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Tecnologia de Concreto e Aço Aula Teórica 2 – Cimento: Histórico – Fabricação- Hidratação e Microestrutura TECNOLOGIA DO CONCRETO Cláudio Oliveira Silva USJT Tecnologia de Concreto e Aço Cimento A palavra cimento procede do latim caementum = pedra de alvenaria. Na Antiguidade utilizavam-se pedras fragmentadas e misturadas com lama para construções, especialmente para a base ou alicerce. Do latim, caementum passou para o francês, no século XII, como cément e depois ciment. Em inglês, há registro da forma cement, com a datação histórica de 1489. Cimento na antiguidade http://concreplus.com.br/oconcreto.asp Tecnologia de Concreto e Aço Histórico Mundial Gregos e Romanos Pioneiros na utilização do cimento Cimento Cal + Cinzas vulcânicas Obras Panteão, Coliseu, Basílica de Constantino, etc. PANTEÃO COLISEU BASILICA Tecnologia de Concreto e Aço 1824 Patente do Cimento Portland Joseph Aspdin CALCÁRIO + ARGILA (Calcinados) Essa mistura resultou um pó, que por apresentar características semelhantes a uma pedra abundante da ilha de Portland, foi denominado “cimento Portland”. Cimento Portland Tecnologia de Concreto e Aço Definição Aglomerante hidráulico na forma de pulverulento de cor acinzentada, resultante da queima da mistura de calcário e argila e posterior adição de gesso. Cimento Portland Tecnologia de Concreto e Aço Matérias-primas para Produção do Cimento O Cimento portland depende, principalmente, para sua fabricação, dos seguintes produtos minerais: Calcário; Argila e Gesso. Cimento Portland Jazida de calcário Jazida de argila Jazida de gipsita Tecnologia de Concreto e Aço CALCÁRIO O calcário é o carbonato de cálcio (CaCO3) que se apresenta na natureza com impurezas como óxidos de magnésio (MgO). Carbonato de cálcio puro ou calcita, sob ação do calor, decompõe-se do seguinte modo: CaCO3 100% CaO + CO2 56% 44% Cimento Portland Calcário Tecnologia de Concreto e Aço ARGILA A argila empregada na fabricação do cimento é essencialmente constituída de um silicato de alumíno hidratado, geralmente contendo ferro e outros minerais, em menores proporções. A argila fornece os óxidos SiO2, Al2O3 e Fe2O3 necessários ao processo de fabricação do cimento. Cimento Portland Argila Tecnologia de Concreto e Aço GESSO O gesso é o produto de adição final no processo de fabricação do cimento Portland. Tem como finalidade regular o tempo de pega durante as reações de hidratação. É encontrado sob as formas de gipsita (CaSO4.2H2O), hemidrato ou bassanita (CaSO4.0,5H2O) e anidrita (CaSO4). Gipsita Cimento Portland Tecnologia de Concreto e Aço Distribuição das fábricas de cimento no Brasil (2013) 24 grupos industriais 100 fábricas Capacidade nominal: 86 Mt /ano Produção 2016 57 milhões toneladas 5° Maior produtor mundial Tecnologia de Concreto e Aço Fonte: SNIC, 2012 Panorama Brasileiro de Cimento Tecnologia de Concreto e Aço Principais grupos cimenteiros Tecnologia de Concreto e Aço Produção Mundial Fonte :Snic/Cembureau Maiores produtores mundiais em 2013 4 bilhões de toneladas Tecnologia de Concreto e Aço ETAPAS DA FABRICAÇÃO Extração das matérias-primas Britagem e moagem Dosagem da farinha Homogeneização Queima (Clinquerização) Resfriamento Moagem Ensacamento Fabricação Cimento Portland Tecnologia de Concreto e Aço GRANELEIRO Pré-aquecedor Depósito de Mix Combustíveis Depósito de Clínquer Gesso Clínquer Escória ou pozolana Moinho de Cimento Separador Silos de Cimento Carvão/Coque/óleo Moinho de Coque Homogeneização Calcário Moinho de Cru Argila Calcário Ensacamento Britador Depósito A oferta dos diversos tipos de cimento varia em função do número de silos e da disponibilidade de matéria-prima, da característica do mercado regional. Em geral a fábrica oferece 