradecer a 
todos os alunos, que, ano após ano, escolheram essa prática para aprenderem a ser psicólogos; e a todos os 
colegas de profissão, que, ao longo dessa jornada, estiveram ou estão no serviço, lutando contra as dificuldades 
estruturais e desbravando o campo da Psicologia da Saúde no hospital geral. 
Tornou-se especialmente gratificante escrever este prefácio, ao apresentar a inserção da Psicologia 
Hospitalar na Psicologia da Saúde e historiar o Serviço de Psicologia desde seu nascedouro, em 1986, até os 
dias de hoje. Além disso, permitiu-me constatar o quanto a prática psicológica no hospital geral desenvolveu-
se e cresceu com o nosso serviço, e o quanto esta obra tem contribuído para a formação de inúmeros graduandos 
em Psicologia e psicólogos iniciantes no complexo mundo dos hospitais. 
Diana Tosello Laloni 
Doutora em Psicologia Ciência e Profissão pela PUC-Campinas. 
Docente do Curso de Psicologia da PUC-Campinas. 
Psicóloga Coordenadora do Serviço de Psicologia do HMCP/PUC-Campinas (período de 1988 até 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prefácio à 3a edição 
Escrever o prefácio da terceira edição é uma honra e um prazer. Sinto orgulho por fazer parte dessa história, por 
estar contribuindo para o conhecimento técnico-científico da Psicologia Clínica na Saúde e por acompanhar 
durante quase 40 anos o crescimento da área e das pessoas que lutam por esse ideal, muitas vezes sem o devido 
reconhecimento. 
A importância do tema Psicologia na Saúde e Psicologia no Hospital está demonstrada pela vitalidade desta 
obra, nesta nova publicação. A primeira edição apresentava 10 capítulos; a segunda, ampliada e acrescida de 
temas pertinentes, continha 15; e já nesta terceira edição, são 22 capítulos, com dez novos temas, abrangendo a 
discussão sobre a integralidade da atenção e a inter-relação com as equipes multiprofissionais. 
A Psicologia Clínica entrou definitivamente no hospital e na saúde, com o intuito de observar a pessoa em 
sofrimento, buscando estratégias tanto para receber o paciente com suas questões quanto para enfrentá-las e, ao 
mesmo tempo, desenvolvendo planos terapêuticos conjuntos com as equipes multiprofissionais em benefício do 
paciente. Esse é o desafio que agora temos pela frente: planos de intervenção integrados, com os olhares de 
todos e em benefício de um. 
Os desafios se impõem na atenção da criança e do adolescente, pois a família nuclear mudou e esses jovens, 
muitas vezes desassistidos, requerem de todos nós o acolher e o alerta sobre os cuidados ampliados. Na saúde 
do adulto, o idoso desassistido, isolado e sem apoio social, exige um olhar externo ao hospital, a fim de definir 
os recursos necessários para seu cuidado integrado. 
Do mesmo modo me refiro ao Serviço de Psicologia do Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP), da 
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), iniciado há 31 anos e que se mantém 
oferecendo atenção psicológica aos pacientes das enfermarias e unidades especiais e de alguns ambulatórios de 
especialidade. Esse trabalho é desempenhado por psicólogos que se formaram dentro do serviço e que agora 
têm a oportunidade de divulgá-lo por meio desta publicação. 
A Psicologia da Saúde aplica princípios e pesquisas psicológicas visando à saúde geral dos indivíduos, com 
estratégias de promoção, prevenção e intervenção, como enfrentamento, ajustamento, conscientização, adesão 
e adaptação. Teve início por meio dos estudos do comportamento, daí sua primeira denominação de Medicina 
Comportamental. Com o avanço dessa área, desde 1977, com a conferência de Schwarts & Weiss, em Yale, e a 
definição de Psicologia da Saúde em 1980, na American Psychological Association (APA), o enfoque 
multidisciplinar da saúde foi adotado. Esta obra demonstra a amplitude desse modelo e oferece trabalhos de 
orientações teóricas diversas e multidisciplinares. 
Os princípios psicológicos desenvolvidos nos laboratórios de pesquisa experimental, que têm como base 
filosófica o empirismo, e a análise do comportamento com a aplicação dos princípios na Psicologia Clínica e na 
Psicologia da Educação desenvolveram modelos de ação para o cuidado de pessoas com as mais diversas 
necessidades. 
Este livro, desde sua primeira edição, tem como preocupação apresentar a atenção psicológica na saúde e 
no hospital dentro dessa vertente da Psicologia, mostrando como se estrutura e se aplica o conhecimento de 
princípios do comportamento na atenção à saúde. São poucas as publicações brasileiras com esse tema,o que 
torna esta obra muito importante a todos aqueles que se identificam com o comportamentalismo. 
Em 1990, Emílio Ribes Iñesta, em sua obra “Psicologia e Saúde: uma análise conceitual”, ousou demonstrar 
como um analista de comportamento deve pesquisar a interação comportamento-saúde e indicou que o 
comportamento saúde/doença é um continuum e que as contingências biológicas, sociais e culturais estão 
presentes na interação com o indivíduo, determinando as condições de saúde/doença. 
Dessa maneira, o analista compreende que o comportamento saúde/doença é uma função de contingências; 
e, para qualquer planejamento de ação, promoção, prevenção ou intervenção, as contingências devem ser 
descritas e conhecidas. 
As contingências estão no ambiente, por isso a necessidade de considerar o contexto em que o indivíduo 
está inserido. No caso do hospital, este é o ambiente em análise; portanto, as contingências presentes na 
internação determinam a função do comportamento saúde/doença. Embora a compreensão quanto à dimensão 
desse trabalho ainda não esteja tão clara, o progresso da ciência psicológica aplicada à saúde é visível ao longo 
das linhas e entrelinhas deste livro — juntos, estamos construindo esse conhecimento. 
Aos amigos e colegas organizadores desta obra, meus cumprimentos por serem capazes de reunir tantos 
textos de autores envolvidos e identificados com a Psicologia da Saúde e que oferecem a oportunidade de 
aprendizagem; aos autores que foram meus alunos, agradeço por seguirem esse caminho e expresso minha 
gratidão, pois é em vocês que posso ver e sentir minha função; e aos colegas com quem já dividi lutas e trabalhos, 
meus parabéns! 
