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Direito Civil II Aline Sayuri Kazari USJT - Direito 1 Direito Civil II Aula IV – 06/03/2015 Professor: Fábio Figueiredo Modalidades obrigacionais 1. Obrigação de dar A obrigação de dar se subdivide em obrigação de dar coisa certa e obrigação de dar coisa incerta. I. Dar coisa certa: A coisa certa é aquela que se perfaz por gênero, quantidade, qualidade e especialidade. Logo, a coisa certa é aquela definida e determinada com concentração total do objeto. Na obrigação de dar coisa certa o objeto é, portanto, infungibilizado. A certeza sobre o objeto determina-o de tal modo que ele não poderá mais ser substituído ou confundido com outro. São casos em que a obrigação estabelecida, por conseguinte, explicita com absoluta clareza o objeto; II. Dar coisa incerta: “A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.” (art. 243 CC). Álvaro Villaça Azevedo, observando corretamente, que melhor seria se, “tivesse dito o legislado: espécie, qualidade e quantidade. Não: gênero e quantidade, pois a palavra gênero tem um sentido muito amplo.”. O que decorre de fato é que apenas gênero e quantidade pode gerar a impossibilidade de concentração do objeto prestacional. Não convém, portanto, que se possa limitar a obrigação a esta circunstância. 1.1. Adimplemento da obrigação de dar As formas de adimplemento da obrigação de dar estão na entrega e na restituição, à evidência existe uma distinção semântica entre estes institutos, já que a entrega consiste no dar originário enquanto que a restituição consiste na devolução da coisa. A par dessa distinção semântica absolutamente relevante existe uma distinção consequencial jurídica que é extremamente relevante nesta relação. 1.1.1. Obrigação de dar Cumpre-se a obrigação de dar coisa certa mediante a entrega ou restituição da coisa. Às vezes, no entanto, a obrigação de dar não é cumprida porque, antes da entrega ou da Direito Civil II Aline Sayuri Kazari USJT - Direito 2 restituição, a coisa pereceu ou se deteriorou, com culpa ou sem culpa do devedor. Perecimento significa perda total; e deterioração, perda parcial da coisa. Em caso de perecimento (perda total) de coisa certa antes da tradição, é preciso verificar, primeiramente, se o fato decorreu de culpa ou não do devedor: “Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.” “Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.” Observa-se assim que, no geral, sem culpa, resolve-se a obrigação, sendo as partes repostas ao estado anterior, sem perdas e danos. Havendo culpa, estes são devidos, respondendo o culpado, ainda, pelo equivalente em dinheiro da coisa. 1.1.2. Obrigação de restituir A obrigação de restituir é subespécie da obrigação de dar. Caracteriza-se pela existência de coisa alheia em poder do devedor, a quem cumpre devolvê-la ao dono. “Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.” “Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.”
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