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EXELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE BAURÚ/SP PROCESSO N°: (...) VIAÇÃO METEORO LTDA., já qualificada nos autos da Ação De Indenização Por Danos Materiais C/C Perdas E Danos que lhe move CAIPIRA HORTALIÇAS LTDA., inconformada com a r. sentença de fls.xxxx, que julgou parcialmente procedentes os pedidos iniciais vem, respeitosamente, interpor o presente RECURSO DE APELAÇÃO com fundamento nos art. 1.009 do Código de Processo Civil, requerendo, para tanto, que o recurso seja recebido no duplo efeito, determinando-se a sua remessa ao Egrégio Tribunal de Justiça do estado de São Paulo para que dela conheça e profira nova decisão. Termos em que, pede deferimento. Baurú, 07 de dezembro de 2017 Nome do Advogado OAB n° XXX.XXX EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ORIGEM: Autos sob n.º.... - Vara Cível da Comarca de Baurú/SP Apelante: Viação Meteoro Ltda. Apelado: Caipira Hortaliças Ltda. APELAÇÃO pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. Colenda Corte Eméritos julgadores RAZÕES RECURSAIS DA TEMPESTIVIDADE O presente recurso de apelação é tempestivo, visto que interposto dentro do prazo de 15 dias determinado pelo artigo 1.003, § 5º do CPC/15 (Lei nº 13.105/2015). Conforme o artigo 1.003, “caput” do CPC/15 (Lei nº 13.105/2015), a decisão que ora se recorre foi disponibilizada no Diário Oficial no dia 16 de novembro de 2018, sexta feira, de modo que considera-se que foi publicada no dia útil imediatamente seguinte. Assim, em 19 de novembro de 2018 iniciou-se o prazo para a interposição do recurso de apelação (dies a quo), de modo que o 15º, último dia do prazo, é 07/12/2018 (dies ad quem). Portanto, resta demonstrada a tempestividade do presente recurso. DOS FATOS Trata-se de AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS MATERIAIS, em que o apelante, requer indenização pelos prejuízos sofridos em decorrência do acidente de trânsito causado por culpa do apelado em razão do carro ter invadido a pista contrária, vindo a ocasionar o acidente. Tendo juntado provas pericial e prova testemunhal a ré ajuizou contestação com reconvenção, buscando o ressarcimento dos danos com o conserto do veículo. Está equivocada a r. Sentença (fls. XXX) proferida pelo Magistrado de 1º grau de jurisdição, devendo ser reformada por este Egrégio Tribunal de Justiça, uma vez que a r. Sentença proferida pelo juiz a quo na Ação De Indenização Por Danos Materiais C/C Perdas E Danos proposta pela apelado em face do apelante, julgando o seu pedido improcedente, deve ser modificada in totum, uma vez que a importância do valor reivindicada na inicial traduz-se em uma obrigação de única e inteira responsabilidade do apelado, conforme previsão nos auto do processo XXX. A afirmação acima evidenciada, nos termos dos documentos acostados aos autos, encontra respaldo no fato de que vigoram no direito brasileiro. No decorrer do processo o apelante apresentou contestação nas fls. xxx, sustentando a inexistência do direito alegado e impugnando pela improcedência dos pedidos, apresentou também um pedido de denunciação à lide à Seguradora Trafegar S/A, apresentando para tanto a fotocópia da apólice de seguros a qual foi deferida mediante a um agravo de instrumento. O apelante apresentou embargo de declaração, às fls.xxx, apontando omissão e contradição na decisão embargada nos termos da exordial. Após a interposição dos Embargos de Declaração o juízo acolheu os Embargos de Declaração para julgar procedente a denunciação da lide, condenando a ora Apelante ao pagamento da quantia correspondente a 40% do valor da indenização pelo conserto do veículo da autora e lucros cessantes, condenando ainda a ora Apelada ao pagamento do montante correspondente a 60% do valor do conserto do veículo da Apelante. Não obstante, não reconheceu contradição relacionada à distribuição dos ônus sucumbenciais, bem como da distribuição da culpa divergente das provas existentes nos autos. PRELIMINAR RECURSAL DA AUSÊNCIA DE JULGAMENTO DA IMPUGNAÇÃO DO VALOR DA CAUSA Durante o processo foi requerido impugnação ao valor da causa, ocorre que o pedido não foi julgado pelo r. juízo, ou seja, não consta o julgamento do pedido o que causa nulidade no processo. Por essa razão pede-se a alteração do valor da causa para R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais), considerando que este corresponde ao pedido feito na reconvenção auferido como deferimento da ação, nos termos do Art. 292, inciso V do CPC e Art. 1013, §3º III, CPC. Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido; Art. 1013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. § 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; Além disso, vejamos o que dispõe a jurisprudência a respeito do fato discutido: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. SENTENÇA CITRA PETITA. AUSÊNCIA DE MANIFESTAÇÃO À IMPUGNAÇÃO DO VALOR DA CAUSA. NULIDADE. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 1. Na casuística apresentada, verifica-se que o julgador olvidou-se de analisar o pedido relativo à impugnação do valor atribuído à causa, proferindo, assim, sentença citra petita, violando o disposto no art. 128 e 460 do Código de Processo Civil. Desconstituição de sentença citra petita, restando prejudicado o exame da apelação. 