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1 FERNANDA MAGNI BERTHIER ANOTAÇÕES DE AULA: ICS FERNANDA MAGNI BERTHIER – 2018/1 INTRODUÇÃO HISTÓRIA • Revolução Industrial (sécs. XVIII – XIX): o Transformação das atividades: artesanal è manufatureira è fabril o Consolidação do capitalismo ; o Mecanismo: progresso à custa de desequilíbrios; o Revolução técnica: controle da natureza + tomada de poder pela burguesia + livre-comércio; o Camponeses e artesãos desenraizados = úteis, mas perigosos (controle social); o Jornadas duras = volume de produção anormal. • Novas formas de pensar: o Transformação cultural das ideias: § Antes: estagnação na posição social do nascimento. o Progresso; o Racionalismo: § Renúncia ao sobrenatural; § Organização via autonomia da razão; § Bacon/Descartes: atitude científica; § Análise e investigação. o Positivismo: § Fisiologia social; § Fatos observados diretamente na sociedade. SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA • Aparecimento: o Progresso dos modos de pensar; o Fenômenos complexos; § Novas maneiras de viver e produzir. • Herança intelectual: o Estudo das condições de existência social dos indivíduos; o Pioneiros: fazer do conhecimento social um instrumento de ação • Papel inicial: o Racionalizar construção da nova ordem; o Marca momento de reflexão sobre si mesmo; o Modelo da ciência natural: permitir o controle da sociedade. • Finalidade Social: o Esclarecimento sobre problemas sociais; o Apontamento de soluções. Ciências Sociais 2 FERNANDA MAGNI BERTHIER MATRIZ CONFLITUALISTA KARL MARX (1818 – 1883) • Materialismo Histórico: o As relações materiais que os homens estabelecem e o modo como produzem seus meios de vida formam a base de todas as suas relações. o “A forma como os indivíduos manifestam sua vida reflete muito exatamente aquilo que são. O que são coincide, portanto, com a sua produção, isto é, tanto com aquilo que produzem, como com a forma como produzem. Aquilo que os indivíduos são depende, portanto, das condições materiais de sua produção” � o Processos históricos são transitórios/ efêmeros: § Relações burguesas de produção não são naturais, imutáveis ou leis eternas. • Necessidades: produção e reprodução: o Processo de produção e reprodução da vida através do trabalho -> atividade humana básica; o O ato de produzir gera novas necessidades, que não são simples exigências naturais ou físicas, mas sim, produtos da existência social. § Exemplo: “A fome que se satisfaz com carne cozinhada, comida com faca e garfo, não é a mesma fome que come a carne crua, servindo-se das mãos, das unhas, dos dentes. ” -> a produção determina não só o objeto do consumo, mas também o modo de consumo. § Ação produtiva humaniza a natureza e o próprio homem • Forças Produtivas e Relações Sociais de Produção: o Forças produtivas: relações entre o homem e a natureza. § Instrumentos e habilidades que possibilitam o controle das condições naturais para produção; § Modo como os homens obtêm os bens que necessitam: tecnologia, divisão técnica, cooperação, habilidades na produção, ... o Relações sociais de produção: relações entre os homens no processo produtivo. § Acesso diferenciado, segundo o grupo social, ao produto e aos meios para produzi-lo: ⇒ Distribuição dos instrumentos de produção. ⇒ Distribuição dos membros da sociedade pelos diferentes gêneros de produção. • Como consequência, as posições são desiguais no controle dos meios de produção e há a estruturação de classes. o Interdependência: “A estrutura de uma sociedade depende do estado de desenvolvimento de suas forças produtivas e das relações sociais de produção que lhe são correspondentes. ” • Estrutura e Superestrutura: o Estrutura: conjunto das forças produtivas e das relações sociais de produção estabelecidas pelos homens independentemente de suas vontades. o Superestrutura: jurídica e política, determinada pela estrutura. o Revolução social: se a estrutura se altera, rapidamente toda a superestrutura faz o mesmo. • Classes Sociais e Estrutura Social: o Excedente de produção: § Permite a divisão social do trabalho e a apropriação das condições de produção por parte de alguns membros da comunidade os quais passam, então, a estabelecer algum tipo de direito sobre o produto ou sobre os próprios trabalhadores. § Descarta o caráter natural da desigualdade: classes sociais vinculam-se a circunstâncias históricas específicas. 