Buscar

Valoração Econômiam Ambiental

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Prof. Ariel O. Gomes
Valoração Econômica Ambiental
Introdução: Valores
Todas as espécies dependem dos serviços ecossitêmicos dos recursos naturais para sua existência;
Essa importância refere-se à VALORES (morais, éticos ou econômicos) associados aos bens ou recursos ambientais
O valor Ecônomico de um recurso ambiental é a contribuição do recurso para o bem-estar social.
 VALORAÇÃO: processo de dar valor monetário a bens e serviços que não o possuem, ou cujos preços no mercado estão destorcidos. Quantifica, avalia os recursos, serviços e atributos de um ecossistema
Introdução: Ideia-fundamento
A ideia é chegar a um valor através da determinação do que é equivalente, em termos de outros recursos disponíveis na economia, que estaríamos dispostos a abrir mão de maneira a obter um melhoria ambiental. O seja, trade-offs ( escolha entre opções).
Não é o recurso ambiental que recebe valor, mas a preferência das pessoas em relação as mudanças de qualidade ou quantidade ofertada do recurso ambiental.
Disposição a pagar (DAP) por uma melhoria no recurso ambiental ou Disposição a aceitar (DAA) uma piora ou decréscimo na oferta do recurso.
Introdução: Objetivo
 O desafio da economia é alocar recursos escassos de maneira a obter maior beneficio social a partir desses recursos.
O principal objetivo da valoração economia ambiental é ESTIMAR CUSTOS sociais de se usar recursos ambientais escassos ou INCORPORAR BENFICIOS sociais advindos do uso desses recursos
Inclusão dos benefícios/custos ambientais na análise econômica de projetos envolvendo recursos ambientais. Isso facilita a inserção de estratégias de desenvolvimentos econômico local, regional ou nacional
Aspectos Metodológico: Valor Econômico Total
O valor econômico de um recurso ambiental decompõe-se:
 VERA = (VUD + VUI + V0) + VE
VUD = valor de uso direto
VUI = valor de uso indireto
VO = valor de opção
VE = valor de não-uso ou de existência
Aspectos Metodológico: 
Valor Econômico Total
VUD : valor atribuído à utilização direta de um recurso
	Exemplos: Extração, visitação ou outra atividade de produção ou 	consumo direto;
VUI : Valor derivado das funções ecossistêmicas
	 Exemplo: a proteção do solo e a estabilidade climática decorrente da preservação das florestas;
VO : valor atribuído à preservação de recursos ameaçados, que podem ser utilizados direta ou indiretamente no futuro.
	Exemplo: o benefício advindo de fármacos desenvolvidos com base em propriedades medicinais ainda não descobertas de plantas
VE : valor não associado ao uso atual ou futuro e que reflete questões morais, culturais, éticas ou altruísticas em relação aos direitos de existência das espécies e riquezas naturais
		Exemplo: mobilização para salvamento de espécies em extinção
Aspectos Metodológico:
Valor Econômico Total. 
VUD: montante relativo a extração de madeira ou valor relativo a consumo de frutos.
VUI: o bem-estar proporcionado pela floresta de forma indireta ( qualidade da água, ar “puro”, beleza cênica, ..)
VO: A DAP de um indivíduo pela opção de usar ou não o recurso no futuro.
VE: disposição positiva de pagar pelo não-desflorestamento da Floresta, mesmo que a pessoa nunca venha a visitar ou consumir algum produto da floresta.
Ex: Floresta
Aspectos Metodológico: 
Métodos de Valoração
A valoração consiste em determinar o quanto melhor ou pior estará o bem-estar das pessoas devido a mudanças na quantidade de bens e serviços ambientais, seja na apropriação por uso ou não.
Cada método apresenta limitações na mensuração de cada tipo de valor, dependendo do grau de sofisticação, das hipóteses sobre o comportamento do consumidor e dos efeitos do consumo ambiental em outros setores da economia.
Cabe ao analista que valora explicitar, com exatidão, os limites dos valores estimados e o grau de validade de suas mensurações para o fim desejado
A adoção de cada método dependerá do objetivo da valoração, das hipóteses assumidas, da disponibilidade de dados e conhecimento da dinâmica ecológica do objeto que está sendo valorado.
Os métodos podem ser : Método da função de Produção e Método da Função de demanda
Aspectos Metodológico: Métodos de Valoração
Função da Demanda
Função da Produção
Mercado de Bens complementares
Valoração contingente
ProdutividadeMarginal
Mercado de Bens substitutos
Preços Hedônicos
CustosReposição
Custos evitados
Custo de viagem
Custos de controle
Quando o RA é insumo ou substituto de um bem ou serviço prestado;
Utilizam-se de preços de mercado deste bem ou serviço privado para estimar o valor econômico do recurso ambiental; Estima-se indiretamente.
