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RESUMO ICS - MATRIZES SOCIOLÓGICAS

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1	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
ANOTAÇÕES DE AULA: ICS 
FERNANDA MAGNI BERTHIER – 2018/1 
	
	
	
	
	
	
INTRODUÇÃO	
HISTÓRIA	
• Revolução	Industrial	(sécs.	XVIII	–	XIX):	
o Transformação	das	atividades:	artesanal	è	manufatureira	è	fabril	
o Consolidação	do	capitalismo	;	
o Mecanismo:	progresso	à	custa	de	desequilíbrios;	
o Revolução	técnica:	controle	da	natureza	+	tomada	de	poder	pela	burguesia	+	livre-comércio;	
o Camponeses	e	artesãos	desenraizados	=	úteis,	mas	perigosos	(controle	social);	
o Jornadas	duras	=	volume	de	produção	anormal.	
• Novas	formas	de	pensar:	
o Transformação	cultural	das	ideias:	
§ Antes:	estagnação	na	posição	social	do	nascimento.	
o Progresso;	
o Racionalismo:	
§ Renúncia	ao	sobrenatural;	
§ Organização	via	autonomia	da	razão;	
§ Bacon/Descartes:	atitude	científica;	
§ Análise	e	investigação.	
o Positivismo:	
§ Fisiologia	social;	
§ Fatos	observados	diretamente	na	sociedade.	
SURGIMENTO	DA	SOCIOLOGIA	
• Aparecimento:	
o Progresso	dos	modos	de	pensar;	
o Fenômenos	complexos;	
§ Novas	maneiras	de	viver	e	produzir.	
• Herança	intelectual:	
o Estudo	das	condições	de	existência	social	dos	indivíduos;	
o Pioneiros:	fazer	do	conhecimento	social	um	instrumento	de	ação	
• Papel	inicial:	
o Racionalizar	construção	da	nova	ordem;	
o Marca	momento	de	reflexão	sobre	si	mesmo;	
o Modelo	da	ciência	natural:	permitir	o	controle	da	sociedade.	
• Finalidade	Social:	
o Esclarecimento	sobre	problemas	sociais;	
o Apontamento	de	soluções.	
Ciências Sociais 
	
