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Pratica V caso 5

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PRÁTICA SIMULADA V (CÍVEL) - CCJ0049 
Título 
Caso Concreto 5 
Descrição 
CASO CONCRETO: 
Matilde, domiciliada na cidade do Rio de Janeiro, está sendo executada por seus filhos Jane e 
Gilson Pires, menores, com treze e seis anos, respectivamente, representados por seu pai, 
Gildo, pelo rito do artigo 911 do CPC. Na execução de alimentos, que tramita perante o juízo 
da 10ª Vara de Família da Capital, Matilde foi citada para pagar a quantia de R$ 5.000,00 (cinco 
mil reais), referente aos últimos cinco meses impagos dos alimentos fixados por sentença pelo 
juízo da mesma Vara de Família. 
Ocorre que Matilde está desempregada há 1 ano, fruto da grave situação econômica em que 
passa o país, com isso não está conseguindo se inserir novamente no mercado de trabalho e 
nem possui condições financeiras para quitar a dívida alimentar. 
Diante da real impossibilidade da executada em adimplir a sua dívida, o magistrado decretou a 
prisão da mesma, pelo prazo de sessenta dias. A filha de Matilde, Jane, de treze anos de idade, 
telefonou para Josefina, sua avó materna, avisando-a da decisão judicial de decretação da 
prisão de sua mãe. 
Desesperada, Matilde procura você, advogado, e afirma que não deixou de pagar por 
negligência, mas sim por absoluta impossibilidade financeira, bem como por está tratando de 
uma depressão profunda. 
Promova a medida judicial necessária aos interesses de Madilte para resguardar o seu direito 
de locomoção. 
 
PEÇA CABÍVEL – HABEAS CORPUS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
 
 
 
ADVOGADO (NOME COMPLETO), nacionalidade, estado civil, 
advogado, portador do RG nº (...) e CPF nº (...), inscrito na OAB sob o nº (...), endereço 
eletrônico, com endereço profissional (endereço completo), vem a presença de Vossa 
Excelência com fulcro no artigo 5º, inciso LXVIII da Constituição Federal, impetrar: 
HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR 
Em favor de MATILDE (SOBRENOME), nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do RG nº 
(...) e CPF nº (...), endereço eletrônico, residente e domiciliada (endereço completo), Rio de 
Janeiro, em razão do ato praticado pelo JUIZ DE DIREITO DA 10º VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA 
DA CAPITAL, pelos fatos e fundamentos a seguir: 
 
DOS FATOS 
A paciente é domiciliada na cidade do Rio de Janeiro e está sendo 
executada por seus filhos Jane e Gilson Pires, menores, com treze e seis anos de idade, 
respectivamente, representados por seu pai, Gildo, pelo rito do artigo 911 do CPC. 
Na execução de alimentos, que tramita perante o juízo da 10ª Vara d 
e Família da Capital, paciente foi citada para pagar a quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), 
referente aos últimos cinco meses impagos dos alimentos fixados por sentença pelo juízo da 
mesma Vara de Família. 
Ocorre que a paciente está desempregada há 1 ano, fruto da grave 
situação econômica em que passa o país, com isso não está conseguindo se inserir novamente 
no mercado de trabalho e nem possui condições financeiras para quitar a dívida alimentar. 
Diante da real impossibilidade da executada em adimplir a sua dívida, 
o magistrado decretou a prisão da mesma, pelo prazo de sessenta dias. 
 
DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
A prisão civil por alimentos teve seu germe na Convenção Americana 
sobre Direitos Humanos, o Pacto de San José da Costa Rica em seu artigo 7º, vedou a prisão civil 
do depositário infiel, somente permitindo a hipótese de dívida alimentar. 
A execução da prestação alimentícia com a utilização do instrumento 
coercitivo da ameaça a prisão civil somente é possível nas hipóteses em que o débito executado 
compreenda no inadimplemento dos 3 (três) meses anteriores ao ajuizamento da ação. 
Ocorre, que se entende que no caso em questão, não se justifica a 
excepcionalidade da supressão da liberdade da executada quando se refira a execução de débito 
vencido a 5 (cinco) meses, pois o credor já não precisa urgentemente de tal valor para prover a 
subsistência dos filhos, visto que decorrido prazo razoável. E, portanto, a execução por quantia 
certa contra devedor solvente será procedimento eficaz para obtenção da satisfação do crédito. 
Não obstante, o STJ após entendimento firmado, editou a Súmula 309, 
com o seguinte teor: 
 O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que 
compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as 
que se vencerem no curso do processo. 
É evidente o débito, entretanto, a prisão ordenada pelo juízo, é uma 
medida extrema, uma vez que apesar do débito ultrapassar aos 3 meses, fica evidenciado, que 
o autor não necessita de tal valores para sobrevivência. A prisão, no caso em questão é apenas 
um empecilho a mais para que a Paciente continue inadimplente, pois se privada de liberdade 
a mesma não conseguirá encontrar um trabalho, e assim, não conseguirá arcar com sua 
responsabilidade. 
Desta forma, com amparo da Constituição Federal que em seu artigo 
5º, inciso LXVIII: 
 LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar 
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, 
por ilegalidade ou abuso de poder; 
A Paciente destacou em sua justificativa, cuja cópia segue com a 
presente, aspectos fáticos sustentando sua inadimplência atual no pagamento do débito 
alimentar pela circunstância do desemprego. Não obstante estes aspectos, a Autoridade 
Coatora desprezou absolutamente tais circunstâncias, sem permitir fosse reavaliado o montante 
exato do débito, em que pese sustentar-se a primeira tese de que não haveria razão alguma 
para imposição de pagamento face à situação financeira da Paciente. 
 A decisão, pois, neste contexto, foi absolutamente ilegal, na medida 
que importou em ausência de fundamentação e cerceamento de defesa, quando sequer 
permitiu-se a Paciente demonstrar sua situação financeira com melhor vagar e, mais, os 
depósitos já realizados anteriormente e que abateriam o valor perseguido pela execução. 
 
DA LIMINAR 
A leitura por si só da decisão que decretou a prisão civil, demonstra na 
singeleza de sua redação a sua fragilidade legal e factual. A ilegalidade da prisão se patenteia 
pela ausência de fundamentação e cerceamento de defesa. 
Por tais fundamentos, requer- se a Vossa Excelência, em razão do 
alegado, presentes o “periculum in mora” e ‘fumus boni Iuri”, seja LIMINARMETE garantido à 
Paciente a sua liberdade de locomoção. 
 
 
DAS PROVAS 
Resta provar o alegado por todos os meios de provas em direito 
admitidas, na amplitude do artigo 369 e seguintes do CPC, em especial, o depoimento pessoal 
do autor, documentos, testemunhas e todos mais que se fizerem necessários. 
 
DOS PEDIDOS 
Ante o exposto, requer: 
1) Que seja deferido pedido da liminar, determinando a expedição do alvará de soltura; 
2) A notificação da autoridade coatora para que preste informações necessárias; 
3) A procedência dos pedidos, concedendo-se o Habeas corpus à paciente. 
 
 
Nestes termos 
P. deferimento 
 
Advogado 
OAB

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