3 FERNANDA MAGNI BERTHIER o Modelo Dicotômico: § Consequências: ⇒ Exploração da classe de produtores não-proprietários; ⇒ Limitação da liberdade e das potencialidades dos produtores não-proprietários; ⇒ Desumanização; ⇒ Domínio dos proprietários ultrapassando a esfera produtiva: poder material, político, espiritual e intelectual. • Luta de Classes: o Antagonismo de interesses leva a uma relação conflituosa entre as classes; o A luta de classes é o motor da história, pois ela impulsiona as principais transformações estruturais; o Consciência de classe: § Compartilhamento de condições sociais e interesses. § Conduz à formação de associações políticas, que buscam a união solidária entre membros da classe oprimida com vistas à defesa de seus interesses e ao combate aos opressores. • Economia Capitalista: o Unidade analítica: mercadoria: forma assumida pelos produtos e pela própria força de trabalho. o Trocas: § Atribuição de um valor de troca a uma mercadoria segundo o tempo de trabalho gasto na produção; § Em troca do que necessita, cada um oferece o fruto de seu trabalho; § Força de trabalho: a única mercadoria que pode produzir mais riqueza do que o seu valor de troca. • Mais-Valia: o É o valor que ultrapassa o dos fatores consumidos no processo produtivo e que se acrescenta ao capital empregado inicialmente na produção = LUCRO § É apropriado pela burguesia, transformando-se em uma riqueza; § Tempo de trabalho necessário X tempo de trabalho excedente. • Papel Revolucionário da Burguesia: o Destruiu os modos de organização do trabalho, as formas de propriedade, as antigas classes dominantes, o sistema de vassalagem, ... o Expressão de modernidade e de racionalização. • Transitoriedade do Modo de Produção Capitalista: o Nova sociedade não aboliu as contradições entre classes, apenas as substituiu por outras; § “As armas de que a burguesia se serviu para derrubar o feudalismo voltam-se hoje contra a própria burguesia. Porém a burguesia não forjou somente as armas que lhe darão a morte; produziu também os homens que empunharão essas armas - os operários modernos, os proletários. “ o Contradição Inerente: § Capitalismo condenado a extinguir-se com a eclosão de um processo de revolução social; § Proletariado agente transformador. PROPRIETÁRIOS • Possuem meios de produção; • Dominam; • Exemplos: patrícios, senhores feudais, mestres, capitalistas. NÃO-PROPRIETÁRIOS • Não possuem meios de produção; • São dominados; • Exemplos: escravos, servos, aprendizes, trabalhadores livres. 4 FERNANDA MAGNI BERTHIER • Trabalho, Alienação e Sociedade capitalista: o Fato econômico: estranhamento entre o trabalhador e a sua produção. o Aspectos da alienação: § Produtor converte-se em um simples apêndice de uma máquina. Realiza um trabalho desumanizado, de fácil aprendizagem (fácil substituição por outro trabalhador). • Revolução: o Processo de libertação das forças; o Ocorre quando uma classe consegue impor-se sobre outras classes debilitadas ou historicamente ultrapassadas, destruindo forças econômicas, relações(sociais, civis e jurídicas), visões de mundo, regime político, ..., substituindo-os por outros, condizentes com seus interesses. Assim, não é a mera troca de posições, mas sim, a construção de uma nova sociedade sobre outras bases. • Comunismo: o Submeter a criação dos homens ao poder dos indivíduos associados, visando a atender os interesses de toda a sociedade; o Liberdade: cada indivíduo pode aperfeiçoar-se no campo que quiser, voltando-se para as potencialidades criativas que os indivíduos livres abrigam em seu espírito. 