Buscar

1 - Sucessão Ecológica

Prévia do material em texto

1 - Sucessão Ecológica
A sucessão ecológica é um processo paulatino que ocorre como padrões de alterações sequenciais ordenadas no ecossistema por ação de fatores ambientais sobre os organismos e da forma como estes reagem sobre o ambiente. Quanto à sua natureza os processos sucessionais podem ocorrer como um distúrbio natural ou antrópico. Os processos de sucessão podem ser divididos em degradativo, sucessão primária e secundária. O primeiro tem origem na degradação da matéria (substrato) em um dado período de tempo. Sucessão primária acontece em substratos não previamente ocupados por quaisquer comunidades como nos afloramentos rochosos, depósitos de areia e exposições da camada de solos, por exemplo. Por sua vez, o processo de sucessão secundária tem origem em substratos anteriormente ocupados por uma comunidade e contêm uma parcela mínima de matéria orgânica. Os casos mais conhecidos de sucessão secundária são de áreas de desmatamento e clareiras e fundos expostos de corpos de água. Um fator de grande importância neste processo é o fogo, mecanismo que funciona como determinista para a permanência, existência ou renovação das espécies num dado local e período de tempo quaisquer. Existe, pois, uma sequência no todo do processo de sucessão ecológica e que obedece determinada linha de crescimento/desenvolvimento da comunidade. Em suma, essa sequência se dá desde a espécie pioneira até se atingir o clímax. As comunidades pioneiras, como o próprio nome sugere, são as primeiras espécies a colonizarem um determinado local. Através das interações e por meio de fatores biológicos as comunidades pioneiras criam condições para o estabelecimento de outras espécies, estas são conhecidas como tardias e são a sequência que se estabelece até o clímax. Comunidade clímax, segundo De Paula (2003), citado por Budowski (1965), é a estabilidade relativa estabelecida como produto final do processo sucessional. É preciso ter em vista que os fatores biológicos são determinantes neste dado contexto. A competição, colonização, facilitação, inibição e as interações são os fatores de maior importância dentro da sequência de sucessões. As espécies pioneiras apresentam crescimento relativamente rápido, contudo tem baixa sobrevivência, daí a importância dos fatores colonização-competição. A competição por espaço e recursos pode levar à exclusão das espécies pioneiras pelas tardias. Os animais tem um papel muito importante também nestas perspectivas. Eles podem acelerar ou retardar os processos sucessivos. Nesse sentido, conclui-se que o processo de sucessão não se trata de algo que ocorra tão rapidamente, sofre muito influência, é necessário um espaço demasiadamente longo de tempo até que se estabeleça uma comunidade clímax e, esta, por sua complexidade de fatores envolvidos, pode nunca vir a ocorrer.
2 - Perda e Fragmentação de Habitat
Inúmeros são os fatores ligados às causas de extinção das espécies no contexto de Habitat, podem ser internas ou externas, compreendendo mudanças a longo prazo, rápidas ou amplas, dependendo das peculiaridades de cada uma. A perda de Habitat e grande parte dessas extinções são devidas a ações que dizem respeito à sua destruição, fragmentação e degradação. O aquecimento global pode ser citado como um dos grandes exemplos de degradação de habitat, os efeitos causados pela poluição, que provocam o aumento da temperatura no planeta, tem um impacto muito importante na cadeia alimentar e nos hábitos das espécies. A perda por destruição é verificada por exemplo na agricultura, principalmente, pela destruição de áreas extensas de florestas destinadas ao uso da monocultura. A perda por fragmentação de habitats é verificada também neste âmbito, na implantação de rodovias, barragens, etc. interferindo nas rotas migratórias das espécies ou quando caracteriza um fragmento de área daquelas espécies que habitualmente requerem maiores extensões territoriais para encontrar parceiros e alimento. Além disso, ainda dentro do contexto de perda de habitats, a caça e introdução de espécies exóticas são categoricamente observados. De forma a facilitar seu entendimento e uso o conceito de fragmentação pode ser estudado tendo em vista o fragmento, matriz e corredor. Um fragmento qualifica-se como sendo... Corredores ecológicos são ... Entende-se por matriz a parte adjacente a qualquer que seja um fragmento, tal como uma paisagem adjacente a um fragmento florestal. Pastagens e centos urbanos são matrizes tendo em vista quando estão circundantes a um remanescente florestal. Nessas perspectivas, a distância compreendida entre o fragmento e a matriz por vezes funciona como barreiras às quais virão a interferir no processo de dispersão dos indivíduos dessas espécies e assim, pois, determinando seu grau de isolamento. As espécies, em geral, requerem uma área mínima de vida, ou seja, é necessário que exista um território mínimo disponível que propicie a composição dessas espécies bem como suas abundância e riqueza. Por vezes, os recursos de que depende uma espécie estão limitados a pequenas áreas dentro de um todo. Não existe uma equidade de distribuição, portanto, essa heterogeneidade de habitats pode vir a ocasionar a perda desses recursos que estão disponíveis, porém, indisponíveis à espécie no dado espaço de tempo já que a fragmentação inibe o acesso a tal. Outro fator relacionado é definido por efeito de borda que, segundo Bager (2012), ocorrem quando verificam-se mudanças nas condições, bem como recursos, em consequência da fragmentação das bordas dos fragmentos. O efeito de borda é melhor observado na construção de rodovias em que há perda significativa de áreas. Em suma, a perda de Habitat por fragmentação sofre grande parcela de influência antrópica, uma vez verificadas tais intervenções cabe ao homem buscar soluções que ao menos minimizem esses efeitos e garantam a permanência e abundância das espécies e que possam competir em equidade de recursos.
