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ATD2 sociedade

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OBJETIVO: O objetivo da atividade  é o conhecimento e a reflexão sobre os primeiros trabalhos antropológicos no Brasil, a ligação que tiveram com algumas teorias racistas vindas da Europa e o papel que cumpriram justificando o racismo e a marginalização da população nativa e negra após a Abolição de 1888.
Para realizar a atividade siga as orientações seguintes:
1 – Leia o material das aulas 19 A 22.
2 – Leia o artigo “Racismo e Ciência no Brasil pós-abolição (1888-1930)”, de Augusto Buonicore, disponível em http://www.grabois.org.br/portal/artigos/153339/2017-02-20/racismo-e-ciencia-no-brasil-pos-abolicao-1888-1930
3 – Produza um texto crítico e reflexivo que contenha:
a) uma caracterização dos primeiros trabalhos antropológicos brasileiros e sua ligação com teorias vindas do exterior
b) exemplos do papel cumprido por essas teorias na formação social brasileira.
	
As primeiras preocupações com a formação da sociedade brasileira inauguraram os primeiros temas antropológicos especificamente brasileiros.
Os estudos sobre as raças que formam a identidade cultural e biológica do brasileiro inauguram as primeiras discussões antropológicas. Estudos de autores como o médico legista e antropólogo forense Raimundo Nina Rodrigues (1862-1906), remetem aos pressupostos evolucionistas sobre a origem e a história humana, considerando as teorias evolucionistas darwinistas e o positivismo. No entanto, esses estudos são baseados nas escolas médicas forenses, relacionadas ao trabalho do médico italiano Cesare Lombroso (1835-1909). Seus estudos científicos relacionam tendências comportamentais com heranças genéticas de uma maneira evolucionista que considera algumas raças mais propicias a comportamentos degenerados, como crime, preguiça, doenças mentais, portanto, menos propicias ao desenvolvimento de um povo capaz de sustentar formas de trabalho e de governo modernas, racionais.
A miscigenação é tema recorrente até hoje quando falamos no imaginário sobre a identidade nacional e a formação da sociedade brasileira. Foi a partir desse tema que os primeiros ensaístas começaram a falar com as teorias raciais a partir de um viés sociológico e antropológico, negando e criticando a visão de que a miscigenação contribuiu para a degeneração da nação. Dentre eles, estão Gilberto Freyre (1900 – 1987) e Euclides da Cunha (1886 – 1909), autores considerados por sociólogos e antropólogos os primeiros a levantarem o problema da formação brasileira a segundo um olhar das ciências sociais e histórias e não a partir de pressupostos médicos ou jurídicos.
 Os principais estudos e teorias racistas desse período encontram-se nas obras de Sílvio Romero, Nina Rodrigues e Euclides da Cunha. Esses autores são considerados os precursores das Ciências Sociais no Brasil. Os escritos desses pensadores da realidade brasileira foram fortemente influenciados pelo positivismo de Comte, o darwinismo social e o evolucionismo de Spencer. Elaboradas na Europa, em meados do século XIX, essas teorias, distintas entre si, podem ser consideradas sob um aspecto único: o da evolução histórica dos povos.
O evolucionismo se propunha a encontrar as leis que comandaram o progresso das civilizações, aceitando a ideia de que o simples (povos primitivos) evolui naturalmente para o mais complexo (sociedades ocidentais). Pode-se dizer que com isso o evolucionismo em parte legitima ideologicamente a posição hegemônica do mundo ocidental: a superioridade da civilização europeia torna assim decorrente das leis naturais que orientariam a historia dos povos. Nesse sentido, a importação de uma teoria dessa natureza deixa de colocar problemas para os intelectuais brasileiros, interpretes da realidade brasileira.
O movimento romantista elevou o indígena como símbolo nacional e ignorou completamente a presença do negro. A abolição marca o início de uma nova ordem onde o negro deixa de ser mão-de-obra escrava para se transformar em trabalhador livre. O negro aparece assim como fator dinâmico da vida social e econômica brasileira, o que faz com que, ideologicamente, sua posição seja reavaliada pelos intelectuais e produtores de cultura.
Por fim, na medida em que no Brasil duas outras raças consideradas inferiores contribuem para a evolução da historia brasileira, torna-se necessário encontrar um ponto de equilíbrio.
O mestiço, enquanto produto do cruzamento entre raças desiguais encerra, para os autores da época, os defeitos e taras transmitidos pela herança biológica. A apatia, a imprevidência, o desequilíbrio moral, intelectual seriam dessa forma qualidades naturais do elemento brasileiro. Dentro desta perspectiva a miscigenação moral, intelectual e racial do povo brasileiro só pode existir enquanto possibilidade.

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