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LOGOSOFIA
Publicação Cultural da Fundação Logosófica Nº25
Edição comemorativa do 8º Endel 
Encontro Nacional dos Docentes de Escolas Logosóficas
Artigos de referência e relatos de experiências
no ambiente educacional orientadas pela
Pedagogia 
Logosófica
Publicação cultural da Fundação Logosófica
em Prol da Superação Humana
LOGOSOFIA
Os interessados em conhecer os exemplares 
anteriores deverão acessar o site 
www.logosofia.org.br, seção “Cadastro de 
Interessados”, e preencher seus dados.
EXEMPLARES ANTERIORES DA REVISTA
Diretor: Renato Ribeiro
Subdiretor: Flávio Friche Passos 
Mtb 2015/MG
Revisão Geral: Eliane Amélia C. V. Martins
Colaborador: Maurício S. de A. Chagas 
Arte e Editoração Eletrônica: Biografa
Ano: 2017
Capa e páginas 2, 3, 5, 48 a 53 e 90: Natália 
Olívia C. Ferreira. Miolo: páginas 9 a 13 e 76 a 
79, acervo do Colégio Logosófico - Unidade 
Funcionários; página 14, Youtube; páginas 16 a 
20, Alan Patrick; página 23, catálogo de imagens 
Graphicstock; páginas 24 a 27, Nilton Sebastião 
de Melo; páginas 31 a 36, 88 e 93, Amanda 
Marques George Thomaz; páginas 39 a 45 e 86, 
acervo do Colégio Logosófico - Unidade 
Brasília; páginas 58 a 65 e 84, Elizandro 
Giacomini e acervo do Colégio Logosófico - 
Unidade Chapecó; páginas 68 e 73, Leonardo 
Silva; página 92; Natália Olívia, Amanda Marques, 
acervo Colégio Logosófico - Unidade Chapecó
FOTOGRAFIAS
Os textos desta Revista podem ser reprodu-
zidos livremente, desde que mencionados a 
publicação e o nome do autor.
Editorial
Técnica e aplicação dos conhecimentos logosóficos
A árvore que quebrou
A amizade
Recursos que favorecem a convivência e o cultivo da amizade 
Duas tendências que fluem da psicologia humana
Um passeio por dentro da Terra e de si mesmo
Resultados da realização logosófica no aspecto moral 
da vida humana
A correção da criança, eficaz e permanente
Conselhos de um pai a seu filho
Projeto Livro-Brinquedo
O princípio consciente e o valor das palavras
A palavra como condutora do pensamento
O sistema sensível
De dentro para fora: eu sou assim...
O homem e os pensamentos
As ciências e os pensamentos
A observação e a experiência como fatores de progresso
Trabalho de campo: o valor da experiência
Glossário
4
6
8
23
29
17
21
15
46
49
37
39
31
66
68
56
59
74
76
84
Sumário
A mente da criança é terra virgem e fértil. Constitui, pois, não só 
uma necessidade, mas também uma obrigação moral e 
racional indeclinável, contribuir para que germinem, nos 
pequenos, mas fecundos campos mentais da criança, sementes 
ótimas, sementes que contenham em possibilidade de 
manifestação os recursos que a inteligência do homem 
necessita para emancipar-se de toda pressão estranha a seu 
pensar e sentir, e para vencer as dificuldades que há de 
enfrentar no curso da vida.
Carlos Bernardo González Pecotche
Publicação cultural da Fundação Logosófica
em Prol da Superação Humana
LOGOSOFIA
Os interessados em conhecer os exemplares 
anteriores deverão acessar o site 
www.logosofia.org.br, seção “Cadastro de 
Interessados”, e preencher seus dados.
EXEMPLARES ANTERIORES DA REVISTA
Diretor: Renato Ribeiro
Subdiretor: Flávio Friche Passos 
Mtb 2015/MG
Revisão Geral: Eliane Amélia C. V. Martins
Colaborador: Maurício S. de A. Chagas 
Arte e Editoração Eletrônica: Biografa
Ano: 2017
Capa e páginas 2, 3, 5, 48 a 53 e 90: Natália 
Olívia C. Ferreira. Miolo: páginas 9 a 13 e 76 a 
79, acervo do Colégio Logosófico - Unidade 
Funcionários; página 14, Youtube; páginas 16 a 
20, Alan Patrick; página 23, catálogo de imagens 
Graphicstock; páginas 24 a 27, Nilton Sebastião 
de Melo; páginas 31 a 36, 88 e 93, Amanda 
Marques George Thomaz; páginas 39 a 45 e 86, 
acervo do Colégio Logosófico - Unidade 
Brasília; páginas 58 a 65 e 84, Elizandro 
Giacomini e acervo do Colégio Logosófico - 
Unidade Chapecó; páginas 68 e 73, Leonardo 
Silva; página 92; Natália Olívia, Amanda Marques, 
acervo Colégio Logosófico - Unidade Chapecó
FOTOGRAFIAS
Os textos desta Revista podem ser reprodu-
zidos livremente, desde que mencionados a 
publicação e o nome do autor.
Editorial
Técnica e aplicação dos conhecimentos logosóficos
A árvore que quebrou
A amizade
Recursos que favorecem a convivência e o cultivo da amizade 
Duas tendências que fluem da psicologia humana
Um passeio por dentro da Terra e de si mesmo
Resultados da realização logosófica no aspecto moral 
da vida humana
A correção da criança, eficaz e permanente
Conselhos de um pai a seu filho
Projeto Livro-Brinquedo
O princípio consciente e o valor das palavras
A palavra como condutora do pensamento
O sistema sensível
De dentro para fora: eu sou assim...
O homem e os pensamentos
As ciências e os pensamentos
A observação e a experiência como fatores de progresso
Trabalho de campo: o valor da experiência
Glossário
4
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Sumário
A mente da criança é terra virgem e fértil. Constitui, pois, não só 
uma necessidade, mas também uma obrigação moral e 
racional indeclinável, contribuir para que germinem, nos 
pequenos, mas fecundos campos mentais da criança, sementes 
ótimas, sementes que contenham em possibilidade de 
manifestação os recursos que a inteligência do homem 
necessita para emancipar-se de toda pressão estranha a seu 
pensar e sentir, e para vencer as dificuldades que há de 
enfrentar no curso da vida.
Carlos Bernardo González Pecotche
A todo ser humano interessa vivamente o futuro da humanidade. Partindo desta afirmativa, 
concluímos que a tarefa de educar e encaminhar a infância e a adolescência não é responsabilidade 
única e exclusiva dos pais e dos professores, mas é dever de cada um, porque nessa missão está 
forjar a realidade em que viverão as novas gerações. 
Para cumprir com essa elevada aspiração, a Pedagogia Logosófica – instituída pela Logosofia, 
ciência criada pelo pensador e humanista González Pecotche (1901–1963) – oferece uma proposta 
importante e inovadora na área educacional, lançando-nos a uma meta arrojada que orienta para a 
formação integral do ser humano, compreendido em suas amplas possibilidades e em sua plena 
constituição biopsicoespiritual. 
A Pedagogia Logosófica indica também, como um dos pilares de sua aplicação, a necessidade 
imprescindível de que o educador esteja comprometido com o seu próprio processo educativo, 
dedicando-se conscientemente ao esforço de conhecer-se e superar-se, antes de pretender ensinar o 
educando a realizar essa tarefa. Isso porque:
No momento em que se realiza mais um Endel – Encontro Nacional dos Docentes de Escolas 
Logosóficas –, este profundo anelo de construir as bases de uma nova cultura para a humanidade já 
apresenta resultados altamente estimulantes. 
Para compartilhar tão gratas conquistas, esta edição da Revista Logosofia publica artigos de referência 
sobre os novos e singulares conceitos da ciência logosófica, junto ao relato, pelos docentes, de sua 
aplicação à vida dos alunos, em experiências e práticas desenvolvidas dentro e fora das salas de aula. 
Indispensável ressaltar que cada um desses depoimentos configura apenas uma pequena e limitada 
mostra do que pode ser realizado sob a orientação dos conhecimentos da Pedagogia Logosófica. 
Por isso, auguramos que o conteúdo desta revista atraia a atenção de tantos quantos cultivarem este 
desiderato de capacitar-se e evoluir. E, enquanto o faz, colabora – cada qual em sua medida – para a 
formação e educação das gerações vindouras,cumprindo, assim, com a magna responsabilidade de 
plantar sementes ótimas nessas mentes infanto-juvenis ávidas de boas semeaduras.
A Redação 
Editorial
Plantando sementes otimas
em terra virgem e fértil
“a arte de ensinar consiste em começar ensinando primeiro a si mesmo, 
ou, dito de outro modo, enquanto por um lado o ser aprende, por outro, 
aplica esse conhecimento a si mesmo e, ensinando a si mesmo, saberá 
depois como ensinar aos demais com eficiência.” 
(Da Sabedoria Logosófica)
A todo ser humano interessa vivamente o futuro da humanidade. Partindo desta afirmativa, 
concluímos que a tarefa de educar e encaminhar a infância e a adolescência não é responsabilidade 
única e exclusiva dos pais e dos professores, mas é dever de cada um, porque nessa missão está 
forjar a realidade em que viverão as novas gerações. 
Para cumprir com essa elevada aspiração, a Pedagogia Logosófica – instituída pela Logosofia, 
ciência criada pelo pensador e humanista González Pecotche (1901–1963) – oferece uma proposta 
importante e inovadora na área educacional, lançando-nos a uma meta arrojada que orienta para a 
formação integral do ser humano, compreendido em suas amplas possibilidades e em sua plena 
constituição biopsicoespiritual. 
A Pedagogia Logosófica indica também, como um dos pilares de sua aplicação, a necessidade 
imprescindível de que o educador esteja comprometido com o seu próprio processo educativo, 
dedicando-se conscientemente ao esforço de conhecer-se e superar-se, antes de pretender ensinar o 
educando a realizar essa tarefa. Isso porque:
No momento em que se realiza mais um Endel – Encontro Nacional dos Docentes de Escolas 
Logosóficas –, este profundo anelo de construir as bases de uma nova cultura para a humanidade já 
apresenta resultados altamente estimulantes. 