2 a 3 tipos. Fabricação Cimento Portland Tecnologia de Concreto e Aço Principal matéria-prima na fabricação do cimento Jazida de Calcário (subterrânea) Tecnologia de Concreto e Aço Jazida de Calcário (céu aberto) Principal matéria-prima na fabricação do cimento Tecnologia de Concreto e Aço O material resultante é transportado em caminhões “fora-de-estrada” até a instalação de britagem Transporte Tecnologia de Concreto e Aço Britagem Na britagem, o calcário é reduzido a dimensões adequadas ao processamento industrial Tecnologia de Concreto e Aço Moagem do Calcário Tecnologia de Concreto e Aço A matéria-prima sai do moinho já misturada, pulverizada e seca. Normalmente os moinhos de cru do sistema por via seca trabalham com temperaturas elevadas (300 - 400ºc) no seu interior, o que permite secá-la (menos de 1 % de umidade). Moinho de cru Tecnologia de Concreto e Aço Silos de Homogeneização A MISTURA DE CALCÁRIO COM ARGILA (FARINHA CRUA) É ENVIADA AOS SILOS DE HOMOGENEIZAÇÃO Tecnologia de Concreto e Aço Dosagem Para a produção de 1 tonelada de cimento (20 sacos), são utilizados, em média: Tecnologia de Concreto e Aço São numerosos os métodos de controle da composição química da mistura crua, sendo os métodos seguintes as mais empregados: Módulo hidráulico (Michaelis) Módulo de sílica Módulo de alumina-ferro Dosagem Tecnologia de Concreto e Aço Óxidos fundamentais CaO SiO2 Al2O3 Fe2O3 Óxidos secundários MgO, K2O, Na2O, SO3 MnO, P2O5, TiO2, BaO, F, Cl, Cr2O3, SrO Dosagem Tecnologia de Concreto e Aço CaO: Amplamente encontrado na natureza, sendo a forma mais comum o carbonato de cálcio (calcita, aragonita), presente nos calcários Al2O3 e SiO2: Os componentes argilosos (solos) normalmente suprem as quantidades de Al2O3 e SiO2 necessários para a fabricação do clínquer. Componentes corretivos podem ser adicionados, como bauxita (Al2O3) e areia (SiO2) Fe2O3: minério de ferro, determinados solos argilosos entre outros Dosagem Tecnologia de Concreto e Aço MgO calcários magnesianos (dolomita) K2O e Na2O materiais argilosos (partículas finas de feldspato) SO3 sulfatos (pirita, marcassita) e combustíveis F normalmente adicionado propositalmente sob a forma de CaF2 Cl calcários marinhos P2O5 rochas carbonáticas orgânicas ou rejeitos industriais TiO2 ilmenita (FeTiO3) rútilo (TiO2) Dosagem Tecnologia de Concreto e Aço a) Magnésio (MgO) ação do MgO no processo de peletização do clínquer: 1 a 2% de MgO reduz cerca de 40ºC a temperatura de fusão da fase (CHRISTENSEN & JOHANSEN) MgO substitui o CaO na alita, aumentando o teor desse mineral (GOSWAMI) até 2% o MgO é incorporado pelos constituintes do clínquer > 2% de MgO periclásio Dosagem Tecnologia de Concreto e Aço b) Álcalis (K2O e Na2O) fundentes indesejáveis acima de certos teores ciclos voláteis colagem sulfatos alcalinos reações álcali-agregado K2O > 1,6% e Na2O > 1,2% redução da resistência mecânica (BILLHARDT & KNÖFEL) boa parte dos álcalissão incorporados à belita e ao C3A Dosagem Tecnologia de Concreto e Aço c) Enxofre (SO3) Fonte: matérias-primas e combustíveis Provoca elevação da emissão de SO2 podendo abafar a suspensão do pó do pré-aquecedor Formação de anéis de colagem no forno Sulfatos alcalinos CaSO4 é um bom mineralizador (SANTAMARIA) d) Flúor (F ) O CaF2 é um ótimo fundente (JOHANSEN, LOCHER, GOSWAMI) Sua concentração não deve exceder a 1% provoca a cristalização da fase líquida Excesso de F formação de C3S.CaF2 (de baixa cristalinidade) Praticamente todo fluoreto da farinha sai juntamente com o clínquer não provocando formação de ciclos voláteis Dosagem Tecnologia de Concreto e Aço e) Cloro (Cl ) Altamente nocivos à fabricação do clínquer portland Reagem com álcalis formando anéis Cloreto no cimento ataque às estruturas metálicas do