2	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
MATRIZ	CONFLITUALISTA	
KARL	MARX	(1818	–	1883)	
• Materialismo	Histórico:	
o As	relações	materiais	que	os	homens	estabelecem	e	o	modo	como	
produzem	 seus	 meios	 de	 vida	 formam	 a	 base	 de	 todas	 as	 suas	
relações.	
o “A	 forma	 como	 os	 indivíduos	 manifestam	 sua	 vida	 reflete	 muito	
exatamente	aquilo	que	são.	O	que	são	coincide,	portanto,	com	a	sua	
produção,	isto	é,	tanto	com	aquilo	que	produzem,	como	com	a	forma	
como	produzem.	Aquilo	que	os	 indivíduos	 são	depende,	portanto,	
das	condições	materiais	de	sua	produção”	�	
o Processos	históricos	são	transitórios/	efêmeros:	
§ Relações	burguesas	de	produção	não	são	naturais,	imutáveis	ou	
leis	eternas.	
• Necessidades:	produção	e	reprodução:	
o Processo	de	produção	e	reprodução	da	vida	através	do	trabalho	->	
atividade	humana	básica;	
o O	 ato	 de	 produzir	 gera	 novas	 necessidades,	 que	 não	 são	 simples	
exigências	naturais	ou	físicas,	mas	sim,	produtos	da	existência	social.	
§ Exemplo:	“A	fome	que	se	satisfaz	com	carne	cozinhada,	comida	com	faca	e	garfo,	não	é	a	mesma	fome	que	
come	a	carne	crua,	servindo-se	das	mãos,	das	unhas,	dos	dentes.	”	->	a	produção	determina	não	só	o	objeto	
do	consumo,	mas	também	o	modo	de	consumo.	
§ Ação	produtiva	humaniza	a	natureza	e	o	próprio	homem	
• Forças	Produtivas	e	Relações	Sociais	de	Produção:	
o Forças	produtivas:	relações	entre	o	homem	e	a	natureza.	
§ Instrumentos	e	habilidades	que	possibilitam	o	controle	das	condições	naturais	para	produção;	
§ Modo	 como	 os	 homens	 obtêm	 os	 bens	 que	 necessitam:	 tecnologia,	 divisão	 técnica,	 cooperação,	
habilidades	na	produção,	...	
o Relações	sociais	de	produção:	relações	entre	os	homens	no	processo	produtivo.		
§ Acesso	diferenciado,	segundo	o	grupo	social,	ao	produto	e	aos	meios	para	produzi-lo:	
⇒ Distribuição	dos	instrumentos	de	produção.	
⇒ Distribuição	dos	membros	da	sociedade	pelos	diferentes	gêneros	de	produção.	
• Como	 consequência,	 as	 posições	 são	 desiguais	 no	 controle	 dos	 meios	 de	 produção	 e	 há	 a	
estruturação	de	classes.	
o Interdependência:	 “A	 estrutura	 de	 uma	 sociedade	 depende	 do	 estado	 de	 desenvolvimento	 de	 suas	 forças	
produtivas	e	das	relações	sociais	de	produção	que	lhe	são	correspondentes.	”	
• Estrutura	e	Superestrutura:	
o Estrutura:	 conjunto	 das	 forças	 produtivas	 e	 das	 relações	 sociais	 de	 produção	 estabelecidas	 pelos	 homens	
independentemente	de	suas	vontades.	
o Superestrutura:	jurídica	e	política,	determinada	pela	estrutura.	
o Revolução	social:	se	a	estrutura	se	altera,	rapidamente	toda	a	superestrutura	faz	o	mesmo.	
• Classes	Sociais	e	Estrutura	Social:	
o Excedente	de	produção:	
§ Permite	 a	 divisão	 social	 do	 trabalho	 e	 a	 apropriação	 das	 condições	 de	 produção	 por	 parte	 de	 alguns	
membros	da	comunidade	os	quais	passam,	então,	a	estabelecer	algum	tipo	de	direito	sobre	o	produto	ou	
sobre	os	próprios	trabalhadores.	
§ Descarta	 o	 caráter	 natural	 da	 desigualdade:	 classes	 sociais	 vinculam-se	 a	 circunstâncias	 históricas	
específicas.	
	
3	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
o Modelo	Dicotômico:	
§ Consequências:	
⇒ Exploração	da	classe	de	produtores	não-proprietários;	
⇒ Limitação	da	liberdade	e	das	potencialidades	dos	produtores	não-proprietários;	
⇒ Desumanização;	
⇒ Domínio	 dos	 proprietários	 ultrapassando	 a	 esfera	 produtiva:	 poder	 material,	 político,	 espiritual	 e	
intelectual.	
• Luta	de	Classes:	
o Antagonismo	de	interesses	leva	a	uma	relação	conflituosa	entre	as	classes;	
o A	luta	de	classes	é	o	motor	da	história,	pois	ela	impulsiona	as	principais	transformações	estruturais;	
o Consciência	de	classe:	
§ Compartilhamento	de	condições	sociais	e	interesses.	
§ Conduz	 à	 formação	 de	 associações	 políticas,	 que	 buscam	 a	 união	 solidária	 entre	 membros	 da	 classe	
oprimida	com	vistas	à	defesa	de	seus	interesses	e	ao	combate	aos	opressores.	
• Economia	Capitalista:	
o Unidade	analítica:	mercadoria:	forma	assumida	pelos	produtos	e	pela	própria	força	de	trabalho.	
o Trocas:	
§ Atribuição	de	um	valor	de	troca	a	uma	mercadoria	segundo	o	tempo	de	trabalho	gasto	na	produção;	
§ Em	troca	do	que	necessita,	cada	um	oferece	o	fruto	de	seu	trabalho;	
§ Força	de	trabalho:	a	única	mercadoria	que	pode	produzir	mais	riqueza	do	que	o	seu	valor	de	troca.	
• Mais-Valia:	
o É	 o	 valor	 que	 ultrapassa	 o	 dos	 fatores	 consumidos	 no	 processo	 produtivo	 e	 que	 se	 acrescenta	 ao	 capital	
empregado	inicialmente	na	produção	=	LUCRO	
§ É	apropriado	pela	burguesia,	transformando-se	em	uma	riqueza;	
§ Tempo	de	trabalho	necessário	X	tempo	de	trabalho	excedente.	
• Papel	Revolucionário	da	Burguesia:	
o Destruiu	os	modos	de	organização	do	trabalho,	as	 formas	de	propriedade,	as	antigas	classes	dominantes,	o	
sistema	de	vassalagem,	...	
o Expressão	de	modernidade	e	de	racionalização.	
• Transitoriedade	do	Modo	de	Produção	Capitalista:	
o Nova	sociedade	não	aboliu	as	contradições	entre	classes,	apenas	as	substituiu	por	outras;	
§ “As	 armas	 de	 que	 a	 burguesia	 se	 serviu	 para	 derrubar	 o	 feudalismo	 voltam-se	 hoje	 contra	 a	 própria	
burguesia.	Porém	a	burguesia	não	forjou	somente	as	armas	que	lhe	darão	a	morte;	produziu	também	os	
homens	que	empunharão	essas	armas	-	os	operários	modernos,	os	proletários.	“		
o Contradição	Inerente:	
§ Capitalismo	condenado	a	extinguir-se	com	a	eclosão	de	um	processo	de	revolução	social;	
§ Proletariado	agente	transformador.	
	