Para compartilhar tão gratas conquistas, esta edição da Revista Logosofia publica artigos de referência 
sobre os novos e singulares conceitos da ciência logosófica, junto ao relato, pelos docentes, de sua 
aplicação à vida dos alunos, em experiências e práticas desenvolvidas dentro e fora das salas de aula. 
Indispensável ressaltar que cada um desses depoimentos configura apenas uma pequena e limitada 
mostra do que pode ser realizado sob a orientação dos conhecimentos da Pedagogia Logosófica. 
Por isso, auguramos que o conteúdo desta revista atraia a atenção de tantos quantos cultivarem este 
desiderato de capacitar-se e evoluir. E, enquanto o faz, colabora – cada qual em sua medida – para a 
formação e educação das gerações vindouras, cumprindo, assim, com a magna responsabilidade de 
plantar sementes ótimas nessas mentes infanto-juvenis ávidas de boas semeaduras.
A Redação 
Editorial
Plantando sementes otimas
em terra virgem e fértil
“a arte de ensinar consiste em começar ensinando primeiro a si mesmo, 
ou, dito de outro modo, enquanto por um lado o ser aprende, por outro, 
aplica esse conhecimento a si mesmo e, ensinando a si mesmo, saberá 
depois como ensinar aos demais com eficiência.” 
(Da Sabedoria Logosófica)
González Pecotche*
6
Logosofia
7
Logosofia
Técnica e 
aplicação dos 
conhecimentos
logosóficos
 * Criador da Logosofia
Por força da lei de evolução, o ser humano deve preparar-se para lutar e vencer no seu 
próprio terreno, onde deverá edificar, com conhecimentos inabaláveis, uma nova vida. E, 
para isso, deverá começar por afastar tudo que pretenda opor-se às determinações de sua 
vontade, a fim de que nada o impeça de levar a bom termo o plano de aperfeiçoamento 
que tenha imposto a si para alcançar as altas esferas do saber.
Nenhum momento deve ser perdido nesse sentido, caso se queira realizar um trabalho de 
investigação que enalteça a inteligência com suas máximas expressões de luminosidade. 
Isso porque só penetrando com toda a profundidade nos detalhes que facilitem ao 
entendimento sua busca e lhe permitam perceber os milhões de perfis que a psicologia 
humana contém, é que será possível ao homem experimentar e sentir em seu coração uma 
felicidade que antes, vivendo à margem desta concepção, não lhe era possível desfrutar.
O trabalho construtivo do conhecimento logosófico começa por apontar, para a 
inteligência, cada uma das causas que travam a livre ação do discernimento e que, muitas 
vezes, chegam até a romper o equilíbrio de suas faculdades. Por acaso são ministrados à 
juventude os elementos necessários para estabelecer sobre sua conduta um rigoroso 
controle e para reduzir o número de suas deficiências e defeitos, evitando com isso que 
estes lhe causem dano e prejudiquem o livre poder de suas resoluções?
Será preciso dotar a juventude de um vigoroso conhecimento de si mesma, fazendo com 
que a vida seja, desde essa incipiente idade e dentro do possível, maciça e sólida nas 
concepções da inteligência. 
Sabemos que, enquanto não se tenha uma visão clara de como atuam os pensamentos 
dentro da mente e, portanto, não se possa efetuar uma rigorosa seleção deles, a pessoa 
estará sempre à mercê do que eles determinem.
A revisão de conceitos é, então, imprescindível; a classificação e seleção dos pensamentos, 
rigorosa; e a eliminação de tudo aquilo que não seja útil aos propósitos enfocados tem de 
ser realizada sem demora. Deve-se prescindir de tudo o que perturbe ou altere a boa 
disposição do ânimo ou da conduta a ser observada, enquanto se verifiquem internamente 
mudanças saudáveis, em progressão ascendente, rumo a uma superação real.
Um dos objetivos primordiais do conhecimento logosófico é o de auxiliar a 
inteligência do homem com os elementos que mais estejam ao alcance de sua 
compreensão, a fim de que este possa eliminar suas deficiências e corrigir cada um 
de seus defeitos. É sabido que, enquanto esteja ligado às raízes de uma insuficiente 
preparação mental, não poderá avançar rumo a um aperfeiçoamento integral com 
a segurança e consistência que são indispensáveis.
A Logosofia, ao assinalar ao homem suas imperfeições, leva-o com provas 
evidentes à convicção de que elas constituem a causa que obstrui o livre jogo de 
suas faculdades mentais e, por consequência, a livre expressão de seu pensamento. 
Enquanto não eliminar essas causas, efetuando um minucioso reparo de seus 
danos psicológicos, ou seja, de suas imperfeições, próprias de toda pessoa normal, 
não poderá encarar seriamente, e com a devida profundidade, o verdadeiro 
processo de evolução consciente, quer dizer, de superação integral.
Que outra coisa causa ao ser humano mais amarguras, violências e sofrimentos do 
que suas próprias deficiências e defeitos? Não são estes os que provocam as 
reações na vida de relação? 
O ser humano deve preparar-se para lutar e vencer no 
seu próprio terreno, onde deverá edificar, com 
conhecimentos inabaláveis, uma nova vida.
A vida deve constituir-se num verdadeiro estudo.
González Pecotche*
6
Logosofia
7
Logosofia
Técnica e 
aplicação dos 
conhecimentos
logosóficos
 * Criador da Logosofia
Por força da lei de evolução, o ser humano deve preparar-se para lutar e vencer no seu 
próprio terreno, onde deverá edificar, com conhecimentos inabaláveis, uma nova vida. E, 
para isso, deverá começar por afastar tudo que pretenda opor-se às determinações de sua 
vontade, a fim de que nada o impeça de levar a bom termo o plano de aperfeiçoamento 
que tenha imposto a si para alcançar as altas esferas do saber.
Nenhum momento deve ser perdido nesse sentido, caso se queira realizar um trabalho de 
investigação que enalteça a inteligência com suas máximas expressões de luminosidade. 
Isso porque só penetrando com toda a profundidade nos detalhes que facilitem ao 
entendimento sua busca e lhe permitam perceber os milhões de perfis que a psicologiahumana contém, é que será possível ao homem experimentar e sentir em seu coração uma 
felicidade que antes, vivendo à margem desta concepção, não lhe era possível desfrutar.
O trabalho construtivo do conhecimento logosófico começa por apontar, para a 
inteligência, cada uma das causas que travam a livre ação do discernimento e que, muitas 
vezes, chegam até a romper o equilíbrio de suas faculdades. Por acaso são ministrados à 
juventude os elementos necessários para estabelecer sobre sua conduta um rigoroso 
controle e para reduzir o número de suas deficiências e defeitos, evitando com isso que 
estes lhe causem dano e prejudiquem o livre poder de suas resoluções?
Será preciso dotar a juventude de um vigoroso conhecimento de si mesma, fazendo com 
que a vida seja, desde essa incipiente idade e dentro do possível, maciça e sólida nas 
concepções da inteligência. 
Sabemos que, enquanto não se tenha uma visão clara de como atuam os pensamentos 
dentro da mente e, portanto, não se possa efetuar uma rigorosa seleção deles, a pessoa 
estará sempre à mercê do que eles determinem.
A revisão de conceitos é, então, imprescindível; a classificação e seleção dos pensamentos, 
rigorosa; e a eliminação de tudo aquilo que não seja útil aos propósitos enfocados tem de 
ser realizada sem demora. Deve-se prescindir de tudo o que perturbe ou altere a boa 
disposição do ânimo ou da conduta a ser observada, enquanto se verifiquem internamente 
mudanças saudáveis, em progressão ascendente, rumo a uma superação real.
Um dos objetivos primordiais do conhecimento logosófico é o de auxiliar a 
inteligência do homem com os elementos que mais estejam ao alcance de sua 
compreensão, a fim de que este possa eliminar suas deficiências e corrigir cada um 
de seus defeitos. É sabido que, enquanto esteja ligado às raízes de uma insuficiente 
preparação mental, não poderá avançar rumo a um aperfeiçoamento integral com 
a segurança e consistência que são indispensáveis.
A Logosofia, ao assinalar ao homem suas imperfeições, leva-o com provas 
evidentes à convicção de que elas constituem a causa que obstrui o livre jogo de 
suas faculdades mentais e, por consequência, a livre expressão de seu pensamento. 
Enquanto não eliminar essas causas, efetuando um minucioso reparo de seus 
danos psicológicos, ou seja, de suas imperfeições, próprias de toda pessoa normal, 
não poderá encarar seriamente, e com a devida profundidade, o verdadeiro 
processo de evolução consciente, quer dizer, de superação integral.
Que outra coisa causa ao ser humano mais amarguras, violências e sofrimentos do 
que suas próprias deficiências e defeitos? Não são estes os que provocam as 
reações na vida de relação? 
O ser humano deve preparar-se para lutar e vencer no 
seu próprio terreno, onde deverá edificar, com 
conhecimentos inabaláveis, uma nova vida.
A vida deve constituir-se num verdadeiro estudo.
8
Logosofia
árvore
A
quebrou
que 
Ana Gabriela Souza Lemos e Eliana Ulhôa Godoy*
Tudo começou quando a professora estava no pátio 
com seus alunos de 5 anos e um grupo de crianças a 
procurou para contar que tinham quebrado um 
grande galho da árvore ali existente. Como a 
professora poderia atuar de forma consciente? 
A partir dos relatos, ela visualizou a cena: as crianças estavam sacudindo a 
árvore para que caíssem frutinhas, e, em determinado momento, um galho 
cedeu. A professora fez algumas reflexões com os alunos. Em primeiro 
lugar, descartaram a ideia de que a culpa era do último que havia 
sacudido a árvore, recordando uma imagem analógica trabalhada por 
ela dias antes: a do copo d'água, pois eles haviam aprendido que não é 
a última gota que faz o copo derramar. Todos, algum dia, já haviam 
balançado aquela árvore ou tentado subir nela. Assim, ela foi enfraquecendo 
aos poucos. A professora também deixou claro que sabia que eles não tinham o 
objetivo de derrubar a árvore. Um deles disse: – Acho que fizemos algo que não 
devíamos... Estamos com um problema. Eles mesmos estavam impressionados 
com o fato de terem quebrado um galho tão grande. 
