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Controle e Responsabilidade Civil da Administração Pública

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Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2016! 
Aula 06 – Controle e Responsabilidade Civil da Administração Pública 
Prof. Fabiano Pereira 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 
 
1 
 
 
 
Olá! 
 
 Depois de algumas semanas juntos, conhecendo e entendendo o Direito 
Administrativo brasileiro, chegou o momento de começarmos a tratar de alguns 
assuntos mais “doutrinários”, a exemplo do controle e da responsabilidade 
civil do Estado. 
Ao analisar o conteúdo da aula, perceba que as bancas têm o hábito de 
cobrar o entendimento do Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal 
Federal em suas questões, já que não existe uma lei específica regulando os 
citados temas. 
Assim, encontrando qualquer dificuldade na assimilação do conteúdo, fique 
à vontade para recorrer ao fórum de dúvidas, pois, certamente, todas as 
perguntas enviadas serão respondidas. 
 
No mais, bons estudos! 
 
 
 Conte comigo sempre que precisar! 
 
 Fabiano Pereira 
 fabianopereira@pontodosconcursos.com.br 
 www.facebook.com.br/fabianopereiraprofessor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 06 – CONTROLE E RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2016! 
Aula 06 – Controle e Responsabilidade Civil da Administração Pública 
Prof. Fabiano Pereira 
 
 
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2 
 
 
 
1. Considerações iniciais ............................................................. 03 
2. Conceito .................................................................................. 03 
3. Classificação ........................................................................... 04 
 3.1. Quanto à extensão do controle .................................... 04 
 3.2. Quanto à natureza do controle .................................... 04 
 3.3. Quanto ao âmbito da Administração ............................ 06 
 3.4. Quanto à oportunidade ................................................ 07 
 3.5. Quanto à iniciativa ....................................................... 08 
 
4. Controle administrativo ........................................................... 11 
4.1. Instrumentos ............................................................... 12 
 
5. Controle legislativo ................................................................. 17 
 5.1. Controle político ........................................................... 18 
 5.2. Controle Financeiro ...................................................... 21 
 
6. Controle Judicial ...................................................................... 27 
7. Revisão de véspera de prova – “RVP”...................................... 34 
8. Questões comentadas ............................................................. 36 
9. Responsabilidade Civil do Estado ............................................. 123 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO – CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2016! 
Aula 06 – Controle e Responsabilidade Civil da Administração Pública 
Prof. Fabiano Pereira 
 
 
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3 
1. Considerações inicias 
 
 A atuação do agente público na materialização das atividades 
administrativas não pode se pautar em sua vontade pessoal. É necessário que 
os atos e condutas provenientes dos agentes públicos sejam pautados na lei 
(princípio da legalidade) e amparados por uma fundamentação fática e jurídica 
que permita o respectivo controle e fiscalização (motivação). 
 Essa necessidade decorre do próprio texto constitucional, mais 
precisamente do parágrafo único, artigo 1º, ao declarar que “todo o poder emana 
do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos 
termos desta Constituição”. 
 Apesar de o poder originar-se do povo, é necessário esclarecer que não é 
o povo que administra diretamente o Estado. Em regra, o poder é exercido 
indiretamente, através de representantes eleitos para o exercício de funções 
legislativas e administrativas. Assim, é imprescindível que o “povo” tenha acesso 
às informações e às condutas administrativas de seus representantes com o 
objetivo de fiscalizá-las e realizar o respectivo controle, que pode ser exercido 
através da provocação dos órgãos públicos competentes e da utilização de 
instrumentos jurídicos criados com essa finalidade. 
Apesar da possibilidade de participação do povo no controle e fiscalização 
da Administração Pública, esta se caracteriza por ser uma atribuição 
essencialmente estatal, constituindo verdadeiro poder-dever dos órgãos a 
que a lei atribui essa função, sejam eles integrantes do próprio Poder Executivo, 
ou, ainda, dos Poderes Legislativo e Judiciário. 
 
2. Conceito 
 
 O professor José dos Santos Carvalho Filho denomina de controle da 
Administração Pública “o conjunto de mecanismos jurídicos e administrativos por 
meio dos quais se exerce o poder de fiscalização e de revisão da atividade 
administrativa em qualquer das esferas de poder”. 
 No mesmo sentido, a professora Maria Sylvia Zanella di Pietro define o 
controle da Administração como “o poder de fiscalização e correção que sobre ela 
exercem os órgãos dos Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, com o objetivo 
de garantir a conformidade de sua atuação com os princípios que lhe são impostos 
pelo ordenamento jurídico”. 
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 Analisando-se os conceitos apresentados pelos mencionados professores, 
conclui-se que o controle da Administração Pública não se restringe apenas ao 
próprio Poder Executivo, sendo exercido também pelos Poderes Legislativo e 
Judiciário. Ademais, alcança todos os atos editados no exercício da função 
administrativa, independentemente do Poder responsável pela edição. 
 
3. Classificação 
 
 Os doutrinadores brasileiros apresentam várias classificações para o 
controle da Administração Pública, mas, para fins de concursos públicos, é 
importante destacar as seguintes: 
 
 3.1. Quanto à extensão do controle 
 3.1.1. Controle interno 
 É aquele exercido internamente, por cada um dos Poderes, em relação 
aos seus próprios atos. Podemos citar como exemplo o controle exercido pela 
Corregedoria de Justiça em relação aos atos praticados pelos servidores do Poder 
Judiciário, ou, ainda, o controle exercido por um Gerente Executivo do INSS em 
relação aos seus subordinados. 
Assim, é correto afirmar que o controle interno de seus próprios atos é 
exercido pelo Poder Legislativo, pelo Poder Judiciário e pelo próprio Executivo, 
sempre amparados no poder-dever de autotutela. 
 
(Promotor de Justiça Substituto MPE – AM/CESPE/2008) O controle que os 
chefes exercem sobre os seus subordinados, na estrutura de um órgão público, é 
uma modalidade de controle externo. Assertiva considerada incorreta pela 
banca. 
 
 3.1.2. Controle externo 
Ocorre quando o controle dos atos administrativos é exercido por um Poder 
diferente daquele responsável pela sua edição. Essa possibilidade está 
amparada no artigo 2º da Constituição Federal de 1988, ao afirmar que “são 
poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o 
Executivo e o Judiciário”. 
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São vários os exemplos que podem ser apresentados,entre eles a anulação 
de ato administrativo do Poder Executivo pelo Poder Judiciário; o controle 
realizado pelos Tribunais de Contas sobre os atos do Executivo e do Judiciário; o 
julgamento anual, pelo Congresso Nacional, das contas prestadas pelo Presidente 
da República (artigo 49, V, CF/88), entre outros. 
O controle externo de maior abrangência certamente é aquele exercido pelo 
Poder Judiciário, pois este tem a prerrogativa de analisar a legitimidade e a 
legalidade dos atos editados pelos demais poderes, em caráter de 
definitividade (coisa julgada material). 
 
 
(Promotor de Justiça Substituto MPE – AM/CESPE/2008) A sustação, pelo 
Congresso Nacional, de atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do 
poder regulamentar configura controle externo. Assertiva correta. 
 
 
3.2. Quanto à natureza do controle 
 
3.2.1. Controle de legalidade ou legitimidade 
Controle de legalidade ou legitimidade é aquele em que se verifica a 
conformidade da conduta ou ato administrativo com o direito vigente. 
Constatando-se a incompatibilidade da ação ou omissão administrativa com a lei 
ou princípios gerais do Direito, a revisão da conduta ou do ato é medida que se 
impõe. 
Quando os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário estão analisando a 
legalidade de seus próprios atos, tem-se o controle interno de legalidade. Por 
outro lado, quando a legalidade dos atos editados por um poder está sendo 
analisada por outro poder, ocorre o controle externo de legalidade. 
Exemplo: Quando o Poder Judiciário julga mandado de segurança 
impetrado em face de ato administrativo supostamente ilegal, editado por 
agente do Poder Executivo, exerce o controle externo. Entretanto, quando a 
Corregedoria de Justiça anula ato administrativo praticado por autoridade 
judiciária, ocorre o controle interno de legalidade. 
 