	
	
	
PROPRIETÁRIOS
• Possuem	meios	de	produção;
• Dominam;
• Exemplos:	patrícios,	senhores	
feudais,	mestres,	capitalistas.
NÃO-PROPRIETÁRIOS
• Não	possuem	meios	de	
produção;
• São	dominados;
• Exemplos:	escravos,	servos,	
aprendizes,	trabalhadores	livres.
	
4	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
• Trabalho,	Alienação	e	Sociedade	capitalista: 	
o Fato	econômico:	estranhamento	entre	o	trabalhador	e	a	sua	produção.	
o Aspectos	da	alienação:	
	
	
§ Produtor	converte-se	em	um	simples	apêndice	de	uma	máquina.	Realiza	um	trabalho	desumanizado,	de	
fácil	aprendizagem	(fácil	substituição	por	outro	trabalhador).	
• Revolução:	
o Processo	de	libertação	das	forças;	
o Ocorre	 quando	 uma	 classe	 consegue	 impor-se	 sobre	 outras	 classes	 debilitadas	 ou	 historicamente	
ultrapassadas,	 destruindo	 forças	 econômicas,	 relações(sociais,	 civis	 e	 jurídicas),	 visões	 de	 mundo,	 regime	
político,	...,	substituindo-os	por	outros,	condizentes	com	seus	interesses.	Assim,	não	é	a	mera	troca	de	posições,	
mas	sim,	a	construção	de	uma	nova	sociedade	sobre	outras	bases.	
• Comunismo:	
o Submeter	a	criação	dos	homens	ao	poder	dos	indivíduos	associados,	visando	a	atender	os	interesses	de	toda	a	
sociedade;	
o Liberdade:	 cada	 indivíduo	 pode	 aperfeiçoar-se	 no	 campo	 que	 quiser,	 voltando-se	 para	 as	 potencialidades	
criativas	que	os	indivíduos	livres	abrigam	em	seu	espírito.	
1
• Trabalhador	é	alienado	em	relação	às	coisas	(seu	
produto,	os	objetos	naturais).
2
• Trabalhador	é	alienado	em	relação	a	si	próprio	(sua	
atividade,	sua	vida	pessoal,	sua	energia	física	e	
espiritual).
3
• Trabalhador	é	alienado	em	relação	ao	mundo.
• Ele	trabalha	para	viver,	pois	sem	trabalho,	não	tem	
salário	nem	existência.
	
5	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
MATRIZ	FUNCIONALISTA	
AUGUSTO	COMTE	(1798	–	1857)	
• Cria	o	termo	“sociologia”	para	designar	uma	nova	ciência,	que	estuda	os	fenômenos	
sociais.	
• Positivismo:	
o Ideia	 de	 que	 o	 conhecimento	 verdadeiro	 só	 pode	 ser	 obtido	 por	 meio	 da	
experimentação	da	ciência;	
o Leis	gerais:	“Ver	para	Prever”:	através	da	elaboração	de	leis	gerais,	o	homem	se	
torna	capaz	de	prever	os	fenômenos	naturais.	Assim,	o	conhecimento	pode	ter	
utilidade	prática	a	fim	de	melhorar	a	vida	das	pessoas.	
o Lei	dos	três	estágios:		
	