1 • Trabalhador é alienado em relação às coisas (seu produto, os objetos naturais). 2 • Trabalhador é alienado em relação a si próprio (sua atividade, sua vida pessoal, sua energia física e espiritual). 3 • Trabalhador é alienado em relação ao mundo. • Ele trabalha para viver, pois sem trabalho, não tem salário nem existência. 5 FERNANDA MAGNI BERTHIER MATRIZ FUNCIONALISTA AUGUSTO COMTE (1798 – 1857) • Cria o termo “sociologia” para designar uma nova ciência, que estuda os fenômenos sociais. • Positivismo: o Ideia de que o conhecimento verdadeiro só pode ser obtido por meio da experimentação da ciência; o Leis gerais: “Ver para Prever”: através da elaboração de leis gerais, o homem se torna capaz de prever os fenômenos naturais. Assim, o conhecimento pode ter utilidade prática a fim de melhorar a vida das pessoas. o Lei dos três estágios: § Teológico è Metafísico è Positivo • Foco: mitologia, recorrer ao sobrenatural para entender os fenômenos do mundo. • Vida com monarquia (autoridade divina poderosa) e militarismo. TEOLÓGICO • Foco: termos naturais: imaginação é substituída pela argumentação, utilizando o pensamento humano ao invés de aceitar o sobrenatural. • Política com o "império das leis"= fim da submissão. Exemplo: contratualismo (povo soberano). METAFÍSICO • Foco: realidade e ciência: observação e teste de teorias para acumular conhecimentos. Não acredita ser possível reduzir todos os fenômenos a um único princípio (deuses ou natureza). • Embora se estabeleçam leis imutáveis nas relações de fenômenos diferentes, não se pode fixar que todos se comportam da mesma maneira. POSITIVO 6 FERNANDA MAGNI BERTHIER ÉMILE DURKHEIM (1858 – 1917) • Crítica à Comte: especulativo e vago. • Especificidade do Objeto Sociológico: o Fatos Sociais: “toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior”. § Três características essenciais: 1. Coercibilidade: “obrigação”: através do constrangimento, para que os indivíduos ajam conforme o comportamento estabelecido pelo grupo. Exemplo: julgamento de homossexuais. 2. Exterioridade: independência às vontades individuais, sendo resultado, por exemplo, do governo, da religião, da educação, da geografia. 3. Generalidade: manifestação do fato social pela maioria da sociedade § Existem sem a nossa consciência de sua existência ou autonomia, pois são externos a nós; § Princípio da socialização: internalização dos fatos com os quais o homem tem contato desde o início de sua educação, criando uma habitualidade de convivência; § Se relacionam com os valores de uma sociedade; § São normais (generalizados na sociedade) ou patológicos (fora da ordem e da moral da sociedade), ameaçando a estabilidade social; § Poder de transformação: “apesar da existência de dificuldades impostas por um poder contrário de origem social, apresentam-se comportamentos inovadores e as instituições são passíveis de mudança desde que vários indivíduos tenham, pelo menos, combinado a sua ação e que desta combinação se tenha desprendido um produto novo, quem vem a constituir um fato social. “ ⇒ A ação transformadora é tanto mais difícil quanto maior o peso ou a centralidade que o objeto que se quer modificar possua para a coesão social. Exemplos: aborto, clonagem, eutanásia. • Método Sociológico: o Visa a superar o senso comum e a adotar um método estritamente sociológico, distinguindo-se dos fenômenos da natureza. o Regras de observação dos fenômenos sociais: 1 • Considerá-los como coisas. 2 • Afastar sistematicamente as pré-noções. 3 • Definir previamente os fenômenos tratados a partir dos caracteres exteriores que lhe são comuns. 4 • Considerá-los, independentemente de suas manifestações sociais, da maneira mais objetiva possível. 