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TÉCNICAS DE HOFFMAN E FOREYT (2005) MODIFICADAS PARA DETECÇÃO DE ESTRUTURAS LEVES E PESADAS EM PARASITOS EM AREIA DE ALEGRE (2)

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TÉCNICAS DE HOFFMAN E FOREYT (2005) MODIFICADAS PARA DETECÇÃO DE ESTRUTURAS LEVES E PESADAS EM PARASITOS EM AREIA DE ALEGRE - ES
Paola Fernandes Pansini1 , Aline Almeida Mascarenhas1, Amanda Machado Corrêa1, Joaquim Gasparini dos Santos1, Thabata Coeli Dias Damasceno1
1Universidade Federal do Espírito Santo/ Laboratório de parasitologia, Alegre- ES
paolafpansini@gmail.com/alinealm15@hotmail.com
Resumo - Este trabalho teve como objetivo acoplar as técnicas de sedimentação espontânea e Foreyt a fim de viabilizar melhor identificação e reconhecimento de estruturas leves e pesadas de parasitos encontrados em areias de áreas de lazer. As infecções parasitárias transmitidas pelo solo são freqüentes e estão relacionadas à deficiência das condições de saneamento básico e dos hábitos de higiene. Para a preparação das amostras, foi elaborado um protocolo que foi submetido à técnica de Hoffman, Pons & Janer (1934), com sedimentação dos grãos de areia no fundo do cálice. Posteriormente, estes foram submetidos a mais 4 filtragens por meio da técnica de sedimentação proposta por Foreyt (2005) ocorrendo, então, a identificação dos ovos. Analisou-se, após o descarte do sobrenadante, o sedimento em microscópio. Foi possível observar além de ovo de Strongylus sp., larva de Ancilostoma sp.e a presença de uma espécie de Ciliata.Com a customização desta técnica de Hoffman e Foreyt (2005), observou-se uma eficácia e aplicabilidade para diversas análises, mostrando-se eficaz para este experimento, pois pôde-se detectar diferentes estruturas parasitárias anteriormente não previstas.
Palavras-chave: Hoffman, Foreyt, Areia, Ovos, Larvas.
Área do Conhecimento: Saúde pública
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Introdução
As infecções parasitárias transmitidas pelo solo são frequentes e estão relacionadas à deficiência das condições de saneamento básico e dos hábitos de higiene (Araújo et al., 2008).
Cães e gatos com acesso aos locais de recreação contaminam o solo, eliminando até 15.000 ovos de parasitas por grama de fezes, e estes permanecem viáveis por longo período no ambiente expondo a população humana ao risco de infecção e desenvolvimento de doenças (ARAÚJO et al.,1999).
Dentre os animais de estimação, o cão é o que mais convive com o homem, uma vez que auxilia no trabalho, na proteção de seus donos e no entretenimento das crianças, entretanto esta estreita convivência pode ser fator de risco para diversas doenças parasitárias (Xavier, 2006).
Patogenias parasitárias são decorrentes de uma elevada prevalência de enteroparasitos, porém muitas vezes são confundidas com outras doenças e, dessa forma, os indivíduos permanecem acometidos pela doença devido à falta de diagnóstico e tratamento específico. (ARAÚJO et al., 2005)
O estudo epidemiológico das infecções parasitárias é importante em saúde pública e veterinária como método para o controle de zoonoses (Leite et al., 2004), com esses estudos as patogenias parasitaria pode ser identificadas com maior precisão, sendo assim feito um tratamento especifico.
Ultimamente diversos estudos têm demonstrado que houve uma elevação, no Brasil, do risco de infecção de pessoas por parasitos intestinais, principalmente crianças, dado o crescente número de cães domiciliados, peridomiciliados e errantes de um modo geral, associado ao seu fácil acesso aos locais de lazer (ARAÚJO et al., 200; GUIMARÃES et al., 2005).
Ginar (2006) afirma que em virtude da convivência, as pessoas que habitam ou frequentam essas regiões passam a ser presas fáceis da infecção. Os locais que a população utiliza para o lazer e práticas esportivas, por exemplo, podem apresentar o solo infectado por parasitas potencialmente causadores de zoonose, através das fezes de animais parasitados contaminadas com ovos ou larvas de helmintos e oocistos de protozoários.
SANTARÉM et al. (2004) afirmam que o solo de praças e parques públicos constitui via de transmissão para zoonoses parasitárias, especialmente a larva migrans visceral (LMV) e a larva migrans cutânea (LMC). Embora não ocorra distinção quanto à raça, sexo ou idade para a síndrome da LMC, seu potencial zoonótico é maior para crianças, que são mais expostas ao brincarem com solo de locais que podem estar contaminados, como praias e caixas de areia de parques de recreação, onde as larvas penetram ativamente na pele do homem e migram através do tecido subcutâneo, deixando atrás de si um rastro sinuoso conhecido popularmente como “bicho geográfico” (RODRIGUES et al. 2004).
