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Ergonomia unidade 1

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1ª Edição |Maio| 2014
Impressão em São Paulo/SP
ERGONOMIA
Roger Valentim Abdala
Coordenação Geral 
Nelson Boni
Professor Responsável
Roger Valentim Abdala
Coordenadora Peda-
gógica de Curso- EAD
Roseli Leal
Coordenação de Projetos
Leandro Lousada
Revisão Ortográfica
Vanessa Almeida
Projeto Gráfico, Dia-
gramação e Capa
Ana Flávia Marcheti
1º Edição: Maio de 2014
Impressão em São Paulo/SP
ERGONOMIA
Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353
A135e Abdala, Roger Valentim.. 
 Ergonomia. / Roger Valentim Abdala – São Paulo : 
 Know How, 2013.
 00p. : 21 cm.
	 	 Inclui	bibliografia
 ISBN : 
 1. Ergonomia. 2. Ergonomia física. 3. Ergonomia 
 cognitiva. 4. Ergonomia organizacional. I. Título. 
 CDD – 620.82
Introdução
Unidade 1
Princípios e história da ergonomia
1.1 Disciplinas da ergonomia
1.2 Objetivos da ergonomia
1.3 Tarefa e Atividade
1.4 Observações diretas e indiretas
1.5 Verbalizações
1.6 Metodologia em ergonomia
Gabarito
Referências
.5
.09
.53
.57
SUMÁRIO
Introdução
O estudo da ergonomia é abrangente e requer 
dos estudiosos uma análise profunda de questões re-
lacionadas ao ser humano e suas interações com o 
ambiente. Destacam-se as questões físicas, cogniti-
vas e organizacionais que interagem com o trabalha-
dor, suas potencialidades e capacidades ao realizar 
uma tarefa e as limitações de um sistema.
Em vista disso, as organizações têm se esfor-
çado para aumentar a qualidade e produtividade de 
seus produtos e serviços levando-se em considera-
ção a saúde, segurança e conforto do ser humano 
no ambiente de trabalho. Dores e sobrecargas de 
trabalho são riscos à saúde do trabalhador, causam 
redução da produtividade e diminuição de qualida-
de de produtos e serviços, ou seja, o custo humano 
impacta diretamente nos objetivos organizacionais.
Ao se empregar os princípios da ergonomia 
para a redução de não conformidades de trabalho, os 
profissionais	de	saúde	e	segurança	do	trabalho,	ges-
tores e diretores buscam estudar as possíveis situa-
ções que podem sobrecarregar o trabalhador no que 
tange ao seu corpo físico e sua cognição, bem como 
as relações de trabalho que possam causar estresse, 
monotonia, agressividade, dentre outras consequên-
cias	maléficas	de	ordem	psicossocial.
A	 ergonomia	pode	 contribuir	na	definição	de	
métodos de trabalho que permitam uma interação 
homem – máquina - sistema saudável, equilibrada e 
de acordo com os limites e capacidades de cada um 
destes, considerando os aspectos biológicos do ser 
humano, tecnológicos das máquinas e ferramentas e 
de cultura e política organizacional.
Neste trabalho, abordaremos princípios da 
ergonomia, seja ela de correção ou de concepção, 
analisaremos também os tipos de ergonomia (física, 
cognitiva	e	organizacional)	 e	por	fim	abordaremos	
assuntos relacionados a Norma Regulamentadora – 
17, a norma brasileira de Ergonomia.
Unidade 1
1. Princípios e história da ergonomia
O polonês Wojciech Jastrzebowski é conside-
rado o primeiro estudioso moderno de ergonomia 
ao escrever um artigo intitulado “The Science of 
Work” (A Ciência do Trabalho). A saber: 
“(...)	um	enfoque	científico	que	nos	permitirá	conhecer,	
em benefício próprio e dos demais, os melhores frutos 
do trabalho de toda a vida com o mínimo de esforço e a 
máxima satisfação.” (JASTRZEBOWSKI, 1857).
Etimologicamente, o termo “ergonomia” tem 
origem	das	palavras	 gregas	“nomos”,	que	 significa	
“norma”,	e	“ergo”,	que	significa	“trabalho”.	Pode-
-se dizer que ergonomia é a “ciência do trabalho”, 
ou que desenvolve regras e normas para conceber 
um sistema de trabalho. Neste contexto, o termo tra-
balho	significa	uma	atividade	no	qual	um	operador	
humano busca alcançar um objetivo.
O ser humano é, portanto, o centro do estudo, 
ou seja, a ergonomia é uma ciência antropocêntrica, 
na qual o trabalho deve ser adequado ao ser huma-
no e não o contrário. Esta é uma das bases da er-
gonomia. Apesar de o ser humano ser adaptável às 
condições impostas a ele, ainda assim, há limites a 
serem	respeitados,	pois	esta	adaptação	não	é	infinita.	
“Adaptar o trabalho ao homem” é, portanto, um dos 
princípios da ergonomia.
Há pouco mais de um século, as condições de 
trabalho eram intoleráveis para a saúde e segurança 
dos trabalhadores. Doenças e epidemias, muitas ve-
zes oriundas das condições de saneamento básico das 
cidades, potencializadas pelas condições precárias de 
higiene no ambiente laboral, obrigaram governos a 
criarem leis com foco na proteção ao trabalhador. 
Através de leis que estabeleciam limites de ho-
ras diárias de trabalho, restrição do trabalho infantil, 
condições sanitárias de trabalho, foram algumas das 
bases quanto ao início da atenção aos aspectos de 
adaptar o trabalho ao trabalhador, ou seja, pode-se 
dizer que à partir daí teve início a ergonomia moder-
na que atualmente conhecemos.
Até a II Guerra Mundial, o desenvolvimento 
e aplicação destas leis de proteção ao trabalhador 
foram lentos. Isto porque este importante evento 
acelerou o desenvolvimento da tecnologia militar, 
através da criação e aperfeiçoamento das armas de 
guerra, como, por exemplo, os veículos de combate, 
aviões, dispositivos de navegação e detecção. 
Concomitantemente a estas invenções e me-
lhorias nas armas de guerra, estudiosos, engenhei-
ros, médicos, psicólogos, físicos e sociólogos perce-
beram a importância de adaptar estes instrumentos 
tecnológicos às condições de trabalho, aos limites do 
usuário militar, levando-se em consideração aspectos 
físicos, cognitivos e psicológicos que objetivavam a 
redução	do	erro,	a	tomada	de	decisão	rápida	e	eficaz,	
ou	seja,	a	confiabilidade	de	máquinas	e	pessoas.	
O sucesso militar dependia, portanto, não ape-
nas de quem dominasse a melhor tecnologia, levaria 
vantagem nos combates as nações que conseguis-
sem adaptar melhor seus instrumentos de guerras 
aos seus usuários, os militares pilotos de aviões e de 
carros de combate, os soldados e seus fuzis, os co-
mandantes e suas informações de guerra. 