5 • Postura científica do sociólogo, assumindo ignorância dos fatos sociais, livrando-se de suas noções vulgares e adotando a prática cartesiana da dúvida metódica. 7 FERNANDA MAGNI BERTHIER • Dualidade dos Fatos Morais: o Regras morais são fatos sociais: coativas (implicam noção de dever), mas desejáveis. • Coesão e Solidariedade: o Dois tipos de consciência: o Relações: § Semelhança: quanto mais extensa a consciência coletiva, mais coesão social, ou seja, mais os indivíduos se assemelham e menos desenvolvem a sua individualidade. Analogia: mulheres se aproximam e se tornam amigas de outras mulheres porque se sentem atraídas pela similitude do grupo. § Diferenciação: quando há diferenciação social, há ainda mais coesão social. Assim, há a interdependência baseadas das especializações dos indivíduos. Analogia: homens se aproximam de mulheres por serem dessemelhantes, completam-se e formam um todo através de sua união. • Dois tipos de Solidariedade: o Envolvem uma razão inversa: enquanto uma progride, a outra se retrai, mas cada uma delas, a seu modo, cumpre a função de assegurar a coesão social nas sociedades simples ou complexas. COLETIVA • Comum com todo nosso grupo; • Não representa a nós mesmos, mas sim, a sociedade agindo e vivendo em nós; • Sistema de ideias: crenças religiosas, moral, tradições, ... • Ser social. INDIVIDUAL • Representa o que temos de pessoal e distinto, o que faz de nós um indivíduo; • Estados mentais que se relacionam somento conosco mesmo e com os acontecimentos de nossa vida pessoal; • Ser individual. • Vínculos assemelham-se aos que ligam um déspota aos seus súditos: os laços não são recíprocos, mas sim, mecânicos. • Conjunto organizado de crenças e sentimentos comuns a todos os membros do grupo. SOLIDARIEDADE MECÂNICA •Derivada da divisão do trabalho e do aumento das relações intersociais. •Membros da sociedade passam a ser solidários por terem uma esfera própria de ação, interdependência. •"Sistema de funções diferentes e especiais": a função que o indivíduo desempenha é o que marca seu lugar na sociedade. SOLIEDARIEDADE ORGÂNICA 8 FERNANDA MAGNI BERTHIER • Indicadores de Solidariedade: o Direito: § Análogo ao sistema nervoso: regula as funções do corpo, sanções organizadas. § Sociedades Primitivas: crime rompe coesão, por isso, punir é imprescindível como uma vingança ao agressor na mesma intensidade da violação dele sobre componentes sociais (crença, tradição, mito). § Sociedades Modernas: mal atinge a consciência comum. Regras especializadas/ órgãos executivos. • Suicídio: o Fenômeno social patológico; o Pode ser “altruísta” (sociedade > indivíduo, exemplo: homens-bomba), “egoísta”(por frustrações, perda da motivação para viver), ou por anomia (perda dos objetivos de vida e da identidade, exemplo: guerras, instabilidade política, desemprego, “fracasso” – jovem japonês). o Causas objetivas, exteriores ao indivíduo: § Afrouxamento dos laços a ponto de deixar o indivíduo escapar; § Grupos (família, Igreja, Estado); § Valores da sociedadepolítica. • Moralidade e Anomia: o Patologia das sociedades modernas; o Moral(...) é tudo o que é fonte de solidariedade, tudo o que força o indivíduo a contar com seu próximo, a regular seus movimentos com base em outra coisa que não os impulsos de seu egoísmo, e a moralidade é tanto mais sólida quanto mais numerosos e fortes são estes laços. � o Redução na eficácia da religião e da família, não dispondo mais da antiga unidade e indivisibilidade; o Atividades profissionais como lugar de reconstrução da solidariedade e da moralidade integradoras das quais lhe pareciam tão carentes as sociedades industriais. Moral profissional. o Decomposição moral: § Economia não serve ao progresso da moral; § Grandes centros = imoralidade coletiva = crescimento número de suicídios e crimes. • Moral e Vida social: o Moral: “sistema de normas de conduta que prescrevem como o sujeito deve conduzir-se em determinadas circunstâncias”. o Ser livre é agir pela razão, praticando o dever: § “O homem livre é aquele que contém seu egoísmo natural, subordina-se aos fins mais altos, submete os desejos ao império da vontade e conforma-os a justos limites. “ o Autoridade moral: sociedade: propósito superior, caráter obrigatório. o O homem é humano porque vive em sociedade: ensina virtudes do sacrifício, fins mais elevados. • Religiões: o “Um sistema solidário de crenças e de práticas relativas a coisas sagradas. “ o Coletividade: aproximam os indivíduos, tornando-os mais íntimos e revivendo a vida coletiva. 