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Fisiopatologia da Hipertensão Arterial Sistemica(HAS) Referencia Bibliográfica:Lange. Fisiopatologia da Doença.Uma Introdução à medicina Clínica 5ed Capítulo 11: Distúrbios Cardiovasculares-Doença Vascular. Bases patológicas das doenças.Robbins e Contran 9ed capitulo 11:vasos sanguíneos Definição Doença Crônica não transmissível de origem multifatorial frequentemente assintomática em que ocorre o comprometimento do equilíbrio entre fatores vasodilatadores e vasoconstritores com conseqüente elevação dos níveis da pressão sanguinea nas artérias capaz de por progressiva alteração da perfusão tecidual,provocar danos aos órgãos por elas irrigados. Fatores de Risco não Modificaveis: - Quanto maior a idade maior a prevalência - Mais prevalência na etnia negra Fatores de Risco Modificáveis: - Excesso de peso (prevalência entre adultos aprox. 40%) e obesidade (prevalência aprox. 17%) - Ingestão de sal (consumo recomendado é de 2g/dia de sódio. Estudos mostram ingesta média de 4,7 g/dia de sódio na pop brasileira) - ingestão de álcool (30 ml/dia de etanol, consumo limite, já é fator de risco. Consumo acima do limite foi observado em aprox. 16% adultos). - Sedentarismo( Aproximandamente 46% da pop brasileira é Insuficientemente ativa) Apresenta-se na forma de: - Hipertensão Essencial ou Primaria : Responsável por 90 a 95% dos casos.Associada a varias causas e nem todas conhecidas -Hipertensão Secundaria:Associada somente a uma única causa conhecida e definida Estrutura e Funcionamento Normais do sistema vascular Vasos Arteriais: A aorta, as grandes artérias e as arteríolas são constituídas de uma camada externa de tecido conjuntivo, a adventícia, uma camada mediana de músculo liso, a média e uma camada interna, a íntima, contendo a camada de células endoteliais e algum tecido conjuntivo subendotelial. As paredes da aorta e das grandes artérias contêm tecido elástico abundante, parte do qual está concentrado na lâmina elástica interna, uma faixa proeminente entre a íntima e a média e em outra faixa, a lâmina elástica externa, entre a média e a adventícia . Os vasos são alargados pela força da ejeção cardíaca durante a sístole, e o tecido elástico permite a sua retração durante a diástole. Esse fato mantém a pressão diastólica e ajuda o movimento do sangue para adiante. As paredes das arteríolas contêm menos tecido elástico do que as artérias, porém uma quantidade proporcionalmente maior de músculo liso . O músculo é amplamente inervado por fibras nervosas noradrenergicas de função constritora.Em alguns casos,existe uma inervação colinérgica de função vasodilatadora.As artérias e as arteríolas oferecem considerável resistência ao fluxo de ssangue e são conhecidas como vasos de resistência Capilares: As porções terminais das arteríolas, algumas vezes chamadas de metarteríolas, desembocam nos capilares. Na sua porção proximal à corrente, as aberturas dos capilares são circundadas por esfíncteres precapilares do músculo liso. Há controvérsias acerca de as metarteríolas e os esfíncteres serem inervados. Os capilares, por sua vez, são constituídos de uma única camada de células endoteliais. Por fora dessas células são encontrados pericitos ocasionais e células fibrosas de função desconhecida . Os capilares se anastomosam extensamente e, embora cada capilar tenha apenas 5 a 9 μm de diâmetro, a sua quantidade é tão grande que a área total de seção transversal de todos os capilares é de cerca de 4.500 cm2. Algumas substâncias atravessam as paredes capilares por transporte vesicular, um processo que envolve endocitose de plasma, movimento das vesículas formadas nesse trajeto através do citoplasma da célula endotelial e exocitose no lado do tecido. Entretanto, uma quantidade relativamente pequena de material é transportada dessa forma e a maior parte da troca de fluido ocorre nas junções entre as células endoteliais. Vênulas e Veias: As vênulas são muito semelhantes aos capilares; elas possuem cerca de 2 μm de diâmetro e a sua área total de seção transversal é de 4.000 cm2. Desembocam em veias que possuem peque- nas quantidades de músculo liso e de tecido elástico nas suas paredes relativamente finas e apresentam, em média, 5 mm de diâmetro. As veias drenam nas veias cavas superior e inferior que, por sua vez, desembocam no átrio