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3.2.2. Controle de mérito 
No controle de mérito, não se analisa a conformidade da edição do ato com 
a lei, mas sim a conveniência e a oportunidade da conduta administrativa. O 
objetivo é verificar se aquilo que é mais conveniente, oportuno, mais adequado 
ou mais justo está sendo adotado para que a Administração Pública possa 
alcançar os seus fins. 
 
O controle de mérito do ato administrativo, em regra, é exercido pelo próprio 
Poder responsável pela sua edição. Assim, somente o Poder Executivo pode 
exercer o controle de mérito dos atos editados pelos seus agentes, o que 
também acontece em relação aos demais poderes. 
 
Exemplo: Se um determinado servidor do Poder Legislativo deseja usufruir 
de férias no mês de janeiro e, contrariando o seu interesse, o superior imediato 
entende que o mais conveniente e oportuno para a Administração é o gozo no 
mês de dezembro, de nada adiantará recorrer ao Poder Judiciário para mudar a 
data. 
Por se tratar de ato discricionário, o Poder Judiciário somente está 
autorizado a analisar a legalidade do ato, mas não o mérito administrativo 
(conveniência e oportunidade). Neste caso, compete exclusivamente ao Poder 
Legislativo (no exercício da função administrativa) decidir em qual mês o servidor 
irá usufruir do período de férias (já imaginou se todos os servidores decidissem 
sair de férias no mês de janeiro?). 
É importante destacar que a professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma 
que somente em caráter excepcional, e quando expressamente previsto no 
texto constitucional, será assegurado a outro poder exercer o controle de mérito 
sobre os atos praticados pelo Poder Executivo, a exemplo da previsão contida no 
art. 49, X, da CF/88. 
Nos termos do citado dispositivo constitucional, compete exclusivamente 
ao Congresso Nacional “fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de 
suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta”. 
ATENÇÃO: Quando a Administração Pública efetua o controle de mérito 
e entende que não é mais conveniente ou oportuno manter a produção de efeitos 
de um determinado ato administrativo, poderá então revogá-lo. 
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É incorreto afirmar que a Administração poderá anular um ato em razão 
da inexistência de conveniência ou oportunidade, pois a anulação é 
consequência do controle de legalidade, e não de mérito. 
 
3.3. Quanto ao âmbito da Administração 
 
3.3.1. Controle por subordinação ou hierárquico 
Essa forma de controle é consequência das relações hierárquicas 
existentes no interior da Administração entre os diversos órgãos e agentes 
públicos. Ocorre tipicamente no Poder Executivo, caracterizando-se como um 
controle interno, pois, em regra, os órgãos públicos integram uma mesma 
pessoa jurídica. 
Como exemplo, podemos citar o controle que uma Secretaria Municipal de 
Saúde exerce em relação aos Postos de Saúde do Município, que são órgãos 
públicos. 
Informam os professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino que, em 
razão de sua natureza, o controle hierárquico é pleno (irrestrito), permanente 
e automático (não depende de norma específica que o estabeleça ou autorize). 
Como consequência do controle por subordinação decorrem as faculdades 
de supervisão, coordenação, orientação, fiscalização, aprovação, revisão e 
avocação das atividades administrativas pelos órgãos ou agentes superiores em 
relação aos órgãos ou agentes subordinados. 
ATENÇÃO: O controle hierárquico ou por subordinação será exercido no 
âmbito do Poder Executivo da União, Estados, Distrito Federal, Municípios, e, 
ainda, nas entidades da Administração Pública Indireta. Também irá ocorrer no 
interior dos órgãos administrativos que compõem a estrutura do Poder 
Judiciário e Legislativo, mas nunca em relação ao exercício das respectivas 
funções típicas (judiciária e legislativa). 
 
3.3.2. Controle por vinculação ou controle finalístico 
É o controle exercido externamente pelas entidades da Administração 
Direta (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) em relação às entidades 
da Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas 
e sociedades de economia mista). 
 
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Conforme estudamos anteriormente, não existe relação de subordinação 
entre as entidades da Administração Direta e entidades da Administração 
Indireta, pois estas estão apenas vinculadas às primeiras. Assim, não há como 
se falar em controle hierárquico, mas sim em controle por vinculação (que é a 
relação existente entre Administração Direta e Indireta). 
Podemos citar como exemplos de controle finalístico ou por vinculação o 
exercido pelo Ministério da Fazenda (órgão integrante da estrutura da União) em 
face do Banco do Brasil (sociedade de economia mista federal); o exercido pelo 
Ministério do Meio Ambiente em face do IBAMA (autarquia federal); o exercido 
pelo Ministério da Previdência sobre o INSS (autarquia federal), etc. 
 
(Promotor de Justiça Substituto/MPE SE 2010/CESPE) O controle por 
vinculação tem caráter externo, pois, nesse caso, o poder de fiscalização e de 
revisão é atribuído a uma pessoa e é exercido sobre os atos praticados por pessoa 
diversa. Assertiva correta. 
 
No concurso público para o cargo de Executivo Público da Casa Civil, 
realizado em 2010, a Fundação Carlos Chagas considerou corretaa 
seguinte assertiva: “O controle no âmbito da administração direta 
decorre da subordinação hierárquica, e, no campo da administração 
indireta, resulta da vinculação administrativa, nos termos da lei 
instituidora das entidades que a compõem”. 
 
3.4. Quanto à oportunidade 
3.4.1. Controle prévio 
Controle prévio (ou a priori) é aquele exercido antes da consumação do ato 
administrativo, possuindo natureza preventiva. Como exemplo, podemos citar 
a aprovação, pelo Senado Federal, da escolha do Procurador-Geral da República 
(artigo 52, III, “e”, da CF/88). 
Assim, antes de o Procurador-Geral da República ser empossado no cargo 
é necessário um controle prévio do Senado Federal, que irá aprovar a indicação 
efetuada pelo Presidente da República mediante o quorum de maioria absoluta. 
Caso os Senadores entendam que a pessoa indicada pelo Presidente da República 
não preenche as condições necessárias para o exercício do cargo, será rejeitada 
a indicação. 
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3.4.2. Controle concomitante 
É aquele que acontece ao mesmo tempo em que o ato administrativo ou 
a atividade da Administração estão sendo executados, permitindo-se, assim, 
tanto o controle preventivo quanto o repressivo, conforme o andamento do ato 
ou atividade. 
Como exemplo, podemos citar o acompanhamento de um concurso público 
por uma comissão de servidores especialmente constituída com essa 
finalidade, que irá controlar todas as etapas do certame, desde a elaboração do 
edital até a homologação do concurso. 
 