9
Logosofia
Em uma roda de conversa as crianças foram auxiliadas a identificar as causas que as haviam levado 
a cometer e repetir o erro. Registraram a questão e, ainda mesmo sem saber como, dispuseram-se 
espontaneamente a pensar sobre como resolvê-la
Belo Horizonte - MG
Unidade Funcionários
Aprender com o erro é fazer bom uso da 
inteligência, condição fundamental para a evolução.
A professora disse que eles tinham mesmo um problema e que teriam que encontrar uma 
forma de resolvê-lo. Os alunos começaram a lançar ideias levantando algumas hipóteses de 
como poderiam solucioná-lo, até que chegaram à conclusão de que precisavam de ajuda:
– Temos que perguntar para a professora de Educação Ambiental. 
Após relatarem para a professora de Educação Ambiental o que havia acontecido, em 
conjunto decidiram que tentariam replantar a árvore e fazer mudinhas dela. Encerraram a 
conversa com alguns combinados e a perspectiva de ainda voltarem ao assunto para 
conversar sobre como não repetir o erro e como ajudar outras crianças a não errarem. 
Mas, a experiência estava longe de terminar...
Quebrando outro galho… Passados alguns dias, estavam no pátio novamente, e, de longe, 
a professora observou que as crianças estavam brincando perto da árvore. Catavam 
frutinhas no chão. Não demorou para que alguns alunos começassem a sacudi-la. E, de 
novo, quebraram mais um galho da árvore. 
8
Logosofia
árvore
A
quebrou
que 
Ana Gabriela Souza Lemos e Eliana Ulhôa Godoy*
Tudo começou quando a professora estava no pátio 
com seus alunos de 5 anos e um grupo de crianças a 
procurou para contar que tinham quebrado um 
grande galho da árvore ali existente. Como a 
professora poderia atuar de forma consciente? 
A partir dos relatos, ela visualizou a cena: as crianças estavam sacudindo a 
árvore para que caíssem frutinhas, e, em determinado momento, um galho 
cedeu. A professora fez algumas reflexões com os alunos. Em primeiro 
lugar, descartaram a ideia de que a culpa era do último que havia 
sacudido a árvore, recordando uma imagem analógica trabalhada por 
ela dias antes: a do copo d'água, pois eles haviam aprendido que não é 
a última gota que faz o copo derramar. Todos, algum dia, já haviam 
balançado aquela árvore ou tentado subir nela. Assim, ela foi enfraquecendo 
aos poucos. A professora também deixou claro que sabia que eles não tinham o 
objetivo de derrubar a árvore. Um deles disse: – Acho que fizemos algo que não 
devíamos... Estamos com um problema. Eles mesmos estavam impressionados 
com o fato de terem quebrado um galho tão grande. 
9
Logosofia
Em uma roda de conversa as crianças foram auxiliadas a identificar as causas que as haviam levado 
a cometer e repetir o erro. Registraram a questão e, ainda mesmo sem saber como, dispuseram-se 
espontaneamente a pensar sobre como resolvê-la
Belo Horizonte - MG
Unidade Funcionários
Aprender com o erro é fazer bom uso da 
inteligência, condição fundamental para a evolução.
A professora disse que eles tinham mesmo um problema e que teriam que encontrar uma 
forma de resolvê-lo. Os alunos começaram a lançar ideias levantando algumas hipóteses de 
como poderiam solucioná-lo, até que chegaram à conclusão de que precisavam de ajuda:
– Temos que perguntar para a professora de Educação Ambiental. 
Após relatarem para a professora de Educação Ambiental o que havia acontecido, em 
conjunto decidiram que tentariam replantar a árvore e fazer mudinhas dela. Encerraram a 
conversa com alguns combinados e a perspectiva de ainda voltarem ao assunto para 
conversar sobre como não repetir o erro e como ajudar outras crianças a não errarem.Mas, a experiência estava longe de terminar...
Quebrando outro galho… Passados alguns dias, estavam no pátio novamente, e, de longe, 
a professora observou que as crianças estavam brincando perto da árvore. Catavam 
frutinhas no chão. Não demorou para que alguns alunos começassem a sacudi-la. E, de 
novo, quebraram mais um galho da árvore. 
11
Logosofia
1
 A turma estava com dois projetos em andamento: Planeta Terra, Dinossauros e Homem das Cavernas e Tudo muda, tudo evolui.
2
 GONZÁLEZ PECOTCHE, Carlos Bernardo. Logosofia, Ciência e Método. Técnica da formação individual consciente. São 
Paulo: Logosófica, 2005, p. 55.
No mundo mental interno são construídas as 
bases da verdadeira liberdade e da felicidade. 
Com a orientação da educadora ambiental, os alunos partiram para a ação, replantando os galhos 
quebrados e cuidando para que voltassem a brotar
A professora atuou com firmeza com as crianças, destacando que seria importante 
1
conversarem a respeito. Recordando os estudos realizados , perguntou à turma o que teria 
acontecido se o homem das cavernas, quando cometesse um erro, continuasse insistindo 
nele. Será que ele teria evoluído? Mostrou que aprender com o erro é fazer bom uso da 
inteligência, condição fundamental para a evolução. Ressaltou que a repetição do mesmo 
erro teve como consequência mais um galho da árvore quebrado. Disse, ainda, que havia 
percebido que a turma não estava sabendo respeitar a Natureza. Anunciou, então, que 
não poderiam mais permanecer naquele local enquanto ela não percebesse que eles 
poderiam ficar perto das plantas sem destruí-las. Por esta razão, usariam somente os 
outros pátios da Escola.
As crianças sentiram a gravidade do que havia acontecido. 
No dia seguinte, a professora reuniu os alunos em uma roda para conversar com eles 
sobre o que tinha acontecido. Ela perguntou: – Por que erramos? E completou com: – E 
o que nos faz repetir o erro? Imediatamente, as crianças responderam: – Pensamentos. 
Pensamentos, para a Pedagogia Logosófica, são entidades psicológicas autônomas, 
positivas ou negativas, com vida própria, que levam as pessoas a atuar até mesmo contra 
2
sua vontade . A professora concordou com a resposta, eram pensamentos. Perguntou, 
entretanto, se isso diminuía a responsabilidade de cada um. Explicou que os pensamentos 
estavam na mente, e isso torna os seres responsáveis por eles, pois todos podem escolher 
quais pensamentos querem em sua mente. 
As crianças identificaram que o pensamento que atuara era o da desobediência.
Que importante descoberta! A professora valorizou a conquista, e algumas crianças 
relataram situações em que desobedeceram em casa e deixaram os pais tristes. Com isso, 
identificaram que os pensamentos atuam na mente em diversas circunstâncias, não só na 
Escola e não só naquela situação. 
Prosseguindo no desafio de identificar com as crianças as verdadeiras causas do vivido, a 
professora disse que naquela experiência participaram mais pensamentos. Uma das 
meninas falou que havia sido o de ter balançado a árvore demais. A professora nomeou 
esse pensamento como exagero. Com a análise de alguns exemplos, compreenderam que 
o exagero não permite saber a hora de parar. Eles concordaram. Juntos recordaram ainda 
alguns fatos do vivido, e as crianças chegaram à conclusão de que outro pensamento que 
participou foi o de imitar o colega.
Concluíram que haviam descoberto três grandes pensamentos que os levaram a fazer 
coisas erradas: desobediência, exagero e imitar coisa errada. Os alunos começaram a ver 
isso acontecendo na própria roda de conversa: um mexia no sapato, outros mexiam; um 
se deitava, vários também se deitavam. 
Procurando proporcionar recursos para uma superação efetiva, que permitam o esforço 
de evitar as causas que levaram àquela experiência, a professora disse que precisavam 
identificar pensamentos bons que pudessem substituir os negativos. Pensamentos que os 
ajudariam a lutar e a fazer a coisa certa. Perguntou: – Qual pensamento pode vencer a 
desobediência?, e eles responderam rápido: – A obediência. – E qual pode vencer o exagero? 
Falaram da obediência novamente. A professora insistiu: – Mas será que havia algum 
outro? Um aluno disse: – O respeito. As crianças consentiram: quem exagera não respeita o 
colega, nem a Natureza. – E para vencer o pensamento de imitar coisa errada? As crianças 
não conseguiram identificar. A professora encerrou a conversa dizendo que eles teriam 
uma missão: encontrar um pensamento capaz de vencer o de imitar coisa errada. 
A turma dispersou-se. Alguns ainda falavam sobre isso quando uma das meninas se 
aproximou e disse: – Já sei! Pensar antes de fazer. A vibração foi grande! À sua medida, as 
crianças estavam aprendendo a manejar a inteligência composta por faculdades como a 
de pensar, de refletir, de recordar e tantas outras. Alcançavam assim as primeiras 
11
Logosofia
1
 A turma estava com dois projetos em andamento: Planeta Terra, Dinossauros e Homem das Cavernas e Tudo muda, tudo evolui.
2
 GONZÁLEZ PECOTCHE, Carlos Bernardo. Logosofia, Ciência e Método. Técnica da formação individual consciente. São 
Paulo: Logosófica, 2005, p. 55.
No mundo mental interno são construídas as 
bases da verdadeira liberdade e da felicidade. 