direito do coração. As paredes das veias, diferentemente daquelas das artérias e arteríolas, são facilmente distendidas e podem se expandir para abri- gar mais sangue, sem que ocorra um aumento significativo na pressão intravascular. Portanto, elas são conhecidas como vasos de capacitância. São inervadas e o seu músculo liso pode se contrair em resposta ao estímulo noradrenérgico, impulsionan- do o sangue para o coração e para o lado arterial da circulação. A íntima das veias das extremidades sofre dobras intervaladas, para formar as valvas venosas que impedem o refluxo. Diagrama de circulação no adulto: Características dos Vasos sanguíneos Sistêmicos: Medição da Pressão Arterial A pressão arterial pode ser medida diretamente inserindo-se uma agulha em uma artéria. Alternativamente, ela pode ser medida pelo método auscultatório. O familiar manguito inflável, acoplado a um manômetro, é colocado em torno do braço ao nível do coração e um estetoscópio é posicionado sobre a artéria braquial abaixo do manguito. O manguito é inflado até bem acima da pressão sistólica esperada e, em seguida, esvaziado lentamente. Na pressão sistólica, um suave som é ouvido conforme o sangue começa a passar pelo manguito. Com a queda subseqüente da pressão, o som se torna mais alto e, em seguida, fraco e amortecido, antes de finalmente desaparecer. Estes são os sons de Korotkoff, que são produzidos pelo fluxo turbulento na artéria braquial. A alteração do som, de pontuado para amortecido, ocorre quando o sangue começa a passar continuamente sob o manguito, mesmo com a artéria ainda parcialmente comprimida. O fluxo contínuo apresenta uma qualidade de audição distinta do fluxo interrompido. Finalmente, na pressão diastólica, o som desaparece. Embora a pressão diastólica medida diretamente com um cateter na artéria braquial se correlacione melhor com o desaparecimento do som em adultos normais, em crianças e após o exercício ela se correlaciona melhor com o momento em que o som se torna amortecido. Pressão Arterial Normal A pressão arterial normal, na artéria braquial ao nível do coração em adultos jovens saudáveis, é de cerca de 120/80 mmHg. Ela é afetada por diversos fatores, incluindo emoção e ansiedade, e, em alguns indivíduos, é mais alta quando medida por um médico na clínica do que quando medida durante atividades normais em casa (“hipertensão provocada pelo jaleco branco”). As pressões sistólica e diastólica normalmente caem para até 20 mmHg durante o sono. Portanto, indivíduos nor- mais são conhecidos como “mergulhadores”. Em indivíduos com hipertensão, a queda durante o sono é reduzida ou ausente (i. e., hipertensos são “não- mergulhadores”). É consenso geral que a pressão sanguínea aumenta com o avanço da idade, porém existe uma incerteza a respeito da magnitude desse aumento, pois a hipertensão é uma doença comum cuja incidência também aumenta com o avanço da idade. Entretanto, indivíduos que apresentam pressão sanguínea sistólica < 120 mmHg na faixa etária entre 50 e 60 anos e nunca desenvolveram hipertensão clínica ainda mostram um aumento da pressão sistólica ao longo da vida . Essa elevação pode representar o valor mais próximo do aumento em indivíduos normais. Aqueles com hipertensão branda não tratada apresentam uma elevação significativamente mais rápida da pressão sistólica. Em ambos os grupos, a pressão dias tólica tambémaumenta, porém começa a cair na meia-idade,conforme aumenta a rigidez das artérias. Como conseqüência, a pressão de pulso aumenta com o avanço da idade. Pressão de pulso: A pressão de pulso (diferença entre a pressão sistólica e a pressão diastólica) é um marcador útil no atendimento de pacientes com insuficiência cardíaca descompensada na urgência. A pressão de pulso (PP) < 30mmHg é um marcador de baixo índice cardíaco. Regulação da Pressão Arterial A pressão arterial é uma função do débito Cardíaco e da resistência vascular periférica,ambas influenciadas por múltiplos fatores genéticos e ambientais.A integração de vários estímulos garante a perfusão sistêmica adequada,apesar da diferença na demanda regional. Débito cardíaco: -O débito cardíaco é uma função do volume sistólico e da frequência cardíaca. O determinante mais importante do volume sistólico é a pressão de enchimento, que é regulada pela homeostase do sódio e seu efeito no volume