O benefício (ou custo) da variação da disponibilidade do RA é dado pelo produto da quantidade variada do recurso vezes o seu valor econômico estimado;
EXEMPLOS: a perda de nutrientes do solo causada por desmatamento pode afetar a produtividade agrícola. Ou a redução do nível de sedimentação numa bacia, por conta de um projeto de revegetação, pode aumentar a vida útil de uma hidrelétrica e sua produtividade.
Aspectos Metodológico: Métodos da Função de Produção
Assume-se que a variação da disponibilidade do recurso ambiental altera a disposição a pagar ou aceitar dos agentes econômicos em relação aquele recurso ou seu bem privado complementar; Estima-se diretamente.
Dois tipos de Funções de demanda: 
(i)mercados de bens ou serviços privados complementares ao recurso ambiental;
(ii)mercados hipotéticos construídos especificamente para o recurso ambiental em análise ;
Captar as medidas de disposição a pagar (ou aceitar) dos indivíduos relativas às variações de disponibilidade do recurso ambiental
 Exemplo: os custos de viagem em que as pessoas incorrem para visitar um parque podem determinar uma aproximação da disposição a pagar destes em relação aos benefícios recreacionais.
Aspectos Metodológico: Métodos da Função de Demanda
Métodos da Função de Produção
Valor do recurso ambiental RA pela sua contribuição como insumo ou fator na produção de um outro produto P, isto é, o impacto do uso de RA em uma atividade econômica.
Estima-se a variação de produto de P decorrente da variação da quantidade de bens e serviços ambientais do recurso ambiental RA utilizado na produção de P. Este método é empregado sempre que é possível obterem-se preços de mercado para a variação do produto P ou de seus substitutos. Duas variantes gerais podem ser reconhecidas: método da produtividade marginal e método dos bens substitutos.
Métodos da Função de Produção
Suponha uma função de produção de P, tal que o nível de produção de P é dado pela seguinte expressão:
P = F(X,RA)
Onde X é um conjunto de insumos e R representa um bem ou serviço gerado por um recurso ambiental utilizado gratuitamente (ou seja, seu preço de mercado pR é zero)
O método da produtividade marginal assume que pP é conhecido e o valor econômico de R (VEE) seria:
VEE = pP (∂F / ∂R)
Observe que VEE, nestes casos, representam apenas valores de uso diretos ou indiretos relativos a bens e serviços ambientais utilizados na produção.
Exemplo: E= erosão do solo; Z = safra agrícola; VE = valor da perda da safra
Métodos da Função de Produção: 
Mercado de bens substitutos
Utiliza-se quando da impossibilidade de se calcualr diretamente as perdas com P ou R, por inexistência de respectivos preços de mercado. Neste caso, calculam-se as perdas com bens substitutos perfeitos S*
* são bens ou serviços que podem ser utilizados em substituição de outros sem provocar perda de bem-estar.
 A função fica P= f ( X, R + S), onde a perda de uma unidade R pode ser compensada por S. Assim a variação de R será valorada pelo preço de S observável no mercado.
Exemplo: Por exemplo, um decréscimo do nível de qualidade da água Q das praias resulta em um decréscimo de uma amenidade E que é um serviço ambiental de recreação cuja cobrança pelo seu uso não existe ou é limitada.
Métodos da Função de Produção: 
Mercado de bens
substitutos
Esta substituição fará com que os usuários incorram em um custo privado no consumo do bem substituto
 cS = pS.R.
Custo de reposição: quando o custo cS representa os gastos incorridos pelos usuários em bens substitutos para garantir o nível desejado de P ou R.
custos evitados: quando cS representa os gastos que seriam ncorridos pelos usuários em bens substitutos para não alterar o produto de P que depende de R
Custos de controle: danos ambientais poderiam ser também valorados pelos custos de controle que seriam incorridos pelos usuários para evitar a variação de R.
Métodos da Função de Produção: 
As Limitações
A limitação mais importante seria a não cobertura de valores de opção e existência. Todavia, vale ressaltar que, em vários casos, a simples identificação de valores de uso permite ao analista descartar ou ajustar decisões de investimento que gerem um uso mais eficiente do recurso ambiental em análise. Para isso, entretanto, há que se conhecer com precisão as relações entre atividades econômicas e meio ambiente.
Métodos da Função de Demanda:
 Mercado para Bens Complementares
Da mesma forma que os métodos de função de produção, estimam o valor dos recursos por intermédio do valor de outros bens e serviços com preço no mercado.
Dada a função de Utilidade U = f ( Q, X), onde Q corresponde ao recurso natural sem valor de mercado, , complementar a X que é um vetor de quantidades de bens que estão no mercado, Q influi na demanda de X, e Q poderá ser calculado a partir da estimativa da demanda de X para vários níveis de Q.
