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Educação Ambiental e Turismo Sustentável

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Aula 7 – Educação ambiental
Educação Ambiental para Autotransformação
Aperfeiçoar as relações entre o homem e o meio ambiente passa por uma modificação interior que inclui ações que equilibrem seu corpo, seu bem-estar e suas emoções.
No estágio seguinte, deve-se evoluir para mudanças no ambiente das relações sociais com os demais indivíduos e com as instituições. Não é difícil imaginar onde esse processo contínuo pode chegar: na transformação das relações que as sociedades atuais cultivam com o mundo.
Chegamos a um ponto importante. Se a educação ambiental transcende seu aspecto puramente comportamental para chegar a outras esferas sociais de apelos mais universais, ganha-se um componente político e cultural e não pode abrir mão de formar indivíduos críticos de seu papel histórico. E mais: deve-se alimentar estes indivíduos com um leque de alternativas nos diversos campos do conhecimento que permita uma ponderação crítica capaz de integrar esse processo educacional à própria construção de uma realidade mais balanceada, mais equilibrada. A educação ambiental que não seja capaz de transformar pessoas perde essencialmente o seu próprio sentido.
Se as mudanças são o resultado de um processo emancipatório, é essencial que dele participe o poder público. A educação ambiental precisa ser adotada pelo poder público em todas as suas dimensões, mas com a participação efetiva da sociedade.
À medida que a sociedade participa, ela se ajusta ao seu papel de protagonista nas decisões tomadas e se vê arraigada no ato educativo. Qual o resultado disso? No diálogo e no convívio entre sociedade e poder público, a educação ambiental e sustentável por fim torna-se política pública. Então, o Estado tem a obrigação de mediar este diálogo e construir democraticamente junto com a sociedade as bases deste projeto educacional.
Os próximos tópicos vão conduzir a outra reflexão. E quanto ao papel da educação ambiental exercida no ambiente turístico? Os compromissos de um projeto de educação para o turismo envolvem necessariamente a educação ambiental? Vamos avançar neste debate na próxima seção.
Ler texto Complementar
A Educação para o Turismo: Turistas e Comunidade
A partir de meados do século XVIII, o modelo industrial imposto à civilização pelas fábricas européias moldou uma nova forma de produção de trabalho, baseado na mecanização da agricultura e na urbanização crescente, tendo como resultado a concentração demográfica em torno das cidades.
Vários autores defendem que o turismo moderno é um reflexo dessa dinâmica, na medida em que capturou a racionalidade capitalista de usar os recursos naturais a fim de executar as trocas monetárias.  
A educação ambiental, como vimos, tem como objetivo formar cidadãos conscientes de sua relação com a natureza e com seu habitat. Diante disso, podemos concluir que a humanidade veio interferindo no ambiente durante o século XX para atender às corporações internacionais e gerar satisfação nos turistas.
O projeto educacional foi ganhando no final do século, um sentido contrário: cultivar pessoas conscientes de seu papel e de sua afinidade com o meio ambiente de modo a priorizar a sustentabilidade, através do uso racional dos recursos naturais, preservando o seu usufruto para as gerações futuras.   
A Educação para o Turismo: Turistas e Comunidade
De forma previsível, surgiram tensões e conflitos quanto ao uso do espaço e dos recursos em função das técnicas disponíveis e da maneira como se deu a relação entre a lógica capitalista e o turismo. Uma das formas pelas quais o sistema turístico procurou acomodar esta tensão e que contribuiu para o início de um novo período foi oferecer a fuga da vida difícil da cidade e a viagem para o campo, fazer caminhadas na beira do mar ou programar excursões individuais ou em grupo.
O turismo assim encontra o seu próprio caminho numa tentativa de ajustar essa relação conflitante: institui-se a prática do ecoturismo, um segmento que teoricamente pretende utilizar de forma sustentável o patrimônio natural e cultural, incentivar sua conservação e buscar a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas.
O problema é que este setor deixou de aparelhar os locais visitados e passou a preparar as pessoas para conhecerem os locais e, como já foi relatado por muitos autores, uma vez que a maioria dos turistas ainda não possui a concepção adequada para respeitar a natureza, mais uma vez nos vemos com o velho problema: a lógica capitalista prevalece também no ecoturismo. Se o principal objetivo da educação ambiental é o desenvolvimento sustentável, que inclui a prática do turismo sustentável, esta dinâmica não pode ser executada em prejuízo da qualidade de vida do núcleo receptor do turismo. 
Como harmonizar uma experiência envolvente para o turista e ainda manter a qualidade do meio ambiente dos quais todos dependem?
O processo de conscientização quanto à preservação do meio ambiente deve ser realizado através de projetos de educação ambiental nos quais sejam absorvidos tanto os atores diretos da cadeia produtiva do turismo (empreendedores, órgãos públicos e turistas) como os indiretos (sociedade, biólogos, ambientalistas, pesquisadores). Assim, é a escola que passa a ter um papel fundamental nesta mediação, pois esta é responsável pela educação e constituição do cidadão.
A partir deste ponto, não podemos avançar muito como turismólogos, pois estes programas, embora sejam o primeiro passo para a modificação dos padrões de comportamento e consumo das crianças e dos jovens, não é uma atribuição direta do profissional de turismo. Então, nossa atenção deve-se voltar para o objetivo de tornar os turistas e os operadores turísticos em agentes ativos no processo de obter melhor qualidade de vida e adequado relacionamento com o meio ambiente natural.
