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UM PROJETO 
VITAL
Paulo Jorge Storace Rota Paulo Edison de Oliveira
Vida
Projeto
 de
Projeto de Vida
MANUAL DO 
PROFESSOR
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Paulo Jorge Storace Rota Paulo Edison de Oliveira
MANUAL DO 
PROFESSOR
Paulo Edison de Oliveira
Graduado em Ciências Sociais pela PUC-SP, especialista em “Economia Solidária 
e Tecnologia Social” pela Unicamp, mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP.
Paulo Jorge Storace Rota
Graduado em História pela PUC-SP, mestre em Educação e Tecnologia pela PUC-SP, 
especialização em Administração Escolar e Coordenação Pedagógica pela Universidade 
Veiga de Almeida. 
São Paulo, 1a edição, 2020
UM PROJETO 
VITAL
Vida
Projeto
 de
Projeto de Vida
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© Hedra Educação, 2020
© Paulo Jorge Storace Rota e Paulo Edison de Oliveira, 2020
Coordenação editorial e de produção: DB Produções Editoriais
Edição: Samir Thomaz
Projeto gráfico e capa: Sérgio Cândido
Imagem de capa: Rido/Shutterstock, ReVelStockArt/Shutterstock e Ozz Design/Shutterstock
Edição de arte e editoração eletrônica: Fênix Editorial
Iconografia: Marcia Sato
Ilustrações: Ciro Araújo
Revisão: Atalante Editores
São Paulo, 1a edição, 2020
Hedra Educação Ltda. – Todos os direitos reservados.
Rua Fradique Coutinho, 1319
Vila Madalena
São Paulo - SP
CEP 05416-011
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação – CIP
F653
Oliveira, Paulo Edison, Rota, Paulo Jorge Storace. Projeto de vida: um projeto vital / Paulo Edison de 
Oliveira e Paulo Jorge Storace Rota – São Paulo: Hedra Educação, 2020
ISBN 978-85-67242-65-1 (aluno)
ISBN 978-65-99056-00-0 (professor) 
1. Educação. 2. Educação Integral. 3. Educação Inovadora. 4. Práticas 
Pedagógicas. 5. Metodologias Ativas. 6. Projeto de Vida. 7. Autonomia. I. Título. II. Projeto Vital. III. Minha 
história. IV. Oliveira, Paulo Edison V. Rota, Paulo Jorge Storace. 
CDU 37 CDD 370
Catalogação elaborada por Regina Simão Paulino – CRB 6/1154
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APRESENTAÇÃO
No espaço escolar, você deve experienciar 
atividades que possibilitem autoria, participação 
nas decisões e na condução de seu processo edu-
cativo, bem como expressar seus pontos de vista 
e a concretização de seus interesses.
A proposta é que você seja corresponsável 
pelo seu processo de aprendizagem e sujeito ati-
vo na construção de soluções para os problemas 
cotidianos da escola. 
Projetar a vida é fazer escolhas. É também 
definir objetivos, estabelecer metas para a vida 
futura. Daí a importância de a escola não entregar 
aos alunos um mundo pronto e acabado, desa-
fiando-os a escolher. 
A obra estrutura-se em uma rede de atividades 
nas quais se privilegiam o protagonismo dos estu-
dantes, a autoria e suas escolhas. 
Convidamos você agora a construir, por meio 
de metodologias ativas e de modo colaborativo, 
percursos de aprendizagem e desenvolver com-
petências cognitivas, socioemocionais e híbridas. 
Mediante a corresponsabilidade no desen-
volvimento das atividades, exercite a escolha e 
atribua sentido às diversas experiências escolares, 
inclusive as que simulam uma atuação na socie-
dade no presente e no futuro em âmbito pessoal, 
social e profissional.
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SUMÁRIO
1 O ENCONTRO CONSIGO COM ÊNFASE NA DIMENSÃO PESSOALmódulo
CAPÍTULO 1 Cartografia do eu: interesses, necessidades 
e autocuidado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
CAPÍTULO 2 Emoção e sentimento são a mesma coisa? 
Como lido comigo mesmo? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
CAPÍTULO 3 Resiliência, conscienciosidade e autoria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
CAPÍTULO 4 Cebola ou alcachofra? Minha subjetividade 
e singularidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
1o Evento de culminância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
CAPÍTULO 5 Projeto de vida, um projeto vital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
CAPÍTULO 6 Meu percurso protagonista: um projeto ético! . . . . . . . . . . 86G 
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2 A DIMENSÃO CIDADÃmódulo
3 A DIMENSÃO PROFISSIONALmódulo
CAPÍTULO 7 Jovens e juventudes: o que diz a sociedade . . . . . . . . . . . . . 104
CAPÍTULO 8 E eu com isso? O que dizem os jovens? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
CAPÍTULO 9 Biografias e autobiografias: um diálogo entre 
o meu percurso escolar, minha história 
de vida e meu lugar no mundo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
CAPÍTULO 10 Meu projeto vital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
2o Evento de culminância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
CAPÍTULO 11 Mundo do trabalho – Profissões, escolhas 
e tomada de decisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152
CAPÍTULO 12 Mediação de conflito e negociação – O exercício da 
escolha e o debate público (debate regrado) . . . . . . . . . . . 166
CAPÍTULO 13 O cuidado de si e o projeto de vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180
3o Evento de culminância – Os projetos de vida e os futuros . . . . . . . . . . . . 196
Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200
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módulo
O encontro 
consigo com ênfase 
na dimensão 
pessoal
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1
Capítulo
Cartografia 
do eu: interesses, 
necessidades e 
autocuidado
“– Poderia me dizer, por favor, que caminho 
devo tomar para ir embora daqui?
– Depende bastante de para onde quer ir, 
respondeu o Gato.
– Não me importa muito para onde, disse 
Alice.
– Então não importa que caminho tome.”
(Aventuras de Alice no País das maravilhas – Lewis Carroll)
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Grupo de amigos 
posando para foto.
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Vamos iniciar as aulas de projeto de vida! Será um espaço de diálogo, troca 
de informações, produção de conhecimentos e aprendizagem colaborativa. Tudo 
isso para que você, jovem, faça uma viagem em busca do autoconhecimento e 
do cuidado de si.
Para isso, é fundamental que você seja corresponsável por todas as etapas 
do processo. Você só se conhecerá ou aprenderá, ou produzirá conhecimento, 
se desejar e estiver disposto a isso.
Venha participar dessa jornada coletiva em busca do autoconhecimento e 
do autocuidado.
Vamos lá!
1
ATIVIDADE
Mobilização
No mundo de Alice 
Nesta primeira atividade, vamos conhecer Alice, personagem do escritor 
inglês Lewis Carroll. Vocês conhecem os livros Aventuras de Alice no País das 
maravilhas, de 1865, e Através do espelho e o que Alice encontrou lá, de 1871? 
Ou já assistiram aos filmes Alice no País das maravilhas, de 2010, ou Alice 
através do espelho, de 2016? 
Quem já leu ou conhece a história poderá relatar para os colegas 
algumas passagens desse clássico – mas sem dar spoiler, certo? Quem não 
conhece, será um momento de ampliar seu conhecimento sobre um dos 
momentos mais cintilantes da literatura. 
Nosso objetivo neste tópico é começar uma viagem em busca de se 
conhecer melhor e valorizar suas potencialidades,ao mesmo tempo reco-
nhecer a importância do outro. É na interação com os outros que podemos 
reconhecer nossas forças e agir com empatia.
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“Calvin e Haroldo”, de Bill Waterson.
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O caminho pelo mundo encantado de Lewis Carroll será 
mediado pelo professor e necessita do envolvimento de 
todos. Seguiremos algumas etapas para facilitar nossa com-
preensão e compartilhar ideias, sentimentos e impressões.
Primeiramente, com a orientação do professor, organi-
zem-se em duplas, escolham uma das duas histórias (Livro 1: 
Aventuras de Alice no País das maravilhas, ou Livro 2: Através do 
espelho e o que Alice encontrou por lá) e, então, respondam às 
perguntas. Não esqueçam de registrar as histórias, pois, quando 
o professor solicitar, vocês devem apresentá-las à turma. 
É com vocês!
LIVRO 1
Aventuras de Alice no País das maravilhas 
Nesta narrativa, a personagem Alice cai em um buraco e 
entra em um lugar diferente e desconhecido, um ambiente 
de fantasia e aventura. Em determinado momento, a menina 
encontra uma lagarta.
Acompanhe o momento da narrativa em que isso acon-
tece e o diálogo que Alice estabelece com a lagarta.
Lewis Carroll
Lewis Carroll se chamava Charles 
Lutwidge Dodgson, um inglês que 
viveu no século XIX (1832-1898). 
Era escritor, matemático e reve-
rendo anglicano.
Alguns de seus livros se tor-
naram clássicos da literatura oci-
dental e foram levados às telas do 
cinema. O primeiro filme de Alice 
no País das maravilhas foi produ-
zido por Walt Disney, em 1951, e 
dirigido por Clyde Geronimi, Wilfred 
Jackson e Hamilton Luske. Em 
2010, o cineasta Tim Burton diri-
giu a versão mais recente de Alice 
no País das maravilhas. Em 2016, 
James Bobin dirigiu Alice através 
do espelho. 
B
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A Lagarta e Alice ficaram olhando uma para a outra 
algum tempo em silêncio. Finalmente a Lagarta [...] se 
dirigiu a ela numa voz lânguida, sonolenta.
“Quem é você”? – perguntou a Lagarta.
Não era um começo de conversa muito animador. 
Alice respondeu, meio encabulada: 
“Eu... eu mal sei, Sir, neste exato momento... 
pelo menos sei quem eu era quando me levan-
tei esta manhã, mas acho que já passei por 
várias mudanças desde então.”
“Que quer dizer com isso?” – esbra-
vejou a Lagarta. – “Explique-se!”
“Receio não poder me explicar”, 
respondeu Alice, “porque não sou eu 
mesma, entende?”
Album
/Fotoarena
A atriz Mia 
Wasikowska no 
papel de Alice no 
filme Alice no país das 
maravilhas e dirigido 
por Tim Burton, 2010.