2 métodos: Preços hedônicos e Custo de Viagem
Métodos da Função de Demanda: Mercado para Bens Complementares: Método dos Preços Hedônicos.
Baseia-se no pressuposto que há bens privados A cujo valor varia em função do valor de outros bens e serviços B, complementares a A.
Caso um bem privado A, de oferta inelástica, se a demanda por B aumenta, então a demanda por A aumenta. Assim, o valor adicional corresponde ao valor de B.
Distintas propriedades de mesmas características apresentam diferentes preços de mercado em função de seus atributos ambientais.
Métodos da Função de Demanda: Mercado para Bens Complementares: Método dos Preços Hedônicos.
Exemplo: A proximidade da praia ou nível de ruído do locoal como diferenciais de preço de uma propriedade em relação a outras características.
A quantificalão deste diferencial indica a DAP dos indivíduos pelo valor dos atributos ambientais.
A função hedônica é:
Pi = F ( ai1, ai2, ai3,..., R)
A função f, estimada com base em observações de Pi, é denominada de função hedônica de preço e o preço implícito de R, pR, será dado por F/R. Assim, pR será uma medida de disposição a pagar por uma variação de E.
EXEMPLO:
Preço da moradia = n + n1(Distância ao aterro) +
n2(tamanho da moradia) + n3(tamanho do lote)
 onde parâmetros n1, n2 e n3, representam:
n1 = valor marginal da proximidade do aterro
n2 = valor marginal do tamanho da moradia
n3 = valor marginal do tamanho do lote
Métodos da Função de Demanda: Mercado para Bens Complementares: Método dos Preços Hedônicos.
Métodos da Função de Demanda: Mercado para Bens Complementares: Método do Custo de Viagem.
Exemplo: A proximidade da praia ou nível de ruído do locoal como diferenciais de preço de uma propriedade em relação a outras características.
A quantificalão deste diferencial indica a DAP dos indivíduos pelo valor dos atributos ambientais.
A função hedônica é:
Pi = F ( ai1, ai2, ai3,..., R)
A função f, estimada com base em observações de Pi, é denominada de função hedônica de preço e o preço implícito de R, pR, será dado por F/R. Assim, pR será uma medida de disposição a pagar por uma variação de E.
Métodos da Função de Demanda: Mercado para Bens Complementares: Método do Custo de Viagem.
 Estima a demanda por um sítio natural R, com base nos custos incorridos pelos usuários para acessar R.
Representa o custo de visitação, considerado a máxima DAP do usuário pelos serviços ambientais R.
Cálculo com procedimentos Econométricos.
Pesquisa de campo: amostragem de visitantes, frequência e custo de viagem das visitas, idade, zona residencial, renda, escolaridade,etc.
 A partir dos dados estima-se e taxa de visitação ( Vi) e correlaciona-se com o custo médio da viagem (CV) e outras variáveis Socioeconomicas ( Si)
Vi = f ( CV, S1, S2, S3, ...Sn)
Derivando f com relação a CV, tem-se a curva de demanda f’ pelas atividades recreacionais do sítio natural. 
Assim a curva f’ é DAP pelos serviços ambientais de R.
Métodos da Função de Demanda: Mercado para Bens Complementares: Método do Custo de Viagem.
Métodos da Função de Demanda: Método da valoração Contingente
O MVC procura mensurar monetariamente o impacto no nível de bem-estar decorrente de uma variação quali ou quantitativa dos bens ambientais.
Usa 2 indicadores DAP e DAA, com base em mercados hipotéticos simulados por pesquisa de campo, avaliando a DAP ou a DAA por alterações na disponibilidade ( quali ou quanti) do meio ambiente.
DAPi ou DAAi = f ( Qij, Yi, Si, Ej)
Qij: visitas, Yi :renda, Si: fatores sociais, Ej: parâmetro de qualidade ambiental ou bem a ser valorado.
Métodos da Função de Demanda: Método da valoração Contingente
Variando-se Ej e mantendo outras variáveis constantes, consegue ver a variação da DAP ou DAA.
 A partir da média ou mediana dos valores DAP ou DAA obtidos, multiplicada pelo total de população, obtêm-se o valor econômico total do bem ambiental, mais precisamente, da alteração de sua disponibilidade.
É a única técnica que potencialmente tem a capacidade de captar o Valor de Existência do bem ambiental.
Referências
 MOTTA, R.S. Economia Ambientak. FGV, 2006
May, P.H. (org) . Economia e Meio Ambiente: Teoria e Prática. Campus,2003.
MOTTA,R.S. Manual de Valoração Economica de Recursos Ambientais. IPEA/MMA/PNUD/CNPq.Rio de Janeiro, 1997.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando