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RESPOSTA CASO CONCRETO 01 (PROCESSO CIVIL IV)

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NOME: GABRIEL VITORINO DA SILVA MATRÍCULA: 201502161699
CASO CONCRETO 01
(PROCESSO CIVIL IV)
 Questão nº 1. Ao iniciar o cumprimento de sentença envolvendo obrigação de pagar, o credor pretende que seja penhorado um bem imóvel do devedor, avaliado em R$ 1.000.000,00 (um milhão de Reais), para pagamento de uma dívida de apenas R$ 10.000,00 (dez mil Reais). O devedor, por meio do seu patrono, peticiona ao juízo informando que possui um veículo automotor avaliado em R$ 30.000,00 (trinta mil Reais), valor que é mais compatível com o do débito, requerendo a substituição do bem penhorado em atenção ao princípio do menor sacrifício ao executado. Indaga-se: deve ser deferido o pleito do executado?
Resposta: Pelo princípio da economia da execução (art.805 CPC) e menos gravoso ao devedor (Princípio do menor sacrifício do executado) deve ser atendido o pleito do executado. Assim, para garantir ao credor o pagamento da dívida, o bem penhorado do executado será o veículo automotor ao invés do imóvel.
Lei nº 13.105 de 16 de Março de 2015 Código de Processo Civil.
Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados.
Questão nº 2. (XVI Exame de Ordem Unificado – FGV)
Daniel possui uma pequena mercearia e costuma aceitar cheques de seus clientes, como forma de pagamento. Ocorre que, no último mês, três dos cheques apresentados no prazo foram devolvidos por insuficiência de fundos. Daniel não obteve êxito na cobrança amigável, não lhe restando, portanto, outra alternativa senão recorrer ao Poder Judiciário. Com base nessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta.
a) Daniel pode cumular várias execuções, sendo o devedor, ainda que fundadas em títulos diferentes e diversa a forma do processo, desde que o juízo seja competente para todas.
b) É vedado ao juiz examinar de ofício os requisitos que autorizam a cumulação de execuções.
c) Daniel pode cumular várias execuções, fundadas em títulos diferentes, ainda que diversos os devedores, desde que para todas elas seja competente o juízo e idêntica a forma do processo.
(d) Daniel pode cumular várias execuções, sendo o mesmo devedor, ainda que fundadas em títulos diversos, de que seja competente o juízo e haja identidade na forma do processo. (Artigo 780 CPC).
Lei nº 13.105 de 16 de Março de 2015 Código de Processo Civil.
Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento.
Ementa
Tribunal de Justiça de São Paulo TJ-SP : 20328816920188260000 SP 2032881-69.2018.8.26.0000
EXECUÇÃO – AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS POR OFICIAL DE JUSTIÇA – Possibilidade – Art. 870 do CPC/2015 – Necessidade de nomeação de perícia específica, que não restou demonstrada – Atendimento ao princípio da menor gravosidade – Art. 805, CPC/2015 - RECURSO PROVIDO.
(TJ-SP 20328816920188260000 SP 2032881-69.2018.8.26.0000, Relator: Sérgio Shimura, Data de Julgamento: 18/05/2018, 23ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 18/05/2018)
PODER JUDICIÁRIO
JURISPRUDÊNCIA
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Registro: 2018.0000367191
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº 2032881-69.2018.8.26.0000, da Comarca de Itatiba, em que é agravante BANCO ITAÚ S/A, são agravados R & Z MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO LTDA, RICARDO TESCAROLLO e EDGARD FERRARI ZUPARDO.
ACORDAM , em sessão permanente e virtual da 23ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Deram provimento ao recurso. V. U. , de conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Desembargadores J. B. FRANCO DE GODOI (Presidente) e JOSÉ MARCOS MARRONE.
São Paulo, 18 de maio de 2018.