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“Não entendo”, disse a Lagarta.
“Receio não poder ser mais clara”, Alice 
respondeu com muita polidez, “pois eu 
mesma não consigo entender, para começar; 
e ser de tantos tamanhos diferentes num dia 
é muito perturbador.”
“Não é”, disse a Lagarta.
“Bem, talvez ainda não tenha descoberto 
isso”, disse Alice; “mas quando tiver de virar 
uma crisálida... vai acontecer um dia, sabe... e 
mais tarde uma borboleta, diria que vai achar 
isso um pouco esquisito, não vai?”
“Nem um pouquinho”, disse a Lagarta.
“Bem, talvez seus sentimentos sejam 
diferentes”, concordou Alice; “tudo que sei é 
que para mim isso pareceria muito esquisito.”
“Você”– desdenhou a Lagarta. – “Quem 
é você?” 
O que as levou de novo para o início da 
conversa.
CARROLL, Lewis. Alice – Aventuras de Alice no País das maravilhas 
& Através do espelho e o que Alice encontrou por lá. Trad. 
Maria Luiza Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2012. p. 36- 37.
Depois de ler o trecho, converse com seu colega de dupla sobre o sentido 
do diálogo de Alice com a Lagarta. Em seguida, leia e responda às questões 
abaixo (uma resposta por dupla), para refletir sobre o texto, e se prepare para 
compartilhar os registros com a turma.
a) O que podemos entender do diálogo? Sobre o que Alice e a Lagarta 
estão conversando?
b) De acordo com o texto, por que Alice passou por várias mudanças 
desde a manhã?
c) Quais são as ideias presentes no trecho “Eu... eu mal sei, Sir, neste exato 
momento... pelo menos sei quem eu era quando me levantei esta manhã, 
mas acho que já passei por várias mudanças desde então". Existem 
mudanças que nos fazem deixar de ser nós mesmos?
d) No trecho “Bem, talvez ainda não tenha descoberto isso”, disse Alice; 
“mas, quando tiver de virar uma crisálida... vai acontecer um dia, sabe... 
e mais tarde uma borboleta, diria que vai achar isso um pouco esquisito, 
não vai?”, o que você acha que Alice quis dizer?
Al
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ot
oa
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na
A personagem Lagarta 
no filme Alice no país das 
maravilhas e dirigido por 
Tim Burton, 2010.
Veja respostas no Manual 
do Professor.
Veja orientações no 
Manual do Professor.
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LIVRO 2
Através do espelho e o que Alice encontrou lá 
A personagem Alice entra no espelho e retorna ao País das maravilhas para viver novas 
aventuras. Acompanhe o momento de entrada no espelho.
“No instante seguinte, Alice atravessara o espelho e saltara 
lepidamente na sala da Casa do Espelho. A primeira coisa que 
fez foi verificar se havia fogo na lareira, e ficou muito satisfeita ao 
constatar que havia um fogo de verdade, crepitando tão alegre-
mente quanto o que deixara para trás.
– Assim vou ficar tão aquecida aqui quanto estava lá na sala, 
pensou; ou mais aquecida, porque aqui não vai haver ninguém 
mandando que eu me afaste do fogo. Oh, como vai ser engraçado 
quando me virem aqui, através do espelho, e não puderem me 
alcançar!
Em seguida começou a olhar em volta e notou que o que podia 
ser visto da sala anterior era bastante banal e desinteressante, 
mas todo o resto era tão diferente quanto possível. Por exemplo, 
os quadros na parede perto da lareira pareciam todos vivos, e o 
próprio relógio sobre o console (você sabe que só pode ser o fundo 
dele no espelho) tinha o rosto de um velhinho, e sorria para ela. [...]
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Ilustrações feitas pelo inglês John Tenniel (1820-1914) para a obra Através do espelho e o que 
Alice encontrou por lá, de Lewis Carroll.
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Havia um livro sobre a mesa [...], folheou suas 
páginas, encontrando um trecho que não conse-
guia ler — ‘é todo em alguma língua que não 
sei’, disse para si mesma.
Era assim:
Quebrou a cabeça por algum tempo, 
mas por fim lhe ocorreu uma ideia lumi-
nosa. ‘Ora, este é um livro do Espelho, 
claro!’”
CARROLL, Lewis. Alice – Aventura de Alice no 
País das maravilhas & Através do espelho e 
o que Alice encontrou por lá. Trad. Maria Luiza 
Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2012. p. 109. 
Depois de ler o trecho, converse com seu 
colega de dupla sobre a impressão de Alice dentro 
do espelho. Em seguida, leia e responda às questões 
abaixo (uma resposta por dupla), para refletir sobre o texto, 
e se prepare para compartilhar os registros com a turma.
a) O que faz um espelho? Quais são os possíveis sentidos da ideia 
de atravessar um espelho? Se fosse possível atravessar um 
espelho, o que poderíamos encontrar? Como seria a realidade 
através do espelho? 
b) De acordo com o texto, quais são as ideias presentes no trecho 
“A primeira coisa que fez foi verificar se havia fogo na lareira, e ficou muito 
satisfeita ao constatar que havia um fogo de verdade, crepitando tão 
alegremente quanto o que deixara para trás”. O que vocês imaginam 
que fez Alice duvidar, por um momento, se havia fogo naquele 
lado do espelho?
c) No trecho “Quebrou a cabeça por algum tempo, mas por fim lhe ocorreu 
uma ideia luminosa. ‘Ora, este é um livro do Espelho, claro!’”. Imaginem 
qual teria sido a ideia que Alice teve. 
Agora, com a mediação do professor, vamos trocar ideias sobre como os 
antigos gregos faziam na ágora. Vamos dialogar e aprender uns com os outros. 
Na Grécia antiga, a ágora constituía-se no espaço comum da pólis (cida-
de-Estado grega), no qual os cidadãos exerciam os seus direitos políticos 
participando das decisões públicas. Era umlocal para realizar reuniões e 
debates entre aqueles que eram considerados cidadãos. Estavam excluídos 
os escravos, menores de 21 anos, mulheres e estrangeiros.
O diálogo é uma relação de escuta com reconhecimento do outro. Ao 
ouvir o que o outro diz, algo em mim se transforma, e uma nova ideia surge, 
talvez não tão nova ou tão diferente, mas, com certeza, distinta. 
Vamos deixar nascer novas ideias? 
PARGARÁVIO
Solumbrava, e os lubriciosos touvos 
Em vertigiras persondavam as verdentes,
Trisciturnos calavam-se os gaiolouvos
E os porverdidos estriguilavam frentes
Veja respostas no Manual do Professor.
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ATIVIDADE
A selfie individual: 
Quem sou? Como me vejo? 
Agora que fizemos o aquecimento, seguiremos nesta 
viagem do autoconhecimento. Que tal realizarmos uma leitura 
de imagens?
Vamos refletir sobre a nossa autoimagem. Será que a autoi-
magem que fazemos de nós tem como referência os outros? 
Essa é uma pergunta difícil, por isso, a deixaremos aqui e depois 
voltaremos a ela.
Nós, seres humanos, somos criaturas que desde há muito 
tempo produzimos selfies. Selfies? Será que era assim que nossos 
avós, bisavós, tataravós, enfim, nossos ancestrais chamavam os 
retratos de si mesmos?
Não, eles os chamavam de autorretratos. A palavra selfie é 
uma variação do termo inglês self-portrait, que significa “autorre-
trato”. Com o surgimento dos aparelhos de celular com câmeras 
embutidas, a internet e as redes sociais, os autorretratos/selfies 
se tornaram um fenômeno social. Mas o que está por trás desse 
fenômeno social? 
A proposta, neste momento, é que vocês, com a mediação 
do professor, façam a leitura das imagens a seguir de modo que 
identifiquem as possíveis leituras das relações entre a necessi-
dade humana de se autorretratar e a aceitação social. O objetivo 
é identificar nossos interesses, o porquê deles, e, além disso, 
refletir e dialogar sobre as maneiras como nós relacionamos com 
os outros. Se conhecer é importante para podermos compreen-
der nossas emoções e aprender a lidar com elas.
Problematização 
Veja orientações no Manual do Professor.
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Imagem A
Provável autorretrato de 
Leonardo da Vinci, cerca 
de  a  d.C. 
Imagem B
Robert Cornelius, um 
fotógrafo pioneiro 
da Filadélfia que, em 
, registrou a sua 
selfie. Para conseguir a 
imagem, Robert precisou 
ficar imóvel por mais de 
um minuto.
Imagem C
Os jovens russos Dimitriy 
Chernysh e Polina fazem 
uma selfie no alto de um 
edifício em Dubai. Foto 
de .
Imagem D
A humorista Ellen 
DeGeneres (de branco, na 
frente) organizou a selfie 
mais compartilhada do 
mundo no Oscar de . 
Teve mais de  milhões de 
compartilhamentos.
Observem as imagens de autorretratos e reflitam:
Qual é a data de produção dos autorretratos/selfies? Você conhece estas pessoas ou personagens? 
Quais foram as possíveis intenções de quem realizou os autorretratos/selfies apresentados?
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Atenção: Não é necessário responder, apenas observe as imagens e reflita até o 
professor convidá-lo ao diálogo.
Agora que já refletiram individualmente, vamos dialogar com a turma. Com a 
mediação do professor, dialogue sobre as questões problematizadoras:
a) Notaram que a prática de se autorretratar é antigo? Então, do ponto de vista 
social, o que é interessante observar de semelhante e de diferente nas imagens?
b) As selfies são comuns nos perfis das redes sociais, mas será que se trata de 
simples imagens de nós mesmos? Afinal, por que as pessoas gostam tanto de 
postar selfies nas redes sociais? Nossos autorretratos podem revelar muito do 
que somos ou do que gostaríamos de ser?
c) Há jovens que, mesmo com smartphone e conexão, não possuem redes sociais 
e não fazem selfie: por que será? Você imagina que possa haver motivos para 
não participar desse fenômeno social contemporâneo?
Ao refletir sobre quem somos, diversos questionamentos surgem, alguns com 
respostas imediatas e outros que levamos a vida toda tentando responder.