concreto Segundo DUDA teores de Cl > 0,015% by pass f) Fósforo (P2O5) Teores elevados de P2O5 redução das resistências mecânicas do cimento (principalmente às primeiras idades) Excesso de P2O5 estabilização de formas e ’ da belita impedindo a reação com cal livre para formar alita g) Titânio (Ti2O5) 1% de Ti2O5 na farinha reduz de 50 a 100ºC a temperatura de formação da fase líquida (SANTAMARIA) O íon de Ti4+ pode substituir os íons Fe3+ e Al3+, sobretudo no C4AF Dosagem Tecnologia de Concreto e Aço Fabricação Fabricado com 75-80% de calcário e 20-25% de argila, ou por outros componentes que contenham os mesmos componentes químicos. A matéria-prima é extraída das minas, britada e misturada nas proporções corretas. A mistura é colocada em um moinho de matéria-prima e posteriormente cozidas em um forno rotativo a temperatura de 1450oC. Esta mistura cozida deixa o forno e sofre um resfriamento rápido, em torno de 80oC, gerando uma série de reações químicas complexas passando a ser chamado de clínquer. Finalmente o clínquer é moído em um moinho juntamente com 3% a 4% de sulfato de cálcio (gesso). Tecnologia de Concreto e Aço Emissão de Gás Carbônico (CO2) O controle da emissão de CO2, um dos principais causadores do efeito estufa, representa um dos maiores desafios do setor na área do meio ambiente. A indústria do cimento responde por aproximadamente 5% das emissões antrópicas de gás carbônico do mundo. Alguns países emissores de CO2 (kg/ ton. de cimento) Brasil 610 Espanha 698 Inglaterra 839 China 848 Queima Tecnologia de Concreto e Aço Emissão de Gás Carbônico (CO2) por tonelada de cimento Queima Tecnologia de Concreto e Aço No forno, a uma temperatura próxima a 1450oC, o material transforma-se em pelotas escuras - o clínquer. FORNO ROTATIVO Queima Tecnologia de Concreto e Aço Pré- aquecedor < 1 min CaCO3 Zona de calcinação 28 min CO2 Zona de transicão 5 min Zona de queima 10 min Zona de resfriamento 2 min 1400 1200 1000 600 400 200 C3A C4AF Líquido C4AF C2(A,F) C12A7 C3A Cr Líquido Belita Cal livre T [ ºC ] 800 [min] 45 40 35 30 25 20 15 10 5 Tempo de residência Fe2O3 H2O quartzo Minerais de argila quartzo R e la ç ã o d e m a s s a Alita Forno Rotativo com Pré-aquecedor Comprimento do forno/diâmetro do forno ..... aproximadamente 14/1 Dimensões do forno para 2.500 t/d ................. 4.8 x 67 a 5.0 x 74m Velocidade........................................................... aprox. 2 rpm Descarbonatação ............................................... aproximadamente 40% Tecnologia de Concreto e Aço Pré- aquecedor < 1 min Zona de calcinação 2 min CO2 Zona de transicão 15 min Zona de queima 12 min Zona de resfriamento 2 min 1450ºC Alita 1400 1200 1000 800 600 400 200 C3A C4AF Líquido [min] 30 C3A C4AF Cr C2(A,F) C12A7 Belita Cal livre 25 20 15 10 5 Tempo de residência H2O Fe2O3 Minerais de argila quartzo quartzo CaCO3 R e la ç ã o d e m a s s a T [º C ] Comprimento/diâmetro do forno ......... aproximadamente 14/1 Dimensões do forno (2500 t/d).............. 4.0 x 56 a 4.4 x 64m Velocidade .............................................. aproximadamente 3rpm Taxa de combustível no 2ºsistema de queima.... 65% máximo (ar terciário) Descarbonatação................................... aproximadamente 95% Forno rotativo com pré-aquecedor e pre-calcinador Tecnologia de Concreto e Aço Forno rotativo Tecnologia de Concreto e Aço Clínquer Interior do forno Formação do clínquer Tecnologia de Concreto e Aço Clínquer Portland Tecnologia de Concreto e Aço Resfriador Industrial Resfriador de grelhas 1450oC 80oC No forno, como resultado do tratamento sofrido, a matéria-prima transforma-se em clínquer. Na saída, o material apresenta-se na forma de bolas de diâmetro máximo variável entre 1cm a 3cm. As bolas que