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PESQUISA-AÇÃO JUNTO A UMA PROPRIEDADE DE AGRICULTURA FAMILIAR NA CONSTRUÇÃO DE UM BIODIGESTOR.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONIA - UNIR
CAMPUS VILHENA
DEPARTAMENTO ACADÊMICODE ADMINISTRAÇÃO - DEAD
Adriano José Bandieri
PESQUISA AÇÃO JUNTO A UMA PROPRIEDADE DE AGRICULTURA FAMILIAR NA CONSTRUÇÃO DE UM BIODIGESTOR.
VILHENA / RO
2017
ADRIANO JOSÉ BANDIERI
PESQUISA AÇÃO JUNTO A UMA PROPRIEDADE DE AGRICULTURA FAMILIAR NA CONSTRUÇÃO DE UM BIODIGESTOR.
 Artigo científico apresentado à Fundação Universidade Federal de Rondônia, campus de Vilhena, como requisito para obtenção do título de bacharel em Administração. Orientador: Prof. Me. Ronie Peterson Silvestre.
VILHENA / RO
2017
Adriano José Bandieri
Pesquisa Ação Junto A Uma Propriedade De Agricultura Familiar Na Construção De Um Biodigestor.
Artigo de conclusão de curso apresentado em 12 de Dezembro de 2017 ao curso de Administração da Fundação Universidade Federal de Rondônia, campus de Vilhena, como requisito para obtenção do título de bacharel em Administração.
 ___________________________________________________
Profº. Me. Ronie Peterson Silvestre– Orientador/UNIR
Orientador
Comissão Examinadora
 ___________________________________________________
Profº. Ana Cláudia Venturin da Costa - UNIR
Membro
 ___________________________________________________
Profª. Ana Paula Wendt Menegol- UNIR
Membro
VILHENA / RO
2017
RESUMO 
	Na busca de oferecer aos produtores rurais alternativas de desenvolver maior qualidade de vida, redução de gastos, aumento na produtividade e a preservação do meio ambiente, esta pesquisa tem como objetivo de examinar as implicações apresentadas na construção de um biodigestor realizado pelos próprios agricultores familiares. Com esses pontos a pesquisa buscou trazer ao produtor uma maneira de agregar todos esses fatores em um único projeto, sendo a construção de um biodigestor na propriedade rural, dando ênfase nos fatores que implicariam na construção de biodigestores realizado pelo agricultor familiar. A pesquisa prosseguiu tendo como foco no procedimento metodológico a pesquisa-ação trazendo não só a questão teórica como também a prática, fazendo assim com que não só o agricultor faça parte da pesquisa, mas também o pesquisador. 
Palavras Chave: Biodigestor, agricultura familiar, sustentável, pesquisa-ação.
ABSTRACT 
	In the search to offer rural producers alternatives to develop a higher quality of life, reduction of expenses, increase in productivity and preservation of the environment, this research aims to examine the implications presented in the construction of a biodigestor carried out by the family farmers themselves. With these points the research sought to bring to the producer a way to aggregate all these factors in a single project, being the construction of a biodigestor in the rural property, giving emphasis to the factors that would imply in the construction of biodigestores carried out by the familiar farmer. The research continued with a focus on the methodological procedure of action research bringing not only the theoretical question but also the practice, thus making not only the farmer part of the research, but also the researcher.
Keywords: Biodigestor, family farming, sustainable, action research.
1. INTRODUÇÃO
As propriedades rurais vêm sofrendo custos demasiados com produtos destinados a adubação e com o descarte inapropriado de dejetos de animais, além disso, os produtores podem estar prejudicando direta e indiretamente a sua própria saúde e bem estar. De acordo com Perdomo et al (2001), os dejetos gerados pela suinocultura comprometem a saúde tanto dos homens como dos animais, prejudicando também o meio ambiente em geral com a liberação elevada de nitrogênio, fósforo, sais e bactérias contido nos dejetos. 
Na busca constante de alternativas para diminuição da poluição ambiental, pode ser observado que o uso de dejetos de animais utilizado como fonte principal na produção de biogás e biofertilizante, se encontra mais frequentemente e em grande quantidade nas propriedades rurais. De acordo com Nutritime (2014), um dos meios para que isso possa ser realizado é a possível utilização do biodigestor tendo como input dejetos e output biogás e biofertilizante.
Hoje os pequenos produtores têm apoio do governo como o Pronaf – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (CRISALDO, 2015). Também muitos estão organizados em cooperativas e associações e representados por sindicatos. Essas dinâmicas são necessárias a fim de garantirem a competitividade e serem capazes de reduzir custos com insumos, como energia, gás de cozinha, fertilizantes e produtos para o aumento na produção de alimentos e pasto de melhor qualidade. A pesquisa sobre fontes sustentáveis, tem sido uma saída para a diminuição de gastos, aumentando assim a lucratividade e melhorando a qualidade de vida tanto do produtor como do meio ambiente.
Segundo Ferreira (2011) citado por Assis et tal, (2015), o biogás gerado através do biodigestor, é uma fonte de energia renovável podendo reduzir a dependência de combustíveis como carvão, petróleo ou o gás natural, podendo ser produzido a partir de quase todos os tipos de materiais orgânicos, gerando cortes nos custos da propriedade. 
