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Colaborador: Professor Ayres Barros 
REGIMENTO GERAL DOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS DO ESTADO DO CEARÁ 
– PORTARIA Nº1220/2014 – 
 
 
A SECRETÁRIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA DO ESTADO DO CEARÁ, no uso de suas atribuições legais que lhe são conferidas 
pelo art.44, da Lei nº13.875, de 07 de fevereiro de 2007 e tendo em vista o que consta do Processo do Sistema de 
Protocolo Único nº5251265/2013; CONSIDERANDO a necessidade de revisar o Regimento Geral dos Estabelecimentos 
Prisionais do Estado do Ceará, conforme determina a Portaria Nº 0240/2010, que regulamenta as ações desenvolvidas 
no âmbito do Sistema Penitenciário cearense, para o pleno desempenho das atividades das Unidades Prisionais, 
adequando-se as diretrizes estabelecidas na Lei de Execuções Penais; CONSIDERANDO o trabalho realizado pela 
Comissão Especial criada para análise e proposituras das alterações revisionais, bem como as considerações trazidas 
pelos novos equipamentos e setores da SEJUS, e a observações oriundas da contribuição de vários segmentos da 
sociedade, RESOLVE: Art.1º Aprovar a revisão do Regimento Geral dos Estabelecimentos Prisionais do Estado do 
Ceará, na forma do Anexo que integra a presente Portaria. Art.2º Este Regimento entrara em vigor na data da publicação 
desta Portaria. SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA, em Fortaleza (CE), aos 10 de dezembro de 2014. 
 
Mariana Lobo Botelho Albuquerque 
 SECRETÁRIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA 
 
Registre-se e publique-se. 
 
 
COMENTÁRIOS – 
 
REGIMENTO GERAL E SUAS ALTERAÇÕES – 
 
 Inicialmente, antes de comentar os principais pontos do Regimento Geral, falaremos um pouco de 
suas alterações desde o edital de 2010. 
 O Regimento Geral entrou no ordenamento Jurídico Estadual no ano de 2010, através da PORTARIA 
240/10. Essa, inclusive, foi a portaria cobrada no último concurso. 
 No entanto, no ano de 2014, a PORTARIA 240/10 foi REVISADA pela PORTARIA 1220/14, sofrendo 
diversas alterações. 
 Desta forma, hoje, a PORTARIA válida que trata dos Estabelecimentos Prisionais do Estado do Ceará 
é a PORTARIA 1220/14, que inclusive será cobrada no próximo edital. 
 
 
 
 
 
 
REGIMENTO GERAL DOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS 
DO ESTADO DO CEARÁ 
 
TÍTULO I 
 DO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
 
Art.1º - O Sistema Penitenciário do Estado do Ceará adota os princípios contidos nas Regras Mínimas para Tratamento 
dos Reclusos e Recomendações pertinentes, formuladas pela Organização das Nações Unidas -ONU- e respeita as 
diretrizes fixadas pela Lei 7.210/84 (Lei de Execuções Penais), alterações legislativas posteriores e nas Recomendações 
Básicas para uma programação prisional editadas pelo Ministério da Justiça. 
 
COMENTÁRIOS– 
 
Como podemos extrair do art. 1°, o Regimento Geral (RG) adota princípios contidos nas Regras Mínimas 
para Tratamento dos Reclusos e Recomendações pertinentes; respeita diretrizes fixadas pela Lei 7.210/84 
(Lei de Execuções Penais)... 
 
 
 Percebe-se, portanto, que o Regimento Geral tem como base legal a Lei 7.210/84 (Lei de Execuções 
Penais), bem como as alterações legislativas posteriores e as Recomendações Básicas para uma 
programação prisional editadas pelo Ministério da Justiça. 
 Desta forma, o Regimento Geral não pode ir de encontro à LEP, deve respeitar suas limitações, 
vedações e adotar os princípios básicos nela contida. 
 Ainda, o Regimento Geral deve adotar e respeitar os princípios constitucionais. 
 
 
 
Art.2º - O Sistema Penitenciário do Estado do Ceará tem como finalidade a vigilância, custódia e assistência aos presos 
e às pessoas sujeitas a medidas de segurança, assegurando-lhes a preservação da integridade física e moral, a 
 
 
promoção de medidas de integração e reintegração sócio-educativas, conjugadas ao trabalho produtivo. 
 
§1º - Configura-se, ainda, como finalidade do sistema penitenciário estadual, a fiscalização e assistência ao egresso, 
garantindo lhes a promoção de medidas de integração e reintegração sócio-educativas. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
DIFERENÇA ENTRE O OS DOIS DISPOSITIVOS – 
 
A diferença entre a finalidade do art.2º caput e art.2º, §1º consiste em que o Art.2º caput destina-se aos 
presos e às pessoas sujeitas a medidas de segurança; já o art.2º, §1º destina-se ao egresso. Desta forma, 
o agente penitenciário exercerá: 
 
 Vigilância, custódia e assistência  presos e às pessoas sujeitas a medidas de segurança; 
 
 Fiscalização e assistência  egresso. 
 
DEFINIÇÃO DOS SUJEITOS CITADOS NO ARTIGO – 
 
PESSOAS SUJEITAS A MEDIDAS DE SEGURANÇA – São aquelas que praticam crimes e que, por serem 
portadores de doenças mentais, não podem ser considerados responsáveis pelos seus atos e, portanto, 
devem ser tratados e não punidos. (Previsão no art. 96 do CPB) 
 
EGRESSO – LEP – Art. 26. 
 
Considera-se egresso para os efeitos desta Lei: 
I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do estabelecimento; 
II - o liberado condicional, durante o período de prova. (Os requisitos do livramento condicional 
estão no Art. 83, CP; previsão na LEP, Art. 131) 
 
 
ATRIBUIÇÕES DOS AGENTES PENITENCIÁRIOS versus FINALIDADE SISTEMA PENITENCIÁRIO DO CEARÁ 
 
 Devemos ter cuidado para não confundir o art. 1° da Lei 14.582/09 com o Art.2º do Regimento Geral 
(PORTARIA 1220/14). O art. 1° da Lei 14.582/09 trata das atribuições dos agentes penitenciários, que 
incluem, dentre outras, VIGILÂNCIA, ASSISTÊNCIA E CUSTÓDIA. Já o Art.2º do Regimento Geral, trata das 
 
 
finalidades do Sistema Penitenciário do Estado do Ceará, dentre elas, VIGILÂNCIA, ASSISTÊNCIA E 
CUSTÓDIA aos presos e às pessoas sujeitas a medidas de segurança. 
 
 A “atribuição” consiste no ato de designar tarefa ou dever a alguém. Ou seja, trata da responsabilidade 
própria de um cargo ou função; trata da competência, prerrogativa dos agentes penitenciários. 
 Já a “finalidade” consiste no objetivo ou propósito que se tem a intenção de alcançar. 
Portanto, o agente penitenciário tem o DEVER de vigiar, dá assistência e custodiar os presos, com isso, 
alcançando a FINALIDADE do Sistema Penitenciário. 
 
 
 
 
Art.3º - O Sistema Penitenciário, pelas suas características especiais, fundamenta-se na hierarquia funcional, disciplina 
e, sobretudo, na defesa dos direitos e garantias individuais da pessoa humana, organizado em Coordenadoria do Sistema 
Penal - COSIPE, vinculado ao Poder Executivo como Órgão de Administração da Execução Penal. 
 
COMENTÁRIOS- 
 
São fundamentos do Sistema Penitenciário – 
 
1. Hierarquia funcional – consiste nas relações de subordinação entre os membros de um grupo, 
com graus sucessivos de poderes, de situação e de responsabilidades. Assim, hierarquia é a 
ordenada distribuição dos poderes com subordinação sucessiva de uns aos outros. 
 
2. Disciplina – consiste na obediência às regras, aos superiores, a regulamentos. Desta forma, 
assegurando a ordem, bem-estar dos indivíduos ou o bom funcionamento de uma organização. 
 
3. Defesa dos direitos e garantias individuais da pessoa humana – Consiste em assegurar os direitos 
humanos, constitucionais e fundamentais. 
 
O sistema Penitenciário é organizado em Coordenadoria do Sistema Penal – COSIPE; 
 
VINCULAÇÃO DA COSIPE – 
A COSIPE é vinculada ao poder executivo como órgão de administração da execução penal. 
 
 
 
 
 
 
Art.4º - A Coordenadoria do Sistema Penal é órgão subordinado diretamente ao Secretário da Justiça e Cidadania do 
Estado do Ceará, organizada em carreira, com ingresso de seus integrantes na classe inicial, mediante Concurso Público 
de provas e títulos, chefiadapelo Coordenador Geral, nomeado pelo Governador do Estado do Ceará, preferencialmente 
entre os membros da Instituição. 
 
Parágrafo único - A nomeação do Coordenador do Sistema Penal deverá obedecer aos mesmos critérios previstos para 
a dos Diretores das Unidades Prisionais, constantes do artigo 75 da Lei 7.210/84 (Lei de Execuções Penais). 
 
COMENTÁRIOS– 
 
SUBORDINAÇÃO – 
A Coordenadoria do sistema Penal é órgão subordinado diretamente ao secretário da Justiça e Cidadania 
do Estado do Ceará. 
 
VINCULAÇÃO – 
A COSIPE é vinculada ao Poder Executivo como Órgão de Administração da Execução Penal. 
 
SUBORDINAÇÃO versus VINCULAÇÃO – 
 
A subordinação é decorrente do poder hierárquico e admite todos os meios de controle do superior 
sobre o inferior. A vinculação é resultante do poder de supervisão ministerial sobre a entidade vinculada 
e é exercida nos limites que a lei estabelece, sem retirar a autonomia do ente supervisionado. 
 
COORDENADOR GERAL DA COSIPE – 
A COSIPE é chefiada pelo coordenador geral. 
O coordenador geral é nomeado pelo Governador do estado do Ceará. 
A nomeação deverá ocorrer preferencialmente entre os membros da Instituição. 
 
ESCOLHA DO COORDENADOR – PREFERENCIALMENTE – 
 
 
Pelo termo preferencialmente, podemos afirmar que, para ser coordenador da COSIPE, não há 
obrigatoriedade que o mesmo seja AGENTE PENITENCIÁRIO. O artigo em análise apenas dispõe sobre a 
preferência, mas não obriga a administração a nomear, por exemplo, um Agente Penitenciário de 
carreira. 
 
CRITÉRIOS PARA SER COORDENADOR GERAL DA COSIPE – 
Conforme o parágrafo único, os critérios são os mesmos previstos para a dos diretores das unidades 
prisionais, constantes do artigo 75 da Lei 7.210/84 (Lei de Execuções Penais). Vejamos: 
 
Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais 
 
Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de estabelecimento deverá satisfazer os seguintes requisitos: 
 
I - ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, 
ou Serviços Sociais; 
 
II - possuir experiência administrativa na área; 
 
III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho da função. 
 
Parágrafo único. O diretor deverá residir no estabelecimento, ou nas proximidades, e dedicará tempo 
integral à sua função. 
 
 
 
 
Art.5º - A Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso é órgão subordinado diretamente ao Secretário da 
Justiça e Cidadania do Estado do Ceará, tendo como missão promover a inclusão social do preso e do egresso, através 
do Núcleo Educacional e de Capacitação Profissionalizante – NECAP, do Núcleo de Empreendedorismo e Economia 
Solidária – NEES, do Núcleo de Arte e Eventos – NAE e do Núcleo de Gestão de Assistidos e Egressos. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
 
 
SUBORDINAÇÃO – 
Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso - CISPE- é órgão subordinado diretamente ao 
Secretário da Justiça e Cidadania do Estado do Ceará; 
 
MISSÃO DA CISPE – A CISPE tem como missão promover a inclusão social do preso e do egresso. 
Atualmente, a CISPE se encontra desenvolvendo atividades que empregam e capacitam presos para o 
mercado de trabalho com diversos projetos de ressocialização. 
 
OBSERVAÇÃO – MISSÃO DA COSIPE – 
 
O Regimento Geral não traz a missão específica da COSIPE, assim como trouxe da CISPE. Uma vez que a 
COSIPE a órgão de Administração da Execução Penal, e irá coordenador todo o Sistema Prisional. 
 
 
 
TÍTULO II 
 DOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS 
 
 
Art.6º - O Sistema Penitenciário do Estado do Ceará é constituído pelas seguintes Unidades: 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Estabelecimento Prisional é o gênero, do qual se extraem as espécies enumeradas nos incisos do art. 6°, 
cada qual com suas peculiaridades. 
 
SINÔNIMOS – Unidade Penitenciária ou Unidade Prisional 
 
 
 
 
 
 
I – Centro de Triagem e Observação Criminológica; 
II – Unidades Prisionais e Casas de Privação Provisória de Liberdade; 
III – Penitenciárias; 
IV – Colônias Agrícolas, Industriais ou Similares; 
V – Complexo Hospitalar (Hospital Geral e Sanatório Penal e Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico); 
VI – Casas do Albergado; 
VII – Cadeias Públicas. 
 
§1º – Os estabelecimentos prisionais buscarão não exceder a sua capacidade populacional máxima projetada. 
 
§2º – A fim de garantir que o aprisionamento ocorra em estabelecimento próximo ao contato familiar, deverá ser 
priorizada a construção de unidades prisionais regionais. 
 
COMENTÁRIOS– 
 
OBJETIVOS DA ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA – 
 
Os § §1º e 2º trazem objetivos que a Administração penitenciária deve cumprir, dentre eles: 
 
1. Não exceder a sua capacidade populacional máxima projetada. 
2. Prioridade na construção de unidades prisionais regionais para garantir que o preso tenha um 
contato mais com familiares. 
 
ART. 1° DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL – 
 
Com relação ao item “2”, ele está em consonância com o art. 1° da Lei de Execução Penal, que traz como 
objetivo proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado. 
 
 
 
Art.7º - Os estabelecimentos prisionais destinam-se ao condenado, ao submetido à medida de segurança, ao preso 
provisório e ao egresso. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
 
 
Como já comentado acima no art. 6°, a unidade penitenciária ou unidade prisional é o gênero, do qual se 
extraem as espécies enumeradas nos incisos do art. 6°, cada qual com suas peculiaridades. 
Como regra, cada preso será direcionado, conforme seu regime de pena, perfil criminológico, bem como 
sua progressão para uma UNIDADE PRISIONAL específica. Vejamos: 
 
1. Condenado – Dependendo do regime, ele será direcionado para penitenciária (art. 10, RG); ou para 
Agrícolas, Industriais ou Mistos (Art.12, RG); ou casa de Albergado (art. 15, RG) 
 
2. Submetido à medida de segurança – será direcionado ao hospital de custódia e tratamento 
psiquiátrico (Art.14, RG) 
 
3. Preso provisório – será direcionado às “CPPLs” (Art.11, RG); ou as cadeias públicas (Art.16, RG). 
 
 
 
Art.8º - Em todos os estabelecimentos prisionais será obrigatoriamente observada a separação entre presos provisórios 
e condenados, bem como a distinção por sexo, delito, faixa etária e antecedentes criminais, para orientar a prisão 
cautelar, a execução da pena e a medida de segurança. 
 
COMENTÁRIOS– 
 
PREVISÃO CONSTITUCIONAL - art. 5°, inciso XLVIII - 
 
“a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade 
e o sexo do apenado;” 
 
Há diversos tipos de obrigatoriedade de separação, vejamos: 
 
1. Entre presos provisórios e condenados; 
2. Entre presos provisórios, observada a distinção por sexo, delito, faixa etária e antecedentes 
criminais; 
3. Entre presos condenados, observada a distinção por sexo, delito, faixa etária e antecedentes 
criminais; 
4. O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal ficará em 
dependência separada. (Art. 84, § 2°, LEP) 
 
 
OBSERVAÇÃO – O artigo em análise não dispõe sobre a separação entre classes sociais, facções criminosas, 
etnia e opção sexual. 
 
 
 
 
OPÇÃO SEXUAL – SEPARAÇÃO – No entanto, apesar da omissão da legislação, a SEJUS, visando resguardar 
os direitos individuais e dignidade da pessoa humana, tem uma Unidade Prisional localizada em Aquiraz, 
onde abriga internos gays, travestis, deficientes físicos, idosos e aqueles que respondem à Lei Maria da 
Penha. 
 
Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – A LEP, em seu Art. 84, traz com maisdetalhes as referidas 
separações acima. Vejamos: 
 
Art. 84 - O preso provisório ficará separado do condenado por sentença transitada em julgado. 
§ 1°Os presos provisórios ficarão separados de acordo com os seguintes critérios: 
(...) 
§ 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal ficará em 
dependência separada. 
§ 3°Os presos condenados ficarão separados de acordo com os seguintes critérios: 
(...) 
 
 
 
 
 
§1º - Nos estabelecimentos prisionais será observada a proporção de, no mínimo, 01 (um) agente penitenciário para 
cada 25 (vinte e cinco) internos por plantão, sendo vedada a existência de unidade prisional com menos de 2 (dois) 
agentes por plantão. 
 
COMENTÁRIOS– 
 
A portaria 1220/14, Regimento Geral, ressalta que, para cada 25 (vinte e cinco) internos deve haver um 
agente penitenciário. 
 
RESOLUÇÃO N º 01/09 DO CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA – 
No entanto, a RESOLUÇÃO N º 1, de 09 de março de 2009, do Conselho Nacional de Política Criminal e 
Penitenciária, em seu art. 1° exige que os Estados obedeçam uma proporção mínima de 5 (cinco) presos por 
 
 
agente penitenciário. Vejamos: 
 
Artigo 1º - Determinar ao Departamento Penitenciário Nacional que, na análise dos projetos 
apresentados pelos Estados para construção de estabelecimentos penais destinados a presos 
provisórios e em regime fechado, exija a proporção mínima de 5 (cinco) presos por agente 
penitenciário. 
 
VEDAÇÃO DE UNIDADE PRISIONAL COM MENOS DE 02 (DOIS) AGENTES POR PLANTÃO – 
A parte final do §1º veda a existência de unidade prisional com menos de 02 (dois) agentes por plantão. 
 
 
§2º - Nos estabelecimentos prisionais fica estabelecida a proporção de profissionais da equipe técnica por 500 
(quinhentos) detentos, obedecendo-se o seguinte: 
Médico Clínico – 1; 
Enfermeiro – 1; 
Auxiliar de Enfermagem – 1; 
Odontólogo – 1; 
Auxiliar de Consultório Dentário – 1; 
Psicólogo – 1; 
Assistente Social – 1; 
Advogado auxiliar da direção - 1; 
Estagiário de Direito – 2; 
Terapeuta Ocupacional - 1. 
 
COMENTÁRIOS- 
 
PROPORÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EQUIPE TÉCNICA POR DETENTOS – 
O §2º deste artigo é similar com o Artigo 2º da RESOLUÇÃO N º 1, de 09 de março de 2009, DO CONSELHO 
NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA. A diferença consiste no número exigido de 
profissionais. 
 
QUANTIDADE DE PROFISSIONAIS – Portanto, conforme o dispositivo em análise, serão 11 (onze) 
profissionais para cada 500 (quinhentos) detentos. 
 
 
§3º - O acesso à justiça integral e gratuito será assegurado aos internos através da Defensoria Pública, instituição 
autônoma, que disporá de espaço físico adequado para exercer suas funções. 
 
 
 
COMENTÁRIOS – 
 
O §3º está em consonância com o Art. 5°, inciso LXXIV da CF/88 – 
 
“o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de 
recursos;” 
 
 
Art.9º - O Centro de Triagem e Observação Criminológica, situado na região metropolitana de Fortaleza, concentrará o 
recebimento de presos oriundos da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social e das comarcas do interior. 
 
§1º - O Centro de Triagem e Observação Criminológica será responsável pela identificação e realização dos exames 
gerais de admissão dos internos, sendo dotado de equipe técnica que promoverá atendimento social, psicológico, 
médico, odontológico e jurídico, cujos resultados e desdobramentos serão encaminhados à Comissão de Avaliação de 
Transferências e Gestão de Vagas – CATVA que deliberará a unidade prisional destinatária para recebimento do preso 
e, posteriormente, às Comissões Técnicas de Classificação das unidades de recebimento. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
RECEBIMENTO DE PRESOS PELO CETOC – 
 
O CETOC receberá presos oriundos da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social e das comarcas do 
interior. 
 
RESPONSABILIDADE DO CETOC – 
 
Conforme o §1º, o CETOC será responsável pela: 
 
1. Identificação; 
2. Realização dos exames gerais de admissão dos internos; 
 
 
 
RESULTADOS E DESDOBRAMENTOS DOS EXAMES GERAIS – 
 
Os resultados e desdobramentos dos exames gerais de admissão dos internos serão encaminhados à 
Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas – CATVA que deliberará a unidade prisional 
destinatária para recebimento do preso e, posteriormente, às Comissões Técnicas de Classificação das 
unidades de recebimento. 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 96 ao art. 98. 
 
Previsão no Regimento Geral – Art. 42, §§§ 1º, 2º, 3º. 
 
OBSERVAÇÃO – Art.113 – REGIMENTO GERAL – Ainda, na fase de triagem, quando o preso ingressar à 
Unidade Prisional, será feita a pesquisa referente à formação escolar. 
 
 
 
 
 
 Art.10 - As Penitenciárias destinam-se aos condenados ao cumprimento da pena de reclusão, em regime fechado, 
caracterizando se pelas seguintes condições: 
 
COMENTÁRIOS – 
 
DESTINAÇÃO DAS PENITENCIÁRIAS – 
Conforme o art. 10 do Regimento Geral, as Penitenciárias destinam-se aos condenados ao cumprimento 
da pena de reclusão, em regime fechado. 
 
Para nos ajudar a entender esse artigo, o Código Penal é quem define regime fechado e estabelece quem 
será submetido. Vejamos: 
 
 Conforme o art. 33, § 1º, alínea “a” do CP, Considera-se regime fechado a execução da pena 
em estabelecimento de segurança máxima ou média. 
 
 
 
 Conforme o art. 33, § 2º, alínea “a” do CP, será submetido ao regime fechado o condenado a 
pena superior a 8 (oito) anos. 
 
REGRAS DO REGIME FECHADO – art. 34, CP. 
 
Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – 
Conteúdo similar está previsto na LEP, em seu Art. 87 afirmado que a penitenciária destina-se ao 
condenado à pena de reclusão, em regime fechado. 
 
 
DIFERENÇA ENTRE RECLUSÃO E DETENÇÃO – Art. 33, caput, Código Penal – 
 
A pena de reclusão é aplicada a condenações mais severas, o regime de cumprimento pode ser fechado, 
semiaberto ou aberto, e normalmente é cumprida em estabelecimentos de segurança máxima ou media. 
A detenção é aplicada para condenações mais leves e não admite inicio do cumprimento seja no regime 
fechado. Em regra a detenção é cumprida no regime semi-aberto, em estabelecimentos menos rigorosos 
como colônias agrícolas, industriais ou similares, ou no regime aberto, nas casas de albergado ou 
estabelecimento adequado. 
 
PREVISÃO NO CÓDIGO PENAL – 
 
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de 
detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. 
 