3.4.3. Controle subsequente ou posterior (a posteriori) 
Controle subsequente ou corretivo é aquele efetuado após a conclusão do 
ato ou atividade administrativa com o objetivo de confirmá-los ou corrigi-los, 
a exemplo do que ocorre na homologação de um procedimento licitatório ou no 
controle judicial de atos administrativos. 
Exemplo: Suponha que o edital de um concurso público para o TRT da 3ª 
Região tenha sido publicado com a oferta de 100 (cem) vagas para o cargo de 
Técnico Judiciário. Entretanto, imaginemos que o referido edital não tenha 
reservado uma vaga sequer para os candidatos portadores de deficiência. Sendo 
assim, caso a Associação dos Portadores de Deficiência do Estado de Minas Gerais 
ingresse com uma ação civil pública para tentar corrigir o problema, estará sendo 
exercido um controle preventivo, concomitante ou posterior? 
É claro que posterior, pois o edital do referido concurso público (ato 
administrativo) já havia sido publicado e estava produzindo os seus efeitos 
normalmente. 
No concurso público para o cargo de Auditor Fiscal do Trabalho – 
MTE, realizado em 2010, a ESAF elaborou questão apresentando vários 
exemplos de controle prévio, sucessivo ou concomitante e corretivo ou 
posterior, nos seguintes termos: 
(ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho - MTE /2010) Quanto ao controle da 
Administração Pública, em especial, quanto ao momento em que ele se 
efetiva, assinale: 
(1) para controle prévio; 
(2) para controle sucessivo ou concomitante; 
(3) para controle corretivo ou posterior. E escolha a opção que represente 
a sequência correta. 
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( ) Aprovação, pelo Senado Federal, de operação financeira externa de interesse 
da União. 
( ) Auditorias realizadas pelo TCU em obras públicas federais. 
( ) Aprovação, pelo Senado Federal, dos Ministros do TCU indicados pelo 
Presidente da República. 
( ) Julgamento das contas dos gestores públicos pelo TCU. 
( ) Registro, pelo TCU, das admissões, aposentadorias e pensões no âmbito das 
pessoas jurídicas de direito público da Administração Pública Federal. 
a) 3 / 1 / 2 / 1 / 3 
b) 2 / 2 / 1 / 3 / 3 
c) 2 / 3 / 3 / 1 / 2 
d) 1 / 1 / 3 / 3 / 2 
e) 1 / 2 / 1 / 3 / 3 
 
Gabarito: Letra “e” 
 
3.5. Quanto à iniciativa 
3.5.1. Controle de ofício 
É aquele praticado pela própria Administração, no exercício do poder de 
autotutela, independentemente da provocação de terceiros. Ocorre, por exemplo, 
quando uma autoridade administrativa anula ou revoga um ato administrativo 
praticado por subordinado. 
Nesse caso, nenhum “terceiro” solicitou a revogação ou anulação do ato 
administrativo. A própria Administração Pública, através de seu agente, entendeu 
que o ato administrativo deveria ser anulado (caso ilegal) ou revogado (caso 
inconveniente ou inoportuno). 
 
3.5.2. Controle provocado 
Controle provocado é aquele que tem o seu início mediante o acionamento 
ou provocação de terceiros, a exemplo do que acontece nos recursos 
administrativos. 
Se a Administração Pública proferiu uma decisão que não é de interesse do 
particular, por exemplo, este poderá recorrer à autoridade superior com o 
objetivo de tentar rever a decisão. 
 
 
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4. Controle administrativo 
 
É possível definir como controle administrativo (ou autocontrole) o poder 
de fiscalização e correção exercido pelo Poder Executivo e pelos órgãos de 
administração (no exercício da função administrativa) do Poder Judiciário e 
Legislativo sobre os seus próprios atos e atividades. 
Através do controle administrativo, o Poder Executivo e os órgãos de 
administração dos demais Poderes exercem um controle de legalidade e de 
mérito sobre seus atos e atividades, confirmando-os ou desfazendo-os. 
A prerrogativa de anular os seus próprios atos, quando ilegais (controle 
de legalidade), ou revogá-los, quando inconvenientes ou inoportunos 
(controle de mérito), está fundamentada no dever-poder de autotutela e 
encontra amparo na Súmula 473 do STF, que é expressa ao afirmar: 
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios 
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-
los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos 
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. 
 
ATENÇÃO: Perceba que o controle administrativo é interno, ou seja, 
ocorre no interior da própria Administração ou nos órgãos de administração 
dos demais Poderes, sempre inserido em uma relação hierárquica entre órgãos 
e agentes públicos. 
O controle administrativo ocorre, por exemplo, quando é revogada uma 
licença para tratar de assuntos particulares concedida a um servidor do Senado 
Federal (Legislativo). Nesse caso, o controle administrativo foi exercido no âmbito 
do Poder Legislativo, porém em relação à função administrativa (concessão da 
licença), que é atípica. Da mesma forma acontece quando o Tribunal Regional 
Federal da 1ª Região (Judiciário), por exemplo, anula de ofício um ato 
administrativo realizado no âmbito de um procedimento licitatório realizado pelo 
próprio tribunal. 
Em ambos os casos, o controle ocorreu internamente, no exercício da 
função administrativa. 
 
 
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(FCC/Analista Judiciário TRE-RS/2010) Está correto afirmar que, o controle 
administrativo deriva do poder-dever de autotutelaque a Administração tem sobre 
seus próprios atos e agentes. Assertiva considera correta pela banca 
examinadora. 
 
4.1. Instrumentos 
São vários os instrumentos previstos em lei e no próprio texto 
constitucional com o objetivo de permitir à Administração Pública e aos órgãos 
de administração do Poder Judiciário e Legislativo o controle de seus atos e 
decisões. Cada um desses instrumentos possui características específicas e por 
isso passemos à análise individual dos principais deles: 
 
4.1.1. Direito de petição 
O inciso XXXIV, “a”, artigo 5º, da CF/88, declara expressamente que são a 
todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas, o direito de 
petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou 
abuso de poder. 
O direito de petição é um instrumento que possibilita a qualquer pessoa 
(física ou jurídica) dirigir-se formalmente a uma autoridade do Poder 
Público com o intuito de fazer uma reivindicação, queixa, solicitar 
esclarecimentos ou simplesmente manifestar a sua opinião sobre algo que seja 
de seu próprio interesse ou de interesse da coletividade. 
Através do exercício do direito de petição, o interessado irá provocar a 
Administração Pública a fim de que se manifeste sobre um assunto específico ou 
adote determinada providência interna. 
Peticionar significa pedir, requerer e, portanto, esse direito tem como 
objetivo assegurar ao interessado a obtenção de informações ou providências 
junto a determinada autoridade pública a fim de que sejam tomadas as 
providências cabíveis em relação ao assunto informado. 
Trata-se de um instrumento desprovido de maiores formalidades. As únicas 
exigências referem-se ao fato de que a petição administrativa deve ser escrita 
e identificado o peticionário (aquele que está efetuando o pedido). Assim, não 
é necessário ser advogado ou contratar os serviços deste para que seja 
apresentada uma petição administrativa perante a autoridade competente. 
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O professor José Afonso da Silva destaca que “o direito de petição não pode 
ser destituído de eficácia. Não pode a autoridade a que é dirigido escusar-se de 
pronunciar sobre a petição, quer para acolhê-la quer para desacolhê-la com a 
devida motivação”. 
Exemplo: Suponhamos que você tenha sido aprovado em um concurso 
público para o cargo de agente administrativo no Município de Fabianópolis, na 
1ª colocação. Entretanto, alguns meses depois, chegou ao seu conhecimento que 
o 2º colocado já havia sido nomeado, enquanto você, 1º colocado, ainda 
aguardava a nomeação. 
Nesse caso, antes de recorrer ao Poder Judiciário, é assegurado 
constitucionalmente o direito de protocolar uma petição administrativa 
solicitando esclarecimentos do Senhor Prefeito e requerendo uma solução para a 
situação. 
 
4.1.2. Pedido de reconsideração 
Trata-se de um pedido escrito, dirigido pelo interessado à autoridade 
responsável pela edição do ato, pleiteando a extinção ou a alteração do ato 
em conformidade com as suas pretensões. 
É importante esclarecer que o pedido de reconsideração não é um recurso 
propriamente dito. Este é destinado à autoridade ou órgão superior com o 
objetivo de que seja reexaminado ato ou decisão proferida por autoridade ou 
órgão inferior, enquanto aquele é direcionado à própria autoridade 
responsável pelo ato ou decisão proferida. 
Na esfera federal, o pedido de reconsideração encontra previsão expressa 
no artigo 65 da Lei nº 9.784/99: 
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser 
revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos 
novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação 
da sanção aplicada. 
 