2. Sentença citra petita, sendo, portanto, nula. 3. Recurso conhecido e provido. (TJ-AL - APL: 00091642919988020001 AL 0009164-29.1998.8.02.0001, Relator: Des. Tutmés Airan de Albuquerque Melo, Data de Julgamento: 19/02/2014, 1ª Câmara Cível, Data de Publicação: 21/02/2014) Visto os respectivos dispositivos e jurisprudência acerca do tema trazido na presente demanda notamos que se torna-se claro a direito do Apelante no tocante a revisão da presente r. sentença. MÉRITO CULPA EXCLUSIVA DA APELADA PELO ACIDENTE O conjunto probatório demonstrou que a causa determinante do sinistro foi à conduta imprudente do autor, que acabou perdendo a direção após uma manobra arriscada e vindo a invadir a contramão sem se atentar que por causa da chuva a pista poderia estar escorregadia e ocasionar o acidente. Sendo assim a aplicação dos artigos art. 944 e 945, CC: Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. Inarredável concluir que a autora praticou ato ilícito (art. 186 e art. 927 do Código Civil), portanto, devendo reparar o dano material, eis que presentes os requisitos caracterizadores da responsabilidade civil (dano, nexo de causalidade e culpa). Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Portando, os danos materiais sofridos pelo reconvinte, por culpa da autora, ensejam, na forma dos artigos 186 e 927 do Novo Código Civil, o pagamento da respectiva indenização. PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE - CULPA CONCORRENTE COM ALTERAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE CULPA Acredita-se que o processo não deva ser julgado nesse sentido, porém pelo Princípio da Eventualidade, caso o juízo não acate as pretensões anteriores, ou seja, caso haja condenação, pede-se a culpa concorrente para que haja uma distribuição da condenação na proporção de culpa das partes na sentença. Conforme consta no art. 945do CC; Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-seem conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. Sendo assim não é só o grau de culpa do ofensor que poderá servir de parâmetro para a redução do montante da divida, pois a vítima concorreu para o evento danoso, nesse sentido, deverá à indenização ser proporcionalmente reduzida em razão do grau de culpa da vitima. Havendo culpa concorrente da vitima a divisão da indenização é impositiva. O ato danoso sofrido pela apelante consistiu em ato ilícito e comissivo, verificado no momento em que infringiu o Código de Trânsito Nacional, que estabelece que: Art.28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis, à segurança do trânsito. Segundo narra às testemunhas e motorista da empresa, o acidente ocorreu quando o representante da Autora perdeu o controle do veículo na curva em clara inobservância ao que se estabelece a Lei de Trânsito, in verbis: Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas: II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas. Seguindo esse mesmo parâmetro narra o artigo 34 da Lei de Transito: Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua direção e sua velocidade. Considerando o descumprimento das normas de trânsito aplicáveis a espécie, conclui-se que o motorista da autora foi responsável pelo acidente ocorrido. DA DISTRIBUIÇÃO EQUIVOCADA DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - PEDIDO DE REFORMA DA DECISÃO Em que pese à decisão prolatada na sentença, houve uma distribuição equivocada nos honorários advocatícios pela razão que se pede a reforma desse item da decisão. Tendo em vista que pela própria sistemática do código art.86, 85, §14º do CPC aqui elencado: Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. § 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial. Art. 86. Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão proporcionalmente distribuídas entre eles às despesas. Há uma vedação legal para a compensação de honorário de sucumbência, então se requer que se retire o fundamento da súmula 306 do STJ tendo em vista que não é possível sua aplicação no caso em tela. Súmula nº 306 do STJ: “Os honorários advocatícios devem ser compensados quando houver sucumbência recíproca, assegurado o direito autônomo do advogado à execução do saldo sem excluir a legitimidade da própria parte”. DOS PEDIDOS O recebimento do presente recurso nos seus efeitos ativo e suspensivo, nos termos do Art. 1.012 do CPC para fins de julgar procedentes os pedidos interpostos na peça; A intimação do Recorrido para se manifestar querendo, nos termos do §1º, art. 1.010 do CPC; A total procedência do recurso para se reformar a decisão julgar procedente a impugnação ao valor da causa; no mérito recursal, julgar improcedentes os pedidos iniciais e totalmente procedentes os pedidos da reconvenção. Caso não se entenda dessa forma, deve o recurso ser provido parcialmente, para alterar o percentual da responsabilidade pelo acidente, bem como alteração dos ônus sucumbências e despesas processuais, retirando-se a compensação de honorários; A condenação do apelado ao pagamento de R$22.000,00 (vinte e dois mil reais) referente à reconvenção alegada pela apelante; Inversão dos ônus sucumbenciais. Termos em que, pede deferimento. Baurú, 07 de dezembro de 2017 Nome do Advogado OAB n° XXX.XXX
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