Com a orientação da educadora ambiental, os alunos partiram para a ação, replantando os galhos 
quebrados e cuidando para que voltassem a brotar
A professora atuou com firmeza com as crianças, destacando que seria importante 
1
conversarem a respeito. Recordando os estudos realizados , perguntou à turma o que teria 
acontecido se o homem das cavernas, quando cometesse um erro, continuasse insistindo 
nele. Será que ele teria evoluído? Mostrou que aprender com o erro é fazer bom uso da 
inteligência, condição fundamental para a evolução. Ressaltou que a repetição do mesmo 
erro teve como consequência mais um galho da árvore quebrado. Disse, ainda, que havia 
percebido que a turma não estava sabendo respeitar a Natureza. Anunciou, então, que 
não poderiam mais permanecer naquele local enquanto ela não percebesse que eles 
poderiam ficar perto das plantas sem destruí-las. Por esta razão, usariam somente os 
outros pátios da Escola.
As crianças sentiram a gravidade do que havia acontecido. 
No dia seguinte, a professora reuniu os alunos em uma roda para conversar com eles 
sobre o que tinha acontecido. Ela perguntou: – Por que erramos? E completou com: – E 
o que nos faz repetir o erro? Imediatamente, as crianças responderam: – Pensamentos. 
Pensamentos, para a Pedagogia Logosófica, são entidades psicológicas autônomas, 
positivas ou negativas, com vida própria, que levam as pessoas a atuar até mesmo contra 
2
sua vontade . A professora concordou com a resposta, eram pensamentos. Perguntou, 
entretanto, se isso diminuía a responsabilidade de cada um. Explicou que os pensamentos 
estavam na mente, e isso torna os seres responsáveis por eles, pois todos podem escolher 
quais pensamentos querem em sua mente. 
As crianças identificaram que o pensamento que atuara era o da desobediência.
Que importante descoberta! A professora valorizou a conquista, e algumas crianças 
relataram situações em que desobedeceram em casa e deixaram os pais tristes. Com isso, 
identificaram que os pensamentos atuam na mente em diversas circunstâncias, não só na 
Escola e não só naquela situação. 
Prosseguindo no desafio de identificar com as crianças as verdadeiras causas do vivido, a 
professora disse que naquela experiência participaram mais pensamentos. Uma das 
meninas falou que havia sido o de ter balançado a árvore demais. A professora nomeou 
esse pensamento como exagero. Com a análise de alguns exemplos, compreenderam que 
o exageronão permite saber a hora de parar. Eles concordaram. Juntos recordaram ainda 
alguns fatos do vivido, e as crianças chegaram à conclusão de que outro pensamento que 
participou foi o de imitar o colega.
Concluíram que haviam descoberto três grandes pensamentos que os levaram a fazer 
coisas erradas: desobediência, exagero e imitar coisa errada. Os alunos começaram a ver 
isso acontecendo na própria roda de conversa: um mexia no sapato, outros mexiam; um 
se deitava, vários também se deitavam. 
Procurando proporcionar recursos para uma superação efetiva, que permitam o esforço 
de evitar as causas que levaram àquela experiência, a professora disse que precisavam 
identificar pensamentos bons que pudessem substituir os negativos. Pensamentos que os 
ajudariam a lutar e a fazer a coisa certa. Perguntou: – Qual pensamento pode vencer a 
desobediência?, e eles responderam rápido: – A obediência. – E qual pode vencer o exagero? 
Falaram da obediência novamente. A professora insistiu: – Mas será que havia algum 
outro? Um aluno disse: – O respeito. As crianças consentiram: quem exagera não respeita o 
colega, nem a Natureza. – E para vencer o pensamento de imitar coisa errada? As crianças 
não conseguiram identificar. A professora encerrou a conversa dizendo que eles teriam 
uma missão: encontrar um pensamento capaz de vencer o de imitar coisa errada. 
A turma dispersou-se. Alguns ainda falavam sobre isso quando uma das meninas se 
aproximou e disse: – Já sei! Pensar antes de fazer. A vibração foi grande! À sua medida, as 
crianças estavam aprendendo a manejar a inteligência composta por faculdades como a 
de pensar, de refletir, de recordar e tantas outras. Alcançavam assim as primeiras 
12
Logosofia
13
Logosofia
Nas experiências 
simples, há ricas 
oportunidades 
para a prática do 
bem e o cultivo 
da busca por 
ser melhor.
conquistas no desenvolvimento da capacidade de conhecer e dominar o mundo mental 
interno, onde poderão construir as bases da verdadeira liberdade e da felicidade. 
O livro do bem. Os dias se passaram e a professora reforçava a importância de não 
repetir o erro. Disse que teriam que ser capazes de acertar e de ensinar os demais a 
acertarem. Os alunos deram então a ideia de transformar essa experiência em um livro. 
Observando o entusiasmo dos alunos, a professora apresentou a eles o livro É tão 
Chocolate, escrito por Dylan Siegel, uma criança americana de 6 anos, com o objetivo de 
arrecadar um milhão de dólares para a pesquisa da cura da doença de seu melhor amigo 
3
Johan . O exemplo de um livro feito com um propósito de bem, por uma criança da idade 
deles, foi um grande estímulo. As crianças ficaram muito impressionadas com a história e, 
durante a leitura, repetiam “É tão chocolate!”. A professora perguntou se elas queriam 
começar a fazer um livro com um pensamento de bem tão grande quanto aquele. As 
crianças ficaram muito entusiasmadas. 
Começaram a escrever a história. Iam ditando, e a professora sendo a escriba. Apesar da 
vibração, não escreveram o final da história naquele dia. Precisavam viver mais experiências 
de esforço, de luta com os próprios pensamentos para, então, escrever o seu final.
Durante o mês, as crianças foram novamente liberadas para frequentar o pátio onde ficava 
a árvore, e não houve mais nenhum incidente. Na sala, algumas vezes, analisavam como 
havia sido a experiência. Aí sim viram que, juntos, poderiam escrever o final do livro.
Nos dias seguintes fizeram também a ilustração. O livrinho ficou muito lindo!
Depois das férias escolares de julho... Retornando às aulas, voltou à pauta o assunto do 
livro. O texto já estava pronto, assim como a ilustração. Os alunos puderam ver o resultado 
do trabalho no computador. Nesse momento, a professora indagou se, daquele jeito, era 
possível mostrar para todas as crianças da Escola. Disseram que não, que era necessário 
imprimir para que todas as turmas tivessem um livro na sala. Então, foi lançada a ideia de o 
livro ser um presente para a Escola em 11 de agosto, dia do aniversário dela.
Surge outro problema. Mas... Como iriam imprimir o livro? A produção dele gastaria 
dinheiro e como iriam consegui-lo? Após algumas conversas e com o apoio da professora, 
as crianças, em conjunto, fizeram um bilhete aos pais, pedindo que colaborassem com 
ideias. Com o auxílio oferecido, conseguiram então o apoio de uma gráfica, o patrocínio de 
uma loja de roupas, além do pagamento que as famílias fariam pela quantidade de livros 
que quisessem adquirir. 
O lançamento do livro fez parte da comemoração do aniversário da Escola. Naquela 
oportunidade, foi exibido um vídeo gravado pelas crianças em que relataram o vivido. Que 
emoção apresentar a experiência aos alunos pequenos e aos adolescentes! Foi um sucesso!
O livro ficou pronto e as crianças ganharam 50 exemplares a mais do que encomendaram, 
como estímulo para divulgá-lo. 
Em uma roda de conversa, analisaram e avaliaram o que haviam aprendido e realizado 
naquele grande projeto. O que ainda havia por fazer? As crianças logo falaram sobre alguns 
passos que ainda eram importantes: fazer cartas de agradecimento para as pessoas que 
ajudaram, enviar o livro para o Dylan – o pequeno 
autor americano que inspirou o projeto do livro – e 
entender o que é a doença do seu amigo Johan. 
Decidiram, ainda, que doariam o dinheiro que 
sobrou para os cientistas que estão pesquisando a 
cura da doença do Johan. 
Após alguns dias, a turma enviou um kit 
pelo correio para o Dylan, 
contendo um vídeo das crianças 
para ele, o livro delas e uma 
carta explicando o projeto. 
Também fizeram a doação do 
dinheiro arrecadado para o 
Fundo Johan Pournazarian 
GSD 1B. 
Cumprida mais essa etapa, as 
crianças culminaram o projeto 
com alegria e a sensação de 
muita aprendizagem.
3
 Os pais de Dylan valorizaram sua iniciativa, editaram o livro, o distribuíram em diversos países e, na época do início do projeto, já 
haviam arrecadado em torno de U$700.000. O livro foi apresentado como uma obra feita com um propósito de bem, e por uma 
criança da idade deles.
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Logosofia
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Logosofia
Nas experiências 
simples, há ricas 
oportunidades 
para a prática do 
bem e o cultivo 
da busca por 
ser melhor.
conquistas no desenvolvimento da capacidade de conhecer e dominar o mundo mental 
interno, onde poderão construir as bases da verdadeira liberdade e da felicidade. 
O livro do bem. Os dias se passaram e a professora reforçava a importância de não 
repetir o erro. Disse que teriam que ser capazes de acertar e de ensinar os demais a 
acertarem. Os alunos deram então a ideia de transformar essa experiência em um livro. 
Observando o entusiasmo dos alunos, a professora apresentou a eles o livro É tão 
Chocolate, escrito por Dylan Siegel, uma criança americana de 6 anos, com o objetivo de 
arrecadar um milhão de dólares para a pesquisa da cura da doença de seu melhor amigo 
3
Johan . O exemplo de um livro feito com um propósito de bem, por uma criança da idade 
deles, foi um grande estímulo. As crianças ficaram muito impressionadas com a história e, 
durante a leitura, repetiam “É tão chocolate!”. A professora perguntou se elas queriam 
começar a fazer um livro com um pensamento de bem tão grande quanto aquele. As 
crianças ficaram muito entusiasmadas. 
Começaram a escrever a história. Iam ditando, e a professora sendo a escriba. Apesar da 
vibração, não escreveram o final da história naquele dia. Precisavam viver mais experiências 
de esforço, de luta com os próprios pensamentos para, então, escrever o seu final.
Durante o mês, as crianças foram novamente liberadas para frequentar o pátio onde ficava 
a árvore, e não houve maisnenhum incidente. Na sala, algumas vezes, analisavam como 
havia sido a experiência. Aí sim viram que, juntos, poderiam escrever o final do livro.
