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FISIOLOGIA – CASO 3 FISIOLOGIA CIRCULATÓRIA A pressão, definida como força/unidade de área, é uma entidade física volume sanguíneo PRESSÃO ARTERIAL resistência periférica capacitância da circulaçãoVolume-minuto cardíaco ou débito cardíaco = frequência cardíaca x volume sistólico A manutenção (componente tônico) bem como a variação momento a momento da PA (componente fásico) dependem de mecanismos complexos e redundantes que determinam ajustes apropriados. A manutenção de valores relativamente constantes de pressão arterial por longos períodos e, provavelmente, durante toda a vida adulta é possível devido à interação harmônica de mecanismos de controle: Controle do débito cardíaco Controle da resistência vascular e retorno venoso Balanço de fluidos corporais TEORIA BÁSICA DA FUNÇÃO CIRCULATÓRIA: Três princípios básicos: Fluxo Sanguíneo: Controlado pelas necessidades de cada tecido; Débito Cardíaco: Coração acompanha necessidades teciduais (Autômato); Pressão Arterial (PA): Controle por respostas neuro-hormonais e renais segundo necessidades teciduais. Obs.: Débito Cardiaco É o produto entre a frequência cardíaca (FC) e o volume sistólico (VS) CARACTERÍSTICAS DO MIOCÁRDIO • O coração forma um sincício funcional (literalmente "mesma célula"). • Apresenta-se como junções íntimas de membranas celulares que possuem uma baixa resistência elétrica . Tecido contrátil (músculo cardíaco); Tecido não-contrátil (fibroso ∕cartilaginoso); Tecido excito-condutor (nodos, feixes e fibras de condução). SISTEMA ELÉTRICO CARDÍACO • Conjunto de estruturas responsáveis pela formação e propagação da atividade elétrica cardíaca. • Formado por sistema de nós e feixes, todos constituídos por células especializadas para determinadas funções. Obs.: * é uma estrutura anatômica do coração que faz parte do sistema cardionector, responsável pela função de “marcar o passo natural”, ou seja, produz seu próprio P.A. O volume sistólico é o volume total de sangue ejetado pelo ventrículo durante uma sístole e é determinado por três fatores principais: pré- carga, pós-carga e contratilidade. - Durante o fechamento das válvulas semilunares, ocorre a Segunda Bulha Cardíaca (B2). Enquanto B1 marca o início da sístole, B2 marca o início da diástole. - Durante o fechamento das válvulas atrioventriculares (mitral e tricúspide), ocorre um som grave, denominado de Primeira Bulha Cardíaca (B1). CONTRATILIDADE Representa a capacidade de contração do miocárdio na ausência de quaisquer alterações na pré-carga ou pós-carga (=POTÊNCIA DO MÚSCULO CARDÍACO). A influência mais importante na contratilidade é a do Sistema Nervoso Simpático (noradrenalina). -Receptores beta-adrenérgicos : aumento da contratilidade do miocárdio (antagonista-Propanolol); -Receptores alfa-adrenégicos: constrição dos vasos. Dois fatores adicionais influenciam a PA: Volume de sangue total • Relativamente constante; • Quanto maior o volume, maior a PA; • Ajuste: responsabilidade primária dos rins; • Compensação: vasoconstrição e estimulação simpática do coração. Distribuição do sangue na circulação sistêmica • Artérias são vasos de baixo volume (11%); • O volume sanguíneo venoso serve como um reservatório que pode ser usado para adicionar sangue nas artérias. ** A estimulação simpática da musculatura lisa arteriolar aumenta a resistência ao fluxo sanguíneo, ao passo que a ativação das fibras constritoras simpáticas que inervam a musculatura lisa das veias diminui o volume não-estressado e aumenta o retorno venosos ao coração. ** Diminuição da PA: Aumento da atividade simpática = compressão das veias redistribuição do sangue para o lado arterial MECANISMOS REGULADORES LOCAIS Teoria Miogênica da Autorregulação