Agradeço também à PUC-Campinas, instituição em que estou há 52 anos, que me acolheu como graduanda 
e, em seguida, deu a oportunidade de me tornar docente — profissão que permitiu o desenvolvimento do meu 
trabalho no hospital-escola, desde o início dos anos 1980, e onde estou até o momento. Foram mais de 500 
graduandos formados nesse estágio e, a todos, agradeço, pois foi por meio do trabalho de vocês que o serviço 
de Psicologia no HMCP se instalou e se aperfeiçoou tanto ao longo desses anos. 
Agradeço, em especial, à psicóloga Thais de Lima Bezerra, autora do Capítulo 4 | Psico-oncologia, que me 
substituiu na coordenação do serviço de Psicologia do HMCP, mantendo a qualidade, a responsabilidade e a 
inovação desse serviço: meu abraço com carinho e admiração! 
A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para nos ensinar a relação comportamento-saúde/doença, 
manifesto publicamente minha gratidão. Esse aprendizado está em nossa experiência diária: obrigada! 
Diana Tosello Laloni 
Doutora em Psicologia Ciência e Profissão pela PUC-Campinas. 
Docente do Curso de Psicologia da PUC-Campinas. 
Psicóloga Coordenadora do Serviço de Psicologia do HMCP/PUC-Campinas (período de 1988 até 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
 1.Formação do Psicólogo para as Áreas da Saúde e Hospitalar 
Maria Cristina de Oliveira Santos Miyazaki • Neide Aparecida Micelli Domingos • Leda Maria Branco • Maria 
Jaqueline Coelho Pinto 
 2.Avaliação Psicológica em Saúde 
Lisandra Borges • Makilim Nunes Baptista 
 3.Psicologia Ambulatorial em Hospital Geral | Critérios para Assistência, Ensino e Pesquisa 
Diana Tosello Laloni • Queila Pierre Fernandes 
 4.Psico-oncologia 
Thais de Lima Bezerra • Aila Alves Alvarenga Taurisano • Helena Bazanelli Prebianchi 
 5.Psicólogo e Equipe Multiprofissional nos Cuidados Paliativos 
Estefânia Ibarra Dobes da Rosa • Gésio Eduardo Antas Rodrigues 
 6.Neuropsicologia 
Marina Stahl Merlin • Silvia Stahl Merlin 
 7.Hospitalização de Idosos em Atenção Interdisciplinar 
Adriana Said Daher Baptista • Silvia Stahl Merlin 
 8.Atendimento ao Paciente Renal Crônico em Tratamento de Hemodiálise 
Gabriela da Silva Cremasco • Tânia Rudnicki 
 9.Enfermaria de Obstetrícia 
Valéria Batista Menezes Agostinho dos Santos • Luana Maria de Oliveira 
10.Atuação Psicológica em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal 
Queila Pierre Fernandes • Valéria Batista Menezes Agostinho dos Santos 
11.Psicologia Clínica no Pronto-Socorro Infantil 
Diana Tosello Laloni 
12.Psicologia Pediátrica | Avaliação e Intervenção 
Marina Cruvinel Macedo • Rafael Andrade Ribeiro • Rosana Righetto Dias 
13.Sistema Familiar de Crianças com Transtorno do Espectro Autista 
Fabrício Robson Lahr • Fátima Iara Abad Sanchez 
14.Cuidado Integral a Crianças e Adolescentes com Doenças Crônicas e seus Cuidadores 
Aline Santarem Ernesto • Marcos Tadeu Nolasco da Silva 
15.Psicólogo em Equipe Multiprofissional na Unidade de Terapia Intensiva Adulto 
Carina Basqueira Lourenço • Taiana Carina Henrique 
16.Atuação do Psicólogo em Unidade de Transplante de Fígado 
Maria Cristina de Oliveira Santos Miyazaki • Randolfo dos Santos Junior • Eliane Tiemi Miyazaki 
17.Psiquiatria de Ligação e Interconsulta Psiquiátrica na Infância e Adolescência 
Francisco Baptista Assumpção Júnior • Evelyn Kuczynski 
18.Manejo de Pacientes Psiquiátricos no Hospital Geral 
Marianne Herrera Falcetti Ferreira • Fábio Roque Ieiri • Tiago dos Santos Andrade 
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19.Manejo de Pacientes Internados em Hospital Geral | Atuação com Usuários de Álcool e Drogas 
Taiana Carina Henrique • Marianne Herrera Falcetti Ferreira 
20.Trabalho em Equipe em Ambulatório de Atenção Psicossocial 
Samira Reschetti Marcon • Roselma Lucchese • Hugo Gedeon Barros dos Santos • Carla Gabriela Wunsch 
21.Programas de Apoio Psicológico a Profissionais de Saúde 
Neide Aparecida Micelli Domingos • Nelson Iguimar Valerio • Carla Rodrigues Zanin • Eduardo Santos Miyazaki • 
Eliane Regina Lucânia Dionísio 
22.Assistência Domiciliar e Atuação Multiprofissional 
Jaqueline Feitoza de Araújo Zanobi • Adriana Said Daher Baptista • Lidiane Soares Campos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527733557/epub/OEBPS/Text/chapter20.html
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Introdução 
Uma profissão é reconhecida quando “um número crescente de pessoas começa a responder com sucesso a uma 
necessidade social, por meio da aplicação de certos saberes teóricos e práticos” (Monteiro, 2015, p. 15). Pode-
se dizer o mesmo das diferentes atividades específicas de uma profissão, isto é, das especialidades que se 
desenvolvem em razão de determinada demanda, como é o caso da Psicologia da Saúde e Hospitalar (Resolução 
CFP n. 03/2016). Contudo, antes de se especializar, o psicólogo deve adquirir competências e habilidades 
básicas desenvolvidas durante o curso de graduação. 