O processo de identificação acontece com base na nossa experiência de vida, no 
local em que vivemos. As culturas humanas são diversas, variam em hábitos, costumes 
e valores. Contudo, o processo de mundialização, iniciado com as grandes navegações 
no século XVI e retomado no final do século XX, com a globalização moderna, possi-
bilitou (e vem possibilitando) o intercâmbio cultural entre vários povos.
No século XX, os aparelhos eletrônicos, como o telefone, o rádio e a televisão, 
além do cinema, e, mais recentemente, os computadores pessoais, a internet e os 
telefones celulares levaram as trocas culturais ao seu ápice, de maneira que, segundo a 
Organização das Nações Unidas (ONU), das 7,6 bilhões de pessoas no mundo, 3,9 bilhões 
estão conectadas à rede mundial de computadores. De acordo com o relatório da GSMA 
Economia Móvel 2019, 5,1 bilhões de pessoas usam algum tipo de aparelho celular. 
As novas tecnologias da informação aproximaram as culturas e estão conectando 
os seres humanos de todos os lugares do planeta. Nesse cenário, alguns hábitos, costu-
mes e valores são homogeneizados de uma maneira que nem percebemos. O que são 
necessidades realmente nossas e quais são as inconscientemente impostas? Quais são 
os nossos reais interesses? Entre as necessidades e os interesses, estou me cuidando? 
São questões complexas, já que as necessidades são construídas socialmente e os 
interesses, com base nas nossas prioridades. 
An
dr
e 
Da
hm
er
Quadrinhos 
dos anos 10, do 
desenhista, poeta 
e artista plástico 
carioca André 
Dahmer.
Veja orientações no Manual do Professor.
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O que estamos problematizando neste primeiro diálogo em busca do autoco-
nhecimento e do autocuidado é a importância de refletirmos sobre a introjeção dos 
desejos sociais. Você lembra que deixamos uma pergunta em aberto: Será que a 
autoimagem que fazemos de nós é baseada nos outros? Vamos tentar respondê-la? 
Para isso, vamos fazer uma reflexão individual e coletiva sobre o universo da selfie.
Criação 
Agora é com você. Reveja no seu celular algumas de suas selfies. 
Sugerimos que você disponibilize um caderno ou fichário para registro 
pessoal. A ideia é que você tenha um local para armazenar seus registros. No 
final do ano, vamos realizar um evento para expor seus trabalhos individuais 
e coletivos e os projetos de vida da turma; então, procure armazenar suas 
produções. Em breve, vamos trazer mais informações e orientar com precisão. 
Copie no seu material de registro as questões do quadro a seguir (ou 
reproduza o quadro) e responda individualmente. 
Ao preencher o quadro, os objetivos são: refletir sobre o significado 
das experiências cotidianas; reconhecer suas potencialidades e limites para 
lidar com elas; perceber-se como parte de um coletivo e como parte inter-
dependente de redes locais e virtuais, considerando o status planetário no 
qual estamos inseridos. Ao nos conhecer melhor, podemos realizar escolhas 
conscientes e nos responsabilizar por nossas decisões, princípio fundamental 
do convívio social republicano e da construção da cidadania. 
Eu e minhas selfies 
• Você tem o costume de “tirar” selfies? Se sim, por que você 
faz selfies?
• Em que situações você se autorretrata? 
• Costuma escolher o melhor enquadramento? 
• Observa a imagem de fundo? 
• Faz poses ou “caras e bocas”? 
• Você posta em alguma rede social? Se sim, em qual? Se não, 
o que faz com a selfie?
• O que as selfies revelam ou dizem sobre você? 
Para aqueles que não fazem selfie
• Por que não tem o hábito de fazer selfies? 
• Se fosse tirar uma selfie, que momento escolheria?
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ATIVIDADE
Veja orientações no Manual do Professor.
Veja orientações no Manual do Professor.
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Conversar e compartilhar 
Agora que todos terminaram de preencher o quadro, com a mediação do 
professor, vamos ter um momento de troca e reflexão coletiva. Compartilhe as 
suas reflexões sobre as questões do quadro; pode ser um ou dois estudantes 
por questão. Neste momento, vamos exercitar a comunicação, argumenta-
ção, colaboração, pensamento crítico e criativo, responsabilidade e empatia.
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ATIVIDADEATIVIDADE
3
ATIVIDADEATIVIDADE
Estações de aprendizagem 
Deve ter sido muito legal refletir sobre as perguntas do 
quadro anterior, mas há ainda um caminho a seguir. É hora de 
trabalharmos em grupo! Que tal? Vamos lá!
Você já refletiu sobre por que faz ou não suas selfies?
A ideia, agora, é você conhecer um pouco mais sobre o significado social 
das selfies. Nesse momento, vamos trabalhar em grupos. Os registros que 
você está fazendo serão importantes mais adiante, na escrita de seu projeto 
de vida. 
Neste capítulo, as atividades possibilitam a você conhecer-se e reconhe-
cer-se melhor, identificar seus interesses e necessidades, compreender as 
dificuldades como algo a ser superado e, a partir daí, olhar para o futuro, em 
busca da realização de seus sonhos.
Como será a atividade em grupo? Será por rotação nas estações de 
aprendizagem.
Estações? O que é rotação nas estações de aprendizagem?
Agora que vocês já sabem o que são rotações nas estações de aprendiza-
gem, organizem-se, com a mediação do professor , em quatro estações.
Depois de se organizar, escolham um membro do grupo que deve regis-
trar as discussões por escrito (é importante revezar essa função, com um novo 
membro assumindo essa função a cada estação pela qual o grupo passar). 
Aguardem o professor definir as estações, se os grupos vão rodar em sentido 
horário ou anti-horário e o tempo de permanência dos grupos em cada 
estação. Seguem agora as comandas: 
Veja orientações no Manual do Professor.
Veja orientações no Manual do Professor.
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ROTAÇÃO NAS ESTAÇÕES DE APRENDIZAGEM
A rotação nas estações de aprendizagem é baseada na criação de diferentes espaços (cantos) de 
trabalho, dentro ou fora da sala de aula, para que os participantes se revezem entre diferentes ativida-
des, tendo horários predeterminados para a execução. Para isso, os participantes devem ser divididos 
em grupos, com cada grupo realizando uma atividade, de acordo com um roteiro ou comanda, com a 
mediação do professor. É importante respeitar o tempo determinado para desenvolver a atividade de 
cada estação, de modo a haver rodízio entre as estações.
Cada uma das estações propõe uma atividade diferente, porém, todas tratam do mesmo tema, ainda 
que a atividade de cada estação seja independente das outras. Ou seja, cada atividade em cada estação 
possui começo, meio e fim, sem exigir um exercício prévio para a sua compreensão. Isto se deve ao fato 
de que cada equipe vai começar em uma estação diferente e rodiziar com base nela. Por isso, é neces-
sário que as equipes sejam capazes de resolver cada atividade isoladamente.
Observe a imagem acima, que demonstra como vocês devem se organizar.
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Estações de trabalho e estudo.
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ESTAÇÃO: Selfie perigosa 
Depois de quase quinhentos anos que o autorretrato de Leonardo da Vinci 
foi produzido, a prática permanece mais popular do que nunca. Vivemos a febre 
da selfie. Em 2013, selfie foi considerada “a palavra do ano” pelo Dicionário Oxford e 
ganhou um verbete nele: (em tradução livre) “Uma fotografia que alguém tomou 
de si mesmo, tipicamente realizada com um smartphone ou webcam e enviada a 
um site de mídia social”.
Contudo, nem tudo são flores. Assista a este vídeo e reflita sobre as questões 
que se seguem: 
Link: https://globoplay.globo.com/v/4568435/
Acesso em: 14 fev. 2020.
a) Vocês já pensaram sobre o que leva uma pessoa a arriscar a vida 
para fazer uma selfie? 
b) Você conhece alguém que já arriscou a vida para fazer uma selfie? 
Se sim, conversou com ela sobre o risco?
c) O que vocês diriam a uma pessoa que arrisca a vida para fazer 
uma selfie?
ESTAÇÃO: Perfil de quem faz selfies
A cada dia há uma intensa exposição social nas redes sociais, uma verdadeira competição social. 
Talvez seja a busca por atenção ou por pertencer a um grupo social que leva a maioria das pessoas a 
se autorretratar com câmeras fotográficas e celulares. Entretanto, qual é o perfil das pessoas que fazem 
selfies? Como se faz uma selfie? Como ela é feita em outros países?
Assista ao vídeo do link https://globoplay.globo.com/v/3201026/ (acesso em: 14 fev. 2020) e responda 
às questões:
a) Por que os jovens são a 
maioria das pessoas que 
realizam selfies?
b) Vo c ê s i d e n t i f i c a m 
algum tipo de sentimento 
de exclusão entre os 
jovens que fazem selfies?
c) Qual era a ideia que 
vocês tinham da selfie 
antes de assistir ao vídeo 
e depois de vê-lo?
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Grupo de amigos visitando a rede social.
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ESTAÇÃO: Selfie no Brasil 
Leiam a reportagem a seguir:
Brasil é o país da selfie, aponta estudo
[...] Para entender melhor a adesão dos brasileiros à prática, a Samsung encomendou 
um estudo para a Antennas, consultoria de business insights 100% mobile. A pesquisa 
envolveu 1.446 pessoas, com uma amostra representativa do Brasil, considerando-se 
classe social, sexo e idade. Entre os resultados apresentados pela multinacional nesta 
quinta-feira, 29, está a ampla aceitação do público dessa moda. Segundo o estudo, 90% 
dos brasileiros fazem selfies. Além disso, 58% tiram esse tipo de foto quase todo dia (dos 
entrevistados, 12% responderam que tiram autorretratos diariamente). 
[...] 
Mais do que bater uma foto de si, o brasileiro gosta de incluir mais gente na 
imagem. Por conta disso, os pesquisadores afirmaram que a população gosta mesmo 
de fazer “wefie”. O estudo indica que 72% dos entrevistados tiram fotos com familiares 
e amigos. Em segundo lugar está “eu com fundo de paisagem ou natureza” (34%), 
seguido de “eu sozinho” (29%).