Sérgio Shimura
Relator
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
VOTO Nº 22373
Agravo de Instrumento n. 2032881-69.2018.8.26.0000
Comarca: Itatiba (2ª Vara Cível)
Agravante: BANCO ITAÚ S/A
Agravados: R&Z MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO LTDA E OUTROS
EXECUÇÃO AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS POR OFICIAL DE JUSTIÇA Possibilidade Art. 870 do CPC/2015
Necessidade de nomeação de perícia específica, que não restou demonstrada Atendimento ao princípio da menor gravosidade Art. 805, CPC/2015 - RECURSO PROVIDO.
Trata-se de Agravo de Instrumento interposto por BANCO ITAÚ S/A contra a r. decisão que, em execução, indeferiu o pedido do agravante de avaliação dos bens penhorados pelo Oficial de Justiça, sob o fundamento de que, em razão das benfeitorias realizadas, é necessário conhecimento técnico.
Diz o recorrente que a avaliação do imóvel é simples, não havendo necessidade de nomeação de perito. Invoca o art. 870 do CPC/2015, arguindo que a nomeação de perito só é necessária em casos excepcionais, nos quais necessite conhecimento técnico, o que não é o caso dos autos.
Deferido o pedido de efeito suspensivo (fls. 160), não sobreveio resposta recursal (fls. 163). É o relatório.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Depreende-se dos autos que, em 05/12/2017, BANCO ITAÚ S/A, ora agravante, ajuizou execução de título extrajudicial contra os agravados, cobrando R$ 165.884,74, decorrente do inadimplemento de cédula de crédito bancário (fls. 05/08).
Em 22/01/2018, o exequente requereu a penhora do imóvel de Matrícula nº 3009 do Cartório de Registro de Imóveis de Itatiba/SP, de propriedade do coexecutado Ricardo Tescarollo, requerendo, nessa oportunidade, a avaliação do bem por oficial de justiça (fls. 78/87 dos autos de origem).
Sobreveio a r. decisão agravada, que deferiu a penhora sobre o aludido imóvel; no entanto, indeferiu que a avaliação fosse realizada por Oficial de justiça, sob o fundamento de que, em razão das benfeitorias realizadas, é necessário conhecimento técnico, nomeando perito (fls. 26/27). Respeitado entendimento em contrário, o recurso comporta guarida.
No caso em tela, o objeto da avaliação é um prédio e respectivo terreno, com suas divisas, medidas e confrontações constantes na matrícula nº 3009 do Cartório de Registro de Imóveis de Itatiba/SP, com frente para a Rua João Franco Penteado, nº 215, em Itatiba/SP. A regra estipulada no caput art. 870 do CPC/2015 é a de que a avaliação será feita pelo oficial de justiça; o parágrafo único estabelece que o juiz nomeará avaliador, se forem necessários conhecimentos especializados e o valor da execução o comportar, o que não é o caso dos autos.
Desse modo, pelo que se pode depreender dos autos, a avaliação pode se dar com base no valor médio de mercado dos imóveis na região, com pesquisa junto às imobiliárias, não exigindo a aplicação de conhecimentos técnicos especializados.
Além disso, a avaliação pelo oficial de justiça vem ao encontro do princípio da menor gravosidade ao devedor (art. 805, CPC/2015).
Nesse sentido já decidiu essa 23ª Câmara de Direito Privado: "EXECUÇÃO POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL Avaliação
Indeferimento de avaliação de imóvel por Oficial de Justiça Inteligência do art. 680 do CPC Necessidade de nomeação de perito não demonstrada
Decisão reformada Recurso provido" (Agravo de Instrumento nº 2097584-14.2015.8.26.0000, Rel. Des. J. B. Franco de Godoi, 23ª Câmara de Direito Privado, j. 19/08/2015).
“EXECUÇÃO POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL
Avaliação Determinação de diligência pelo oficial de justiça Decisão escorreita Inteligência do art. 680 do CPC Necessidade de nomeação de perito não demonstrada Juízo deprecado que agiu de acordo com as normas processuais Recurso improvido” (Agravo de Instrumento nº 2013455-76.2015.8.26.0000, Rel. Des. J. B. Franco de Godoi, 23ª Câmara de Direito Privado, j. 27/05/2015).

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