sanguíneo. A frequência cardíaca e a contratilidade miocárdica (um segundo fator que afeta o volume sistólico) são controladas pelos sistemas α- e β-adrenérgicos, que também tem efeitos importantes no tônus vascular. Resistência Periférica: - A resistência periférica é regulada predominantemente no nível de arteríolas por estímulos neurais e hormonais. O tônus vascular reflete o equilíbrio entre vasoconstritores (incluindo angiotensina II, catecolaminas e endotelina) e vasodilatadores (incluindo cininas, prostaglandinas e óxido nítrico). Os vasos de resistência também exibem autorregulação, por meio da qual o aumento do fluxo sanguíneo induz vasoconstrição para proteger o tecido da hiperperfusão. Por último, a pressão arterial é ajustada pelo pH tecidual e pela hipoxia para acomodar as demandas metabólicas locais. Fatores Liberados pelos Rins, Suprarrenais e Miocardio: -Os fatores liberados pelos rins, suprarrenais e miocárdio interagem para modificar o tônus vascular e para regular o volume sanguíneo através do ajuste do equilíbrio de sódio . Os rins filtram 170 L de plasma, contendo 23 mols de sal diariamente. Desse modo, com uma dieta diária típica contendo 100 mEq de sódio, 99,5% do sal filtrado deve ser reabsorvido para manter os níveis totais de sódio do corpo. Aproximadamente 98% do sódio filtrado é reabsorvido pelos transportadores de sódio constitutivamente ativos. A pequena quantidade de sódio remanescente está sujeita a reabsorção pelo canal epitelial de sódio (ENaC), que é regulado de forma precisa pelo sistema renina- angiotensina; é esta via que determina o equilíbrio de sódio. Os rins e o coração contêm células que sentem alterações no volume ou pressão arterial. Como resposta, essas células liberam efetores circulatórios que agem em conjunto para manter a pressão arterial normal. Os rins influenciam a resistência periférica e a excreção/retenção de sódio primariamente através do sistema renina- angiotensina. Renina: - A renina é uma enzima proteolítica produzida pelas células justaglomerulares renais. A renina é liberada como resposta à baixa pressão arterial em arteríolas aferentes, a níveis elevados de catecolaminas da circulação ou a baixos níveis de sódio nos túbulos contorcidos renais. Estes últimos ocorrem quando a taxa de filtração glomerular cai (p. ex., baixo débito cardíaco), levando ao aumento da reabsorção de sódio pelos túbulos proximais. A renina cliva o angiotensinogênio plasmático em angiotensina I, que por sua vez é convertida em angiotensina II pela enzima conversora de angiotensina (ECA), produzida pelo endotélio vascular. A angiotensina II aumenta a pressão arterial por (1) induzir a contração vascular, (2) estimular a secreção de aldosterona pela glândula suprarrenal, e (3) aumentar a reabsorção tubular de sódio. A aldosterona da suprarrenal eleva a pressão arterial aumentando a reabsorção de sódio (e também de água) nos túbulos contorcidos distais, resultando no aumento do volume sanguíneo. O rim também produz várias substâncias relaxantes vasculares (incluindo as prostaglandinas e o NO), que presumivelmente contrabalançam os efeitos vasopressores da angiotensina. Peptídios natriuréticos miocárdicos são liberados do miocárdio atrial e ventricular em resposta à expansão do volume; isto inibe a reabsorção de sódio nos túbulos renais distais, resultando na excreção do sódio e diurese. Eles também produzem vasodilatação sistêmica. Metabólitos vasodilatadores - Várias alterações metabólicas em tecidos ativos produzem substâncias que dilatam os vasos alimentadores dos tecidos. Esse fato garante o fluxo sanguíneo aumentado, necessário para suportar a atividade tissular elevada e reduzir a pressão arterial. Um vasodilatador importante é o CO2 um outro é o potássio. Além disso, o aumento da temperatura e a queda do pH, que ocorrem em alguns tecidos metabolicamente ativos, apresentam um efeito vasodilatador. Substancias Secretadas pelo Endotélio Os vasos sanguíneos são revestidos por uma camada contínua de células endoteliais e essas células desempenham um papel vital na regulação das funções vasculares,reagindo com alterações de fluxo e consequentemente nas alterações de pressão: Prostaglandinas e Tromboxanos - A prostaciclina é produzida pelas células endoteliais e o tromboxano A2 pelas plaquetas, a partir do seu precursor comum, o