Dessa forma esse trabalho tem o objetivo de examinar as implicações apresentadas na construção de um biodigestor realizado pelos próprios agricultores familiares. O método utilizado é qualitativo, sendo a base da pesquisa característica de um estudo de caso, através de pesquisa-ação, onde serão utilizados registros das atividades diárias por meio de observação, fotos e entrevista.
 A pesquisa possui como questão norteadora: Quais fatores implicariam quanto à construção de biodigestores realizados pelos próprios agricultores familiares? Descrevendo as expectativas dos agricultores em relação à construção do biodigestor, levando em consideração os custos necessários para implementação do biodigestor na propriedade, identificando o tempo gasto para a construção, e quais habilidades e conhecimentos dos agricultores que contribuíram para a ação.
A pesquisa justifica-se pelo fato da possível contribuição socioeconômica que trará para a população rural, mas abrindo um leque ainda maior com a preservação do meio ambiente e a correlação entre produtor rural e o consumidor intermediário e final diminuindo o custo e melhorando a qualidade do produto consumido. Contribuindo diretamente socioeconomicamente para a população rural.
Este trabalho apresenta cinco seções. Após esta introdução e referencial teórico, segue com a 3ª parte que apresentada a metodologia a onde se utilizada para apuração dos resultados. A 4ª seção apresenta a análise de resultados obtidos durante a pesquisa-ação, dando sequencia a última divisão do trabalho que trás as considerações finais da pesquisa com suas limitações e novas sugestões para análises futuras.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Agricultura familiar
A expressão “Agricultura Familiar” veio à tona no contexto brasileiro nos meados dos anos 1990, tendo a CONTAG (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) e o PRONAF (Programa nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) como seus dois pontos fortes.
Conforme Schneider (2003) a expressão teve força partindo de dois eventos que tiveram grande importância tanto social como politica em meio ao seguimento rural, sendo os movimentos sociais do campo que eram ligados a CONTAG aonde a expressão conduzia a uma nova categoria-síntese que amparava categorias como arrendatário, posseiro, etc., sendo que em meados dos anos de 1990 veio uma onda desses movimentos, surgindo assim manifestações que permanecem até hoje como o “GRITO DA TERRA”, e a criação do PRONAF que dava força aos sindicatos rurais para enfrentar problemas que surgiam na época em meio à abertura comercial, buscando por guarida através de aquisições de créditos agrícola. 
Segundo Plein et al (2011) a agricultura familiar tem sua genealogianas formas camponesas, constituída por sociedade autônoma, onde a maior parte da produção era destinada para o subsistência ou para uma pequena parcela no mercado incompleto. Conforme foi aumentando suas interações com a sociedade capitalista, seu modo de vida camponês sofreu mudanças dando origem a agricultura familiar. 
Conforme Stoffel et al (2014), produção agrícola de pequeno porte compara o agricultor familiar com o camponês, ambos pertencendo a um mesmo grupo ou categoria, que identifica o agricultor familiar como o produtor rural de pequeno porte (extensão territorial), assim caracteriza – o através da importância do ponto de vista econômico e político, sendo uma categoria social integrada no meio rural, fazendo parte de um grupo no qual representa a agricultura de forma capitalista.
Para Abramovay (2010) alguns dos conceitos de produtor familiar além de ser através da gestão que atua desde a produção até a comercialização através do trabalho familiar, pode também identificar como agricultura familiar a que vem sendo passada de geração em geração sendo uma cultura criada por meio da agricultura. Abramovay ainda destaca, que em nenhum outro ramo de atividade se vê tão frequentemente essa sucessão. Conforme Stoffel et tal (2014) apud Graziano da Silva (1978), alguns requisitos como a configuração do trabalho familiar com a unidade de produção, a posse dos instrumentos de trabalho, a existência de fatores que permitam uma produção de excedentes destinados ao mercado, não sendo fundamental ser proprietário da terra mas ter a posse da mesma, podendo assim ser incluído o parceiro o arrendatário e o posseiro como produtor rural.
A agricultura familiar pode se denominar através da ligação direta e íntima entre a propriedade o trabalho e a família, onde um ou mais membros da família vem trazendo todo ou maior parte do conhecimento e técnicas rurais de seus antepassados. Os agricultores familiares ganham cada vez mais espaço não só no meio rural, mas também urbano através da pluriatividade ou polarização, não saindo da área rural para morar na cidade e sim buscando métodos de crescer em meio à agricultura (ABRAMOVAY, 2010; SCHNEIDER, 2010;GRAZIANO 1997).
Na procura de maior renda, o produtor rural pratica a pluriatividade “situações sociais em que os indivíduos que compõem uma família com domicílio rural passam a se dedicar ao exercício de um conjunto variado de atividades econômicas e produtivas, não necessariamente ligadas à agricultura ou ao cultivo da terra” (SCHNEIDER 2003, pg. 100-101).
Conforme Graziano (1997); Schneider (2010) o processo de pluriatividade pode ser resumido através do mercado de trabalho que combina através do entroncamento entre a gestão das atividades agropecuárias com as atividades típicas urbanas, desde a prestação de serviços manuais a emprego temporário nas indústrias. 
E dessa maneira Graziano (1997) descreve que trabalhadores urbanos liberais vêm sendo atraídos cada vez mais para a área rural, visualizando o campo como uma oportunidade de crescimento, e vice-e-versa. 