A II Guerra Mundial foi impulso para o desen-
volvimento da ergonomia no pós-guerra. A partir de 
1950, com o foco e alta demanda das indústrias na 
produção (foco na produtividade), a ergonomia teve 
um terreno fértil para se desenvolver. Novas leis de 
proteção à saúde e segurança do trabalhador foram 
criadas principalmente na Europa e Estados Unidos 
e posteriormente no Japão e Canadá.
Dez anos depois, a partir de 1960, a energia me-
cânica, de maneira gradual, foi tomando lugar do em-
prego da energia proveniente do esforço muscular do 
ser humano para a execução das atividades ocupacio-
nais.	Na	época,	verificou-se	que	a	ocorrência	de	aci-
dentes de trabalho estava relacionada com o emprego 
do trabalho manual, a aplicação de força muscular na 
resolução de tarefas laborais e as questões temporais, 
como, por exemplo, as demandas temporais relacio-
nadas à busca de alta produtividade.
Esta relação entre os objetivos exclusivamente 
de produção industrial e o consequente índice de aci-
dentes de trabalho, somada ao início de preocupações 
com	a	saúde	e	segurança	do	trabalhador,	exemplifica-
do	pelas	leis	nesta	área,	fizeram	com	que	os	objetivos	
da ergonomia gradualmente se voltassem mais para 
a segurança do trabalho em vez da produtividade a 
qualquer preço. Esta época foi por volta dos anos 60 
e o início dos anos 70 nos países desenvolvidos.
No início da evolução histórica da ergonomia, 
seus estudos estavam relacionados à ergonomia físi-
ca, ou seja, estudos antropométricos, estudos rela-
cionados	à	biomecânica,gasto	energético,	fisiologia	
humana, temperatura corporal versus temperatura 
ambiente e carga física de trabalho, frequência car-
díaca e respiratória, e outros estudos relacionados às 
questões físicas limítrofes do ser humano testadas 
em laboratório e em campo.
O foco dos estudos era a contração muscular e 
sua relação com as capacidades do ser humano in-
teragindo com um ambiente de trabalho qualquer. 
Falando	mais	especificadamente,	os	estudos	relacio-
navam-se com o esforço muscular realizado, diversi-
dade e amplitudes de movimentos articulares e seus 
limites toleráveis. Todos estes estudos num contexto 
de busca da produtividade, mas que, gradualmente, 
foram mudando para foco em saúde, segurança e 
conforto do trabalhador, estes três objetivos últimos 
como	atualmente	a	ergonomia	se	configura	quando	
se fala em seus objetivos e escopo.
Atualmente,	 os	 princípios	 científicos	 da	 ergo-
nomia física são muito bem conhecidos pelos pro-
fissionais	da	área,	como	por	exemplo,	desenhos	de	
postos de trabalho, estudos antropométricos, ergo-
nomia no uso de computadores e terminais de vídeo, 
ergonomia em trabalhos pesados, etc. Sem dúvida 
alguma o pós-guerra contribuiu muito para o avanço 
da ergonomia física. Outras áreas em que a ergono-
mia também se desenvolveu daquela época até os 
tempos atuais foram as áreas da ergonomia cogni-
tiva e organizacional. Estas últimas, porém, ainda 
requerem de estudos bem mais aprofundados pelos 
pesquisadores	e	profissionais	de	saúde	e	segurança	
do trabalho. 
A ergonomia física sem dúvida alguma serve de 
base para a maioria dos trabalhos atuais de consul-
torias em ergonomia, seus princípios são bem acei-
tos e claramente suas mudanças e intervenções são 
identificadas.	Configura-se,	contudo	como	um	vasto	
campo de trabalho estudos ligados à ergonomia cog-
nitiva e ergonomia organizacional, não porque seus 
avanços históricos foram nulos, mas porque seu rit-
mo de desenvolvimento foi mais lento comparando-
-se com a ergonomia física. 
“ Ergonomia																					é	uma	disciplina	científica	relacionada	ao	
entendimento das interações entre os seres huma-
nos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de 
teorias,	princípios,	dados	e	métodos	a	projetos	a	fim	
de otimizar o bem-estar humano e o desempenho 
global do sistema."
Fontem: International ergonomics association - iea (www.iea.cc)
Além disso, os processos mentais e as relações 
sociais no trabalho, muitas vezes, possuem suas ba-
ses em constructos qualitativos, nem sempre de fácil 
domínio	para	validações	de	achados	científicos	por	
parte	da	 equipe	de	pesquisa	ou	pelos	profissionais	
da área. Somado a isso, como foi informado ante-
riormente, as principais demandas de trabalho da 
ergonomia atual no Brasil e no mundo ainda se ba-
seiam em demandas relacionadas aos princípios da 
ergonomia física. Desta maneira, entendem-se as 
razões que fazem com que a ergonomia cognitiva e 
organizacional esteja no palco da maioria das atuais 
pesquisas	científicas	em	ergonomia.
1.1 Disciplinas da ergonomia
Não entraremos no mérito dos debates que de-
fendem que a ergonomia é ou não uma ciência e/
ou	uma	 técnica	 que	 emprega	princípios	 científicos	
de outras disciplinas para uso em seu escopo de tra-
balho, ou seja, o ser humano desempenhando uma 
atividade num ambiente qualquer de trabalho. Basta 
no momento dizermos que a ergonomia desenvolve 
suas	técnicas	dentro	de	bases	científicas	num	ponto	
que permeia disciplinas relacionadas à engenharia 
(físicas e exatas), à medicina, psicologia e sociolo-
gia (humanas e sociais), por exemplo, a solução de 
problemas de iluminação, temperatura, ruído e vi-
brações,	anatomia,	fisiologia,	psicologia.	A	Figura	1	
ilustra os domínios da ergonomia quanto a algumas 
das disciplinas que a compõe.
A ergonomia é uma disciplina autônoma, mas 
não pode viver sem se nutrir das aquisições de várias 
disciplinas, aquisições dinâmicas e assimiladas em 
um espírito interdisciplinar (WISNER, 2004, .p. 35).
Na Europa, os primeiros pesquisadores tiveram 
como foco de estudo as ciências humanas, conce-
dendo à ergonomia uma relação mais forte com a 
fisiologia	e	a	psicologia.	A	importância	de	uma	abor-
dagem nesta área está em estudos que relacionam 
a ergonomia aos problemas de consumo energético 
do trabalhador, as posturas de trabalho, aplicação de 
forças musculares, levantamento de cargas, trabalho 
repetitivo, etc. Em relação à psicologia, os estudos 
relacionam-se com interações do trabalhador com 
os terminais de vídeo, usabilidade de computadores 
e equipamentos de forte apelo tecnológico, moti-
vação no trabalho, relações sociais de trabalho etc. 