§ Teológico	è	Metafísico	è	Positivo	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
• Foco:	mitologia,	recorrer	ao	sobrenatural	para	
entender	os	fenômenos	do	mundo.
• Vida	com	monarquia	(autoridade	divina	poderosa)	e	
militarismo.
TEOLÓGICO
• Foco:	termos	naturais:	imaginação	é	substituída	
pela	argumentação,	utilizando	o	pensamento	
humano	ao	invés	de	aceitar	o	sobrenatural.
• Política	com	o	"império	das	leis"=	fim	da	submissão.	
Exemplo:	contratualismo	(povo	soberano).
METAFÍSICO
• Foco:	realidade	e	ciência:	observação	e	teste	de	
teorias	para	acumular	conhecimentos.	Não	acredita	
ser	possível	reduzir	todos	os	fenômenos	a	um	único	
princípio	(deuses	ou	natureza).
• Embora	se	estabeleçam	leis	imutáveis	nas	relações	
de	fenômenos	diferentes,	não	se	pode	fixar	que	
todos	se	comportam	da	mesma	maneira.
POSITIVO
	
6	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
ÉMILE	DURKHEIM	(1858	–	1917)	
• Crítica	à	Comte:	especulativo	e	vago.	
• Especificidade	do	Objeto	Sociológico:	
o Fatos	 Sociais:	 “toda	 maneira	 de	 agir,	 fixa	 ou	 não,	 suscetível	 de	
exercer	sobre	o	indivíduo	uma	coerção	exterior”.		
§ Três	características	essenciais:	
1. Coercibilidade:	 “obrigação”:	 através	 do	 constrangimento,	
para	que	os	 indivíduos	ajam	conforme	o	comportamento	
estabelecido	 pelo	 grupo.	 Exemplo:	 julgamento	 de	
homossexuais.		
2. Exterioridade:	 independência	 às	 vontades	 individuais,	
sendo	resultado,	por	exemplo,	do	governo,	da	religião,	da	
educação,	da	geografia.		
3. Generalidade:	manifestação	do	fato	social	pela	maioria	da	
sociedade	
§ Existem	sem	a	nossa	consciência	de	sua	existência	ou	autonomia,	
pois	são	externos	a	nós;	
§ Princípio	da	socialização:	internalização	dos	fatos	com	os	quais	o	
homem	 tem	 contato	 desde	 o	 início	 de	 sua	 educação,	 criando	
uma	habitualidade	de	convivência;	
§ Se	relacionam	com	os	valores	de	uma	sociedade;	
§ São	normais	 (generalizados	na	 sociedade)	ou	patológicos	 (fora	
da	ordem	e	da	moral	da	sociedade),	ameaçando	a	estabilidade	social;	
§ Poder	de	transformação:	“apesar	da	existência	de	dificuldades	impostas	por	um	poder	contrário	de	origem	
social,	apresentam-se	comportamentos	inovadores	e	as	instituições	são	passíveis	de	mudança	desde	que	
vários	 indivíduos	 tenham,	 pelo	 menos,	 combinado	 a	 sua	 ação	 e	 que	 desta	 combinação	 se	 tenha	
desprendido	um	produto	novo,	quem	vem	a	constituir	um	fato	social.	“	
⇒ A	ação	transformadora	é	tanto	mais	difícil	quanto	maior	o	peso	ou	a	centralidade	que	o	objeto	que	se	
quer	modificar	possua	para	a	coesão	social.	Exemplos:	aborto,	clonagem,	eutanásia.	
• Método	Sociológico:	
o Visa	a	superar	o	senso	comum	e	a	adotar	um	método	estritamente	sociológico,	distinguindo-se	dos	fenômenos	
da	natureza.	
o Regras	de	observação	dos	fenômenos	sociais:	
	
	
1
• Considerá-los	como	coisas.
2
• Afastar	sistematicamente	as	pré-noções.
3
• Definir	previamente	os	fenômenos	tratados	a	partir	dos	caracteres	exteriores	que	
lhe	são	comuns.
4
• Considerá-los,	independentemente	de	suas	manifestações	sociais,	da	maneira	
mais	objetiva	possível.
5
• Postura	científica	do	sociólogo,	assumindo	ignorância	dos	fatos	sociais,	livrando-se	
de	suas	noções	vulgares	e	adotando	a	prática	cartesiana	da	dúvida	metódica.
	