 
 
 
I - Segurança externa, através de muralha, com passadiço e guaritas de responsabilidade dos Agentes Penitenciários do 
quadro efetivo da Secretaria da Justiça e Cidadania. 
II - Segurança interna realizada por equipe de Agentes Penitenciários do quadro efetivo da Secretaria da Justiça e 
Cidadania que preserve os direitos do preso, mantenha a Segurança, a ordem e a disciplina da Unidade; 
III - Acomodação do preso preferencialmente em cela individual; 
 
 
 
CELA INDIVIDUAL E CELA COLETIVA – LEP e RG – 
 
Regimento Geral – No RG, art. 10, inciso III, dispõe que os presos devem ser acomodados 
preferencialmente em cela individual; 
 
Lei de Execução Penal – O art. 88 da LEP não dá margem para essa discricionariedade, afirmando que o 
condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório... 
 
 
 
IV -Locais de trabalho, atividades socioeducativas e culturais, esportes, prática religiosae visitas; 
V -Trabalho externo, conforme previsto no art.36 da Lei de Execução Penal (LEP). 
 
COMENTÁRIOS- 
 
TRABALHO EXTERNO DO PRESO CONDENADO – 
 
LEP- Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – 
 
Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em serviço 
ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades 
privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina. 
§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento) do total de empregados 
na obra. 
 
REQUISITOS PARA OBTENÇÃO DE TRABALHO EXTERNO – 
Os requisitos estão no Art. 37 da LEP, são eles: 
 
1. Autorização da direção do estabelecimento; 
2. Aptidão para o trabalho; 
3. Disciplina do preso; 
4. Responsabilidade; 
5. Cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena. 
 
 
 
 
LEMBRANDO QUE, EM VIRTUDE DO TRABALHO, O PRESO: 
 
1. Receberá salário não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo (Art. 29, LEP) 
2. Terá direito à remição de 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. (Art. 126, § 1° II LEP) 
 
 
 
 
ESTABELECIMENTOS DESTINADOS A MULHERES 
 
§1º - Os estabelecimentos destinados a mulheres terão estrutura adequada às suas especificidades e os responsáveis 
pela segurança interna serão, obrigatoriamente, agentes penitenciários do sexo feminino, exceto em eventos críticos 
ou festivos, garantindo-se, ainda, a obrigatoriedade de existência de uma creche para a acomodação dos recém-
nascidos das internas neles recolhidos, nos 06 (seis) primeiros meses de vida, prorrogável por igual período, se 
necessário . 
 
COMENTÁRIOS – 
 
OBRIGATORIEDADE DA SEGURANÇA INTERNA DA “UP” POR AGENTES FEMININAS – PREVISÃO DA LEP – 
ART. 83, § 3° – 
 
 
SEGURANÇA INTERNA – REGRA – Como regra, os responsáveis pela segurança interna serão, 
obrigatoriamente, agentes penitenciários do sexo feminino. 
 
 
EXCEÇÃO – em eventos críticos ou festivos. Com relação aos eventos críticos, diz respeito às rebeliões, aos 
motins, bem como movimentos de desordem. Com relação aos eventos festivos, a presença de grupos 
táticos e operacionais visa garantir a ordem e segurança. Trata-se de uma medida preventiva. 
 
E A SEGURANÇA EXTERNA, PODERÁ SER REALIZADA POR HOMENS? 
 
 
 
Resposta – Sim, poderá ser realizadas por homens na muralha e guarita. Percebam que o artigo dispõe 
responsáveis pela segurança interna serão, obrigatoriamente, agentes penitenciários do sexo feminino, 
portanto não faz obrigação sobre a segurança externa. 
 
PREVISÃO EM OUTRAS LEGISLAÇÕES – 
 
1. LEP – Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – Art. 83, §3° e Art. 89 da LEP tem redação similar §1º 
do Art. 10. 
 
2. Código Penal, Art. 37 
 
3. CF de 88, art. 5°, inciso “L” - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam 
permanecer com seus filhos durante o período de amamentação. 
 
DIFERENÇA ENTRE O REGIMENTO GERAL e a LEP – 
 
1. ART. 10, §1º - RG – a obrigatoriedade de existência de uma creche para a acomodação dos recém-
nascidos das internas neles recolhidos, nos 06 (seis) primeiros meses de vida, prorrogável por igual 
período, se necessário. 
 
OBSERVAÇÃO – Percebam que o Art. 10, §1º do RG não exige a seção para gestante e parturiente. 
 
2. ART. 89, LEP – (...) a penitenciária de mulheres será dotada de seção para gestante e parturiente e 
de creche para abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 (sete) anos, com a 
finalidade de assistir a criança desamparada cuja responsável estiver presa. 
 
 
 
 
§2º - Nas Comarcas onde não existam penitenciárias, suas finalidades serão, excepcionalmente, atribuídas às Cadeias 
Públicas locais, observadas as normas deste Regimento no que forem aplicáveis, bem como as restrições legais ou 
decisões judiciais. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
As Cadeias Públicas destinam-se aos presos provisórios. No entanto, como podemos extrair do §2º, as 
finalidades das penitenciárias (que abrigam presos condenados), serão, de forma excepcional, atribuídas 
às Cadeias Públicas locais. Desta forma, as Cadeias Públicas abrigarão presos condenados a fim de suprir a 
 
 
falta de cadeia pública. 
 
OBSERVAÇÕES – 
 
1. Esse parágrafo está em consonância com o art. 16 do RG, uma vez que o art.16 a Cadeia Pública 
destina-se prioritariamente ao recolhimento de presos e presas provisórios. Portanto, não impede 
que as mesmas abriguem outros tipos de presos, como os condenados. 
 
2. O §2º do Art. 10 do RG tem reprodução similar ao §1º do Art. 16. 
 
 
§3º - Haverá em cada estabelecimento de regime fechado uma Comissão Técnica de Classificação, que proporá o 
tratamento adequado para cada preso ou internado, além de acompanhar o programa de individualização da pena. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
 
COMISSÃO TÉCNICA DE CLASSIFICAÇÃO – REGIME FECHADO – 
 
Como podemos perceber, o §3º só exige a existência da Comissão Técnica de Classificação no 
estabelecimento de regime fechado. Portanto se cair na sua prova que haverá em cada estabelecimento de 
regime fechado, semiaberto ou aberto uma Comissão Técnica de Classificação, estará errada a questão. 
 
PREVISÃO NA LEP – LEI 7210/84 – Art. 7º – 
 
“A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida pelo 
diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 
1 (um) assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade.” 
 
OBSERVAÇÃO – Portanto, para fins de prova, devemos nos atentar ao comando da questão. Se a referência 
for o Regimento Geral, a exigência da Comissão Técnica de Classificação refere-se ao no estabelecimento 
de regime fechado. Se a referência for a LEP, a exigência refere-se a cada estabelecimento prisional. 
 
 
 
PREVISÃO NO REGIMENTO GERAL – O art. 26 do RG dispõe sobre a Comissão Técnica de Classificação, sua 
composição, finalidade e sua competência. 
 
PREVISÃO NA LEP – LEI 7210/84 
 
Art. 6° “A classificação será feita por CTC ...” 
 
 
 
CASAS DE PRIVAÇÃO PROVISÓRIA DE LIBERDADE (CPPL) 
 
Art.11 - As Casas de Privação Provisória de Liberdade destinam-se aos presos provisórios, devendo apresentar 
estrutura adequada que garanta o exercício dos direitos elencados no presente Regimento e demais legislações. 
 §1º - Excepcionalmente, visando garantir a integridade física e mental do interno, estas unidades poderão abrigar 
presos condenados, que deverão permanecer em acomodações separadas dos provisórios. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
 
“CPPLs” versus CADEIAS PÚBLICAS – 
 
Não confundir as “CPPLs” com as Cadeias Públicas, essa com previsão art. 16 deste RG. 
De acordo com o art. 16 deste RG, a Cadeia Pública destina-se prioritariamente (com prioridade; portanto 
podendo abrigar outros tipos de presos) ao recolhimento de presos e presas provisórios. 
 
OBSERVAÇÃO – 
O §1º do art. 16 ressalta que, nas comarcas onde não existam penitenciárias, suas finalidades serão, 
excepcionalmente, atribuídas às Cadeias Públicas locais, ou seja, poderão abrigar presos condenados. 
 
A diferença está no motivo pelo qual se admite a exceção, vejamos: 
 
No caso da CPPL, a exceção se justifica quando o fim visado for garantir a integridade física e mental do 
 
 
preso condenado (Art.11, §1º). Já no caso da cadeia pública, admite-se a exceção quando nas comarcas 
não existirem penitenciárias. Portanto, nesses casos, as cadeias públicas funcionarão como penitenciárias. 
 
 
 
ESTABELECIMENTOS AGRÍCOLAS, INDUSTRIAIS OU MISTOS 
 
Art.12 - Os Estabelecimentos Agrícolas, Industriais ou Mistosdestinam-se aos condenados e condenadas ao 
cumprimento da pena em regime semiaberto, caracterizando-se pelas seguintes condições: 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Para complementar o estudo desse artigo, o código penal nos traz a definição de semiaberto e 
estabelece quem será submetido. Vejamos: 
 
 Conforme o art. 33, § 1º, alínea “b” do CP, Considera-se regime semiaberto a execução da pena 
em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. 
 
 Conforme o art. 33, § 2º, alínea “b” do CP, o condenado não reincidente, cuja pena seja superior 
a quatro (quatro) anos e não exceda a oito (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime 
semiaberto; 
 
REGRAS DO REGIME SEMI-ABERTO – ART. 35, CP. 
 
§ 1º- O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia 
agrícola, industrial ou estabelecimento similar. 
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a frequência a cursos supletivos 
profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. 
 
PREVISÃO NA LEI DE EXECUÇÕES PENAIS – LEI 7210/84 – ART. 91 e Art. 92 
 
 
 
 
I - locais para: 
a) trabalho interno agropecuário; 
b) trabalho interno industrial; 
c) trabalho de manutenção e conservação intra e extramuros, na circunscrição da Unidade respectiva; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
As regras do trabalho interno estão previstas no art.166 ao art. 170 deste Regimento Geral. 
 
 
II- acomodação em alojamento ou cela individual ou coletiva; 
 
 
COMENTÁRIOS – 
 
O Art. 92 da LEP não exige que o condenado seja alojado em compartimento individual. De acordo com 
o dispositivo, o condenado poderá ser alojado em compartimento coletivo. No entanto, no regime 
fechado, o Art. 88 da LEP ressalta que condenado será alojado em cela individual. 
 
 
 
III- trabalho externo na forma da Lei; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
As regras do trabalho externo estão previstas no Art.171 ao art. 174 deste Regimento. 
 
 
IV- locais internos e externos para atividades sócio-educativas e culturais, esportes, prática religiosa e visita conforme 
dispõe a Lei. 
 
 
HOSPITAL GERAL E SANATÓRIO PENAL 
 
Art.13 – O hospital geral e sanatório penal destina-se ao tratamento do preso, em regime de internamento, das 
enfermidades infectocontagiosas, dos pós-operatórios, das convalescenças e de exames laboratoriais. 
 
 
§1º - O preso acometido de enfermidades, conforme artigo acima, deverá permanecer internado o tempo necessário à 
sua reabilitação, tendo retorno imediato à sua Unidade Prisional de origem logo após emissão de laudo médico 
autorizando sua alta. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
DESTINAÇÃO – destina-se ao tratamento do preso 
 
1. Em regime de internamento (Das enfermidades infectocontagiosas; Dos pós-operatórios; Das 
convalescenças.) 
 
2. Para exames laboratoriais. 
 
PREVISÃO NA LEI DE EXECUÇÕES PENAIS – LEI 7210/84 – Art. 99 ao art. 101. 
 
PERÍODO DE INTERNAMENTO – 
O §1º desse artigo merece um pouco mais de atenção, uma vez que ele não estipula um tempo mínimo 
nem máximo. Portanto o tempo que o interno deverá permanecer internado é aquele necessário à sua 
reabilitação. 
 
COMPETÊNCIA PARA AUTORIZAR O RETORNO – 
A competência para autorizar que o interno retorne à sua Unidade Prisional de origem é do médico, 
mediante a emissão de laudo autorizando sua alta. 
 
 
§2º - Os presos ou internados que apresentarem quadro de sorologia positiva HIV, receberão tratamento 
individualizado, a critério médico. 
§3º - Aos presos ou internados que apresentarem quadro de dependência química em substâncias entorpecentes será 
garantido tratamento individualizado adequado às suas necessidades, adotando-se políticas públicas voltadas para esta 
finalidade, nos termos da lei 11.343/2006, bem como serão incluídos nas atividades do Programa de Ações Continuadas 
de Assistência aos Drogadictos – PACAD da Sejus. 
 
COMENTÁRIOS– 
 
 
 
TRATAMENTO INDIVIDUALIZADO – 
Os parágrafos anteriores tratam da individualização da execução da pena. Conforme se extrai, terão 
tratamentos individualizados: 
 
1. Presos ou internados que apresentarem quadro de sorologia positiva HIV receberão tratamento 
individualizado, a critério médico. 
 
2. Presos ou internados que apresentarem quadro de dependência química em substâncias 
entorpecentes. 
 
 
§4º - Na unidade de que trata o caput deste artigo deverão existir leitos destinados ao tratamento de mulheres presas. 
§5º - O estabelecimento citado no caput deverá funcionar com equipes multidisciplinares em regime de plantão. 
§6º - A Secretaria da Justiça e Cidadania seguirá as recomendações das portarias interministeriais do Ministério da Saúde 
e Ministérios da Justiça em relação ao tema saúde, na execução de vagas e atendimentos para os presos em casos de 
exames e tratamentos de alta complexidade. 
§7º - Nas unidades prisionais femininas deverão existir estruturas específicas para a assistência integral à saúde da 
mulher, em atenção às suas peculiaridades. 
 
HOSPITAL DE CUSTÓDIA E TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO 
 
 Art.14 - O hospital de custódia e tratamento psiquiátrico destina-se ao cumprimento das medidas de segurança e ao 
tratamento psiquiátrico separadamente, devendo adequar-se às normas aplicáveis ao tratamento das respectivas 
insanidades. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
DESTINAÇÃO – Conforme podemos extrair do art. 14 do RG e do Art. 99 da LEP, o Hospital de Custódia e 
Tratamento Psiquiátrico destina-se aos inimputáveis e semi-imputáveis referidos no artigo 26 e seu 
parágrafo único do Código Penal. 
 
Os inimputáveis são aqueles que têm doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado, portanto, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de 
acordo com esse entendimento. 
 
 
 
APLICAÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA – 
A medida de segurança se destinam aqueles que praticam crimes e que, por serem portadores de doenças 
mentais, não podem ser considerados responsáveis pelos seus atos e, portanto, devem ser tratados e não 
punidos. 
 
MEDIDA DE SEGURANÇA NÃO É PENA – A medida de segurança é tratamento a que deve ser submetido o 
autor de crime com o fim de curá-lo ou, no caso de tratar-se de portador de doença mental incurável, de 
torná-lo apto a conviver em sociedade sem voltar a delinquir (cometer crimes). 
 
TRATAMENTO EM PRESÍDIO – VEDAÇÃO – 
Aquele que está sujeito à medida de segurança não poderá ser tratado em Presídio, pois, conforme o artigo 
96 do Código Penal, o tratamento deverá ser feito em hospital de custódia e tratamento, nos casos em 
que é necessária internação do paciente ou, quando não houver necessidade de internação, o tratamento 
será ambulatorial (a pessoa se apresenta durante o dia em local próprio para o atendimento), dando-se 
assistência médica ao paciente. 
 
PORTANTO... 
 
1. Se precisar da internação do paciente, será feito o tratamento em hospital de custódia. 
2. Se não houver necessidade de internação, o tratamento será ambulatorial. 
 
Havendo falta de hospitais para tratamento em certas localidades, o Código diz que o tratamento deverá 
ser feito em outro estabelecimento adequado, e presídio não pode ser considerado estabelecimento 
adequado para tratar doente mental. 
 
PREVISÃO NA LEI DE EXECUÇÕES PENAIS – LEI 7210/84 – Art. 99 ao art. 101. 
 
PREVISÃO NO CÓDIGO PENAL – art. 96 ao art. 99 do CP. 
 
 
 §1º - O preso comprovadamente portador de doença mental deverá ser imediatamente encaminhado ao 
estabelecimento adequado para seu tratamento, lá não podendo permanecer além do tempo necessário ao seu pronto 
restabelecimento, atestado pelo serviço médico local.COMENTÁRIOS – 
 
PERÍODO DE INTERNAMENTO – 
 
 Art. 97 do CP- 
 
§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, 
perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. 
O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos. 
 
 
§2º - Em nenhuma hipótese será admitido o ingresso ou permanência de pessoas que não apresentem quadro 
patológico característico da destinação do respectivo estabelecimento. 
 
§3º - Na unidade de que trata o caput deste artigo deverão existir estruturas específicas para a assistência à saúde 
mental da mulher, em atenção às suas peculiaridades. 
 
 
CASA DO ALBERGADO 
 
Art.15 - A casa do albergado destina-se ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime aberto e da pena 
restritiva de direitos consistente em limitação de fim de semana, acolhendo pessoas do sexo masculino e feminino, 
garantindo-se a separação adequada com vistas à individualização das penas. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Para complementar o estudo desse artigo, o Código Penal nos traz a definição de regime aberto e 
estabelece quem será submetido. Vejamos: 
 
Conforme o art. 33, § 1º, alínea “c” do CP, Considera-se regime aberto execução da pena em casa 
de albergado ou estabelecimento adequado. 
 
 
 
Conforme o art. 33, § 2º, alínea “c” do CP, o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou 
inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. 
 
PREVISÃO NA LEP – Art. 93, 94 e 95. 
 
REGRAS DO REGIME ABERTO – ART. 36, CP. 
 
Art.36- O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado. 
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, frequentar curso 
ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos 
dias de folgas. 
 
PREVISÃO NA LEI DE EXECUÇÕES PENAIS – LEI 7210/84 – ART. 93 e Art. 95 
 
PREVISÃO NO ART. 48 DO CP – LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA 
 
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e 
domingos, por 5 (cinco)horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 
 
 
§1º - O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-se-á pela 
ausência de obstáculos físicos contra a fuga. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
O art. 96 da LEP tem reprodução exata ao §1º do Art. 15. 
 
OBSERVAÇÃO – 
 
 
O prédio da casa de albergado deverá situar-se em centro urbano; já as penitenciárias, conforme o art. 90 
da LEP, serão construídas em locais afastados do centro urbano, à distância que não restrinja a visitação. 
 
 
 
§2º- A Casa do Albergado, além de dispor de local adequado para cursos e palestras, realizará encaminhamentos dos 
internos à rede de assistência social, de saúde e educação. 
 
CADEIA PÚBLICA 
 
Art.16 - A Cadeia Pública destina-se prioritariamente ao recolhimento de presos e presas provisórios. 
§1º - Nas Comarcas onde não existam penitenciárias, suas finalidades serão, excepcionalmente, atribuídas às Cadeias 
Públicas locais, observadas as normas deste Regimento Geral no que forem aplicáveis e as restrições legais ou de 
decisões judiciais, bem como a capacidade populacional máxima da Unidade respectiva. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
As Cadeias Públicas destinam-se aos presos provisórios. No entanto, como podemos extrair do §1º, as 
finalidades das penitenciárias (que abrigam presos condenados), serão, de forma excepcional, atribuídas 
às Cadeias Públicas locais. Desta forma, as Cadeias Públicas abrigarão presos condenados, a fim de suprir a 
falta de cadeia pública. 
 
OBSERVAÇÕES: 
 
1. Esse parágrafo está em consonância com o art. 16 do RG, uma vez que o Art.16 a Cadeia Pública 
destina-se prioritariamente ao recolhimento de presos e presas provisórios. Portanto, não impede 
que as mesmas abriguem outros tipos de presos, como os condenados. 
 
2. O §2º do Art. 10 do RG tem reprodução similar ao §1º do Art. 16. 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 102 – 
 
“A cadeia pública destina-se ao recolhimento de presos provisórios.” 
 
 
 
 
 
REGIME ESPECIAL APLICADO AO PRESO PROVISÓRIO 
 
§2º - Ao preso provisório será assegurado regime especial no qual se observará: 
I - separação dos presos condenados; 
II - utilização de pertences pessoais permitidos; 
III - uso de uniforme fornecido pelo Estabelecimento Prisional em quantidade de 03 (três) mudas; 
IV - oferecimento de oportunidade de educação, trabalho e lazer nos termos da legislação pertinente; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
TRABALHO DO PRESO PROVISÓRIO- Art. 31, Parágrafo único, LEP- 
 
Vale destacar que, para o preso condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na 
medida de suas aptidões e capacidade. No entanto, para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório 
e só poderá ser executado no interior do estabelecimento. 
 
OBSERVAÇÃO – 
Destaca-se, também, que, uma vez que o preso faça opção pelo trabalho, ele terá os mesmos benefícios 
do preso condenado, como a remição e a salário. 
 
 
 
V - visita e atendimento médico e odontológico, sendo facultado ao preso optar por profissional particular às suas 
expensas; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
A última parte do inciso “V” está em consonância com o art. 43 da LEP, vejamos: 
 
“Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal do internado ou do 
submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares ou dependentes, a fim de orientar e 
acompanhar o tratamento. 
 
 
Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o particular serão resolvidas pelo Juiz da 
execução.” 
 
 
 
 
VI - Acesso aos meios de comunicação externos, autorizados por lei. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
O Regimento Geral dispõe sobre os meios de comunicação no Art.132 ao Art.138. 
 
 
 
§3º - Nas Cadeias Públicas no interior do Estado as prefeituras municipais oferecerão aos presos e presas os serviços 
essenciais, conforme determinação do Ministério da Saúde e Ministério da Justiça. 
 
 
 
 
 
 
DETERMINAÇÕES GERAIS APLICADAS ÀS UNIDADES 
ELENCADAS NO ARTIGO 6º DO REGIMENTO GERAL – 
 
Art.17 - Nas Unidades elencadas no artigo 6º deste Regimento, respeitadas suas especificidades, deverão ainda ser 
respeitadas as seguintes determinações: 
 
I - Segurança externa, através de muralha com passadiço e guaritas de responsabilidade dos Agentes Penitenciários do 
quadro efetivo da Secretaria da Justiça e Cidadania, submetidos a uma capacitação específica para tal finalidade. 
II - Segurança interna realizada por equipe de Agentes Penitenciários do quadro efetivo da Secretaria da Justiça e 
Cidadania que preserve os direitos do preso, mantenha a Segurança, a ordem e a disciplina da Unidade. 
 