Cabe aqui ressaltar que não se faz intervenções er-
gonômicas sem dar enfoque misto às disciplinas que 
compõem a ergonomia, assim dizemos que a ergo-
nomia é uma ciência multidisciplinar.
Nos Estados Unidos os pioneiros em estudos 
ergonômicos despenderam seus esforços em assun-
tos relacionados ao campo da psicologia experimen-
tal e engenharia. O termo “engenharia humana” e 
“engenharia de fatores humanos” são termos usados 
até hoje naquele país e também no Canadá. 
A natureza de interdisciplinaridade da ergonomia 
é resultado de outra característica importante: a ergo-
nomia é uma ciência antropocêntrica, ou seja, o ser hu-
mano é o centro de atenção de seus estudos e esforços. 
E	como	definir	o	ser	humano?	Como	medi-lo?	Como	
elaborar ambiente de trabalho que o comportem com 
a	máxima	de	segurança,	saúde	e	conforto?	
A amplitude vasta de respostas e de opções de 
propostas para as perguntas acima parecem não ter 
fim.	Em	vista	disso,	parece	claro	que	a	ergonomia	se	
agrega a outras disciplinas para compor e elaborar 
respostas para estas e outras perguntas. 
O	desafio	da	 ergonomia	 é	 adaptar	 o	 trabalho	
às	pessoas.	Como	fazer	isso?	Primeiramente	temos	
que	definir	quem	é	o	ser	humano,	quem	é	o	traba-
lhador.	A	partir	daí,	o	ambiente	precisa	ser	definido.	
Disciplinas que compõe aspectos biopsicossociais 
são ferramentas para fornecer respostas para nossos 
questionamentos	 enquanto	 profissionais	 e	 pesqui-
sadores de saúde e segurança do trabalho, a grande 
área da qual a ergonomia faz parte.
Segundo Abrahão et al. (2009), três pressupos-
tos são necessários para compreensão da ação ergo-
nômica e suas metodologias: a interdisciplinaridade, 
a análise de situações reais e o envolvimento dos su-
jeitos, conforme Figura 2.
Ainda, segundo os autores, a interdisciplinarida-
de da qual serve de base para a ergonomia, resulta da 
importância de se analisar o fenômeno do trabalho 
humano sobre diferentes perspectivas (ABRAHÃO 
et al, 2009).
Esta relação da ergonomia com outras discipli-
nas	 e	 profissionais	 (médicos,	 engenheiros,	 fisiote-
rapeutas, administradores, terapeutas ocupacionais, 
psicólogos, enfermeiros, etc.) exige a elaboração de 
novos conceitos ao integrar conhecimentos destes 
diversos	profissionais	(CURIE,	2004).
1.2 Objetivos da ergonomia
Antes de discutir os objetivos da ergonomia, é 
importante	que	façamos	uma	reflexão	sobre	como	a	
ergonomia poderá favorecer empregados e empre-
gadores, trabalhadores e organizações empresariais. 
Algumas destas vantagens estão relacionadas com a 
produtividade e na qualidade do trabalho executado. 
Outras vantagens estão relacionadas à saúde e a con-
fiabilidade	humana	e	a	satisfação	no	trabalho.
“ Objetivo da ergonomia [ transformar o trabalhador 
de forma a adaptá-lo às caracteristicas e variabilida-
de do homem e do processo produtivo ]
Fonte: Abrahão [et al.] (2009)
Desta forma, a relação de contribuição que a 
ergonomia oferece para empresas e empregados, é 
a	eficiência	no	alcance	de	 resultados,	 a	 redução	de	
desperdícios de tempo e de recursos, a prevenção 
de erros ea proteção a pessoa humana no trabalho. 
Falzon (2007) complementa sobre os objetivos da 
ergonomia da seguinte maneira:
A	especificidade	da	ergonomia	reside	em	sua	tensão	
entre dois objetivos. De um lado, um objetivo cen-
trado nas organizações e no seu desempenho. Esse 
desempenho pode ser apreendido sobre diferentes 
aspectos:	 eficiência,	 produtividade,	 confiabilidade,	
qualidade, durabilidade etc. De outro, um objetivo 
centrado nas pessoas, este também se desdobrando 
em diferentes dimensões: segurança, saúde, confor-
to, facilidade de uso, satisfação, interesse do trabalho, 
prazer etc. (FALZON, 2009, p.8). 
Para a ergonomia não é aceitável que haja des-
perdícios de energia de maquinários ou humana, ou 
de tempo devido, por exemplo, a não conformidade 
de layout ergonômico, problemas relacionados aos 
espaços de trabalho ou não conformidades relacio-
nadas a sobrecargas cognitivas e assuntos relaciona-
dos à organização do trabalho. 
As	 bases	 científicas	 da	 ergonomia	 têm	 como	
escopo a adaptação do trabalho ao ser humano com 
vistas à sua saúde, segurança e conforto. Apesar do 
antropocentrismo da ergonomia é comum que estes 
esforços, em contrapartida, gerem benefícios não 
apenas ao ser humano no trabalho, mas há uma ten-
dência também de que eles proporcionem à organi-
zação	um	trabalho	mais	eficaz,	redução	de	custos	e	
ganho de produtividade.
Estudos ergonômicos, no meio acadêmico, mas 
principalmente no campo da prestação de serviços 
de	profissionais	da	área,	buscam	esta	relação	de	efi-
ciência e ganho mútuo entre empresa e empregados. 
Por	um	 lado,	o	 trabalhador	se	beneficia	com	a	
ergonomia no sentido que poderá exercer suas ativi-
dades laborais com maior segurança, num ambiente 
salutar e confortável, ou seja, com um equilíbrio entre 
as demandas de trabalho e suas capacidades labora-
tivas. De outro lado, as organizações empresariais se 
beneficiam	da	ergonomia	no	sentido	que	ofertam	um	
ambiente propício para o desempenho, consequente-
mente reduzindo custos relacionados a não confor-
midades na área de saúde e segurança do trabalho.
Os custos diretos e indiretos relacionados com 
o gerenciamento de trabalhadores afastados por do-
enças ou acidentes de trabalho e não afastados, mas 
com sua capacidade ocupacional reduzida, como no 
caso de trabalhadores acometidos de distúrbios os-
teomusculares relacionados ao trabalho (DORT) são 
exemplos de situações nas quais ações ergonômicas 
visam eliminar.