constituem o clínquer saem do forno a uma temperatura da ordem de 1200ºC a 1300ºC, pois há um início de abaixamento de temperatura, na fase final, ainda no interior do forno. Tecnologia de Concreto e Aço O clínquer sai do forno e passa ao equipamento esfriador, que pode ser de vários tipos. Sua finalidade é reduzir a temperatura rapidamente, pela passagem de uma corrente de ar frio no clínquer. Dependendo da instalação, na saída do esfriador o clínquer apresenta-se com temperatura entre 50ºC e 70ºC, em média. O clínquer, após o esfriamento, é transportado e estocado em depósitos. Resfriador Industrial Tecnologia de Concreto e Aço Clínquer Portland Tecnologia de Concreto e Aço Porosidade do Clínquer Tecnologia de Concreto e Aço Mineralogia do Clínquer Portland C3S C2S C4AF C3A Tecnologia de Concreto e Aço Na moagem final, o sulfato de cálcio e outras adições são misturados ao clínquer, resultando no cimento Moinho de cimento Tecnologia de Concreto e Aço Cimento Portland Tecnologia de Concreto e Aço Silos de estocagem de cimento Silo de cimento Tecnologia de Concreto e Aço O cimento portland resultante da moagem do clínquer, com os aditivos permitidos, é transportado mecânica e pneumaticamente para os silos de cimento a granel, onde é estocado. Após os ensaios finais de qualidade do cimento estocado, ele é enviado aos silos para a operação de ensacamento,operação feita em máquinas especiais que automaticamente enchem os sacos e os soltam assim que atingem o peso especificado de 50 Kg. Ensacamento Tecnologia de Concreto e Aço O produto é estocado nos silos de cimento e expedido em sacos ou a granel Expedição Tecnologia de Concreto e Aço Vídeos Fabricação do Cimento Portland https://www.youtube.com/watch?v=cexOuXY0HPc https://www.youtube.com/watch?v=tnmWHbCHfdQ Tecnologia de Concreto e Aço 32322 O0,65FeO1,2Al2,8SiO 100CaO FSC 3232 2 OAlOFe SiO MS 32 32 OFe OAl MA Fabricação Tecnologia de Concreto e Aço Clínquer Portland Tecnologia de Concreto e Aço PRINCIPAIS Abreviação AlitaC3S Belita C2S Fase Intersticial C3A e C4AF SECUNDÁRIOS CaO livre CaOl Periclásio MgO Mineralogia do Clínquer Portland Tecnologia de Concreto e Aço Composição típica de um clínquer de cimento Portland CaO (C) - 67%; SiO2 (S) - 22%; Al2O3 (A) - 5%; Fe2O3 (F) - 3%; outros óxidos - 3%; Fases cristalinas anidras metaestáveis na temperatura ambiente e estáveis ao serem hidratadas Silicato tricálcico - alita (C3S): 50 – 70% Silicato dicálcico - belita (C2S): 15 – 30% Aluminato tricálcico (C3A): 5-10% Ferroaluminato tetracálcico (C4AF): 5- 15% Outros compostos em menor quantidade Na2O, MnO e K2O, magnésio, enxofre e fósforo elementos traços: Cr, Pb, Zn, V, Ni e outros, (provenientes das MP e combustíveis (estes normalmente portando os resíduos) Composição química do cimento Portland Tecnologia de Concreto e Aço 20 - 100oC Perda de água livre 500 - 600oC Desidroxilação dos argilominerais Transformação do quartzo em quartzo 700 - 900oC Descarbonatação dos carbonatos Primeiras reações em estado sólido com formação de aluminatos e ferroaluminatos cálcicos (C12A7 e C2[A,F]) Primeiros cristais de belita (C2S) Formação de cristobalita a partir do quartzo Reações de formação do clínquer Portland Tecnologia de Concreto e Aço 900 - 1200oC Cristalização da belita Conversão do C12A7 e C2[A,F] em C3A e C4AF (ocorrem apenas reações em estado sólido) 1250 - 1350oC Fusão dos constituintes da fase intersticial (C3A e C4AF) Geração dos primeiros cristais de alita (C3S) a partir dos cristais pré-existentes de belita (C2S) e CaO 1350 - 1450oC Desenvolvimento dos cristais de alita (C3S) Reações de formação do clínquer Portland Tecnologia de Concreto e Aço Embora o cimento Portland consista essencialmente de vários compostos de cálcio, os resultados