 
§1º - Nas situações de conflito mais graves a manutenção ou restabelecimento da ordem será promovida por grupo 
especial de agentes penitenciários com treinamento e equipamentos específicos. 
§2º - Em caso de necessidade de intervenção da Polícia Militar, em caráter urgente, em qualquer das unidades referidas 
no caput deste artigo, sua permanência no interior das mesmas se dará pelo tempo estritamente necessário ao 
restabelecimento da ordem e da segurança interna, não podendo ultrapassar 90 (noventa) dias, salvo decisão 
fundamentada da autoridade judiciária competente. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Como podemos observar, tanto Segurança externa como a Segurança interna será realizada porAgentes 
Penitenciários. Mesmo em situações de conflito mais graves, a manutenção ou restabelecimento da ordem 
será promovida agentes penitenciários que compõe o grupo especializado, com treinamento e 
equipamentos específicos. 
 
INTERVENÇÃO DA POLÍCIA MILITAR – 
A Polícia Militar intervirá somente em caso de necessidade e em caráter urgente, por tempo estritamente 
necessário ao restabelecimento da ordem e da segurança interna, não podendo ultrapassar 90 (noventa) 
dias, como regra. 
 
EXCEÇÃO – A intervenção da polícia militar poderá ultrapassar os 90 (noventa) dias no caso de decisão 
fundamentada da autoridade judiciária competente. 
 
OBSERVAÇÃO – Percebam que a competência para autorização é do JUIZ. 
 
 
 
 
TÍTULO III 
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DAS UNIDADES 
 
Art.18 - As Unidades Prisionais do Estado do Ceará serão dirigidas por um(a) Diretor(a), que será assessorado pelo(a) 
Diretor(a) Adjunto(a), pelo Gerente Administrativo, pelo Chefe de Segurança e Disciplina e pelo Chefe de Equipe dos 
Agentes Penitenciários, sendo ainda integradas pelo Conselho Disciplinar e pela Comissão Técnica de Classificação. 
 
 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Unidades Prisionais do Estado do Ceará serão dirigidas por um(a) Diretor(a). 
 
O Diretor será assessorado pelo(a): 
 
1. Diretor(a) Adjunto(a), 
2. Gerente Administrativo, 
3. Chefe de Segurança e Disciplina; 
4. Chefe de Equipe dos Agentes Penitenciários 
 
Unidades Prisionais serão integradas pelo(a) 
 
1. Conselho Disciplinar; 
2. Comissão Técnica de Classificação. 
 
 
 
Art.19 - AO DIRETOR(A) DA UNIDADE PRISIONAL, COMPETE: 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – 
Com relação às competências do Diretor, a LEP não dispõe em um único artigo ou dispositivo as 
competências do Diretor. A LEP traz em diversos artigos, vejamos: 
 
1. Art. 7º- A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será 
presidida pelo diretor ... 
2. Art. 41, Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou 
restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento. 
3. Art. 54 - Aplicar as sanções dos incisos I a IV do art. 53... 
4. Art. 54, § 1°-A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar dependerá de 
requerimento circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra 
autoridade administrativa. 
5. Art. 112- emitir atestado carcerário sobre o comportamento do preso para fins de progressão 
de regime. 
6. Art. 120, Parágrafo único – autorizar a permissão de saída. 
 
 
 
 
 
I - Dirigir, coordenar e orientar os trabalhos técnicos, administrativos, operacionais, laborais, educativos, religiosos, 
esportivos e culturais da Unidade respectiva; 
II - Adotar medidas necessárias à preservação dos Direitos e Garantias Individuais dos presos; 
III - Visitar os presos nas dependências do Estabelecimento, anotando suas reclamações e pedidos, procurando 
solucioná-los de modo adequado, no âmbito de sua competência ou encaminhá-los ao órgão competente, observando 
as normas de segurança; 
IV - Dar cumprimento as determinações judiciais e prestar aos Juízes, Tribunais, Ministério Público, Defensoria Pública 
e Conselho Penitenciário as informações que lhe forem solicitadas, relativas aos condenados e aos presos provisórios; 
V - Assegurar o normal funcionamento da Unidade, observando e fazendo observar as normas da Lei de Execução Penal 
e do presente Regimento Geral; 
VI - Presidir a Comissão Técnica de Classificação; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Este inciso está de acordo com o Art.27 do presente RG. Vejamos: 
 
“A Comissão Técnica de Classificação, órgão colegiado, deverá ser composta pelo(a) Diretor(a) do 
Estabelecimento, que a presidirá (...)” 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – 
 
Art. 7º-A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida 
pelo diretor (...) 
 
 
VII - Elaborar o plano de segurança interna do Estabelecimento em conjunto com o Chefe de Segurança e disciplina; 
 
OBSERVAÇÃO– 
 
PLANO DE SEGURANÇA INTERNA DA UP – 
Não é demais ressaltar que o plano de segurança interna da UP é elaborado pelo diretor e pelo CSD. 
Conforme o art.23 deste RG, o CSD é competente para gerenciar o setor de Segurança e Disciplina. 
 
 
 
PLANO DE SEGURANÇA INTERNA – ART. 23, CAPUT, REGIMENTO GERAL – 
O plano de segurança interna visar proteger a vida e a incolumidade física dos servidores de carreira, 
terceirizados e presos e a garantia das instalações físicas, bem como promover o conjunto de medidas que 
assegurem o cumprimento da disciplina prisional e organizar, controlar e orientar os Agentes 
Penitenciários no exercício de suas atribuições. 
 
 
 
 
VIII – Conceder audiência ao interno quando solicitada; 
 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – 
 
Este inciso, além de ser atribuição do Diretor, configura direito do preso previsto na LEP, Art. 41, inciso 
XIII. Vejamos: 
 
Art. 41, inciso XIII - Constituem direitos do preso: audiência especial com o diretor do 
estabelecimento; 
 
 
 
IX - Comparecer nas sessões do Conselho Penitenciário, quando convocado; 
X - Elaborar o plano operativo anual da Unidade e Administrar o Estabelecimento traçando diretrizes, orientando e 
controlando a execução das atividades sob sua responsabilidade; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
 
 
XI - Realizar mensalmente reuniões com os servidores da Unidade para estudos conjuntos de problemas afetos à 
mesma; 
XII - Promover mensalmente reunião com os representantes dos internos, realizando o Parlamento Carcerário; 
 
 
 
COMENTÁRIOS – 
 
PARLAMENTO CARCERÁRIO – 
De acordo com a Secretaria de Justiça, o parlamento carcerário é uma política de diálogo com os detentos. 
O Parlamento Carcerário é um instrumento para auferir as necessidades da comunidade carcerária e 
concretizar a humanização do Sistema Penal. Assim, o Parlamento institui mais um canal de ausculta. 
 
O parlamento carcerário ocorrerá mensalmente e participarão os representantes dos internos. 
 
 
XIII– Propor ao Núcleo de Segurança e Disciplina – NUSED, vinculado à COSIPE, a mudança de lotação dos servidores da 
Unidade; 
XIV - executar as determinações do Coordenador da COSIPE; 
XV - autorizar visitas extraordinárias aos presos, em casos especiais, nos termos deste Regimento; 
XVI - Autorizar remoção do preso para Estabelecimento Penal diverso em caráter urgente e excepcional, comunicando 
imediatamente à Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas – CATVA, que deliberará a unidade 
prisional destinatária para recebimento do preso. Definida a unidade, deverá ser comunicada a transferência ao Juízo 
responsável pela prisão, ao Ministério Público, à Defensoria Publica, ao Conselho Penitenciário, no prazo de 24 (vinte e 
quatro) horas, nos casos expressos neste Regimento; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
REGRA – 
Como regra, conforme o artigo 1º da PORTARIA Nº 269/2012, SEJUS-CE, a Comissão de Avaliação de 
Transferências e Gestão de Vagas (CATVA) é responsável para administrar o ingresso, reingresso e a 
transferência de presos no sistema penitenciário estadual. Portanto, CATVA é o órgão competente para a 
liberação de vagas para presos provisórios e condenados. 
 
EXCEÇÃO – 
Conforme o XVI deste artigo, em caráter urgente e excepcional, o Diretor da UP pode autorizar remoção 
do preso para Estabelecimento Penal diverso, devendo observar o seguinte: 
 
1. Após a remoção do preso, diretor da UP deverá comunicar imediatamente à Comissão de Avaliação 
de Transferênciase Gestão de Vagas – CATVA, que deliberará a unidade prisional destinatária para 
 
 
recebimento do preso. 
 
2. Após a definição da unidade, o DIRETOR DA UP deverá ser comunicar a transferência ao Juízo 
responsável pela prisão, ao Ministério Público, à Defensoria Publica, ao Conselho Penitenciário, no 
prazo de 24 (vinte e quatro) horas, nos casos expressos no Regimento; 
 
 
 
 XVII - mostrar aos visitantes as dependências do estabelecimento nas visitas coletivas, de caráter cultural ou cientifico, 
devidamente autorizadas pela COSIPE, esclarecendo-lhes, quando se fizer necessário, os objetivos da execução penal; 
 
XVIII - Dar ciência à família do preso, em caso de grave enfermidade, morte ou transferência deste, comunicando ao 
preso, de igual modo, a doença ou morte de pessoa de sua família e concedendo lhe, se for o caso, permissão para sair; 
 
XIX - Atribuir, em solenidades especiais, prêmios e recompensas aos presos de exemplar comportamento e àqueles que 
pratiquem atos meritórios; 
 
 
COMENTÁRIO - 
 
CHEFE DE SEGURANÇA E DISCIPLINA – COMPETÊNCIA – Art. 23, 
 
III - propor a concessão ou suspensão de recompensas aos presos; 
 
 
 
XX - Realizar outras atividades dentro de sua área de competência. 
XXI - Julgar as faltas disciplinares cometidas pelos internos, após análise do parecer opinativo previsto no inciso I do 
artigo 25 deste Regimento, aplicando, quando for o caso, a sanção disciplinar adequada à falta cometida, assegurados 
o contraditório e a ampla defesa, por Defensor Público ou Advogado constituído pelo interno ou nomeado para o ato. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
PORTARIA 225/2015 – SEJUS/CE – 
 
 
 
Inicialmente, vale destacar que art.2º da PORTARIA 225/2015 – SEJUS/CE não respeitou a ordem 
cronológica do art. 19 do Regimento Geral, acrescentando o “XI”, quando deveria ser o “XXI”. 
Assim, o inciso “XI” foi acrescentado pela PORTARIA 225/2015 que, além de acrescentar essa competência 
para o DIRETOR, alterou os artigos 25, 26 e 80 do presente Regimento Geral, mudando substancialmente a 
letra da lei. 
 
MUDANÇA DE COMPETÊNCIA – O artigo 25 do presente Regimento Geral, antes da alteração pela 
PORTARIA 225/2015, previa como competência do CONSELHO DISCIPLINAR aplicar a sanção ao preso no 
caso de cometimento de falta grave. No entanto, essa competência foi transferida para o Diretor. Portanto, 
a aplicação de qualquer falta disciplinar compete ao Diretor. 
 
Conforme o art. 25, o Conselho Disciplinar irá Instaurar Procedimento Disciplinar para conhecer, analisar e 
processar as faltas disciplinares cometidas pelos internos. Após isso, irá elaborar parecer opinativo, que será 
encaminhado para apreciação do(a) Diretor(a) da Unidade Prisional. Desta forma, o Diretor irá aplicar, 
quando for o caso, a sanção disciplinar adequada à falta cometida. 
 
CONTRADIÇÃO – ART. 19, XI e Art.85, II – 
 
No entanto, a PORTARIA 225/15 não alterou o art. 85, II do Regimento Geral, que traz como competência 
do Conselho Disciplinar aplicar a sanção ao preso no caso de cometimento de falta grave. Vejamos: 
 
Art.85 - Caso seja o detento considerado culpado pela transgressão disciplinar a ele imputada, 
adotará o Conselho Disciplinar uma das seguintes medidas: 
II - Tratando-se de falta GRAVE a aplicação de sanção será de competência do CONSELHO 
DISCIPLINAR, por ato de seu presidente, no mesmo prazo acima citado. 
 
PREVISÃO NA LEI DE EXECUÇÃO PENAL - 
 
 
LEP, Art. 47 – 
 
“O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade, será exercido pela autoridade 
administrativa conforme as disposições regulamentares.” 
 
 
 
LEP, Art. 54 – 
 
“As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato motivado do diretor do 
estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fundamentado despacho do juiz competente.” 
 
 
 
 
Art.20 - O(a) ocupante do cargo de diretor(a) de Unidade Prisional, escolhido preferencialmente entre os servidores de 
carreira da Secretaria de Justiça e Cidadania, com atenção à sua vocação e preparação profissional específica, deverá 
satisfazer os seguintes requisitos: 
I - ser portador(a) de diploma de nível superior em Direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou Serviços 
Sociais; 
II - possuir experiência administrativa na área; 
III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho da função. 
 
 
COMENTÁRIOS – 
 
PREFERENCIALMENTE – 
 
A nomeação deverá ocorrer preferencialmente entre os servidores de carreira da Secretaria de Justiça e 
Cidadania. Pelo termo preferencialmente, podemos afirmar que, para ser Diretor da Unidade Prisional, não 
há obrigatoriedade que o mesmo seja agente penitenciário. O artigo em análise apenas dispõe sobre a 
preferência, mas não obriga. 
 
OBSERVAÇÃO – Independente de ser servidor ou não da SEJUS, deverá satisfazer os seguintes requisitos do 
art. 20. 
 
PREVISÃO NA LEP – LEI 7210/84 – art. 75 dispõe sobre os requisitos. 
 
 
Parágrafo Único - O cargo de Diretor do Hospital Geral e Sanatório Penal e do Hospital de Custódia e Tratamento 
Psiquiátrico deverá ser ocupado por profissional da área de saúde, preferencialmente pertencente ao quadro de 
servidores estáveis da Secretaria da Justiça e Cidadania. 
 
 
 
DO CARGO DE DIRETOR (A) ADJUNTO 
DE UNIDADE PRISIONAL 
 
 
Art.21 - A (o) Diretor (a) Adjunto, compete: 
I - Assessorar diretamente o(a) Diretor(a) da Unidade Prisional no desempenho de suas atribuições; 
II - Substituir, em seus afastamentos, ausências e impedimentos legais, o(a) Diretor(a) da Unidade Prisional, 
independente de designação especifica, salvo se por prazo superior a 30 (trinta) dias; 
III - Autorizar a expedição de certidões relativas aos assuntos da Unidade; 
IV - Acompanhar a execução do plano de férias dos servidores da Unidade; 
V - Exercer outras atividades que lhes sejam determinadas pelo(a) Diretor(a) da Unidade. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
OBSERVAÇÕES – 
 
1. Não há previsão na LEP do cargo de Diretor(a) Adjunto. 
 
2. O Regimento Geral não faz exigências quanto aos requisitos previstos no art. 20, RG, e art. 75, LEP 
para ocupar o cargo de Diretor(a) Adjunto. 
 
3. Além dessas atribuições, é competência do diretor (a) adjunto presidir o Conselho Disciplinar, 
Art.26, RG. 
 
 
 
§1º - A substituição prevista neste artigo, por período igual ou superior a 30 (trinta) dias, propiciará ao substituto os 
direitos e vantagens do cargo de Diretor(a) da Unidade. 
§2º - O cargo de Diretor-Adjunto deverá, preferencialmente, ser ocupado por servidor estável de carreira da 
Secretaria de Justiça e Cidadania. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
A nomeação deverá ocorrer preferencialmente entre os servidores estáveis de carreira da SEJUS. 
 
 
 
Conforme podemos extrair do dispositivo, podemos afirmar que, para ocupar o cargo de Diretor-Adjunto, 
não há obrigatoriedade que o mesmo seja servidor estável da SEJUS. O dispositivo em análise apenas 
dispõe sobre a preferência, mas não obriga. 
 
CF/88- Art. 41 
 
“São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento 
efetivo em virtude de concurso público. (Redação da EC 19/1998)” 
 
OBSERVAÇÃO – EFETIVIDADE versus ESTABILIDADE– 
 
STF: "Não há que confundir efetividade com estabilidade. Aquela é atributo do cargo, designando o 
funcionário desde o instante da nomeação; a estabilidade é aderência, é integração no serviço público, 
depois de preenchidas determinadas condições fixadas em lei, e adquirida pelo decurso de tempo. (...) (RE 
167.635, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 17-9-1996, Segunda Turma, DJ de7-2-1997.) 
 
NÃO HÁ QUE SE CONFUNDIR ESTABILIDADE COM EFETIVIDADE. 
 
O servidor estável há de ser efetivo, mas nem todo servidor efetivo é estável. A estabilidade é um atributo 
da efetividade e deriva do cumprimento de certas condições — concurso público e aprovação em estágio 
probatório — ou disposição constitucional — Estabilidade concedida a servidores que se encontravam 
vinculados ao serviço público, na forma do art. 19 do ADCT. Já a efetividade decorre do exercício pleno da 
titularidade do cargo público efetivo, por ser de natureza permanente. A efetividade é atributo do cargo, 
designando o funcionário desde o instante da nomeação. 
 
 
Art.22 - Ao Gerente Administrativo compete organizar, controlar e executar as atividades de apoio necessárias ao bom 
funcionamento operacional do Estabelecimento, inclusive a manutenção preventiva e corretiva, competindo-lhe: 
 I - receber, controlar e distribuir gêneros alimentícios, os destinados ao consumo do Estabelecimento; 
II - supervisionar os serviços de copa e de cozinha; 
III - requisitar o material de expediente e providenciar a redistribuição junto aos demais serviços do Estabelecimento; 
IV - manter sob sua guarda e responsabilidade todos os pertences do preso, de uso não permitido, fornecendo a estes 
comprovantes de recebimento; 
V - manter em bom estado de funcionamento as instalações elétricas, telefônicas, hidrosanitárias e de climatização do 
prédio requisitando, com antecedência o material que for necessário para este fim; 
 
 
VI - elabora o relatório anual das atividades inerentes ao serviço; 
VII - efetuar o balancete mensal do estoque de mercadoria existente; 
VIII - proceder á identificação de todo o material permanente em uso na unidade; 
IX - adotar as medidas de segurança contra incêndio nas dependências do estabelecimento especialmente na área de 
prontuário e almoxarifado; 
X - providenciar a manutenção preventiva e corretiva de máquinas, equipamentos e móveis em uso na unidade; 
XI - zelar pela conservação e limpeza do prédio; 
XII – controlar a manutenção de primeiro escalão, de responsabilidade dos motoristas nas viaturas da unidade; 
XIII - executar e controlar os serviços de reprodução xerográfica ou similar de documentos, publicações e impressos de 
interesse de Unidade; 
XIV - organizar a prestação de contas dos suprimentos de fundos destinados ao estabelecimento; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Toda UP tem suprimentos de fundos, que consiste em “um valor que se entrega ao servidor para realizar 
despesas de pequeno vulto – que exijam pronto pagamento e em espécie -, ou seja, aquelas que não possam 
subordinar-se ao processo normal de contratação. 
 
 
 
XV - efetuar o controle diário das folhas e cartões de registro de comparecimento do pessoal em exercício na Unidade; 
XVI - preparar dentro dos prazos estipulados os documentos de controle de comparecimento e de alterações relativos 
ao pessoal, encaminhando á COSIPE. 
 
Parágrafo Único - O cargo de Gerente Administrativo deverá ser ocupado por servidor de carreira da Secretaria de 
Justiça e Cidadania. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
OBRIGATORIEDADE – SERVIDOR SEJA DE CARREIRA DA SEJUS – 
 
No caso do Gerente Administrativo, o RG exige/obriga que servidor seja de carreira da SEJUS. Desta forma, 
não dá margem de discricionariedade para o administrador escolher entre servidores da SEJUS ou não. 
 
 
 
NÃO EXIGÊNCIA DE SER SERVIDOR ESTÁVEL – Como podemos perceber o Gerente não precisa ser servidor 
estável. 
 
 
 
Art.23 - Ao Chefe de Segurança e Disciplina compete gerenciar o setor de Segurança e Disciplina, elaborando o plano 
de segurança interna do Estabelecimento, visando proteger a vida e a incolumidade física dos servidores de carreira, 
terceirizados e presos e a garantia das instalações físicas, bem como promover o conjunto de medidas que assegurem 
o cumprimento da disciplina prisional e organizar, controlar e orientar os Agentes Penitenciários no exercício de suas 
atribuições, competindo-lhe: 
 
COMENTÁRIOS – 
 
PLANO DE SEGURANÇA INTERNA – 
No âmbito de sua competência, o CSD deve elaborar o plano de segurança interna do Estabelecimento, 
visando proteger: 
 
1. A vida e a incolumidade física dos servidores de carreira; 
2. A vida e a incolumidade física dos terceirizados; 
3. A vida e a incolumidade física dos presos; 
4. Garantir as instalações físicas. 
 
No âmbito de sua competência, o CSD deve promover o conjunto de medidas que assegurem o 
cumprimento da disciplina prisional; 
 
No âmbito de sua competência, o CSD deve organizar, controlar e orientar os Agentes Penitenciários no 
exercício de suas atribuições. 
 
 
 
I - orientar os presos quanto aos seus direitos, deveres e normas de conduta a serem observados, quando de sua 
chegada à Unidade; 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – 
 
 
 
“Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução da pena ou da prisão, será cientificado 
das normas disciplinares.” 
 
 
 
II - realizar reuniões com os presos para preleções instrutivas e disciplinares; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
COMPETÊNCIA DO DIRETOR versus COMPETÊNCIA DO CSD – 
 
Não podemos confundir o inciso II do art. 23, com o inciso XII do art. 19, que trata do parlamento carcerário. 
A diferença entre os dois dispositivos está na finalidade. Aqui, no inciso II, a finalidade da reunião com os 
internos é orientar e instruir sobre normas disciplinares. Já no inciso XII do art. 19, a finalidade reunião 
com os representantes dos internos (Parlamento Carcerário) é auferir as necessidades da comunidade 
carcerária e concretizar a humanização do sistema penal. 
 
 
 
III - propor a concessão ou suspensão de recompensas aos presos; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Conforme o art.55 do RG, são recompensas o elogio e a concessão de regalias. 
 
COMPETÊNCIA DO DIRETOR – 
 
Art. 19, XIX - Atribuir, em solenidades especiais, prêmios e recompensas aos presos de exemplar 
comportamento e àqueles que pratiquem atos meritórios; 
 
OBSERVAÇÃO – Como podemos perceber o CSD não irá conceder ou suspender as recompensas, ele irá 
propor ao Diretor. 
 
 
 
 
 
 
IV - fazer constar no prontuário disciplinar dos presos as ocorrências e alterações havidas com estes; 
V - controlar a movimentação de presos quando das transferências para outras celas; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
CONTROLE DAS TRANSFERÊNCIAS – 
Percebam que o CSD irá controlar a movimentação, porém que irá autorizar será o diretor da UP. 
 
MUDANÇA DE CELA OU PAVILHÃO – DIREITO DO PRESO – Art.50, VIII, RG – 
Acrescenta-se que é direito do preso solicitar à Diretoria mudança de cela ou pavilhão, que poderá ser 
autorizada após avaliação dos motivos e da capacidade estrutural da Unidade - Art.50, VIII, RG. 
Como podemos perceber, o Diretor tem a discricionariedade, ou seja, a faculdade, de conceder ou não a 
mudança de cela ou pavilhão. Para tanto, ele irá avaliar os motivos e da capacidade estrutural da Unidade. 
 