Mesmo que o prazo para a propositura de recursos administrativos já 
tenha se esgotado, o interessado poderá ainda apresentar pedido de 
reconsideração quando estiver embasado na suposta existência de fatos novos 
ou circunstâncias relevantes que possam justificar a inadequação da decisão 
proferida, ou ainda a existência de vícios que tornem ilegal o ato administrativo. 
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Assim, o pedido de reconsideração deve ser recebido e analisado pela 
autoridade administrativa, não como recurso, mas sim como uma revisão do ato 
a pedido da parte interessada. 
 
4.1.3. Reclamação administrativa 
 A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro define a reclamação 
administrativa como “o ato pelo qual o administrado, seja particular ou servidor 
público, deduz uma pretensão perante a Administração Pública, visando obter o 
reconhecimento de um direito ou a correção de um ato que lhe cause lesão ou 
ameaça de lesão”. 
 Em termos gerais, a reclamação administrativa encontra-se prevista no 
Decreto Federal 20.910/32. Entretanto, é importante destacar que o referido 
decreto não especifica as modalidades e as hipóteses de cabimento da 
reclamação administrativa, restringindo-se a informar o prazo prescricional para 
a apresentação da reclamação, que é de 01 (um) ano, contado do ato ou atividade 
lesiva, se outro prazo não for fixado em lei. 
 O professor Diógenes Gasparini, sem especificar as modalidades ou 
espécies de reclamações administrativas, as define como “a oposição solene, 
escrita e assinada, a ato ou atividade pública que afete direitos ou interesses 
legítimos do reclamante. Dessas reclamações são exemplos a que impugna certo 
lançamento tributário e a que se opõe a determinada medida punitiva”. 
Informa ainda o autor que se trata de “faculdade exercitável por pessoa 
física ou jurídica, que tenha direitos ou interesses legítimos afetados ou em via 
de afetação por ato ou atividade pública. Pode, assim, ser repressiva ou 
preventiva”. 
 
4.1.4. Recursos administrativos ou hierárquicos 
Recursos administrativos são instrumentos formais de controle 
administrativo através dos quais o interessado pleiteia perante órgão ou 
autoridade superior a reapreciação de atos ou decisões de órgãos ou agentes 
inferiores. 
 Os recursos administrativos são propostos no interior da própria 
Administração, não sofrendo interferência direta do Poder Judiciário em sua 
tramitação e decisão. Entretanto, caso a decisão proferida no recurso 
administrativo não seja favorável ao interessado, este poderá ainda acionar o 
Poder Judiciário com o objetivo de que seja reapreciada a mesma questão, em 
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respeito ao princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional (artigo 
5º, XXXV, da CF/88). 
Os recursos administrativos são instrumentos formais de impugnação de 
atos e decisões administrativas e, por isso, devem ser interpostos através de 
petição escrita e devidamente protocolada na repartição administrativa 
competente. 
ATENÇÃO: A possibilidade de recorrer a órgãos ou autoridades 
superiores com o objetivo de solicitar a reapreciação de atos ou decisões de 
órgãos ou autoridades inferiores está amparada no inciso LV, artigo 5º, da 
Constituição Federal de 88. 
O referido inciso declara expressamente que “aos litigantes, em processo 
judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. 
 
4.1.4.1. ClassificaçãoPara fins de concursos públicos, é necessário que você saiba que os 
recursos administrativos podem ser classificados de várias formas e maneiras 
diferentes. Todavia, a mais importante delas é a que divide os recursos em 
próprios e impróprios. 
 
a) Recursos hierárquicos próprios: São aqueles dirigidos a autoridades 
ou órgãos imediatamente superiores aos responsáveis pelo ato ou decisão 
impugnados. Assim, o recurso dirigido ao Superintendente da Receita Federal do 
Brasil, em face de um ato praticado por Delegado da Receita Federal, pode ser 
considerado um recurso hierárquico próprio, pois o segundo está subordinado 
ao primeiro em uma relação de hierarquia. 
 Os recursos hierárquicos próprios podem ser interpostos mesmo 
inexistindo disposição legal expressa, pois derivam do controle hierárquico 
que os órgãos e autoridades superiores devem realizar em face dos atos e 
atividades administrativas exercidos pelos seus subordinados. 
 O controle efetuado pelos órgãos e autoridades superiores é pleno e 
permanente. Pleno porque abrange tanto os aspectos de mérito quanto os de 
legalidade, sendo possível revogar, anular, modificar, convalidar ou praticar 
quaisquer atos que importem em controle dos atos praticados pelos 
subordinados. Por outro lado, é permanente porque pode ser exercido a 
qualquer momento, independentemente de provocação. 
 
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 b) Recursos hierárquicos impróprios: São aqueles endereçados a 
autoridades ou órgãos que não são hierarquicamente superiores àqueles 
responsáveis pela edição do ato ou decisão que se deseja impugnar. Podemos 
citar como exemplo um recurso interposto perante uma Secretaria Estadual de 
Governo em face de decisão proferida por entidade integrante da Administração 
Indireta daquele mesmo Estado (autarquias, fundações públicas, sociedades de 
economia mista ou empresas públicas). 
 Nesse caso, entre a Secretaria de Estado (Administração Direta) e as 
entidades integrantes da Administração Indireta não existe relação de 
hierarquia ou subordinação, mas somente uma vinculação. 
 
A propositura de recursos hierárquicos impróprios depende de expressa 
previsão legal, já que não existe relação de hierarquia entre os órgãos ou 
autoridades que analisarão o pedido de reapreciação da decisão ou ato 
praticado. 
 
4.1.5. Prescrição administrativa 
 É possível analisar a prescrição administrativa sob duas vertentes 
distintas: em relação à Administração e em relação aos administrados. 
Sob a ótica do administrado a prescrição administrativa ocorre quando o 
particular “perde” o prazo para recorrer de decisão administrativa, ou seja, ocorre 
o transcurso do prazo legal sem que o particular impugne a decisão contrária aos 
seus interesses. 
Na esfera federal, o artigo 59 da Lei 9.784/99 estabelece que, “salvo 
disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso 
administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão 
recorrida”. Assim, não apresentado o recurso no prazo legal de 10 dias, ocorrerá 
a denominada prescrição administrativa. 
A Administração Pública também possui prazos fixados em lei para rever 
os seus próprios atos ou manifestar-se em relação a situações ocorridas em seu 
âmbito de atuação, a exemplo dos prazos previstos no artigo 142 da Lei 8.112/90 
para a aplicação de penalidades a servidores públicos federais: 
 
 
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Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: 
I - em 05 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, 
cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em 
comissão; 
II - em 02 (dois) anos, quanto à suspensão; 
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência. 
Assim, transcorridos os prazos acima sem que a Administração se 
manifeste sobre a eventual aplicação de penalidade a servidor público federal, 
ocorrerá a prescrição administrativa, e a Administração não mais poderá puni-
lo pela suposta infração disciplinar. 
 
4.1.6. O silêncio da Administração Pública 
 Quando a Administração deixa de se pronunciar sobre um pedido que lhe é 
apresentado pelo administrado na defesa de seus interesses, tem-se o silêncio 
administrativo, que é um fato jurídico. 
 A falta de pronunciamento dentro do prazo fixado pode significar o 
deferimento ou indeferimento do pedido, concordância ou oposição ao ato 
controlado, e as consequências devem ser analisadas no caso em concreto. 
 Se não existir prazo específico para a manifestação da Administração e o 
silêncio persistir, não restará outra alternativa ao interessado que não seja 
recorrer ao Poder Judiciário. Este decidirá em favor do interessado se entender 
que entre o seu pedido e a data da invocação da tutela judicial decorreu um prazo 
razoável, isto é, em período de tempo suficiente para que a Administração se 
pronunciasse sobre o pedido. 
 É importante destacar que a negligência do servidor público que cause 
prejuízos ao administrado deve ensejar a responsabilização civil do Estado, nos 
termos do § 6º, artigo 37, da CF/88. Da mesma forma, deverá ser punido o 
servidor que se omitiu, quando estava obrigado legalmente a se pronunciar sobre 
o pedido apresentado. 
 