das análises químicas de rotina são expressos em termos de óxidos dos elementos presentes Composição química do clínquer do Cimento Portland Tecnologia de Concreto e Aço 3CaO.SiO2 : 50-70% resistência mecânica: entre 10 horas e 28 dias; segunda maior liberação de calor de hidratação. Moderada resistência química. Silicato tricálcico - Alita C3S Mineralogia do Clínquer Portland Tecnologia de Concreto e Aço C3S Mineralogia do Clínquer Portland Tecnologia de Concreto e Aço 2CaO.SiO2: 15-30% 4 fases polimórficas (, ’, e ) maior contribuição para a resistência mecânica em idades avançadas, a partir de 45 dias. Superior resistência química. Baixo calor de hidratação. Silicato dicálcico - Belita C2S Mineralogia do Clínquer Portland Tecnologia de Concreto e Aço C2S C3S Mineralogia do Clínquer Portland Tecnologia de Concreto e Aço Contribui para a resistência mecânica no primeiro dia Composto que produz a maior liberação de calor de hidratação. Muito fraca resistência química. Responsável pela pega do cimento Fase Intersticial Mineralogia do Clínquer Portland Aluminato tricálcico - C3A 3CaO.Al2O3: 5% - 10% Ferroaluminato tetracálcico - C4AF 4CaO.Al2O3.Fe2O3: 5% - 15% Baixa resistência mecânica. Elevada resistência química. Baixo calor de hidratação. Tecnologia de Concreto e Aço C3A C4AF Mineralogia do Clínquer Portland Tecnologia de Concreto e Aço Termoquímica da calcinação A formação dos compostos do clínquer consome pouca caloria e os principais valores da formação a 1300°C são: 2CaO + SiO2 → 2CaO.SiO2 - 146 cal/g 3CaO + SiO2 → 3CaO.SiO2 - 111 cal/g 3CaO + Al2O3 → 3CaO.Al2O3 - 21 cal/g 4CaO + Al2O3 + Fe2O3 → 4CaO.Al2O3.Fe2O3 - 25 cal/g Fabricação Tecnologia de Concreto e Aço 0 a 2% - ideal <1% parâmetro para avaliar condições de fabricação componente mais reativo do clínquer: Cal livre (CaOl) Mineralogia do Clínquer Portland Tecnologia de Concreto e Aço CaO l Mineralogia do Clínquer Portland Tecnologia de Concreto e Aço 0 a 6,5% calcário magnesiano se forma com teores de MgO > 1,5% praticamente inerte em ensaios de autoclave expansivo: Periclásio (MgO) Mineralogia do Clínquer Portland Tecnologia de Concreto e Aço C3A C4AF MgO Mineralogia do Clínquer Portland Tecnologia de Concreto e Aço Determinação da composição de compostos através da análise química Robert Herman Bogue Tecnologia de Concreto e Aço Determinação da composição de compostos através da análise química Tecnologia de Concreto e Aço Determinação da composição de compostos através da análise química Tecnologia de Concreto e Aço grãos de cimento adição de água Liberação de calor Formação de gel Formação de agulhas de etringita e CSH Fonte : Mehta &Monteiro Crescimento e entrelaçamento dos cristais Estado endurecido Resistência mecânica NOÇÕES DE HIDRATAÇÃO E PEGA Tecnologia de Concreto e Aço HIDRATAÇÃO DO CIMENTO Tecnologia de Concreto e Aço Le Chatelier: o endurecimento é explicado pelo engavetamento de cristais que se formam pela cristalização de uma solução supersaturada de compostos hidratados menos solúveis que os compostos anidros; Michaelis: a hidratação do cimento dá origem a uma solução supersaturada e formam-se cristais em agulhas e palhetas hexagonais. Há formação de um silicato monocálcico hidratado, pouco solúvel, que dá origem a um gel coloidal, que continua a absorver água. Dessa forma a massa endurece, dando resistência à pasta. Teorias clássicas procuram explicar a hidratação Tecnologia de Concreto e Aço Pega: período de fenômenos químicos, em que ocorrem desprendimento de calor e reações; Início de pega: tempo que decorre desde a adição de água até o início das reações com os compostos de cimento; Fim de pega: situação em que a pasta não sofre mais nenhuma deformação em função de pequenas cargas e se torna um bloco