A relevância da ergonomia está no fato de que 
ela melhora situações de trabalho, não apenas com 
benefícios para o trabalhador, mas também para as 
organizações empresariais. Através de estudos siste-
máticos, como por exemplo, a Análise Ergonômica 
do	Trabalho	(AET),	os	profissionais	de	ergonomia	
conseguem fornecer dados das características da po-
pulação envolvida, no caso os trabalhadores, bem 
como do ambiente nos quais eles desempenham 
suas funções. De posse destas informações sistemá-
ticas	os	profissionais	da	área	de	ergonomia	elaboram	
propostas técnicas, conceitos, diretrizes e procedi-
mentos que à medida que são seguidos e defendidos 
a partir da alta direção da organização, gestores ge-
renciais e trabalhadores de nível operacional, contri-
buem para a redução de custos e o desenvolvimento 
da	eficácia	no	trabalho.
A ergonomia pode ser dividida em três segmen-
tos distintos: 
• Ergonomia de correção: atua de maneira restrita, 
modificando	elementos	parciais	do	posto	de	traba-
lho, tais como dimensões, iluminação, ruído, dispo-
sição de salas de trabalho, entre outros (IIDA, 2003);
• Ergonomia de concepção: Ao contrário, inter-
fere amplamente no projeto do posto de trabalho, 
dos instrumentos, da máquina ou do sistema de pro-
dução, organização do trabalho, e formação pessoal 
(IIDA, 2003);
• Ergonomia de conscientização: Surgiu da ne-
cessidade	 de	 orientar	 os	 profissionais	 de	 diversas	
áreas de atuação, com o objetivo de transmitir os 
conhecimentos já existentes e fazer com que estes 
profissionais	os	utilizem	(IIDA,	2003).
1.3 Tarefa e Atividade
O conhecimento sobre a tarefa e a atividade, 
suas	definições	 teóricas,	 classificações	e	diferencia-
ções resultam em pressupostos básicos e importan-
tes para ações em ergonomia e o desenvolvimento 
de análises ergonômicas do trabalho (AET).
Podemos	definir	tarefa	como	o	trabalho	pres-
crito e a atividade como o trabalho real. A tarefa se 
define,	portanto,	por	seus	objetivos,	suas	demandas	
e as condições tecnológicas que a empresa disponi-
biliza para a execução das atividades.
Algumas perguntas nos ajudam a ponderar so-
bre o que se deve levar em consideração ao se anali-
sar uma tarefa, ou um trabalho prescrito;
•	O	que	deve	ser	feito	(função,	objetivos)?
•	Como	deve	ser	feito	(procedimentos	de	trabalho,	
instruções, padrões, operações admissíveis, exigên-
cias,	segurança)?
•	Quais	os	 recursos	 (tecnologia	disponível	 caracte-
rísticas do posto de trabalho, ambiente de trabalho, 
documentação,	máquinas,	materiais)?
•	Qual	o	tempo	disponível	(ritmos,	prazos)?
•	 Quais	 as	 características	 do	 ambiente	 físico	 (am-
biente	de	trabalho)?
•	Quais	as	características	do	ambiente	cognitivo	(fer-
ramentas de apoio) e coletivo (presença ou ausência 
de colegas, parceiros, da hierarquia, modalidades de 
comunicação	etc.)	(FALZON,	2009)?
•	Quais	as	características	sociais	do	trabalho	(modo	de	
remuneração,	controle,	sanção	etc.)	(FALZON,	2009)?
•	 Quem	 executa	 a	 tarefa	 (características	 da	 po-
pulação trabalhadora, como por exemplo, idade, 
gênero, tempo na função, experiências, requisitos 
para	a	função)?
A tarefa (trabalho prescrito) se diferencia da ati-
vidade (trabalho real), por várias razões, entre elas 
estão as estratégias dos operadores, as quais variam 
de	 indivíduo	 para	 indivíduo,	 as	 flutuações	 do	 am-
biente de trabalho, ocorrências não programadas, 
etc. Além disso, a tarefa é planejada por gestores que 
nem sempre possuem um conhecimento adequado 
das condições de execução das atividades. 
A	 atividade	 é	 definida	 como	 um	 conjunto	 de	
condutas que o trabalhador assume para desem-
penhar um trabalho. Por exemplo, as posturas que 
assume, os processos mentais que utiliza para to-
mar uma decisão, os movimentos que executa para 
transformar um produto ou realizar um processo. A 
forma como pega uma ferramenta, a força e a fre-
quência de contrações musculares que imprime para 
realizar uma tarefa.
Em vista disso, é comum que haja adaptações 
em tempo real por parte dos operadores. É a máqui-
na que quebrada a ferramenta que falta, ou que está 
desgastada, a planilha que está incompleta, a deman-
da de trabalho que foi alterada ou aumentada, etc.
Quando	a	discrepância	entre	tarefa	e	atividade	
aumenta, em geral, aumentam também as sobrecar-
gas de ordem física, cognitiva e organizacional dos 
trabalhadores, que, muitas vezes, têm que se adaptar 
rapidamente às novas condições de trabalho ao exe-
cutar suas atividades.
Por	exemplo,	um	trabalhador	necessita	fixar	um	
quadro numa parede de madeira. Para tal, a tarefa é 
programada para que ele execute esta atividade com 
o uso de um martelo e pregos. Ele é treinado para 
tal, possui um tempo disponível bem dimensiona-
do e possui experiência na função. Porém, ao iniciar 
sua atividade lhe é informado que não há martelos 
disponíveis.	Como	ele	irá	realizar	este	trabalho?	As	
adaptações que ele realizar poderão gerar mudanças 
nas aplicações de forças musculares, mudanças de 
posturas, aumento de risco de acidentes, redução da 
qualidade do trabalho e outras consequências noci-
vas ao trabalhador e o recebedor do serviço. 
O que aconteceria se o trabalhador tivesse que 
realizar esta atividade durante toda a sua jornada diá-
ria	de	08	horas?	E	se	a	falta	do	martelose	mantivesse	
durante	toda	a	semana	ou	durante	todo	o	mês?
Apesar de ilustrarmos de maneira hipotética 
este exemplo, é comum ocorrerem situações reais de 
trabalho nas quais faltam materiais para a execução 
das tarefas, ou não há tempo hábil disponível, ou o 
trabalhador não é treinado para tal. A consequên-
cia quando estas situações ocorrem são o que cha-
mamos de não conformidades. Abismos formados 
pela discrepância entre tarefa e atividade são uma 
das principais causas de custos humanos que, conse-
quentemente,	resultam	em	custos	financeiros	para	as	
organizações empresariais e toda a sociedade.
1.4 Observações diretas e indiretas
“A atividade não se reduz ao comportamento. O 
comportamento é a parte observável, manifesta, da 
atividade. A atividade inclui o observável e o não ob-
servável: a atividade intelectual ou mental. A ativida-
de gera o comportamento.” (FALZON, 2009, p. 9).
Para se analisar uma atividade é necessário que 
se façam observações. Faverge (1972) elaborou uma 
forma de observação na qual há quatro tipos de aná-
lise da atividade. São elas:
•	Gestos	e	posturas:	neste	tipo	de	observação	é	dada	
atenção às ações realizadas pelo do trabalhador, sua 
frequência e duração. Medidas de frequência cardía-
ca e gasto energético são exemplos de dados quan-
titativos a serem levados em consideração neste tipo 
de análise. 
