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DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA 3a Aula: Direito do Trabalho AFT - Teoria e questões Olá pessoal! Confirmam-se os rumores de que o Edital AFT sairá em 2012! Assim, não temos tempo a perder! Espero que estejam todos bem, focados e estudando bastante! Neste curso apresentarei apenas questões da ESAF, banca dos dois últimos concursos AFT (2006 e 2010). Vamos dar início a nossa aula de hoje! Temas: Contrato de Trabalho: Natureza Jurídica; Elementos Essenciais, Duração; Alteração; Suspensão e Interrupção; Término do Contrato. 3.1. Conceito de Contrato de Trabalho: "Contrato de Trabalho stricto sensu é o negócio jurídico pelo qual uma pessoa física (empregado) se obriga, mediante o pagamento de uma contraprestação (salário), a prestar trabalho não eventual em proveito de outra pessoa, física ou jurídica (empregador), a quem fica juridicamente subordinada." (Délio Maranhão) "Contrato de Trabalho é a convenção pela qual um ou vários empregados, mediante certa remuneração e em caráter não-eventual prestam trabalho pessoal, em proveito e sob direção de empregador." (Orlando Gomes) Observem o conceito da CLT! "Contrato Individual de Trabalho é o acordo tácito ou expresso correspondente à relação de emprego". (art. 442 CLT) Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 1 Características do Contrato de Trabalho Contrato de Direito Privado Informal Intuitu personae em relação ao empregado Comutativo Sinalagmático Consensual De trato sucessivo ou débito permanente Oneroso Bilateral DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA > Contrato de direito privado: O Contrato de Trabalho nasce do livre ajuste entre as partes, sendo, portanto um contrato de direito privado e não um contrato de direito público. > Informal: A regra é a informalidade, podendo ser verbal ou tácito, somente por exceção o contrato de trabalho será obrigatoriamente escrito. Exemplificando: atleta, artista e aprendizagem, dentre outros deverão ter o contrato de trabalho celebrado por escrito, segundo previsão legal. > Intuitu personae em relação ao empregado: O empregado deverá prestar os seus serviços de forma pessoal, não podendo fazer-se substituir. > Comutativo: Deverá haver uma equivalência entre o serviço prestado e a contraprestação. > Sinalagmático: As partes obrigam-se as prestações recíprocas e antagônicas. > Consensual: Nasce do livre consentimento das partes. > De trato sucessivo ou de débito permanente: A relação mantida entre o empregado e o empregador é contínua renova-se a cada período. > Oneroso: Há a contraprestação salarial. > Bilateral: Geram direitos e obrigações para ambas as partes. Atenção: É importante falar da classificação do contrato de trabalho. -I- Conforme dispõe o art. 442 da CLT, os contratos de trabalho podem ser: a) Tácito ou Expresso. a1) Tácito: Ocorrerá quando o empregado trabalhar sem ter assinado contrato e sem ter a sua CTPS anotada e o trabalho irá desenvolver-se com a existência de todos os requisitos da relação de emprego. Os sujeitos do contrato de trabalho são o empregado (sempre pessoa física ou natural) e o empregador (pessoa física/natural ou Pessoa jurídica). O empregado tem uma obrigação de fazer que é prestar o trabalho, pessoalmente ao empregador que tem uma obrigação de dar que é pagar o salário ao empregado. Empregado: "Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário". Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 2 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA "Empregado é toda pessoa natural que contrate tácita ou expressamente, a prestação de seus serviços a um tomador a este, efetuados com pessoalidade, onerosidade, não-eventualidade e subordinação". (Maurício Godinho Delgado) Na medida em que o contrato de trabalho pode ser celebrado tacitamente, a simples prestação se serviços, sem qualquer formalização, não impede que seja pactuado um vínculo empregatício entre tomador de serviços e o prestador de trabalho uma vez que estejam presentes os elementos fático- jurídicos da relação de emprego. a2) Expresso: Como o nome já diz será aquele contrato que foi acordado de forma expressa, clara, seja ele escrito ou verbal. b) Verbal ou Escrito: b1) Contrato Verbal: Como o contrato de trabalho é informal, ele necessariamente não precisará ser celebrado de forma escrita, podendo ser oralmente celebrado. Porém, há exceções e alguns contratos por determinação da lei deverão ser celebrados de forma escrita, como por exemplo, o contrato de aprendizagem, o contrato de trabalho temporário, o contrato do atleta, o contrato do artista, dente outros. b2) Contrato Escrito: O art. 29 da CLT estabelece que o empregador deverá anotar em 48 horas a CTPS de seu empregado. 3.2. Natureza Jurídica: A doutrina majoritária entende que o contrato de trabalho é de direito privado e não de direito público, apesar de sofrer limitações, devido ao princípio de proteção do hipossuficiente. Há também a divergência em relação à manifestação ou não de vontade. Observem as teorias abaixo: A doutrina diverge em relação às teorias que caracterizam a natureza jurídica da relação de emprego, sendo apresentadas as seguintes teorias: ia. Teoria Acontratualista: Esta teoria nega a natureza contratual, ao mesmo tempo em que nega a manifestação de vontades. Para esta teoria o simples fato do trabalhador está inserido na empresa já constitui a relação de emprego. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 3 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA 2a. Teoria Institucionalista: Esta teoria aceita a manifestação de vontades, considerando a empresa uma instituição na qual o empregado, obriga-se por uma situação externa a trabalhar para o empregador. Esta teoria sustenta que a empresa é uma instituição, iniciando-se o vínculo jurídico pela inserção do trabalhador na empresa. 3a Teoria Contratualista: Esta teoria defende a necessidade de manifestação de vontade das partes para a formação da relação de emprego. Reconhece a manifestação tácita ou expressa da vontade de celebrar um contrato de trabalho. 3.3. Elementos: O contrato de trabalho é um negócio jurídico, então, para a sua formação deverão estar presentes os requisitos ou elementos do art. 104 do Código Civil. Art. 104 do CC A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. Assim, a validade de um contrato de trabalho está adstrita ao preenchimento de requisitos estabelecidos pelo art. 104 do Código Civil. Vamos analisá-los: > Capacidade: Todo negócio jurídico pressupõe uma declaração de vontade, assim é indispensável a capacidade do agente ao manifestá-la. O No Direito do Trabalho, a capacidade do empregado que será contratado tem regras distintas da regra de capacidade do Direito Civil. O menor de 14 anos é absolutamente incapaz e não poderá firmar contrato de trabalho (artigos 7°, XXXIII da CF/88 e 403 da CLT). O limite de idade para a celebração de um contrato de trabalho é a partir de 16 anos de idade, salvo na condição de aprendiz a partir de 14 anos. Aos 18 anos de idade o menor adquirirá a capacidade plena. Neste ponto, é importante ressaltar que há profissões que possuem outro limite de idade. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 4 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Exemplificando: O peão de boiadeiro possui regra própria, sendo este limite ampliado para 21 anos (Lei 10.220/01) e amãe social, cuja Lei 7.644/87 estabelece o limite de 25 anos de idade para a contratação. O ato praticado pelo absolutamente incapaz, sem que ele esteja representado será nulo. Ao passo que o ato praticado pelo relativamente incapaz, sem a devida assistência será anulável. É importante mencionar a capacidade dos índios, para celebrarem um contrato de trabalho! Índio: De acordo com o antigo código civil de 1916, o índio era considerado silvícola sendo classificado como absolutamente incapaz. O novo código civil em seu artigo 4° remete a capacidade do índio à legislação especial, sendo esta regulamentada pela lei 6001/73, que instituiu o Estatuto do Índio. A lei 6001/73 estabelece que o índio que ainda não estiver integrado à comunidade estará sujeito a um regime tutelar prestado pela União (FUNAI) revelando a incapacidade absoluta deste índio. Para ser liberado do regime tutelar e adquirir a plena capacidade o índio deverá preencher requisitos do art. 9° da Lei 6001. > Idade mínima de 21 anos; > Conhecimento da língua portuguesa; > Habilitação para o exercício de atividade útil na comunidade nacional; > Razoável compreensão dos usos e costumes da comunidade nacional. Os índios podem ser classificados em 03 categorias: 1. Isolados: São aqueles que vivem em grupos desconhecidos ou que tem contato eventual com a comunidade. O índio isolado é considerado incapaz, sendo considerados nulos os atos por ele praticados 2. Em vias de integração: São aqueles que possuem um contrato intermitente com grupos estranhos e com a comunhão nacional já tendo algumas práticas comuns a estas. 