9 FERNANDA MAGNI BERTHIER MATRIZ COMPREENSIVA MAX WEBER (1864 – 1920) • Objetividade do Conhecimento: o Cientista inspirado por valores próprios; o Distinção entre reconhecer e julgar: § Ciência: ⇒ Produto da reflexão do cientista; ⇒ Procedimento altamente racional; ⇒ Procura explicar as consequências de determinados atos. § Política: ⇒ Produto da reflexão do homem de vontade e de ação; ⇒ Convicções e deveres. o Operações para chegar ao conhecimento que se pretende: 1. Estabelece leis e fatos hipotéticos; 2. Analisa e expõe ordenadamente esses agrupamentos; 3. Remonta ao passado para observar como se desenvolveram as diferentes características individuais daqueles agrupamentos; 4. Avalia o futuro. o Acreditava que a ciência histórica era essencial para a compreensão da diversidade. Não analisava as particularidades individuais, mas sim, as características das estruturas sociais, e negava a possibilidade de qualquer causalidade única e absoluta. • Tipos puros ou ideias: o Modelo simplificado do real: a partir de um fragmento de uma realidade diversa, procura compreendê-la. o Unilateralidade, racionalidade e caráter utópico; o Modelo de interpretação-investigação� instrumento para orientar na busca de causalidades. o Conceitos-tipo� fórmulas interpretativas para explicação racional dos fatos • Ação Social: o É toda ação individual dotada de sentido (qualquer ato praticado por uma pessoa que se orienta pela ação das outras). o Sua motivação é a tradição, a emoção, os interesses racionais ou uma associação de vários desses fatores. § Exemplo: comprar chuteiras é uma ação orientada pela ação de outros jogadores de futebol que convencionaram o seu uso. o Compreender: captar sua conexão de sentido� § Quanto mais racionalizadas, menor a submissão do agente a costumes e afetos, e mais compreensíveis. o Para compreender -> Tipos Puros ou Ideias: § Proporcionam conjunto articulado de princípios racionais para a explicação das personalidades e ações dos avarentos. § Exemplo: personagem “Avarento”, de Moliere: ⇒ Principal característica é a avareza; ⇒ Ações orientadas para a possibilidade de guardar cada vez mais dinheiro. o 4 Tipos de Ação: § Escala classificatória (da racionalidade + pura até a irracionalidade): RACIONAL DE FINS •Meios necessários ou adequados para o objetivo; •Exemplo: escolher a chuteira pela finalidade (futebol de campo ou salão) RACIONAL DE VALORES •Leva em conta somente sua fidelidade a valores ou crenças do agente; •Exemplo: escolher a chuteira pelo seu preço. TRADICIONAL •Hábitos e costumes; •Exemplo: escolher a chuteira pelo modelo que a família sempre compra (sem consciência do sentido) AFETIVA •Inspirada em emoções imediatas, paixões; •Sem razão; •Exemplo: escolher a chuteira que mais o atraia emocionalmente 10 FERNANDA MAGNI BERTHIER • Relação Social: o Conduta plural, reciprocamente orientada, dotada de conteúdo significativo que descansam na probabilidade de que se agirá socialmente de certo modo. § Sentido partilhado (entendem o gesto); § Exemplos: hostilidade, amizade, trocas comerciais, concorrência econômica, relações eróticas e políticas. ⇒ Depende do contexto: um índio, por exemplo, não entenderia o gesto de passar cartão de crédito. o Fundada em probabilidades e expectativas recíprocas de comportamento de cada agente. O sentido das ações sociais pode ser compreendido pelos