5. Controle legislativo 
 O controle legislativo, também denominado de controle parlamentar, é 
exercido pelos órgãos do Poder Legislativo em relação a determinados atos 
praticados pela Administração Pública. Ao contrário do controle administrativo, 
que é interno, o controle legislativo caracteriza-se por ser um controle 
externo, exercido nos exatos termos e limites previstos no texto constitucional. 
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 Em termos gerais, o controle do Poder Legislativo sobre os atos praticados 
pelo Poder Executivo está fundamentado no inciso X, artigo 49, da Constituição 
Federal de 1988, ao declarar que “compete ao Congresso Nacional fiscalizar e 
controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder 
Executivo, incluídos os da administração indireta”. 
 O professor José dos Santos Carvalho Filho afirma que o controle legislativo 
é exercido sobre atividades bastante diferenciadas e, por isso, possui dupla 
natureza: o controle político e o controle financeiro. 
 
5.1. Controle político 
O controle político está amparado na possibilidade de fiscalização e decisão 
sobre atos exercidos no âmbito da função administrativa e de organização dos 
Poderes Executivo e Judiciário. 
São vários os aspectos de controle, mas, para fins de concursos públicos, 
destacam-se os seguintes: 
 
5.1.1. Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) 
As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de 
investigação próprios das autoridades judiciais, estão previstas no § 3º, 
art. 58, da CF/88. Além de outros poderes previstos nos regimentos das 
respectivas Casas Legislativas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e 
pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento 
de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo 
certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, 
para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. 
As CPI´s não se restringem àesfera federal, pois podem ser criadas no 
âmbito dos Estados (pelas Assembléias Legislativas) e dos Municípios (Câmara 
de Vereadores), com regulamentação prevista nas Constituições Estaduais e Leis 
Orgânicas (respectivamente). 
Os professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, respaldados em 
entendimento do Supremo Tribunal Federal, apresentam uma relação de 
prerrogativas asseguradas às CPI´s, desde que motivadamente: 
(a) Convocar investigados e testemunhas a depor, incluindo autoridades 
públicas federais, estaduais e municipais; 
(b) Determinar as diligências que entender necessárias (é muito comum a 
solicitação de diligências ao Tribunal de Contas da União, à Secretaria da 
Receita Federal e à Polícia Federal, nas respectivas áreas de competência); 
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(c) Requisitar de repartições públicas informações e documentos de seu 
interesse; 
(d) Determinar a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico das pessoas 
por ela investigadas; 
(e) Convocar juízes para depor, desde que a respeito de sua atuação como 
administrador público (função não-jurisdicional). 
 
Além disso, apresentam também as proibições impostas às CPI´s pela 
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: 
(a) Decretar a busca e a apreensão domiciliar de documentos; 
(b) Determinar a indisponibilidade de bens do investigado; 
(c) Decretar a prisão de qualquer pessoa, ressalvada a hipótese de flagrância; 
(d) Determinar a interceptação (escuta) telefônica (não confundir com a 
quebra do sigilo dos registros telefônicos); 
(e) Convocar magistrados para depor a respeito de sua atuação típica, na 
função jurisdicional. 
 
5.1.2. Pedido de informação 
As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão 
encaminhar pedidos escritos de informação a Ministros de Estado ou a 
quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da 
República, bem como aos dirigentes máximos das entidades integrantes da 
Administração Pública Indireta sobre fatos ou atividades administrativas 
ocorridos em seu âmbito de atuação. 
Os pedidos também poderão ser formulados pelas Assembléias 
Legislativas, Câmara Distrital e Câmara de Vereadores com o objetivo de 
fiscalizar e controlar as atividades administrativas em âmbito municipal, distrital 
e estadual, respectivamente. 
A recusa ou não-atendimento ao pedido de informações no prazo de 
trinta dias, bem como a prestação de informações falsas, importará em crime 
de responsabilidade, nos termos do § 2º, artigo 50, da Constituição Federal. 
 
 
5.1.3. Convocação de autoridades 
O caput do artigo 50 da CF/88 estabelece que “a Câmara dos Deputados e 
o Senado Federal, ou qualquer de suas comissões, poderão convocar Ministro 
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de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à 
Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre 
assunto previamente determinado, importando em crime de responsabilidade 
a ausência sem justificação adequada”. 
 
5.1.4. Participação na função administrativa 
Em vários dispositivos constitucionais, está prevista a obrigatoriedade da 
participação do Poder Legislativo nas funções administrativas típicas do Poder 
Executivo, autorizando ou aprovando competências privativas do Presidente 
da República. 
Podemos citar como exemplo as seguintes competências atribuídas com 
exclusividade ao Congresso Nacional e que estão previstas expressamente no 
artigo 49 da CF/88: resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos 
internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio 
nacional; autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, 
a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele 
permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei 
complementar; autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se 
ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias, entre outros. 
Da mesma forma, compete privativamente ao Senado Federal, nos termos 
do artigo 52 da CF/88: aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em 
sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter 
permanente; autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse 
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; 
aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do 
Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato, entre outras 
atribuições. 
 
5.1.5. Poder de sustação do Congresso Nacional 
Prevê o artigo 49, V, da Constituição Federal, que cabe ao Congresso 
Nacional “sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder 
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa”. Trata-se de um mecanismo 
criado pelo próprio texto constitucional com o objetivo de conter eventuais 
excessos do Presidente da República na edição de decretos regulamentares ou 
leis delegadas. 
Assim, o Congresso irá suspender os efeitos dos dispositivos do decreto 
ou lei delegada que tenha exorbitado a competência normativa do Chefe do 
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Executivo. Não se trata de revogação, mas sim de uma suspensão da eficácia do 
decreto ou lei delegada,que ocorre no exercício do controle externo. 
 
No concurso público para o cargo de Analista Técnico do Ministério do 
Turismo, realizado em 2014, a ESAF considerou incorreta a seguinte 
assertiva: “Não há dispositivo constitucional expresso que permita o Congresso 
Nacional sustar atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do Poder 
Regulamentar”. 
 