Nos dias seguintes fizeram também a ilustração. O livrinho ficou muito lindo!
Depois das férias escolares de julho... Retornando às aulas, voltou à pauta o assunto do 
livro. O texto já estava pronto, assim como a ilustração. Os alunos puderam ver o resultado 
do trabalho no computador. Nesse momento, a professora indagou se, daquele jeito, era 
possível mostrar para todas as crianças da Escola. Disseram que não, que era necessário 
imprimir para que todas as turmas tivessem um livro na sala. Então, foi lançada a ideia de o 
livro ser um presente para a Escola em 11 de agosto, dia do aniversário dela.
Surge outro problema. Mas... Como iriam imprimir o livro? A produção dele gastaria 
dinheiro e como iriam consegui-lo? Após algumas conversas e com o apoio da professora, 
as crianças, em conjunto, fizeram um bilhete aos pais, pedindo que colaborassem com 
ideias. Com o auxílio oferecido, conseguiram então o apoio de uma gráfica, o patrocínio de 
uma loja de roupas, além do pagamento que as famílias fariam pela quantidade de livros 
que quisessem adquirir. 
O lançamento do livro fez parte da comemoração do aniversário da Escola. Naquela 
oportunidade, foi exibido um vídeo gravado pelas crianças em que relataram o vivido. Que 
emoção apresentar a experiência aos alunos pequenos e aos adolescentes! Foi um sucesso!
O livro ficou pronto e as crianças ganharam 50 exemplares a mais do que encomendaram, 
como estímulo para divulgá-lo. 
Em uma roda de conversa, analisaram e avaliaram o que haviam aprendido e realizado 
naquele grande projeto. O que ainda havia por fazer? As crianças logo falaram sobre alguns 
passos que ainda eram importantes: fazer cartas de agradecimento para as pessoas que 
ajudaram, enviar o livro para o Dylan – o pequeno 
autor americano que inspirou o projeto do livro – e 
entender o que é a doença do seu amigo Johan. 
Decidiram, ainda, que doariam o dinheiro que 
sobrou para os cientistas que estão pesquisando a 
cura da doença do Johan. 
Após alguns dias, a turma enviou um kit 
pelo correio para o Dylan, 
contendo um vídeo das crianças 
para ele, o livro delas e uma 
carta explicando o projeto. 
Também fizeram a doação do 
dinheiro arrecadado para o 
Fundo Johan Pournazarian 
GSD 1B. 
Cumprida mais essa etapa, as 
crianças culminaram o projeto 
com alegria e a sensação de 
muita aprendizagem.
3
 Os pais de Dylan valorizaram sua iniciativa, editaram o livro, o distribuíram em diversos países e, na época do início do projeto, já 
haviam arrecadado em torno de U$700.000. O livro foi apresentado como uma obra feita com um propósito de bem, e por uma 
criança da idade deles.
Mas a história ainda não acabou
González Pecotche*
A amizade
 * Criador da Logosofia
15
Logosofia
Algumas semanas depois, uma grande surpresa! As crianças receberam três 
correspondências da Universidade da Flórida: duas cartas de agradecimento pela doação, 
um certificado de doação, e ainda um e-mail do pai do Dylan: Thank you so much – we 
received and it is the most beautiful book and gesture we've ever seen. (Muito obrigado, nós 
recebemos e estes são o livro e o gesto mais bonitos que nós já vimos.)
Dias depois, foi realizada uma festa nos Estados Unidos, pois o projeto do Dylan havia 
alcançado a marca de 1 milhão de dólares em doações. 
E chega então uma nova notícia do pai do Dylan:
Did you see the beautiful mention of the kids in Brazil school and the portuguese book? (Vocês 
viram a bela referência às crianças da escola brasileira e do livro em português?)
http://abcnews.go.com/WNT/video/find-boys-made-million-dollars-27623882
Amazing – Hope you are having a wonderful summer! (Incrível – Espero que vocês estejam 
desfrutando um verão maravilhoso!)
Um trechinho do filme dos nossos alunos foi parte de uma reportagem na ABCNews, nos 
Estados Unidos! Foi uma emoção muito grande para todos os envolvidos no projeto. 
De um galho quebrado brotaram muitas conversas, aprendizagens, vídeos, desenhos, 
textos, um livro e até cinco segundos na ABCNews. E o mais lindo: foram realizadas 
experiências de prática do bem e da busca por ser melhor. 
Daquelas sacudidas em busca de pingos de ouro, foi colhido um tesouro verdadeiro que 
ficará para sempre nas vidas dos que viveram esse projeto. 
Amizade! Ó sublime palavra, ante cuja invocação se desvanecem as sombras que 
isolam o espírito humano do diáfano esplendor que ilumina os afetos mais puros e 
santifica o sentimento que, pela força do vínculo, une as vidas na plenitude da 
confiança, do respeito e da indulgência mútua.
Excelsa expressão, que reafirma na consciência a maravilhosa concepção do 
princípio substancial que alenta nossa existência. 
A amizade, tal como é no fundo e em sua singeleza, equivale ao afeto que, nascendo no 
coração dos seres humanos, emancipa-se de toda mesquinhez e interesse, enaltecendo e 
enobrecendo o pensamento e o sentimento dos homens.
Não se poderia conceber a amizade se ela não fosse presidida pelo ternário simpatia-
confiança-respeito, indispensável para nutrir o sentir que a constitui. É pelo signo da 
amizade que se unem os homens, os povos e as raças, e é sob seus auspícios que há de 
haver paz na Terra.
Se algo existe na natureza humana que demonstre de forma mais palpável a previsão do 
Criador Supremo ao lhe infundir seu hálito de vida é, sem dúvida alguma, a propensão de 
todo ser racional a estender seu afeto ao semelhante, já que nisto, poderíamos dizer, se 
apoia a manutenção ou perpetuação da espécie humana. A força que a amizade infunde 
reciprocamente nos seres sustenta a vida através de todas as adversidades e a perpetua, 
apesar dos cataclismos que o mundo já teve de suportar.
A amizade entre os homens consegue realizar o que nenhuma outra coisa consegue, por 
maior que seja. Não seria ousado afirmar que ela é um dos poucos valores de essência 
superior que ainda restam no homem, que o elevam e dignificam, tornando-o generoso e 
humanitário.
É pelo signo da amizade que se unem os 
homens, os povos e as raças, e é sob seus 
auspícios que há de haver paz na Terra.
*Ana Gabriela Carvalho de Souza Lemos. Professora do Colégio Logosófico – Unidade Funcionários - BH. Pedagoga. 
Formada em Comunicação Social, roteirista, escritora e ilustradora.
Eliana Ulhôa Godoy. Coordenadora do Curso Infantil do Colégio Logosófico - Unidade Funcionários - BH. Graduada em 
Ciência da Informação. Pós-graduada em Neuropsicopedagogia. Mestre em Educação Tecnológica.
Mas a história ainda não acabou
González Pecotche*
A amizade
 * Criador da Logosofia
15
Logosofia
Algumas semanas depois, uma grande surpresa! As crianças receberam três 
correspondências da Universidade da Flórida: duas cartas de agradecimento pela doação, 
um certificado de doação, e ainda um e-mail do pai do Dylan: Thank you so much – we 
received and it is the most beautiful book and gesture we've ever seen. (Muito obrigado, nós 
recebemos e estes são o livro e o gesto mais bonitos que nós já vimos.)
Dias depois, foi realizada uma festa nos Estados Unidos, pois o projeto do Dylan havia 
alcançado a marca de 1 milhão de dólares em doações. 
E chega então uma nova notícia do pai do Dylan:
Did you see the beautiful mention of the kids in Brazil school and the portuguese book? (Vocês 
viram a bela referência às crianças da escola brasileira e do livro em português?)
http://abcnews.go.com/WNT/video/find-boys-made-million-dollars-27623882
Amazing – Hope you are having a wonderful summer! (Incrível – Espero que vocês estejam 
desfrutando um verão maravilhoso!)
Um trechinho dofilme dos nossos alunos foi parte de uma reportagem na ABCNews, nos 
Estados Unidos! Foi uma emoção muito grande para todos os envolvidos no projeto. 
De um galho quebrado brotaram muitas conversas, aprendizagens, vídeos, desenhos, 
textos, um livro e até cinco segundos na ABCNews. E o mais lindo: foram realizadas 
experiências de prática do bem e da busca por ser melhor. 
Daquelas sacudidas em busca de pingos de ouro, foi colhido um tesouro verdadeiro que 
ficará para sempre nas vidas dos que viveram esse projeto. 
Amizade! Ó sublime palavra, ante cuja invocação se desvanecem as sombras que 
isolam o espírito humano do diáfano esplendor que ilumina os afetos mais puros e 
santifica o sentimento que, pela força do vínculo, une as vidas na plenitude da 
confiança, do respeito e da indulgência mútua.
Excelsa expressão, que reafirma na consciência a maravilhosa concepção do 
princípio substancial que alenta nossa existência. 
A amizade, tal como é no fundo e em sua singeleza, equivale ao afeto que, nascendo no 
coração dos seres humanos, emancipa-se de toda mesquinhez e interesse, enaltecendo e 
enobrecendo o pensamento e o sentimento dos homens.
Não se poderia conceber a amizade se ela não fosse presidida pelo ternário simpatia-
confiança-respeito, indispensável para nutrir o sentir que a constitui. É pelo signo da 
amizade que se unem os homens, os povos e as raças, e é sob seus auspícios que há de 
haver paz na Terra.
Se algo existe na natureza humana que demonstre de forma mais palpável a previsão do 
Criador Supremo ao lhe infundir seu hálito de vida é, sem dúvida alguma, a propensão de 
todo ser racional a estender seu afeto ao semelhante, já que nisto, poderíamos dizer, se 
apoia a manutenção ou perpetuação da espécie humana. A força que a amizade infunde 
reciprocamente nos seres sustenta a vida através de todas as adversidades e a perpetua, 
apesar dos cataclismos que o mundo já teve de suportar.