Com a elevação da pressão, os vasos sanguíneos são distendidos e as fibras musculares lisas vasculares que os circundam, entram em contração. INERVAÇÃO DOS VASOS SANGUÍNEOS - SNA • As fibras noradrenérgicas terminam nos vasos localizados em todas as partes do corpo e têm função vasoconstritora; • Além da inervação constritora, os vasos dos músculos esqueléticos são inervados por fibras vasodilatadoras que fazem parte do Sistema Vasodilatador Simpático; • Na maioria dos tecidos, a vasodilatação é produzida pela redução da descarga tônica nos nervos vasoconstritores. • Os efeitos da norepinefrina e da epinefrina são produzidos por ações sobre duas classes de receptores: os α e β-adrenérgicos; • Tanto a norepinefrina, quanto a epinefrina aumentam a força e a frequência de contração do coração isolado (receptores do tipo β1adrenérgicos); • Norepinefrina produz vasoconstrição na maioria dos órgãos por meio de receptores α; • A epinefrina dilata os vasos sanguíneos no músculo esquelético e no fígado por meio de receptores β2-adrenérgicos. PRESSÃO, VOLUME, FLUXO E RESISTÊNCIA • A maior resistência ao fluxo reside nas artérias e arteríolas; • São vasos de resistência capazes de regular a perfusão tecidual graças a sua camada muscular e sua responsividade a substâncias vasoativas; Obs.: A maior parte dos casos de hipertensão está associado com resistência periférica aumentada, sem alteração no débito cardíaco. CONTROLE DA CIRCULAÇÃO SISTÊMICA • O tônus das arteríolas determina a velocidade do fluxo em direção aos leitos capilares; • Controle autônomo, hormônios circulantes, fatores próprios do endotélio e concentração local de metabólitos. Obs.: Embora exista uma descarga simpática basal adequada para a manutenção do tônus vascular, um aumento desse estímulo afeta mais alguns órgãos do que outros Os mecanismos que regulam a PA são divididos em duas classes: - Mecanismos a curto e médio prazo (resposta rápida) ativos em segundos ou minutos. Ação menos duradoura; Momento a momento. Sistema Nervoso (reflexos); Retorno imediato da PA; Tendem a se adaptar; Nenhum mecanismo rápido devolve a PA ao seu valor inteiramente normal. • Barorreflexo; • Quimiorreflexo; • Reflexo ativado por receptores cardiopulmonares. - Mecanismos a longo prazo (resposta lenta) ativos em horas ou dias. Possuem ação mais prolongada e duradoura. Sistema Endócrino/Renal; Início demorado; Recuperação dos volumes; Eficácia > com o passar do tempo; Devolve completamente o valor da PA. • Sistema Rins – líquidos corporais; • Sistema Renina Angiotensina- Aldosterona. PEPTÍDEO NATRIURÉTICO • Propriedades natriuréticas, diuréticas e vasodilatadoras; • Normaliza a volemia e a PA quando a musculatura cardíaca é excessivamente distendida; • Contrabalançam os efeitos do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA); • Os estímulos para a secreção: distensão atrial (provocada pela hipervolemia), a adrenalina, o ADH e uma dieta rica em Na+. • Apresentam importantes ações cardiovasculares, renais, endócrinas e parácrinas; • 4 tipos: peptídeo atrial natriurético (ANP),peptídeo natriurético do tipo B (BNP), peptídeo natriurético do tipo C (CNP) e peptídeo natriurético do tipo D (DNP); • Os ANP e BNP são produzidos nos átrios e ventrículos e secretados por distensão dessas câmaras e pela elevação da PA. EFEITOS DOS PEPTÍDEOS NATRIURÉTICOS Aumento da RFG e da excreção renal de Na+ e H2O Supressão da secreção de renina e a de aldosterona Vasodilatação sistêmica e renal Aumento da permeabilidade vascular Efeitos antiinflamatórios, antiproliferativos e antifibróticos Obs: Os peptídeos além de modularem o SRA, inibindo a secreção de renina e a formação de Ang II, exercem efeitos opostos aos da Ang II. EFEITOS FISIOLÓGICOS