Na atual ergonomia, a análise dos gestos e posturas 
é	realizada	por	vídeos	e	fotografias,	associados	à	aplica-
ção de ferramentas ergonômicas, programas de compu-
tador e outras ferramentas e instrumentos tecnológicos.
•	 Aquisição	 da	 Informação:	 neste	 tipo	 de	 obser-
vação realiza-se registro dos movimentos oculares 
do	 trabalhador	 através	 de	 filmagem.	 Através	 dis-
so,	 verificam-se	 os	 sinais	 que	 o	 trabalhador	 utiliza	
para buscar informações do ambiente como recurso 
para realizar uma tarefa. Pode-se dizer que a análise 
da aquisição da informação é um complemento da 
análise dos gestos e posturas, pois em geral os mo-
vimentos e as posturas assumidas são respostas de 
processos cognitivos.
•	Regulação:	neste	tipo	de	análise	o	profissional	que	
realiza	a	observação	busca	identificar	os	ajustes	que	
o	trabalhador	necessita	fazer	para	compensar	flutua-
ções do ambiente e de suas próprias condições com 
a	finalidade	de	executar	e	completar	o	trabalho.
A regulação é um mecanismo de controle que 
compara os resultados de um processo com uma 
produção desejada e ajusta esse processo em relação 
à diferença constatada (FALZON, 2009, p. 10).
•	Processos	mentais:	este	tipo	de	observação	é	reali-
zado principalmente em postos automatizados e de 
inteligência	 artificial.	 Requerem	 do	 observador	 um	
entendimento profundo da forma de raciocinar do 
trabalhador na resolução de problemas. Os processos 
mentais levam em consideração o planejamento do 
trabalho, a antecipação de ações e diagnóstico. Neste 
tipo de análise, não é possível realizar uma observação 
direta, mas sim inferência e respostas verbais. 
1.5 Verbalizações
Ressaltamos a importância das verbalizações 
dos trabalhadores para a realização de uma análise 
ergonômica.	As	verbalizações	podem	ser	classifica-
das em “verbalizações espontâneas” e “verbaliza-
ções provocadas”. As primeiras ocorrem esponta-
neamente,	 sem	que	haja	pedido	do	profissional	de	
ergonomia.	Quando	há	 um	pedido	 do	 observador	
para que o trabalhador “pense alto”, chamamos de 
verbalização provocada. 
As verbalizações contribuem em muito para a 
comprovação	 de	 achados	 ergonômicos	 ou	 confir-
mação de diagnóstico ergonômico, principalmente 
em aspectos cognitivos de análise. Em geral, deve-se 
incentivar que as verbalizações sejam feitas em tem-
po real de trabalho. 
Outro fato importante sobre as verbalizações 
diz	respeito	ao	nível	de	confiança	que	o	trabalhador	
o qual é o interlocutor possui em relação ao pesqui-
sador, ou o ergonomista observador. Verbalizações 
poderão ser mascaradas caso o trabalhador não se 
sinta seguro sobre os propósitos reais de uma análise 
ergonômica, ou dos resultados que suas verbaliza-
ções poderão gerar para ele mesmo. 
A sinceridade dos trabalhadores nas verbaliza-
ções é primordial para que o diagnóstico ergonômi-
co	seja	claro,	confiável	e	real.	Caberá	ao	ergonomis-
ta	observador	conquistar	esta	confiança,	a	qual	em	
geral é desenvolvida pela frequência e duração das 
observações, além das características organizacio-
nais da instituição empresarial local da observação. 
Em suma, o observador tem que “entrar na tribo” 
antes de buscar informações do trabalho através de 
verbalizações dos trabalhadores.
1.6 Metodologia em ergonomia
Como vimos anteriormente, a ergonomia sur-
giu da necessidade de melhoria do desempenho no 
trabalho e respostas socioeconômicas a questões re-
lacionadas a situações de trabalho não satisfatórias. 
Desta maneira, a ergonomia foi experimentando, 
assinalando	 fortemente	 uma	 atitude	 científica,	 dis-
tinguindo-se claramente dos que formulavam reco-
mendações com base em preconceitos sociológicos 
(WISNER, 1994. p. 87).
Há cerca de 70 anos, os métodos experimentais 
de pesquisa em ergonomia permitiram progressos e 
melhorias de situações de trabalho que proporciona-
ram avanços tecnológicos e redução de perdas hu-
manas, de tempo e de materiais.
A abordagem metodológica da ergonomia gra-
dativamente foi migrando dos objetivos militares 
para	 os	 industriais,	 firmando-se	 numa	 abordagem	
que demandava fatos, dados quantitativos, conse-
lhos precisos, resultados claramente demonstráveis. 
Tudo isso num tempo curto, ou seja, sem atrapalhar 
o trabalho industrial (WISNER, 1994). Esta propos-
ta metodológica estende-se até os dias atuais.
A experimentação utilizada para o estudo do ser 
humano seguia as mesmas regras para a física e quí-
mica, contribuindo para elucidar fatos indiscutíveis e 
permitindo dar conselhos precisos. Porém, este tipo 
de abordagem não pertencia nem pertence à pesquisa, 
e, sim, a estudos experimentais, ou seja, assim como 
nos primórdios da ergonomia, pois, os critérios in-
dustriais não possuíam, tampouco possuem uma base 
puramente	científica	(WISNER,	1994).	
Apesar	 de	 existirem	 certas	 lacunas	 científicas	
de abordagem industrial da ergonomia, ainda assim 
esta metodologia possui certos benefícios, os quais 
de maneira resumida serão citados. São eles:
• Custo: a contribuição ergonômica é de baixo cus-
to, pois basta recorrer ao saber do especialista, aju-
dado por alguns tratados e por experiências simples 
e rápidas (quick and dirty);
• Tempo: o trabalho na indústria não foi pertur-
bado, visto que o ergonomista se contentou com 
a descrição do problema feita por seu interlocutor 
da direção e eventualmente com uma rápida visita 
aos lugares, ou com uma análise sumária da situação 
(WISNER, 1994. p. 91).
Alguns	profissionais	atuam	em	ergonomia	mes-
mo sem possuir o conhecimento necessário para exe-
cutar atividades e serviços nesta área. Estes podem 
até obter sucesso mesmo ao executar intervenções 
insuficientes	 e	 frágeis,	 pois	 comumente	os	 recebe-
dores dos serviços desconhecem quase que comple-
tamente sobre o funcionamento do corpo humano, 
questões relacionadas à biomecânica e a antropome-
tria e outros assuntos de saúde do trabalhador.