Por que tantas selfies? De acordo com a pesquisa, metade dos entrevistados o faz 
porque quer registrar seu estado de espírito. Entre os mais fervorosos fãs estão as 
pessoas que integram as classes C e D. Quanto ao pau de selfie, embora dezenas de 
piadas já tenham sido feitas (a começar pelo apelido dado ao acessório), o estudo mostra 
que o brasileiro gostaria de ter o seu equipamento. Se fosse presenteado com o item, 
ele não hesitaria em empregá-lo: 33% dos entrevistados responderam que usariam 
muito, 30% que usariam, 14% o adotariam às vezes e 17% talvez recorressem ao item. 
Somente 7% disseram que nunca usariam o pau de selfie.
Disponível em: https://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/2015/01/29/brasil-o-
pais-das-selfie.html Reportagem de 29 de janeiro de 2015. Acesso em: 14 fev. 2020.
a) Vocês se identificam com as informações da pesquisa sobre os brasileiros? 
b) Por que, segundo informações da pesquisa, 72% dos entrevistados tiram fotos com 
familiares e amigos, e em terceiro lugar, fazem a selfie sozinho (29%)?
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ESTAÇÃO: Eu posto muita selfie! E daí?
Leia a reportagem a seguir: 
Pesquisa mostra que quem posta muita selfie é visto como inseguro 
Nem sempre as imagens exibidas nas redes virtuais são interpretadas por 
outros usuários de forma positiva, mostra experimento com estudantes ameri-
canos. Para especialistas, resultado reforça a necessidade de cuidados com a 
exposição virtual.
Segundo Martha Medeiros, atualmente, “é um luxo poder sofrer sem ter 
ninguém nos observando”. A frase da escritora brasileira pode ser usada para 
resumir a influência das redes sociais no cotidiano. As plataformas tecnológi-
cas têm sido usadas para compartilhar exaustivamente momentos felizes, mas 
a tristeza não é totalmente ofuscada, segundo cientistas norte-americanos. Emum estudo, pesquisadores concluíram que pessoas que postam muitas selfies são 
vistas como mais inseguras e menos agradáveis por outros usuários da rede.
[...]
Pesquisadores da Universidade Estadual de Washington estudaram o efeito 
das famosas selfies por cinco anos. Eles suspeitavam que os autores das imagens 
poderiam sofrer algum tipo de efeito comportamental em decorrência das posta-
gens. [...]
A análise mostrou que os estudantes que postaram mais fotos com poses eram 
vistos como relativamente mais autoconfiantes, mais aventureiros, menos solitá-
rios, mais extrovertidos, mais confiáveis, mais bem-sucedidos e com alto potencial 
de ser um bom amigo. O inverso foi registrado com relação aos participantes que 
tinham publicado um número maior de selfies. “Em outras palavras, postar selfies 
pode não informar muito sobre a personalidade ou os motivos de quem publicou. 
Mas há o risco de haver percepções ou julgamentos de terceiros em relação a esse 
comportamento”, detalha Chris Barry.
O autor do estudo ressalta que os questionários de personalidade resultaram 
em classificações negativas para os respondentes que postavam mais fotos com 
culto à aparência física, como realizando uma flexão no espelho. O estudo mostrou 
ainda que os alunos do primeiro grupo classificados pelos do segundo grupo 
como altamente autoabsorvidos tenderam a ter mais seguidores na rede social, e 
também seguiam mais usuários. “Uma das coisas que devemos ressaltar é que 
nenhum desses estudantes se conhecia ou estava ciente do número de seguidores 
das pessoas que estavam avaliando, o que ajuda a dar mais validade aos nossos 
dados”, ressalta Chris Barry.
[...] “O estudo permite compreender a contradição que existe entre a exposição 
dos jovens nas redes sociais e o ponto de vista crítico que eles adotam observando 
os seus pares”, explica. O especialista também observa que, mesmo com uma 
“imagem negativa”, o compartilhamento de imagens é mantido. “A exposição 
gerada pelo excesso de selfies tem resultados negativos para a imagem dos jovens 
dentro de um grupo, mas isso não inibe esse comportamento. As pessoas, em geral, 
reconhecem o prejuízo pela excessiva exposição de dados e da própria imagem na 
internet, mas têm dificuldade de se relacionar fora dessas redes”, diz.
[...]
Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2019/08/25/
interna_ciencia_saude,778996/pesquisa-mostra-que-quem-posta-muita-selfie-e-visto-como-inseguro.
shtml Reportagem de Vilhena Soares. Postado em 25/8/2019. Acesso em: 14 fev. 2020.
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a) Qual é a opinião do grupo sobre a seguinte afirmação da pesquisa: “pessoas que postam muitas 
selfies são vistas como mais inseguras e menos agradáveis por outros usuários da rede”? Concordam? 
Discordam? Por quê?
b) Reflitam sobre a afirmação: “A exposição gerada pelo excesso de selfies tem resultados negativos 
para a imagem dos jovens dentro de um grupo, mas isso não inibe esse comportamento. As pessoas, 
em geral, reconhecem o prejuízo pela excessiva exposição de dados e da própria imagem na internet, 
mas têm dificuldade de se relacionar fora dessas redes”.
Registrem a opinião do grupo sobre a relação da vida virtual (na rede) e a vida real (nas relações 
cotidianas). Por que há tanta diferença? Quais são as dificuldades de manter a mesma imagem e o 
mesmo comportamento? 
Agora que todos já rodaram as 4 estações e registraram por escrito as respostas, vamos fazer uma 
rodada de conversa para compartilhar as impressões . 
4
ATIVIDADE
Roda de conversa
Com mediação do professor, compartilhem as reflexões do grupo em uma roda de 
conversa. Procurem aproveitar esse momento de compartilhamento. Em um mundo 
conectado, o outro se converte em um manancial de ideias e informações, mesmo que 
você não concorde com elas. Mas isso faz parte do jogo.
Avaliação 
a) Há um limite para as selfies? Em quais situações produzir um autor-
retrato pode ser inadequado ou oferecer risco?
b) Destaque uma aprendizagem deste capítulo. 
c) Destaque um desafio/dificuldade de aprendizagem deste capítulo. 
d) Como você avalia a participação e o envolvimento da turma?
Desafio para o grupo 
O desafio não poderia ser outro: produzir uma selfie! Vocês já sabem que retratos de grupos também 
são chamados de selfies e é isso que vocês deverão fazer. Mas não poderá ser uma selfie qualquer! Não 
basta juntar a galera e apertar o botão da câmera. Vocês terão de montar uma selfie que tenha a ver 
com a identidade da turma. 
Para isso, vale utilizar cenários e elementos que possam ajudar a compor a cena. Poses diferentes 
(desde que não coloquem em risco a integridade física de vocês), vestimentas, objetos etc. Tudo é válido! 
Vocês já sabem que produzir uma imagem é investi-la de sentido e de intenções. Sejam produtores 
críticos e antenados!
Veja orientações no Manual do Professor.
Veja orientações no Manual do Professor.
Veja orientações no Manual do Professor.
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Capítulo
2
Emoção e sentimento 
são a mesma 
coisa? Como lido 
comigo mesmo?
No percurso de construir o seu projeto de vida, o autoconhecimento é 
decisivo. Neste capítulo, você vai perceber que as emoções são ações e que 
são diferentes dos sentimentos. Vai aprender ainda a reconhecer seus senti-
mentos e como lidar com eles e refletir sobre como pode superar dificuldades 
e alcançar desafios dentro e fora da escola. 
Mobilização
“O que em mim sente está 
pensando.”
(Fernando Pessoa)
Roman Samborskyi/Shutterstock
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FOI 
EMOCIONANTE!
Vocês provavelmente conhecem os emojis e talvez façam uso deles 
em sua comunicação pelas redes sociais. Os emojis contêm expressões 
faciais que se baseiam sobretudo nas emoções humanas. O objetivo desta 
atividade é começar a reconhecer as emoções e a refletir sobre as emoções 
e os sentimentos em nossas vivências cotidianas.
Espera-se que vocês tragam exemplos de emoticons e emojis de seu 
cotidiano e conversem sobre os usos que fazem deles em sua comu-
nicação. Também se espera que comentem a relação desse uso com 
suas emoções e a importância de respeitar os colegas e os pontos de 
vista diferentes. 
a) Com a orientação do professor, conversem entre si sobre as emoções 
representadas pelos emojis. Identifiquem-nas e comentem o quanto 
as utilizam em suas mensagens nas redes sociais. 
b) Comentem também sobre as frases dos balões. Vocês já viveram 
situações que poderiam ser expressas desse modo?
c) O que são emoções? Qual é a nossa relação com as emoções?
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ATIVIDADE
FIQUEI 
VIDRADO!
FIQUEI 
PARALISADO!
ME DEU UM FRIO 
NA BARRIGA!
FIQUEI 
VERMELHO 
DE RAIVA! ME DEU CALAFRIOS!
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BRANCO NA 
HORA!
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Problematização
ATIVIDADE 1
As obras de arte retratam muitas emoções. Leia atentamente o boxe a 
seguir e depois, em duplas ou grupos de três alunos, e com a orientação do 
professor, observem as imagens e respondam no caderno. O objetivo desse 
tópico é promover o autoconhecimento, o encontro consigo, para que saiba 
como lidar com suas emoções e sentimentos e saiba interpretar o significado 
das experiências que vive na escola e fora dela. 
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20 Imagem A: O beijo (1907-1908), de Gustav Klimt. Óleo sobre 
tela, 180 x 180 cm. Galeria Belverdere, Viena, Áustria.
Imagem B: O grito (1893), de Edvard Munch. Óleo, 
têmpera e pastel sobre cartolina, 91 x 73,5 cm. Norwegian 
Nasjonalgalleriet, Oslo, Noruega.
Imagem C: A mulher que chora (1937), de Pablo Picasso. 
Óleo sobre tela, 847 x 739 cm. Tate Modern, Londres, 
Grã-Bretanha.
Imagem D: Boi bumba (2010), de Lourdes de Deus. Óleosobre tela, 60 x 50 cm. Coleção particular.
Imagem E: Guernica (1937), de Pablo Picasso. Óleo sobre 
tela, 349,3 x 776 cm. Museu Nacional Centro de Arte Reina 
Sofia, Madri, Espanha.
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a) Escolham uma obra para observar mais atentamente e analisar. Escreva no 
caderno o nome da obra, o nome do autor e o ano em que foi produzida.
b) Por que vocês escolheram essa obra? 
c) Qual foi a emoção experimentada? Explique. 
d) Qual teria sido a intenção do autor ao produzir a obra? Pesquisem sobre essa 
obra e seu autor. Façam algum comentário significativo a respeito dela. 
e) Vocês concordam que as emoções aparecem de modo evidente e associadas 
a expressões faciais e corporais mostradas nas imagens? Justifiquem suas 
respostas. 
LENDO IMAGENS: COMO LER IMAGENS E ICONOGRAFIAS?
Iconografia é o estudo das imagens, como estátuas, pinturas, gravuras, retratos etc. A palavra iconografia surgiu da 
junção de dois termos gregos, eikon (“imagem”) e graphia (“escrita”), significando “a escrita da imagem”. Para ler uma 
imagem, alguns requisitos são necessários, entre eles, identificar em que linguagem foi produzida: pintura, desenho, 
fotografia, escultura, grafite etc.
As imagens, por exemplo, a fotografia e a pintura, podem ter semelhança com o real, porém o modificam e o trans-
formam ao enquadrá-lo e fixá-lo. Uma imagem, seja qual for sua natureza, é uma representação que reconstrói o real 
conforme as escolhas e intenções do autor.
Deve-se observar o período em que a imagem foi construída. Afinal, as intenções do autor se relacionam com o contexto 
da sociedade em que vive. A imagem pode ser polissêmica, ou seja, conter diferentes sentidos e significados.
Para se fazer uma leitura da imagem, independentemente da sua natureza, deve-se observar e perguntar, primeiro, 
o que vemos na obra. Além disso, é importante identificar o nome do autor e onde foi inicialmente exposta e em qual 
lugar se encontra.
Deve-se tomar cuidado para não transferir nosso olhar contemporâneo para uma imagem realizada em outra época. 
Deve haver um deslocamento da nossa percepção, levando em conta o momento histórico, a mentalidade do momento 
e a quem se dirigia a imagem.
Para se fazer a leitura de uma imagem de qualquer natureza, devemos nos perguntar:
• O que vemos na obra?
• Quando foi produzida?
• Quem é o autor?
• Qual é o contexto?
• Qual foi a intenção do autor? 
• Como e quais são os objetos e lugares representados? 
• O que representam as figuras que fazem parte da imagem? 
• Que época está sendo retratada? Quais são as figuras de linguagem utilizadas (semelhantes à linguagem escrita, 
por exemplo: metáfora, metonímia, sinédoque etc.)?
• Onde está publicada ou em qual museu se encontra? 
• Em que espaços as reproduções e cópias das obras circulam?
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ATIVIDADE 2
Emoção e sentimento são a mesma coisa?
A seguir, conforme a orientação do professor, em duplas ou grupos de três 
alunos, você primeiramente irá ler um texto intitulado “Toda emoção é uma 
ação” e assistir a um vídeo chamado “O que são emoções e sentimentos?".
A atividade proporciona a vivência do conhecer-se, do compreender as 
próprias emoções e de como lidar com elas.
Toda emoção é uma ação
Para fazer o seu projeto de vida, o autoconhecimento é muito importante. 
Compreender as emoções que sentimos e o modo como lidamos com elas 
sem dúvida nos ajudam a construir o que somos e fazer nossas escolhas. Para 
isso, vamos conhecer um pouco mais as emoções. 
A palavra emoção vem do latim ex movere, que significa “mover para 
fora”, em que o ex indica o externo ou para fora e o movere traz a ideia de 
movimento. 
Não existe uma única definição de emoção ou informações sobre quantas 
emoções existem. Como veremos mais adiante, ao longo da história os autores, 
sobretudo filósofos, psicólogos e, mais recentemente, neurocientistas, não têm 
uma definição fechada sobre a emoção. O que se sabe é que o ser humano é 
capaz de vivenciar muitas emoções e que elas integram de modo importante 
nossa condição de humanos.
Quando nos damos conta de que sentimos uma emoção, quando a soma-
tizamos em nosso corpo, antes mesmo de conseguir pensar em uma resposta, 
a emoção já ocorreu e o corpo instantaneamente já produziu uma resposta, 
ou seja, a emoção nos toma muito rapidamente. 
Por que será que em menos de um segundo nosso corpo já responde 
a determinadas situações? Até mesmo antes de tomarmos consciência do 
que se passa, quando pensamos ou temos consciência do que ocorreu, uma 
atitude ou ação já foi tomada. Nesse sentido, a emoção é algo que nos escapa.
O vídeo do link a seguir irá tratar do papel das emoções no corpo humano 
com base na pergunta: O que são as emoções e sentimentos? O vídeo traz 
o cientista Pedro Calabrez, pesquisador do Laboratório de Neurociências 
Clínicas da Escola Paulista de Medicina da Unifesp. 
• Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=SUAQeBKiQk0. 
Acesso em: 14 fev. 2020. 
Converse com os colegas e registrem no caderno suas observações refe-
rentes aos seguintes aspectos:
a) Segundo o neurocientista Pedro Calabrez, o que é uma emoção? 
b) O que acontece com o corpo quando tomado por uma emoção? 
Exemplifique.
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c) Temos controle sobre nossas emoções? 
d) Segundo o cientista Pedro Calabrez, qual é a diferença 
entre emoção e sentimento?
Agora vamos avançar mais um pouco no estudo do papel 
das emoções no conhecimento e no autoconhecimento. Para 
se preparar, leia os textos a seguir, o quadro com as emoções e 
observe as imagens da página seguinte.
Embora as emoções e os sentimentos possam parecer a 
mesma coisa, são distintos e essa diferença é importante para 
o autoconhecimento. Segundo o neurocientista português 
António Damásio (1944) da Universidade de Iowa, nos Estados 
Unidos, as emoções antecedem o sentimento, que é uma decor-
rência, uma consequência das emoções.
Damásio afirma que as emoções são conjuntos complexos 
de uma série de reações químicas e neurais que previnem o 
organismo contra ameaças do meio. O medo, por exemplo, é 
muito importante para nos preservar, e foi uma emoção deci-
siva para a sobrevivência da espécie humana quando nossos 
ancestrais se deparavam com um predador ou uma situação 
de perigo.
Sigmund Freud, ao criar a psicanálise – ou seja, ao expli-
citar os poderes do inconsciente –, descobriu também algo 
que acontece com frequência quando uma emoção nos toma. 
Uma emoção pode permanecer inconsciente em nós por 
muitos anos, até mesmo a vida toda, sem se transformar em 
um sentimento consciente. Às vezes nos sentimos mal sem 
saber o que está acontecendo ou por não entender por que 
não estamos bem.
As emoções não são atos 
racionais, mas respostas ime-
diatas do corpo a estímulos 
do ambiente. No entanto, as 
emoções geram sentimentos 
e estes, sim, são atos racionais, 
que podem ser utilizados na 
aprendizagem. Os sentimentos 
amplificam o impacto de deter-
minada situação, aperfeiçoam o 
aprendizado e nos preparam para 
enfrentar situações similares.
Freud e a psicanálise
Sigmund Freud (1856-1939), 
médico neurologista e psiquiatra 
que atuou sobretudo em Viena, 
na Áustria, foi o criador de impor-
tantes teorias com abordagem 
biopsicossocial, entre as quais a 
mais importante foi a psicanálise, 
método terapêutico de tratar os 
pacientes com base no diálogo 
consigo mesmo, mediado por um 
psicanalista, no qual o autoconhe-
cimento é a chave para a supera-
ção das dificuldades psíquicas.
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Torcedores brasileiros liberam 
emoções ao comemorar um 
gol em partida de futebol.
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Os sentimentos são experiências mentais, conscientes, ou seja, 
temos conhecimento dos sentimentos que nos afetam. Portanto, as 
emoções são as iniciadoras do processo de aprendizagem. Atualmente, 
para compreendermos as emoções, os sentimentos e os processos de 
cognição e de aprendizagem, temos, alémda psicologia e da filosofia, 
a contribuição das ciências da cognição e da neurociência.
Daniel Goleman (1946), psicólogo da Universidade de Harvard, no 
livro Inteligência emocional – A teoria revolucionária que define o que é ser 
inteligente, se pergunta o que é a emoção e salienta que os pesquisa-
dores discutem sobre quais emoções são consideradas fundamentais. 
Ele fez uma lista de algumas das principais emoções. Veja, no quadro a 
seguir, as principais emoções, segundo Goleman.
Emoções humanas
Ira: raiva, ressentimento, revolta, indignação, irritabilidade, hostilidade e, no extremo, 
o ódio e a violência patológicos e doentios.
Tristeza: sofrimento, mágoa, desânimo, melancolia, autopiedade, solidão, desamparo, 
desespero e, no limite, a depressão, que quando severa é patologia e doentia. 
Medo: ansiedade, apreensão, nervosismo, preocupação, cautela, inquietação, escrú-
pulo, susto, terror, pavor e, já como patológicos e doentios, a fobia e o pânico. 
Prazer: felicidade, alegria, alívio, contentamento, diversão, arrebatamento, satisfação, 
bom humor, euforia, prazer sensual e, no extremo, a mania.
Surpresa: choque, espanto, maravilha, pasmo, deslumbramento. 
Nojo: desprezo, repulsa, aversão, repugnância, antipatia, desdém. 
Vergonha: culpa, vexame, mágoa, remorso, humilhação, arrependimento, mortificação. 
Amor: aceitação, amizade, confiança, afinidade, dedicação, adoração, paixão, ágape 
(comunhão e compartilhamento). 
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Emoções no conhecimento e no autoconhecimento
O pensamento filosófico ocidental sempre se pautou por binômios e dicotomias. 