 5.2. Controle Financeiro 
 Controle financeiro é aquele exercido externamente pelo Poder 
Legislativo em relação aos Poderes Executivo e Judiciário, bem como sobre a 
sua própria administração no que se refere à receita, à despesa e à gestão dos 
recursos públicos. 
 Trata-se de controle externo exercido pelo Poder Legislativo em relação 
aos demais Poderes, nos termos do artigo 70 da Constituição Federal, que 
estabelece ainda a obrigatoriedade de que o Poder Legislativo tenha o seu 
próprio sistema de controle interno, não ficando, portanto, imune a controle 
e fiscalização. 
 Assim, é correto afirmar que o controle financeiro alcança todos os poderes 
da República, seja em âmbito federal, estadual, distrital ou municipal, 
abrangendo cinco áreas básicas de atuação: contábil, financeira (em sentido 
estrito), orçamentária, operacional e patrimonial. 
 José dos Santos Carvalho Filho afirma que a área contábil é aquela em 
que se formalizam os registros das receitas e despesas. Na área financeira 
strictu sensu, o controle se executa sobre os depósitos bancários, os empenhos, 
o pagamento e o recebimento de valores, etc. O controle orçamentário visa ao 
acompanhamento do orçamento e à fiscalização dos registros nas rubricas 
adequadas. 
Restam os controles operacional e patrimonial. No primeiro, a 
fiscalização incide sobre a execução das atividades administrativas em geral, 
verificando-se notadamente a observância dos procedimentos legais para cada 
fim, bem como a necessidade de sua adequação à maior celeridade, eficiência e 
economicidade. O controlepatrimonial recai sobre os bens do patrimônio público, 
exigindo-se que sejam fiscalizados os almoxarifados, os bens em estoque, os 
bens de uso, os bens consumíveis etc. 
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A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro, analisando o artigo 70 da 
Constituição Federal de 1988, afirma a possibilidade de se inferir algumas normas 
básicas sobre o controle financeiro, sendo elas: 
“1. Quanto à atividade controlada, a fiscalização abrange a contábil, a 
financeira, a orçamentária, a operacional e a patrimonial; isso permite a 
verificação da contabilidade das receitas e despesas, da execução do 
orçamento, dos resultados e dos acréscimos e diminuições patrimoniais; 
2 – Quanto aos aspectos controlados, compreende: 
I – controle de legalidade dos atos de que resultem a arrecadação 
de receita ou a realização da despesa, o nascimento ou a extinção de 
direitos e obrigações; 
II – controle de legitimidade, que a Constituição tem como diverso 
da legalidade, de sorte que parece assim admitir exame de mérito a fim de 
verificar se determinada despesa, embora não ilegal, fora legítima, tal como 
atender a ordem de prioridade, estabelecida no plano plurianual; 
III – controle da economicidade, que envolve também questão de 
mérito, para verificar se o órgão procedeu, na aplicação da despesa pública 
de modo mais econômico, atendendo, por exemplo, uma adequada relação 
custo-benefício; 
IV – controle de fidelidade funcional dos agentes da 
Administração, responsável por bens e valores públicos; 
V – controle de resultado de cumprimento de programa de 
trabalho e de metas, expresso em termos monetários e em termos de 
realização de obras e prestação de serviços”. (cf. José Afonso da Silva. 
2000:727) 
3. quanto às pessoas controladas, abrange União, Estados, Municípios, 
Distrito Federal e entidades da Administração Direta e Indireta, bem como 
qualquer pessoa física ou entidade publica, que utilize, arrecade, guarde, 
gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a 
União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza 
pecuniária; 
4. a fiscalização compreende os sistemas de controle externo, e compete 
ao Poder Legislativo, com auxílio do Tribunal de Contas, e de controle 
interno exercido por cada um dos Poderes”. 
5.2.1. Tribunal de Contas 
A Constituição Federal de 1988 concedeu ao Tribunal de Contas da União 
na esfera federal, poderes para, no auxílio ao Congresso Nacional, exercer a 
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fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União 
e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, à 
legitimidade e à economicidade e à fiscalização da aplicação das subvenções e da 
renúncia de receitas. 
Todavia, é importante destacar que o TCU não é o único órgão responsável 
por essa fiscalização, pois a competência é compartilhada também com o 
Congresso Nacional e os órgãos de controle interno. 
No concurso público para o cargo de Técnico da Receita Federal, 
realizado em 2002, a ESAF elaborou a seguinte questão sobre o tema: 
(ESAF/Técnico da Receita Federal - SRF/2002) Na área federal, o Tribunal 
de Contas da União (TCU) exerce o monopólio do controle contábil, 
financeiro e orçamentário, da Administração Pública Federal Direta e 
Indireta, quanto aos aspectos de legalidade, legitimidade e 
economicidade. 
a) Correta essa assertiva. 
b) Incorreta a assertiva, porque esse controle é exercido com exclusividade pelo 
Congresso Nacional (CN). 
c) Incorreta a assertiva, porque tal função cabe ao sistema de controle interno, 
com exclusividade. 
d) Incorreta a assertiva, porque tal fiscalização é compartilhada entre CN, TCU e 
sistema de controle interno. 
e) Incorreta a assertiva, porque esse controle exercido pelo TCU se restringe à 
Administração Direta. 
 
Gabarito: Letra “d”. 
 
Qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, 
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou 
pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de 
natureza pecuniária tem o dever de prestar contas ao TCU. 
As normas previstas no texto constitucional e que tratam do Tribunal de 
Contas da União aplicam-se, no que couber, à organização, à composição e à 
fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como 
dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios. 
As competências do Tribunal de Contas da União estão arroladas 
expressamente no artigo 71 da CF/88, abaixo apresentadas: 
“Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido 
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: 
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 I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da 
República, mediante parecer prévio, que deverá ser elaborado em sessenta 
dias a contar de seu recebimento; 
 II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por 
dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, 
incluídas as fundações e as sociedades instituídas e mantidas pelo poder 
público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou 
outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; 
 III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão 
de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas 
as fundações instituídas e mantidas pelo poder público, excetuadas as 
nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das 
concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as 
melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato 
concessório; 
 IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do 
Senado Federal, de comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias 
de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, 
nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e 
Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II; 
 V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo 
capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do 
tratado constitutivo; 
 VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União, 
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a 
Estado, ao Distrito Federal ou a Município; 
 VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por 
qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas comissões, sobre 
a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial 
e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; 
 VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou 
irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerão, 
entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; 
 IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências 
necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; 
 X - sustar, se não atendido, a execução do atoimpugnado, 
comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; 
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 XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos 
apurados. 
 § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente 
pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as 
medidas cabíveis. 
 § 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa 
dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal 
decidirá a respeito. 
 § 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa 
terão eficácia de título executivo. 
 § 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e 
anualmente, relatório de suas atividades”. 
 
(Analista/SERPRO 2008/CESPE) Não compete ao Tribunal de Contas da União 
exercer o controle externo em relação às empresas públicas e sociedades de 
economia exploradoras de atividade econômica, já que os bens dessas entidades 
são privados. Assertiva considerada incorreta pela banca examinadora. 
 