Graduação em Psicologia 
No Brasil, o projeto pedagógico dos cursos de graduação deve basear-se nas Diretrizes Curriculares Nacionais, 
que “constituem as orientações sobre princípios, fundamentos, condições de oferecimento e procedimentos para 
o planejamento, a implementação e a avaliação deste curso”. De acordo com essas diretrizes (Brasil, 2011): 
O curso de graduação em Psicologia tem como meta central a formação do psicólogo voltado para a atuação profissional, 
para a pesquisa e para o ensino de Psicologia, e deve assegurar uma formação baseada nos seguintes princípios e 
compromissos: 
I – construção e desenvolvimento do conhecimento científico em Psicologia; 
II – compreensão dos múltiplos referenciais que buscam apreender a amplitude do fenômeno psicológico em suas interfaces 
com os fenômenos biológicos e sociais; 
III – reconhecimento da diversidade de perspectivas necessárias para compreensão do ser humano e incentivo à 
interlocução com campos de conhecimento que permitam a apreensão da complexidade e multideterminação do fenômeno 
psicológico; 
IV – compreensão crítica dos fenômenos sociais, econômicos, culturais e políticos do País, fundamentais ao exercício da 
cidadania e da profissão; 
V – atuação em diferentes contextos, considerando as necessidades sociais e os direitos humanos, tendo em vista a 
promoção da qualidade de vida dos indivíduos, grupos, organizações e comunidades; 
VI – respeito à ética nas relações com clientes e usuários, com colegas, com o público e na produção e divulgação de 
pesquisas, trabalhos e informações da área da Psicologia; 
VII – aprimoramento e capacitação contínuos. 
A formação em Psicologia, portanto, deve desenvolver determinadas competências e habilidades gerais no 
futuro profissional, conforme apresentado na Tabela 1.1. 
De acordo com o Conselho Nacional de Saúde (CNS), Resolução CNS n. 218, de 6 de março de 1997, o 
psicólogo está incluído no grupo de profissionais da saúde de nível superior.* No entanto, a prática profissional 
da categoria tem ocorrido “majoritariamente a partir do âmbito individual e privatista”, e formar psicólogos 
competentes para atuar na saúde pública permanece um desafio para os cursos de graduação (Pitombeira et al., 
2016). 
Vários cursos de Psicologia do país começaram gradualmente a organizar-se para atender a demanda da 
saúde pública, isto é, formar psicólogos aptos a trabalhar de acordo com os princípios do Sistema Único de 
Saúde (SUS). Uma análise das grades curriculares de seis cursos de Psicologia do Rio Grande do Sul identificou 
três eixos temáticos centrais, que agrupam as disciplinas voltadas à formação do psicólogo para atuar no SUS: 
o das Ciências Biomédicas (p. ex., Genética, Fisiologia e Neuropsicologia), o da Psicopatologia e da Avaliação 
Psicológica (p. ex., identificação de transtornos mentais e testes psicológicos) e o da Psicologia Social e 
Comunitária (Guareschi et al., 2009). 
Com base nessa análise, Guareschi et al. (2009) indicam três pontos a partir dos quais a Psicologia precisa 
repensar o seu fazer, que incluem a dicotomização entre aspectos físicos e psicológicos, evidenciada pela ênfase 
no aprendizado de “métodos e técnicas de psicodiagnóstico e avaliação psicológica”; a necessidade de “um 
olhar integral que abarque os diversos contextos sociais e culturais em que os indivíduos estão inseridos, o que 
caracteriza a saúde coletiva”; e “ultrapassar as fronteiras identitárias na composição das equipes de saúde” e 
assumir um “posicionamento ético/político que se impõe na relação com seu objeto de estudo, isto é, com os 
sujeitos”. 
As competências e habilidades desenvolvidas na graduação em Psicologia devem ser aprimoradas durante 
toda a vida profissional. Ao abordar o trabalho do psicólogo em equipes de saúde, Miyazaki et al. (2017) 
enfatizam que cabe aos cursos de graduação preparar adequadamente todos os membros dessas equipes. A 
ausência desse preparo – um problema que não ocorre apenas no Brasil – contribui para a “visão problemática 
de que a medicina está no topo da hierarquia entre os profissionais da saúde” (Meisinger e Wholer, 2016) e que 
o “médico é o único agente responsável pela saúde do paciente” (Miyazaki et al., 2017). Para que todas as 
profissões da saúde sejam percebidas como igualmente relevantes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e 
seus parceiros propõem o ensino interprofissional como uma das estratégias “inovadoras que terão importante 
papel para reduzir a crise global nas profissões da saúde” (WHO, 2010). Esse tipo de ensino 
[...] ocorre quando estudantes de duas ou mais profissões aprendem sobre, do e com o outro, permitindo uma colaboração 
efetiva e melhores resultados na área da saúde. Quando os estudantes compreendem como trabalhar de forma 
interprofissional, estão prontos para ingressar no mercado de trabalho como membros de equipes colaborativas. Esse é um 
https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527733557/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#tab1-1
https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527733557/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#rfn1
conceito fundamental para que os sistemas de saúde saiam de uma posição de fragmentação para uma posição fortalecida 
(WHO, 2010). 
Tabela 1.1 Competências e habilidades gerais a serem desenvolvidasdurante a graduação em Psicologia. 
Habilidades gerais Competências 
Atenção à saúde Capacidade para atuar em prevenção, promoção, proteção e reabilitação da 
saúde psicossocial, com ações de qualidade pautadas nos princípios da ética 
e da bioética 
Tomada de decisões Avaliar, sistematizar e decidir as condutas mais adequadas, com base nas 
evidências científicas 
Comunicação Ser acessível e utilizar, de maneira ética, as informações obtidas em sua 
prática na interação com outros profissionais e com o público 
Liderança Assumir posições de liderança no trabalho em equipes de saúde, 
considerando sempre o “bem-estar da comunidade” 
Administração e 
gerenciamento 
Ser proativo e administrar com competência recursos humanos, materiais e 
de informação, atuando com empreendedorismo e liderança 
Educação 
permanente 
Ter capacidade para aprender sempre, comprometer-se com a formação “das 
futuras gerações de profissionais” e estimular redes nacionais e internacionais 
de cooperação profissional 
Fonte: Brasil (2011). 