 
 
VI - manter atualizada a relação geral dos presos, seus locais de recolhimento noturno, de trabalho e/ou permanência 
obrigatória; 
VII – Opinar quanto aos horários de visitas, rancho, repouso noturno, alvorada e atendimento aos presos; 
VIII - encaminhar ao Conselho disciplinar as faltas disciplinares, praticadas por presos para conhecimento e 
julgamento; 
IX - promover vistorias nos presos e buscas nas dependências do estabelecimento, de caráter preventivo ou sempre que 
houver fundadas suspeitas de porte ou uso indevido de armas, aparelhos celulares ou de objetos que possam ser 
utilizados para prática de crimes ou falta disciplinares;COMENTÁRIOS – 
 
As vistorias podem ocorrer em duas hipóteses: 
 
 
 
1. Em caráter preventivo; 
2. Sempre que houver fundadas suspeitas de porte ou uso indevido de armas, aparelhos celulares ou 
de objetos que possam ser utilizados para prática de crimes ou falta disciplinares. 
 
Em ambos os casos, serão promovidas pelo CSD. 
 
 
X - manter atualizados registros e alterações relativas aos agentes penitenciários; 
XI - elaborar a escala do plantão e organizar a composição das equipes; 
XII - zelar pelo bom funcionamento dos equipamentos e implementos necessários á execução dos serviços de segurança 
interna; 
XIII - promover mensalmente em caráter ordinário, reuniões com os agentes prisionais e extraordinariamente quando 
necessário; 
COMENTÁRIOS – 
 
As reuniões com os agentes prisionais podem ocorrer em duas hipóteses: 
 
1. Mensalmente em caráter ordinário; 
2. Extraordinariamente quando necessário; 
 
Em ambos os casos, serão promovidas pelo CSD. 
 
 
XIV - propor ao diretor a lista de nomes para escolha e designados dos chefes de equipes; 
XV - assegurar o respeito aos visitantes enquanto permanecerem nas dependências da Unidade; 
XVII - manter em arquivo o registro das pessoas que visitam a Unidade; 
XVIII - comunicar, diariamente, ao diretor c/ou substituto as alterações constantes no relatório de serviço diário; 
XIX - manter informado o diretor sobre quaisquer alterações havidas na unidade; 
XX - colaborar nas realizações de eventos de caráter sócio cultural, esportivo e cívico do estabelecimento. 
Parágrafo Único - O cargo de Chefe de Segurança e Disciplina deverá ser ocupado preferencialmente por agente 
penitenciário estável da Secretaria de Justiça e Cidadania. 
COMENTÁRIOS – 
 
PREFERENCIALMENTE ESTÁVEL – 
 
 
A nomeação deverá ocorrer preferencialmente por agente penitenciário estável da Secretaria de Justiça e 
Cidadania. 
 
Conforme podemos extrair do dispositivo, podemos afirmar que, para ocupar o cargo de chefe de segurança 
e disciplina, há obrigatoriedade que o mesmo seja agente penitenciário, mas não obrigatoriamente 
estável. O dispositivo em análise apenas dispõe sobre a preferência de que o agente penitenciário seja 
estável, mas não obriga. A preferência diz respeito ao termo “estável”. 
 
 
 
Art.24 - Ao Chefe de Equipe dos Agentes Penitenciários compete: 
 
I - Conferir o relatório da equipe anterior; 
II - Conferir o material de segurança sob sua responsabilidade, bem como a frequência dos membros de sua equipe, 
distribuindo as tarefas relativas ao funcionamento da unidade entre os presentes; 
III - Dar encaminhamento e supervisionar a execução das determinações da Direção e do Chefe de segurança e disciplina; 
IV - Comunicar imediatamente qualquer ocorrência que comprometa a ordem, a segurança e a disciplina da unidade 
à Direção e ao Chefe de Segurança e Disciplina, relatando, em seguida, de forma circunstanciada, por escrito; 
 
V - Em caso de emergência que comprometa a integridade física do preso, autorizar transferência de alojamento no 
interior da unidade, diante da ausência de seu superior hierárquico; 
 
 
COMENTÁRIOS – 
 
AUTORIZAÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DENTRO DA UNIDADE – REGRA – 
Como regra, o chefe de equipe não poderá autorizar transferência de alojamento no interior da unidade. 
No entanto, de forma excepcional, ele poderá, desde que: 
 
1. Em caso de emergência que comprometa a integridade física do preso; 
2. Esteja ausente seu superior hierárquico; 
 
OBSERVAÇÃO – 
 
CONTROLAR A MOVIMENTAÇÃO – 
 
 
O CSD irá controlar a movimentação de presos quando das transferências para outras celas (Art. 23, V). 
 
 
AUTORIZAR A MOVIMENTAÇÃO – 
 
A competência para autorizar movimentação de presos para outras celas será o Diretor da UP. Não é demais 
acrescentar que é DIREITO DO PRESO solicitar à Diretoria mudança de cela ou pavilhão (Art.50, VIII, RG). 
 
 
 
VI - Em caso de emergência que comprometa a integridade física do preso, autorizar a saída temporária do mesmo 
para atendimento médico, mediante escolta, diante da ausência de seu superior hierárquico; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
AUTORIZAÇÃO DE SAÍDA TEMPORÁRIA – REGRA – 
Como regra, o chefe de equipe não poderá autorizar saída temporária. No entanto, de forma excepcional, 
ele poderá, desde que: 
 
1. Seja em caso de emergência que comprometa a integridade física do preso; 
2. Esteja ausente seu superior hierárquico; 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – 
 
Este dispositivo está em consonância com o art. 120, inciso II da LEP. Ainda, conforme o parágrafo único, a 
permissão de saída será concedida pelo diretor do estabelecimento onde se encontra o preso. Vejamos: 
 
Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos 
provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando 
ocorrer um dos seguintes fatos: 
 
I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão; 
 
 
 
II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14). 
 
Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor do estabelecimento onde se 
encontra o preso. 
 
Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração necessária à finalidade 
da saída. 
 
 
VII - Exercer a vigilância, em conjunto com os agentes penitenciários de plantão, cumprindo e fazendo cumprir as normas 
e regulamentos do estabelecimento; 
VIII - Elaborar relatório circunstanciado ao final de seu plantão, registrando todas as ocorrências havidas; 
 
Parágrafo Único- O cargo de Chefe de Equipe dos Agentes Penitenciários deverá ser ocupado preferencialmente por 
agente penitenciário estável da Secretaria de Justiça e Cidadania. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
A nomeação deverá ocorrer preferencialmente por agente penitenciário estável da Secretaria de Justiça e 
Cidadania. 
 
Conforme podemos extrair do dispositivo, podemos afirmar que, para ocupar o cargo de chefe de equipe, há 
obrigatoriedade que o mesmo seja agente penitenciário, mas não obrigatoriamente estável. O dispositivo 
em análise apenas dispõe sobre a preferência de que o agente penitenciário seja estável, mas não obriga. A 
preferência diz respeito ao termo “estável”. 
 
 
 
CONSELHO DISCIPLINAR (CD) 
 
Art.25 - O Conselho Disciplinar, órgão colegiado formado pelo Diretor Adjunto, por um Assistente Social e por um agente 
penitenciário de notória experiência, tem por finalidade: 
 
I - Instaurar Procedimento Disciplinar para conhecer, analisar e processar as faltas disciplinares cometidas pelos 
 
 
internos, elaborando parecer opinativo, que será encaminhado para apreciação do(a) Diretor(a) da Unidade Prisional, 
assegurados, em todo o procedimento o contraditório e a ampla defesa, por Defensor Público ou Advogado constituído 
pelo interno ou nomeado para o ato. 
 
II - Conhecer os resultados de eventuais exames criminológicos e acompanhar o perfil comportamental do preso. 
 
Parágrafo único – Nos estabelecimentos prisionais em que não houver os profissionais descritos no caput deste artigo, 
a decisão sobre faltas disciplinares ficará a cargo do Diretor da unidade, ouvido previamente o Defensor Público ou o 
Advogado constituído ou nomeado para o ato. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
REDAÇÃO ALTERADA – PORTARIA Nº225/2015 – 
 
A redação do Art.25, caput, foi alterada pela PORTARIA Nº225 DE 2015. A antiga redação trazia como 
integrantes do Conselho Disciplinar o Psicólogo e o Chefe de Segurança e Disciplina. Portanto, com a 
PORTARIA 225/2015, ambos citados acima ( psicólogoe o chefe de segurança e disciplina) foram retirados 
da composição do Conselho Disciplinar. No lugar deles, há um agente penitenciário, não obrigatoriamente 
um Chefe de Segurança e Disciplina. 
 
COMPETÊNCIA DO CONSELHO DISCIPLINAR – O Conselho Disciplinar não tem mais competência para 
aplicar sanções de natureza grave. A sua competência se restringe a instaurar Procedimento Disciplinar 
para conhecer, analisar e processar as faltas disciplinares cometidas pelos internos, elaborando parecer 
opinativo. Esse parecer será encaminhado para apreciação do(a) Diretor(a) da Unidade Prisional para que o 
mesmo decida sobre a aplicação da sanção disciplinar adequada à falta cometida. 
 
PARECER OPINATIVO – um documento por meio do qual o emitente fornece informações técnicas 
acerca de determinado tema, com opiniões fundamentadas em bases legais. 
 
DEFINIÇÃO DE ÓRGÃO COLEGIADO – Órgãos colegiados são aqueles em que há representações diversas e 
as decisões são tomadas em grupos, com o aproveitamento de experiências diferenciadas. 
 
COMPOSIÇÃO DO CONSELHO DISCIPLINAR – A composição do Conselho Disciplinar (CD) está no caput do 
art. 25. Conforme o art. 26, o Diretor Adjunto presidirá o Conselho Disciplinar, e nas suas faltas ou 
impedimentos, será presidido pelo agente penitenciário que o compõe. 
 
 
 
FINALIDADE DO CONSELHO DISCIPLINAR – A finalidade Conselho Disciplinar (CD) está prevista nos incisos I 
e II do art. 25. 
 
 
PREVISÃO NA LEI DE EXECUÇÃO PENAL - 
 
 
LEP, Art. 47 – 
 
“O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade, será exercido pela autoridade 
administrativa conforme as disposições regulamentares.” 
 
LEP, Art. 54 – 
 
“As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato motivado do diretor do estabelecimento e 
a do inciso V, por prévio e fundamentado despacho do juiz competente.” 
 
 
 
 
Art.26 - O Conselho Disciplinar, que será presidido pelo Diretor Adjunto e, nas suas faltas ou impedimentos, pelo agente 
penitenciário que o compõe, reunir-se-á tantas vezes quantas necessárias para deliberar sobre as tarefas a seu cargo. 
§1º - Em caso de empate será considerado vencedor o voto favorável ao preso. 
§2º - Os pareceres do Conselho Disciplinar serão sempre coletivos e lançados por escrito, sendo tomados por maioria 
simples. 
 
COMISSÃO TÉCNICA DE CLASSIFICAÇÃO (CTC) 
 
Art.27 - A Comissão Técnica de Classificação, órgão colegiado, deverá ser composta pelo(a) Diretor(a) do 
Estabelecimento, que a presidirá, dois agentes penitenciários, com larga experiência no penitenciarismo, um Psiquiatra, 
um Psicólogo, um Assistente Social, e tem por finalidade aquilatar a personalidade do condenado, para determinar o 
tratamento adequado, competindo-lhe: 
I - Fixar o programa reeducativo; 
II - Acompanhar a execução das penas privativas de liberdade; 
 
 
III - Classificar o condenado segundo seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da execução 
penal; 
IV - Propor as conversões e as regressões, bem como as progressões; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
REGRESSÃO – 
PREVISÃO NA LEP – LEI 7210/84 – A regressão de regime está prevista nos seguintes artigos: 
 
1. Art. 118, caput, da LEP; 
2. Art. 118, § 1°, LEP. 
3. Art. 146-C, parágrafo único, inciso I. 
 
COMPETÊNCIA - LEI 7210/84 - Art. 66, III, “b” 
 
“Art. 66, III, ‘b’ - Compete ao Juiz da execução decidir sobre progressão ou regressão nos regimes;” 
 
CONVERSÕES –LEI 7210/84 – PREVISÃO – Art. 180 e Art. 181 
 
COMPETÊNCIA – 
 
Art. 66, V, “b” - determinar: a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de 
liberdade; 
 
 
 
V - Informar, caso seja solicitado, através de parecer técnico, o perfil criminológico do condenado para fins de benefício; 
VI - Zelar pelo cumprimento dos deveres dos presidiários e assegurar a proteção dos seus direitos, cuja suspensão ou 
restrição competirá a Direção da Unidade ou ao Juiz das Execuções Criminais. 
COMENTÁRIOS – 
 
OBSERVAÇÃO – OUTRAS COMPETÊNCIAS– 
 
 
 
Além das competências acima, compete à Comissão Técnica de Classificação: 
 
 
1. Avaliar a terapêutica penal em relação ao preso sentenciado, propondo as promoções 
subsequentes - Art.30, RG. 
 
2. Realizar as perícias criminológicas eventualmente requisitadas - Art.31, RG. 
 
 
COMENTÁRIOS – 
 
COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO TÉCNICA DE CLASSIFICAÇÃO – 
A composição da Comissão Técnica de Classificação (CTC) está no caput do art. 27. Conforme o artigo, o 
Diretor presidirá da Comissão Técnica de Classificação; 
 
FINALIDADE DA COMISSÃO TÉCNICA DE CLASSIFICAÇÃO – 
A finalidade da CTC é aquilatar (avaliar/julgar) a personalidade do condenado, para determinar o 
tratamento adequado (parte final do art. 27) 
 
COMPETÊNCIAS DA COMISSÃO TÉCNICA DE CLASSIFICAÇÃO – 
As competências estão nos incisos do Art. 27. 
 
 
 
 
Art.28 - A Comissão Técnica de Classificação, para obtenção de dados reveladores da personalidade dos presos, poderá: 
I - Entrevistar pessoas; 
II - Requisitar de órgãos públicos ou privados dados e informações referentes ao preso; 
III - Realizar outras diligências e exames. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
 
 
LEI 7210/84 – PREVISÃO – Art. 9°, O artigo 28 do Regimento Geral traz reprodução similar ao art. 9° da 
LEP. 
 
 
 
 
 
TÍTULO IV 
DAS FASES DA EXECUÇÃO 
 ADMINISTRATIVA DA PENA 
 
Art.29 - As fases da execução administrativa da pena serão realizadas através de estágios, respeitados os requisitos 
legais, a estrutura física e os recursos materiais de cada unidade prisional. 
 
I- Primeira Fase - procedimentos de inclusão e observação por prazo não superior a 60 (sessenta) dias, realizado pelo 
Centro de Triagem e Observação Criminológica, e complementados pela Comissão Técnica de Classificação da unidade 
recebedora; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
PRIMEIRA FASE – INCLUSÃO E OBSERVAÇÃO – 
 
Realizado pelo Centro de Triagem e Observação Criminológica; Complementados pela Comissão Técnica de 
Classificação da unidade recebedora. 
 
De acordo com o art. 9°, §1º, do RG, o CETOC receberá presos oriundos da Secretaria de Segurança Pública e 
Defesa Social e das comarcas do interior e será responsável pela: 
 
1. Identificação; 
2. Realização dos exames gerais de admissão dos internos; 
 
OBSERVAÇÃO – 
 
 
 
RG – Art.40 - Nos (10) dez primeiros dias do estágio de adaptação o preso: 
 
1. Não poderá receber visitas de familiares e amigos; 
2. Poderá receber seu advogado ou Defensor Público. 
 
RG – Art.41 - Durante o período de adaptação (10 dez primeiros dias) o preso será classificado quanto ao 
grau de periculosidade, comportamento e antecedentes. Essa classificação será feita pela CTC, art. 27, inciso 
III do RG. 
 
 
II-Segunda Fase - Desenvolvimento do processo da execução da pena compreendendo as várias técnicas promocionais 
e de evolução socioeducativas. 
 
Parágrafo único – A Secretaria da Justiça e Cidadania elaborará Protocolo de Procedimentos Operacionais de Segurança 
Penitenciária, abrangendo, entre outras atividades e técnicas, uso de algemas; recebimento de presos; padrão de 
vistorias e de revista pessoal; manuseio de equipamentos de segurança; controle de acesso de pessoas, veículos e 
materiais; emprego de armas letais e não-letais; uso progressivo e proporcional da força, observando-se procedimentos 
específicos nos estabelecimentos prisionais femininos. 
 
Art.30 - À Comissão Técnica de Classificação, caberá avaliar a terapêutica penal em relação ao preso sentenciado, 
propondo as promoções subsequentes. 
 
Art.31 - As períciascriminológicas, eventualmente requisitadas, deverão ser realizadas pela equipe técnica do Centro 
de Triagem e Observação Criminológica ou pela Comissão Técnica de Classificação da unidade, observando em cada 
caso o que for mais adequado. 
 
TÍTULO V 
DO INGRESSO, TRANSFERÊNCIA E SAÍDA DO PRESO 
 
CAPÍTULO I 
 DO INGRESSO 
 
Art.32 - O ingresso do preso condenado deverá se dar mediante apresentação da guia de recolhimento, expedida pela 
autoridade judiciária competente, observando-se o disposto nos arts. 105 a 107 da Lei 7210/ 84 (Lei de Execuções 
Penais). 
 
Art.33 - O ingresso do preso provisório se dará através da apresentação dos seguintes documentos: 
I - guia de recolhimento expedida pela autoridade policial ou judiciária competente; 
II - comprovação de que o mesmo foi submetido a exame de corpo de delito; 
III - comprovante de identificação do preso junto à Delegacia de Capturas; 
 
 
IV - Informação sobre os antecedentes criminais do preso, com cópia do auto de prisão em flagrante ou do mandado de 
prisão judicial. 
Parágrafo Único - Toda entrada, transferência ou saída de preso de unidade deverá ser comunicada pela Direção a todos 
os juízos onde o mesmo responda a procedimento criminal. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO PARA O INGRESSO DO PRESO 
Em suma, são dois tipos de ingresso do preso: 
 
1. Do preso condenado, deverá se dar mediante apresentação da guia de recolhimento... (Art.32, RG) 
2. Do preso provisório, que se dará através da apresentação dos seguintes documentos previstos no 
Art.33, RG. 
 
OBSERVAÇÕES – 
 
1. A guia de recolhimento do preso condenado será expedida pela autoridade judiciária competente; 
(Art.32, RG) 
 
2. A guia de recolhimento do preso provisório será expedida pela autoridade policial ou judiciária 
competente. (Art.33, inciso I RG) 
 
LEI DE EXECUÇÃO PENAL – LEI 7210/84 – GUIA DE RECOLHIMENTO – PRESO CONDENADO – 
 
Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a assinará 
com o Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e conterá: 
 
I - o nome do condenado; 
II - a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial de identificação; 
III - o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como certidão do trânsito em julgado; 
IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução; 
V - a data da terminação da pena; 
VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento penitenciário. 
 
 
 
COMPETÊNCIA DO DIRETOR – 
Compete ao Diretor comunicara todos os juízos onde o mesmo responda a procedimento criminal Toda 
entrada, transferência ou saída de preso de unidade deverá ser comunicada pela Direção. 
 
 
 
 
 
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PARA O INGRESSO DO PRESO 
 
Art.34 - Na ocasião do ingresso no Sistema Penitenciário, o preso se submeterá a revista pessoal e de seus pertences, 
devendo, logo após, ser submetido a higienização corpórea e substituição de seu vestuário pelo uniforme padrão 
adotado. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
PROCEDIMENTO A SER REALIZADO – 
 
1. Vistoria 
2. Higienização corpórea 
3. Troca de vestuário pelo uniforme – 
 
OBSERVAÇÃO – Art. 16, §2º, III – 
 
“uso de uniforme fornecido pelo Estabelecimento Prisional em quantidade de 03 (três) mudas;” 
 
 
 
 
PRONTUÁRIO DO PRESO 
 
 
 
Art.35 – No ingresso, o preso terá aberto, em seu nome, um prontuário, devidamente numerado em ordem seriada, 
onde serão anotados, dentre outros, seus dados de identificação e qualificação, de forma completa, dia e hora da 
chegada, situação de saúde física e mental, aptidão profissional e alcunhas. 
§1º - No prontuário ficarão arquivados todos os documentos relativos ao preso, inclusive certidão atualizada de 
antecedentes criminais do juízo local, bem como do seu domicílio de origem; 
§2º - A fotografia do preso será parte integrante do prontuário. 
 
PRELEÇÕES INSTRUTIVAS E DISCIPLINARES 
 
 
§3º - Após a abertura do prontuário, o preso receberá instruções a serem cumpridas, sobre as normas do 
estabelecimento, sendo cientificado dos direitos e deveres prescritos no presente Regimento, e da possibilidade de 
acesso ao mesmo sempre que desejar. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
COMPETÊNCIA – 
Compete ao CSD repassar aos presos as instruções, direitos e deveres. Vejamos: 
 
Art. 23, I – Compete ao CSD - orientar os presos quanto aos seus direitos, deveres e normas de 
conduta a serem observados, quando de sua chegada à Unidade; 
 
 
 
§4º - Em todas as dependências e acomodações das unidades prisionais deverão afixar-se os direitos e deveres dos 
presos, permanecendo o presente regimento acessível a todos sempre que desejarem consultar. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Como podemos perceber, o que deverão ser afixados são os direitos e deveres, e não o Regimento Geral 
por completo. O regimento geral ficará acessível a todos sempre que desejarem consultar. 
 
 
 
 
 
§5º - Os analfabetos serão instruídos oralmente. 
 
PERTENCES TRAZIDOS COM O PRESO 
 
Art.36 - Os pertences trazidos com o preso cuja posse não for permitida serão inventariados e colocados em depósito 
apropriado no Setor da Gerência Administrativa da Unidade Prisional, mediante contra recibo, sendo entregues 
posteriormente aos seus familiares, ou a pessoa por ele indicada. 
§1º - Os objetos de valor e joias serão recolhidos ao Setor de Pecúlio, bem como importâncias em dinheiro serão 
depositadas em conta corrente do pecúlio disponível, com preenchimento dos respectivos recibos. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
COMPETÊNCIA – 
Art.22, IV, RG – Nesse caso compete ao Gerente Administrativo manter sob sua guarda e responsabilidade 
todos os pertences do preso, de uso não permitido, fornecendo a estes comprovantes de recebimento; 
 
Art.36 – PERTENCES DE PEQUENO VALOR – DEPÓSITO APROPRIADO NO SETOR DA GERÊNCIA 
ADMINISTRATIVA – 
Os pertences de pequeno valor, como tênis, bonés e cintos, serão entregues ao Gerente Administrativo para 
por no depósito apropriado no Setor da Gerência Administrativa da Unidade Prisional. 
 
PERTENCES DE MAIOR VALOR – SETOR DE PECÚLIO – O §1º refere-se aos objetos de maior valor, como 
cordões, joias e relógios. Nesse caso, serão recolhidos ao Setor de Pecúlio. 
 