A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro informa que o controle externo 
foi consideravelmente ampliado na atual Constituição, conforme se constata em 
seu artigo 71, compreendendo as funções de: 
1. fiscalização financeira propriamente dita, quando faz ou recusa o 
registro de atos de admissão de pessoal (excetuadas as nomeações para 
cargo em comissão) ou de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou 
pensão; quando faz inquéritos, inspeções e auditorias; quando fiscaliza a 
aplicação de quaisquer recursos repassados pela União, mediante convênio, 
acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao distrito 
Federal ou a Município; 
2. de consulta, quando emite parecer prévio sobre as contas prestadas 
anualmente pelo Presidente da República; 
3. de informação, quando as presta ao Congresso Nacional, a qualquer de 
suas Casas, ou a qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização 
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre 
resultados de auditorias e inspeções realizadas; 
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4. de julgamento, quando “julga” as contas dos administradores e demais 
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos e as contas daqueles 
que derem causa à perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte 
prejuízo ao Erário Público; embora o dispositivo fale em “julgar” (inciso II 
do art. 71), não se trata de função jurisdicional, porque o Tribunal apenas 
examina as contas, tecnicamente, e não aprecia a responsabilidade do 
agente público, que é de competência exclusiva do Poder Judiciário; por 
isso se diz que o julgamento das contas é uma questão prévia, preliminar, 
de competência do Tribunal de Contas, que antecede o julgamento do 
responsável pelo Poder Judiciário; 
5. sancionatórias, quando aplica aos responsáveis, nos casos de 
ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas 
em lei, que estabelecerão, entre outras cominações, multa proporcional ao 
dano causado ao erário; 
6. corretivas, quando assina prazo para que o órgão ou entidade adote as 
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada 
ilegalidade; e quando susta, se não atendido, a execução do ato 
impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao senado 
Federal; nos termos do § 1º do artigo 71, no caso de contrato, o ato de 
sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, 
de imediato, ao poder Executivo,as medidas cabíveis; pelo § 2º, se o 
Congresso ou o Poder Executivo, no Prazo de 90 dias, não efetivar as 
medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito; isso 
constitui inovação da Constituição de 1998, já que, na anterior, a decisão 
final, de natureza puramente política, ficava com o Congresso Nacional; 
7. de ouvidor, quando recebe denúncia de irregularidades ou ilegalidades, 
feita pelos responsáveis pelo controle interno ou por qualquer cidadão, 
partido político, associação ou sindicato, nos termos do art. 74, §§ 1º e 2º. 
Alguns tópicos envolvendo a atuação e competência dos Tribunais de 
Contas são frequentemente cobrados em concursos e, por isso, é importante 
destacar os principais: 
1º) O TCU somente possui competência para apreciar as contas prestadas 
anualmente pelo Presidente da República (art. 71, I, CF/88), mas não para 
julgá-las, pois esta é uma prerrogativa do Congresso Nacional (art. 49, I, 
CF/88); 
2º) As Constituições Estaduais e Leis Orgânicas podem estabelecer a 
competência das Assembleias Legislativas e Câmara de Vereadores, 
respectivamente, para julgar as contas dos Tribunais de Contas Estaduais e 
Municipais, onde houver; 
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3º) As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa 
terão eficácia de título executivo, nos termos do § 3º do artigo 71; 
4º) Os Tribunais de Contas, no exercício de suas atribuições, podem 
apreciar a constitucionalidade das leis e atos do Poder Público, apesar de não 
integrarem o Poder Judiciário. Entretanto, destaca-se que as decisões proferidas 
pelos Tribunais de Contas podem ser revistas pelo Poder Judiciário; 
5º) Aplica-se o instituto da tomada de contas especial a todas as 
sociedades de economia mista, prestadoras de serviços públicos ou exploradoras 
de atividade econômica. A tomada de contas especial é um instrumento de que 
dispõe a Administração Pública para ressarcir-se de eventuais prejuízos que lhe 
forem causados, sendo o processo revestido de rito próprio e somente instaurado 
depois de esgotadas as medidas administrativas para reparação do dano. 
 
(Técnico de Controle Externo TCU/2007/CESPE) O TCU pode, no exercício 
de suas atribuições, apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder 
público. Assertiva considerada correta pela banca examinadora. 
 
6. CONTROLE JUDICIAL 
Declara o inciso XXXV, artigo 5º, da CF/88, que “a lei não excluirá da 
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Trata-se do princípio 
da inafastabilidade da jurisdição ou princípio do amplo acesso ao Poder Judiciário. 
Assim, sempre que alguém tiver um direito violado ou ameaçado de violação, 
poderá recorrer ao Poder Judiciário requerendo providências de modo a afastar 
uma lesão ou possibilidade de lesão a direito. 
 Todos os atos prejudiciais aos interesses individuais e coletivos podem ser 
apreciados pelo Poder Judiciário, inclusive os atos e condutas da Administração 
Pública, que não são imunes ao controle jurisdicional. Todavia, é importante 
destacar que o Poder Judiciário deve ser provocado pelo interessado ou 
legitimado a fim de que possa se manifestar. 
 O controle judicial pode ser conceituado como o controle de legalidade 
exercido pelo Poder Judiciário em relação aos seus próprios atos e condutas 
administrativas, bem como em relação aos atos e atividades administrativas 
oriundos do Poder Executivo e Legislativo. O direito brasileiro adotou o sistema 
de jurisdição una, que concede ao Poder Judiciário o monopólio da função 
jurisdicional (somente ele pode decidir em caráter definitivo). 
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 O professor Diógenes Gasparini informa que o controle judicial é externo, 
provocado e direto. “É externo por se realizar por órgão que não integra a 
mesma estrutura organizacional da Administração Pública. É provocado 
porquanto só excepcionalmente o Judiciário atua de ofício. É direto porque 
incide, precípua e imediatamente, sobre os atos e atividades administrativas. 
Além disso, é, notadamente, repressivo, dado incidir sobre medida que já 
produziu ou está produzindo efeitos. Extraordinariamente, pode ser preventivo. 
É o que ocorre, por exemplo, com a ação declaratória, o habeas corpus e o 
mandado de segurança preventivos. Por essas medidas previne-se a atuação da 
Administração Pública havida por ilegal”. 
 O controle judicial tem por objetivo efetuar o exame de legalidade do ato 
ou atividade administrativa, confirmando aqueles que estão em conformidade 
com a legislação vigente e anulando os que violam o ordenamento jurídico ou 
princípios gerais do Direito. 
 
Lembre-se sempre de que o Poder Judiciário jamais poderá revogar atos 
editados pelo Poder Executivo ou pelo Legislativo (no exercício da função 
administrativa), mas somente anulá-los, quando forem ilegais ou 
contrariarem princípios gerais do Direito. 
 
A revogação de atos administrativos restringe-se ao Poder responsável pela 
sua edição, pois essa possibilidade está relacionada diretamente à conveniência 
e à oportunidade. Portanto, aos Poderes Executivo e Legislativo compete a 
revogação de seus próprios atos quando forem inconvenientes ou inoportunos. 
Da mesma forma, é correto afirmar que o Poder Judiciário poderá revogar os 
seus próprios atos, mas jamais os atos praticados pelo Poder Executivo e 
Legislativo, pois, nesse caso, estaria exercendo um controle de mérito, o que lhe 
é vedado. 
No concurso público para o cargo de Executivo Público da Casa Civil 
do Estado de São Paulo, realizado em 2010, a Fundação Carlos Chagas 
considerou correta a seguinte assertiva: “Nem mesmo os atos 
discricionários refogem do controle judicial, porque quanto à 
competência, constituem matéria de legalidade, tão sujeita ao confronto 
da Justiça como qualquer outro elemento vinculado”. 
 
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6.1. Controle judicial em espécie 
Inicialmente, é importante esclarecer que são várias as ações judiciais que 
podem ser propostas perante o Poder Judiciário com o objetivo de materializar o 
controle dos atos praticados pela Administração Pública. Todavia, as bancas 
examinadoras não exigem que você conheça as características e condições de 
cada uma dessas ações nas provas de Direito Administrativo. 
Você não precisará estudar, por exemplo, as características de uma ação 
judicial de rito ordinário, já que se trata de matéria relativa ao Direito Processual 
Civil. 
 
6.1.1. Mandado de segurança 
O inciso LXIX, artigo 5º, da CF/88, declara expressamente que “conceder-
se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não 
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela 
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica 
no exercício de atribuições do poder público”. 
 Trata-se de uma ação judicial de natureza civil que tramita pelo rito sumário 
(mais rápido) e que tem por objetivo proteger direito líquido e certo violado ou 
ameaçado de violação. 
Direito líquido e certo é aquele que pode ser demonstrado de imediato, 
mediante provas pré-constituídas que já serão apresentadas no momento da 
propositura da ação (documentos ou fotos, por exemplo). Hely Lopes Meirelles 
afirma que "direito líquido e certo é direito comprovado de plano", o que afasta 
a denominada dilação probatória (que nada mais é que apresentar as provas 
posteriormente, a exemplo do que acontece com as famosas “testemunhas”). 
Qualquer pessoa física ou jurídica pode impetrar um mandado de 
segurança, desde que tenha um direito líquido e certo lesado ou ameaçado de 
lesão. Assim, o mandado de segurança pode ser repressivo (contra ato ou 
omissão que já aconteceram) ou preventivo (contra uma ameaça de lesão a 
direito) e deverá ser proposto no prazo máximo de 120 dias contados do 
conhecimento oficial da lesão ao direito líquido e certo. 
O sujeito passivo (contra quem será impetrado o mandado de segurança) 
será uma autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de 
atribuições do poder público, que tenha praticado ilegalidade ou abuso de poder. 
O mandado de segurança poderá ser impetrado na forma individual ou 
coletiva. Entretanto, em relação à última hipótese, somente são legitimados pela 
Constituição Federal os partidos políticos com representação no Congresso 
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Nacional, organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos 
interesses de seus membros ou associados (artigo 5º, LXX, da CF/88). 
 