Para a OMS, a educação interprofissional e o trabalho colaborativo entre profissionais da saúde são aspectos 
fundamentais para melhorar a crise global que assola a área (WHO, 2010). Entretanto, para que isso seja 
possível, é necessário contar com a participação integrada do sistema de saúde e do sistema educacional. 
“Elaborar um currículo interprofissional é um processo complexo, que requer a participação de educadores 
(professores, profissionais que atuam dentro do sistema de saúde) de diferentes áreas e locais” (Miyazaki et al., 
2017). Os resultados, no entanto, são encorajadores e incluem: 
[...] competência para trabalhar em equipes; consciência do papel, da responsabilidade e das próprias habilidades e das 
habilidades dos outros; habilidades de comunicação; habilidades de relacionamento colaborativo, baseado nas necessidades 
dos pacientes, dos familiares, da comunidade e do sistema de saúde; e uma prática ética (Miyazaki et al., 2017; WHO, 
2010). 
Os cenários tradicionais de formação de psicólogos, como as clínicas-escola, e de médicos e enfermeiros, 
como o hospital, são insuficientes para formar profissionais que atuem efetivamente diante dos problemas da 
comunidade no SUS (Santos et al., 2015). Novas propostas têm surgido, portanto, para articular profissões da 
saúde durante a graduação por meio do ensino interprofissional, inclusive para a Psicologia. 
A Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP) tem, há várias décadas, dois cursos 
tradicionais da saúde: Medicina e Enfermagem. Em 2017, a primeira turma do curso de Psicologia ingressou na 
instituição. Alunos de Psicologia, Medicina e Enfermagem compartilham disciplinas e atividades conjuntas de 
aprendizagem, que ainda devem se intensificar e ser aprimoradas, com base no modelo interprofissional de 
ensino (FAMERP, 2017). 
Almeida et al. (2012) relataram a experiência de uma universidade da região Nordeste, com vários cursos 
da área da saúde, onde há diversificação dos cenários de prática e inserção precoce dos estudantes nos espaços 
de saúde e nas redes sociais de apoio. Apontaram também dificuldades nessa tarefa, algo esperado na integração 
entre instituições de ensino e serviços de saúde. 
Apesar das dificuldades encontradas na interação entre a universidade e os serviços de saúde para a 
formação de futuros profissionais, esse caminho parece promissor. Para atuar na saúde, é necessário conhecer 
demandas nacionais e regionais da população, bem como as políticas públicas para a área. Espera-se que a 
formação interprofissional, dentro do próprio sistema de saúde em interação com a universidade, desenvolva no 
aluno um saber especializado, o domínio de tecnologias apropriadas e uma forte adesão a um conjunto de 
padrões éticos fundamentais para garantir a qualidade dos serviços disponibilizados à população (Bastos e 
Godin, 2010). 
É possível identificar nas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Psicologia a 
preocupação em formar profissionais preparados para atender as demandas sociais, inclusive do próprio sistema 
de saúde. Assim, a formação profissional não se resume apenas à graduação, mas a um processo contínuo. 
Gorayeb et al. (2017), ao discutirem a formação profissional para uma prática competente em Psicologia clínica 
e da saúde, afirmam que “a evolução de uma área depende da qualidade de seus profissionais”. 
Para ser um profissional competente, é preciso “aprender a aprender” e aprimorar-se continuamente durante 
a vida. Após a graduação, o profissional continua a aprender por meio de atividades como “leituras, 
participações em congressos e em outros eventos, supervisões, programas de educação continuada e pós-
graduação” lato e stricto sensu (Gorayeb et al., 2017). 
Na área da saúde, dois tipos de programas de pós-graduação lato sensu merecem destaque: o 
Aprimoramento Profissional, financiado pelo governo do estado de São Paulo, e a Residência Multiprofissional, 
financiada pelo governo federal. 
Pós-graduação lato sensu | Programa de Aprimoramento Profissional 
O Programa de Aprimoramento Profissional (PAP) tem como público-alvo profissionais recém-formados da 
área da saúde (exceto médicos) e caracteriza-se como curso de pós-graduação lato sensu ou especialização. Foi 
instituído pelo governo do estado de São Paulo, por meio do Decreto Estadual n. 13.919, de 11 de setembro de 
1979, e é financiado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (Governo do Estado de São Paulo, 2016). 
Trata-se de um programa de treinamento em serviço, realizado em unidades que integram o sistema de saúde, 
sob supervisão de profissionais da área (Fernandes et al., 2015). 
O PAP tem duração de 1 ano, requer dedicação exclusiva e tem carga horária semanal de 40 h, totalizando 
um mínimo de 1.760 horas/ano. A maior parte da carga horária total (80%) é destinada às atividades práticas e 
20%, às atividades teóricas (p. ex., aulas, seminários, elaboração da monografia etc.). Os “aprimorandos” 
recebem uma bolsa mensal financiada pela Secretaria do Estado de São Paulo (Governo do Estado de São Paulo, 
2016). 
Os objetivos do PAP estão descritos no Quadro 1.1. 
Entre os centros de formação em saúde que oferecem o PAP, destaca-se a Fundação Faculdade de Medicina 
de São José do Rio Preto (Funfarme)** (Fernandes et al., 2015) e o Serviço de Psicologia do Hospital de Base, 
que oferece curso de aprimoramento na área de Psicologia e Saúde, implantado em 1990. 
Psicólogos recém-formados são admitidos por processo seletivo anual para realizar o programa e 
direcionados para áreas específicas de atuação (p. ex., Pediatria) em diferentes cenários de ensino (p. ex., 
hospital, ambulatórios especializados), nos quais são supervisionados por psicólogos especialistas que integram 
o Serviço de Psicologia da instituição. As atividades práticas são realizadas com equipes multi e 
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interdisciplinares por meio de interconsulta (Gazotti e Prebianchi, 2014) e de atendimento ao paciente e 
familiares. Ocorrem no ambulatório de especialidades, no próprio ambulatório de Psicologia, nos hospitais e 
em outros cenários de ensino da instituição. 