3. Integrados: São aqueles que estão totalmente incorporados à comunhão nacional e em exercícios de seus direitos civis (art. 4° da lei 6001/73). Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 5 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA A validade do contrato de trabalho celebrado com o índio deve ser considerada sob dois aspectos: 1°. Quando o índio estiver integrado à comunidade nacional, não há impedimento para que ele assuma as obrigações derivadas de um contrato de trabalho. 2°. Quando o índio for isolado da comunidade nacional, o contrato de trabalho celebrado com ele será nulo de pleno direito pela ausência de capacidade do sujeito. Atenção: Os índios somente poderão ser considerados empregados quando integrados ou em vias de integração à Sociedade Nacional. Nos demais casos (isolado) o contrato celebrado será teoricamente nulo, mas os seus efeitos serão de um contrato. O índio em vias de integração pode ser equiparado ao relativamente incapaz e por isso deve ter a assistência do órgão competente de proteção ao índio (art. 16 da Lei 6001/73). > Objeto: O objeto de um negócio jurídico deverá estar em conformidade com a lei, pois se ele estiver contrário à lei será ilícito e, portanto nulo será o negócio jurídico celebrado com tal objeto. O objeto, além de ser lícito terá que ser possível e determinado ou determinável ao menos pelo gênero e quantidade. Exemplificando: Podemos citar um negócio jurídico celebrado cujo objeto seja o jogo do bicho, este objeto é contrário à lei, pois o jogo do bicho é uma atividade ilícita, portanto nulo será tal negócio jurídico, devido à ilicitude de seu objeto. O reconhecimento de vínculo de emprego (contrato de trabalho) de um apontador de jogo de bicho com o tomador de seus serviços não é possível na justiça do trabalho por tratar-se de exercício de atividade ilícita. A jurisprudência do TST (OJ 199 da SDI-I) considera-se nulo tal forma de prestação de serviços, devido à ilicitude de seu objeto. OJ 199 SDI-1 TST JOGO DO BICHO. CONTRATO DE TRABALHO. NULIDADE. OBJETO ILÍCITO. ARTS. 82 E 145 DO CÓDIGO CIVIL > Forma: O terceiro elemento de validade do negócio jurídico é a forma seja determinada por lei ou não proibida por ela. No direito do trabalho, em regra, a validade do contrato de trabalho não possui forma especial podendo ser escrito ou verbal. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 6 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Excepcionalmente, alguns contratos deverão ser celebrados de forma escrita, como, por exemplo, o contrato do atleta, do aprendiz, do artista, dentre outros. 3.4. Duração: Para falarmos da duração do contrato de trabalho é necessário falar de suas espécies. a) Por prazo determinado ou por prazo indeterminado: O contrato de trabalho poderá ser de prazo determinado ou de prazo indeterminado. O Contrato de Trabalho não se exaure em um único ato, sendo um contrato de trato sucessivo ou débito permanente, portanto a regra é que ele seja pactuado por prazo indeterminado. Tal fato decorre do princípio da continuidade da relação do emprego, que é um princípio basilar do Direito do Trabalho. O contrato de prazo determinado ou contrato a termo é a exceção ao princípio da continuidade da relação de emprego e somente será permitido nos casos previstos em lei. Assim, toda vez que não houver prova da forma como o ajuste foi celebrado, presumir-se-á que o contrato foi celebrado por prazo indeterminado. E, também, quando não forem atendidas as exigências da lei para a celebração de um contrato por prazo determinado, a pactuação entre as partes será considerada como um contrato de prazo indeterminado. Exemplificando: O art. 445 da CLT estabelece que o contrato de trabalho não poderá ser pactuado por mais de 2 anos, e um empregado e um empregador celebram um contrato de trabalho por prazo determinado com duração de 3 anos. Neste caso, o contrato será considerado um contrato de prazo indeterminado. O Contrato de prazo determinado não poderá ser estipulado por período superior a 2 anos (art. 445 da CLT). Art. 445 da CLT O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451. Parágrafo único - O contrato de experiência não poderá exceder de 90 (noventa) dias A1) Contrato de Prazo Determinado: Este tipo de contrato é a exceção e somente será admitido nos casos previstos em lei, porque o princípio da continuidade da relação de emprego é presunção favorável ao empregado. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 7 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA A regra é a de que os contratos sejam pactuados por prazo indeterminado, atendendo então ao princípio da continuidade da relação de emprego, somente por exceção será admitido o contrato de prazo determinado. Contratos de prazo determinado ou a termo são os contratos celebrados por tempo certo ou determinado ou pelo menos de previsão aproximada, como o contrato de safra. As partes já sabem o início e o término do contrato. O Contrato de prazo determinado não poderá ser estipulado por período superior a 2 anos (art. 445 da CLT). Art. 445 da CLT O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451. Parágrafo único - O contrato de experiência não poderá exceder de 90 (noventa) dias Art. 451 da CLT O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou expressamente, for prorrogado mais de uma vez passará a vigorar sem determinação de prazo. Art. 452 da CLT Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de 6 (seis) meses, a outro contrato por prazo determinado, salvo se a expiração deste dependeu da execução de serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos. Este tipo de contrato também é denominado de contrato a termo. São modalidades deste tipo de contrato: as previstas no art. 443 da CLT, na Lei 9.601/98, no trabalho temporário (Lei 6019/74), no contrato de obra certa, no contratode safra e no contrato de aprendizagem. A regra geral estabelecida no art. 452 da CLT é que dois contratos a termo não poderão se suceder, exceto quando entre eles transcorrer prazo superior a 6 meses sem que o empregado trabalhe para aquele empregador, contado da data da terminação do primeiro e do início do segundo contrato. A lei admite duas exceções à regra geral do art. 452 da CLT que irão possibilitar a sucessão de contratos a termo em prazo inferior à seis meses. São elas: quando a expiração do primeiro contrato depender de certos acontecimentos ou da execução de serviços especializados. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 8 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Exemplificando: O exemplo que citarei foi dado pela professora Vólia Bonfim "Uma empregada foi contratada experimentalmente para exercer a função de secretária executiva. Vencido este contrato a termo e não aprovada na experiência o seu empregador, por ter notado os seus conhecimentos técnicos na advocacia a contrata experimentalmente (outro contrato distinto) para exercer a função de advogada". Art. 443 da CLT O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado. § 1° - Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada. § 2° - O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando: a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; b) de atividades empresariais de caráter transitório; c) de contrato de experiência. a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; Por serviços cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo, devemos entender que a necessidade da mão-de- obra é transitória para a empresa. Tal fato ocorrerá quando houver excesso de demanda para substituição de pessoal ou para atender período transitório da atividade. Exemplificando: O empregado que será contratado para cobrir as férias ou a licença-médica de outro empregado. b) de atividades empresariais de caráter transitório; Por atividade empresarial de caráter transitório devemos entender a transitoriedade da atividade da empresa, que de tempos em tempos ficará paralisada e não a atividade do empregado. Exemplificando: Um restaurante de praia que, somente, funciona durante a época de alta temporada. Outro exemplo fábricas de chocolates que somente funcionam na época da páscoa ou também fábricas de panetones, que somente funcionam durante o período natalino. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 9 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA c) de contrato de experiência. O Contrato de experiência ou contrato de prova é uma espécie do gênero contrato de trabalho por prazo determinado porque é submetido a um termo. Este será de no máximo 90 dias podendo ser celebrada apenas uma prorrogação dentro dos 90 dias. Exemplificando: Um empregado celebra um contrato de experiência com o seu empregador por 45 dias, sendo assim, caso haja intenção de prorrogá-lo eles poderão fazê-lo por até mais 45 dias no máximo. É importante ressaltar que caso eles celebrem inicialmente um contrato de experiência por 90 dias, este não poderá ser prorrogado, uma vez que já foi celebrado no seu tempo máximo de duração permitido por lei. Resumindo: Os tipos de contrato por prazo determinado previstos em lei são: a) Art. 443, parágrafo 2° da CLT b) 0 contrato de experiência c) Lei 9601/98 d) Contrato por obra certa (lei 2.959/56) e) Contrato de Safra (Art. 14 da Lei 5.889/73 f) Contrato do Artista (Lei 6.533/78 g) Contrato do Técnico estrangeiro (Decreto-Lei 691/69) h) Contrato do Atleta (Lei 9.615/98) i) Contrato Temporário (Lei 6.019/74) j) Empregados contratados ou transferidos para trabalho no exterior (Lei 7.064/82) a) Art. 443, parágrafo 2° da CLT: Art. 443 da CLT O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado. § 1° - Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada. § 2° - O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando: a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 10 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA b) de atividades empresariais de caráter transitório; c) de contrato de experiência. Por serviços cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo, devemos entender que a necessidade da mão- de-obra é transitória para a empresa. Tal fato ocorrerá quando houver excesso de demanda para substituição de pessoal ou para atender período transitório da atividade. Por atividade empresarial de caráter transitório devemos entender a transitoriedade da atividade da empresa, que de tempos em tempos ficará paralisada e não a atividade do empregado. b) O contrato de experiência: Contrato de experiência ou contrato de prova é uma espécie do gênero contrato de trabalho por prazo determinado porque é submetido a um termo. Este será de no máximo 90 dias podendo ser celebrada apenas uma prorrogação dentro dos 90 dias. c) Lei 9601/98: Esta lei criou uma modalidade de contrato por prazo determinado, que poderá ocorrer quando houver necessidade de acréscimo de mão-de-obra. Tal contratação deverá ser autorizada por acordo ou convenção coletiva. O empregado poderá ser contratado para qualquer atividade da empresa independente das restrições do artigo 443, parágrafo segundo da CLT. Serão admitidas várias prorrogações dentro do prazo máximo de validade de dois anos, não se aplicando a regra do artigo 451 da CLT. O art. 1a , parágrafo 4a da referida lei admite dentro do prazo de validade do contrato a estabilidade do dirigente sindical, do cipeiro, da gestante e do acidentado. d) Contrato por obra certa (lei 2.959/56): O contrato por obra certa é uma espécie de contrato por prazo determinado celebrado com o construtor que exerce atividades em caráter permanente. O construtor será o empregador e realizará a sua atividade em caráter permanente podendo contratar empregados por tempo certo. Há doutrinadores que sustentam a derrogação desta Lei, pelo art. 443, parágrafo 2° da CLT. e) Contrato de Safra (Art. 14 da Lei 5.889/73): O contrato de safra é um tipo de contrato por prazo determinado sob a modalidade de termo incerto, uma vez que ele está sujeito às variações sazonais da atividade agrária. Ele terá início com o preparo e cultivo do solo e o seu término, será com a colheita. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 11 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA f) Contrato do Artista (Lei 6.533/78): O artista poderá ser contratado por tempo determinado e pelo prazo máximo de dois anos, devendo o contrato celebrado ser escrito. g) Contrato do Técnico estrangeiro (Decreto-Lei 691/69): O art. 10° desta lei autoriza que o técnico estrangeiro domiciliado ou residente no exterior poderá ser contratado por tempo determinado para a execução de serviços especializados de forma provisória no Brasil. h) Contrato do Atleta (Lei 9.615/98): O contrato de trabalho celebrado com um atleta deverá ser por prazo determinado com duração de no mínimo3 meses e no máximo 5 anos. i) Contrato Temporário (Lei 6.019/74): Trata-se de uma espécie de contrato por prazo determinado, podendo ser celebrado em casos de substituição de pessoal regular e permanente do tomador ou o acréscimo de serviço. j) Empregados contratados ou transferidos para trabalho no exterior (Lei 7.064/82): Esta lei regula a situação de trabalhadores contratados no Brasil e transferidos para o exterior. Atenção: Cooperativa: É importante explicar que para que uma cooperativa de trabalho seja considerada lícita será necessário ocorrer uma adesão voluntária do cooperado, bem como a dupla qualidade (na qual o cooperado deverá ao mesmo tempo ser cooperado e cliente, a cooperativa deverá prestar serviços ao associado) e a concessão de vantagens (o cooperado deverá receber uma retribuição pessoal). Art. 442, Parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela. Quando os requisitos acima descritos não forem atendidos, a cooperativa será considerada fraudulenta, sendo o contrato celebrado entre a empresa tomadora ou cliente e a cooperativa, nulo de pleno direito (art. 9° da CLT) e o vínculo empregatício irá formar-se com o tomador de serviços, empregador real. Art. 445 - O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451. Parágrafo único - O contrato de experiência não poderá exceder de 90 (noventa) dias. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 12 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Súmula 188 do TST O contrato de experiência pode ser prorrogado, respeitado o limite máximo de 90 (noventa) dias. Efeitos dos contratos de Trabalho: Os efeitos contratuais dividem-se em: • Efeitos contratuais próprios ao contrato de trabalho: Os efeitos contratuais próprios abarcam obrigações dos dois sujeitos trabalhistas: empregado e empregador. Próprios são os efeitos inerentes ao contrato de emprego, como a obrigação do empregador pagar o salário e a obrigação do empregado prestar o trabalho. • Efeitos contratuais conexos ao contrato de trabalho: Conexos são os efeitos resultantes do contrato empregatício que não decorrem da sua natureza, de seu objeto ou do conjunto de suas cláusulas contratuais. Podemos citar como exemplos, os direitos intelectuais devido ao empregado que produza invenção ou outra obra contratual não prevista no objeto contratual. Outro exemplo é a indenização por dano causado ao empregado. Provas: O contrato de trabalho prova-se por todos os meios em direito permitidos. A CTPS é a prova, por excelência. A anotação feita pelo empregador ou por quem o representa, na carteira do empregado, geram contra este presunção juris tantum (relativa) de veracidade. Contra o empregador a presunção de veracidade é absoluta (juris et de jure), porque equivalem a uma confissão. A Súmula 12 do TST é que trata deste tema. Súmula 12 do TST As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado não geram presunção "juris et de jure", mas apenas "juris tantum". Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 13 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Nulidades: O contrato de trabalho é nulo, nos mesmos casos de nulidade do ato jurídico em geral ou quando concluído com o objetivo de fraudar, desvirtuar ou impedir as normas de proteção ao trabalho (art. 9° da CLT). As normas de proteção ao trabalho são imperativas, de ordem pública, por este motivo é que as normas contrárias à elas serão nulas. O contrato de trabalho deverá preencher os requisitos do art. 104 do Código Civil. Art. 104 do CC A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. OJ 199 da SDI-1 do TST JOGO DO BICHO. CONTRATO DE TRABALHO. NULIDADE. OBJETO ILÍCITO. Já estudamos que o reconhecimento de vínculo de emprego (contrato de trabalho) de um apontador de jogo de bicho, com o tomador de seus serviços não é possível na Justiça do Trabalho, por tratar-se de exercício de atividade ilícita. 