7	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
• Dualidade	dos	Fatos	Morais:	
o Regras	morais	são	fatos	sociais:	coativas	(implicam	noção	de	dever),	mas	desejáveis.	
• Coesão	e	Solidariedade:	
o Dois	tipos	de	consciência:	
	
	
o Relações:	
§ Semelhança:	quanto	mais	extensa	a	consciência	coletiva,	mais	coesão	social,	ou	seja,	mais	os	indivíduos	se	
assemelham	e	menos	desenvolvem	a	sua	individualidade.	Analogia:	mulheres	se	aproximam	e	se	tornam	
amigas	de	outras	mulheres	porque	se	sentem	atraídas	pela	similitude	do	grupo.	
§ Diferenciação:	quando	há	diferenciação	social,	há	ainda	mais	coesão	social.	Assim,	há	a	interdependência	
baseadas	 das	 especializações	 dos	 indivíduos.	 Analogia:	 homens	 se	 aproximam	 de	mulheres	 por	 serem	
dessemelhantes,	completam-se	e	formam	um	todo	através	de	sua	união.	
• Dois	tipos	de	Solidariedade:	
	
	
	
o Envolvem	uma	 razão	 inversa:	 enquanto	uma	progride,	 a	outra	 se	 retrai,	mas	 cada	uma	delas,	 a	 seu	modo,	
cumpre	a	função	de	assegurar	a	coesão	social	nas	sociedades	simples	ou	complexas.	
	
COLETIVA
• Comum	com	todo	nosso	
grupo;
• Não	representa	a	nós	
mesmos,	mas	sim,	a	
sociedade	agindo	e	
vivendo	em	nós;
• Sistema	de	ideias:	crenças	
religiosas,	moral,	
tradições,	...
• Ser	social.
INDIVIDUAL
• Representa	o	que	temos	
de	pessoal	e	distinto,	o	
que	faz	de	nós	um		
indivíduo;
• Estados	mentais	que	se	
relacionam	somento	
conosco	mesmo	e	com	os	
acontecimentos	de	nossa	
vida	pessoal;
• Ser	individual.
• Vínculos	assemelham-se	aos	que	ligam	um	déspota	
aos	seus	súditos:	os	laços	não	são	recíprocos,	mas	
sim,	mecânicos.
• Conjunto	organizado	de	crenças	e	sentimentos	
comuns	a	todos	os	membros	do	grupo.
SOLIDARIEDADE	
MECÂNICA
•Derivada	da	divisão	do	trabalho	e	do	aumento	das	relações	
intersociais.
•Membros	da	sociedade	passam	a	ser	solidários	por	terem	uma	
esfera	própria	de	ação, interdependência.
•"Sistema	de	funções	diferentes	e	especiais":	a	função	que	o	
indivíduo	desempenha	é	o	que	marca	seu	lugar	na	sociedade.
SOLIEDARIEDADE	
ORGÂNICA
	