Quadro 1.1 Objetivos do Programa de Aprimoramento Profissional (PAP). 
Capacitar o aprimorando para atuação qualificada e diferenciada na área da saúde, promovendo o 
aperfeiçoamento do desempenho profissional nas diversas áreas que integram, apoiam ou 
gerenciam a prestação de serviços de saúde 
Estimular o desenvolvimento de uma visão crítica e abrangente do SUS, orientando sua ação para 
a melhoria das condições de saúde da população 
Aprimorar o processo de formação dos aprimorandos, considerando as diretrizes e princípios do 
SUS, de modo que desenvolvam uma compreensão ampla e integradadas diferentes ações e 
processos de trabalho da instituição participante do PAP 
Fonte: Governo do Estado de São Paulo (2016). 
Os cenários de ensino no qual os psicólogos aprimorandos desenvolvem suas atividades, supervisionados 
por psicólogos especialistas nas áreas (Fernandes et al., 2015), incluem: o Hospital da Criança e Maternidade 
(HCM), onde são atendidos crianças, gestantes e familiares; o Hospital de Base (HB), um hospital-geral de alta 
complexidade; o Ambulatório de Especialidades; e o Instituto do Câncer (ICA). 
A parte teórica do PAP inclui leituras associadas à supervisão, seminários, discussões e aulas específicas da 
Psicologia ou das equipes multi/interdisciplinares, além de discussões e aulas compartilhadas com aprimorandos 
de outras áreas (p. ex., Fonoaudiologia, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Serviço Social e Enfermagem). Essas 
atividades compartilhadas com outras áreas abordam temas como políticas públicas de saúde, metodologia de 
pesquisa, informática em saúde e ética. 
O papel do psicólogo da saúde está bem estabelecido na instituição (Miyazaki et al., 2002). 
O Serviço de Psicologia teve início em 1981 e, desde então, realiza atendimento a pacientes, familiares, 
cuidadores, profissionais e estudantes da instituição. Além de participar desses atendimentos, como parte das 
atividades práticas do PAP, os aprimorandos participam também de programas de extensão à comunidade (p. 
ex., campanhas de prevenção). São incentivados ainda a realizar uma prática baseada em evidências (Gorayeb et 
al., 2017) e um treino de habilidades básicas em pesquisa faz parte da sua formação. Todos elaboram um 
trabalho de conclusão do curso – habitualmente, uma pesquisa na área em que realizam suas atividades durante 
o aprimoramento –, que, muitas vezes, motiva o ingresso do aprimorando em programas de mestrado. Os 
trabalhos de conclusão do PAP têm entre seus objetivos identificar necessidades e avaliar a própria prática, 
visando sempre a aprimorar a qualidade do atendimento e oferecer assistência efetiva e de qualidade aos 
pacientes. 
Inúmeras pesquisas realizadas por aprimorandos (Ciribelli et al., 2008), supervisores (Domingos e 
Miyazaki, 2017) e mestrandos (Trevizan et al., 2017) estão publicadas em periódicos científicos, além de 
dissertações e teses produzidas no Programa de Mestrado em Psicologia e Saúde (Coutinho, 2017; Miyazaki, 
2015) e fora dele (Pinto, 2008; Branco, 2014), entre outras. 
O PAP contribui, assim, para formar profissionais com um repertório adequado de competências e 
habilidades (Quadro 1.2) necessárias para o trabalho na saúde, complementando e expandindo o conhecimento 
adquirido no curso de graduação. Além disso, contribui para o aprimoramento dos supervisores, pois ensinar 
está associado a uma aprendizagem constante. Essa experiência com aprimorandos na área de Psicologia levou 
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a maioria dos supervisores do Serviço de Psicologia do Hospital de Base a ingressar em cursos de mestrado e 
doutorado, a fim de aperfeiçoar sua competência para ensinar e realizar pesquisas. 
Além do PAP, os programas de residência multiprofissional também formam psicólogos para atuar na área 
da saúde. 
Programas de residência multiprofissional | Formação de especialistas 
As residências multiprofissionais na área da saúde existem desde 1975, tendo sido regulamentadas em 2005 a 
partir da promulgação da Lei n. 11.129 (Brasil, 2006). São orientadas pelos princípios e diretrizes do SUS, com 
base nas necessidades e realidades locais e regionais, e destinam-se a formar profissionais da área da saúde, 
exceto médicos, que dispõem de um programa próprio de residência (Resolução CNS n. 287/1998; Brasil, 
1998). 
A Residência Multiprofissional em Saúde, assim como o PAP, é uma pós-graduação lato 
sensu (especialização) voltada para a educação em serviço. O financiamento regular para os programas de 
residência multiprofissional de saúde e o investimento na sua potencialidade pedagógica e política têm por 
objetivo possibilitar tanto a formação de profissionais quanto contribuir com a mudança do desenho 
tecnoassistencial do Sistema Único de Saúde (Brasil, 2006). 
Quadro 1.2 Habilidades e competências necessárias para o trabalho do psicólogo na área da saúde. 
Realizar uma prática baseada em evidências 
Trabalhar orientado para intervenções, com avaliação constante da própria prática 
Pautar sua prática nas necessidades da população atendida 
Ser capaz de avaliar o custo/benefício das intervenções propostas e realizadas 
Ser um aprendiz constante 
Dispor de habilidades para solucionar problemas técnicos e interpessoais 
Ter habilidades de comunicação com pacientes, familiares, profissionais e estudantes 
Ter conhecimentos sobre o SUS e políticas públicas de saúde 
Ter habilidades acadêmicas, como elaborar apresentações, aprender, ensinar, redigir relatórios, 
projetos etc. 