diversos agentes de uma sociedade. o Quanto mais racionais as relações, mais facilmente poderão ser expressas como normas; o Conteúdo comunitário: § Sentimento subjetivo de pertença mútua entre as partes envolvidas; § Exemplos: membros de família, estamento, grupo religioso, escola, torcedores de um time, amantes, ... • Classes, Estamentos e Partidos: o Mecanismos diferenciados de distribuição do poder, o qual pode assumir a forma de riqueza, de distinção ou do próprio poder político, num sentido estrito. • Dominação: o Como as relações sociais persistem? § Fundamento da organização social: dominação/produção da legitimidade. § Poder: ⇒ É mera imposição de vontade dentro de uma relação social; ⇒ Pode ocorrer em inúmeras situações. Exemplo: violência, propaganda, dinheiro. § Dominação: ⇒ É a submissão/obediência habitual sem resistência; ⇒ Percorre todas as instâncias da vida coletiva; ⇒ Ocorre de forma legal, tradicional ou carismática. o 3 Tipos Puros de Dominação Legítima: DOMINAÇÃO RACIONAL-LEGAL DOMINAÇÃO TRADICIONAL DOMINAÇÃO CARISMÁTICA LEGITIMIDADE Direito Costume Veneração AUTORIDADE Impessoal Pessoa do Senhor Pessoa do Líder DOMINADOS Associados Súditos Adeptos EXEMPLO Democracia Absolutismo Totalitarismo Estatuído Leis Formais Racional Tradição Hábitos Costumeiro Revelação Heroísmo Exemplar •Se organizam segundo as relações de produção e aquisição de bens. Membros na mesma posição de propriedade; •Exemplos: proprietários de terras ou de escravos, industriais, profissionais liberais, trabalhadores qualificados, ... CLASSE •Comunidades de honra; •Se organizam segundo princípios de seu consumo de bens nas diversas formas específicas de sua maneira de viver; •Sentimento de pertença; •Exemplo: prestígio de tradicionais famílias de regiões brasileiras. ESTAMENTO •Ação tipicamente racional de buscar influir sobre a direção que toma uma associação ou uma comunidade. Luta pelo domínio; •Influir sobre aparato e tentar ocupá-lo com seus seguidores. PARTIDO 11 FERNANDA MAGNI BERTHIER o Luta pela Dominação Legítima: disputa pelos conteúdos válidos no interior das relações sociais. o Estruturas de Dominação: § Carismática: ⇒ Avanço da racionalidade; ⇒ Desencantamento do mundo: magia substituída pelo conhecimento científico; ⇒ História não é progresso linear: crises e descontinuidade; ⇒ Desenvolvimento formas de organização racionais e burocratizadas ⇒ Ruptura pelo líder carismático. § Burocracia: ⇒ Tipo ideal que organiza a dominação racional-legal; ⇒ Tipo moderno de administração, organizada racionalmente, com crença na legalidade das normas; ⇒ Superioridadetécnica: precisão, velocidade, clareza, especialização de funções; ⇒ Por excelência a forma do Estado Moderno. ⇒ Estado Moderno: • Necessita de um aparato burocrático para exercer o poder; • Crescimento da população e expansão territorial; • Existência de uma economia monetária; • Importância social da previsibilidade� • Concentração dos meios de administração; • Complexidade das tarefas administrativas; • Reivindicação do monopólio da violência física legítima. CONCLUSÃO MATRIZES SOCIOLÓGICAS: • Convergências: as perspectivas conflitualista e funcionalista são estruturalistas, isto é, atribuem grande peso às estruturas sociais na determinação dos comportamentos individuais. • Divergências: enquanto a perspectiva funcionalista foca em questões estruturais da sociedade relacionadas à coesão, a perspectiva conflitualista enfatiza os conflitos sociais. • A perspectiva compreensiva distingue-se, pois, tende a atribuir maior liberdade às pessoas para escolher e agir, sustentando que os indivíduos são capazes de decidir seus próprios rumos e resistir aos condicionamentos sociais. • Debate Agência X Estrutura: Conflitualista e Funcionalista: Sociedade afeta indivíduos Estrutura>agente X Compreensiva: Indivíduos criam o mundo social Agente>estrutura
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