3.5. Alteração: O art. 468 da CLT trata do princípio da inalterabilidade contratual lesiva, que não admite alterações no contrato de trabalho que importe em prejuízos diretos ou indiretos ao empregado, mesmo que o empregado tenha concordado com tal alteração. Art. 468 da CLT Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Parágrafo único - Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 14 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA É importante frisar que isto não significa que o empregador não poderá alterar o contrato de trabalho, pois há uma regra geral para que a alteração contratual seja válida que é o mútuo consenso acrescido da ausência de prejuízos ao empregado. Qualquer alteração prejudicial, mesmo com a concordância do empregado será nula de pleno direito, devido a presunção relativa de que ocorreu coação na vontade manifestada pelo obreiro. Acontece que por ser o dono do empreendimento o empregador corre o risco do negócio e por isso tem o poder diretivo, podendo alterar algumas cláusulas contratuais de acordo com os interesses da empresa. Trata-se do que a doutrina denomina de "Jus Variandi" do empregador. Como exemplo, poderemos citar a mudança do local de prestação de serviços, desde que observados os limites legais do art. 469 da CLT e também a supressão do adicional noturno quando o empregado for transferido para o período diurno de trabalho (Súmula 265 do TST). Jus variandi é o direito do empregador, em casos excepcionais, de alterar unilateralmente as condições de trabalho de seus empregados, relativas ao salário, função e ao local de prestação de serviços e ao horário de trabalho. O Jus variandi pode ser exemplificado, também, pelos artigos 450, 461, § 4°, e 468 da CLT, que se referem à possibilidade de alteração unilateral, permitindo que o empregador reverta ao cargo efetivo o empregado, que exerce função de confiança. Permite, também, que o empregado que substitui interinamente outro empregado, seja retornado ao cargo anterior. E, que o empregador altere a função do que foi readaptado, em razão de deficiência física ou mental atestada pelo INSS, para exercer funções compatíveis com a limitação que tenha sofrido. Art. 469 da CLT - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio. § 1° - Não estão compreendidos na proibição deste artigo os empregados que exerçam cargos de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço. Súmula 43 do TST Presume-se abusiva a transferência de que trata o § 1° do art. 469 da CLT, sem comprovação da necessidade do serviço Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 15 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA § 2° - É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimentoem que trabalhar o empregado. § 3° - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação. Art. 470 da CLT As despesas resultantes da transferência correrão por conta do empregador. Transferência: (art. 469 da CLT) Requisito i Verbas Exercício de cargo de confiança (art. 469, parágrafo 1° da CLT). Necessidade de serviço Definitiva (recebe ajuda de custo) Provisória (recebe ajuda de custo e adicional de 25%) Previsão implícita ou explícita no contrato de trabalho (art. 469, parágrafo 1° da CLT). Necessidade de serviço Definitiva (recebe ajuda de custo) Provisória (recebe ajuda de custo e adicional de transferência de 25%) Extinção do estabelecimento (art. 469, parágrafo 2° da CLT). Não há Ajuda de custo O art. 469 da CLT trata da transferência do empregado que possui como requisitos: a necessidade do serviço, a mudança de domicílio e a determinação pelo empregador. Portanto, para ficar caracterizada a transferência, ela terá que acarretar necessariamente a mudança de domicílio e de município. A transferência poderá ser unilateral ou bilateral. A transferência unilateralmente pelo empregador somente poderá ocorrer em casos de empregado que exerçam cargos de confiança, empregados cujo contrato tenha a previsão implícita ou explícita de transferência e em caso de extinção do estabelecimento. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 16 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA A transferência bilateral ocorrerá por mútuo consentimento entre empregado e empregador e será definitiva (art. 469, caput da CLT), podendo ocorre com qualquer empregado da empresa, desde que haja o seu consentimento. A transferência definitiva poderá ser unilateral nas hipóteses dos parágrafos 1° e 2° da CLT, devendo ocorrer a real necessidade e não dependendo de anuência do empregado. A transferência poderá ser provisória ou definitiva. > A transferência provisória é aquela que será devido o adicional de 25% ao obreiro. > Poderá ocorrer de forma unilateral, nos termos do art. 469, parágrafo 3° da CLT. > Qualquer empregado da empresa poderá ser transferido provisoriamente, mas deverá ser comprovada a real necessidade do serviço. A seguir, apresento as Súmulas e Orientações Jurisprudenciais do TST, mais importantes que tratam de alteração contratual, gostaria de pedir a vocês para lerem com muita atenção e caso tenham dúvidas estarei à disposição de vocês no fórum! Súmula 29 do TST Empregado transferido, por ato unilateral do empregador, para local mais distante de sua residência, tem direito a suplemento salarial correspondente ao acréscimo da despesa de transporte. OJ 244 da SDI- 1 do TST A redução da carga horária do professor, em virtude da diminuição do número de alunos, não constitui alteração contratual, uma vez que não implica redução do valor da hora-aula. OJ 113 da SDI- 1 do TST O fato de o empregado exercer cargo de confiança ou a existência de previsão de transferência no contrato de trabalho não exclui o direito ao adicional. O pressuposto legal apto a legitimar a percepção do mencionado adicional é a transferência provisória. Súmula 51 do TST I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. II - Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 17 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA 3.7. Suspensão e Interrupção: No contrato de trabalho há situações em que os efeitos ficarão sobrestados e em outras. Os efeitos que estou falando são as obrigações do empregador de pagar o salário, bem como as obrigações do empregado de prestar trabalho. -I- Considera-se interrupção do contrato de trabalho, quando o empregado não presta o trabalho e o empregador fica, mesmo assim, obrigado a pagar-lhe os salários. 4- Na suspensão do contrato de trabalho o empregado não prestará o trabalho e nem o empregador ficará obrigado a pagar-lhe os salários. Atenção: Observem que mais uma vez o que diz o jurista Maurício Godinho Delgado: "Em princípio, praticamente todas as cláusulas contratuais não se aplicam durante a suspensão: não se presta serviço, não se paga salário, não se computa tempo de serviço, não se produzem recolhimentos vinculados ao contrato de trabalho, etc.". > Hipóteses de interrupção do contrato de trabalho: 1. Até dois dias consecutivos em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua CTPS, viva sob sua dependência econômica. 2. Até três dias consecutivos em virtude de casamento. 3. Por um dia em cada 12 meses de trabalho no caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada. 4. Até dois dias, consecutivos ou não, para o fim de se alistar como eleitor, nos termos da lei respectiva. 5. No período do tempo em que tiver de cumprir as exigências do serviço militar. 6. Nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior. 7. Pelo tempo que se fizer necessário quando tiver que comparecer a juízo. 8. Licença-paternidade de 5 dias. 9. Encargos públicos específicos. 10. Acidente de trabalho ou doença nos primeiros 15 dias. 11. Repouso semanal remunerado. 12. Feriados. 13. Licença-maternidade de 120 dias. 14. Licença remunerada em caso de aborto não criminoso de duas semanas. 15. Todas as licenças- remuneradas em geral. 16. Empregado membro da Comissão de conciliação prévia quando atuando como conciliador sempre que for convocado. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 18 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA > Hipóteses de suspensão do contrato de trabalho 1. Acidente de trabalho ou doença após o 15° dia. 2. Durante a prestação do serviço militar obrigatório. 3. Greve (art. 7° da lei 7.783/89). 4. O empregado eleito para o cargo de dirigente sindical (Art. 545 § 2° CLT). Porém, caso haja instrumento normativo estabelecendo que o empregador pagará a remuneração, estaremos diante de uma interrupção do contrato de trabalho. 5. O empregado eleito diretor de S.A. Terá o seu contrato de trabalho suspenso, exceto se permanecer a subordinação jurídica inerente à relação de emprego (S.269 TST). 6. Qualquer espécie de licença não-remunerada. 7. Afastamento do empregado em caso de prisão. 8. Aposentadoria por invalidez (art. 475 CLT). Pela lei da previdência social o prazo máximo para esta suspensão é de cinco anos. Dentro destes cinco anos caso o empregado recupere a sua capacidade de trabalho e a sua aposentadoria sendo cancelada a ele será assegurado o direito à função que ocupava antes da aposentadoria, facultado ao empregador o direito de indenizá-lo por rescisão do contrato de trabalho. 9. Afastamento do empregado para participar de curso de qualificação profissional pelo período de 2 a 5 meses (476-A da CLT). 10. Suspensão disciplinar prevista no art. 474 da CLT. Ressalta-se que não poderá passar de 30 dias sob pena de considerar-se rescisão injusta do contrato de trabalho. 