IMPORTÂNCIA DINHEIRO – EM CONTA CORRENTE – Se a importância for a dinheiro, será depositada em 
conta corrente do pecúlio disponível. 
 
 
 
EXAMES DO PRESO – CHEGADA À UP 
 
 
 
Art.37 - O preso será submetido a exames clínicos pelo Serviço de Saúde, devendo ser examinado por médico, que 
fornecerá atestado sobre as condições físicas apresentadas quando de sua chegada, e relacionará a necessidade de 
ingestão de medicamentos eventualmente trazidos pelo preso, sob prescrição médica, bem como de dieta diferenciada. 
Art.38 - Quando da impossibilidade de cumprir todas as exigências enumeradas nos dispositivos anteriores, na data da 
inclusão, as mesmas poderão ocorrer nos três dias úteis subsequentes. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Na sua chegada à UP, o preso será submetido a exames clínicos pelo Serviço de Saúde (Art.37). 
 
SE NÃO FOR POSSÍVEL REALIZAR: 
 
1. Substituição de seu vestuário pelo uniforme padrão adotado – art. 34, RG. 
2. Abrir o prontuário do preso - art. 35, RG. 
3. Realizar as preleções instrutivas e disciplinares - art. 35, RG, §3º 
4. Inventariar pertences trazidos com o preso- art. 36, RG. 
5. Realizar exames clínicos pelo Serviço de Saúde- art. 37, RG. 
 
As mesmas poderão ocorrer nos três dias úteis (não corridos) subsequentes – atenção! 
 
 
 
PERÍODO DEADAPTAÇÃO E OBSERVAÇÃO 
 
Art.39 - O preso que adentrar pela primeira vez na Unidade cumprirá um período inicial considerado de adaptação e 
observação, nunca superior a 60 (sessenta) dias, durante o qual será observado seu comportamento no Centro de 
Triagem e Observação Criminológica e posteriormente, pela Comissão Técnica de Classificação da unidade recebedora. 
Art.40 - Nos (10) dez primeiros dias do estágio de adaptação o preso não poderá receber visitas de familiares e amigos, 
podendo somente receber seu advogado ou Defensor Público. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Com relação aos art. 39 e 40, observe os comentários referentes ao art. 29, I, do regimento geral. 
 
 
 
 
Art.41 - Durante o período de adaptação o preso será classificado quanto ao grau de periculosidade, comportamento e 
antecedentes. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
PREVISÃO NA LEP – LEI 7210/84 – 
 
Art. 6° “A classificação será feita por CTC ...” 
 
REGIMENTO GERAL – Art.27, III – “Compete à Comissão Técnica de Classificação Classificar o condenado 
segundo seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da execução penal;” 
 
 
 
 
CAPÍTULO II 
 DA TRANSFERÊNCIA 
 
Art.42 - A transferência do preso de uma unidade prisional para outra, dar-se-á, nas seguintes condições: 
I - por ordem judicial; 
II - por interesse técnico-administrativo da administração penitenciária; 
III - a requerimento do interessado; 
IV - por determinação do Secretário de Justiça e Cidadania, mediante Relatório de Inteligência Prisional 
§1º - A Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas – CATVA será formada por equipe multidisciplinar e 
administrará o INGRESSO, REINGRESSO E A TRANSFERÊNCIA de presos nas unidades do sistema penitenciário estadual, 
indicando a unidade para onde o interno será encaminhado, devendo ser presidida pelo Coordenador Adjunto da 
COSIPE, que executará, privativamente, as atribuições previstas no inciso II do Art.16 do Decreto nº27.385 de 
02.03.2004. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
SAÍDA DO PRESO – 
 
 
 
Percebam que a CATVA não será responsável por administrará a saída do preso, pois a saída do preso se 
dá nas hipóteses da LEP. Vejamos: 
 
1. Permissão de Saída, autorizada pelo DIRETOR DA UP - Art. 120 
2. Saída Temporária, autorizada por ato motivado do Juiz da execução - Art. 122. 
 
REGIMETO GERAL - DA SAÍDA, Art.49 - 
 
 
§2º - A Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas - CATVA será o órgão competente para a liberação 
de vagas para presos provisórios e condenados em presídios, casas de privação provisórias de liberdade, penitenciárias, 
Casa do Albergado, Hospital de Custódia e Manicômio Judiciário do Estado do Ceará, vinculados a Comarca de Fortaleza, 
obedecendo aos procedimentos contidos em Portaria específica, observando as avaliações realizadas pelo Centro de 
Triagem e Observação Criminológica. 
§3º - Nos estabelecimentos prisionais não alcançados pelas atribuições da Comissão de Avaliação de Transferências e 
Gestão de Vagas - CATVA, a regulamentação permanecerá determinada pelo presente Regimento. 
 
COMENTÁRIOS– 
 
Percebam que, conforme o §2º, a Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas - CATVA 
será o órgão competente para a liberação de vagas para presos nas UPs, desde que sejam vinculadas à 
comarca de fortaleza. 
 
COMPETÊNCIA DA COORDENADORIA DO SISTEMA PENAL – 
 
Art.44, §1º – Compete à Coordenadoria do Sistema Penal, nas unidades não alcançados pelas atribuições 
da Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas, em caráter excepcional e devidamente 
justificado, determinar a transferência do preso, de uma a outra unidade prisional. 
Nessas hipóteses, a Coordenadoria do Sistema Penal só poderá determinar a transferência, desde que 
seja: 
 
1. Em caráter urgente 
2. Devidamente Justificado. 
 
 
 
 
 
SEÇÃO I 
 Por Ordem Judicial 
 
Art.43 - A transferência provisória ou definitiva do preso de uma unidade prisional para outra, por ordem judicial, dar-
se-á nas seguintes circunstâncias: 
I - por sentença de progressão ou regressão de regime; 
II - para apresentação judicial dentro e fora da Comarca; 
III - para tratamento psiquiátrico, desde que haja indicação médica; 
IV - em qualquer circunstância, mais adequada ao cumprimento da sentença, em outro Estado da Federação, a juízo da 
autoridade judiciária competente. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
A transferência poderá ser de natureza provisória ou definitiva. Vejamos: 
 
1. O inciso I refere-se à transferência definitiva 
2. Os incisos II e III referem-se à transferência provisória. 
3. O inciso IV -refere-se ao RDD, previsto na LEP, art. 53, V; art. 54, §§1º 2°, bem como no RG, art. 
68, ss. 
 
OBSERVAÇÃO – Lembrando que, conforme o Art.14 deste RG, o hospital de custódia e tratamento 
psiquiátrico destina-se ao cumprimento das medidas de segurança e ao tratamento psiquiátrico. 
 
DOCUMENTOS QUE ACOMPANHARÃO O PRESO NA TRANSFERÊNCIA PROVISÓRIA – art. 47, caput, 
REGIMENTO GERAL – São aqueles listados no art. 47, RG. Aqui não acompanharão o prontuário do preso 
e pertences pessoais. 
 
DOCUMENTOS QUE ACOMPANHARÃO O PRESO NA TRANSFERÊNCIA DEFINITIVA – art. 47, §1º, do 
REGIMENTO GERAL – Além daqueles listados no art. 47, RG, o preso deverá ser acompanhado de seu 
prontuário e pertences pessoais. 
 
 
 
SEÇÃO II 
 Por interesse técnico-administrativo 
 da administração penitenciária 
 
 
 
Art.44 – O preso será transferido por interesse técnico-administrativo da administração penitenciária nas seguintes 
circunstâncias: 
I - por solicitação do diretor da unidade, conforme indicação da Comissão Técnica de Classificação e demais áreas de 
avaliação; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Este dispositivo está em consonância com o art. 19, inciso XVI do RG. 
 
 
 
II- no caso de doença, que exija tratamento hospitalar do preso, quando a unidade prisional não dispuser de infra-
estrutura adequada, devendo a solicitação ser feita pela autoridade médica, ratificada pelo diretor da unidade; 
III - por interesse da Administração, com vistas a preservação da segurança e disciplina. 
IV - para preservação da segurança pessoal do interno; 
V - a preservação de condições pessoais favoráveis à individualização da execução penal; 
VI - a preservação de laços afetivos entre o condenado e seus parentes; 
VII – para o exercício de atividades educacionais e/ou laborativas. 
 
§1º - Compete à Coordenadoria do Sistema Penal, nas unidades não alcançados pelas atribuições da Comissão de 
Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas, em caráter excepcional, e devidamente justificada, determinar a 
transferência do preso, de uma a outra unidade prisional. 
 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Observar os comentários referentes ao Art.42, §3º do RG. 
 
 
 
§2º - A transferência de preso condenado ou provisório será, no prazo improrrogável de 24 (vinte e quatro) horas, 
comunicada, respectivamente, ao juízo das execuções penais ou ao juízo responsável pelo processo. 
 
 
 
SEÇÃO III 
A Requerimento do Interessado 
 
Art.45 – Fora das hipóteses que dependam de decisão judicial, o preso, seus familiares ou seu procurador poderão 
requerer sua transferência, ao diretor do estabelecimento respectivo, para unidade prisional do mesmo regime 
quando: 
 
 
COMENTÁRIOS– 
 
HIPÓTESE SUBSIDIÁRIA – Trata-se de uma hipótese subsidiária, pois só é cabível quando a transferência 
não depender de decisão judicial. 
 
INTERESSADOS – Os interessados a que se refere o art. 45 são: 
 
1. Preso; 
2. Seus familiares; 
3. Procurador do preso. 
 
DESTINAÇÃODO PEDIDO – Os interessados poderão requerer sua transferência ao diretor do 
estabelecimento respectivo e só é cabível se for para unidade prisional do mesmo regime. 
 
 
I - conveniente, por ser na região de residência ou domicílio da família, devidamente comprovado; 
II - necessária a adoção de Medida Preventiva de Segurança Pessoal, e a unidade prisional não dispuser de recurso para 
administrá-la. 
 
Parágrafo único – O diretor do estabelecimento ouvirá a manifestação da Chefia de Segurança e Disciplina e do Serviço 
Social, devendo ser anexada Certidão Carcerária contendo a data de entrada do preso, o tempo de recolhimento e o 
seu comportamento carcerário, e encaminhará à CATVA para deliberação. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
O pedido é destinado ao diretor do estabelecimento, mas o mesmo não poderá decidir sozinho, devendo 
ouvir a manifestação da Chefia de Segurança e Disciplina e do Serviço Social. Após a oitiva, encaminhará 
à CATVA para deliberação (decisão). 
 
 
 
 
 
PETIÇÃO DO INTERESSADO PARA SUA TRANSFERÊNCIA 
 
Art.46 – O pedido conterá: 
I - petição assinada pelo requerente ou termo de declaração, onde justifique os motivos da pretensão; 
II- qualificação e extrato da situação processual do sentenciado; 
III- informações detalhadas das condições de saúde, trabalho, instrução e conduta prisional; 
IV- manifestação do diretor da unidade prisional, sobre a conveniência ou não da transferência. 
 
 
DOCUMENTAÇÃO DO PRESO NO CASO DE TRANFERÊNCIA 
 
Art.47 - Quando ocorrer transferência temporária de presos entre as unidades prisionais, deverá haver 
acompanhamento de informações referentes à disciplina, saúde, execução da pena e visitas dos mesmos, a fim de 
orientar procedimento na unidade de destino. 
 
§1º - No caso de remoção definitiva, além das providências do caput deste artigo, o preso deverá ser acompanhado de 
seu prontuário e pertences pessoais. 
 
 
Seção IV 
Por determinação do Secretário de Justiça e Cidadania, 
mediante Relatório de Inteligência Prisional 
 
 
Art.48 – A - Emergencialmente, a transferência se dará por determinação do Secretário de Justiça e Cidadania, através 
da COSIPE. 
 
Parágrafo único – No prazo de 72 (setenta e duas) horas haverá formalização da transferência emergencial à Comissão 
de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas - CATVA, em relação aos estabelecimentos prisionais submetidos à 
sua atuação. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
 
 
Nos demais caso, exceto com relação aos atos judiciais, quem administrará a transferência será a CATVA. 
No caso o art. 48-A, é dispensável a DELIBERAÇÃO DA CATVA. A única exigência que se fará diz respeito à 
formalização da transferência emergencial à CATVA, no prazo de 72 (setenta e duas) horas. 
 
 
 
CAPÍTULO III 
DA SAÍDA 
 
Art.49 - A saída do preso da Unidade Prisional dar-se-á, nos seguintes casos: 
I - pelo término do cumprimento da pena, devidamente reconhecido por sentença do Juízo das Execuções Criminais e 
Corregedor dos Presídios; 
II - em virtude de algum beneficio legal que lhe tenha sido concedido, sempre por ordem escrita da Autoridade Judiciária 
competente. 
III - para atendimento de requisições administrativas ou policiais, mediante escolta e autorização escrita do Juiz das 
Execuções Criminais e Corregedor dos Presídios; 
IV - para atendimento de requisições judiciais, mediante escolta; 
 
COMENTÁRIOS - 
 
Em todas as hipóteses acima, é necessária a autorização do Juiz. 
 
 
 
V - em caráter excepcional, mediante autorização da Direção do Estabelecimento Prisional, nos casos e na forma 
estabelecidos nos artigos 120 e 121 da Lei de Execuções Penais. 
 
Parágrafo único – Nas saídas previstas nos incisos I e II, será disponibilizado ao preso: 
 
I. A entrevista de desligamento realizada preferencialmente por psicólogo ou assistente social, quando receberá 
aconselhamento e orientação, além do encaminhamento para a Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso 
– CISPE, rede sócio-assistencial, de saúde e de educação; 
 
 
 
II. Orientação, preferencialmente pelo Defensor Público lotado na unidade, sobre as condições jurídicas às quais ficará 
submetido; 
 
III. Vestimentas e condições de transporte para o retorno à sua residência de forma digna, desde que localizada no 
Estado do Ceará ou, em situações excepcionais, a critério da Secretaria da Justiça e Cidadania. 
 
TÍTULO VI 
DOS DIREITOS, DOS DEVERES, DOS BENS, 
 REGALIAS E RECOMPENSAS 
 
CAPÍTULO I 
 DOS DIREITOS 
 
Art.50 - São direitos comuns aos presos, além dos já previstos pela Constituição Federal, Pactos Internacionais, 
Legislação Penal e Processual Brasileira, Lei de Execuções Penais e demais Leis, os seguintes: 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Como podemos perceber, o rol de direitos do preso é meramente exemplificativo, uma vez que os 
direitos do preso estão previstos pelo ordenamento jurídico, como no(a) 
 
1. CF/88, art. 5°, incisos XLVII ao L; dos incisos LXII ao LXV; LXXV 
2. LEP, no Art. 40 
3. Código Penal, art. 37 ao art. 40. 
4. Pactos Internacionais. 
 
OBSERVAÇÃO – Os deveres são TAXATIVOS. 
 
 
I -preservação da individualidade, observando-se: 
a) chamamento nominal; 
 
OBSERVAÇÃO – 
 
 
 
Previsão na lei de execução penal – Art. 41, inciso XI 
 
 
b) uso de número somente para qualificação em documento da administração penal. 
 
II - atendimento pela Diretoria do Estabelecimento e/ou demais funcionários; 
OBSERVAÇÃO – 
 
Previsão na Lei de Execução Penal – Art. 41, inciso XIII 
 
 
III - prática religiosa; 
 
OBSERVAÇÃO – 
 
Previsão na CF/88 – Art. 5°, inciso VII e VIII 
 
 
IV- tratamento médico-hospitalar, psiquiátrico, psicológico e odontológico gratuito, com os recursos humanos e 
materiais postos a sua disposição pela Unidade onde se acha recolhido, sendo-lhes garantidos: 
 
a) obtenção de assistência médica pela rede Municipal, Estadual e Federal, quando esgotados ou inexistentes os 
recursos institucionais, de acordo com a disponibilidade dessas redes; 
 
b) a faculdade de contratar, através de familiares ou dependentes, profissionais médicos e odontológicos de confiança 
pessoal, a fim de orientar e acompanhar o tratamento que se faça necessário, observadas as normas legais e 
regulamentares vigentes; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Esse disposto faz parte da Assistência à Saúde ao preso. Conforme o Art.103, §1º do RG, 
 
 
 
“É facultado ao preso contratar profissional médico e odontológico de sua confiança e às suas 
expensas, que prestará o atendimento em data e hora a serem marcadas pela Unidade de Saúde do 
Estabelecimento Prisional. 
 
Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o particular serão resolvidas pelo Juiz da 
execução.” 
 
OBSERVAÇÃO – Percebam que a faculdade de contratar, através de familiares ou dependentes, diz respeito 
a profissionais médicos e odontológicos de confiança pessoal, mas não diz respeito à psiquiatra ou 
psicológico. 
 
CONDIÇÕES PARA O ATENDIMENTO MÉDICO – 
 
1. As expensas do preso ou de seus familiares; 
2. Atendimento em data e hora previamente marcadas pela Unidade de Saúde do Estabelecimento 
Prisional. 
 
 
V - frequência às atividades desportivas, de lazer e culturais condicionadas à programação da Unidade, dentro das 
condições de segurança e disciplina, obedecendo-se os a seguinte regra: 
 
a) a prática de esportes deverá ser realizada em local adequado, pelo período de 02:00 horas, pelo menos uma vez por 
semana, sem prejuízo das atividades educacionais e laborativas da Unidade; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Aprática de esportes é um direito do preso e não pode ser prejudicada em virtude de outras atividades 
educacionais e laborativas da UP, ou seja, além da prática de esportes, o interno também deverá praticar 
essas atividades. 
 
OBSERVAÇÃO – Período de 02:00 horas, pelo menos uma vez por semana. 
 
 
 
VI - contato com o mundo exterior e acesso aos meios de comunicação social, por meio de: 
 
 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execução Penal – Art. 41, inciso XV 
 
Previsão no REGIMENTO GERAL – meios de comunicação, art.132 ao art. 138 do RG. 
 
 
 
a) correspondência escrita com familiares e outras pessoas, podendo ser suspenso ou restringido tal direito por ato 
motivado do Diretor da Unidade, no caso de cometimento de falta grave; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
É POSSÍVEL VIOLABILIDADE DA CORRESPONDÊNCIA DO PRESO? 
 
RESPOSTA – Apesar de está prevista na CF/88, artigo 5º, inciso XII, como direito inviolável, É POSSÍVEL!!! 
Conforme entendimento do STF, é válida a regra disposta no art. 41 , parágrafo único , da Lei de Execução 
Penal (Lei n.º 7.210 /84), autorizando a autoridade administrativa responsável pela gestão do presídio a 
interceptação da correspondência de presos que se destinem ao exterior do presídio. 
 
Para o Supremo, o direito à privacidade e à intimidade do preso devem ceder espaço aos ditames de 
segurança pública, disciplina prisional e a própria preservação da ordem jurídica, uma vez que "a cláusula 
tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar não pode constituir instrumento de salvaguarda de práticas 
ilícitas" (H.C. 70.814-5/SP, DJ de 24-6-1994, Rel. Min. Celso de Mello). 
 
Portanto, diante do exposto, podemos afirmar que o direito à inviolabilidade de correspondência do preso 
não é um direito absoluto. Devemos observar também que o princípio da concordância prática e da 
proporcionalidade servirão para solucionar o choque de direitos fundamentais, prevalecendo o de maior 
peso para o caso concreto. 
 
 
 
“HABEAS CORPUS - ESTRUTURA FORMAL DA SENTENÇA E DO ACÓRDÃO - OBSERVÂNCIA - ALEGAÇÃO DE 
INTERCEPTAÇÃO CRIMINOSA DE CARTA MISSIVA REMETIDA POR SENTENCIADO - UTILIZAÇÃO DE COPIAS 
XEROGRÁFICAS NÃO AUTENTICADAS - PRETENDIDA ANALISE DA PROVA - PEDIDO INDEFERIDO (...) 
 
“A administração penitenciária, com fundamento em razoes de segurança publica, de disciplina prisional 
ou de preservação da ordem jurídica, pode, sempre excepcionalmente, e desde que respeitada a norma 
inscrita no art. 41, parágrafo único, da Lei n. 7.210/84, proceder a interceptação da correspondência 
remetida pelos sentenciados, eis que a clausula tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar não pode 
constituir instrumento de salvaguarda de praticas ilícitas.” 
 
É NECESSÁRIA A AUTORIZAÇÃO JUDICIAL? 
 
RESPOSTA – É dispensável, pois, conforme a CF/88, inciso XII, a autorização judicial é exigida nos casos de 
comunicações telefônicas, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal 
ou instrução processual penal. 
 
 
 
b) leitura de livros, jornais, revistas e demais periódicos, desde que não contenham incitamento à subversão da ordem 
ou preconceito de religião, raça ou classe social e não comprometam a moral e os bons costumes; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
REMIÇÃO PELA LEITURA– LEP – A leitura de livros, inclusive, possibilita ao preso de remir parte da pena, 
conforme previsão no Art. 126, § 1°, inciso I, da LEP. 
 
 
 
c) programação da Rádio Livre; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão no Regimento Geral –Art. 133-A 
 
 
 
 
 
d) acesso coletivo a programa de televisão; 
e) acesso a sessões cinematográficas, teatrais, artísticas e socioculturais, de acordo com a programação da Unidade 
respectiva. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
PREVISÃO NO REGIMENTO GERAL – Art. 57, incisos II e II, constituindo regalias concedidas ao preso. 
 
 
VII - acomodação em celas ou alojamentos coletivos ou individuais, dentro das exigências legais, havendo trocas de 
roupas de uso pessoal, de cama, banho e material de higiene, fornecidos pela Unidade Prisional ou outros setores 
devidamente autorizados; 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execução Penal – Art. 88 e art. 91. 
 
 
 
VIII - solicitar à Diretoria mudança de cela ou pavilhão, que poderá ser autorizada após avaliação dos motivos e da 
capacidade estrutural da Unidade; 
 
IX - peticionar à Direção do Estabelecimento e demais autoridades; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
O direito de petição é um direito constitucional, previsto no art.5°, XXXIV, alínea “a” – 
 
“são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: o direito de petição aos 
Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;” 
 
Previsão na Lei de Execução Penal – Art. 41, inciso XVI 
 
 
 
 
 
X - receber visitas do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados, podendo ser suspenso 
ou restringido tal direito por ato motivado do Diretor da Unidade, no caso de cometimento de falta grave; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Assim como outros direitos, o direito de receber visitas não é absoluto. Como podemos perceber, o direito 
de receber visitas poderá ser suspenso ou restringido, mas não poderá ser abolido ou excluído. 
 
COMPETÊNCIA – A competência para suspender ou restringir é do Diretor da Unidade por ato motivado do, 
no caso de cometimento de falta grave; 
 
 
CONTRADIÇÃO – ART. 153 e ART. 50, X – 
 
De acordo com o art.153 do Regimento Geral, o preso que cometer falta disciplinar média ou grave poderá 
ter restringido ou suspenso o direito a visita por até 30 (trinta) dias. Já o art. 50, X dispõe que o direito de 
receber visitas poderá ser suspenso ou restringido por ato motivado do Diretor da Unidade, no caso de 
cometimento de falta grave. 
 