Uma delas é a oposição entre razão e emoção. Sabemos, na contemporaneidade, que 
a relação entre razão e emoção é bem mais complexa do que uma simples oposição. 
Segundo Valéria Arantes, psicóloga e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), 
“pensar e sentir são ações indissociáveis”.
O estudo do papel desempenhado pelas emoções no conhecimento remonta 
à Antiguidade clássica ocidental. Filósofos e pensadores supunham uma separação 
entre razão e emoção no pensamento. 
Ainda segundo Arantes, na Grécia Antiga, o filósofo Platão (428-347 a.C) entendia 
como virtude a troca das paixões (valores individuais e prazeres) pela supremacia 
do pensamento, um valor universal.
No início da Modernidade, no século XVI, na mesma perspectiva, o matemático e 
filósofo francês René Descartes (1506-1650), com a fórmula “Penso, logo existo”, conhe-
cida como cogito, também afirmava a separação entre razão e emoção e defendia a 
superioridade da razão sobre a emoção.
No século XVIII, o filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) defendia a irredutibi-
lidade entre razão e felicidade. Esse pensador considerava que, se Deus tivesse criado 
o ser humano para ser feliz, não o teria dotado de razão. Segundo Kant, as paixões 
seriam a enfermidades da alma.
Por outro lado, no século XXI, o neurocientista António Damásio defende a ligação 
entre as emoções e os processos cognitivos. Nas palavras do neurocientista, “emoções 
bem direcionadas e bem situadas parecem constituir um sistema de apoio sem o qual 
o edifício da razão não pode operar a contento”. Ele rompe, assim, com a ideia carte-
siana de uma mente separada do corpo. Como o próprio Damásio apontou, talvez a 
famosa frase – Penso, logo existo – devesse ser substituída pela anticartesiana “Existo 
e sinto, logo penso”.
O modo como avaliamos situações complicadas em nossa vida e no cotidiano 
e as respostas que damos a elas são moldadas não apenas por decisões racionais ou 
fruto de nossa história pessoal, mas também por nosso passado ancestral, um legado 
de centenas de milhares de anos que nos faz agir de modo quase imediato diante de 
certas situações, como o medo, uma resposta muito rápida do corpo.
No percurso de autoconhecimento e construção do projeto de vida, é importante 
reconhecer as próprias emoções. É preciso superar a ideia de que a mente humana 
é apenas um processador de informações no cérebro de um indivíduo isolado e sem 
contexto no mundo, ou que os processos cognitivos dependem apenas de capaci-
dades internas inatas. Na verdade, o corpo, as emoções e os sentimentos participam 
das decisões da razão. 
A visão contemporânea da natureza humana reconhece o papel decisivo das 
emoções na cognição, na aprendizagem e na tomada de decisões. Sabemos, muitas 
vezes por experiência própria, o lugar das emoções nas decisões e ações. A emoção, 
muitas vezes, é tão ou mais preponderante que a razão na tomada de decisão. 
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A denominação Homo sapiens, ou a espécie pensante, é um tanto enganosa, considerando o saber 
científico atual sobre o lugar das emoções em nossas vidas.
Os testes chamados de QI, nos quais são enfatizados aspectos puramente racionais, já não se 
mostram eficientes, pois negligenciam a importância das emoções nas tomadas de decisão.
António Damásio realizou uma série de pesquisas com pacientes que apresentavam danos 
no circuito cerebral pré-frontal-amígdala, responsável por nossas decisões. O processo decisório 
deles era muito falho e, no entanto, os mesmos pacientes não apresentavam nenhuma deterio-
ração no QI. Por outro lado, apesar de esses mesmos pacientes contarem com o intelecto intacto 
e preservado, faziam escolhas desastrosas no âmbito pessoal e profissional, apresentando difi-
culdade, por exemplo, para agendar um simples encontro. 
Segundo Damásio, as decisões desses pacientes são mal tomadas porque eles perderam 
o acesso ao que foi emocionalmente aprendido. O local do cérebro com dano é justamente o 
ponto em que pensamento e emoção se combinam e que permite o acesso à memória emocio-
nal do indivíduo. O pensamento funciona, mas desconectado da memória das emoções. Para 
esses pacientes, um bichinho de estimação, por exemplo, já não provoca atração ou aversão, 
pois esqueceram seu aprendizado emocional.
As emoções são importantes para a racionalidade; as emoções e os sentimentos são indispen-
sáveis para a razão e para as decisões racionais. Decisões como com quem namorar ou qual carreira 
seguir ou até mesmo pequenas escolhas cotidianas dependem do aprendizado emocional que a 
vida nos deu e continua nos dando. Na dança entre sentimento e pensamento, emoção e razão 
andam de mãos dadas para as tomadas de decisão e escolhas.
Em duplas ou trios, conforme orientação do professor, respondam e registrem no caderno: 
a) Quais são as diferenças entre emoções e sentimen-
tos? Identifiquem ao menos duas diferenças.
b) No quadro da página 30 estão listadas algumas das 
principais emoções humanas. Narrem uma situação 
vivida por cada membro do grupo em que uma 
dessas emoções tenha afetado o aluno.
c) Muitas vezes nos perguntamos com quem namorar 
ou qual carreira profissional seguir. Mediante a 
leitura dos textos, respondam: Qual é a importân-
cia das emoções e dos sentimentos na tomada de 
decisão? Justifiquem suas respostas mencionando 
o pensamento de António Damásio. 
d) Justifiquem a frase do neurocientista António 
Damásio: “Existo e sinto, logo penso”. O que essa 
frase revela sobre o papel das emoções e dos senti-
mentos no conhecimento?
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ATIVIDADE 3
Técnica do aquário
Vamos agora conversar sobre os temas abordados até aqui. Contudo, essa 
conversa terá um formato diferente: será feita aplicando a técnica do aquário. 
Para isso, leia o boxe sobre essa técnica.
APRENDIZAGEM COLABORATIVA , METODOLOGIA DA CONVERSA: 
O AQUÁRIO 
A técnica do aquário
A técnica do aquário, ou simplesmente “aquário”, consiste em dispor 
no centro da sala de aula cinco cadeiras (esse é o aquário) e as demais 
cadeiras no entorno.
Sempre haverá uma das cinco cadeirasdo centro desocupada.
No aquário haverá quatro estudantes sentados, conversando, e os 
demais observando.
Quando um dos estudantes de fora do aquário quiser se pronunciar, ele 
ocupa a quinta cadeira vazia e, na mesma hora, um dos quatro que estavam 
sentados sai da cena (do aquário). O que se retira não precisa falar nada, 
apenas se levanta da cadeira e sai do aquário, sentando-se em uma cadeira 
no entorno.
Os assuntos ou temas abordados podem ir se modificando ao longo da ativi-
dade, conforme orientação do professor, o perfil e a necessidade do grupo.
Agora que você já sabe em que consiste a técnica do aquário, e com base nas reflexões 
que teve ao ler os textos e assistir aos vídeos, converse com os colegas e o professor sobre 
as seguintes questões:
a) O que são as emoções? 
b) Por que se diz que a emoção é uma ação? 
c) Para que servem as emoções?
d) Como o corpo reage diante das emoções? Que mudanças ocorrem no organismo? 
Dê alguns exemplos.
e) Existem emoções que foram decisivas para a sobrevivência da espécie humana ao 
longo dos anos? Quais? E hoje, elas fazem sentido? 
f) Quais são as diferenças entre emoções e sentimentos?
g) Me conheço mais ao me relacionar com os outros? Explique sua resposta. 
h) Por que temos dificuldade em identificar o modo como lidamos com nossas próprias 
emoções e sentimentos?
i) Por que temos dificuldade de conversar sobre nossas emoções e sentimentos?
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ATIVIDADE 4
Roda de conversa
Identificando forças e dificuldades de natureza socioemocional
Agora que você estudou e conversou sobre a importância das emoções para os 
seres humanos, pode dar mais um passo na compreensão de como aprendemos e, 
mais adiante, construir com mais consciência o seu projeto de vida.
Sabemos o quanto é importante, nesse percurso, o autoconhecer-se. Por isso, um 
dos aspectos a considerar são suas habilidades e competências socioemocionais. Mas 
o que é uma competência socioemocional? Quais competências são importantes na 
escola e fora dela?
Nesta atividade, vamos conhecer o que é uma competência socioemocional (leia 
o boxe) e quais são algumas das principais competências socioemocionais.
Em grupos de três a cinco alunos, com a orientação do professor, leiam os textos 
e respondam às questões propostas. 
Espera-se de vocês uma atitude colaborativa, que requer escuta atenta da fala 
do colega e abertura ao diálogo. O objetivo é que vocês identifiquem as compe-
tências socioemocionais importantes para a sua vida pessoal, a escola e o mundo 
do trabalho.
O que é competência socioemocional?
A vida nos coloca diante de dificuldades com as quais, em 
alguns momentos, podemos sentir angústia e impotência de 
lidar. Esses sentimentos podem ser superados de diversos 
modos: por meio do empenho em descobrir nossas próprias 
habilidades, entender nossos pontos fortes e localizar onde 
temos mais dificuldade; por meio da autoaceitação e autovalo-
rização de nossa singularidade, bem como no desenvolvimento 
de nossa capacidade de amar e de criar empatia.
Existem várias ferramentas para o autoconhecimento. Uma 
delas é identificar nossas competências de natureza socioe-
mocional. Vejamos uma das definições de competência socio-
emocional: 
“Capacidade de mobilizar, articular e colocar em 
prática conhecimentos, valores, atitudes e habilidades 
para se relacionar consigo mesmo e com os outros, 
compreender e gerir emoções, estabelecer e atingir 
objetivos, tomar decisões autônomas e responsáveis 
e enfrentar situações novas de maneira construtiva 
e criativa.”
CADERNO 2. Seeduc (Secretaria de Educação do Estado do 
Rio de Janeiro) e IAS Instituto Ayrton Senna. s/d.