11. O empregado estável somente poderá ser dispensado caso cometa falta grave (art. 492 CLT) podendo o empregado ser suspensodas suas funções quando a falta grave for apurada em inquérito (art. 494 c/c 853 da CLT). 12. As faltas injustificadas ao serviço são hipótese de suspensão do CT, pois o empregado não receberá salário daqueles dias, perdendo inclusive o repouso semanal remunerado. 13. O afastamento do empregado para o exercício de cargos públicos. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 19 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA EM RESUMO: Hipóteses de interrupção Hipóteses de suspensão Pelo tempo que se fizer necessário quando tiver que comparecer a juízo. Licença-maternidade. Acidente de trabalho ou doença após o 15° dia. Licença-paternidade. Qualquer espécie de licença não- remunerada. Licença remunerada em caso de aborto não criminoso. Suspensão disciplinar prevista no art. 474 da CLT. Acidente de trabalho ou doença nos primeiros 15 dias. As faltas injustificadas ao serviço Repouso semanal remunerado e Feriados. Afastamento do empregado para participar de curso de qualificação profissional (476-A da CLT). No período do tempo em que tiver de cumprir as exigências do serviço militar. Durante a prestação do serviço militar obrigatório. Encargos públicos específicos. O afastamento do empregado para o exercício de cargos públicos. Empregado membro da Comissão de conciliação prévia quando atuando como conciliador sempre que for convocado. O empregado eleito diretor de S.A. Terá o seu contrato de trabalho suspenso, exceto se permanecer a subordinação jurídica inerente à relação de emprego (S.269 TST). Por um dia em cada 12 meses de trabalho no caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada. O empregado eleito para o cargo de dirigente sindical (Art. 545 § 2° CLT). Se há instrumento normativo estabelecendo que o empregador pagará a remuneração será interrupção do contrato de trabalho. Até três dias consecutivos em virtude de casamento. Greve (art. 7° da lei 7.783/89). Art. 473, I da CLT. Afastamento do empregado em caso de prisão. Art. 473, V da CLT. Aposentadoria por invalidez (art. 475 CLT). Nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior. O empregado estável somente poderá ser dispensado caso cometa falta grave (492 CLT). Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 20 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Dispositivos legais consolidados: Art. 471 - Ao empregado afastado do emprego, são asseguradas, por ocasião de sua volta, todas as vantagens que, em sua ausência, tenham sido atribuídas à categoria a que pertencia na empresa. Art. 472 - O afastamento do empregado em virtude das exigências do serviço militar, ou de outro encargo público, não constituirá motivo para alteração ou rescisão do contrato de trabalho por parte do empregador. § 1° - Para que o empregado tenha direito a voltar a exercer o cargo do qual se afastou em virtude de exigências do serviço militar ou de encargo público, é indispensável que notifique o empregador dessa intenção, por telegrama ou carta registrada, dentro do prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da data em que se verificar a respectiva baixa ou a terminação do encargo a que estava obrigado. § 2° - Nos contratos por prazo determinado, o tempo de afastamento, se assim acordarem as partes interessadas, não será computado na contagem do prazo para a respectiva terminação. § 3° - Ocorrendo motivo relevante de interesse para a segurança nacional, poderá a autoridade competente solicitar o afastamento do empregado do serviço ou do local de trabalho, sem que se configure a suspensão do contrato de trabalho. § 4° - O afastamento a que se refere o parágrafo anterior será solicitado pela autoridade competente diretamente ao empregador, em representação fundamentada com audiência da Procuradoria Regional do Trabalho, que providenciará desde logo a instauração do competente inquérito administrativo. § 5° - Durante os primeiros 90 (noventa) dias desse afastamento, o empregado continuará percebendo sua remuneração. Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário: I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, viva sob sua dependência econômica; II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento; III - por 1 (um) dia, em caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira semana; Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 21 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA IV - por 1 (um) dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada; V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva; VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar referidas na letra c do art. 65 da Lei n° 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar). VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior. VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo. Súmula 155 do TST - AUSÊNCIA AO SERVIÇO. As horas em que o empregado faltar ao serviço para comparecimento necessário, como parte, à Justiça do Trabalho não serão descontadas de seus salários. IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro. Súmula 89 do TST Se as faltas já são justificadas pela lei, consideram-se como ausências legais e não serão descontadas para o cálculo do período de férias. Art. 474 - A suspensão do empregado por mais de 30 (trinta) dias consecutivos importa na rescisão injusta do contrato de trabalho. Art. 475 - O empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o seu contrato de trabalho durante o prazo fixado pelas leis de previdência social para a efetivação do benefício. § 1° - Recuperando o empregado a capacidade de trabalho e sendo a aposentadoria cancelada, ser-lhe-á assegurado o direito à função que ocupava ao tempo da aposentadoria, facultado, porém, ao empregador, o direito de indenizá-lo por rescisão do contrato de trabalho, nos termos dos arts. 477 e 478, salvo na hipótese de ser ele portador de estabilidade, quando a indenização deverá ser paga na forma do art. 497. § 2° - Se o empregador houver admitido substituto para o aposentado, poderá rescindir, com este, o respectivo contrato de trabalho sem indenização, desde que tenha havido ciência inequívoca da interinidade ao ser celebrado o contrato. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 22 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Súmula 160 do TST Cancelada a aposentadoria por invalidez, mesmo após cinco anos, o trabalhador terá direito de retornar ao emprego, facultado, porém, ao empregador, indenizá-lo na forma da lei. Atenção: Em Abril de 2010 o TST publicou a Orientação Jurisprudencial 375 estabelecendo a fluência da prescrição qüinqüenal, quando o contrato de trabalho estiver suspenso, em virtude de aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença, apenas, excepcionando a hipótese de impossibilidade de acesso ao Judiciário. Nem preciso lembrá-los que por ser recente, esta OJ é tema certo de cair em provas de Processo do Trabalho. OJ 375 da SDI- 1 do TST A suspensão do contrato de trabalho, em virtude da percepçãodo auxílio-doença ou da aposentadoria por invalidez, não impede a fluência da prescrição quinquenal, ressalvada a hipótese de absoluta impossibilidade de acesso ao Judiciário Art. 476 - Em caso de seguro-doença ou auxílio-enfermidade, o empregado é considerado em licença não remunerada, durante o prazo desse benefício. Súmula 371 do TST A projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela concessão do aviso prévio indenizado, tem efeitos limitados às vantagens econômicas obtidas no período de pré-aviso, ou seja, salários, reflexos e verbas rescisórias. No caso de concessão de auxílio-doença no curso do aviso prévio, todavia, só se concretizam os efeitos da dispensa depois de expirado o benefício previdenciário. Art. 476-A - O contrato de trabalho poderá ser suspenso, por um período de dois a cinco meses, para participação do empregado em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador, com duração equivalente à suspensão contratual, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho e aquiescência formal do empregado, observado o disposto no art. 471 desta Consolidação. § 1° - Após a autorização concedida por intermédio de convenção ou acordo coletivo, o empregador deverá notificar o respectivo sindicato, com antecedência mínima de quinze dias da suspensão contratual. § 2° - O contrato de trabalho não poderá ser suspenso em conformidade com o disposto no caput deste artigo mais de uma vez no período de dezesseis meses. § 3° - O empregador poderá conceder ao empregado ajuda compensatória mensal, sem natureza salarial, durante o período de suspensão contratual nos termos do caput deste artigo, com valor a ser definido em convenção ou acordo coletivo. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 23 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA § 4° - Durante o período de suspensão contratual para participação em curso ou programa de qualificação profissional, o empregado fará jus aos benefícios voluntariamente concedidos pelo empregador. § 5° - Se ocorrer a dispensa do empregado no transcurso do período de suspensão contratual ou nos três meses subseqüentes ao seu retorno ao trabalho, o empregador pagará ao empregado, além das parcelas indenizatórias previstas na legislação em vigor, multa a ser estabelecida em convenção ou acordo coletivo, sendo de, no mínimo, cem por cento sobre o valor da última remuneração mensal anterior à suspensão do contrato. § 6° Se durante a suspensão do contrato não for ministrado o curso ou programa de qualificação profissional, ou o empregado permanecer trabalhando para o empregador, ficará descaracterizada a suspensão, sujeitando o empregador ao pagamento imediato dos salários e dos encargos sociais referentes ao período, às penalidades cabíveis previstas na legislação em vigor, bem como às sanções previstas em convenção ou acordo coletivo. § 7° - O prazo limite fixado no caput poderá ser prorrogado mediante convenção ou acordo coletivo de trabalho e aquiescência formal do empregado, desde que o empregador arque com o ônus correspondente ao valor da bolsa de qualificação profissional, no respectivo período. 3.8. Término do Contrato de Trabalho: O contrato de trabalho é, em regra, de prazo indeterminado, somente podendo ser celebrado por prazo determinado, nos casos expressos em lei. Sendo assim, para que ele termine será necessário ocorrer manifestação de vontade de uma das partes, das duas partes ou ocorrer algum fato que possa acarretar na sua terminação, como, por exemplo, a morte do empregado. Os doutrinadores utilizam diversos termos para tratar deste tema, que vão desde terminação, cessação, extinção, até dissolução do contrato de trabalho. Vamos analisar as modalidades de terminação contratual! 3.8.1. Término do contrato de trabalho por ato culposo do empregado (JUSTA CAUSA): Conceito: Justa causa é a prática de um ato pelo empregado que quebrará a fidúcia da relação empregatícia, ou seja, a confiança entre empregado e empregador, permitindo-se que ele seja dispensado sem o recebimento de alguns direitos trabalhistas. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 24 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA A dispensa por justa causa ocorrerá, somente, nas hipóteses previstas em lei, pois o ordenamento jurídico brasileiro adotou o sistema taxativo, ou seja, somente nas hipóteses em que a lei permitir é que o empregado poderá ser dispensado por justa causa. DICA: É vedado ao empregador anotar na CTPS do empregado a penalidade de justa causa aplicada, sob pena de ser compelido a indenizá-lo por dano moral. O empregador detém alguns poderes no contrato de trabalho, o poder disciplinar, o poder de comando e o poder de fiscalizar a prestação de serviços de seu empregado. Sendo assim, o empregador terá o direito de fiscalizar a forma como o empregado está trabalhando e se for necessário aplicar-lhe punição (Poder Disciplinar). São consideradas punições disciplinares: a) advertência escrita ou verbal: Também denominada de admoestação, censura ou repreensão, objetiva punir as faltas leves bem como as reincidentes. Exemplificando: atrasos, faltas injustificadas, etc. b) suspensão disciplinar: Quando o empregado praticar faltas mais graves, o empregador poderá suspendê-lo por até 30 dias, conforme estabelece o art. 474 da CLT. Trata-se de um período de suspensão contratual no qual o empregado não receberá o salário e nem prestará o trabalho. É importante frisar que caso a suspensão extrapole os 30 dias consecutivos, importará no rompimento do contrato de trabalho sem justa causa. c) Justa causa: Segundo o jurista Evaristo de Moraes Filho, justa causa é todo ato doloso ou culposo que faça desaparecer a confiança e a boa-fé que deva entre as partes existir, tornando impossível o prosseguimento da relação de emprego. Portanto, justa causa nada mais é do que a prática de um ato pelo empregado que quebrará a fidúcia da relação empregatícia, ou seja, a confiança entre empregado e empregador. A Justa causa é a pena máxima que um empregador poderá aplicar ao seu empregado, sendo permitida somente nos casos expressos no art. 482 da CLT e em lei. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 25 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Art. 482 da CLT Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: a) ato de improbidade; b) incontinência de conduta ou mau procedimento; c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena; e) desídia no desempenho das respectivas funções; f) embriaguez habitual ou em serviço; g) violação de segredo da empresa; h) ato de indisciplina ou de insubordinação; i) abandono de emprego; j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; l) prática constante de jogos de azar. Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática, devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios contra a segurança nacional. O que vem a ser cada falta tipificada no art. 482 da CLT? Vou explicar cada tipo legal do art. 482 da CLT, citando alguns exemplos:a) Improbidade: é a violação de dever moral por parte do empregado, abrange tudo o que é desonesto e que o empregado pratique; Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 26 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA b) Incontinência de conduta ou mau procedimento: vida irregular, conduta incompatível com o cargo ocupado, desregramento de conduta sexual. c) Negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço: É importante frisar que, neste caso, é imprescindível a existência conjunta de dois requisitos para que possa ser aplicada ao empregado a justa causa: a ausência de permissão do empregador e constituir concorrência para a empresa. Ressalta-se que caso a concorrência seja prejudicial ao serviço sem concorrência com a empresa o empregado também poderá ser dispensado por justa causa. d) Condenação criminal do empregado, passada em^ julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena: É importante tomar cuidado com a necessidade de ocorrer o trânsito em julgado da sentença e de não ter ocorrido a suspensão da execução da pena, o que a doutrina chama de "sursis". Assim, caso tenha ocorrido a suspensão da pena não poderá ser o empregado dispensado por justa causa. e) Desídia no desempenho das respectivas funções: Desídia seria uma síntese de faltas leves, como por exemplo, as modalidades de culpa como imprudência, negligência ou imperícia. Exemplo 1: Um empregado que dirigi um caminhão em alta velocidade e por impudência causa um acidente. Exemplo 2: Um empregado que é negligente em suas funções desempenhando-a de forma leviana, que não presta atenção ao elaborar relatórios calculando sob quaisquer valores e não sob os vetores reais da empresa. Exemplo 3: Um médico, empregado de uma clínica, que ao engessar o braço de um paciente, o faz de forma incorreta, causando seqüelas na paciente. f) Embriaguez habitual ou em serviço: Ressalta-se que a embriaguez em serviço basta ocorrer um a única vez, porém fora do serviço será preciso afetar o desempenho do empregado no trabalho, portanto terá que ser habitual. Há corrente jurisprudencial que entende que o alcoolismo é uma doença e, por isso, não ensejaria a justa causa. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 27 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA O INSS apenas concede o auxílio-doença quando o empregado se interna espontaneamente para cuidar da sua saúde, neste caso de alcoolismo. A doutrina majoritária entende que enquanto não existir lei previdenciária no sentido de conceder o auxílio-doença ao empregado, mesmo quando ele não se interne espontaneamente para se tratar não poderá o alcoolismo ser considerado uma doença, e poderá ensejar a justa causa. g) Violação de segredo da empresa: A doutrina questiona se é necessário haver o prejuízo para a empresa com a violação. Para uma prova objetiva basta considerar que a simples violação de segredo da empresa, por si só, já acarretaria a aplicação da penalidade de justa causa. h) ato de indisciplina ou de insubordinação: Indisciplina é o descumprimento de ordens genéricas, ou seja, dirigidas a todos os empregados. Insubordinação é o descumprimento de ordens específicas, dirigida diretamente a um empregado individualmente. Porém, o empregado não estará obrigado a cumprir ordens ilegais, moralmente ilegítimas, que o diminuam ou o coloquem em grave risco. i) abandono de emprego: Configura-se com a existência dos seguintes requisitos: a) faltas reiteradas consecutivas; b) faltas injustas e não abonadas; c) "animus abandonandi", ou seja, a intenção de abandonar. Recomendo a leitura das Súmulas 32 e 73 do TST. Súmula 73 do TST A ocorrência de justa causa, salvo a de abandono de emprego, no decurso do prazo do aviso prévio dado pelo empregador, retira do empregado qualquer direito às verbas rescisórias de natureza indenizatória. Súmula 32 do TST Presume-se o abandono de emprego se o trabalhador não retornar ao serviço no prazo de 30 (trinta) dias após a cessação do benefício previdenciário nem justificar o motivo de não o fazer. j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem: Praticado contra as pessoas que freqüentam o estabelecimento, como os clientes, por exemplo. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 28 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA k) ato lesivo da honra e boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa própria ou de outrem: Praticado contra empregadores e prepostos. l) prática constante de jogos de azar: a prática reiterada de jogos de azar dará ensejo à aplicação da pena de justa causa ao obreiro. Há autores que defendem a gradação das penas para que a justa causa possa ser aplicada. Porém a corrente majoritária entende que basta apenas um fato gravíssimo para que o empregado seja dispensado por justa causa, independente de ter sido advertido antes. São requisitos para aplicação da justa causa ao obreiro: > Gravidade da falta: A gravidade da falta deverá ser analisada "in concreto", ou seja, com elementos objetivos e subjetivos ligados à personalidade do agente, tais como: a) tempo de serviço do empregado; b) ficha funcional do empregado; c) intenção do empregado; d) local e época do fato; dentre outros. > Contemporaneidade ou Imediatidade: Também denominada simultaneidade caracterizando-se pelo fato de que a punição deverá ser contemporânea ao fato que a ensejou, sob pena de acarretar-se o perdão tácito. Falta não punida é considerada falta perdoada. Exemplificando: Rogério provocou briga em serviço e agrediu, injustamente, Jair, seu colega de trabalho. Em conseqüência, a empresa empregadora puniu Rogério com cinco dias de suspensão. Embora não tenha cometido mais nenhuma falta, após o decurso de um ano, Rogério foi despedido por justa causa, sob a alegação da já mencionada agressão a Jair. Na situação acima descrita a empresa não poderia punir Rogério, uma vez que um dos requisitos para aplicação da Justa causa é a imediatidade e, também, porque a falta praticada já foi punida com a penalidade de suspensão. > Vedação da dupla punição: É o princípio do "Non bis in idem", ou seja, para cada falta praticada somente poderá ocorrer uma única punição. Trata-se do princípio do "non bis in idem", ou seja, uma falta praticada pelo empregado somente poderá ser punida uma vez, assim para cada fato gerador da justa causa deverá ocorrer apenas uma punição. > Proporcionalidade: Na aplicação da justa causa o empregador deverá observar uma relação proporcional entre a falta praticada e a pena aplicada. Para falta leve deverá ser aplicada uma pena leve, como por exemplo, advertência. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 29 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA > Ausência de perdão: O perdão é a ausência de punição para o ato faltoso cometido pelo empregado e poderá ser tácito ou expresso. > Motivo determinante: Prevalece a teoria subjetiva quando ao motivo exposto para a aplicação da justa causa, o que significa dizer que o empregador ficará vinculado ao motivo que determinou a justa causa. > Não discriminação ou tratamento igual: Quando dois ou mais empregados praticarem a mesma falta o empregador não poderá puni- los de forma diferente, sob penas de violar o princípio constitucional da não-discriminação. DICA: Os tipos legais enumerados no art. 482 da CLTsão os da justa causa praticada pelo empregado e os do art. 483 da CLT são os da Justa causa praticada pelo empregador. BIZU DE PROVA: Os tipos legais de justa causa estão contidos nos artigos 158, 240, 482 da CLT e 7° do Decreto 95247/87, 15 da Lei 7.783/89, art. 433, II da CLT, art. 6° - A da Lei 5.859/72, art. 13 da Lei 6.019/74 e em algumas leis esparsas. • O art. 158 da CLT dispõe que é ato faltoso do empregado a recusa injustificada de usar os equipamentos de proteção individual. • O art. 240 do mesmo diploma legal dispõe que em caso de urgência e acidentes nas estradas de ferro, a recusa dos ferroviários em prestar horas extraordinárias é considerada justa causa. Atenção: O art. 508 da CLT foi revogado em dezembro de 2010, ele estabelecia como justa causa do bancário a falta contumaz no pagamento de dívidas legalmente exigíveis. 3.8.2. Término do contrato de trabalho por ato culposo do empregador (DESPEDIDA INDIRETA): Ocorrerá a despedida indireta ou rescisão indireta, quando a falta grave é cometida pelo empregador. As causas estão tipificadas no art. 483 da CLT. Art. 483 da CLT O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando: a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato; Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 30 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo; c) correr perigo manifesto de mal considerável; d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato; e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama; f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários. § 1° - O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir o contrato,quando tiver de desempenhar obrigações legais incompatíveis com a continuação do serviço. § 2° - No caso de morte do empregador constituído em empresa individual, é facultado ao empregado rescindir o contrato de trabalho. § 3° - Nas hipóteses das letras d e g, poderá o empregado pleitear a rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não no serviço até final decisão do processo. Súmula 13 do TST O só pagamento dos salários atrasados em audiência não ilide a mora capaz de determinar a rescisão do contrato de trabalho. 3.8.3. Culpa Recíproca: A culpa recíproca prevista no art. 484 da CLT, ocorre quando tanto o empregado quanto o empregador praticam Justa causa tipificadas nos artigos 482 e 483 da CLT. • Súmula 14 TST Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho o empregado tem direito a 50% do valor do aviso prévio, do 13° salário e das férias proporcionais. • 20% da indenização compensatória do FGTS. Art. 484 da CLT Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato de trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que seria devida em caso de culpa exclusiva do empregador, por metade. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 31 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Súmula 14 do TST Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinqüenta por cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais. > Culpa Recíproca: • Saldo de salários; • Férias vencidas acrescidas de 1/3; • 50% Férias proporcionais acrescidas de 1/3; • 50% do aviso prévio; • 50% 13° salário proporcional; • FGTS acrescido de 20% de indenização compensatória. 3.8.4. . Resumo das Formas de terminação contratual e as respectivas verbas rescisórias: a) Resilição; ocorre quando uma ou ambas as partes resolvem sem justo motivo romper o contrato de trabalho. Poderá ser de 3 tipos: 1. Dispensa sem justa causa do empregado: é quando o empregador dispensa o empregado imotivadamente, neste caso o empregado fará jus aos seguintes direitos: • Aviso prévio trabalhado ou Indenizado. • Saldo de salários. • Indenização das férias integrais não gozadas simples ou em dobro, acrescidas do terço constitucional. • Indenização das férias proporcionais acrescidas do terço constitucional. • Décimo-terceiro salário • indenização compensatória de 40% sobre FGTS. • Levantamento do saldo existente na conta vinculada do FGTS. • Recebimento das guias do seguro-desemprego • Indenização adicional de 1 salário mensal quando dispensado nos 30 dias que antecedem a data base de sua categoria. 2. Pedido de demissão do empregador: O empregado é quem rompe sem motivo o contrato de trabalho. Ao pedir demissão, terá o dever de dar o aviso prévio, sob pena do empregador descontar os salários correspondentes a este período. Fará jus aos seguintes direitos: • Saldo de salários • Indenização das férias integrais não gozadas simples ou em dobro acrescidas do terço constitucional. • Indenização das férias proporcionais acrescidas do terço constitucional, mesmo que o empregado não tenha completado 1 ano de empresa. (S. 261 TST). • Décimo terceiro salário. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 32 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Súmula 261 do TST O empregado que se demite antes de complementar 12 (doze) meses de serviço tem direito a férias proporcionais. 