A. Efeitos renais e adrenais: Aumento da taxa de filtração glomerular; Natriurese; Inibição da secreção de aldosterona; Inibição da secreção de renina. B. Efeitos cardiovasculares: Diminuição da pressão arterial (possui efeito vasodilatador, supressor da secreção de renina e inibidor do tônus simpático, o que induz diminuição da resistência vascular periférica); Redução do débito cardíaco (diminui a frequência e a contratilidadecardíacas). *Esses neurônios estão sempre em atividade. Essa atividade permanente mantém o estado parcial de contração da musculatura lisa dos vasos = TÔNUS VASOMOTOR; As fibras constritoras simpáticas não são acompanhadas pelas correspondentes fibras dilatadoras. CENTRO VASOMOTOR Possui 4 áreas funcionais: ❶Região Vasoconstritora (C-1)*; ❷Região Vasodilatadora (A-1); ❸Região Sensorial (Trato Solitário); ❹Centro Cardíaco. REGULAÇÃO A LONGO PRAZO Mecanismo Renal de Regulação da PA: um pequeno aumento da pressão arterial pode dobra a excreção de água e sal com o aumento da filtração glomerular e redução da reabsorção tubular (DIURESE E NATRIURESE PRESSÓRICA) A excreçã0o de sal e água leva a redução do volume de líquido extracelular, reduzindo a pressão arterial Queda da PA retenção de sal e água e liberação de Renina O SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA: Respondem a uma instabilidade hemodinâmica, evitando redução da perfusão tecidual; Funções da Angiotensina II: • Estimulação da secreção de Aldosterona; • Vasoconstrição; • Estimulação da secreção de ADH e da sede; • Intensificação da reabsorção de NaCl-; • Cascata linear de reações que resulta na formação de angiotensina (Ang) II, seu principal mediador; • Drogas que bloqueiam o SRA no tratamento de enfermidades como a hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, infarto agudo do miocárdio, doença renal crônica e as nefropatias proteinúricas (=inibidor de ECA). • A Ang II atua seletivamente em receptores angiotensinérgicos (AT) dos tipos 1 e 2; • O receptor AT1 é responsável pela maioria das ações fisiológicas e fisiopatológicas do SRA; • As ações do AT2 ainda são pouco compreendidas. Ang II – AT1 • Vasoconstrição renal e sistêmica; • Secreção de aldosterona; • Potenciação da atividade do SN Simpático; Elevação da pressão arterial (PA) • Retenção renal de Na+ e H2O; • Estimulação da secreção de arginina vasopressina (AVP); • Hiperplasia e hipertrofia das células-alvo. Outros efeitos da Ang II: • Produz ações lesivas aos vasos sanguíneos (aumento do potencial oxidativo do tecido vascular); • Efeitos pró-trombóticos intrínsecos e estimulo à adesão, migração e proliferação de leucócitos e outras células inflamatórias aos sítios de lesão, levando à formação de fibrose da neo-íntima e de placas ateroscleróticas. Desenvolvimento de Aterosclerose e de eventos tromboembolíticos *Aldosterona: reabsorção de sódio (e água) no tubo contorcido distal X **ADH: aumenta a expressão das aquaporinas, estimulando a reabsorção de água no tubo contorcido distal. ADH • Estímulo: depleção do volume de sangue circulante; • Sua principal ação é estimular o aumento da quantidade de canais transportadores de água (aquaporinas) nas membranas dos túbulos coletores, aumentando a reabsorção de água; • Adicionalmente, o ADH estimula a liberação de ACTH pela adeno-hipófise. ALDOSTERONA • Estímulos: o hormônio adrenocortitrópico (ACTH), a angiotensina II, a diminuição do Na+ plasmático e o aumento do K+ plasmático; • Função primária promover a retenção de Na+. Adicionalmente, aumenta a secreção de K+ e H+; • Age no néfron distal: promove a inserção de novos canais de Na+ na membrana luminal e novas moléculas de Na+K+ATPase na membrana basolateral.
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