 
DIAS DETERMINADOS – O direito receber visitas do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos será 
dias determinados, ou seja, pré-estabelecidos. 
 
 
 
XI - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
 
 
DIREITO À HONRA DO PRESO – O dispositivo trata, implicitamente, do Direito à honra, previsto na CF/88, 
art. 5°, inciso X, bem como em tratados internacionais. Este inciso em análise tem como objetivo evitar a 
exposição desnecessária do preso, expondo o mesmo à execração pública. 
 
DIREITO À HONRA DO PRESO – DIREITO RELATIVO – 
Como já afirmamos diversas vezes, nenhum direito é absoluto, e este também não é. O Código Civil, em 
seu artigo 20, assim preconiza: 
 
“Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da 
ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou 
a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo 
da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se 
destinarem a fins comerciais.” 
 
Podemos verificar que o artigo supracitado autoriza a divulgação da imagem sem o consentimento da 
pessoa envolvida, desde que a divulgação seja útil à administração da justiça ou a manutenção da ordem 
pública. 
 
Diante do exposto, podemos perceber que de um lado está o direito de proteção da imagem do preso, a 
sua presunção de inocência, proteção a qualquer forma de sensacionalismo. De outro, a liberdade de 
imprensa, a necessidade da manutenção da ordem pública e a administração da justiça. 
Assim, verificamos que ocorre uma colisão dos direitos fundamentais, e esta colisão será resolvida pelo 
princípio da proporcionalidade. 
 
OBSERVAÇÃO – Vale destacar que adivulgação gratuita e desproporcional poderá acarretar sanções 
administrativas e civis aos agentes públicos. 
 
PREVISÃO NA LEI DE EXECUÇÃO PENAL – Art. 41, inciso VIII 
 
 
 
XII - receber atestado anual de pena a cumprir; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
 
 
Previsão na Lei de Execução Penal – Art. 41, inciso XVI 
 
 
 
XIII - assistência jurídica integral desde sua inserção no Sistema Penitenciário, prestada por advogado constituído ou 
pela Defensoria Pública; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
PREVISÃO NA LEI DE EXECUÇÃO PENAL – Art. 41, inciso II 
 
PREVISÃO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 88 – Art. 5°, LXXIV 
 
 
 
XIV - entrevista reservada com seu advogado constituído ou Defensor Público, no parlatório, individualmente, nos dias 
úteis e no horário de expediente da Unidade. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
O direito à entrevista reservada com seu advogado é restringido aos dias úteis e no horário de expediente 
da unidade. 
 
OBSERVAÇÃO – O Estatuto da OAB também garante ao Advogado a comunicação com seu cliente preso em 
locais reservados (art. 7°, III) 
 
 
 
XV - à presa, em caso de gravidez, são asseguradas: 
 
a) assistência pré-natal; 
 
 
b) alimentação apropriada desde a confirmação da gravidez até o fim da amamentação; 
c) internação, com direito a parto em hospital adequado, por meio de escolta; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Especificamente com relação à alínea “c”, citarei o DECRETO FEDERAL 8858/16, que disciplina como deve 
ser o emprego de algemas. O Art. 3º do Decreto dispõe que: 
 
“É vedado emprego de algemas em mulheres presas em qualquer unidade do sistema penitenciário 
nacional durante o trabalho de parto, no trajeto da parturiente entre a unidade prisional e a 
unidade hospitalar e após o parto, durante o período em que se encontrar hospitalizada.” 
 
PREVISÃO EM OUTRAS LEGISLAÇÕES – 
 
1. PREVISÃO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 88 – Art. 5°, L 
 
CF/88, art. 5°, “L” - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com 
seus filhos durante o período de amamentação; 
 
2. CÓDIGO PENAL – Art. 37 - Regime especial 
 
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e 
direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo 
 
3. LEI DE EXECUÇÃO PENAL – Art. 83, parágrafo 2°; e art. 89. 
 
Art. 83, § 2º - Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde 
as condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses 
de idade. 
 
 
 
d) condições para que possa permanecer com seu filho pelo período mínimo de 120 dias após o nascimento, prorrogável 
por igual período, em local adequado, mesmo que haja restrição de amamentação; 
 
 
 
e) condições para que possa permanecer com seu filho pelo período mínimo de 180 dias após o nascimento, prorrogável 
por igual período, após avaliação médica e de assistente social, em local adequado, quando estiver amamentando; 
 
DIFERENÇA ENTRE AS ALÍNEAS “D” e “E” – 
 
A alínea “d” garante o período mínimo de 120 dias após o nascimento, mesmo que haja restrição de 
amamentação; 
A alínea “e” garante o período mínimo de 180 dias após o nascimento se a presa estiver amamentando. 
No caso da alínea “e”, é necessária avaliação médica e de assistente social. 
 
 
 
XVI - reabilitação das faltas disciplinares; 
 
XVII - Em caso de falecimento, doenças, acidentes graves ou transferência do preso para outro estabelecimento, o 
Diretor comunicará imediatamente ao cônjuge ou, se for o caso, a parente próximo ou a pessoa previamente indicada; 
 
OBSERVAÇÃO – 
 
PREVISÃO NA LEI DE EXECUÇÃO PENAL – Art. 120 - Da Permissão de Saída. 
 
 
 
XVIII - O preso será informado, imediatamente, do falecimento ou de doença grave do cônjuge, companheira, 
ascendente, descendente ou irmão, podendo ser permitida a visita a estes, sob custódia; 
 
XIX - Em caso de deslocamento do preso, por qualquer motivo, deve-se evitar sua exposição ao público, assim como 
resguardá-lo de insultos e da curiosidade geral. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Observar os comentários do inciso XI deste dispositivo . 
 
 
 
 
XX - igualdade de tratamento, exceto quanto à individualização da pena. 
 
§1º - Os direitos previstos neste Regimento não excluem outros decorrentes dos princípios por ele adotados. 
 
§2º - Nos casos de prisão de natureza civil, o preso deverá permanecer em recinto separado dos demais, aplicando-se, 
no que couber as normas destinadas aos presos provisórios. 
 
OBSERVAÇÃO – 
 
PREVISÃO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 88 - Art. 5°, LXVII. 
PREVISÃO NA LEI DE EXECUÇÃO PENAL – Art. 201 
 
 
CAPÍTULO II 
DOS DEVERES DOS PRESOS 
 
 
Art.51 - São deveres dos presos, além dos previstos na legislação pátria: 
 
COMENTÁRIOS – 
 
PREVISÃO NA LEI DE EXECUÇÃO PENAL – Art. 39 – 
 
A instituição dos deveres visa à boa convivência entre os presos, entre os presos e os agentes 
penitenciários e entre os presos e o Estado. Os deveres são aplicados aos presos provisórios e condenados. 
 
 
 
I - respeito às autoridades constituídas, funcionários e companheiros presos; 
 
 
 
OBSERVAÇÃO – 
 
PREVISÃO NA LEI DE EXECUÇÃO PENAL – Art. 39, inciso II. 
A depender do caso, a desobediência ou o desrespeito às autoridades pode configurar crime de: 
 
1. RESISTÊNCIA (CP, Art. 329); 
2. DESOBEDIÊNCIA (CP, Art. 330); 
3. DESACATO (CP, Art. 331). 
 
 
II - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
PREVISÃO NA LEI DE EXECUÇÃO PENAL – Art. 39, inciso I. 
O Preso deve cumprir e se submeter à pena imposta pelo Estado. 
 
OBSERVAÇÃO – Evasão mediante violência contra a pessoa configura crime do art. Art. 352 do CP, bem 
como falta grave, art. 50, II, da LEP. 
 
 
 
III - informar-se das normas a serem observadas na Unidade Prisional, respeitando-as; 
IV - acatar as determinações legais solicitadas por qualquer funcionário no desempenho de suas funções; ‘ 
V - manter comportamento adequado em todo o decurso da execução da pena, progressiva ou não; 
VI - submeter-se à sanção disciplinar imposta; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
PREVISÃO NA LEI DE EXECUÇÃO PENAL – Art. 53, 
 
PREVISÃO NO REGIMENTO GERAL – Art. 65. 
O preso que se opor, ou seja, não se submeter á sanção imposta, poderá cometer uma nova falta 
disciplinar, a depender do caso. 
 
 
 
 
VII - Conduta oposta aos movimentos individuais e coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou a disciplina; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
PREVISÃO NA LEI DE EXECUÇÃO PENAL – Art. 39, inciso IV. 
 
A LEP, assim como o RG, quer do preso um comportamento passivo (não adesão) bem como um 
comportamento ativo (oposição). O incitamento ou a participação em movimentos de fuga poderá 
configurar falta grave e infração penal, art. 352 do CP. 
 
 
 
VIII - zelar pelos bens patrimoniais e materiais que lhe forem destinados, direta ou indiretamente; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
PREVISÃO NA LEI DE EXECUÇÃO PENAL – Art. 39, inciso X. 
 
 
IX - ressarcir o Estado e terceiros pelos danos materiais a que der causa, de forma culposa ou dolosa; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
PREVISÃO NA LEI DE EXECUÇÃO PENAL – Art. 39, inciso VII. 
 
 
 
X - zelar pelo asseio pessoal e assepsia da cela, alojamento, corredores e sanitários; 
COMENTÁRIOS – 
 
 
 
PREVISÃO NA LEI DE EXECUÇÃO PENAL – Art. 39, inciso XI. 
 
XI - submeter-se às normas contidas neste Regimento Geral, referentes às visitas, orientando-as nesse sentido;XII - submeter-se às normas, contidas neste Regimento Geral, que disciplinam a concessão de saídas externas previstas 
em lei: 
XIII - submeter-se às normas contidas neste Regimento Geral, que disciplinam o atendimento nas áreas de: 
a) saúde; 
b) assistência jurídica; 
c) psicológica; 
d) serviço social; 
e) diretoria; 
f) serviços administrativos em geral; 
g) atividades escolares, desportivas, religiosas, de trabalho e de lazer; 
h) assistência religiosa; 
XIV - devolver ao setor competente, quando de sua saída ou da eventual transferência, os objetos fornecidos pela 
unidade e destinados ao uso próprio; 
XV - abster-se de desviar, para uso próprio ou de terceiros, materiais dos diversos setores da Unidade Prisional; 
XVI - abster-se de negociar objetos de sua propriedade, de terceiros ou do patrimônio do Estado; 
XVII - abster-se da confecção e posse indevida de instrumentos capazes de ofender a integridade física de outrem, bem 
como daqueles que possam contribuir para ameaçar, ou obstruir a segurança das pessoas e da Unidade Prisional; 
XVIII - abster-se de uso e consumo de bebida alcoólica ou de substância que possa causar embriaguez ou dependência 
física, psíquica ou química; 
XIX - abster-se de transitar ou permanecer em locais não autorizados pela Direção da Unidade. 
XX - abster-se de dificultar ou impedir a vigilância; 
XXI - abster-se de quaisquer práticas que possam causar transtornos aos demais presos, bem como prejudicar o controle 
de segurança, a organização e a disciplina; 
XXII- acatar a ordem de contagem da população carcerária, respondendo ao sinal convencionado da autoridade 
competente para o controle da segurança e disciplina; 
XXIII - abster-se de utilizar quaisquer objetos, para fins de decoração ou proteção de vigias, portas, janelas e paredes, 
que possam prejudicar o controle da vigilância; 
XXIV - abster-se de utilizar sua cela como cozinha; 
XXV - submeter-se à requisição das autoridades judiciais, policiais e administrativas; 
XXVI - submeter-se à requisição dos profissionais de qualquer área técnica para exames ou entrevistas; 
XXVII - submeter-se às condições estabelecidas para uso de aparelho de rádio e/ou aparelho de TV; 
XXVIII - submeter-se às condições de uso da biblioteca do estabelecimento, caso haja, e de livros de sua propriedade; 
XXIX - submeter-se às condições estabelecidas para as práticas desportivas e de lazer; 
XXX - submeter-se às condições impostas para quaisquer modalidades de transferências e remoção de ordem judicial, 
técnico-administrativa e a seu requerimento; 
XXXI - submeter-se aos controles de segurança impostos pelos Agentes Penitenciários ou outros agentes públicos 
incumbidos de efetuar a escolta externa. 
 
 
 
CAPÍTULO III 
DOS BENS E VALORES PESSOAIS 
 
Art.52 - A entrada de bens de qualquer natureza obedecerá aos seguintes critérios: 
I - em se tratando daqueles permitidos, os mesmos deverão ser revistados e devidamente registrados em documento 
específico: 
a) a entrada de bens perecíveis, em espécie e manufaturados, terá sua quantidade devidamente regulada; 
b) os bens não perecíveis serão analisados pela unidade prisional quanto à sua necessidade, conveniência e quantidade; 
 
II - Em se tratando de bens de consumo e patrimoniais trazidos por presos acompanhados ou não de funcionário, 
quando das saídas externas autorizadas, serão analisados. No caso de não se comprovar a origem será lavrado 
comunicado do evento, sem prejuízo de outras medidas cabíveis; 
 
III - Quando do ingresso de bens e valores através de familiares e afins, serão depositados no setor competente, 
mediante inventário e contra recibo: 
a) o saldo em dinheiro e os bens existentes serão devolvidos no momento em que o preso seja libertado; 
b) no caso de transferência do preso, os valores e bens serão encaminhados à unidade de destino. 
 
Art.53 - Em caso de falecimento do preso, os valores e bens a este pertencentes, devidamente inventariados, serão 
entregues aos familiares, atendidas as disposições legais pertinentes. 
 
CAPÍTULO IV 
DAS RECOMPENSAS E REGALIAS 
SEÇÃO I 
 DAS RECOMPENSAS 
 
Art.54 - As recompensas têm em vista o bom comportamento reconhecido em favor do preso sentenciado ou do preso 
provisório, de sua colaboração com a disciplina e de sua dedicação ao trabalho. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
PREVISÃO NA LEI DE EXECUÇÃO PENAL – Art. 55 
 
OBSERVAÇÃO – A Lei de Execução Penal prevê a concessão de recompensas apenas aos presos 
condenados. Já o RG prevê em favor do preso sentenciado ou do preso provisório. 
 
 
 
A recompensa é uma contrapartida em reconhecimento de determinada atitude, no caso, a colaboração 
com a disciplina e de sua dedicação ao trabalho. A recompensa tem por finalidade: 
 
1. Motivar a boa conduta; 
2. Desenvolver o senso de responsabilidade; 
3. Promover o interesse e a cooperação dos presos. 
 
 
 
Art.55 - São recompensas: 
I - o elogio; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
O será feito verbalmente e anotado no prontuário do preso para atestar seu bom comportamento, que 
servirá para a progressão de regime. 
 
O art. 56 do RG dispõe em que hipótese caberá o elogio. 
 
 
II - a concessão de regalias. 
COMENTÁRIOS – 
 
REGIMENTO GERAL – Art.57 – 
 
 
 
Art.56 - Será considerado para efeito de elogio a prática de ato de excepcional relevância humanitária ou do interesse 
do bem comum, por portaria do diretor da unidade prisional, devendo constar do prontuário do condenado. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
 
 
Vale destacar e lembra-los que: 
 
1. Compete ao Diretor da UP atribuir, em solenidades especiais, prêmios e recompensas aos presos 
de exemplar comportamento e àqueles que pratiquem atos meritórios (Art.19, IX) 
 
2. Compete ao Chefe de Segurança e Disciplina propor a concessão ou suspensão de recompensas 
aos presos; (Art.23, III). 
 
 
 
SEÇÃO II 
DAS REGALIAS 
 
Art.57 - Constituem regalias, concedidas aos presos em geral, dentro da Unidade Prisional: 
 
COMENTÁRIOS – 
 
A Lei de Execução Penal, no parágrafo único do art. 56 dispõe que: 
 
“A legislação local e os regulamentos estabelecerão a natureza e a forma de concessão de 
regalias.” 
 
Portanto, atendendo ao comando legal, o RG assim o fez. 
 
DESTINAÇÃO – Conforme o art. 57, as regalias serão concedidas aos presos em geral, ou seja, provisórios 
e condenados. 
 
DENTRO – Como podemos extrair do art. 57, as regalias serão concedidas aos presos DENTRO da Unidade 
Prisional. 
 
 
 
I - visitas íntimas; 
 
 
 
VISITA ÍNTIMA: direito ou regalia? 
 
Inicialmente, vale destacar que não há previsão na LEP tal modalidade de visita. Portanto, para fins de 
LEP, em relação ao concurso público, inexiste previsão legal para tal visitação. Do outro lado, sabemos 
que, na prática, diversos estados da federação têm autorizado a visita íntima. 
Inúmeras são as vantagens, vejamos: 
 
1. Acalma a população carcerária; 
2. Evita motins; 
3. Aproxima o preso de sua esposa/companheira etc. 
 
Em suma, a visita íntima é um misto de regalia e um direito. 
 
PREVISÃO NO REGIMENTO GERAL (RG) – 
No RG, está prevista no Art.139 e Art.154, vejamos: 
 
“Art.139 - As visitas ao preso se classificam sob duas categorias: as comuns e as conjugais 
(chamadas visitas íntimas). 
Art.154 - A visita íntima constitui um direito e tem por finalidade fortalecer as relações afetivas e 
familiares, devendo ser requerida pelo preso interessado ao Diretor da Unidade.” 
Art.155 - A visita íntima poderá ser suspensa ou restringida pelo prazo de 30 (trinta) dias por falta 
disciplinar média ou grave cometida pelo reeducando,bem como por atos do(a) companheiro(a) 
que causar problemas de ordem moral ou de risco para a segurança ou disciplina. 
Art.157 - §1º - o preso poderá receber a visita íntima de menor de 18 (dezoito) anos 
 
 
II - assistir coletivamente sessões de cinema, teatro, shows e outras atividades sócio-culturais, fora do horário normal 
em épocas especiais; 
III - assistir coletivamente sessões de jogos esportivos em épocas especiais, fora do horário normal; 
IV - participar de atividades coletivas, além da escola e trabalho, em horário pré-estabelecido de acordo com a Unidade 
do Sistema e Direção; 
V - participar em exposições de trabalho, pintura e outros, que digam respeito às suas atividades; 
VI - visitas extraordinárias devidamente autorizadas pela direção se comprovada sua necessidade e relevância. 
 
Art.58 - Poderão ser acrescidas outras regalias de forma progressiva, acompanhando as diversas fases e regimes de 
cumprimento da pena; 
 
 
 
Art.59 - O preso no regime semi-aberto poderá ter outras regalias, a critério da direção da unidade visando sua 
reintegração social; 
 
Art.60 - As regalias poderão ser suspensas ou restringidas, por cometimento de falta disciplinar de qualquer natureza 
ou por ato motivado da direção da Unidade Prisional. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
SUSPENSÃO OU RESTRIÇÃO DE REGALIAS – 
Elas poderão ser suspensas ou restringidas, por cometimento de falta disciplinar de qualquer natureza, ou 
seja, leve, média ou grave. 
 
OBSERVAÇÃO – Há uma contradição no Regimento Geral, pois o art. 155 dispõe que: 
 
 
Art.50 - São direitos comuns aos presos, além dos já previstos pela Constituição Federal, Pactos 
Internacionais, Legislação Penal e Processual Brasileira, Lei de Execuções Penais e demais Leis, os 
seguintes: 
X - receber visitas do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados, 
podendo ser suspenso ou restringido tal direito por ato motivado do Diretor da Unidade, no caso de 
cometimento de falta grave; 
 
Art.60 - As regalias poderão ser suspensas ou restringidas, por cometimento de falta disciplinar de 
qualquer natureza ou por ato motivado da direção da Unidade Prisional. 
 
Art.155 - A visita íntima poderá ser suspensa ou restringida pelo prazo de 30 (trinta) dias por falta 
disciplinar média ou grave cometida pelo reeducando (...)” 
 
 
OBSERVAÇÃO – Vide os art.65 e art. 66 do Regimento Geral. 
 
 
 
 
TÍTULO VII 
DA DISCIPLINA E DAS FALTAS DISCIPLINARES 
 
 
 
Capítulo I 
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Art.61 - No aspecto administrativo-disciplinar, este Regimento aplica-se aos presos de ambos os sexos recolhidos na 
mesma ou em Unidades Prisionais diversas. 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 44 
 
O regime disciplinar é direcionado ao: 
 
1. Preso Provisório 
2. Preso condenado 
3. Presa do sexo feminina 
 
OBSERVAÇÕES – 
 
1. A LEP, em seu artigo 44, dispõe que a disciplina também se aplica ao condenado a pena restritiva 
de Direito. 
2. O RG nada dispõe nada dispõe sobre a aplicabilidade para o condenado a pena restritiva de Direito. 
3. Parágrafo único do Art. 44 da LEP dispõe que está sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa 
de liberdade. Desta forma, aplica-se ao condenado em todos os regimes, Fechado, semiaberto e 
aberto. 
 
 
 
Art.62 - Todos os presos da Unidade Prisional serão cientificados das normas disciplinares, no momento de seu ingresso 
na mesma. 
 
COMENTÁRIOS– 
 
Art. 23, I, Compete ao CSD orientar os presos quanto aos seus direitos, deveres e normas de conduta a 
serem observados, quando de sua chegada à Unidade; 
 
 
 
 
 
 
Art.63 - As normas deste Regimento serão aplicadas aos presos, quer dentro do estabelecimento prisional e sua 
extensão, quer quando estiverem em trânsito ou em execução de serviço externo. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Os presos estarão sujeito à disciplina prevista no RG quando: 
 
1. Dentro da UP; 
2. Na extensão da UP realizando algum trabalho externo; 
3. Durante as escoltas para fóruns, hospitais e outros. 
4. Durante o internamento em hospitais da Rede Pública. 
5. Durante o trabalho externo. 
 
 
E O PRESO SUJEITO À MEDIDA DE SEGURANÇA? 
 
REPOSTA - Nem a LEP nem o RG dispõe sobre a aplicação ao inimputável, uma vez que esse não cumpre 
pena propriamente dita, e sim medida de segurança. 
 
 
 
Capítulo II 
DA DISCIPLINA 
 
Art.64 - A ordem e a disciplina serão mantidas com firmeza, sem constrangimento, sem impor maiores restrições que 
as necessárias para manter a segurança e a boa organização da vida em comum, visando o retorno satisfatório do preso 
a sociedade. 
 
Parágrafo único - A disciplina, a hierarquia, a fraternidade e a civilidade são requisitos importantes para o 
aprimoramento físico, mental e espiritual na busca da construção de um futuro melhor para o preso. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 44 – 
 
Conforme a LEP, “a disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência às 
determinações das autoridades e seus agentes e no desempenho do trabalho.” 
] 
OBSERVAÇÕES – 
 
1. Na aplicação da disciplina, é vedado submeter o interno a constrangimento. 
2. A ordem e a disciplina visam o retorno satisfatório do preso a sociedade. 
 
VEDAÇÕES NA LEI DE EXECUÇÕES PENAIS – LEI 7210/84 – art. 45. Vejamos: 
 
1. Art. 45, § 1º – As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e moral do 
condenado. 
2. Art. 45, § 2º – É vedado o emprego de cela escura. 
3. Art. 45, § 3º – São vedadas as sanções coletivas. 
 