3. Distrato: é a hipótese de resilição contratual em que o contrato de trabalho é extinto por mútuo acordo, tendo o empregado direitos iguais aos da dispensa imotivada deliberada pelo empregador em face do princípio de proteção ao hipossuficiente. b) Resolução: relaciona-se com a inexecução faltosa das obrigações contratuais por parte de um ou dos dois contratantes, podendo ocorrer tanto no contrato por prazo determinado quanto no por prazo indeterminado. Três formas: dispensa do empregado por justa causa, rescisão ou despedida indireta e culpa recíproca. 1. Justa Causa: Quebra da boa-fé e da confiança pelo empregado que praticou ato faltoso tipificados no art. 482 da CLT, sendo incompatível a continuidade da relação de emprego. • Incontinência de conduta: Desregramento ligado à vida sexual do indivíduo. Mau procedimento: Comportamento do empregado na prática de atos que atinjam a moral. • Negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando consistir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado ou for prejudicial ao serviço. • Condenação criminal do empregado passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena. • Desídia no desempenho das respectivas funções: É o desempenho das atividades com negligência, imprudência ou imperícia. • Embriaguez habitual ou em serviço. • Violação de segredo da empresa. • Ato de Indisciplina ou Insubordinação. • Abandono de emprego: ausência reiterada e injustificada do empregado ao trabalho por certo período de tempo, de 30 dias contínuos. (S. 32 TST) Súmula 32 do TST ABANDONO DE EMPREGO Presume-se o abandono de emprego se o trabalhador não retornar ao serviço no prazo de 30 (trinta) dias após a cessação do benefício previdenciário nem justificar o motivo de não o fazer. • Ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa ou ofensas físicas nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa própria ou de outrem. Exs. Agressão moral ou física praticada no ambiente de trabalhaa outros empregados ou a terceiros. • Atos lesivos da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador ou superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa própria ou de outrem. • Prática constantes de jogos de azar. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 33 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Exemplos: Loterias, bingos A doutrina entende que somente será considerada justa causa se perturbar o ambiente de trabalho. • Atos atentórios à segurança nacional. • Outras hipóteses: Não uso dos EPIS e não observância das normas de medicina e segurança do trabalho, declaração falsa sobre o percurso abrangido pelo vale-transporte ou o seu uso indevido, Atos graves praticados na greve em desrespeito à lei 7.783/89, bancário que reiteradamente deixa de pagar dívidas legalmente exigíveis, entre outros. Configurada a demissão por Justa causa o empregado terá direito a saldo de salários e a Férias simples ou em dobro acrescidas de 1/3. Atenção: ELE NÃO TERÁ DIREITO: • FÉRIAS PROPORCIONAIS • AVISO PRÉVIO • 13° SALÁRIO • LEVANTAMENTO DE FGTS • 40% DE INDENIZAÇÃO COMPENSATÓRIA • GUIAS CD/SD 2. Rescisão ou despedida Indireta: Ocorre quando a falta grave é cometida pelo empregador. Estão tipificadas no art. 483 da CLT. • Forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes ou alheios ao contrato. Ex. Mulher só poderá carregar no máximo 20 quilos e o empregador exige que ela carregue 40 quilos. • For tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivos. • Correr perigo manifesto de um mal considerável. • Não cumprir o empregador as obrigações do contrato. • Praticar o empregador ou seus prepostos contra ele ou pessoas de sua família ato lesivo da honra e boa fama. • Empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente salvo em caso de legítima defesa própria ou de outrem. • O empregador reduzir o seu trabalho por peça ou por tarefa de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários. • Art. 407 CLT: Menor mudar de função. 3. Culpa Recíproca: Prevista no art. 484 da CLT, ocorre quanto tanto o empregado quanto o empregador praticam Justa causa tipificadas nos artigos 482 e 483 da CLT. • S. 14 TST Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho o empregado tem direito a 50% do valor do aviso prévio, do 13° salário e das férias proporcionais. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 34 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA • 20% da indenização compensatória do FGTS. Súmula 14 do TST Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinqüenta por cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais. c) Rescisão: A rescisão contratual corresponde a ruptura do contrato de trabalho decorrente de nulidade. Ex. A administração pública direta ou indireta contrata sem concurso público, gerando nulidade do contrato de trabalho. Súmula 363 do TST A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia aprovação em concurso público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2°, somente lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do FGTS. 3.8.5. Aviso Prévio: O instituto do aviso prévio é a comunicação antecipada de uma parte à outra, do desejo de rescindir o contrato de trabalho, sem justa causa, com a antecedência a que estiver obrigada por lei. A natureza jurídica do aviso prévio é ato unilateral, receptício e potestativo. Forma: O aviso prévio prescinde de forma especial, podendo ser dado verbalmente ou por escrito. Prazo: O prazo mínimo, para que esta comunicação seja feita, será de 30 dias, conforme previsto no art. 7°, XXI da Constituição Federal de 1988. Art. 7° XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; Até a presente data não há uma lei estabelecendo o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, previsto na Constituição Federal. Assim, o prazo mínimo do aviso prévio será de 30 dias e não há que se falar em aviso prévio proporcional. O aviso prévio proporcional é um instituto que dependerá de regulamentação legal. Neste sentido temos a Orientação Jurisprudencial 84 da SDI- 1 do TST. OJ 84 da SDI- 1 do TST A proporcionalidade do aviso prévio, com base no tempo de serviço, depende da legislação regulamentadora, visto que o art. 7°, inc. XXI, da CF/1988 não é auto-aplicável. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 35 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA De acordo com a OJ 84 podemos concluir que não há o aviso prévio proporcional enquanto não for editada uma lei que regulamente o art. 7°, XXI da CF/88. Portanto, é importante lembrar que o inciso I do art. 487 da CLT está derrogado pela CF/88. Art. 487 da CLT Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima de: I - 8 (oito) dias, se o pagamento for efetuado por semana ou tempo inferior; (Derrogado pela CF/88) II - 30 (trinta) dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12 (doze) meses de serviço na empresa. É importante ressaltar que o prazo de 30 dias, previsto constitucionalmente é prazo mínimo. Sendo assim, as partes poderão pactuar um prazo maior por norma coletiva (convenção coletiva ou acordo coletivo). É neste sentido que a Orientação Jurisprudencial 367 da SDI-1 do TST regulamenta que o prazo de 60 dias de aviso prévio previsto por norma coletiva será computado como tempo de serviço. E também, estabelece que este prazo deverá ser considerado para o cálculo de todas as verbas rescisórias. OJ 367 da SDI-1 do TST O prazo de aviso prévio de 60 dias, concedido por meio de norma coletiva que silencia sobre alcance de seus efeitos jurídicos, computa-se integralmente como tempo de serviço, nos termos do § 1° do art. 487 da CLT, repercutindo nas verbas rescisórias. Art. 487 da CLT Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima de: (30 dias) § 1° - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 36 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Súmula 380 do TST Aplica-se a regra prevista no "caput" do art. 132 do Código Civil de 2002 à contagem do prazo do aviso prévio, excluindo-se o dia do começo e incluindo o do vencimento. Prof. Deborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 7 DIREITO DO TRABALHO AFT - TEORIA E QUESTÕES PROFESSORA: DEBORAH PAIVA Em relação à contagem do prazo do aviso de prévio, temos a Súmula 380 do TST, mas antes de analisá-la, vou tecer uma linha do tempo em relação aos dispositivos legais e entendimentos jurisprudenciais que acabaram por dar ensejo à elaboração da Súmula 380 do TST. A Súmula 380 do TST originou-se através da conversão da Orientação Jurisprudencial 122 da SDI-1 do TST em 2005, pela resolução 129 do TST. Ela está em consonância com os artigos 8° da CLT e 132 do Código Civil. O art. 8° da CLT, em seu parágrafo único, admite que o Direito Civil seja fonte subsidiária do Direito do Trabalho. Sendo assim, o entendimento consubstanciado na Súmula 380 que
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