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Após ler a definição e o quadro “Competências com aspectos 
socioemocionais”, reflitam e respondam às questões a seguir:
a) Releiam a definição de competência socioemocional e conversem 
sobre ela. Pelo que estudamos sobre emoções e sentimentos, em 
que medida vocês consideram relevante considerar os aspectos 
de natureza socioemocional no autoconhecimento e na aprendi-
zagem escolar? 
b) Conversem inicialmente sobre cada uma das competências 
socioemocionais procurando identificar do que tratam e quais 
são suas especificidades. Exemplifiquem essas competências em 
seu cotidiano escolar e fora da escola. Identifiquem situações em 
que vocês se percebem atuando de acordo com essas competên-
cias – por exemplo, agindo de modo criativo ou colaborativo ou 
resolvendo problemas.
c) Agora que vocês já conversaram um pouco sobre cada uma 
dessas competências, escolham uma delas para aprofundar a 
conversa. Circulem o nome da competência escolhida pelo grupo 
e identifiquem o quanto vocês já têm ou não essa competên-
cia mais desenvolvida, lembrando que não se trata de ter um 
domínio pleno da habilidade. Tragam exemplos do contexto 
escolar ou mesmo de fora da escola que se relacionam de algum 
modo com essa competência. 
Competências com aspectos socioemocionais
Abertura para o novo: Disposição para novas experiências estéticas, culturais e intelectuais; 
atitude curiosa, inventiva e questionadora em relação à vida. 
Comunicação: Capacidade de compreender e se fazer compreender em situações diversas, 
respeitando os valores e atitudes dos envolvidos nas interações, utilizando criticamente as 
capacidades de leitura e de produção textual.
Colaboração: Capacidade de atuar em sinergia e responsabilidade compartilhada, respeitando 
diferenças e decisões comuns, adaptando-se a situações sociais variadas.
Pensamento crítico: Capacidade de analisar ideias e fatos em profundidade, investigando os 
elementos que os constituem e as conexões entre eles, utilizando conhecimentos prévios e 
formulando sínteses.
Criatividade: Capacidade de fazer novas conexões a partir de conhecimentos prévios; de buscar 
soluções novas, gerenciando variáveis aparentemente desconexas; de dar saltos conceituais. 
Resolução de problemas: Capacidade de identificar problemas, desenvolver e lançar mão de 
conhecimentos e estratégias diversas para resolvê-los, bem como de aprender com o processo, 
aplicando as soluções em outros contextos. 
Autoconhecimento: Capacidade de usar o conhecimento de si, a estabilidade emocional e 
a habilidade de interagir nas tomadas de decisão, especialmente em situações de estresse, 
críticas ou provocações.
CADERNO 2. Seeduc (Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro) e IAS Instituto Ayrton Senna. s/d.
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d) Agora releiam as competências socioemocionais. Cada um dos integrantes 
do grupo vai identificar qual é aquela que, no seu caso específico, tem mais 
desenvolvida, dando exemplos para embasar sua resposta.
e) Depois que cada um identificou a sua competência, o grupo irá listar as 
competências que foram mais recorrentes, aquelas mais mencionadas pelos 
membros do grupo. Registrem essas competências para utilizar no segundo 
momento da atividade, mais adiante.
f) Agora vamos mapear as competências menos desenvolvidas, ou aquelas 
com as quais temos mais dificuldade. Cada um vai dizer qual é a competên-
cia com a qual tem mais dificuldade, exemplificando. Vamos elencar essas 
competências e registrá-las para utilizar no segundo momento da atividade, 
mais adiante.
Por fim, discutam as afirmações da médica psiquiatra Sofia Bauer, da Universidade 
Federal de Minas Gerais (UFMG), a seguir: 
• “Para aprendermos a ser humanos e nos permitirmos soltar nossas emoções 
para fluir na vida, precisamos aprender a aceitar o que sentimos”.
• “O otimista aceita o fracasso como parte do ser humano e aprende com os 
erros para seu futuro".
Disponível em: https://ativoesaudavel.com.br/blog/emocoes/. Acesso em: 14 fev. 2020.
Espera-se que os estudantes reconheçam o importante e decisivo papel das 
emoções e dos sentimentos na aprendizagem e no conhecimento tanto de si , quanto 
do mundo. Espera-se também que reconheçam a importância da resiliência e do 
aprendercom os erros ao atuar no mundo e na construção do seu projeto de vida. 
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Minha singularidade
a) Retome a atividade que fez em grupo. Com base no quadro de competências 
socioemocionais, identifique e escreva no seu caderno seus pontos fortes e 
aqueles nos quais tem mais dificuldade. 
b) Para se autoconhecer, você também precisa se auto-observar. Escreva no 
caderno quais são as coisas que mais lhes chamam a atenção na sua vida e no 
seu cotidiano. Para responder, você pode observar ou se auto-observar durante 
alguns dias. 
c) O que aquilo que lhe chama a atenção no mundo revela de si próprio?
d) Agora reflita: “Como me relaciono comigo mesmo?”. Procure estabelecer um 
diálogo interno, uma conversa consigo mesmo, tentando identificar modos como 
você lida com situações diversas em seu cotidiano, observando os pontos fortes 
e as dificuldades.
e) Escolha uma dificuldade que você percebe em seu percurso escolar. Você pode 
escolher uma dificuldade em qualquer um dos componentes. Pense e escreva 
como pretende superar essa dificuldade. Se for o caso, consulte o professor.
f) Escolha também uma atividade escolar de qualquer área que revele uma dificul-
dade que você tenha tido ao executá-la.
Escreva uma breve reflexão sobre essa atividade: “Qual foi a sua maior dificuldade 
nessa atividade?”. Procure identificar a competência socioemocional dessa atividade na 
qual você não teve o desempenho esperado, ou seja, qual competência você precisa 
desenvolver para melhorar seu desempenho nessa atividade? 
Escreva um objetivo ou meta para superar essa dificuldade.
Escreva o modo como vai resolver esse problema.
2
ATIVIDADE
Mapeando nossas competências 
socioemocionais (construção 
colaborativa de um painel)
Com a orientação do professor, construa um painel do grupo 
com as competências percebidas como mais desenvolvidas 
e as competências em que os grupos têm mais dificuldades, 
segundo atividades anteriores. O objetivo deste tópico é, além 
do autoconhecimento, identificar modos e estratégias de superar 
dificuldades e alcançar desafios dentro e fora da escola. 
Criação 
1
ATIVIDADE
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Uma semana de emoções
a) Individualmente, escolha e registre no caderno algumas 
emoções vividas por você na última semana.
b) Dessas emoções, escolha uma ou duas mais significativas, 
para refletir sobre como você lida com elas. Descreva, no 
caderno, detalhes do que foi vivido, como se sentiu e reagiu 
diante das circunstâncias registradas.
c) Reflita sobre como, em uma próxima oportunidade, diante de 
circunstâncias parecidas, gostaria de reagir e agir?
3
ATIVIDADE
Meu webfólio/portfólio
O que é um webfólio/portfólio? 
Para construir seu projeto de vida, é importante você se autoconhecer, 
se situar diante do seu contexto pessoal, familiar e social, além de outros 
aspectos importantes, como os seus sonhos, seus interesses e suas 
inspirações.
A construção e a escrita do seu projeto de vida requer um caminho a 
ser percorrido. E esse caminho começa pela montagem de seu webfólio 
(digital) ou, se preferir, do seu portfólio (físico, em papel).
Portanto, o webfólio ou portfólio é uma pasta digital ou física. Nessa 
pasta, você mesmo escolhe os materiais que irão compor seu percurso, que 
deverão formar um todo coeso e bem organizado. 
O webfólio ou portfólio é uma ferramenta de registro do seu per-
curso de autoconhecimento. No entanto, essa pasta não é para conter 
tudo. Não se trata de um “tuttifólio”, mas de escolhas que contam uma 
história. As atividades, as canções e diversos outros documentos que você 
selecionará vão contar uma história do mesmo modo que um filme. Mas 
será a sua história!
O webfólio/portfólio materializa suas escolhas escolares, pessoais, esté-
ticas, culturais, éticas, além de seus sonhos futuros e profissionais. 
Será com base em seu webfólio ou portfolio que você construirá seu 
projeto de vida mais adiante. Do percurso de construção do webfólio/port-
fólio nascerá o seu projeto de vida. Por enquanto, você irá apenas escolher 
atividades já produzidas. Que tal começar?
4
ATIVIDADE
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Montando a pasta e contando a minha história
Meu percurso: Escolha de atividades para compor seu webfólio/portfólio.
Nesta atividade, você irá iniciar a composição do seu webfólio/portfólio, que será o 
primeiro passo para a construção do seu projeto de vida. Como vimos, sua pasta deve 
contar sobre você, suas ações na escola e fora dela. Eis algumas sugestões de atividades 
para você começar a montar sua pasta e contar sua história:
a) Traga para o seu webfólio/portfólio a escolha individual de competência socioemo-
cional que você tem mais desenvolvida, ou seja, aquela com a qual você se sente 
mais confortável. Essa escolha você já fez na atividade Roda de conversa.
b) Escolha uma ou mais atividades na quais você teve bom desempenho escolar. É 
importante que você escolha atividades significativas que compõem sua história 
como estudante, seja por bom desempenho ou que representaram dificuldades 
que o ajudaram a superar desafios. Essa atividade pode ser:
• de qualquer disciplina, inclusive do projeto de vida (neste capítulo ou no anterior).
• de qualquer natureza: uma prova, um debate, uma leitura. Caso você não tenha 
uma cópia ou amostra da atividade, apenas a descreva.
Escolha uma atividade em que tenha tido dificuldade e diante da qual você considera 
seu desempenho insuficiente. Traga para a pasta a sua resposta no item “e “ da ativi-
dade Minha Singularidade. 
c) Atividades fora da escola. 
Coloque no webfólio /portfólio uma atividade que tenha sido feita fora da escola e que o 
marcou ou lhe deu força e com a qual você se identifica. Pode ser uma atividade com música, 
uma modalidade esportiva, um filme, um game, um lugar, uma prática comunitária etc. 
Caso a pasta em que esteja construindo seu projeto de vida seja física (e não virtual), 
cole fotografias nela, letras de música, ou descreva as atividades feitas fora da escola que 
você julga importantes para o seu material.