(...) muitos ergonomistas, no mundo, prestam servi-
ços agindo dessas maneiras. A razão desse sucesso se 
deve ao fato de que a ignorância do funcionamento 
do homem é tão profunda na maioria dos planejado-
res que algumas contribuições ergonômicas, mesmo 
modestas e desajeitadas, têm um efeito muito positi-
vo. (WISNER, 1994, p. 91).
Um dos pontos mais importantes a serem le-
vados em consideração é a variabilidade do homem 
ao longo do dia (ciclo circadiano) e também a va-
riabilidade de capacidades e competênciasde pessoa 
para pessoa e entre períodos. Alguns exemplos desta 
diversidade são:
•	Força	muscular;
•	Idade;
•	Estatura;
•	Massa	corporal;
•	Antecedentes	de	traumas	e	patologias;
•	Nível	e	grau	de	instrução;
•	Experiência	profissional;
•	Gênero;
•	Etc.
É comum que planejadores de trabalho tenham 
fracassado ao tentar projetar demandas de trabalho 
para o ser humano, levando em consideração experiên-
cias puramente tecnológicas, ou seja, não se pode com-
parar a variabilidade do homem com a variabilidade de 
uma máquina. Há 50 anos este era um erro frequente. 
Apesar de variabilidade do homem e também 
da tarefa e atividade, há ainda administradores, en-
genheiros de produção e outros gestores fabris que 
insistem em se basear no sistema homem-máquina 
ao elaborar e dimensionar a produção, ou seja, com-
parar o homem a uma máquina.
1.6.1 Análise Ergonômica do Trabalho
A primeira vez que a Análise Ergonômica do 
Trabalho foi proposta foi em 1955, através do livro “A 
Análise do Trabalho”, de autoria de Faverge e Om-
bredane. O desenvolvimento desta metodologia pros-
seguiu através dos ergonomistas Güerín, Montmollin, 
Wisner, Leplat, e Laville, os quais aprofundaram suas 
bases	teóricas	e	diversificaram	suas	aplicações.
A	Análise	Ergonômica	do	Trabalho	é	definida	
como um conjunto estruturado e intercomplemen-
tar de análises situadas, de natureza global e sistemá-
tica, sobre os determinantes da atividade das pessoas 
numa organização (GÜERÍN, 2001). 
A Análise Ergonômica do Trabalho centra seus 
objetivos, métodos e desenvolvimentos teóricos so-
bre	a	atividade	de	trabalho,	suas	dificuldades	físicas	
e/ou cognitivas e sobre as condições de trabalho en-
contradas nas empresas (GÜERÍN, 2001). 
Nas ações ergonômicas demandadas pelas or-
ganizações	é	importante	que	o	profissional	de	ergo-
nomia	 dê	 atenção	 não	 só	 para	 as	 bases	 científicas	
desta disciplina, mas também para os resultados eco-
nômicos que a organização empresarial conseguirá 
com esta ação.
Güerín et al (2001) intitula um de seus livros 
com a seguinte expressão: “Compreender o Traba-
lho para Transformá-lo” e defende que os objetivos 
da ação ergonômica têm estes dois enfoques, um 
voltado para os trabalhadores, sua saúde e valoriza-
ção e outro voltado para os objetivos econômicos 
da empresa.
A metodologia de Análise Ergonômica do Tra-
balho – AET leva em conta estes dois objetivos ma-
cros e através da AET busca-se resolver problemas 
relacionados a situações de adaptação ou concepção 
de sistemas de produção nos quais o foco foi pu-
ramente	financeiro,	 técnico	ou	organizacional,	 não	
favorecendo	uma	reflexão	sobre	o	a	 influência	dos	
meios	de	 trabalho	 e	 cuja	 concepção	não	 leva	 sufi-
cientemente em consideração as variabilidades dos 
trabalhadores e do ambiente (GÜERÍN, 2001).
Segundo Güerín (2001), o objetivo da AET é:
a) Conhecer e explicar as relações entre a saúde dos 
trabalhadores e as condições de realização do trabalho;
b) Compreender o trabalho para uma posterior trans-
formação ou concepção de novas situações laborais;
c) Melhorar a organização dos sistemas sociotécni-
cos, a gestão dos recursos humanos e, em consequ-
ência, o desempenho da empresa como um todo.
A Análise Ergonômica do Trabalho - AET pos-
sui	cinco	componentes	estruturais,	os	quais	se	confi-
guram como etapas metodológicas introdutórias, de 
desenvolvimento e de recomendações. 
Esta estruturação da AET promove uma base 
crescente de conhecimentos sobre o estudo em 
questão. Estas etapas metodológicas são a análise da 
demanda (1), a análise da tarefa (2), a análise da ati-
vidade (3), o diagnóstico ergonômico (4) e as reco-
mendações ergonômicas (5). Cada etapa possui suas 
características	 e	 especificidades	 e,	 como	 tal,	 reque-
rem	uma	abordagem	específica.	
A análise da demanda é a primeira das 05 eta-
pas. Ela é apresentada ao ergonomista pelo dirigente 
da empresa ou por um de seus representantes legais, 
ou seja, quando o ergonomista é solicitado, em geral, 
já se conhece algumas das não conformidades ergo-
nômicas da organização, ou tentativas de tratamento 
técnico (FALZON, 2007).
Segundo Falzon (2007), a análise da demanda 
tem os objetivos de:
a) Identificar a história da demanda e seu contex-
to, a população envolvida, além do demandante 
que entrou em contato, e as tentativas de respos-
ta já realizadas;
b)	Identificar	os	desafios	propostos	pela	demanda,	
os	quais	podem	ser	diversos,	como	desafios	econô-
micos, de saúde e segurança ocupacional e gestão. 
Identificar	também	os	responsáveis	pela	permissão	
para início da intervenção ergonômica;
c) Recolher informações que permitam realizar os 
estudos dos problemas demandados, como por 
exemplo, consulta ao Programa de Prevenção de 
Riscos Ambientais (PPRA), Programa de Controle 
de Médico em Saúde Ocupacional (PCMSO), esta-
tística de acidentes, etc.
d)	Identificar	as	representações	e	expectativas	que	os	
responsáveis da organização empresarial possuem 
do ergonomista;
e) Identificar a cultura organizacional da empre-
sa, os limites de intervenção (sociais, econômi-
cos, temporais);
f)	Permitir	ao	ergonomista	verificar	sua	competência	
e pertinência de sua intervenção e possível reformu-
lação dos objetivos e modalidades de ação. 
É recomendado que antes da contratação de 
um serviço de ergonomia seja possível que o ergo-
nomista realize uma visita para a empresa deman-
dante do serviço. Neste momento, o ergonomista 
poderá tomar conhecimento da demanda, caracte-
rísticas do trabalho e da empresa, prazos etc. Um 
projeto ou contrato deverá contemplar os seguintes 
características e aspectos (FALZON, 2007):
•	A	demanda	reformulada;
•	Os	prazos;
•	A	natureza	das	contribuições	que	 se	esperam	do	
ergonomista, seus prazos e grau de precisão;
•	 As	 condições	 de	 sucesso	 da	 intervenção,	 como	
por exemplo, o acesso às situações de trabalho, do-
cumentos e pessoas, regras da intervenção, recursos 
técnicos, modalidades de difusão dos resultados.