A amizade entre os homens consegue realizar o que nenhuma outra coisa consegue, por 
maior que seja. Não seria ousado afirmar que ela é um dos poucos valores de essência 
superior que ainda restam no homem, que o elevam e dignificam, tornando-o generoso e 
humanitário.
É pelo signo da amizade que se unem os 
homens, os povos e as raças, e é sob seus 
auspícios que há de haver paz na Terra.
*Ana Gabriela Carvalho de Souza Lemos. Professora do Colégio Logosófico – Unidade Funcionários - BH. Pedagoga. 
Formada em Comunicação Social, roteirista, escritora e ilustradora.
Eliana Ulhôa Godoy. Coordenadora do Curso Infantil do Colégio Logosófico - Unidade Funcionários - BH. Graduada em 
Ciência da Informação. Pós-graduada em Neuropsicopedagogia. Mestre em Educação Tecnológica.
Com a chegada de um novo ano letivo, inicia-se também uma fase 
muito importante e interessante na vida escolar: a de adaptação, 
quando as crianças, as famílias e os docentes vivem o desafio e a 
oportunidade da formação de novos vínculos. 
Recursos que favorecem 
 convivência
e o cultivo das amizades
a 
Kassiane Melissa Will Bertaiolli e Sabrina Zilli*
Qual é o papel do docente nesta experiência? Ao escolher um tema para ser desenvolvido 
no ambiente escolar, é necessário pensar nos objetivos, na intenção e, principalmente, em 
quais resultados se quer alcançar com o processo. 
A Pedagogia Logosófica estimula a formação de conceitos que favorecem a adaptação 
escolar e contribui para que este seja um campo propício para o cultivo de valores para a 
vida.
O conceito da amizade é fundamental para a formação da criança, assim como propiciar, 
no início do ano letivo, o campo experimental para seu aprendizado é também um 
recurso para favorecer a adaptação. 
Ao desenvolver um trabalho sobre a amizade, surgem reflexões sobre o tema para si 
mesmo, isto é, recordar as amizades que tem ou teve ao longo da vida, observar o que 
favorece o cultivo desse sentimento e avaliar quais são as escolhas necessárias em prol de 
uma amizade. A concepção logosófica favorece ainda o estudo e ampliação desse 
conceito, o que permite maior atenção em relação a todos os detalhes e indicações 
prático-experimentais sobre os conhecimentos e fatores que favorecem o cultivo desse 
vínculo.
E com as crianças? Como fazê-las pensar, recordar, observar e valorizar esse 
sentimento em suas vidas? Como estimulá-las a iniciarem os primeiros movimentos 
mentais sobre o tema?
17
Logosofia
Florianópolis - SC
Com a chegada de um novo ano letivo, inicia-se também uma fase 
muito importante e interessante na vida escolar: a de adaptação, 
quando as crianças, as famílias e os docentes vivem o desafio e a 
oportunidade da formação de novos vínculos. 
Recursos que favorecem 
 convivência
e o cultivo das amizades
a 
Kassiane Melissa Will Bertaiolli e Sabrina Zilli*
Qual é o papel do docente nesta experiência? Ao escolher um tema para ser desenvolvido 
no ambiente escolar, é necessário pensar nos objetivos, na intenção e, principalmente, em 
quais resultados se quer alcançar com o processo. 
A Pedagogia Logosófica estimula a formação de conceitos que favorecem a adaptação 
escolar e contribui para que este seja um campo propício para o cultivo de valores para a 
vida.
O conceito da amizade é fundamental para a formação da criança, assim como propiciar, 
no início do ano letivo, o campo experimental para seu aprendizado é também um 
recurso para favorecer a adaptação. 
Ao desenvolver um trabalho sobre a amizade, surgem reflexões sobre o tema para si 
mesmo, isto é, recordar as amizades que tem ou teve ao longo da vida, observar o que 
favorece o cultivo desse sentimento e avaliar quais são as escolhas necessárias em prol de 
uma amizade. A concepção logosófica favorece ainda o estudo e ampliação desse 
conceito, o que permite maior atenção em relação a todos os detalhes e indicações 
prático-experimentais sobre os conhecimentos e fatores que favorecem o cultivo desse 
vínculo.
E com as crianças? Como fazê-las pensar, recordar, observar e valorizar esse 
sentimento em suas vidas? Como estimulá-las a iniciarem os primeiros movimentos 
mentais sobre o tema?
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Logosofia
Florianópolis - SC
 As perguntas são elementos-chave e funcionam como engrenagens, preparando a mente 
e o coração para observar, ouvir, entender e pensar. 
Todo ser humano quer ter amigos. Por que precisamos ter amigos? Como podemos fazer 
amizade? O que nos une? Quais são as aptidões que precisamos cultivar para ser e ter mais 
amigos? 
Essas e outras perguntas podem surgir do professor quando, ao refletir sobre a própria 
vida, encontra recursos para ensinar às crianças.
Munidos desses recursos, foi planejada uma experiência que foi vivida pela turma do 1º 
ano do Ensino Fundamental, do Colégio Logosófico de Florianópolis. 
A chegada de seis novas crianças em uma turma que já se conhecia desde a Educação 
Infantil, inicialmente muito unida, trazia algumas dificuldades de convivência.
Iniciou-se o estudo sobre o tema amizade, fazendo a leitura e interpretação de um livro 
que as crianças da escola já conheciam e gostavam muito: Segredinhos para ampliar as 
3
amizades, de autoria de Jaqueline M. Zolet . A história relata as experiências de uma turma 
de crianças vivendo situações de convivência e de aprendizado, similar ao que foi vivido, o 
que favoreceu muito a identificação com a realidade de cada criança.
Em um segundo momento, as crianças foram convidadas a responder perguntas 
relacionadas ao tema, como por exemplo: Como é a turma? Como resolvemos as 
dificuldades? Como cada um pode colaborar consigo mesmo? Com o amigo? Com as 
professoras? Qual é o segredo para uma boa convivência? Como podemos aprender uns 
com os outros? O quepodemos aprender juntos? Como fica o nosso coração depois de 
um dia inteiro de descobertas nesse campo sensível?
As perguntas geraram muitas inquietudes tanto nas crianças quanto nos professores e 
também muitas estratégias para a melhorar a convivência e ampliar as amizades. Dentre as 
atividades planejadas, uma foi a formação de equipes para a elaboração de páginas de um 
livro com lindas ilustrações e a apresentação de soluções para as alternativas que a 
convivência oferece. As crianças conversaram muito, trocaram ideias e, em alguns 
momentos, até surgiram conflitos por ideias divergentes – ricas oportunidades para 
resolvê-las com a mediação das docentes.
A experiência permitiu que cada criança pensasse e desenhasse algo que estava fazendo 
para ser mais amiga, para ampliar a amizade.
O livro construído foi intitulado por elas de Livro dos Amigos, e passou a fazer parte da 
biblioteca. Nele, as crianças relataram o quanto cada um é diferente e o quanto podem 
aprender com os demais, e que as dificuldades podem ser resolvidas observando-se, 
pensando e sentindo. Pontuaram também que colaboram com os amigos quando são 
discretos, quando ajudam e respeitam. E, por fim, que o coração fica mais alegre, feliz e 
batendo bem forte depois de viver um dia repleto de descobertas e alegrias.
1
 GONZÁLEZ PECOTCHE, Carlos Bernardo. Introdução ao Conhecimento Logosófico. 3 ed., Adaptação Psicológica. 
São Paulo: Logosófica, 2011, p. 161.
2
 GONZÁLEZ PECOTCHE, Carlos Bernardo. Coletânea da Revista Logosofia – tomo 3. São Paulo: Logosófica, 2010, p. 52.
3
 ZOLET, Jaqueline M. Segredinhos para ampliar as amizades. 3 ed., Chapecó: Polyart, 2012.
Ao pôr em funcionamento essas engrenagens que permaneceram 
inativas dentro da estrutura espiritual humana, é como se fosse 
aberta uma nova vida, cheia de possibilidades. Vida que será 
imprescindível nutrir, atender e cercar dos maiores cuidados, se na 
verdade se quer existir nela e desfrutar os inumeráveis benefícios que 
2
semelhante prerrogativa oferece. 
“O homem, por sua constituição psíquica, 
mental, espiritual e física, é um ser adaptável 
a todas as mudanças e a todas as situações 
em que a vida o coloca, à medida que avança 
1
para seu aperfeiçoamento.”
18
Logosofia
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Logosofia
 As perguntas são elementos-chave e funcionam como engrenagens, preparando a mente 
e o coração para observar, ouvir, entender e pensar. 
Todo ser humano quer ter amigos. Por que precisamos ter amigos? Como podemos fazer 
amizade? O que nos une? Quais são as aptidões que precisamos cultivar para ser e ter mais 
amigos? 
Essas e outras perguntas podem surgir do professor quando, ao refletir sobre a própria 
vida, encontra recursos para ensinar às crianças.
Munidos desses recursos, foi planejada uma experiência que foi vivida pela turma do 1º 
ano do Ensino Fundamental, do Colégio Logosófico de Florianópolis. 
A chegada de seis novas crianças em uma turma que já se conhecia desde a Educação 
Infantil, inicialmente muito unida, trazia algumas dificuldades de convivência.
Iniciou-se o estudo sobre o tema amizade, fazendo a leitura e interpretação de um livro 
que as crianças da escola já conheciam e gostavam muito: Segredinhos para ampliar as 
3
amizades, de autoria de Jaqueline M. Zolet . A história relata as experiências de uma turma 
de crianças vivendo situações de convivência e de aprendizado, similar ao que foi vivido, o 
que favoreceu muito a identificação com a realidade de cada criança.
Em um segundo momento, as crianças foram convidadas a responder perguntas 
relacionadas ao tema, como por exemplo: Como é a turma? Como resolvemos as 
dificuldades? Como cada um pode colaborar consigo mesmo? Com o amigo? Com as 
professoras? Qual é o segredo para uma boa convivência? Como podemos aprender uns 
com os outros? O que podemos aprender juntos? Como fica o nosso coração depois de 
um dia inteiro de descobertas nesse campo sensível?