ácido araquidônico. O tromboxano A2 induz a agregação de plaquetas e a vasoconstrição, enquanto a prostaglandina promove a vasodilatação. Óxido Nitrico - A produção de um potente vasodilatador pelas células endoteliais foi inicialmente aventada quando se observou que a remoção do endotélio dos anéis de tecido arterial convertia a resposta à acetilcolina, normalmente dilatadora, em uma resposta constritora. O agente responsável foi inicialmente chamado de fator relaxante derivado do endotélio, porém é conhecido atualmente como óxido nítrico. Endotelinas: - As células endoteliais também produzem endotelina-1 (ET-1), o mais potente agente vasoconstritor já descoberto. Hormônios que afetam a pressão arterial: - Cininas: As cininas são dois polipeptídios vasodilatadores relacionados, conhecidos como bradicinina e lisilbradicinina.O decapeptídio lisilbradicinina pode ser convertido ao nonapeptídio bradicinina pela aminopeptidase. Ambos são me- tabolizados a fragmentos inativos pela carboxipeptidase cininase I ou pela dipeptidilcarboxipeptidase cininase II. A cininase II e a enzima conversora de angiotensina são a mesma enzima, portanto a inibição da enzima conversora de angiotensina durante o tratamento da hipertensão ou da insuficiência cardíaca aumenta a quantidade de cininas no plasma e nos tecidos. Controle Neural da Pressão arterial A elevação da pressão arterial comprime as terminações neurais aumentando a atividade dos barorreceptores, inibindo a atividade tônica simpática para os vasos. Isso causa bradicardia, uma redução da RP total e do DC, contribuindo, assim, para o retorno da PA aos níveis normais. A pressão reduzida inibe a ação barorreceptora, provocando um reflexo imediato, que resulta em forte descarga simpática por todo corpo, minimizando, assim, a diminuição da PA na porção superior do corpo. A descarga dos nervos vasomotores noradrenérgicos causa constrição das arteríolas atendidas pelos nervos e, se a descarga for geral em vez de local, ocorre um aumento na pressão sanguínea. Além disso, a descarga dos nervos noradrenérgicos simpáticos que atendem ao coração eleva a pressão sanguínea, através do aumento da força e da freqüência de contração cardíacas (efeitos inotrópico e cronotrópico), do aumento do volume de batimento e do débito cardíaco. O estímulo noradrenérgico também inibe o efeito do estímulo vagal,que normalmente desacelera o coração e reduz o débito cardíaco. O principal controle da descarga vasomotora é a regulação por realimentação via barorreceptores nas porções de alta e de baixa pressões do sistema circulatório.Os barorreceptores são terminações nervosas sensíveis à distensão, localizados nos seios carotídeos e no arco aórtico do lado arterial, nas paredes das grandes veias e no átrio cardíaco do lado venoso. As fibras nervosas fornecem impulsos aos nervos cranianos IX e X para o bulbo, onde as fibras terminam no núcleo do trato solitário . A partir do núcleo, neurônios de segunda ordem passam para a porção caudal do bulbo ventrolateral e adjacências. Daquele ponto, neurônios inibitórios de terceira ordem passam para o bulbo ventrolateral rostral, a região dos corpos celulares dos neurônios que controla a pressão sanguínea. Os axônios desses neurônios penetram na medula espinhal e inervam os corpos celulares dos neurônios simpáticos pré-ganglionares reguladores da pressão sanguínea, na coluna cinzenta intermediolateral da medula espinhal. Os axônios dos neurônios pré-ganglionares deixam a medula espinhal e estabelecem sinapse com os neurônios pós-ganglionares da cadeia ganglionar e dos gânglios colaterais, assim como com as células secretoras de catecolamina da medula supra-renal. Os axônios dos neurônios pós-ganglionares noradrenérgicos inervam os vasos sanguíneos e o coração. Patogenia da Hipertensão A hipertensão é uma doença com múltiplos componentes genéticos e ambientais. Como já dito, a grande maioria (90% a 95%) da hipertensão é idiopática. Mesmo sem conhecer as lesões específicas, é razoável supor que múltiplas pequenas alterações na homeostase do sódio renal e/ou no tônus ou estrutura das paredes vasculares agem em combinação, causando a hipertensão essencial. A maioria das outras causas está inclusa na rubrica geral das doenças renais, incluindo a hipertensão renovascular (devido à oclusão da artéria renal). A hipertensão