Enfim,	a	análise	da	demanda	visa	compreender	
bem a natureza e o objetivo do pedido (WISNER, 
1994) a qual servirá de base para a sequência do tra-
balho a ser realizado pelo ergonomista.
A análise da tarefa, como discutido anterior-
mente, é parte da prescrição do trabalho, das nor-
mas e dos recursos disponibilizados pela empresa. 
A tarefa diz respeito ao que o trabalhador tem que 
fazer, segundo determinadas normas e padrões de 
qualidade e de quantidade. A tarefa, portanto, abran-
ge	as	condições	de	trabalho,	pois	influenciam	as	pos-
sibilidades de ação (ABRAHÃO et al, 2009).
A tarefa de maneira geral compõe-se dos se-
guintes elementos a serem analisados:
•	Pessoas	
•	Ações	
•	Informações	
•	Entradas	e	saídas	
•	Máquinas	
•	Ambiente	
•	Condições	organizacionais	
Em relação às pessoas os elementos de análise 
da tarefa são:
Em relação ao ambiente os elementos de análi-
se da tarefa são:
Ainda outros elementos ambientais que devem 
ser levado em consideração para a análise da tarefa são:
•	Materiais;	
•	Ferramentas;	
•	Cargas;	
•	Dimensões;	
•	Mobiliário;	
•	EPI	/	EPC;	
•	Dispositivos	de	informações;	
•	Controles;	
•	Substâncias	químicas.	
Em relação às questões organizacionais os ele-
mentos de análise da tarefa são:
•	Jornada;	
•	Turnos;	
•	Hora-extra;	
•	Salário;	
•	Plano	de	carreira;	
•	Relações	de	trabalho;	
•	Valorização	social	do	trabalho;	
•	Trabalho	em	grupo;	
•	Rodízios;	
•	Estilos	gerenciais.	
A análise da tarefa aborda um conjunto de ob-
jetivos	e	prescrições	dados	aos	operadores,	definida	
pelos seus modos operatórios, as instruções, as nor-
mas de segurança e os recursos da empresa dispo-
nibilizados aos operadores para a realização de suas 
atividades(GUERIN, 2001).
A análise da tarefa também é considerada como 
um	princípio	que	impõe	um	modo	de	definição	do	
trabalho em relação ao tempo. A característica prin-
cipal da tarefa é sua exterioridade em relação ao tra-
balhador envolvido (GUERIN, 2001).
A exterioridade diz respeito ao planejamento 
do trabalho por um engenheiro de produção, um ad-
ministrador ou gestor que não participa ativamente 
in loco da produção por ele planejada. Frequente-
mente, estes gestores não levam em conta as particu-
laridades dos operadores e muito menos o que eles 
pensam sobre as escolhas feitas e impostas (GUE-
RIN, 2001).
Após a abordagem da análise da tarefa a qual 
diz respeito às prescrições e regulamentos do traba-
lho, iremos agora discorrer sobre a análise da ativi-
dade, sua natureza e características, seus elementos 
de	estudo,	conceitos	e	definições.
De maneira introdutória, vimos que a atividade 
difere da tarefa da mesma forma que o trabalho real 
difere do trabalho prescrito. Variabilidades decor-
rentes da tecnologia, das pessoas e da organização 
constituem estas diferenças entre o que é real e o que 
é prescrito. Outro fator que contribui para esta dis-
crepância é limitações e fragilidades do planejamen-
to	da	produção,	dificuldades	de	 recursos	ofertados	
pela empresa e restrições temporais para a produção.
De maneira geral, podemos dizer que a ativida-
de consiste naquilo que o trabalhador faz, suas ações, 
suas	decisões	para	atingir	os	objetivos	definidos	na	
tarefa	ou	redefinidos	de	acordo	com	o	trabalho	real	
(ABRAHÃO et al., 2009).
Há ainda uma dimensão importante da atividade: 
a forma como o trabalhador executa para atingir os ob-
jetivos propostos para a tarefa. Esta dimensão contem-
pla	o	trabalho	muscular	(força,	flexibilidade,	controlo	
motor, posturas assumidas, etc.), e as atividades cogni-
tivas do trabalhador (ABRAHÃO et al., 2009).
A análise da atividade se faz através da observa-
ção dos comportamentos dos trabalhadores, sua fala, 
a direção do olhar, os gestos, os movimentos, desloca-
mentos, etc. A atividade pode ser analisada também a 
partir das estratégias operatórias adotadas pelo traba-
lhador para cumprir as metas com as condições for-
necidas pela empresa (ABRAHÃO et al., 2009). 
Os	elementos	analisados	devem	ser	quantificá-
veis	através	de	registros	estatísticos,	fotografias,	ví-
deos, planilhas, softwares, entrevistas, questionários 
etc.	De	maneira	resumida,	os	aspectos	a	serem	defi-
nidos e analisados são:
•	Realização	do	trabalho;	
•	Percepção	do	trabalho;	
•	Gestos	e	movimentos;	
•	Posturas	e	vícios;	
•	Ritmo	de	trabalho;	
•	Pausas	e	repousos;	
•	Fatores	sociais;	
•	Técnicas	de	análise.	
As características de resultado em uma Análise 
Ergonômica do Trabalho (AET) constam de:
A Figura 5 ilustra as relações entre tarefa e ativi-
dade, suas diferenças e particularidades. Nota-se que 
a tarefa está relacionada às condições predetermina-
das e a resultados antecipados e a atividade de traba-
lho às condições reais de trabalho e ao resultado real.
O diagnóstico ergonômico, parte integrante de 
uma Análise Ergonômica do Trabalho é resultado de 
uma	reflexão	e	avaliação	das	etapas	pregressas	ante-
riormente conduzidas. 
Não	se	pode	identificar	um	diagnóstico	ergonô-
mico sem antes ter abordado o assunto ou tema em 
questão. Por exemplo, não se pode no diagnóstico 
identificar	uma	postura	incorreta	de	um	trabalhador	
que realiza uma atividade qualquer sem ter registra-
do	esta	postura	por	meio	de	fotografias	ou	vídeos	na	
análise da atividade, ser ter registrado a frequência 
que o trabalhador assume tal postura. 
Além disso, não se pode diagnosticar que a 
postura “x” assumida gera riscos de doenças oste-
omusculares sem corroborar esta informação nas 
estatísticas de afastamentos ou registros de entrada 
no serviço médico da empresa por conta de dores 
ou	qualquer	distúrbio	igual	ou	similar	ao	identifica-
do, seja pelo trabalhador em questão ou por outros 
trabalhadores que realizam o mesmo tipo de tarefa.
O diagnóstico ergonômico resulta da articula-
ção dos dados resultantes das hipóteses iniciais de 
pesquisa levantadas durante a análise da demanda, 
das observações livres do ergonomista, da comple-
xidade e da variabilidade das situações de trabalho, 
das questões relacionadas à organização do trabalho 
ou a cultura organizacional e dos conhecimentos do 
ergonomista (ABRAHÃO et al., 2009)
A formulação do diagnóstico ergonômico tem 
como objetivo a reformulação das questões iniciais 
e hipóteses de base, contribuir para desvendar as es-
tratégias usadas pelos operadores para realizar uma 
atividade e contribuir para uma mudança das repre-
sentações sobre o trabalho (ABRAHÃO et al., 2009). 
Segundo Guerín (2001), o diagnóstico ergonômico 
também contribui para a resolução de problemas 
micro	e	macro	e	identificar	sintomas	relacionados	a	
não conformidades, como por exemplo: 
•	Erros	humanos;	
•	Incidentes	críticos;	
•	Afastamentos;	
•	Falta	de	qualidade	nos	serviços.
Por	 fim,	 as	 recomendações	 ergonômicas	 são	
o produto do esforço metodológico realizado nas 
etapas	 iniciais	e	finais	de	uma	AET.	Por	 isso,	a	er-
gonomia é uma ciência e uma técnica, uma ciência 
porque	requer	uma	abordagem	de	pesquisa	científica	
e também porque demanda ações transformadoras 
de cunho socioeconômico.
Não existe uma ação ergonômica sem a busca 
pela transformação do trabalho, a melhoria dos pro-
cessos	produtivos,	da	valorização	do	profissional	na	
empresa e sua proteção contra doenças ocupacio-
nais e acidentes de trabalho.
É importante que haja envolvimento de vários 
profissionais	e	representantes	da	empresa	para	que	
as recomendações ergonômicas sejam mais comple-
tas, menos restritivas e alcancem as expectativas de 
todos envolvidos. Não se faz ergonomia sem envol-
vimento dos trabalhadores.
Segundo Guerín (2001), as recomendações er-
gonômicas contemplam uma apresentação do es-
tudo, objetivo, e resultados, o modelo operativo de 
ação	e	os	custos	das	modificações	e	perspectivas.	Al-
guns exemplos de melhorias são:
•	Projeto	de	novos	sistemas	de	trabalho;	
•	Análise	de	tempos	e	movimentos;	
•	Antropometria;	
•	Enriquecimento	das	tarefas;	
•	Controle	do	ritmo	de	trabalho;	
•	Rodízio	das	tarefas;	
•	Pausas	energéticas;	
•	Relaxamento	muscular;	
•	Pequenas	melhorias;	
•	Correção	dos	vícios.	
A Figura 6 ilustra a relação entre as etapas de 
uma Análise Ergonômica do Trabalho com a tipo-
logia de recursos de investigação em pesquisa que 
devem ser realizados para levantamento de dados, 
reflexões	analíticas	e	alcance	dos	objetivos.
Finalizamos este capítulo ressaltando que o 
foco da Análise Ergonômica do Trabalho é contri-
buir para o cumprimento do item 17.1 da NR 17, o 
qual informa:
Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer pa-
râmetros que permitam a adaptação das condições de 
trabalho	 às	 características	 psicofisiológicas	 dos	 tra-
balhadores, de modo a proporcionar um máximo de 
conforto,	segurança	e	desempenho	eficiente.
Para que se possa atingir o objetivo supracitado, 
a NR 17 informa os requisitos mínimos de interven-
ção e análise para o desenvolvimento de uma AET. 
Estes requisitos são:
•	Levantamento,	transporte	e	descarga	 individual	
de materiais;
•	Mobiliário	dos	postos	de	trabalho;
•	Equipamentos	dos	postos	de	trabalho;
•	Condições	ambientais	de	trabalho:
•	Organização	do	trabalho:
o As normas de produção;
o O modo operatório;
o A exigência de tempo;
o A determinação do conteúdo de tempo;
o O ritmo de trabalho;
o O conteúdo das tarefas.
A AET trata-se de um documento dinâmico 
e por isso deve estar baseado em ações mediatas e 
imediatas, ou seja, é necessário que se gerencie os 
achados obtidos durante o levantamento dasinfor-
mações para a melhoria do trabalho.
Exercícios
1) Explique a relação do desenvolvimento da ergo-
nomia com o pós II Guerra Mundial.
2) Explique por que atualmente as principais pesqui-
sas	científicas	possuem	foco	na	ergonomia	cognitiva	
e organizacional.
3) Explique por que a ergonomia possui natureza 
interdisciplinar.
4) Segundo Abrahão et al. (2009), há três pressupos-
tos para uma compreensão da ação ergonômica e de 
suas metodologias
5)	Por	que	empregadores	e	empregados	 se	benefi-
ciam	da	ergonomia?
Gabarito
Unidade I
1. A II Guerra Mundial foi impulso para o desenvol-
vimento da ergonomia no pós-guerra porque a partir 
de 1950 as economias dos países estavam focalizadas 
na produção e possuíam uma alta demanda industrial 
para tal. Com os conhecimentos prévios desenvolvi-
dos das interações do ser humano com o ambiente de 
guerra e seus respectivos equipamentos, a ergonomia 
teve, portanto, um terreno fértil para se desenvolver. 
2. Porque os processos mentais e as relações sociais 
no trabalho muitas vezes possuem suas bases em 
constructos qualitativos, nem sempre de fácil domínio 
para	validações	de	achados	científicos.	Além	disso,	as	
principais demandas de trabalho da ergonomia atual 
no Brasil e no mundo ainda se baseiam em demandas 
relacionadas aos princípios da ergonomia física. 
3. A natureza de interdisciplinaridade da ergonomia é 
resultado de uma característica importante: a ergono-
mia é uma ciência antropocêntrica, ou seja, o ser hu-
mano é o centro de atenção de seus estudos e esforços. 
E	devido	à	complexidade	do	ser	humano	para	defini-
-lo, medi-lo, e como elaborar um ambiente de trabalho 
para que o comportem com a máxima de segurança, 
saúde e conforto requerem estudos interdisciplinares.
4. A interdisciplinaridade, a análise de situações reais 
e o envolvimento dos sujeitos.
5.	Os	empregadores	e	empregados	se	beneficiam	da	
ergonomia porque de um lado o trabalhador poderá 
exercer suas atividades laborais com maior seguran-
ça, num ambiente salutar e confortável e de outro, as 
organizações empresariais poderão ofertar um am-
biente propício para o desempenho, consequente-
mente reduzindo custos relacionados a não confor-
midades na área de saúde e segurança do trabalho.
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