Responsabilizar-se pela formação dos futuros psicólogos que atuarão na saúde 
Lidar adequadamente com o próprio estresse, associado ao trabalho na saúde 
Ter disponibilidade para longas jornadas de trabalho e para atuar em equipes multi e 
interdisciplinares 
Desenvolver habilidades para lidar com aspectos relacionados com doenças (p. ex., dor e 
sofrimento) e com a morte 
Trabalhar de acordo com os princípios do profissionalismo: “conjunto de competências 
relacionadas ao uso criterioso da comunicação, conhecimento, habilidades técnicas, raciocínio 
clínico, emoções, valores, ética e reflexões na prática diária para o benefício do indivíduo e da 
comunidade” (Gorayeb et al., 2017) 
Adaptado de Miyazaki et al. (2011). 
Trata-se de um programa de cooperação intersetorial que visa a favorecer a inserção qualificada de jovens 
profissionais da saúde no mercado de trabalho, particularmente em áreas prioritárias do SUS. A Comissão 
Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde (CNRMS), instituída por meio da Portaria Interministerial 
n. 1.077, de 12 de novembro de 2009, é coordenada conjuntamente pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério 
da Educação. 
A CNRMS tem como principais atribuições: avaliar e acreditar programas de acordo com os princípios e 
diretrizes do SUS e que atendam às necessidades socioepidemiológicas da população; credenciar os programas, 
bem como as instituições habilitadas a oferecê-los; registrar certificados, com validade nacional, com 
especificação de categoria e ênfase do programa (Brasil, 2006). 
O Quadro 1.3 apresenta as principais características dos Programas de Residência Multiprofissional em 
Saúde. 
As figuras do preceptor (profissional que atua na área da saúde) e do tutor (docente universitário), 
necessárias para o funcionamento desses programas de residência, evidenciam a preocupação em relação à 
graduação, com a integração entre a universidade e o sistema de saúde. A cooperação entre os Ministérios da 
Saúde e da Educação, sob a forma dos programas de residência multiprofissional, foi concebida para favorecer 
a inserção qualificada de profissionais da saúde no SUS, particularmente em áreas prioritárias (p. ex., Atenção 
ao Câncer, Saúde da Criança). No Ministério da Saúde, a Política da Gestão do Trabalho e da Educação na 
Saúde visa a atender as necessidades de saúde da população e tem como objetivo a educação voltada para a 
transformação da realidade. Utiliza estratégias de educação permanente como eixo transversal e transformador 
da realidade e regula a formação conforme a necessidade do SUS (Silva et al., 2016). 
Embora os programas de residência médica permaneçam desvinculados dos programas de residência 
multiprofissional, mantendo, portanto, a distância entre médicos e os demais profissionais, e dificultando o 
trabalho multi e interdisciplinar, a equiparação do valor das bolsas já mostra o reconhecimento sobre a 
importância dos profissionais não médicos na área da saúde. 
Quadro1.3 Características dos programas de residência multiprofissional em saúde. 
Modalidade: pós-graduação lato sensu 
Público-alvo: profissionais da área da saúde inscritos no conselho da sua categoria profissional 
(Biomedicina, Ciências Biológicas, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, 
Fonoaudiologia, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Serviço Social e Terapia 
Ocupacional) 
Duração: 2 anos 
Carga horária: 5.760 h (60 h semanais, uma folga por semana) 
Atividades práticas (treinamento ou ensino em serviço): 80% da carga horária total do programa 
Atividades teóricas ou teórico-práticas: 20% da carga horária total do programa 
Férias: 1 mês/ano 
Supervisão: preceptor (profissional do serviço onde o programa é realizado) e tutor (docente 
universitário) 
Dedicação exclusiva 
Processo seletivo: concurso público realizado pelas Instituições de Ensino Superior que oferecem o 
programa 
Fonte: Ministério da Educação (2016). 
Os Programas de Residência Multiprofissional em Saúde estão presentes em todos os estados do Brasil; na 
FAMERP, tiveram início em 2013. O Quadro 1.4 apresenta os programas credenciados e as categorias 
profissionais incluídas em cada um deles. Um desses programas, o de Atenção ao Câncer, será utilizado como 
exemplo de funcionamento da residência multiprofissional em saúde. 
Exemplo de programa de residência multiprofissional da FAMERP | Atenção ao Câncer 
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No Quadro 1.5, são apresentados os objetivos e cenários de ensino-aprendizagem do Programa de Residência 
Multiprofissional de Atenção ao Câncer da FAMERP. O projeto pedagógico 
[...] prevê uma formação dinâmica pela rede de serviços de atenção ao câncer de São José do Rio Preto, SP, no decorrer de 
2 anos de curso. Assim, os residentes, em equipe multiprofissional, frequentam os mesmos serviços em escala de rodízio, 
atuando na área profissional juntamente com seu preceptor e participando de discussões de casos, em conjunto com os 
demais profissionais dos cenários da prática descritos. (FAMERP, 2012) 
O Programa de Residência Multiprofissional em Atenção ao Câncer vem ao encontro da Política Nacional 
de Atenção Oncológica (PNAO). Essa política rompe com a abordagem do câncer como questão apenas de 
âmbito hospitalar, e propõe estratégias de controle que se aproximam dos princípios e diretrizes do SUS, 
reconhecendo o câncer como um problema de saúde pública. Na lógica da linha de cuidados progressivos em 
saúde, o programa tem como eixo norteador a qualificação da assistência e a promoção da educação permanente 
dos profissionais de saúde, pois a natureza complexa e imprevisível do câncer envolve parâmetros clínicos e 
psicossociais em seu tratamento, o que torna a tomada de decisões sobre o tratamento praticamente uma arte, 
refinada pelo equilíbrio entre ciência, experiência pessoal, senso comum e julgamento bem fundamentado. 
O Programa de Residência Multiprofissional em Atenção ao Câncer da FAMERP, em parceria com o 
Hospital de Base e a Secretaria Municipal da Saúde, apresenta benefícios para: 
•O sistema de saúde do município de São José do Rio Preto e região, disponibilizando, no mercado, 
profissionais especialistas e capacitados na atenção ao câncer 
•O Hospital de Base, melhorando o atendimento aos seus usuários e proporcionando o cumprimento efetivo 
de seu papel como hospital de ensino 
•Os profissionais, pois proporciona a oportunidade de melhorar sua formação, ensinando, aprendendo e 
contribuindo com uma assistência de qualidade na área de Oncologia 
•A FAMERP e seus cursos de graduação, com a oportunidade de crescer e de cumprir efetivamente seu 
papel de órgão formador de recursos humanos 
•Os usuários do SUS, que recebem assistência de profissionais competentes. 