8	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
• Indicadores	de	Solidariedade:	
o Direito:	
§ Análogo	ao	sistema	nervoso:	regula	as	funções	do	corpo,	sanções	organizadas.	
§ Sociedades	 Primitivas:	 crime	 rompe	 coesão,	 por	 isso,	 punir	 é	 imprescindível	 como	 uma	 vingança	 ao	
agressor	na	mesma	intensidade	da	violação	dele	sobre	componentes	sociais	(crença,	tradição,	mito).	
§ Sociedades	Modernas:	mal	atinge	a	consciência	comum.	Regras	especializadas/	órgãos	executivos.	
• Suicídio:	
o Fenômeno	social	patológico;	
o Pode	 ser	 “altruísta”	 (sociedade	 >	 indivíduo,	 exemplo:	 homens-bomba),	 “egoísta”(por	 frustrações,	 perda	 da	
motivação	 para	 viver),	 ou	 por	 anomia	 (perda	 dos	 objetivos	 de	 vida	 e	 da	 identidade,	 exemplo:	 guerras,	
instabilidade	política,	desemprego,	“fracasso”	–	jovem	japonês).	
o Causas	objetivas,	exteriores	ao	indivíduo:	
§ Afrouxamento	dos	laços	a	ponto	de	deixar	o	indivíduo	escapar;	
§ Grupos	(família,	Igreja,	Estado);	
§ Valores	da	sociedadepolítica.	
• Moralidade	e	Anomia:	
o Patologia	das	sociedades	modernas;	
o Moral(...)	é	tudo	o	que	é	 fonte	de	solidariedade,	 tudo	o	que	força	o	 indivíduo	a	contar	com	seu	próximo,	a	
regular	seus	movimentos	com	base	em	outra	coisa	que	não	os	impulsos	de	seu	egoísmo,	e	a	moralidade	é	tanto	
mais	sólida	quanto	mais	numerosos	e	fortes	são	estes	laços. �	
o Redução	na	eficácia	da	religião	e	da	família,	não	dispondo	mais	da	antiga	unidade	e	indivisibilidade;	
o Atividades	profissionais	como	lugar	de	reconstrução	da	solidariedade	e	da	moralidade	integradoras	das	quais	
lhe	pareciam	tão	carentes	as	sociedades	industriais.	Moral	profissional.	
o Decomposição	moral:	
§ Economia	não	serve	ao	progresso	da	moral;	
§ Grandes	centros	=	imoralidade	coletiva	=	crescimento	número	de	suicídios	e	crimes.	
• Moral	e	Vida	social:	
o Moral:	 “sistema	de	normas	de	conduta	que	prescrevem	como	o	sujeito	deve	conduzir-se	em	determinadas	
circunstâncias”.	
o Ser	livre	é	agir	pela	razão,	praticando	o	dever:	
§ “O	homem	livre	é	aquele	que	contém	seu	egoísmo	natural,	subordina-se	aos	fins	mais	altos,	submete	os	
desejos	ao	império	da	vontade	e	conforma-os	a	justos	limites.	“	
o Autoridade	moral:	sociedade:	propósito	superior,	caráter	obrigatório.	
o O	homem	é	humano	porque	vive	em	sociedade:	ensina	virtudes	do	sacrifício,	fins	mais	elevados.	
• Religiões:	
o “Um	sistema	solidário	de	crenças	e	de	práticas	relativas	a	coisas	sagradas.	“	
o Coletividade:	aproximam	os	indivíduos,	tornando-os	mais	íntimos	e	revivendo	a	vida	coletiva.	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
9	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
MATRIZ	COMPREENSIVA	
MAX	WEBER	(1864	–	1920)	
• Objetividade	do	Conhecimento:	
o Cientista	inspirado	por	valores	próprios;	
o Distinção	entre	reconhecer	e	julgar:	
§ Ciência:	
⇒ Produto	da	reflexão	do	cientista;	
⇒ Procedimento	altamente	racional;	
⇒ Procura	explicar	as	consequências	de	determinados	atos.	
§ 	Política:		
⇒ Produto	da	reflexão	do	homem	de	vontade	e	de	ação;	
⇒ Convicções	e	deveres.	
o Operações	para	chegar	ao	conhecimento	que	se	pretende:	
1. Estabelece	leis	e	fatos	hipotéticos;	
2. Analisa	e	expõe	ordenadamente	esses	agrupamentos;	
3. Remonta	ao	passado	para	observar	como	se	desenvolveram	as	
diferentes	características	individuais	daqueles	agrupamentos;	
4. Avalia	o	futuro.	
o Acreditava	que	a	ciência	histórica	era	essencial	para	a	compreensão	da	
diversidade.	Não	analisava	as	particularidades	individuais,	mas	sim,	as	características	das	estruturas	sociais,	e	
negava	a	possibilidade	de	qualquer	causalidade	única	e	absoluta.	
• Tipos	puros	ou	ideias:	
o Modelo	simplificado	do	real:	a	partir	de	um	fragmento	de	uma	realidade	diversa,	procura	compreendê-la.	
o Unilateralidade,	racionalidade	e	caráter	utópico;	
o Modelo	de	interpretação-investigação�	instrumento	para	orientar	na	busca	de	causalidades.	
o Conceitos-tipo�	fórmulas	interpretativas	para	explicação	racional	dos	fatos		
• Ação	Social:	
o É	toda	ação	individual	dotada	de	sentido	(qualquer	ato	praticado	por	uma	pessoa	que	se	orienta	pela	ação	das	
outras).	
o 	Sua	motivação	é	a	tradição,	a	emoção,	os	interesses	racionais	ou	uma	associação	de	vários	desses	fatores.	
§ Exemplo:	 comprar	 chuteiras	 é	 uma	 ação	 orientada	 pela	 ação	 de	 outros	 jogadores	 de	 futebol	 que	
convencionaram	o	seu	uso.	
o Compreender:	captar	sua	conexão	de	sentido�	
§ Quanto	mais	racionalizadas,	menor	a	submissão	do	agente	a	costumes	e	afetos,	e	mais	compreensíveis.	
o Para	compreender	->	Tipos	Puros	ou	Ideias:	
§ Proporcionam	conjunto	articulado	de	princípios	racionais	para	a	explicação	das	personalidades	e	ações	dos	
avarentos.		
§ Exemplo:	personagem	“Avarento”,	de	Moliere:	
⇒ Principal	característica	é	a	avareza;	
⇒ Ações	orientadas	para	a	possibilidade	de	guardar	cada	vez	mais	dinheiro.	
o 4	Tipos	de	Ação:	
§ Escala	classificatória	(da	racionalidade	+	pura	até	a	irracionalidade):	
	