Segundo Guanziroli et al (2012) a agricultura familiar não tem nenhuma conotação de superioridade em quanto a agricultura não familiar, baseando apenas na produção da mão de obra e exercendo gestão de empreendedorismo diretamente, tendo alguns familiares envolvidos na produção. 
2.2 Desenvolvimento sustentável na Agricultura familiar.
Para Kageyama (2004) o desenvolvimento rural foi reconhecido a partir da cultura voltada para a sustentabilidade, buscando agregar a agricultura orgânica, administração da paisagem, agro turismo. Quando passa de apenas produtor para fornecedor, tem um novo posicionamento de mercado a onde depende dos aspectos como desenvolvimento regional, ou econômico.
Conforme Boff (2015), sustentabilidade vai além da integridade do planeta e da preservação do meio ambiente. Sustentabilidade trata também da realização e expansão das potencialidades da civilização humana, o atendimento das necessidades das futuras gerações. É preciso buscar conhecimento, ficar atento à prevenção e precaução.
A sustentabilidade pode ser observada nas ações do dia-a-dia, sendo necessário ser cautelosos e agir de forma responsável. De acordo com Boff (2015) para existir Sustentabilidade deve ser necessário que permaneça um ciclo de sistema natural contínuo havendo a conservação do meio ambiente, para que a vida na terra continue a existir. Defendendo a paridade entre o consumo e a regeneração do meio ambiente, para que não haja mais consumo do que o sistema possa produzir naturalmente.
Toda ação exercida através de recursos naturais está sujeita a um impacto no sistema, porém essas ações devem ser avaliadas de antemão, para que se possam ter meios de reduzir ou até neutraliza-lo. 
Segundo Andrade, Tachizawa e Carvalho (2000), em função das exigências da sociedade, tornam-se necessário a busca por um posicionamento mais apropriado e responsável, para que se possa minimizar a diferença entre os resultados econômicos e sociais, bem como da preocupação ecológica. O autor defende a necessidade de um novo posicionamento em quanto à interação com o meio ambiente, sendo de extrema importância para a qualidade de vida da população.
Conforme Veiga (2010), não só por opção econômica, mas também ambiental e ética, a necessidade do direcionamento das atividades de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) como tem sido chamado de “energia alternativa” é eminentemente moral. E a falta de recursos para a CT&I só mostra o quanto estamos atrasados para retomar a ética, enquanto a preservação do meio ambiente.
Para Barbosa (2011) o biodigestor pode trazer benefícios econômicos, como a utilização do gás e do biofertilizante, percebido por meio da geração de energia pelo gás e biofertilizante utilizado para adubação em geral.
2.3Definições de Biodigestor
Todo material biodegradável pode se decompor através de uma ação natural, e essa decomposição depende de alguns fatores como a umidade, temperatura, quantidade de oxigênio e microrganismos. Todos esses fatores vão determinar o ritmo da decomposição pra que ela possa acontecer. Segundo Castanho e Arruda (2008), o biodigestor é uma ferramenta que vai fazer com que todo esse processo possa ser executado, podendo resumir o biodigestor em uma câmara onde a matéria orgânica ou biodegradável após ser diluída em água, sofre um processo de fermentação, resultando na produção de um líquido com grande capacidade de fertilização e na produção de gás metano, sendo esse líquido o biofertilizante e o gás conhecido como biogás.
O biodigestor é um equipamento que gera gás e fertilizante pronto para o uso direto, através de dejetos de animais ou de quase toda matéria orgânica. Para Mattos (MATTOS e JÚNIOR, 2011, p. 7). “biodigestor é um equipamento que transforma o esterco de curral em gás (Biogás) inflamável, que pode substituir o gás de cozinha comprado em botijões (Gás Liquefeito de Petróleo ou GLP)”. Conforme Nutritime (2014), o biodigestor pode ser definido como um equipamento constituído por uma câmara fechada onde uma biomassa é fermentada anaerobicamente (sem a presença de ar). A transformação obtida pelo biodigestor resulta em dois outputs, biogás (metano) e biofertilizante. 
Segundo Heck (2013), o biodigestor segue dois princípios de abastecimento, o abastecimento de forma única e o de forma contínua. O modelo utilizado por produtores rurais é por abastecimento contínuo, por ser abastecido diariamente ,como é o caso de propriedades suinícolas que obtém carga (dejetos) com regularidade.
Conforme Fonseca, Araújo e Hendges (2009), após compreender os biodigestores de abastecimento contínuos, podem ser observados que os modelos mais difundidos no Brasil são: modelo chinês (Figura 1), e o modelo indiano (Figura 2). Os dois possuem basicamente a mesma estrutura para a produção, sendo: compartimento de entrada, compartimento de transformação do biogás e do biofertilizante, e o de armazenamento. O modelo chinês é considerado o mais simples e econômico, e o modeloindiano, o mais sofisticado e técnico por aproveitar melhor o biogás (NUTRITIME, 2014).
Nas figuras 1 e 2 a seguir é apresentado o processo de funcionamento dos dois modelos. 
Figura 1- Modelo de biodigestor chinês
Fonte: apud Junqueira (2014)
Figura 2 - Modelo de biodigestor indiano
Fonte: apud Junqueira (2014) 
O biodigestor modelo indiano se destaca do chinês pela armação da campanula conforme a figura 1 e 2 demonstra, sendo o indiano com uma melhor estrutura trazendo menos perca de gás, porem necessitando de maior investimento financeiro.