raramente tem como causa básica um distúrbio endócrino. A hipertensão de causas múltiplas com algumas desconhecidas é classificada como primária (antiga hipertensão essencial), é a mais comum. Hipertensão com causa única identificada (hipertensão secundária) normalmente resulta de apneia do sono, doença renal crônica ou aldosteronismo primário. Habitualmente, não há desenvolvimento de sintomas, a menos que a hipertensão seja grave ou de longa duração. Obtém-se o diagnóstico com esfigmomanômetro. Exames podem ser feitos para determinar a causa, avaliar as repercussões e identificar outros fatores de risco cardiovascular. O tratamento inclui modificação do estilo de vida e administração de diuréticos, betabloqueadores, inibidores da enzima conversora de angiotensina, BRA e bloqueadores dos canais de cálcio. Patogenia da Hipertensão secundaria - Causa única e identificavel • Os distúrbios monogenéticos causam formas graves, porém raras, de hipertensão. - Geralmente tem a causa definida e não como parte de sindromes • Defeitos genéticos afetando enzimas envolvidas no metabolismo da aldosterona (p. ex., aldosterona sintase, 11β- hidroxilase, 17α- hidroxilase). Eles levam a um aumento na secreção de aldosterona, aumento da reabsorção de sal e água, expansão do volume plasmático e, finalmente, hipertensão. O hiperaldosteronismo primário é uma das causas mais comuns de hipertensão secundária . • Mutações afetando proteínas que influenciam a reabsorção de sódio. Por exemplo, a forma moderadamente grave de hipertensão sensível ao sal, chamada síndrome de Liddle, é causada por mutações tipo “ganho de função” numa proteína do canal epitelial de Na+ que aumenta a reabsorção tubular distal de sódio induzida pela aldosterona. • Na hipertensão renovascular, a estenose da artéria renal causa diminuição do fluxo glomerular e da pressão na arteríola aferente. Isso induz a secreção de renina, que, como discutido, aumenta o tônus vascular e o volume sanguíneo através da via angiotensina- aldosterona Patogenia da Hipertensão Primaria ou essencial/Idiopática - Causas múltiplas sendo que algumas acabam não são identificadas no quadro clinico. - O mecanismo tem como a hipertensão a conseqüência final de uma cascata de reações - Causas cumulativas que no final geram a hipertensão arterial • Os fatores genéticos influenciam a regulação da pressão arterial, conforme apresentado pelas comparações entre gêmeos monozigóticos e dizigóticos, e crianças com relações genéticas vs. crianças adotadas. Além disso, como comentado, vários distúrbios monogenéticos causam formas relativamente raras de hipertensão (e hipotensão),alterando a reabsorção final de sódio no rim. Suspeita-se também (sem comprovação) que as variações na pressão arterial possam resultar de efeitos cumulativos dos polimorfismos em vários genes que afetam a pressão arterial; por exemplo, variantes sequenciais nos genes receptores de angiotensinogênio e angiotensina foram associadas com a hipertensão em alguns estudos. • A redução da excreção de sódio na presença de pressão arterial normal pode ser um evento- chave iniciante na hipertensão essencial e, na verdade, uma via final comum para a patogenia da hipertensão. A diminuição da excreção de sódio pode levar sequencialmente a um aumento no volume de líquido, aumento do débito cardíaco e à vasoconstrição periférica, elevando assim a pressão arterial. Na pressão arterial mais alta, é excretado sódio adicional suficiente pelos rins para igualar o consumo e impedir maior retenção hídrica. Desse modo, um novo estado de equilíbrio de sódio seria atingido (“reajuste da natriurese de pressão”), porém à custa de um aumento da pressão arterial. • Influências vasoconstritoras, como fatores que induzem vasoconstrição ou estímulos que causam alterações estruturais na parede do vaso, podem levar a um aumento da resistência periférica e também podem desempenhar um papel na hipertensão primária. • Fatores ambientais, como estresse, obesidade, tabagismo, inatividade física e alto consumo de sal, estão implicados na hipertensão. Na verdade, é particularmente impressionante a ligação do nível de consumo de sódio na dieta com a prevalência de hipertensão em diferentes populações. - Aumento da atividade do sistema nervoso simpático - Aumento da produção de Hormonios retentores de sódio e de