RACIONAL	DE	FINS
•Meios	necessários	ou	
adequados para	o	objetivo;
•Exemplo:	escolher	a	
chuteira	pela	finalidade	
(futebol	de	campo	ou	
salão)
RACIONAL	DE	VALORES
•Leva	em	conta	somente	sua	
fidelidade	a	valores ou	
crenças	do	agente;
•Exemplo:	escolher	a	
chuteira	pelo	seu	preço.
TRADICIONAL
•Hábitos	e	costumes;
•Exemplo:	escolher	a	
chuteira	pelo	modelo	que	a	
família	sempre	compra	
(sem	consciência	do	
sentido)	
AFETIVA
•Inspirada	em	emoções	
imediatas,	paixões;
•Sem	razão;
•Exemplo:	escolher	a	
chuteira	que	mais	o	atraia	
emocionalmente
	
10	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
• Relação	Social:	
o Conduta	plural,	reciprocamente	orientada,	dotada	de	conteúdo	significativo	que	descansam	na	probabilidade	
de	que	se	agirá	socialmente	de	certo	modo.	
§ Sentido	partilhado	(entendem	o	gesto);	
§ Exemplos:	hostilidade,	amizade,	trocas	comerciais,	concorrência	econômica,	relações	eróticas	e	políticas.	
⇒ Depende	do	contexto:	um	índio,	por	exemplo,	não	entenderia	o	gesto	de	passar	cartão	de	crédito.	
o Fundada	em	probabilidades	e	expectativas	recíprocas	de	comportamento	de	cada	agente.	O	sentido	das	ações	
sociais	pode	ser	compreendido	pelos	diversos	agentes	de	uma	sociedade.	
o Quanto	mais	racionais	as	relações,	mais	facilmente	poderão	ser	expressas	como	normas;	
o Conteúdo	comunitário:			
§ Sentimento	subjetivo	de	pertença	mútua	entre	as	partes	envolvidas;	
§ Exemplos:	membros	de	família,	estamento,	grupo	religioso,	escola,	torcedores	de	um	time,	amantes,	...	
• Classes,	Estamentos	e	Partidos:	
o Mecanismos	diferenciados	de	distribuição	do	poder,	o	qual	pode	assumir	a	forma	de	riqueza,	de	distinção	ou	
do	próprio	poder	político,	num	sentido	estrito.	
	