Na busca por um melhor custo beneficio já se usa o modelo de biodigestor canadense. O biodigestor canadense é do modelo horizontal conforme mostra a Figura 3, sendo composto por três caixas sendo uma de entrada uma de processamento coberta por uma manta de PVC e uma de saída (NUTRITIME, 2014).
 
Figura 3 - Modelo de biodigestor canadense
Fonte: figura adaptada apud Junqueira (2014)
Esse biodigestor possui um recipiente de entrada ou abastecimento onde os dejetos são inseridos, seguindo através de uma tubulação caindo dentro da câmara de fermentação que vai gerar o biogás, e nessa mesma câmara se encontra uma repartição para que o biofertilizante em processo possa ser separado dos dejetos mais sólidos seguindo por uma tubulação até chegar ao reservatório a onde vai ser alocado para retirada. 
Conforme Junqueira (2014) a primeira caixa é a de entrada do dejeto que vai ser direcionado para caixa central, que é feita de alvenaria sendo sua profundidade menor que sua largura, onde o sol possa agir fazendo com que aumente o calor para que possa ocorrer a biodigestão, essa caixa central é coberta por uma manta de PVC ou material similar tendo como finalidade conter o gás, que vai ser distribuído por um encanamento conectado a manta, e uma terceira caixa que vai ser utilizada para o despejo do biofertilizante após o processo. 
Para a construção do biodigestor pode ser observado que o modelo Canadense segue com um menor custo sendo uma diferença considerável. Para Junqueira (2014) esse modelo tem um menor custo, construção mais simples, porém uma menor durabilidade do material utilizado e uma maior chance de ocorrer acidentes como perfuração da manta ocorrendo vazamento de gás. 
Quanto a capacidade de geração de biomassa e biogás, o modelo Indiano, Chinês e Canadense, Conforme Calza et al (2015) é demonstrada através de cálculos realizados chegando ao seguintes valores da tabela 1.
Tabela 1 - Custo por modelo de biodigestor
	Capacidade do biodigestor por estimativa da produção
	Custo total por modelo de biodigestor (R$)
	Quantidade de animais (suínos)
	Capacidade de biomassa (m³)
	Prod.
De biogás
(m³/dia)
	Capacidade do Biodigestor (m³)
	Indiano
	Chinês
	Canadense
	20
	6,44
	7,12
	20
	5.065,70
	4.052,50
	2.104,00
	40
	12,88
	14,24
	40
	7.099,30
	5.679,40
	3.162,00
	60
	19,32
	21,36
	60
	9.440,20
	7.552,10
	4.188,00
	80
	25,76
	28,48
	80
	11.470,90
	9.176,70
	5.214,00
	100
	32,20
	35,60
	100
	12.486,30
	10.801,40
	6.240,00
Fonte: Tabela adaptada Calza et al (2015) 
Pode ser analisado através da tabela que o modelo de biodigestor mais indicado na produção de suíno por ter menor custo é o canadense comparando com o indiano que tem um maior custo com um menor número de animais. Para 100 animais a produção diária de dejetos dos suínos chega a 32,2m³ e 35,6m³ de biogás por dia, ao considerar os dois modelos Indiano e Canadense na produção de 100 animais o custo do modelo Canadense é de R$6.240,00 já no indiano um biodigestor com capacidade de 40 animais ultrapassa o valor, chegando a R$7.099,30 com produção de apenas 14,24m³ de biogás.
Conforme Calza et al (2015) uma propriedade com criação de 20 suínos tem como estimativa uma produção diária de 6,44m³ de dejetos com uma produção de biogás de 7,12m³/dia, para uma propriedade com 40 animais a produção de dejetos passa para 12,88m³ e a de biogás para 14,24m³, conforme dobra a quantidade de animais também dobra a quantidade de dejetos e biogás, e assim sucessivamente.
A tabela 2 apresenta o valor estimado para produção total de Dejetos (Kg) diários, servindo como base para construção de uma nova tabela.
Tabela 2- Produção média diária de esterco (kg), esterco + urina (kg) e dejetos líquidos (L) por animal por fase
Fonte: Serpa Filho et al (2013, p.63) apud Oliveira (1993).
Conforme Junqueira (2014) para se calcular as principais dimensões do biodigestor apresentado na figura 5 tivemos como modelo matemático utilizado e desenvolvido por Ribeiro (2011) demonstrado na tabela 3, sendo este utilizado na construção de variados modelos de biodigestores com fossa trapezoidal, utilizado por produtores da américa Central. 
Figura 5 - Seção transversal do biodigestor tipo canadense
Fonte: Junqueira (2014, pg. 19) apud Ribeiro (2009).
Para se construir um biodigestor no modelo canadense pode-se usar o cálculo demonstrado no quadro (1) para que se obtenha o dimensionamento adequado da capacidade do biodigestor, desde que tenha os dados necessários como carga diária de dejetos e saiba qual o tempo de retenção necessário para a matéria orgânica usada.(JUNQUEIRA, 2014; CALZA et al 2015).