vasoconstritores - Aumento prolongado da ingestão de sódio durante a vida,ingestão indequada de potássio e cálcio - Aumento da secreção ou secreção inapropriada de renina,com conseqüente aumento na produção de angiotensina 2 e aldosterona - Deficiência na produção de vasodilatadores como as prostaciclinas,oxido nítrico e peptídeos natriuréticos - Diabetes Mellitus e resistência a insulina - Alterações dos receptores adrenérgicos, influenciando a FC, a resposta inotrópica do coração e o tônus vascular; e alterações no transporte iônico celular. - Anormalidades dos vasos de resistência, incluindo lesões seletivas da microvasculatura renal. Consequencias da Hipertensão arterial Sistêmica ◦ Sobrecarga ao miocárdio, que passa a trabalhar com maior força para vencer a resistência vascular periférica aumentada - (aumento de pós carga) ◦ Hipertrofia concêntrica, inicialmente do ventrículo esquerdo, no qual as fibras cardíacas sofrem aumento da espessura devido a aumento em paralelo do número de sarcômeros. ◦ Hipertrofia e na dilatação do VD — frequentemente acompanhadas de ICC Direita — causadas por hipertensão pulmonar resultante de distúrbios primários do parênquima pulmonar ou da vasculatura pulmonar. Dilatação da cavidade do VE(devido ao aumento da pós carga causado pela Hipertensão) Diminuição da espessura de suaparede e aumento do coração como um todo. Dilatação do anel da valva mitral(Insuficiencia) Aumentam a Sobrecarga e a dilatação do Atrio Esquerdo(favorece fibrilação atrial) Surge a Congestão pulmonar(Sangue fica preso no pulmão porque o AE ta cheio) Hipertensão Pulmonar Sobrecarga do Ventrículo direito Ventrículo direito entra em descompensação Dilatação da sua cavidade e do anel da valva tricúspide(Insuficiência) Refluxo de Sangue para o Átrio Direito ◦ Nas artérias de grande e médio calibres, a HA favorece a ATEROSCLEROSE.Uma vez que a hipertensão pode lesionar os vasos e facilitar os depósitos de LDL e consequentemente facilitar as formações de placa de ateroma nos locais de microlesoes pois vai se acumulando macrófagos para fagocitar o LDL preso e acaba formando células espumosas porque os macrófagos vão ficando cheio de gordura e junto com fatores de coagulanção e fibrinas para tentar reparar a lesão forma-se a placa de ateroma ◦ ARTERIOLOESCLEROSE HIALINA à Deposição de material hialino na íntima do vaso, com redução da luz. A substância depositada origina-se da passagem de proteínas plasmáticas através do endotélio lesado pela hipertensão arterial e da síntese aumentada de matriz extracelular induzida também pelo estado hipertensivo. (Comum nos rins e em diabéticos). ◦ ARTERIOLOESCLEROSE HIPERPLÁSICA. à Hiperplasiadas células musculares (que formam camadas celulares concêntricas, com aspecto “em casca de cebola”) e de duplicação da membrana basal, o que resulta em estreitamento da luz.Essa hiperplasia acontece na tentativa da musculatura vascular se adaptar ao aumento da resistência ao fluxo vascular causado pela Hipertensão. ◦ Na HA maligna, pode haver também necrose fibrinoide da parede associada tanto à arterioloesclerose hialina como à hiperplásica. ◦ As lesões arteriolares são importantes, porque podem reduzir a luz vascular e alterar a vasomotricidade, ambos capazes de produzir isquemia. ◦ Nos Rins a hipertensão arterial sistêmica leva a à nefrosclerose vascular ◦ No SNC a hipertensão arteirla é a responsável por lesões isquêmicas variadas (lesões de pequenos vasos cerebrais) e associadas à hemorragia cerebral parenquimatosa. ◦ Na Retina a HAS leva ao quadro de retinopatia hipertensiva. Patologia Vascular na Hipertensão. A hipertensão não apenas acelera a aterogênese, mas também causa alterações degenerativas nas paredes das grandes e médias artérias, o que pode levar à dissecção da aorta e à hemorragia cerebrovascular. A hipertensão também está associada com duas formas de doenças em pequenos vasos: arteriolosclerose hialina e arteriolosclerose hiperplásica. Legenda: Patologia vascular na hipertensão. A, Arteriolosclerose hialina. A parede arteriolar fica mais espessa com o aumento do depósito de proteínas (hialinizada), e a luz é notoriamente diminuída. B, Arteriolosclerose hiperplásica (“casca de cebola”) causando a obliteração da luz (coloração pelo ácido periódico de Schiff [PAS]).
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