A natureza do solo, a temperatura e a umidade elevadas, favorecem o desenvolvimento das larvas até o estádio infectante sendo que, em algumas regiões, isto é observado apenas nos meses do ano em que há elevação da temperatura e umidade (Rey, 2001). De acordo com Santarém et al. (2004) e Matesco et al. (2006), a enfermidade tem sido registrada, principalmente em regiões de clima subtropical e tropical.
É necessário que estudos epidemiológicos na área da parasitologia apontem medidas sanitárias e de controle visando à redução da contaminação do ambiente, o que, por consequência, leva à melhoria da saúde de humanos e animais que frequentam áreas de lazer (Dias, 2005). Tais estudos são de fundamental importância para o encaminhamento de políticas públicas e para a sensibilização de donos de animais de estimação para que estes tomem cuidados que levem à diminuição de doenças parasitárias (Dias, 2005).
Assim, buscou-se com este breve experimento obter um protocolo modificado que melhor se ajustasse no processo de identificação e reconhecimento de estruturas parasitárias presentes em areias de recreação para que políticas e ações de saúde públicas possam ser mais bem direcionadas, principalmente em locais onde animais domésticos e humanos dividem o mesmo espaço em atividades recreativas.
Material e Métodos
A coleta da areia foi realizada em uma área recreativa que possui ausência de manutenção, na localidade do bairro Campo de Aviação, no município de Alegre, Espírito Santo.
Para tal, delimitaram-se quadrantes nas extremidades e no meio do local a fim de determinar pontos para coleta da areia, sendo um total de 5 (cinco). Cada quadrante contou com um tubo específico, para evitar a transferência do material.
Após a retirada da areia, esta foi transferida para sacos plásticos, previamente higienizados e numerados, segundo a área que representavam.
O material foi encaminhado para o laboratório de parasitologia da Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre, para processamento e análise das amostras.
Para a preparação das amostras, foi elaborado um protocolo que seguiu com a pesagem de 50g do material (figura 1), logo após este foi submetido a técnica de Hoffman, Pons & Janer (figura 2).
 Após a sedimentação dos graõs de areia no fundo do cálice, estes foram submetidos a mais 4 filtragens por meio da técnica de sedimentação proposta por Foreyt (2005). Das amostras anteriormente submetidas à sedimentação espontânea, foram retiradas e misturadas a 200mL de água e, após serem passadas em tamis, sofreram uma nova sedimentação durante 10 minutos. Após decantação, descartou-se aproximadamente 70% do sobrenadante, repetindo-se este passo por 3 ou 4 vezes até que o material estivesse límpido (figura 3) para melhor identificação dos ovos. Analisou-se, após o descarte do sobrenadante, o sedimento em microscópio óptico.
Fig. 1- Pesagem			 Fig. 2 - Filtragem			Fig. 3 - Sedimentação
Resultados e Discussão
Os resultados foram obtidos através da modificação e fusão das técnicas de Hoffman e Foreyt, uma vez que os experimentos apresentaram uma mesma característica analítica, ou seja, de sedimentação e qualitativa. Enquanto o método Hoffman abordou a observação de estruturas presentes no sedimento através de escassa filtragem, a técnica de Foreyt objetivou o reconhecimento destas estruturas nas soluções translúcidas por meio de sucessivas filtragens. Porém, a técnica de Foreyt (2005) até o presente estudo, nunca havia sido adotada com a finalidade de observaçãode estruturas parasitárias em animais de companhia, apenas em animais de produção, conforme demonstrado por Martins et al. (2008). Os resultados demonstraram presença de estruturas com ovos de Strongylus sp., larvas de Ancilostoma sp., além da presença de uma espécie de Ciliata.
 O método de Hoffman é comumente utilizado para o estudo destas espécies em questão (Strongylus sp. e Ancilostoma sp.) como descrito por Oliveira Filho et al. (2011), onde foram feitas análises em areias das praias da Paraíba. Assim como Cavalcante (2011) que avaliou a prevalência de enteroparasitos em areia de praia no município de São Vicente – SP. 
 Perante as condições do terreno, a falta de isolamento, a acessibilidade de cães errantes e de moradores, o aparecimento de estruturas parasitárias prejudiciais à saúde pública foram mais incidentes. Com a utilização dessas técnicas notou-se que esta foi representativa na visualização das estruturas parasitárias que estavam presentes nas amostras de areia.
 Com a modificação das técnicas Hoffman, Pons e Janer (1934) e Foreyt (2005), observou-se uma eficácia e aplicabilidade para diversas análises, embora seja dispendioso em relação ao tempo de preparação dos exames, este se mostrou eficaz para o experimento. É conveniente salientar que esta modificação concomitante nas técnicas proporciona uma completa visualização de outras estruturas parasitárias, principalmente cistos e oocistos de protozoários.
Tabela 1 - Estruturas parasitárias encontradas nas amostras de areia provenientes dos quadrantes pesquisados e submetidos as técnicas de Sedimentação espontânea e Foreyt. 
Conclusão
Conclui-se nesse estudo que a areia analisada estava contaminada por ovo de Strongylus sp., larva de Ancilostoma sp. e por uma espécie de Ciliata. A modificação das técnicas mostrou-se mais sensível, pois se detectou diferentes estruturas parasitárias anteriormente não previstas. 
Referências 
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