Quadro 1- Cálculo de Capacidade do Biodigestor
	
VB=VC x TRH
	VB= Volume do biodigestor (m³)
	
	VC= Volume de carga diária (dejetos + água) (m³/dia)
	
	TRH= Tempo de retenção hidráulica (dias)
Fonte: tabela adaptada Junqueira (2014) apud Calza (2015)
O Tempo de retenção é o tempo de processo de biodigestão da matéria dentro da cúpula. “O tempo de retenção pode variar de reação para reação, porém normalmente leva de 30 a 45 dias para a formação do biogás. Entretanto, em algumas situações, na primeira semana de retenção hidráulica, já é possível verificar a existência de biogás em menores proporções” (JUNQUEIRA 2014 - p.5).
Conforme Junqueira (2014), a tabela 3 demonstra o dimensionamento necessário de cada parte do biodigestor canadense, obtidos através dos resultados das formulas.
Tabela 3 - Equações para cálculo das dimensões do biodigestore
	Fórmula
	Descrição
	
P = C = 2rπ (Eq. 2)
	P = perímetro total transversal (campana mais fossa) C = circunferência da bolsa r = raio da bolsa plástica
	
A% = 0,621 p² – 0,042 p + 0,352 (Eq. 3)
	A% = porcentagem do perímetro transversal destinado ao arco p = proporção da fase gasosa desejada (p≤0,4)
	b = (-1/3 A% + 1/3)P (Eq. 4)
	b = lateral, base ou largura menor da fossa
	a = 1,618b (Eq. 5)
	a = largura maior da fossa
	h = 0,951b (Eq. 6)
	h = profundidade da fossa
	Af = 0,4755(a+b)b (Eq. 7)
	Af = área transversal da fossa
	At = Af /(1-p) (Eq. 8)
	At =área total transversal ou área transversal da fossa mais área transversal da campana
	Ag = At - Af (Eq. 9)
	Ag = área transversal da campana ou área transversal destinada para o gás
	Vt = AtL (Eq. 10)
	Vt = volume total do biodigestor (campana mais gás)
L = comprimento do biodigestor
	Vf = AfL (Eq. 11)
	Vf = volume total da fossa
	Vg= AgL (Eq. 12)
	Vg= volume total do gás
Fonte: Adaptada Junqueira (2104) apud Ribeiro (2011)
Desta maneira conforme Junqueira (2014), devemos construir as caixa de entrada e saída de maneira que possam comportar a quantidade de dejetos produzidos. “As dimensões da caixa de entrada devem ser suficientes para que seu volume suporte o volume de carga diário, enquanto que para a caixa de saída o dimensionamento é feito para um volume, no mínimo, três vezes o volume da carga diária, para que o biofertilizante seja armazenado” (JUNQUEIRA, 2014. p.21).
O quadro (2) esboça o material necessário para construção de um biodigestor modelo canadense conforme Junqueira (2014)
Quadro 2- Materiais para construção de um biodigestor
	Caixa de alvenaria ou fibra para caixa de entrada.
	Manta de cobertura de PVC flexível de 1,0mm.
	Tubulação de PVC de 150 mm para esgoto (branca), para a entrada de dejetos e saída de biofertilizante.
	Tubulação e conexões de PVC de 1” ou ³/4para água (marrom) para a condução do biogás.
	Caixa de alvenaria ou fibra para o armazenamento do biofertilizante
Fonte: Adaptado Junqueira (2014)
	No fluxograma segundo Junqueira (2014) mostra passo a passo para construção do biodigestor partindo da escavação até chegar ao ponto de iniciar a carga de dejetos.
Figura 4 - Fluxograma – Instalação do biodigestor.
	
Início
Escavar um buraco no solo, com as medidas definidas no projeto de dimensionamento.
Colocar tubos e colar mangas da manta no biodigestor.
Fixar o perímetro da manta plástica, enterrando-o, ou com selo d’água.
Escavar um buraco maior, na saída do biodigestor, para acomodar o tonel ou caixa de saída de biofertilizante.
Instalar a tubulação de biogás
Abrir a manta plástica de PVC sobre o buraco
Fim
Fonte: Adaptada Junqueira (2014)
3. METODOLOGIA
Para Gil (2009) a pesquisa pode ser definida como um processo formal e ordenado de desenvolvimento do método científico, com o objetivo de obter uma resposta para um problema no método científico. 
Segundo Cervo e Bervian (2002), o método é um conjunto ordenado e eficiente de procedimentos que surge ao decorrer da historia ou pesquisa, na busca de um resultado específico. Sendo o método cientifico um instrumento de trabalho, onde o resultado dependerá do usuário.
3.1 Tipo de pesquisa e métodos de procedimentos
Com a oportunidade de demonstrar a construção do biodigestor na área rural e os fatores que influenciaram no mesmo, tendo a sustentabilidade como objetivo a ser alcançado, este estudo se caracteriza em uma análise qualitativa, tendo como base, método de apuração, através de pesquisa-ação utilizando registros das atividades diárias através de fotos, observação participante, e entrevista com os agricultores.
A pesquisa de método qualitativo segundo Creswell (2010) se baseia em dados analisados através de textos e imagens a onde o resultado da análise é único, sendo obtidos através de diferentes estratégias de investigação e métodos de coleta, posteriormente analisados e interpretados. Estudo de caso para Barros e Lehfeld (2007) o termo refere-se à análise minuciosa de um caso individual, explicativa de patologias.
3.2 Tipos de dados e coletas de dados
Segundo Thiollent (2005) a pesquisa-ação tem como objetivo esclarecer ou resolver problemas de uma determinada situação, partindo de acompanhamento de um conjunto de tarefas que seria das decisões, ações, e das atividades das pessoas ligadas diretamente a situação. 
Para Gil (2010) a pesquisa-ação tem como desígnio diagnosticar um problema especifico, com vista a alcançar um resultado prático e eficiente, adquirindo assim conhecimentos claros, precisos e objetivos. A pesquisa-ação tende a fazer com que o pesquisador faça parte da pesquisa.
Conforme Thiollent (2005) alguns dos principais aspectos da pesquisa-ação é a interação entre o pesquisador e pessoas ligadas diretamente com a pesquisa, resultando na ordem de prioridade dos problemas com a solução a ser encaminhada sob forma de ação concreta, o objetivo da investigação é constituído pela situação social e pelos problemas encontrados.
“Pela pesquisa-ação é possível estudar dinamicamente os problemas, decisões, ações, negociações, conflitos e tomadas de consciência que ocorrem entre os agentes durante o processo de transformação da situação” (THIOLLENT, p.21 2005).
Para se utilizar do método de observação é preciso estar atento ao aplicar os sentidos físicos a um objeto para que se possa subtrair dele resultados claros e precisos, estar atento para que obtenha uma observação exata, precisa, contínua e ordenada (CERVO e BERVIAN, 2002).
Conforme Andrade (1995), a entrevista é uma técnica de observação, consistindo em um dialogo para obter dados relevantes a pesquisa, sendo de fontes selecionadas, podendo ser utilizada com pessoas de todos os seguimentos sociais. Tendo como a possibilidade de repetir ou reformular a pergunta com o intuito de esclarecê-la, obtendo assim dados mais precisos.
Segundo Creswell (2010), dentro da categoria de coleta de dados qualitativos além da entrevista, estão os materiais audiovisuais, sendo a fotografia uma forma de coleta de dados de valor significativo.
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
4.1 Desenvolvimento do projeto.
O desenvolvimento do projeto foi realizado na Estância Nossa Senhora Aparecida, localizada na Gleba Corumbiara linha 125 setor 1º de Maio, na cidade de Vilhena, que pertence ao cone sul do estado de Rondônia. Sendo residentes os proprietários, Eusébio M. Bandieri, Genessi S. de Abreu Bandieri e Adriano J. Bandieri. A principal fonte de renda dos agricultores familiares origina-se da criação de suínos, da aposentadoria do Srº Eusébio e da Srª Genessi, e também do salário fixo do Adriano proveniente de um trabalho estável na cidade, sendo uma atividade não agrícola, compondo assim no fator econômico da família.
A construção do biodigestor foi estimulada a partir da viabilidade econômica e na criação do biofertilizante, segundo Barbosa (2011) o biodigestor pode trazer benefícios, como o gás e o biofertilizante, percebido por meio da geração de energia pelo gás e biofertilizante utilizado para adubação em geral. 
O modelo de biodigestor escolhido foi o canadense, pois apresenta um melhor custo beneficio para o agricultor familiar, conforme Junqueira (2014) esse modelo tem um menor custo e construção mais simples.
4.1.1 dados necessários para cálculo do projeto
A propriedade pesquisada tem seu foco na suinocultura, seu plantel é formado por nove (09) animais entre machos, porcas em gestação, matrizes e leitões desmamados.
	A tabela 4 demonstra a quantidade de animais por fase e a quantia de dejetos Esterco + urina (kg) tendo como referência a tabela 2, podendo assim calcular a quantidade de dejetos em m³/dia.
De acordo com a tabela 2, levando em consideração a quantidade e a fase dos animais que formam o plantel, é demonstrada adaptada na tabela 4 a base para abastecimento e formação do biodigestor.
Tabela 4 - Número de animais na propriedade separados por fase e produção média diária de dejetos em estado sólido (Kg) e liquidos (L) resultado já calculado pela quantidade de animais.
	Categoria de Suínos
	Quantidade de animais
	Dejeto Sólido (Kg/dia)
	Dejeto Sólido + Urina (Kg/dia)
	Dejeto Liquido (L)
	25-100kg
	02
	4,60
	9,8
	14,00
	Porcas em Gestação
	02
	7,20
	22
	32,00
	Porcas em Lactação
	--
	--
	--
	--
	Machos
	02
	6,00
	12
	18,00
	Leitão Desmamado
	03
	1,05
	2,85
	4,20
	Média Total
	09
	18,85
	46,65
	68,20
Fonte: Autor 
4.1.2 cálculos e respectivos resultados para construção do projeto
Para obter o dimensionamento necessário da campana, é necessário saber a quantidade de biogás produzido. Para Junqueira (2014) a produção média em m³ de gás por kg de dejetos de suíno é de 0,082m³/kg, e junto com a tabela 4 obtemos o resultado através da multiplicação 0,082m³/kg X 18,85Kg = 1,5457m³, podendo confirmar na tabela 5 (Vg), sendo o valor médio total da produção diária de biogás.
Para fazer o cálculo de capacidade do biodigestor, segundo Junqueira (2014) é preciso saber o VC e o TRH, informações obtidas através da fonte da matéria orgânica utilizada, para o suíno o TRH é em média de 35 dias e para a relação água dejeto para o VC é de 1:1,3 (1 de dejeto para 1 parte mais 0,3 de água). Sendo que VB= Volume do biodigestor (m³), VC= Volume de carga diária (dejetos + água) (m³/dia), TRH= Tempo de retenção hidráulica (dias).
VC = 46,65 (kg) ”dejetos”+ 60,645 (L) “água” = 107,295 (L)/1.000=0,107295m³/dia
TRH=35 dias
VB = ?
VB = VC x TRH
VB = 0,107295m³/dia x 35 dias
VB = 3,755325m³
Esse resultado servirá de base para os cálculos de dimensões do biodigestor, demonstrado na tabela 5 seus resultados, a fim de obter um volume próximo ao encontrado acima. Para início dos cálculos, foi utilizado valore para o raio da campana (r), a proporção de fase gasosa desejada (p) sendo essa menor que 40% da capacidade,para que a fase liquida possa manter a campana cheia de gás conforme Junqueira (2014) apud Ribeiro (2011) e Botero (2008), caso contrario o biodigestor seria ineficiente, e o comprimento do biodigestor (L), indicados abaixo.
r = 0,65m
p = 0,40 (40%)
L = 3,00m
Tabela 5- Equações para cálculo das dimensões do biodigestore com respectivos resultados.
	Fórmula
	Descrição
	Resultado
	
P = C = 2rπ (Eq. 2)
	P = perímetro total transversal (campana mais fossa) C = circunferência da bolsa r = raio da bolsa plástica
	
4,082m³
	
A% = 0,621 p² – 0,042 p + 0,352 (Eq. 3)
	A% = porcentagem do perímetro transversal destinado ao arco p = proporção da fase gasosa desejada (p≤0,4)
	
43,45%
	b = (-1/3 A% + 1/3)P (Eq. 4)
	b = lateral, base ou largura menor da fossa
	0,77m
	a = 1,618b (Eq. 5)
	a = largura maior da fossa
	1,24m
	h = 0,951b (Eq. 6)
	h = profundidade da fossa
	0,73m
	Af = 0,4755(a+b)b (Eq. 7)
	Af = área transversal da fossa
	0,74m²
	At = Af /(1-p) (Eq. 8)
	At =área total transversal ou área transversal da fossa mais área transversal da campana
	1,23m²
	Ag = At - Af (Eq. 9)
	Ag = área transversal da campana ou área transversal destinada para o gás
	0,49m²
	
Vt = AtL (Eq. 10)
	Vt = volume total do biodigestor (campana mais gás)
L = comprimento do biodigestor
	
3,68m³
	Vf = AfL (Eq. 11)
	Vf = volume total da fossa
	2,21m³
	Vg= AgL (Eq. 12)
	Vg= volume total do gás
	1,47m³
Fonte: Adaptada Junqueira (2104) apud Ribeiro (2011)
4.1 CONSTRUÇÃO DO BIODIGESTOR
A construção do biodigestor se iniciou a partir do dia 02 de novembro e teve sua obra concluída no dia 23 de novembro de 2017, com o tempo disponível principalmente nos finais de semana e feriados, pois um dos moradores divide a atividade rural com trabalho na cidade, consequentemente fazendo com que os moradores que passavam a maior parte do tempo na propriedade dispunham mais tempo para o desenvolvimento da construção do projeto.
Para obter o dimensionamento necessário com um posterior crescimento de produção de suínos dobrando o número de baias, o biodigestor será construído com a base de 110 cm, altura de 120 cm, largura maior de 130 cm e um comprimento de 300 cm, sendo essas medidas interna, obtendo o resultado do volume da fossa de 4,32m³.
Seguindo o dimensionamento da caixa de entrada e da caixa de saída citado por Jumqueira (2014), sendo a carga diária média de 107,295 litros a caixa de entrada deve ter uma média de 100 litros, e para a caixa de saída deve ter em média 300 litros. Podendo ser construída em PVC ou Alvenaria.
Os custos para a construção foi representado a partir da tabela 6 que demonstra o valor de cada material e se foi adquirido especificamente para a construção do biodigestor, demonstrando os respectivos valores dos produtos utilizados.
Tabela 6 - Custo e quantidade média de materiais gastos na construção do biodigestor.
	PRODUTO
	Quantidade Aproximada
	Valor médio
 Unidade x Qtde
	Valor médio sem Reaproveitamento
	TIJOLOS
	400
	R$220,00
	R$220,00
	CIMENTO
	175 kg
	R$108,50
	R$108,50
	AREIA 
	0,7 m³
	Reaproveitamento
	R$70,00
	SEIXO 
	0,13m³
	Reaproveitamento
	R$11,00
	TRELIÇA H8 6m
	3,4 m
	Reaproveitamento
	R$12,75
	CANO Pvc 100 mm
	3 m
	Reaproveitamento
	R$1,50
	FLANGE ¾
	1
	R$9,50
	R$9,50
	LONA 
	4,5x2,5 m
	Reaproveitamento
	R$280,00
	TOTAL
	R$338,00
	R$713,25
Fonte: Dados da pesquisa.
Desta maneira, a tabela 6 indica que o produto que tem a maior influencia do custo da construção do biodigestor é a lona, representeando 39,25 % do valor da obra. Dentre os materiais reaproveitados que já se encontravam na propriedade, como a maioria sendo sobra de materiais de outra construção, já a lona se encontrava guardada assim como a madeira, ambos adquiridos juntamente com uma carga de madeiras de demolição para a construção da residência.