Quadro 1.4 Programas de residência multiprofissional desenvolvidos na FAMERP e categorias profissionais 
participantes. 
Atenção básica com enfoque em estratégia da família: Enfermagem, Nutrição e Educação 
Física 
Atenção ao câncer: Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Psicologia e Terapia 
Ocupacional 
Reabilitação física: Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Psicologia e Terapia Ocupacional 
Saúde da criança: Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Psicologia e Terapia Ocupacional 
Vigilância em saúde: Biologia, Enfermagem, Farmácia, Odontologia e Medicina Veterinária 
Quadro 1.5 Programa de Residência Multiprofissional de Atenção ao Câncer da FAMERP: objetivos e cenários de 
ensino-aprendizagem. 
Objetivo geral: formar profissionais de saúde, especialistas em atenção ao câncer com visão 
humanista, reflexiva e crítica, qualificados para o exercício profissional, com base no rigor científico 
e intelectual, pautado em princípios éticos, conhecedor dos diferentes cenários da prática e 
capazes de atuar com competência na área específica de formação em todos os níveis de 
cuidados na rede de atenção oncológica 
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Objetivos específicos: capacitar o profissional para: 
•Atuar com competência na área de Oncologia, nas ações de prevenção, promoção, e 
reabilitação da saúde 
•Planejar e executar, no seu âmbito de atuação, a assistência ao usuário no ambiente hospitalar 
e extra-hospitalar 
•Atuar na promoção da saúde, de acordo com os princípios do SUS 
•Atuar na administração do processo do trabalho e da assistência, no âmbito de sua atuação, em 
hospital geral, ambulatório e unidade básica de saúde 
•Atuar na pesquisa, desenvolvendo estudos de caráter científico e intelectual na área de 
Oncologia 
•Atuar como educador e preceptor de residentes de sua área profissional, trabalhando com 
dinamismo e postura crítica diante da realidade do câncer 
•Atuar como educador consciente de seu papel na formação dos cidadãos, orientando e 
mediando o ensino 
•Atuar interdisciplinarmente como educador e membro da equipe de saúde em atenção ao câncer 
•Aprender continuamente, tanto na sua formação quanto na sua prática profissional 
Cenários de ensino-aprendizagem: uma parceria foi estabelecida entre o Hospital de Base da 
Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e a Secretaria Municipal de Saúde. Essa 
parceria permite que os residentes entrem em contato efetivo com diferentes áreas da rede de 
serviços disponibilizada à população, propiciando o desenvolvimento de habilidades que visam a 
torná-los resolutivos e aptos a atuar em diversos contextos multidisciplinares 
Benefícios: conhecendo, compreendendo, circulando e participando da organização dos serviços 
ou da assistência direta aos usuários, os residentes têm a possibilidade de desenvolver 
compromissos com os princípios norteadores do SUS, como integralidade, universalidade e 
equidade desde a atenção primária, passando pela secundária até terciária ou de alta 
complexidade 
Fonte: FAMERP (2012). 
Dentro do Programa de Residência Multiprofissional de Atenção ao Câncer, os residentes de Psicologia 
desenvolvem atividades específicas de sua área, supervisionados por profissionais especialistas na atenção ao 
câncer, como tutores e preceptores (docentes da FAMERP) que realizam atividades de ensino, pesquisa e 
extensão. 
Ao final do programa, os psicólogos deverão ter adquirido as seguintes competências e habilidades: estar 
aptos a atuar em equipes multiprofissionais de Oncologia; propor ações de atenção ao câncer para indivíduos, 
famílias e coletividade nos níveis primário, secundário e terciário de atenção à saúde, com base em evidências 
científicas; analisar de maneira crítica a realidade de sua atuação profissional, visando a contribuir para o 
aprimoramento do sistema de saúde vigente. 
Os cursos de especialização ou pós-graduação lato sensu visam a desenvolver ou aprimorar competências 
e habilidadespara a prática profissional, como é o caso dos programas de aprimoramento e residência 
multiprofissional, e fornecer atualização de conhecimentos. Diferem, portanto, em seus objetivos, dos cursos de 
mestrado e doutorado, que serão discutidos a seguir. 
Formação em programas de pós-graduação stricto sensu para docente e pesquisador 
No Brasil, a pós-graduação stricto sensu foi criada em 1965 (parecer CES/CFE 977 de 1965), considerando que, 
“em face ao acúmulo de conhecimento em cada ramo das ciências e da crescente especialização das técnicas, o 
estudante moderno somente poderá obter, ao nível de graduação, os conhecimentos básicos de sua ciência e de 
sua profissão”, e nos cursos pós-graduação stricto sensu, portanto, obteria “o aprofundamento do saber que lhe 
permita alcançar elevado padrão de competência científica ou técnico-profissional” (Geremia et al., 2015). Três 
objetivos justificaram a necessidade de oferecer mestrados acadêmicos e doutorados no país: 
1.Formação de professorado competente que possa atender a demanda no ensino básico e superior 
garantindo, ao mesmo tempo, a constante melhoria da qualidade. 
2.Estimular o desenvolvimento da pesquisa científica por meio da preparação adequada de 
pesquisadores. 
3.Assegurar o treinamento eficaz de técnicos e trabalhadores intelectuais do mais alto padrão para fazer 
face às necessidades do desenvolvimento nacional em todos os setores (Capes, 2014). 
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (Capes) é o órgão responsável por 
avaliar os cursos de pós-graduação stricto sensu: mestrados acadêmicos, mestrados profissionais*** e 
doutorados. Os programas de mestrado acadêmico e de doutorado têm caráter acadêmico e de pesquisa; já o 
mestrado profissional, regulamentado em 1995, tem como característica mais acentuada a “possibilidade de 
aproximar a pesquisa do exercício profissional” (Santos e Hortale, 2014). 
A diferença entre o mestrado acadêmico e o mestrado profissional, é que o primeiro prepara um pesquisador, que deverá 
continuar sua carreira com o doutorado, enquanto no mestrado profissional o que se pretende é imergir um pós-graduando 
na pesquisa, fazer com que a conheça bem, mas não necessariamente que depois continue a pesquisar. O que importa é que 
(1) conheça por experiência própria o que é pesquisar, (2) saiba onde localizar, no futuro, a pesquisa que interesse a sua 
profissão, (3) aprenda como incluir a pesquisa existente e a futura no seu trabalho profissional. (Capes, s/d) 
No Brasil, os cursos de pós-graduação stricto sensu em Psicologia incluem 86 programas com 53 
doutorados, 79 mestrados e 7 mestrados profissionais. A maior parte dos programas, com Psicologia em suas 
denominações, são como “grandes guarda-chuvas que abarcam diferentes subáreas, cuja especificidade aparece 
apenas na delimitação das áreas de concentração ou nas linhas de pesquisa” (Capes, 2016). Em segundo lugar, 
em frequência em termos de denominação, aparece Comportamento (associado à análise do comportamento ou 
à neurociência), seguido por Psicologia Social (oito programas) e Psicologia da/e Saúde (sete programas). Em 
termos de linhas de pesquisa dos programas, a mais frequente é Psicologia Social (n = 47), seguida por 
Psicologia e Saúde (n = 39) e Psicologia do Desenvolvimento (n = 30). 
Embora a saúde conte com cinco programas (Tabela 1.2), muitos psicólogos da área realizam seus 
mestrados e doutorados em outros programas (p. ex., Psicologia) ou em outras áreas (p. ex., Pasqual, 2008#). 
A saúde é uma área cuja atuação é pautada (ou pelo menos existe grande ênfase para que isso ocorra) em 
evidências científicas, um movimento que teve início na Medicina (Sackett et al., 1996) e que se estendeu para 
as demais áreas, incluindo a Psicologia (APA, 2005; Melnik e Atallah, 2011; Gorayeb et al., 2017). Psicologia 
baseada em evidências é “uma forma de transpor a lacuna entre pesquisa e prática clínica, organizando e 
trazendo o conhecimento adquirido em pesquisas científicas para o dia a dia do consultório, do hospital e dos 
demais locais interessados em saúde” (Gorayeb et al., 2017). Já a prática baseada em evidências em Psicologia 
pode ser definida como “a integração entre as melhores pesquisas disponíveis, o conhecimento clínico no 
contexto das características, da cultura e das preferências do paciente” (APA, 2005). 
“Sabidamente, o desempenho da ciência brasileira guarda correlação direta com nosso sistema de pós-
graduação” (Guimarães, 2004). Isso significa que, no Brasil, a produção do conhecimento científico advindo de 
pesquisas está principalmente ligado à universidade e seus cursos de pós-graduação stricto sensu. Assim, é na 
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pós-graduação stricto sensu, especialmente no doutorado, que os psicólogos se tornam independentes para 
produzir conhecimento. 
O impacto das ações de um programa de pós-graduação [stricto sensu] e de seus produtos deve gerar alterações, mudanças, 
transformações que beneficiem a sociedade. Assim, uma pesquisa, conjunto de pesquisas ou um programa de Pós-
Graduação reflete/produz o que a sociedade quer/precisa, ou seja, melhoria nos índices de qualidade de vida, inovação e 
construção da cidadania (Bastos et al., 2016). 
Tabela 1.2 Cursos de pós-graduação stricto sensu com a denominação Psicologia da/e Saúde. 
Instituição Programa ME DO MP 
Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP) Psicologia e 
Saúde 
X – – 
Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) Psicologia da 
Saúde 
– – X 
Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto 
Alegre (UFCSPA) 
Psicologia e 
Saúde 
X – – 
Universidade Estadual da Paraíba (UEPA) Psicologia da 
Saúde 
X – – 
Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) Psicologia da 
Saúde 
X X – 
ME: mestrado; DO: doutorado; MP: mestrado profissional. 
Fonte: Capes (2017). 
Considerações finais 
Historicamente, o curso de Psicologia foi regulamentado em 1962, quando também o Conselho Federal de 
Psicologia (CFP) fixou o currículo mínimo e a duração dos cursos. Muitas mudanças ocorreram nesses 60 anos 
de existência. As décadas de 1960 e 1970 foram marcadas pelo regime militar e pela desmobilização e silêncio 
das entidades em Psicologia como aponta Coimbra (1995). A década de 1980 ficou conhecida como um período 
de “certa calmaria e passividade, assistindo-se a pequenas mudanças, quase ajustes individuais de currículos 
sem qualquer expressão regional ou nacional” (Rocha Jr., 1999), enquanto, na década de 1990, houve grande 
mobilização, com destaque para o Conselho Federal e Conselhos Regionais, voltada para as mudanças relativas 
à formação (Lisboa e Barbosa, 2009). Nessa mesma década, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional/LDB – Lei n. 9.394/96 (Senado Federal, 2005), foi instituída, pelo Ministério da 
Educação, uma Comissão de Especialistas em Ensino de Psicologia para elaborar um projeto de diretrizes 
curriculares a substituir o currículo mínimo (Yamamoto, 2000). Esse documento enfatizou a preocupação com 
o desenvolvimento de competências e habilidades para a formação do futuro profissional (Ferreira Neto, 2004), 
composto por um núcleo comum, organizado em seis eixos estruturantes (Brasil, 2011). 
Muitos estudos tratam do tema formação do psicólogo (Pfromm Netto, 2007; Yamamoto, 2006; Lisboa e 
Barbosa, 2009; Witter et al., 2005; Witter e Ferreira, 2005), mas, como asseguram Witter e Ferreira (2005), 
“por melhor que seja o curso de graduação, não é possível considerar que seja suficiente para formar bem o 
profissional para atuar em qualquer área”. Há lacunas em várias áreas e, para serem supridas, exigem 
complementação adequada. 
Especificamente

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