VEDAÇÕES NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 88 – art. 5°. Vejamos: 
 
1. INCISO X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
 
2. INCISO XLVII - não haverá penas: de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 
84, XIX; de caráter perpétuo; de trabalhos forçados; de banimento; cruéis; 
 
3. INCISO XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; 
 
 
 
Art.65 - Os atos de indisciplina serão passíveis das seguintes penalidades: 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 53. 
 
Observação – Na LEP, não consta a suspensão ou restrição de regalias; 
 
 
 
 
I - advertência verbal; 
II - repreensão; 
III - suspensão ou restrição de regalias; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Conforme o Art.66 do regimento geral, se o preso cometer qualquer infração prevista no art.72 (falta 
leve), ele poderá sofrer qualquer das penalidades acima. Também estará sujeito a qualquer penalidade 
acima o preso que cometer qualquer infração prevista no Art.73, Regimento Geral, que trata da falta 
disciplinar de natureza média. 
 
 
 
 
IV - suspensão ou restrição de direitos, observadas as condições previstas nos incisos XIII e XIV do artigo 50 do 
presente regimento; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Os direitos estão previstos tanto na LEP, art. 41, como no Regimento Geral, art. 50. No entanto, vale 
destacar que não são todos os direitos que podem ser suspensos ou restringidos. Conforme o art. 41, 
Parágrafo único, da LEP, são direitos que poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado 
do diretor do estabelecimento: 
 
1. Inciso V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação; 
2. Inciso X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados; 
3. Inciso XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondênciaescrita, da leitura e de 
outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes. 
 
Além disso, conforme o inciso IV do art. 65 do presente RG, também não podem sofrer restrições ou 
suspensões os seguintes direitos: 
 
1. Inciso, XIII - assistência jurídica integral desde sua inserção no Sistema Penitenciário, prestada por 
advogado constituído ou pela Defensoria Pública; 
 
 
2. Inciso, XIV - entrevista reservada com seu advogado constituído ou Defensor Público, no parlatório, 
individualmente, nos dias úteis e no horário de expediente da Unidade. 
 
OBSERVAÇÃO – os direitos poderão sofrer restrições ou suspensões, mas nunca poderão ser suprimidos. 
A supressão consiste na extinção, cancelamento, eliminação. 
 
 
 
V - isolamento em local adequado; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Conforme o Art.67 do Regimento Geral, se o preso cometer qualquer infração prevista no art.74, que trata 
falta disciplinar de natureza grave, ele poderá sofrer qualquer das penalidades acima dos incisos IV e V. 
Ainda, conforme o art. 67 do RG, as faltas graves não podem exceder a 30 (trinta) dias. 
 
 
 
VI - inclusão no regime disciplinar diferenciado, mediante decisão fundamentada do juízo competente. 
§1º - Advertência verbal é a punição de caráter educativo, aplicado às infrações de natureza leve, e se couber as de 
natureza média; 
 
§2º - Repreensão é a sanção disciplinar na forma escrita, revestida de maior rigor no aspecto educativo, aplicável em 
casos de infração de natureza média, bem como os reincidentes de natureza leve. 
 
 
 
 
ADVERTÊNCIA VERBAL versus REPREENSÃO 
 
SANÇÃO Art. 65, §1º - Advertência verbal 
 
Art. 65, §2º - Repreensão 
FORMA Sanção disciplinar na forma verbal 
 
Sanção disciplinar na forma escrita 
 
 
CARÁTER Caráter educativo Caráter de maior rigor no aspecto educativo 
 
CABIMENTO Aplicável em casos de infrações de 
natureza leve (art. 72, RG), e se couber 
as de natureza média; 
 
Aplicável em casos de infração de natureza 
média (art. 73, RG), bem como os 
reincidentes de natureza leve. 
COMPETÊNCIA 
PARA APLICAÇÃO 
Diretor do estabelecimento (Art. 85, 
inciso I, RG) 
Diretor do estabelecimento (Art. 85, inciso 
I, RG) 
 
 
 
Art.66 - Às faltas leves e médias, poderão ser aplicadas as sanções previstas nos incisos I, II, III do artigo anterior. 
Art.67 - Às faltas graves, aplicam-se as sanções previstas nos incisos IV e V do artigo 65 deste Regimento Geral, não 
podendo qualquer delas exceder a 30 (trinta) dias. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 58. 
 
“O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a trinta dias, ressalvada 
a hipótese do regime disciplinar diferenciado. 
Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao Juiz da execução.” 
 
OBSERVAÇÃO – não podem exceder a 30 (trinta) dias. 
 
 
 
 
ISOLAMENTO 
 
§1º- O isolamento será sempre comunicado ao Juízo da Execução. 
§2º - A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo máximo de 10 (dez) 
dias, no interesse da disciplina e da averiguação do fato. 
§3º - O tempo de isolamento preventivo será computado no período de cumprimento da sanção disciplinar. 
 
 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 53, IV. 
 
DEFINIÇÃO – O isolamento consiste em isolar o preso na própria cela, ou em local adequado. Conforme o 
art. 88 da LEP, na unidade celular deverá: 
 
1. Conter dormitório, aparelho sanitário e lavatório; 
2. Ser observadas as condições de salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração; 
3. Ser observadas as condições de insolação e condicionamento térmico adequado à existência 
humana; 
4. Conter área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados) . 
 
FUNDAMENTO – o isolamento deverá ser fundamentado no interesse da disciplina e da averiguação do 
fato. 
 
COMPETÊNCIA – Compete ao Diretor da UP decretar o isolamento do faltoso; porém deverá comunicar ao 
juiz da execução. (Art.67, §2º, e art. 58, Parágrafo único, da LEP) 
 
PRAZO MÁXIMO– 
 
1. Se o isolamento for preventivo, o prazo será de, no máximo, 10 (dez) dias. (art.67, §2°e art. 60 da 
LEP) 
2. Se o isolamento tiver natureza de sanção disciplinar, o prazo será de, no máximo, 30 (trinta) dias. 
(art.67, §2e art. 58 da LEP) 
 
HIPÓTESES DE CABIMENTO DO ISOLAMENTO PREVENTIVO – Estão no art.77 do RG. 
 
DETRAÇÃO – No caso de punição por falta disciplinar, o tempo de isolamento preventivo será computado 
no período de cumprimento da sanção disciplinar. (art.67, §3° e art. 60, Parágrafo único, LEP). 
 
Detração é o desconto da sanção provisória no cômputo total da sanção aplicada, ao início de seu 
cumprimento. 
 
 
 
 
 
REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO 
 
Art.68 - Aplica-se o regime disciplinar diferenciado, na hipótese de falta grave consistente na prática de crime doloso 
que ocasione subversão da ordem ou disciplina interna, e tem as seguintes características: 
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma 
espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; 
II - recolhimento em cela individual; 
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar os filhos menores de quatorze anos, com duração de duas horas; 
IV - o preso terá direito à saída da cela por duas horas diárias para banho de sol. 
§1º - O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados que apresentem alto 
risco para a ordem e a segurança do Presídio ou da sociedade. 
§2º - Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou condenado sob o qual recaiam 
fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou 
bando. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 52 e ss. 
 
HIPÓTESES DE CABIMENTO DO RDD – Art.68, caput; §1º e §2º 
 
PREVISÃO LEGAL – LEP- ART. 52, CAPUT; e ART. 52 §§ 1º e 2°/ RG- ART.68, CAPUT, §§ 1º e 2°. 
 
1. LEP– ART. 52, CAPUT – “prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave E, quando 
ocasione subversão da ordem ou disciplina interna...” · 
 
Pela leitura do dispositivo, podemos perceber que não será toda e qualquer prática de crime doloso que 
sujeitará o infrator ao RDD, mas apenas aquelas práticas de crime doloso que ocasionem a subversão da 
ordem ou disciplina interna. Portanto, são requisitos cumulativos (prática de crime doloso + subversão da 
ordem ou disciplina internas) 
 
OBSERVAÇÃO – 
 
 Não é demais acrescentar que, se da prática do crime doloso vier a ocorrer resultado culposo, os 
responsáveis serão punidos – hipótese de crime preterdoloso (dolo no antecedente + culpa no 
 
 
consequente) 
 
 SE A PRÁTICA DO CRIME DOLOSO NÃO SE CONSUMAR, OU SEJA, FICAR NO ÂMBITO DA 
TENTATIVA? 
 
Mesmo que o resultado não venha a ocorrer, o autor será punido com a sanção correspondente à falta 
consumada, uma vez que, conforme o art. 49, Parágrafo único, da LEP, “Pune-se a tentativa com a sanção 
correspondente à falta consumada.” Percebam que aqui a LEP não seguiu o preceito do art. 14, Pena de 
tentativa, parágrafo único, do Código Penal, que traz a seguinte redação: 
 
“Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, 
diminuída de um a dois terços.” 
 
 
2. LEP– ART. 52 § 1º - “regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou 
condenados, nacionais ou estrangeiros,que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do 
estabelecimento penal ou da sociedade” 
 
Nessa hipótese, não há necessidade de o preso praticar de fato previsto como crime doloso. É o caso de 
interno que, mesmo no cárcere, comando crimes no lado de fora. Aqui, o preso apresenta “alto risco para 
a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade”. 
Para evitar o direito penal do autor, o alto risco apresentado pelo preso deve ser fundamentado em fato 
pretérito por ele cometido ou para qual concorreu direta ou indiretamente. 
 
3. LEP – ART. 52 §, 2º – “Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório 
ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a 
qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando.”. 
 
Vale lembrar que a lei 12.850, de 2013, alterou o Art. 288 do Código Penal. Dessa forma, o termo “quadrilha 
ou bando” passou ser denominada “Associação Criminosa”. Aqui, no art. 52 §, 2º, o legislador preocupou-
se em coibir, reprimir os integrantes das empresas criminosas, com seguidores dentro e fora do cárcere. 
 
OBSERVAÇÕES – 
 
1. SUSPEITO DE INTEGRAR ORGANIZAÇÃO TERRORISTA PODE SER INCLUÍDO NO RDD? 
 
Diante da lei 13.260/16, que disciplina o terrorismo previsto no art. 5°, inciso XLIII da CF/88, Rogério Sanches 
defende que a pessoa suspeita de integrar organização terrorista pode ser incluída no RDD. Para Rogério 
 
 
Sanches, a lei 12.850/13, que define organização criminosa, também se aplica às organizações terroristas 
(art. 1°, §, 2º, II). Portanto, numa interpretação sistemática, a organização terrorista é uma forma especial 
de organização criminosa, sendo passível de RDD. 
 
2. AUSÊNCIA DO ESTRANGEIRO – 
 
Apesar de art. 52 §, 2º não dispor sobre o estrangeiro, esse não está excluído da possibilidade de ser 
submetido ao RDD, com base nos seguintes argumentos: 
 
 Durante a execução penal, brasileiros e estrangeiros tem os mesmos direitos e deveres. 
 Quando a LEP refere-se ao condenado ou provisório, de forma implícita refere-se ao estrangeiro. 
 
FUNDAMENTOS – Os fundamentos que autorizam a inclusão do preso no RDD estão previstos no Regimento 
Geral, art. 68 - §§ 1º e 2°. Dispositivo parecido, que guarda similaridade, prevê o art. 52, caput, e § § 1° e 2° 
da LEP, lei 7210/84. 
 
CARACTERÍSTICAS – O Regimento Geral, art.68, incisos e parágrafos, trazem as características do RDD. 
Dispositivo parecido, que guarda similaridade, prevê a LEP, em seu art. 52 e incisos. 
 
SOBRE AS CARACTERÍSTICAS – 
 
Art. 52, inciso I, LEP; E regimento geral, art.68, incisos – “DURAÇÃO MÁXIMA DE 360 DIAS...” – 
 
Percebam que o lapso temporal máximo é de 360 dias, que será contado na forma do art. 10 do CP (o dia 
do Começo inclui-se no computo do prazo). Desta forma, se na sua prova afirmar que o RDD tem duração 
máxima de 01 ANO, a afirmativa está incorreta, pois o ano do calendário comum que tem exatamente 365 
dias, ressalvado o ano bisexto. 
 
Art. 52, inciso I, LEP; E Regimento Geral, art.68, incisos I “(...) sem prejuízo de repetição da sanção por nova 
falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada.” – 
 
Essa parte final do dispositivo traz a hipótese de reincidência durante o cumprimento da sanção imposta. 
Assim, se durante o cumprimento da sanção, o preso nova falta grave de mesma espécie, a sanção poderá 
ser aumentada de até um sexto. 
 
 
 
OBSERVAÇÕES – 
 
1. O Juiz da execução irá analisar o caso concreto para estabelecer o quantum de aumento da 
sanção será aplicado, uma vez que ele pode aumentar até um sexto. 
 
2. A aplicação do aumento de até um sexto levará em consideração a aplicação da sanção 
efetivamente imposta, e não o limite de 360 dias estabelecido pelo art. 52 da LEP. 
 
3. A SANÇÃO DO PRESO EM RDD PODE ULTRAPASSAR OS 360 DIAS? 
 
 SIM, vejamos o exemplo abaixo. 
 
EXEMPLO – Imagine que o preso está cumprindo uma sanção de 300 dias em virtude da prática de fato 
previsto como crime doloso, que constitui falta grave, ocasionando a subversão da ordem ou disciplina 
internas (art. 52, LEP). No dia 280 do cumprimento da sanção, ele pratica novo fato como o narrado acima. 
Nesse caso, ele poderá ser punido com uma nova sanção que aumente o seu lapso temporal de até um 
sexto da sanção efetivamente imposta, que, no caso em análise, é de 300 DIAS. Portanto, diante dos fatos, 
ele poderá cumprir mais de 360 dias no RDD. 
 
Art. 52, inciso II, LEP; E Regimento Geral, art.68, incisos II –“recolhimento em cela individual;” 
 
Obviamente, a cela individual não poderá colocar em perigo a integridade física e moral do condenado, 
bem como não poderá ser escura, conforme previsto no art. 45 da LEP, §§ 1º e 2°. Além disso, acrescenta 
a doutrina que é vedado o emprego de celas ou alojamentos inabitáveis e insalubres. 
 
Art. 52, inciso III, LEP; E REGIMENTO GERAL, art.68, incisos III– 
 
“visitas semanais de duas pessoas, SEM CONTAR AS CRIANÇAS, com duração de duas horas;” 
 
Apesar de divergências doutrinárias com relação à parte grifada acima, prevalece que, na contagem da 
visita semanal, por duas horas, as crianças não devem ser contabilizadas no que tange ao limite de duas 
pessoas. Portanto, além de duas pessoas, o preso em RDD tem direito à visita de crianças, uma vez que o 
sistema penitenciário deve zelar pelos laços familiares, pelo contato com o mundo exterior, pois a 
manutenção do laço familiar é fundamental para a ressocialização do preso. 
 
 
 
 
 
PROCEDIMENTO PARA A INCLUSÃO DO 
 PRESO NO REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO 
 
§3º - A inclusão de preso no regime disciplinar diferenciado deverá ser requerida, apos deliberação da comissão 
disciplinar, por meio de parecer circunstanciado, pelo Diretor da Unidade ao Juízo competente, sendo imprescindível a 
decisão fundamentada da autoridade judiciária para a imposição de tal sanção. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
PROCEDIMENTO – 
 
 1°. Para a inclusão do preso no RDD, primeiro deve haver a deliberação da comissão disciplinar. 
 2°. Após a de deliberação, o Diretor da Unidade deve requerer por meio de parecer circunstanciado 
ao Juízo Competente. 
 3°. Portanto, após receber a deliberação do Diretor da Unidade, o Juiz decidirá, de forma 
fundamentada, sobre a imposição de tal sanção. 
 
“No procedimento para inclusão no RDD deverá ser observado o contraditório. Portanto, após o parecer 
do Ministério Público, a defesa poderá se manifestar, devendo ser intimada para tanto. É importante 
ressaltar que os fatos serão apurados em regular procedimento administrativo em que deve ser propiciada 
ampla defesa e o contraditório. Esse procedimento é que irá embasar o pedido de inclusão a ser formulado 
pela autoridade administrativa competente.” Por César Dario Mariano da Silva. 
 
 
 
Art.69 - A suspensão e restrição de regalias poderão ser aplicadas isoladas ou cumulativamente, na prática de faltas de 
qualquer natureza. 
 
Art.70 - Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consumada. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
A tentativa está prevista no Código Penal, na LEP e neste Regimento Geral, no entanto com textos 
diferentes. Vejamos: 
 
 
 
1. Código Penal – Art. 14, Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a 
pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terço. 
 
2. LEP – Art. 49, Parágrafo único - Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta 
consumada. 
 
3. Regimento Geral – Art.70 - Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consumada. 
 
 
 
Capítulo III 
DAS FALTAS DISCIPLINARES 
 
 Art.71- As faltas disciplinares segundo sua natureza classificam se em: 
I - leves; 
II - médias; 
III - graves. 
Parágrafo único - O disposto neste capítulo aplica-se, no que couber, ao preso provisório. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 49, 
 
“Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A legislação local 
especificará as leves e médias, bem assim as respectivas sanções.” 
 
Conforme podemos perceber, a LEP deixou a cargo da legislação local especificar as leves e médias. No 
nosso caso, o Regimento Geral - portaria 1220/2014 - especificou as faltas leves e médias. 
 
FALTAS GRAVES – ROL TAXATIVO – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE – 
 
A LEP, no artigo 50, trouxe as faltas graves. Por sua vez, as legislações locais devem reproduzir as faltas 
graves previstas na LEP, uma vez que trata-se de um rol taxativo. Desta forma, a criação de faltas graves 
 
 
por outro instrumento legal que não a LEP é inviável e configura manifesta violação ao princípio da 
legalidade. 
 
CONSEQUÊNCIA DA PRÁTICA DE FALTAS DISCIPLINARES – As faltas disciplinares poderão gerar para o 
preso faltoso drásticos efeitos na sua execução, como, regressão de regime (Art. 118, LEP), perda dos dias 
remidos em até 1/3 (um terço), Art. 127, LEP. 
 
 
 
SEÇÃO I 
DAS FALTAS DISCIPLINARES 
DE NATUREZA LEVE 
 
Art.72 - Considera-se falta disciplinar de natureza leve: 
I - manusear equipamento de trabalho sem autorização ou sem conhecimento do encarregado, mesmo a pretexto de 
reparos ou limpeza; 
II - adentrar em cela ou alojamento alheio, sem autorização; 
III - desatenção em sala de aula ou no trabalho; 
IV - permutar, penhorar ou dar em garantia objetos de sua propriedade a outro preso sem prévia comunicação da 
direção da unidade respectiva; 
V - utilizar-se de bens de propriedade do Estado, de forma diversa para a qual recebeu; 
VI - executar, sem autorização, o trabalho de outrem; 
VII - responder por outrem às chamadas regulamentares; 
VIII - ter posse de papéis, documentos, objetos ou valores não cedidos e não autorizados pela Unidade Prisional; 
IX - descuidar da higiene pessoal; 
X - estar indevidamente trajado; 
XI - proceder de forma grosseira ou discutir com outro preso; 
XII - usar material de serviço para finalidade diversa da qual foi prevista; 
XIII - deixar de frequentar, sem justificativa, as aulas do curso em que esteja matriculado; 
XIV - sujar pisos, paredes ou danificar objetos que devam ser conservados; 
XV - portar ou manter na cela ou alojamento, material de jogos não permitidos; 
XVI - remeter correspondência, sem registro regular pelo setor competente; 
XVII - desobedecer aos horários regulamentares; 
XVIII - descumprir as prescrições médicas; 
XIX - lavar ou secar roupa em locais não permitidos; 
XX - fazer refeições em local e horário não permitidos; 
XXI - conversar através de janelas, guichê da cela ou de setor de trabalho ou em local não apropriado; 
XXII - mostrar displicência no cumprimento do sinal convencional de recolhimento ou formação; 
XXIII - 
 
 
SEÇÃO II 
DAS FALTAS DE NATUREZA MÉDIA 
 
Art.73 - Considera-se falta disciplinar de natureza média: 
I - utilizar-se do anonimato para fins ilícitos ou causando embaraços à administração; 
II - provocar direta ou indiretamente alarmes injustificados; 
III - deixar, sem justo motivo, de responder às revistas ou reuniões em horários pré-estabelecidos, ou aquelas para as 
quais ocasionalmente for determinado; 
IV - atrasar-se o interno do regime aberto e semiaberto, para o pernoite; 
V - atrasar-se, sem justo motivo, o interno do regime semiaberto quando do seu retomo ao Estabelecimento Penal no 
caso de saídas temporárias autorizadas; 
VI - envolver, indevidamente, o nome de outrem para se esquivar de responsabilidade; 
VII - portar-se de modo indisciplinado ou inconveniente quando das revistas e conferências nominais; 
VIII - promover ou concorrer para a discórdia e desarmonia entre os internados, ou cultivar inimizades entre os mesmos; 
IX - portar-se de modo inconveniente, provocando outros internos através de brincadeiras de cunho pernicioso ou 
sarcástico; 
X - apresentar, sem fundamento ou em termos desrespeitosos, representação ou petição; 
XI - recriminar ou desconsiderar ato legal de agente da administração da unidade respectiva; XII - deixar de realizar a 
faxina do xadrez, alojamento, banheiro ou corredores, cuja atribuição lhe esteja a cargo, ou fazê-lo com desídia; 
XIII - transitar pelos corredores dos alojamentos ou das celas despido ou em trajes sumários; XIV - deixar de fazer uso 
do uniforme sem autorização; 
XV - fazer qualquer tipo de adaptação nas instalações elétricas ou hidráulicas da Unidade, sem a devida autorização; 
XVI - concorrer para que não seja dado cumprimento a qualquer ordem legal, tarefa ou serviço, bem como, concorrer 
para que seja retardada a sua execução; 
XVII - interferir na administração ou execução de qualquer tarefa sem estar para isto autorizado; 
XVIII - simular doença para esquivar-se do cumprimento de qualquer dever ou ordem legal recebida; 
XIX - introduzir, transportar, guardar, fabricar, possuir bebidas alcoólicas ou qualquer outra substância que cause efeitos 
similares aos do álcool, ou mesmo ingerir tais substâncias, ou concorrer, inequivocamente, para que outrem o faça; 
XX - introduzir, guardar ou possuir remédios, sem a devida autorização da Direção da Unidade; XXI - solicitar ou receber 
de qualquer pessoa, vantagem ilícita pecuniária ou em espécie; 
XXII - praticar atos de comércio de qualquer natureza, sem a devida autorização, com outros internos, funcionários ou 
civis; 
XXIII - manusear equipamento ou material de trabalho sem autorização ou sem conhecimento da administração, mesmo 
a pretexto de reparos ou limpeza; 
XXIV - apropriar-se ou apossar-se, sem autorização, de material alheio; 
XXV - destruir dolosamente, extraviar, desviar ou ocultar objetos sob sua responsabilidade, fornecidos pela 
administração; 
XXVI - fabricar qualquer objeto ou equipamento sem a devida autorização, ou concorrer para que outrem incorra na 
mesma conduta; 
XXVII - utilizar material, próprio ou do Estado, para finalidade diversa para a qual foi prevista, causando ou não prejuízos 
ao erário; 
XXVIII - portar, confeccionar, receber, ter indevidamente, em qualquer lugar do Estabelecimento Penal, objetos passíveis 
de utilização em fuga; 
XXIX - permanecer o interno, em dias de visitação, na área destinada à circulação de pessoas, sem que para isto esteja 
 
 
autorizado ou acompanhado de seus visitantes, exceto para responder à chamada nominal ou efetuar suas refeições; 
XXX - permitir o interno que seus visitantes, sem autorização de autoridade competente, ingressem nos alojamentos ou 
celas ou acessem local não permitido; 
XXXI - comportar-se, quando em companhia de sua esposa, companheira ou diante de outros visitantes, de forma 
desrespeitosa; 
XXXII - tomar parte em jogos proibidos ou em aposta ilícitas; 
XXXIII - permanecer em alojamento diferente do seu, sem a devida autorização da Administração ou o consentimento 
de integrante do local; 
XXXIV - transitar indevidamente por locais não permitidos ou em desacordo com o respectivo estágio em que se 
encontra; 
XXXV - comunicar-se, de qualquer forma, com internos em regime de isolamento celular ou entregar aos mesmos 
quaisquer objetos sem autorização da administração; 
XXXVI - promover barulho no interior do alojamento, celas ou seus corredores, durante o repouso noturno, ou ainda, a 
qualquer hora, fazê-lo de forma a perturbar a ordem reinante; 
XXXVII - disseminar boato que possa perturbara ordem ou a disciplina, caso não chegue a constituir crime; 
XXXVIII - dificultar a vigilância ou prejudicar o serviço da guarda em qualquer dependência da Unidade; 
XXXIX - praticar autolesão com finalidade de obter regalias; 
XL - praticar fato previsto como crime culposo ou contravenção, independentemente da ação penal; 
XLI - usar de ardil para auferir benefícios, induzindo a erro qualquer pessoa; 
XLII - favorecer a prostituição ou a promiscuidade de parentes e demais visitantes. 
 