	
• Dominação:	
o Como	as	relações	sociais	persistem?		
§ Fundamento	da	organização	social:	dominação/produção	da	legitimidade.	
§ Poder:		
⇒ É	mera	imposição	de	vontade	dentro	de	uma	relação	social;	
⇒ Pode	ocorrer	em	inúmeras	situações.	Exemplo:	violência,	propaganda,	dinheiro.	
§ Dominação:		
⇒ É	a	submissão/obediência	habitual	sem	resistência;	
⇒ Percorre	todas	as	instâncias	da	vida	coletiva;	
⇒ Ocorre	de	forma	legal,	tradicional	ou	carismática.	
o 3	Tipos	Puros	de	Dominação	Legítima:	
	 DOMINAÇÃO	
RACIONAL-LEGAL	
DOMINAÇÃO	
TRADICIONAL	
DOMINAÇÃO	
CARISMÁTICA	
LEGITIMIDADE	 Direito	 Costume	 Veneração	
AUTORIDADE	 Impessoal	 Pessoa	do	Senhor	 Pessoa	do	Líder	
DOMINADOS	 Associados	 Súditos	 Adeptos	
EXEMPLO	 Democracia	 Absolutismo	 Totalitarismo	
	 Estatuído	
Leis	Formais	
Racional	
Tradição	
Hábitos	
Costumeiro	
Revelação	
Heroísmo	
Exemplar	
	
•Se	organizam	segundo	as	relações	de	produção	e	aquisição	de	bens.	Membros	na	mesma	posição	de	
propriedade;
•Exemplos: proprietários	de	terras	ou	de	escravos,	industriais,	profissionais	liberais,	trabalhadores	qualificados,	
...
CLASSE
•Comunidades de	honra;		
•Se	organizam	segundo	princípios	de	seu	consumo	de	bens	nas	diversas	formas	específicas	de	sua	maneira	de	
viver;
•Sentimento	de	pertença;
•Exemplo:	prestígio	de	tradicionais	famílias	de	regiões	brasileiras.
ESTAMENTO
•Ação	tipicamente	racional	de	buscar	influir	sobre	a	direção	que	toma	uma	associação	ou	uma	comunidade.	Luta	
pelo	domínio;
•Influir	sobre	aparato	e	tentar	ocupá-lo	com	seus	seguidores.
PARTIDO
	
11	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
o Luta	pela	Dominação	Legítima:	disputa	pelos	conteúdos	válidos	no	interior	das	relações	sociais.	
o Estruturas	de	Dominação:	
§ Carismática:	
⇒ Avanço	da	racionalidade;	
⇒ Desencantamento	do	mundo:	magia	substituída	pelo	conhecimento	científico;	
⇒ História	não	é	progresso	linear:	crises	e	descontinuidade;	
⇒ Desenvolvimento	formas	de	organização	racionais	e	burocratizadas	
⇒ Ruptura	pelo	líder	carismático.		
§ Burocracia:	
⇒ Tipo	ideal	que	organiza	a	dominação	racional-legal;	
⇒ Tipo	moderno	de	administração,	organizada	racionalmente,	com	crença	na	legalidade	das	normas;	
⇒ Superioridadetécnica:	precisão,	velocidade,	clareza,	especialização	de	funções;	
⇒ Por	excelência	a	forma	do	Estado	Moderno.	
⇒ Estado	Moderno:	
• Necessita	de	um	aparato	burocrático	para	exercer	o	poder;	
• Crescimento	da	população	e	expansão	territorial;	
• Existência	de	uma	economia	monetária;	
• Importância	social	da	previsibilidade�	
• Concentração	dos	meios	de	administração;		
• Complexidade	das	tarefas	administrativas;	
• Reivindicação	do	monopólio	da	violência	física	legítima.		
	
	
	
CONCLUSÃO	MATRIZES	SOCIOLÓGICAS:	
• Convergências:	as	perspectivas	conflitualista	e	 funcionalista	 são	estruturalistas,	 isto	é,	atribuem	grande	peso	às	
estruturas	sociais	na	determinação	dos	comportamentos	individuais.		
• Divergências:	 enquanto	 a	 perspectiva	 funcionalista	 foca	 em	 questões	 estruturais	 da	 sociedade	 relacionadas	 à	
coesão,	a	perspectiva	conflitualista	enfatiza	os	conflitos	sociais.	
• A	perspectiva	compreensiva	distingue-se,	pois,	 tende	a	atribuir	maior	 liberdade	às	pessoas	para	escolher	e	agir,	
sustentando	que	os	indivíduos	são	capazes	de	decidir	seus	próprios	rumos	e	resistir	aos	condicionamentos	sociais.	
• Debate	Agência	X	Estrutura:	
	
Conflitualista	e	Funcionalista:	
Sociedade	afeta	indivíduos	Estrutura>agente	
X	
Compreensiva:	
Indivíduos	criam	o	mundo	social	Agente>estrutura

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