Se você está construindo uma pasta digital (web), coloque links, hipertextos, áudios, pod-
casts, vídeos, fotos etc. Não se esqueça de contextualizar tudo aquilo que você for armazenar.
Avaliação
Compartilhando as produções e as histórias
Pronto! Agora seu projeto de vida está em construção! O início foi a montagem da sua 
pasta, que narra uma história: a sua história!
Em duplas ou trios, com a orientação do professor, conversem sobre a montagem 
da pasta. Lembrem-se de que ela é o início dos seus projetos de vida. Mostrem suas 
pastas aos colegas, discutam sobre as escolhas que fizeram e observem as diferenças de 
percurso. Valorizem a diferença, as escolhas dos outros e procurem aprender com elas. 
A troca é muito importante nesse momento.
Boa sorte!
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Capítulo
Resiliência, 
conscienciosidade 
e autoria
Mobilização
ATIVIDADE 1
Entre a resiliência e a frustração
Nesta atividade, vamos refletir com base em uma música 
que fala de frustração, resiliência e conscienciosidade. Talvez 
você ainda não saiba plenamente o significado dessas 
palavras. No decorrer do capítulo, vamos aprofundar o 
entendimento. A proposta agora é que você reflita sobre 
como lidamos com as adversidades. Vamos lá?
Você conhece o cantor e compositor Raul Seixas? 
Já ouviu a música “Tente outra vez”? Procure a 
letra dessa canção na internet e ouça-a no vídeo, 
sozinho ou com os colegas.
Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=wx0wyD1sXFM. Acesso em: 25 out. 2020.
“O que vale na vida não é o ponto de partida e 
sim a caminhada. 
Caminhando e semeando, no fim terás o que 
colher.”
(Cora Coralina)
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Agora que ouviram e/ou leram a letra da música, vamos refletir coletiva-
mente sobre as duas questões a seguir:
1) Que relações podemos estabelecer entre a música e as nossas aulas 
de Projeto de Vida?2) De que modo, normalmente, as pessoas lidam com obstáculos, con-
trariedades, adversidades, diferentes opiniões, mudanças indesejáveis 
e até mesmo tragédias? Pense nas pessoas que você conhece ou até 
mesmo em experiências pessoais.
Com a mediação do professor, dialogue com os colegas de turma sobre a 
letra de Raul Seixas e as questões propostas e registre no caderno.
Problematização
Após refletirmos sobre a importância e a dificuldade de não desistir, vamos 
aprofundar o diálogo lendo um texto que nos apresenta uma reflexão sobre como 
a sociedade naturalizou a desigualdade, isto é, a ideia de que é normal as pessoas 
viverem em condições desiguais. A ideia é que você se aproprie de alguns conceitos 
para argumentar contra essas ideias preconceituosas e que desrespeitam os direitos 
humanos e o princípio democrático. Para isso, leia o texto a seguir.
A equidade no contemporâneo: o respeito à diferença 
e a desnaturalização das desigualdades
Faz parte da condição humana encontrar dificuldades e desafios ao longo da exis-
tência. Nas relações sociais, a competição é algo que faz parte, já que, infelizmente, as 
oportunidades não são iguais para todos os indivíduos. Então, para melhorar nossa 
qualidade de vida e enfrentar as adversidades, é necessário conquistar espaços, fazer 
escolhas, ser resilientes, conscienciosos, aprender com o erro, lidar com o insucesso 
momentâneo e ter autocuidado e perseverança. 
Contudo, ao construir nosso caminho, nos deparamos com as desigualdades 
sociais. O discurso de que todos são iguais carrega algumas armadilhas, entre elas a 
ideia de que o conceito de justiça significa tratar todos igualmente e não considerar 
as diferenças. As pessoas não são iguais nem possuem oportunidades iguais na vida 
em sociedade.
Historicamente, o modo de produção capitalista ampliou as desigualdades sociais, 
definiu padrões e normatizou as diversas instâncias da vida humana. Novos hábitos, 
costumes, valores éticos e estéticos surgiram na civilização ocidental moderna. Povos 
foram privilegiados, em detrimento de outros, culturas foram espoliadas e civilizações 
exterminadas na busca por riquezas.
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Apesar das invenções modernas, das liberdades individuais e dos Estados 
democráticos de direito, nas sociedades capitalistas os cidadãos nascem em 
posições sociais e econômicas desiguais. 
Temos heranças históricas que criaram desigualdades extremas, entre as 
quais o patriarcalismo, que gerou o machismo e a desigualdade de gênero, 
e o escravismo, que está na origem do racismo e das desigualdades raciais.
A cultura ocidental definiu um padrão ético e estético 
que promoveu e promove um discurso de naturalização 
das desigualdades. Na sociedade contemporânea, a ascen-
são social não está ao alcance de todos e exige de alguns 
maior desempenho e luta do que de outros.
Não obstante, os grupos sociais organizados lutam por 
justiça social com base na ideia de equidade. Aqueles que 
estão, por razões diversas, em situações desiguais, devem 
ser tratados na exata medida de suas desigualdades. A 
igualdade deve ser apenas jurídica na garantia da singu-
laridade dos indivíduos, ou seja, como diz a Constituição 
Brasileira de 1988, no artigo 5º-, “Todos são iguais perante a 
lei, sem distinção de qualquer natureza”. A “distinção”, nesse 
artigo, é no sentido de que todos devem ter o mesmo 
direito, independentemente de suas diferenças. 
O problema é que, na sociedade brasileira, as desi-
gualdades econômicas, étnicas, geracionais, regionais, 
fisiodiversas, neurodiversas e de gênero dificultam o 
acesso às oportunidades. Por isso, é importante compreen-
der as contradições sociais e lutar dupla e simultaneamente: 
individualmente, para ter uma vida digna, e coletivamente, 
para construir uma sociedade mais justa, solidária, equâ-
nime e sustentável. 
Fisiodiversidade: é um conceito 
que estabelece que pessoas com 
impedimento de longo prazo de na-
tureza física, mental, intelectual ou 
sensorial não são anormais, mas, 
sim, possuem diferenças e devem 
ser reconhecidas e respeitadas na 
sua diversidade.
Neurodiversidade: é o conceito 
que postula que condições como 
TEA (Transtorno do Espectro Au-
tista), TDAH (Transtorno de Déficit 
de Atenção com Hiperatividade), 
dislexia e dispraxia (distúrbio mo-
tor com base neurológica), entre 
outras, não são anormalidades, e, 
sim, diferenças neurológicas que 
devem ser reconhecidas e respei-
tadas na sua diversidade.
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A desigualdade explícita: comunidade pobre e edifícios de luxo lado a lado em São Paulo (SP).
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As imagens a seguir ilustram situações que problematizam a diferença e a desigual-
dade. Se tratarmos a diferença de modo igual, podemos cometer injustiças. Para tratarmos 
as diferenças de modo equânime, precisamos de soluções diferentes. 
A imagem abaixo distingue igualdade de equidade. Perceba que a ideia de igualdade é 
entregar para todos a mesma bicicleta, ignorando as diferenças; já a equidade é considerar 
uma variedade de modelos que dê acesso às diferenças individuais. 
Aqui é possível fazer um paralelo com os exames vestibulares, que, antes das políticas 
de ações afirmativas, defendiam uma seleção igualitária. Contudo, no método antigo, 
ignoravam-se as desigualdade étnicas e sociais. No novo modelo, denominado “cotas 
raciais e sociais”, há a garantia de um certo número de vagas nas universidades para 
estudantes afrodescendentes, indígenas e oriundos de escolas públicas com determinada 
renda per capita. 
Na imagem a seguir distribui-se um caixote, simbolizando a ideia de que justiça é 
atender a todos de maneira igual, sem considerar as diferenças, criando, assim, uma 
exclusão. 
Disponível em: https://programaelas.com.br/diferenca-de-equidade-e-igualdade-de-genero/. Acesso em: 14 fev. 2020.
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jf.
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IgualdadeIgualdade
EquidadeEquidade
Disponível em: https://cronicasdeumamaeatrapalhada2.blogs.
sapo.pt/equidade-61436. Acesso em: 14 fev. 2020.
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IgualdadeIgualdade EquidadeEquidade
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Todos temos dificuldades e somos obrigados a lidar com situações adver-
sas, seja no âmbito das relações pessoais, sociais ou profissionais. É comum 
enfrentarmos obstáculos e desafios na escola, na família e no ambiente de 
trabalho.
No nosso cotidiano, nem sempre somos flexíveis diante dos desafios e 
erros. É comum termos dificuldade em ajustarmos nossos objetivos e encon-
trarmos maneiras de nos adaptar. Principalmente se somos oriundos de grupos 
socialmente excluídos. Quando estamos diante de dificuldades, muitas vezes 
ficamos paralisados, enquanto deveríamos nos questionar sobre o que fazer 
diante da situação, ou seja, que outra atitude posso tomar na próxima vez para 
obter um resultado melhor?
Diante das frustrações e dificuldades, para 
continuar a caminhada temos de ter uma atitude 
consciente, positiva, resiliente e conscienciosa.
Antes de prosseguir, no entanto, precisamos 
saber o que são, afinal, a frustração, a resiliência e 
a conscienciosidade. Vamos ler a definição desses 
conceitos e aprofundar nossas ideias? 
Para que você saiba um pouco mais sobre conscienciosidade, assista a 
este vídeo, “Teoria da personalidade - Conscienciosidade”, que fala sobre o 
assunto.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=JEvuV-8HGsE
Acesso em: 14 fev. 2020.
Resiliência
Competência relacionada ao autoconhe-
cimento. Consiste em lidar com dificuldades, 
problemas, desafios, adaptar-se a mudanças 
e superar obstáculos, ou seja, resistir à pres-
são de situações adversas (choque, estres-
se, algum evento traumático etc.). Conscienciosidade
Persistência na busca de objetivos 
(como na letra da música “ Tente outra 
vez”). Consciencioso é o indivíduo que não 
desiste diante da adversidade, que atua 
com perseverança e é orientado para seus 
objetivos (batalhador).
Muitas vezes ficamos paralisados diante de 
dificuldades,

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