A Accor lançou a Earth Guest Research, uma plataforma de pesquisa do conhecimento partilhado sobre o conhecimento e educação sustentável na indústria da hospitalidade. A rede hoteleira, uma das mais conhecidas no mundo por suas iniciativas sustentáveis entende que seu papel é contribuir para o turismo sustentável, o conhecimento e o progresso dos atores da indústria da hospitalidade: sociedade e hóspedes. Defende a ideia de que um hotel sustentável é uma realização educacional coletiva e defende o envolvimento dos hóspedes. Uma das premissas da organização é o método de trabalho: transparência e diálogo para um melhoramento contínuo. Conheça alguns resultados estatísticos quanto às expectativas dos hóspedes da Rede Accor na questão da sustentabilidade na indústria da hospitalidade.
A Educação no Processo Econômico e no Turismo
O tipo de educação ambiental que deve ser praticada no ambiente turístico se confunde com a própria definição de “educação para o turismo”, conforme alguns autores preferem. Ora, isso é até natural, uma vez que uma das maiores motivações das viagens dos turistas tem sido manifestada pela fuga dos ambientes urbanos e a busca do contato com a biodiversidade preservada.
A educação ambiental precisa ser desenvolvida, segundo Ruschmann (2002), por meio de programas não formais, conclamando o que a autora chama de “cidadão-turista” a uma participação consciente na proteção do meio ambiente não apenas durante seu período de férias, mas ampliando esta atuação ao cotidiano, no local de sua moradia.
Na outra ponta deste processo está o poder público, como vimos. Não somente o turista deve ser educado, mas as ações de conscientização ambiental devem, essencialmente, partir do setor público. Isso se deve ao fato de que, como dono dos recursos naturais, é o responsável natural pelas leis de zoneamento de uso e ocupação do solo, além de constituir-se em agente permissionário das corporações interessadas em lucrar no curto prazo. Desse modo, é pela atuação do poder público que se pode começar a inverter a postura de empresários do setor com relação à proteção do meio ambiente, já que estes valores ligadosà preservação devem ser repassados aos seus clientes.
A educação no processo econômico e no turismo
De que maneira os operadores turísticos podem colaborar?
Ruschmann enumera algumas iniciativas:
• elaborar roteiros ecologicamente adequados;
• capacitar os guias a explicitar conteúdos ecológicos vinculados aos destinos turísticos visitados, tanto quanto possível;
• empregar material reciclado nos meios de reprodução gráfica de material promocional;
• utilizar meios de transporte não poluentes nos destinos;
• servir-se de materiais ambientalmente adequados nas instalações das unidades de entretenimento e lazer;
• implantar projetos arquitetônicos harmonizados com as paisagens;
• preparar roteiros cujas programações sejam voltadas para a integração do turista com o meio que visita.
O que é responsabilidade ambiental?
Este é outro tema que periodicamente é explorado nas provas do Enade. A responsabilidade ambiental é um conjunto de atitudes, individuais ou empresariais voltado para o desenvolvimento sustentável do planeta. Estas atitudes devem levar em conta o crescimento econômico combinado à proteção do meio ambiente tanto no presente como para as gerações futuras, garantindo a sustentabilidade.
É preciso levar em conta que, quando um destino turístico natural passa do estágio de 
introdução para a fase de crescimento, ele se encaminha rapidamente para a 
maturidade e, então, necessita adequar seus equipamentos e sua oferta técnica para 
atender a essa demanda. 
Para evitar o descrédito dos turistas, é necessário que o poder 
público em parceira com o setor privado desenvolva uma política educacional ecológica 
calculada nos seguintes pontos adaptados da lista original de Dóris Ruschmann (2002, 
p. 80):
• Despender esforços de proteção crescente e ter uma grande disciplina, a fim de 
evitar os impactos e a sua ampliação,
• mover os profissionais envolvidos nos serviços receptivos a uma nova atitude 
orientada ao cliente de perfil ecológico, de que eles atenderão o hóspede em vez de 
suportá-lo,
• elaborar uma sinalização coerente para facilitar o encaminhamento dos visitantes até 
o destino turístico e no local priorizar as informações relativas ao patrimônio histórico-
cultural e/ou à preservação do ambiente natural,
• disponibilizar informações práticas e técnicas, fornecidas pelos órgãos públicos e 
pelos operadores turísticos,
• mobilizar pessoas formadoras de opinião junto aos órgãos públicos e operadores 
turísticos a fim de melhorar os serviços de atendimento ao turista,
• renovar, modernizar e equipar os alojamentos específicos de acordo com as 
certificações exigidas pelos órgãos ambientais nacionais e internacionais.
Neste processo de sensibilização e educação ambiental, o meio natural e o desenvolvimento turístico devem constituir faces de uma mesma moeda. É ainda Ruschmann que reforça o fato de que quando se trata de um atrativo turístico não se pode pensar exclusivamente na valorização ou na gestão deste patrimônio, sem levar em conta seus efeitos sobre a comunidade receptora, o seu ciclo produtivo e o meio natural.

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