rígido; Falsa pega: o cimento adquire dureza, mas não tem resistência suficiente. Endurecimento: período de fenômenos físicos de secagem e entrelaçamento dos cristais; Pega e endurecimento Tecnologia de Concreto e Aço HIDRATAÇÃO DO CIMENTO Tecnologia de Concreto e Aço grão anidro de cimento Dissolução e formação de novas fases hidratadas 1 2 3 4 NOÇÕES DE HIDRATAÇÃO E PEGA + H2O Tecnologia de Concreto e Aço Perfil típico de fluxo de calor durante as reações de hidratação de um cimento Portland comum HIDRATAÇÃO DO CIMENTO Tecnologia de Concreto e Aço Perfil típico de fluxo de calor durante as reações de hidratação de um cimento Portland comum HIDRATAÇÃO DO CIMENTO Tecnologia de Concreto e Aço HIDRATAÇÃO DO CIMENTO Tecnologia de Concreto e Aço HIDRATAÇÃO DO CIMENTO Tecnologia de Concreto e Aço Principais compostos do cimento Portland Tecnologia de Concreto e Aço A quantidade de água necessária à hidratação completa do cimento é de, aproximadamente, 40% do total de sua massa Hidratação 23% é quimicamente combinada nos produtos de hidratação 17% é absorvida na superfície do gel Metha Tecnologiade Concreto e Aço Por que devemos evitar o excesso de água? Tecnologia de Concreto e Aço CIMENTO + H2O PEGA RESISTÊNCIA 1 2 3 4 C-S-H Hidratação Tecnologia de Concreto e Aço Adições ao Cimento C3A + H2O C3A + H2O + GESSO PEGA RÁPIDA PEGA RETARDADA C3A C4AH13 C4AH13 C3A ETRINGITA (pouco solúvel) Tecnologia de Concreto e Aço Reações químicas Os compostos anidros do cimento Portland reagem com a água, por hidrólise, dando origem a numerosos compostos hidratados. Em forma abreviada são indicadas algumas das principais reações de hidratação dos compostos do cimento: a) gel; b) compostos cristalinos hidratados. Hidratação- fases hidratadas Tecnologia de Concreto e Aço 1) O C3A é o primeiro a reagir, da seguinte forma: C3A + CaO + 12H2O → Al2O3 . 4CaO . 13H2O Hidratação- fases hidratadas Primeiro: Etringita Depois: monosulfoaluminato 2) Sulfoaluminato de cálcio hidratados Baixa resistência mecânica Causador de expansão Ocupa cerca de 15% a 20% do volume da pasta endurecida Tecnologia de Concreto e Aço 3) O C3S reage a seguir: C3S + 4,5 H2O → SiO2 .CaO . 2,5 H2O + 2Ca (OH)2 2C3S + 6H → C3S2 . 3 H + 3Ca (OH)2 4) O C2S reage muito mais tarde, do seguinte modo: C2S + 3,5 H2O → SiO2 . CaO . 2,5 H2O + Ca (OH)2 2C2S + 4H → C3S2.3H + Ca (OH)2 Hidratação - fases hidratadas Tecnologia de Concreto e Aço CSH ( silicato de cálcio hidratado) Notação : C-S-H Relação C/S: 1.5 to 2.0 Principais Características: Elevada área superficial (100 to 700 m2/ g) Maior responsável pela resistência dos cimento Ocupa cerca de 50% a 60% do volume da pasta endurecida Hidratação – fases hidratadas Tecnologia de Concreto e Aço CH ( hidróxido de Cálcio ou portlandita) • Notação : C-H • Baixa resistência mecânica • Pode causar problemas de durabilidade • Ocupa cerca de 20% a 25% do volume da pasta endurecida Hidratação Tecnologia de Concreto e Aço Hidratação Tecnologia de Concreto e Aço Hidratação Tecnologia de Concreto e Aço http://cnx.org/content/m16447/latest/ Hidratação Tecnologia de Concreto e Aço CIMENTO + ÁGUA DISSOLUÇÃO FASES HIDRATADAS Entrelaçamento dos cristais Resistência mecânica C-S-H CH C.A.S.H (Etringita) Agregado E Zona de transição Matriz de pasta de cimento Hidratação Tecnologia de Concreto e Aço + H2O C-S-H + Ca(OH)2 resistência C3S C2S C3A C4AF + H2O + Ca(OH)2 C4AH13 Hidratação proteção às armaduras - lixiviação - carbonatação Tecnologia de Concreto e Aço Vídeos hidratação do cimento Portland https://www.youtube.com/watch?v=dfFFn-UKA_g https://www.youtube.com/watch?v=L4OLBNXMdHk https://www.youtube.com/watch?v=3wbyTiFxYzc https://www.youtube.com/watch?v=VLzoD-g_o5g
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