O local escolhido para a construção do biodigestor segue as normas estabelecidas por Junqueira (2014) não ficando tão próximo de qualquer construção e a menos de 50 metros do local a ser utilizado o gás, começa então a escavação partindo da cova central como demonstra na figura 6.
Figura 6 - Escavação para implantação do biodigestor
Fonte: Dados da pesquisa.
A figura 6 demostra que a partir da escolha do local, foi esquadrejado o perímetro da vala onde o biodigestor foi construído, utilizando linha para esquadrejamento, cortadeira, enxadas e pá, para a abertura da foça. 
Nessa etapa tiveram algumas dificuldades, tanto na medida do biodigestor, pois ainda estava em análise para tirar algumas duvidas, e tempo curto para a realização do projeto, onde ocorreu erro na abertura da fossa ultrapassando a medida necessária. Como também no esforço necessário para realização da etapa, pelo fato dos agricultores Sr.º Eusébio e a Sr.ª Genessi serem aposentados, os dois por idade e um deles encostado inicialmente por invalides após sofrer um AVC, o esforço físico para abertura da fossa central foi bem exaustivo, e também pelo fato do trabalho fixo do Adriano, fazendo com que só poderia ajuda-los nos finais de semana e feriados. 
Ao concluir as escavações, começou o levantamento da parte de sustentação do biodigestor demonstrado em três imagens anexadas a figura 7. 
Figura 7 - Construção do Biodigestor
Fonte: Dados da pesquisa.
A construção da base de sustentação até a superfície do projeto demorou dois dias de serviço para sua conclusão, o posterior reboco nas laterais apresentam a importância da impermeabilidade externa e interna ao biodigestor.
Nessa etapa a mão de obra qualificada fez falta, pois a maneira como as paredes foram levantadas, conforme a figura 5 de Junqueira (2014, pg. 19) apud Ribeiro (2009) demonstra de forma mais clara, foi o que mais implicou na construção dessa etapa, com a utilização da criatividade dos moradores através de um esbouço feito com sobras de ripamento encontrado na propriedade, as paredes foram levantas, sendo uma medida menor na parte inferior comparando com a superior dando um formato trapezoidal, sendo o concreto feito com traços de quatro latas de areia por uma lata de cimento, diluídos de forma manual em uma caixa. Após concluir a construção, a figura 8 demonstra o biodigestor pronto para ser utilizado.
Figura 8 - Biodigestor
Fonte: Dados da pesquisa.
A figura 8 demonstrou o resultado da construção do biodigestor. A fixação da lona foi feita a partir da utilização de caibros e selante poliuretano (Pu) ou adesivo plástico, para vedação da lona, de maneira que o caibro fixe a lona contra a parede do biodigestor. Todas as figuras mostram as principais etapas para construção do biodigestor adaptadas, apresentadas por Junqueira (2014) no fluxograma 1. 
Desta maneira, como demonstra a figura 5 de Junqueira (2014, pg. 19) apud Ribeiro (2009), a figura 8 apresenta de maneira real o biodigestor canadense com todas as suas características.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A construção do biodigestor seguiu as recomendações de escolha de local, fórmula de dimensionamento caracterizados por JUNQUEIRA (2014). A construção foi desenvolvida pelos próprios agricultores com materiais adquiridos e reaproveitados que estavam na propriedade rural demonstrados na tabela 5.
A construção do biodigestor no inicio do projeto veio com dúvidas e pouca crença no mesmo, tanto em questão de resultado como nos gastos que poderia sair do orçamento da família. Porém após o inicio da construção surgindo dúvidas e as esclarecendo, em questão de medidas e formas adotadas e o material a ser usado, as expectativas e vontade de fazer dar certo foram aumentando gradativamente por parte dos agricultores. 
O fator que mais implicou na construção do projeto, foi à falta de conhecimento dos proprietários que não faziam parte da analise e construção da pesquisa teórica do artigo, pela falta de energia na propriedade para realização de pesquisas e utilização de maquinários, e pela falta de mão de obra especializada. 
Dentre as limitações da pesquisa-ação, a baixarenda foi um impasse para a construção, mesmo havendo a pluriatividade sendo que o idealizador do projeto trabalha no setor urbano, sendo um trabalho manual por parte do mesmo atuando somente finais de semanas e feriados. Alguns outros fatores que implicaram na construção, tempo curto para análise e construção do projeto, trazendo junto a desfavor o clima chuvoso, a qual limitava a continuação da obra.
Além da dificuldade de tempo e financeira dos agricultores, a construção do biodigestor concretizou-se. 
Todavia, esta pesquisa pode servir de parâmetro para futuras explorações e confirmações sobre o tema. Sugere-se que as próximas pesquisas sejam exploradas além da construção, buscando elaborar um manual trazendo métodos e procedimentos simplificados para que outros produtores rurais possam construir e utilizar o biodigestor, sugerindo também a viabilidade econômica/sustentável do biodigestor, para verificar-se como é o desempenho do custo- benefício junto a sua manutenção e aplicabilidade.
A partir desse projeto, pode ser avaliado que a construção do biodigestor através das pesquisas realizadas que a mesma se torna complexa quando realizada pelo próprio agricultor familiar, aonde deve utilizar cálculos, medidas e formulas necessitando de pesquisas aprofundadas no tema e a onde poucos tem acesso.
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