As perguntas geraram muitas inquietudes tanto nas crianças quanto nos professores e 
também muitas estratégias para a melhorar a convivência e ampliar as amizades. Dentre as 
atividades planejadas, uma foi a formação de equipes para a elaboração de páginas de um 
livro com lindas ilustrações e a apresentação de soluções para as alternativas que a 
convivência oferece. As crianças conversaram muito, trocaram ideias e, em alguns 
momentos, até surgiram conflitos por ideias divergentes – ricas oportunidades para 
resolvê-las com a mediação das docentes.
A experiência permitiu que cada criança pensasse e desenhasse algo que estava fazendo 
para ser mais amiga, para ampliar a amizade.
O livro construído foi intitulado por elas de Livro dos Amigos, e passou a fazer parte da 
biblioteca. Nele, as crianças relataram o quanto cada um é diferente e o quanto podem 
aprender com os demais, e que as dificuldades podem ser resolvidas observando-se, 
pensando e sentindo. Pontuaram também que colaboram com os amigos quando são 
discretos, quando ajudam e respeitam. E, por fim, que o coração fica mais alegre, feliz e 
batendo bem forte depois de viver um dia repleto de descobertas e alegrias.
1
 GONZÁLEZ PECOTCHE, Carlos Bernardo. Introdução ao Conhecimento Logosófico. 3 ed., Adaptação Psicológica. 
São Paulo: Logosófica, 2011, p. 161.
2
 GONZÁLEZ PECOTCHE, Carlos Bernardo. Coletânea da Revista Logosofia – tomo 3. São Paulo: Logosófica, 2010, p. 52.
3
 ZOLET, Jaqueline M. Segredinhos para ampliar as amizades. 3 ed., Chapecó: Polyart, 2012.
Ao pôr em funcionamento essas engrenagens que permaneceram 
inativas dentro da estrutura espiritual humana, é como se fosse 
aberta uma nova vida, cheia de possibilidades. Vida que será 
imprescindível nutrir, atender e cercar dos maiores cuidados, se na 
verdade se quer existir nela e desfrutar os inumeráveis benefícios que 
2
semelhante prerrogativa oferece. 
“O homem, por sua constituição psíquica, 
mental, espiritual e física, é um ser adaptável 
a todas as mudanças e a todas as situações 
em que a vida o coloca, à medida que avança 
1
para seu aperfeiçoamento.”
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Logosofia
19
Logosofia
Como resultado da atividade, foi observado que a turma se tornou mais unida e vinculada. 
Os novos amigos foram conquistando um espaço no coração de cada criança, e as 
brincadeiras passaram a ser compartilhadas de maneira mais espontânea. Outro aspecto 
observado foi o que se refere ao desenvolvimento da autonomia na resolução de conflitos. 
As crianças foram ampliando seu vocabulário e recursos mentais com as suas novas 
compreensões, passando a utilizar os elementos de reflexão e de ponderação para tornar a 
convivência mais feliz.
A experiência demonstrou que a amizade, como conceito e valor, necessita ser cultivada e 
estimulada. E que, quando se propõe trabalhar um tema transcendente como a amizade, é 
necessário cultivar muitos outros valores como, por exemplo, a colaboração, a adaptação, 
a generosidade e a valentia.
Ademais, ao se estimularem o estudo, a observação, a reflexão e criar um campo 
experimental para a prática de um tema, conceitos vão sendo ampliados e novos são 
criados, assim como recursos e defesas mentais que favorecem a busca e o cultivo de 
relações humanas duradouras, sadias e construtivas.
*Kassiane Melissa Will Bertaiolli. Professora do Colégio Logosófico – Unidade Florianópolis. Pedagoga.
Sabrina Zilli. Professora do Colégio Logosófico – Unidade Florianópolis. Pedagoga, com habilitação em Orientação Educacional.
Colaboração é a parte de esforço, boa vontade e até 
sacrifício que o homem oferece em favor de uma 
5
amizade, de um empreendimento ou de um ideal. 
“Todo ser 
humano 
deve ter 
4
amigos” 
González Pecotche*
Quando são analisadosos pensamentos e atos da vida dos 
seres humanos, imediatamente se perfilam as duas tendências 
que fluem de sua psicologia: uma que se manifesta 
encaminhada para o bem, para a verdade e a razão; outra que se 
pronuncia para o mal, para o erro e o desvio. Daí nasce, dentro de 
cada ser, o conflito que promove as mais variadas questões.
Duas tendências 
 que fluem da
psicologia humana
A primeira dessas tendências incita o homem a descobrir a verdade, fazendo-o 
sentir por ela uma verdadeira afeição; a segunda se opõe, dificultando em todo o 
momento essa tarefa. Da pugna constante entre ambas surgem os mais diversos 
motivos de estudo psicológico, cuja análise denuncia ausência de domínio 
próprio no desenvolvimento das ideias e nas atividades dos pensamentos. 
Ocorre assim que, enquanto algumas vezes o homem atua com a melhor 
disposição de ânimo e elevada conduta, outras vezes toma o sentido oposto, 
aparecendo como negação de si mesmo. Essa alternativa, manifestada com 
bastante frequência, é a que lhe impede a realização de muitos de seus 
melhores anelos, pois é como se estivesse constantemente desfazendo o 
que havia feito.
A maioria dos seres, por carecer de um conhecimento em 
profundidade sobre este ponto, chega a tornar infértil sua vida e 
anular, em consequência, todas as suas prerrogativas. Em tais 
condições, se não consegue vencer a tendência que empurra para 
o mal, essa maioria fica incapacitada para edificar para si um 
destino feliz. E sabe-se que, não havendo estabilidade na linha 
de conduta a seguir e nos juízos ou conceitos sustentados, 
20
Logosofia
21
Logosofia
4
 GONZÁLEZ PECOTCHE, Carlos Bernardo. Bases para sua Conduta, São Paulo: Logosófica, 2011, p. 27.
5
 GONZÁLEZ PECOTCHE, Carlos Bernardo. Coletânea da Revista Logosofia – tomo 3, São Paulo: Logosófica, 2010, p. 264.
Como resultado da atividade, foi observado que a turma se tornou mais unida e vinculada. 
Os novos amigos foram conquistando um espaço no coração de cada criança, e as 
brincadeiras passaram a ser compartilhadas de maneira mais espontânea. Outro aspecto 
observado foi o que se refere ao desenvolvimento da autonomia na resolução de conflitos. 
As crianças foram ampliando seu vocabulário e recursos mentais com as suas novas 
compreensões, passando a utilizar os elementos de reflexão e de ponderação para tornar a 
convivência mais feliz.
A experiência demonstrou que a amizade, como conceito e valor, necessita ser cultivada e 
estimulada. E que, quando se propõe trabalhar um tema transcendente como a amizade, é 
necessário cultivar muitos outros valores como, por exemplo, a colaboração, a adaptação, 
a generosidade e a valentia.
Ademais, ao se estimularem o estudo, a observação, a reflexão e criar um campo 
experimental para a prática de um tema, conceitos vão sendo ampliados e novos são 
criados, assim como recursos e defesas mentais que favorecem a busca e o cultivo de 
relações humanas duradouras, sadias e construtivas.
*Kassiane Melissa Will Bertaiolli. Professora do Colégio Logosófico – Unidade Florianópolis. Pedagoga.
Sabrina Zilli. Professora do Colégio Logosófico – Unidade Florianópolis. Pedagoga, com habilitação em Orientação Educacional.
Colaboração é a parte de esforço, boa vontade e até 
sacrifício que o homem oferece em favor de uma 
5
amizade, de um empreendimento ou de um ideal. 
“Todo ser 
humano 
deve ter 
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amigos” 
González Pecotche*
Quando são analisados os pensamentos e atos da vida dos 
seres humanos, imediatamente se perfilam as duas tendências 
que fluem de sua psicologia: uma que se manifesta 
encaminhada para o bem, para a verdade e a razão; outra que se 
pronuncia para o mal, para o erro e o desvio. Daí nasce, dentro de 
cada ser, o conflito que promove as mais variadas questões.
Duas tendências 
 que fluem da
psicologia humana
A primeira dessas tendências incita o homem a descobrir a verdade, fazendo-o 
sentir por ela uma verdadeira afeição; a segunda se opõe, dificultando em todo o 
momento essa tarefa. Da pugna constante entre ambas surgem os mais diversos 
motivos de estudo psicológico, cuja análise denuncia ausência de domínio 
próprio no desenvolvimento das ideias e nas atividades dos pensamentos. 
Ocorre assim que, enquanto algumas vezes o homem atua com a melhor 
disposição de ânimo e elevada conduta, outras vezes toma o sentido oposto, 
aparecendo como negação de si mesmo. Essa alternativa, manifestada com 
bastante frequência, é a que lhe impede a realização de muitos de seus 
melhores anelos, pois é como se estivesse constantemente desfazendo o 
que havia feito.
A maioria dos seres, por carecer de um conhecimento em 
profundidade sobre este ponto, chega a tornar infértil sua vida e 
anular, em consequência, todas as suas prerrogativas. Em tais 
condições, se não consegue vencer a tendência que empurra para 
o mal, essa maioria fica incapacitada para edificar para si um 
destino feliz. E sabe-se que, não havendo estabilidade na linha 
de conduta a seguir e nos juízos ou conceitos sustentados, 
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 GONZÁLEZ PECOTCHE, Carlos Bernardo. Bases para sua Conduta, São Paulo: Logosófica, 2011, p. 27.
5
 GONZÁLEZ PECOTCHE, Carlos Bernardo. Coletânea da Revista Logosofia – tomo 3, São Paulo: Logosófica, 2010, p. 264.
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não é possível a permanência no ser das coisas estáveis, o que leva, 
inevitavelmente, à incerteza, à dúvida e ao ceticismo, que se resumem 
numa verdadeira desorientação. 