3 - Áreas Protegidas e Unidades de Conservação
Sempre se faz confusão com o uso destes dois termos, Áreas Potegidas x Unidades de Conservação (UCs). Os dois dizem respeito à preservação do meio, no entanto, enquanto o primeiro se limita apenas à preservação da biota, o segundo está também destinado ao uso dos recursos. Assim, temos que, Áreas Protegidas são, segundo Decreto Federal Nº 5.758 de 13/04/2006, partes territoriais sob atenção e olhar especial, em virtude de alguma peculiaridade específica ou mesmo única que nelas contém. Por outro lado, Unidades de Conservação são porções territoriais ou marinhas, sob o olhar do poder público municipal, estadual ou federal, instituídas como áreas sob regime de administração específica. As Áreas Protegidas e UCs vem consolidando-se como mecanismo de grande importância para a preservação da biodiversidade geral, além da paisagem é claro. Usa-se frequentemente o termo APP (Áreas de Proteção Permanente) para mencionar áreas protegidas, e elas englobam principalmente faixa marginal dos rios, proximidade de nascentes, reservas legais e áreas com declividade, principalmente. É importante salientar que para determinação de uma APP basta que satisfaça qualquer que seja uma dessas condições geográficas independente do domínio e, seja ele público - estado – ou privado – zona rural ou urbana, da vegetação predominante. Por outro lado, as UCs, de acordo com a Lei Nº 9.985 de 18/06/2000, são áreas de proteção ambiental, sejam públicas ou privadas, devidamente regulamentadas, com visa à preservação da biodiversidade, contribuindo para a proteção de espécies ameaçadas de extinção, o uso de forma sustentável dos recursos naturais renováveis, que permita a exploração para a pesquisa científica, atividades recreativas, ecoturismo e assegurem os processos biológicos essenciais à manutenção da vida. As UCs englobam uma gama de territórios importantes à manutenção dos ecossistemas terrestres, dentre os quais destacam-se grandes parques nacionais, estações ecológicas e reservas biológicas. Anteriormente, as áreas aptasa tornarem uma UC se limitavam apenas àquelas possuidoras de exuberantes paisagens naturais, este quadro só veio a mudar a partir do avanço no que tange ao desenvolvimento do conceito de biogeografia de ilhas. Dessa forma, pode-se contemplar uma nova perspectiva para o desenho e alocação de reservas de proteção ambiental. Este debate, a partir da década de 1960, tomou forma e materializou-se como o que hoje é conhecido por SLOSS – single large or several small. Acreditando-se, pois, que o modelo de biogeografia dava atenção demais à alocação de reservas pela ênfase dada à diversidade de espécies, com o tempo, vários modelos foram desenvolvidos paralelamente para o desenho e alocação dessas unidades. No Brasil, as unidades de conservação são definidas pelo Plano de Sistema de Unidades de Conservação, criando o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC – 2000) de forma a unificar e tornar possível a elaboração de diretrizes que fossem comuns à criação, gestão e manejo das mesmas.
4 - Padrões de Biodiversidade
Quando se fala em biodiversidade – variedade de formas de vida - a nível global logo vem em mente que os padrões de distribuição das espécies ao longo do globo não são uniformes. Existe uma enorme diferença nas quantidades de cada espécie e na forma como estas se encontram distribuídas. A variação das espécies ao longo da linha do tempo e no espaço também diz respeito a grandes impactos humanos sobre o meio ambiente global e sobre as consequências que esses impactos tem sobre as taxas de extinção. Assim, em particular, a riqueza das espécies, ou seja, o quantidade de cada espécie que se pode encontrar em determinado local, também é influência das taxas de extinção. Verifica-se pois que a distribuição não é um padrão de equidade tendo em vista a riqueza das espécies quando confrontadas umas com as outras, para tanto, existem certos padrões de riqueza, muitos dos quais ainda não explicadas. A maior diversidade, pela relação com a riqueza das espécies, portanto, é função de n fatores, dentre os quais destacam-se: fatores geográficos, abióticos e fatores bióticos. Por exemplo, existem certos padrões encontrados do ponto de vista da latitude e altitude que determinam a riqueza em alguns ambientes aquáticos e/ou terrestres. São casos de espécies tolerantes a condições extremas de temperatura por exemplo. Logo, existem várias razões para que casos como esse, de riqueza, ocorram. As variações climáticas, índices de pluviosidade, temperatura, incidência de luz, ar rarefeito, produtividade, todos estes fatores são importantes do ponto de vista geográfico para a riqueza das populações. Do ponto de vista biológico, 
5 - Espécies Ameaçadas e Espécies Exóticas
O processo de extinção das espécies se caracteriza pelo total desaparecimento destas, de subespécies ou grupos de espécies pela morte do último indivíduo que compõe cada uma dessas classes. A extinção é um evento geográfico que pode ocorrer nos âmbitos locais, regionais e a nível global. Diz-se que a extinção é local quando toda a população de uma determinada região se extingue e não necessariamente toda a sua espécie. Variações climáticas, consequentemente, alteram os padrões de distribuição das espécies e, portanto, são um dos fatores a considerar nesse tipo de ocorrência. A área de ocorrência, densidade populacional e nichos especiais também são deterministas na vulnerabilidade destas populações. No âmbito regional, o processo se assemelha ao nível local, as características e os fatores determinantes se confundem, a diferença está realmente na escala (regional). No entanto, quando fala-se de extinção global de uma espécie, ao contrário dos âmbitos local e regional, a espécie desaparece em sua totalidade. A evolução biológica das espécies também é uma implicação no processo de extinção, uma vez que pelo processo de seleção natural sobressai o mais apto e adaptado às intempéries e os desafios da sobrevivência. Com visa a informar sobre as condições e como forma de mitigação dos processos de extinção a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN em inglês) elaborou um inventário que trata do estado de conservação das espécies flora e faunísticas denominada Lista vermelha da IUCN. Essa lista obedece uma série de critérios recebendo subdivisões em categorias específicas de avaliação dos riscos de extinção de espécies fundamentais para avaliar as condições de urgência para medidas mitigatórias de acordo com o estado em que se encontram. As espécies endêmicas, ou seja, aquelas específicas e que ocorrem em determinado local do globo, são as que apresentam maior susceptibilidade à extinção. Quando uma espécie endêmica é introduzida em outra região é caracterizada como espécie exótica, que não é naturalmente originária daquele lugar. Inúmeros são os meios de difusão das espécies exóticas, seja pela colonização, pecuária e agricultura, seja pelo transporte acidental, quer seja intencional ou pelo manejo inadequado utilizado para com essas. A difusão e o consequente estabelecimento de uma espécie exótica em determinada localidade pode implicar numa gama de impactos ecológicos, tais como: vetores de doenças, predação, competição interespecífica por recursos e habitat maiores etc. Temos nesse exemplo muitos casos de espécies invasoras resultado da ação antrópica. Espécies invasoras são caracterizadas quando a sua difusão percorre pela ação acidental ou intencional antrópica, pelo estabelecimento sem intervenção humana ou quando torna-se uma praga, funcionando como ameaça à biodiversidade local competindo por recursos com outras espécies principalmente.
Referências Bibliorgráficas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Esp%C3%A9cie_invasora
http://www.nwf.org/Wildlife/Wildlife-Conservation/Threats-to-Wildlife/Habitat-Loss.aspx
http://pt.wikipedia.org/wiki/Destrui%C3%A7%C3%A3o_de_habitat
http://360graus.terra.com.br/ecologia/default.asp?did=21102&action=geral
http://uc.socioambiental.org/%C3%A1reas-para-conserva%C3%A7%C3%A3o/unidades-de-conserva%C3%A7%C3%A3o
Brasil, 2006. Decreto Federal Nº 5.758 de 13/04/2006. Cria o Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas.
MADDOCK, A.H. & SAMWAYS, M.J. 2000. Planning for biodiversity conservation based on the knowledge of biologists. Biodiversity and Conservation 9: 1153 -1169.

Continue navegando