6.1.2. Mandado de Injunção 
“Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades 
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania” (artigo 5º, LXXI, CF/88). 
 O mandado de injunção é uma ação constitucional de natureza civil e rito 
especial, que tem por objetivo combater a omissão do Poder Público em sua 
obrigação de legislar. Poderá ser impetrado sempre que a ausência de uma norma 
regulamentadora (em função da omissão do Poder Público) inviabilizar o pleno 
exercício de direitos e prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania. 
 Dois são os requisitos básicos para a propositura de um mandado de 
injunção: que o direito esteja consagrado no texto constitucional e que esse 
direito não possa ser exercido em virtude da ausência de uma lei que o 
regulamente. 
 
 6.1.3. Habeas data 
 Outro importante instrumento de controle dos atos e omissões da 
Administração Pública é o habeas data, previsto no inciso LXXI do artigo 5º da 
CF/88: 
LXXII - conceder-se-á habeas data: 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo 
sigiloso, judicial ou administrativo; 
Alexandre de Moraes conceitua o habeas data como “uma ação 
constitucional, de caráter civil, conteúdo e rito sumário, que tem por objeto a 
proteção do direito líquido e certo do impetrante em conhecer todas as 
informações e registros relativos à sua pessoa e constantes de repartições 
públicas ou particulares acessíveis ao público, para eventual retificação de seus 
dados pessoais”. 
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É necessário que você fique atento ao conceito apresentado, principalmente 
em relação à expressão “direito líquido e certo” (mesmo que isso não seja objeto 
de provas objetivas de Direito Administrativo, mas sim de Constitucional). 
Em regra, para a proteção de direito líquido e certoo instrumento 
constitucional utilizado é o mandado de segurança. Todavia, quando o objetivo 
for acessar informações e registros relativos à própria pessoa do 
impetrante, o instrumento cabível será o habeas data. 
Assim, caso o meu direito líquido e certo ao acesso de informações 
coletivas ou de terceiros, constantes em bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público, tenha sido negado, o instrumento judicial 
cabível para combater esse abuso será o mandado de segurança. 
Entretanto, caso as informações constantes de registros ou bancos de 
dados de entidades governamentais ou de caráter público sejam relativas à 
minha pessoa (informações particulares) e, mesmo assim, sejam negadas, o 
instrumento processual cabível será o habeas data. 
 
6.1.4. Ação popular 
A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro define a ação popular como uma 
"ação civil pela qual qualquer cidadão pode pleitear a invalidação de atos 
praticados pelo poder público ou entidades de que participe, lesivos ao patrimônio 
público, ao meio ambiente, à moralidade administrativa ou ao patrimônio 
histórico e cultural, bem como a condenação por perdas e danos dos responsáveis 
pela lesão". 
A ação popular também está prevista expressamente no texto 
constitucional, mais precisamente em seu artigo 5º, LXXIII, nos seguintes 
termos: 
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que 
vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado 
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio 
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento das 
custas judiciais e do ônus da sucumbência. 
 
Trata-se de um instrumento disponibilizado a todos os cidadãos (eleitor 
que esteja em dia com as suas obrigações eleitorais) a fim de que possam 
fiscalizar a moralidade administrativa, a prática de atos que possam ser lesivos 
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, a proteção ao 
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. 
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Além disso, também pode ser utilizada com a finalidade de promover a 
restituição de bens ou o ressarcimento de danos em relação às pessoas que, por 
ação ou omissão, causaram ou deram oportunidade à lesão, bem como em 
relação aos beneficiários do fato (art. 5º, LXXIII, da CF). 
 
6.1.5. Ação civil pública 
A ação civil pública constitui certamente um dos mais importantes 
instrumentos de controle da Administração Pública Brasileira, ao lado do 
mandado de segurança, do habeas data, da ação popular e outras ações judiciais. 
A exemplo dos demais instrumentos processuais citados, também possui amparo 
constitucional (artigo 129) e está regulamentada pela Lei 7.347/85. 
Tem por objetivo afastar ou evitar lesões a interesses coletivos e difusos, a 
exemplo do meio ambiente, a ordem urbanística, a defesa do consumidor, a 
proteção ao patrimônio histórico e cultural, entre outros, e pode ser proposta 
pelos legitimados do artigo 5º da Lei 7.347/85, que assim dispõe: 
Art. 5° Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: 
I - o Ministério Público; 
II - a Defensoria Pública; 
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia 
mista; 
V - a associação que, concomitantemente: 
a) esteja constituída há pelo menos 01 (um) ano nos termos da lei civil; 
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio 
ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência ou ao 
patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. 
 
Bem, conforme informei anteriormente, vários outros instrumentos 
judiciais podem ser utilizados com o objetivo de se fazer o controle dos atos e 
atividades da Administração Pública, a exemplo da ação direta de 
inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade (ADI e ADC), 
habeas corpus, ações possessórias (artigos 920 a 933 do Código de Processo 
Civil) e várias outras ações judiciais. 
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Todavia, como o nosso objetivo aqui está relacionado ao controle da 
Administração Pública, é suficiente que você conheça as informações que foram 
apresentadas. 
Simbora agora estudar o tópico “Responsabilidade civil do Estado”! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. Quando os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário estão analisando a 
legalidade de seus próprios atos, tem-se o controle interno de legalidade. Por 
outro lado, quando a legalidade dos atos editados por um poder está sendo 
analisada por outro poder, ocorre o controle externo de legalidade; 
2. O controle de mérito do ato administrativo, em regra, é exercido pelo próprio 
Poder responsável pela sua edição. Assim, somente o Poder Executivo pode 
exercer o controle de mérito dos atos editados pelos seus agentes, o que também 
acontece em relação aos demais poderes; 
3. O controle hierárquico ou por subordinação será exercido no âmbito do 
Poder Executivo da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e ainda nas 
entidades da Administração Pública Indireta. Também irá ocorrer no interior dos 
órgãos administrativos que compõem a estrutura do Poder Judiciário e 
Legislativo, mas nunca em relação ao exercício das respectivas funções típicas 
(judiciária e legislativa); 
4. Controle por vinculação ou controle finalístico é o controle exercido 
externamente pelas entidades da Administração Direta (União, Estados, 
Municípios e Distrito Federal) em relação às entidades da Administração 
Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de 
economia mista); 
5. Controle prévio (ou a priori) é aquele exercido antes da consumação do ato 
administrativo, possuindo natureza preventiva. Como exemplo, podemos citar 
a aprovação, pelo Senado Federal, da escolha do Procurador-Geral da República 
(artigo 52, III, “e”, da CF/88); 
6. Controle concomitante é aquele que acontece ao mesmo tempo em que o 
ato administrativo ou a atividade da Administração estão sendo executados, 
permitindo-se, assim, tanto o controle preventivo quanto o repressivo, conforme 
o andamento do ato ou atividade; 
7. Controle subsequente ou posterior (a posteriori) é aquele efetuado após 
a conclusão do ato ou atividade administrativa com o objetivo de confirmá-los 
ou corrigi-los, a exemplo do que ocorre na homologação de um procedimento 
licitatório ou no controle judicial de atos administrativos; 
8. Controle de ofício é aquele praticado pela própria Administração, no 
exercício do poder de autotutela, independentemente da provocação de terceiros. 
Ocorre, por exemplo, quando uma autoridade administrativa anula ou revoga um 
ato administrativo praticado por subordinado; 
 
 
RESUMO DE VÉSPERA DE PROVA - RVP 
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9. Os recursos hierárquicos próprios são

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