Quando o homem não consegue fixar dentro de si as posições 
que definem o quadro das próprias aspirações, com extrema 
facilidade se torna um joguete das circunstâncias. E, se não 
consegue compreender a importância que tem para sua vida o 
conhecimento das causas que motivam as situações que lhe 
costumam ser criadas, a fim de se precaver contra toda 
influência que o arraste na direção do mal, não encontrará a 
forma de sair delas. Ao contrário disso, quando ele chega a 
estabelecer dentro de si uma arraigada convicção a respeito da 
importância capital que tem a manutenção de uma linha de 
conduta invariável acerca dos propósitos de bem que se foram 
reafirmando em sua consciência, a vida se torna estável e 
invulnerável aos embates e às agitações provocadas por 
tendências alheias a tais propósitos. Isso requer, como é natural, 
uma constante vigilância sobre os próprios pensamentos.
O convencimento a que aludimos tem que ser capaz de impedir até a 
menor perturbação interna que pudesse ser ocasionada pelas tantas 
circunstâncias que, no curso dos dias, sobrevêm para provar a 
consistência dos pronunciamentos íntimos. Quando prevalece a 
confiança que o homem deposita em suas próprias decisões, ele cuida 
para que nada altere o processo de suas realizações, pois sabe que coisa 
alguma fará ou, melhor ainda, concluirá, caso se debilite nele a força da 
convicção que haverá de levá-lo ao cumprimento de seus anelos.
Em resumo, a solução desta questão reside em dar maior volume à 
tendência de bem que flui de cada psicologia individual, enquanto se 
reprime, até alcançar sua total eliminação, a tendência que inclina para o 
mal. Vencer nessa luta é dar com uma das chaves que emancipam o 
espírito da constante e angustiosa incerteza em que vive.
Era visível a empolgação da criança ao saber que seria realizada, no fim do semestre que se 
aproximava, a sonhada viagem que faria com a família. Sua alegria chamava a atenção de 
todos que a rodeavam naquele momento, quando ela já imaginava os lances e aventuras 
do passeio.
De repente, seu telefone toca. Era sua mãe, que a recrimina pela nota baixa que tirara em 
Matemática. Num passe de mágica, seu mundo interno sofreuma reviravolta, sua 
fisionomia é tomada de desalento e desespero, esboçando um choro.
Em seguida, sai correndo, tranca-se no quarto e, por um bom tempo, não quis atender e 
nem ouvir ninguém.
Um passeio por 
dentro da Terra
e de si mesmo
Goiânia - GO
Maria Beatriz Bueno Sauerbronn*
 * Criador da Logosofia
Quando prevalece a confiança que o 
homem deposita em suas próprias 
decisões, ele cuida para que nada altere 
o processo de suas realizações.
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Logosofia
não é possível a permanência no ser das coisas estáveis, o que leva, 
inevitavelmente, à incerteza, à dúvida e ao ceticismo, que se resumem 
numa verdadeira desorientação. 
Quando o homem não consegue fixar dentro de si as posições 
que definem o quadro das próprias aspirações, com extrema 
facilidade se torna um joguete das circunstâncias. E, se não 
consegue compreender a importância que tem para sua vida o 
conhecimento das causas que motivam as situações que lhe 
costumam ser criadas, a fim de se precaver contra toda 
influência que o arraste na direção do mal, não encontrará a 
forma de sair delas. Ao contrário disso, quando ele chega a 
estabelecer dentro de si uma arraigada convicção a respeito da 
importância capital que tem a manutenção de uma linha de 
conduta invariável acerca dos propósitos de bem que se foram 
reafirmando em sua consciência, a vida se torna estável e 
invulnerável aos embates e às agitações provocadas por 
tendências alheias a tais propósitos. Isso requer, como é natural, 
uma constante vigilância sobre os próprios pensamentos.
O convencimento a que aludimos tem que ser capaz de impedir até a 
menor perturbação interna que pudesse ser ocasionada pelas tantas 
circunstâncias que, no curso dos dias, sobrevêm para provar a 
consistência dos pronunciamentos íntimos. Quando prevalece a 
confiança que o homem deposita em suas próprias decisões, ele cuida 
para que nada altere o processo de suas realizações, pois sabe que coisa 
alguma fará ou, melhor ainda, concluirá, caso se debilite nele a força da 
convicção que haverá de levá-lo ao cumprimento de seus anelos.
Em resumo, a solução desta questão reside em dar maior volume à 
tendência de bem que flui de cada psicologia individual, enquanto se 
reprime, até alcançar sua total eliminação, a tendência que inclina para o 
mal. Vencer nessa luta é dar com uma das chaves que emancipam o 
espírito da constante e angustiosa incerteza em que vive.
Era visível a empolgação da criança ao saber que seria realizada, no fim do semestre que se 
aproximava, a sonhada viagem que faria com a família. Sua alegria chamava a atenção de 
todos que a rodeavam naquele momento, quando ela já imaginava os lances e aventuras 
do passeio.
De repente, seu telefone toca. Era sua mãe, que a recrimina pela nota baixa que tirara em 
Matemática. Num passe de mágica, seu mundo interno sofre uma reviravolta, sua 
fisionomia é tomada de desalento e desespero, esboçando um choro.
Em seguida, sai correndo, tranca-se no quarto e, por um bom tempo, não quis atender e 
nem ouvir ninguém.
Um passeio por 
dentro da Terra
e de si mesmo
Goiânia - GO
Maria Beatriz Bueno Sauerbronn*
 * Criador da Logosofia
Quando prevalece a confiança que o 
homem deposita em suas próprias 
decisões, ele cuida para que nada altere 
o processo de suas realizações.
1 
BRANCO, Samuel Murgel. Passeio por dentro da Terra. 2 ed., Editora Moderna, 2002.
Passada a tempestade repassei as cenas. Que vergonha! Não estava colocando em prática o 
que estava aprendendo na escola. O que a vaidade me levou a fazer! Tirou-me a capacidade de 
pensar e no que deveria pensar: o que me faltou para tirar uma nota melhor e ir à luta, 
estudando mais.
González Pecotche, criador da ciência logosófica, onde se fundamenta a Pedagogia 
Logosófica, ensina:
 
A pergunta seguinte sempre é feita aos professores e coordenadores dos colégios 
logosóficos: Como conseguem oferecer os conteúdos curriculares simultaneamente aos 
conteúdos da ciência logosófica?
A resposta é única: O conhecimento é a palavra-chave. Nos dois sentidos, ou seja, 
conhecer bem os conteúdos de uma disciplina e, também, os recursos e elementos afins 
que a Logosofia oferece. Um de seus princípios adverte que não se pode ensinar aquilo 
que se ignora.
Há estudo e preparo docente constantes, tanto individualmente como em conjunto, que 
se somam à experiência adquirida; além da pesquisa e seleção de material didático 
suplementar que enriquece os conteúdos curriculares e propicia a utilização dos 
ensinamentos logosóficos. Estes, por sua vez, preparam os olhos do entendimento para 
enxergar uma realidade além da visível e palpável fisicamente, que se revela à inteligência 
como uma realidade igual à física ou material.
A utilização do livro literário Passeio por dentro da Terra é um exemplo eloquente, pois 
possibilita a analogia com uma viagem ao mundo interno. Através dele, os alunos são 
conduzidos e estimulados a:
Conteúdos curriculares e 
os conceitos transcendentes
Na contemplação, observação, meditação e 
estudo de cada uma das maravilhas dessa 
criação, podemos assimilar a parte de essência 
que corresponde à nossa vida psíquica. 
24
Logosofia
25
Logosofia
Mas sua nota em Geografia certamente 
fora boa, pois com vivo interesse ela 
participava das aulas, enriquecidas pela 
leitura de um livro de histórias, intitulado 
1
Passeio por dentro da Terra , mostrando 
como os movimentos telúricos no 
interior do planeta produzem terremotos, 
vendavais, erupção de vulcões, tsunâmis...
Esse menino estudava no Colégio 
Logosófico González Pecotche, cuja 
pedagogia ensina professores e alunos a 
transcender os conteúdos das disciplinas 
e retirar, das vivências e experiências do 
dia a dia, elementos que enriqueçam a 
vida, favorecendo a convivência consigo 
mesmo e com os demais. 
Por isso, ele e seus colegas tinham sido 
estimulados a fazer uma analogia entre 
esses movimentos que surgem do centro 
da Terra (que eles não podem controlar) 
com os movimentos de suas mentes, nos 
quais eles podem intervir.
Trancado em seu quarto e ensimesmado, 
começou a perceber que o pensamento 
da vaidade – eu, com nota baixa?... – 
agitou seu mundo interno, fazendo-o 
explodir em lágrimas e revolta. 
Mas se no centro da Terra tem lavas e 
movimentos que provocam a erupção 
dos vulcões, tem também pedras 
preciosas, como o cobiçado diamante. 
Aos poucos, essa analogia ajuda nosso 
aluno-personagem a manifestar senti-
mentos e pensamentos sensatos. Final-
mente, concluiu essa sua vivência com as 
seguintes palavras:
1 
BRANCO, Samuel Murgel. Passeio por dentro da Terra. 2 ed., Editora Moderna, 2002.
Passada a tempestade repassei as cenas. Que vergonha! Não estava colocando em prática o 
que estava aprendendo na escola. O que a vaidade me levou a fazer! Tirou-me a capacidade de 
pensar e no que deveria pensar: o que me faltou para tirar uma nota melhor e ir à luta, 
estudando mais.
González Pecotche, criador da ciência logosófica, onde se fundamenta a Pedagogia 
Logosófica, ensina:
 
A pergunta seguinte sempre é feita aos professores e coordenadores dos colégios 
logosóficos: Como conseguem oferecer os conteúdos curriculares simultaneamente aos 
conteúdos da ciência logosófica?
A resposta é única: O conhecimento é a palavra-chave. Nos dois sentidos, ou seja, 
conhecer bem os conteúdos de uma disciplina e, também, os recursos e elementos afins 
que a Logosofia oferece. Um de seus princípios adverte que não se pode ensinar aquilo 
que se ignora.
Há estudo e preparo docente constantes, tanto individualmente como em conjunto, que 
se somam à experiência adquirida;

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