 
DAS FALTAS DISCIPLINARES - REGIMENTO GERAL 
 
FALTAS LEVES (Art.72) FALTAS MÉDIAS (Art.73) 
I - manusear equipamento de trabalho sem 
autorização ou sem conhecimento do 
ENCARREGADO, mesmo a pretexto de reparos ou 
limpeza; 
XXIII - manusear equipamento ou material de 
trabalho sem autorização ou sem conhecimento da 
ADMINISTRAÇÃO, mesmo a pretexto de reparos ou 
limpeza; 
II - adentrar em cela ou alojamento alheio, sem 
autorização; 
 
XXX - permitir o interno que seus visitantes, sem 
autorização de autoridade competente, ingressem 
nos alojamentos ou celas ou acessem local não 
permitido; 
VII - responder por outrem às chamadas 
regulamentares; 
 
III - deixar, sem justo motivo, de responder às revistas 
ou reuniões em horários pré-estabelecidos, ou 
aquelas para as quais ocasionalmente for 
determinado; 
 
X - estar indevidamente trajado; 
 
XIII - transitar pelos corredores dos alojamentos ou 
das celas despido ou em trajes sumários; 
 
 
XIV - deixar de fazer uso do uniforme sem 
autorização; 
XI- proceder de forma grosseira ou discutir com 
outro preso; 
 
VIII - promover ou concorrer para a discórdia e 
desarmonia entre os internados, ou cultivar 
inimizades entre os mesmos; 
XII - usar material de serviço para finalidade 
diversa da qual foi prevista; 
 
XXVII - utilizar material, próprio ou do Estado, para 
finalidade diversa para a qual foi prevista, causando 
ou não prejuízos ao erário; 
 
XIV- sujar pisos, paredes ou danificar objetos que 
devam ser conservados; 
 
XII - deixar de realizar a faxina do xadrez, alojamento, 
banheiro ou corredores, cuja atribuição lhe esteja a 
cargo, ou fazê-lo com desídia; 
XV - portar ou manter na cela ou alojamento, 
material de jogos não permitidos; 
 
XXXII - tomar parte em jogos proibidos ou em aposta 
ilícitas; 
 
XXIV - proferir palavras de baixo calão ou faltar 
com preceitos de educação; 
 
IX - portar-se de modo inconveniente, provocando 
outros internos através de brincadeiras de cunho 
pernicioso ou sarcástico; 
XXV - dirigir-se, referir-se ou responder a 
qualquer pessoa de modo desrespeitoso; 
 
XXXI - comportar-se, quando em companhia de sua 
esposa, companheira ou diante de outros visitantes, 
de forma desrespeitosa; 
 
 
 
DAS FALTAS DISCIPLINARES - REGIMENTO GERAL 
 
FALTAS MÉDIAS (Art.73) 
 
FALTAS GRAVES (Art.74) 
XVIII - simular doença para esquivar-se do 
cumprimento de qualquer dever ou ordem legal 
recebida; 
 
IV - provocar acidente de trabalho; 
 
XXVIII - portar, confeccionar, receber, ter 
indevidamente, em qualquer lugar do 
II - fugir; 
 
 
Estabelecimento Penal, objetos passíveis de 
utilização em fuga; 
 
IV - atrasar-se o interno do regime aberto e semi-
aberto, para o pernoite; 
V - descumprir, no regime aberto, as condições 
impostas; 
 
V - atrasar-se, sem justo motivo, o interno do 
regime semiaberto quando do seu retomo ao 
Estabelecimento Penal no caso de saídas 
temporárias autorizadas; 
 
VIII - descumprir, injustificadamente, o condenado à 
pena restritiva de direitos, a restrição imposta, ou 
retardar o cumprimento; 
 
 
DAS FALTAS DISCIPLINARES – 
REGIMENTO GERAL e LEP– 
 
FALTA GRAVE– RG (Art.74) FALTA GRAVE – LEP (Art.50) 
 
 
OS INCISOS ABAIXO SÃO IGUAIS 
 
I - incitar ou participar de movimento para 
subverter a ordem ou a disciplina; 
 
I - incitar ou participar de movimento para subverter a 
ordem ou a disciplina; 
 
II - fugir; 
 
II - fugir; 
 
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz 
de ofender a integridade física de outrem; 
 
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de 
ofender a integridade física de outrem; 
 
IV - provocar acidente de trabalho; 
 
IV - provocar acidente de trabalho; 
 
V - descumprir, no regime aberto, as condições 
impostas; 
V - descumprir, no regime aberto, as condições 
impostas; 
 
 
 
COMENTÁRIO – 
Nesse caso, o descumprimento do dispositivo acarreta como consequência a regressão de regime, 
conforme art. 118 da LEP- 
 
A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência 
para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado: 
 
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; 
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, 
torne incabível o regime (artigo 111). 
 
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos 
anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente 
imposta.” 
 
TRATAM DO MESMO OBJETO 
 
IX - introduzir, receber, vender, fornecer, ainda 
que gratuitamente, fazer uso, ter em depósito, 
transportar, trazer consigo, guardar ou 
emprestar telefone celular ou aparelho de 
comunicação com o meio exterior, seus 
componentes ou acessórios; 
 
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho 
telefônico, de rádio ou similar, que permita a 
comunicação com outros presos ou com o ambiente 
externo. 
 
FATO PREVISTO COMO CRIME CULPOSO versus FATO PREVISTO COMO CRIME DOLOSO 
 
FALTA MÉDIA, ART. 73,XL, RG REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO, ART.68 
 
 
Considera-se falta disciplinar de natureza 
média: praticar fato previsto como crime 
culposo ou contravenção, independentemente 
da ação penal; 
 
Aplica-se o Regime Disciplinar Diferenciado, na 
hipótese de falta grave consistente na prática de crime 
doloso que ocasione subversão da ordem ou disciplina 
 
 
interna. 
 
 
 
SEÇÃO III 
DAS FALTAS DE NATUREZA GRAVE 
 
Art.74 -Comete falta disciplinar de natureza grave o preso que: 
 
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina; 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 50 
 
CONFIGURAÇÃO DA FALTA – Para se configurar a falta em análise, é desnecessário que se pratique violência 
ou grave ameaça. Por exemplo, pode configurar a falta nos movimentos pacíficos como de greve de fome, 
recusa de volta às celas e recusa de trabalho. 
 
FIM VISADO –Também não importa o fim visado, se é “justo” ou “injusto”, como melhores condições de 
trabalho ou oportunidade de recreação. Tais reivindicações devem ser pleiteadas na forma do regulamento. 
 
CRIME DE MOTIM – ART. 354, CP – A depender da proporção, esta falta grave pode configurar crime de 
motim. Destaca-se que, para configurar este crime, exige-se o dolo e pluralidade de presos. 
 
 
 
II - fugir; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
CRIME DE EVASÃO MEDIANTE VIOLÊNCIA – 
Além de cometer falta grave, a depender do caso, o preso pode praticar o crime do art. 352 do CP – Crime 
de evasão mediante violência. Ressalta-se que somente se irá configurar o crime se o preso, para fugir, usar 
 
 
de violência contra a pessoa. Desta forma, não se configura o crime do art. 352 se o preso: 
 
1. Usar de violência contra a coisa, por exemplo, cavar túneis e cortar as serrar da cela.2. Ameaçar o agente penitenciário, com o argumento de mandar matar sua família caso não o deixe 
fugir. 
 
EXTRAMUROS – O preso que, em virtude de saídas temporárias ou trabalho externo, fugir, também comete 
o crime em comento. 
 
 
 
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Para configurar a infração disciplinar acima, basta que o preso esteja possuindo qualquer instrumento capaz 
de ofender a integridade física de outrem, como facas, estiletes, canivetes. 
 
O simples fato de possuir já configura a infração, sendo dispensável o porte. 
 
 
 
IV - provocar acidente de trabalho; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Para configurar a infração disciplinar acima, a provocação deverá ser dolosa, não caracterizando esta falta 
se for culposa. 
 
OBSERVAÇÃO – 
Art. 126, § 4°, LEP – Não é demais acrescentar que o preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no 
trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição. 
 
 
 
 
 
V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
As condições impostas para o preso ser beneficiado com o regime aberto estão no art. 115 da LEP. 
 
REGRESSÃO DE REGIME – 
Além de cometer falta grave, condenado poderá regredir de regime, conforme art. 118, § 1° da LEP. 
 
 
 
VI - desobedecer ao servidor ou desrespeitar a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
DESOBEDECER AO SERVIDOR – 
A depender do caso, a desobediência o desrespeito às autoridades pode configurar: 
 
1. Crime de Resistência (CP, Art. 329); 
2. Desobediência (CP, Art. 330); e 
3. Desacato (CP, Art. 331). 
 
DESRESPEITAR A QUALQUER PESSOA – 
A falta disciplinar em análise também se configura se o preso desrespeitar a qualquer pessoa com quem 
deva relacionar-se, como por exemplo, desrespeitar outro preso. 
 
 
 
VII - não executar o trabalho, as tarefas ou as ordens recebidas; 
 
 
 
COMENTÁRIOS – 
 
PRESO CONDENADO – PRESO PROVISÓRIO – PRESO POLÍTICO – 
 
Com relação ao trabalho do preso, este inciso só se configura se o preso for condenado, uma vez que este 
é obrigado a trabalhar. Para o preso provisório não há essa obrigatoriedade. Vale destacar o 
art. 200 da LEP, que dispõe que o condenado por crime político não está obrigado ao trabalho. 
 
PREVISÃO LEGAL – 
 
 LEP, art.31 – “O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de 
suas aptidões e capacidade. 
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado 
no interior do estabelecimento.” 
 
 REGIMENTO GERAL – Art.163, §1º – O trabalho interno tem caráter obrigatório, respeitadas as 
aptidões e a capacidade do preso. 
 
 LEP, art. 200 – “O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho.” 
 
RECUSA INJUSTIFICADA – 
Portanto o trabalho é um dever (Art. 39, V, LEP) do preso e sua recusa injustificada pode configurar falta 
grave. 
 
 
 
VIII - descumprir, injustificadamente, o condenado à pena restritiva de direitos, a restrição imposta, ou retardar o 
cumprimento; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 51. 
 
Previsão no Código Penal – As Penas restritivas de direitos estão previstas no art. 43 do CP. 
 
 
 
Além de cometer falta grave, condenado poderá regredir de regime, conforme Art. 181, da LEP; nas 
hipóteses e na forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal. 
 
 
 
IX - introduzir, receber, vender, fornecer, ainda que gratuitamente, fazer uso, ter em depósito, transportar, trazer 
consigo, guardar ou emprestar telefone celular ou aparelho de comunicação com o meio exterior, seus componentes 
ou acessórios; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Como podemos perceber, não é somente a posse de telefone celular ou aparelho de comunicação com 
o meio exterior que configura falta grave, mas também seus componentes ou acessórios, como fone de 
ouvido, chips, carregadores. 
 
 
SEÇÃO IV 
DAS ATENUANTES E DAS AGRAVANTES 
Art.75 - São circunstâncias atenuantes na aplicação das penalidades disciplinares: 
 
COMENTÁRIOS – 
As circunstâncias atenuantes são aquelas que podem reduzir o quantum das penalidades disciplinares. 
Portanto essas circunstâncias podem diminuir a gravidade ou a importância de uma infração disciplinar. 
 
 
I - primariedade em falta disciplinar; 
II - natureza e circunstância do fato; 
III - bons antecedentes prisionais; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
 
Não confundir os bons antecedentes prisionais com bons antecedentes criminais. 
 
 
IV - imputabilidade relativa atestada por autoridade médica competente; 
 
COMENTÁRIOS – 
A imputabilidade deve ser relativa, não absoluta. Se for absoluta, pode configurar inimputabilidade!!! 
 
 
V - confessar, espontaneamente a autoria da falta ignorada ou imputada a outrem; 
VI - ressarcimento dos danos materiais. 
 
COMENTÁRIOS – 
Percebam que, para haver a atenuante, o inciso exige o ressarcimento dos danos materiais, e silencia 
quanto aos danos morais. 
 
 
 
Art.76 - São circunstâncias agravantes, na aplicação das referidas penalidades: 
I - reincidência em falta disciplinar; 
II - prática de falta disciplinar durante o prazo de reabilitação de conduta por sanção anterior; 
 
SEÇÃO V 
 DAS MEDIDAS CAUTELARES 
 
Art.77 - O diretor da Unidade Prisional poderá determinar, por ato motivado, como medida cautelar, o isolamento do 
preso, por período não superior a 10 (dez) dias, quando: 
 
 
 
COMENTÁRIOS – 
 
MEDIDA CAUTELAR – 
É um procedimento intentado para prevenir, conservar ou defender direitos. Trata-se de ato de 
prevenção, decorrente da gravidade do fato, do comprovado risco de lesão de qualquer natureza ou da 
existência de motivo justo, desde que amparado por lei. 
 
 
 
I - pesem contra o preso informações devidamente comprovadas, de que estaria preste a cometer infração disciplinar 
de natureza grave; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Quando, por exemplo, o preso está prestes a fugir por meio de túnel. Nesse caso, ele será isolado como 
medida cautelar. 
 
 
 
II - pesem contra o preso, informações devidamente comprovadas, de que estaria ameaçada sua integridade física; 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Quando, por exemplo, o preso está ameaçado de morte por outros presos. Nesse caso, ele será isolado 
como medida cautelar. 
 
 
 
III - a requerimento do preso, que expressará a necessidade de ser submetido a isolamento cautelar, como medida de 
segurança pessoal. 
 
 
 
Parágrafo Único - Em caso de necessidade, o prazo estabelecido no caput deste artigo poderá, a pedido da direção da 
unidade respectiva, ser prorrogado por igual período pela autoridade judiciária competente. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
COMPETÊNCIA – Compete ao Diretor da Unidade Prisional, mediante ato motivado. 
 
PRAZO – Por período não superior a 10 (dez) dias, podendo ser prorrogado por igual período em caso de 
necessidade. 
 
COMPETÊNCIA PARA A PRORROGAÇÃO – O pedido de prorrogação compete à direção da unidade 
respectiva; tal pedido será direcionado à autoridade judiciária competente, que decidirá de forma 
fundamentada. 
 
 
 
 
 
TÍTULO VIII 
DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR, 
 DA SANÇÃO E DA REABILITAÇÃO 
 
Capítulo I 
DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR E DA SANÇÃO DISCIPLINAR 
 
1ª FASE - REGISTRO DA OCORRÊNCIA – 
 
Art.78 - Cometida a infração, o preso será conduzido ao setor de disciplina, para o REGISTRO DA OCORRÊNCIA, que 
conterá nome e matrícula dos servidoresque dela tiveram conhecimento, os dados capazes de identificar as pessoas ou 
coisas envolvidas, local e hora da mesma, rol de testemunhas, a descrição clara, concisa e precisa do fato, bem como as 
alegações do faltoso, quando presente, ao ser interpelado pelo(s) signatário(s) das razões da transgressão, sem tecer 
comentários ou opiniões pessoais, e outras circunstâncias. 
 §1º - A ocorrência será comunicada imediatamente ao diretor da unidade prisional, para que, NO PRAZO DE 03 (TRÊS) 
DIAS, contados da constatação ou conhecimento do fato, seja iniciado o procedimento disciplinar. 
 
 
 
2ª FASE – REALIZAÇÃO DE DILIGÊNCIAS/INVESTIGAÇÃO 
 
 
Art.79 - O conselho disciplinar REALIZARÁ AS DILIGENCIAS indispensáveis à precisa elucidação do fato, inclusive 
solicitação de perícia técnica, quando necessário, para formar seus elementos de convicção. 
 
3ª FASE – INSTRUÇÃO 
 
Art.80 - Será propiciado ao detento submetido a julgamento pelo Conselho Disciplinar, o mais amplo direito de defesa, 
seja por Defensor Público ou por Advogado constituído ou nomeado para o ato 
§1º -Caso não possua advogado constituído ou não saiba declinar os dados necessários para a intimação do mesmo, na 
data da audiência de instrução e julgamento, o faltoso será assistido pelo Defensor Publico lotado na Unidade Prisional 
respectiva. 
§2º - Caso não haja Defensor Público lotado na Unidade Prisional respectiva, deverá ser intimado para o ato o defensor 
público lotado na vara de execuções criminais com jurisdição sobre a referida unidade. 
Art.81 - Ao preso será dado conhecimento prévio da acusação. 
 
OITIVA DO OFENDIDO, TESTEMUNHAS (SE HOUVEREM) E DO PRESO 
 
Art.82 - O Conselho Disciplinar OUVIRÁ, no mesmo ato, primeiramente o ofendido e testemunhas, se houverem, e por 
último o preso, de tudo lavrando-se o termo respectivo. Art.83 - Concluídas as oitivas necessárias, ato contínuo, será 
facultado à Defesa, manifestação oral, que será tomada por termo, pelo tempo de 15 (quinze) minutos. 
 
 
4ª FASE – JULGAMENTO 
 
Art.84 - Finda a instrução, passa-se IMEDIATAMENTE AO JULGAMENTO acerca da culpabilidade ou inocência do 
faltoso, bem como acerca da natureza da falta disciplinar a ele imputada, o que deverá ser registrado na ata respectiva, 
que será assinada por todos os presentes. 
Art.85 - Caso seja o detento considerado culpado pela transgressão disciplinar a ele imputada, adotará o Conselho 
Disciplinar uma das seguintes medidas: 
I - Tratando-se de faltas de NATUREZA LEVE OU MÉDIA, remeterá os autos respectivos ao DIRETOR DO 
ESTABELECIMENTO que aplicará a sanção correspondente, no prazo de 02 (dois) dias; 
II - Tratando-se de falta GRAVE a aplicação de sanção será de competência do CONSELHO DISCIPLINAR, por ato de seu 
presidente, no mesmo prazo acima citado. 
 
 
 
COMENTÁRIO - 
 
 
O inciso II do art. 85 está em desacordo com a portaria 225/15, que dispõe que a competência para 
aplicar a sanção é do Diretor da UP, conforme art. 19, XXI, do Regimento Geral. 
 
 
 
Art.86 - Em sendo o preso julgado inocente das imputações que lhe foram feitas, serão os autos respectivos 
encaminhados ao Diretor do Estabelecimento, a fim de que seja por este determinado seu imediato arquivamento. 
 
Art.87 - Concluído o julgamento respectivo será dada ciência ao preso envolvido e ao seu defensor. 
 
4ª FASE – RECURSO – 
PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO DO ATO PUNITIVO 
 
 
Art.88 - O preso poderá solicitar pessoalmente, ou através de seu patrono, reconsideração do ato punitivo, NO PRAZO 
DE 08 (OITO) DIAS ÚTEIS, contados a partir da data em que a decisão lhe haja sido comunicada, nas seguintes hipóteses: 
I - quando não tiver sido unânime a decisão do Conselho Disciplinar; 
II - quando a decisão do Conselho Disciplinar tiver sido manifestamente contrária às provas existentes nos autos 
respectivos; 
III - quando a sanção aplicada estiver em desacordo com a Lei. 
 
Parágrafo Único - o pedido será dirigido à autoridade que aplicar a sanção disciplinar. 
 
Art.89 - O pedido de reconsideração, uma vez apreciado pela autoridade competente, deverá ser despachado no prazo 
de 08 (oito) dias de seu recebimento, dele não cabendo recurso administrativo. 
 
Art.90 - Após tornar-se definitivo o ato punitivo, o Diretor da unidade prisional determinará as seguintes providências: 
I - ciência ao preso envolvido e ao seu defensor; 
II - registro em ficha disciplinar; 
III - encaminhamento de cópia da sindicância ao Juiz das Execuções e Corregedor dos Presídios e ao Conselho 
Penitenciário do Estado do Ceará; 
IV - comunicação à autoridade policial competente, quando o fato constituir ilícito penal; 
V - arquivamento em prontuário penitenciário. 
 
 
 
5ª FASE – REVISÃO DA PUNIÇÃO 
 
Art.91 - Durante todo o período de cumprimento de sua pena, o preso poderá pedir a REVISÃO DA PUNIÇÃO sofrida, 
desde que comprove o surgimento de fato novo, não apreciado por ocasião do anterior julgamento. 
 
SUSPENSÃO DA SANÇÃO DISCIPLINAR 
 
Art.92 - A execução da SANÇÃO DISCIPLINAR SERÁ SUSPENSA quando desaconselhada pela unidade de saúde do 
Estabelecimento Prisional. 
 Parágrafo único - Uma vez cessada a causa que motivou a suspensão, a execução será iniciada ou terá prosseguimento. 
 
Capítulo II 
DA CLASSIFICAÇÃO DA CONDUTA E DA REABILITAÇÃO 
 
Art.93 - A classificação do preso far-se-á pela comissão técnica de classificação, consoante o rendimento apurado 
através do cumprimento da pena e mérito prisional. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA CONDUTA DISCIPLINAR 
DO PRESO EM REGIME FECHADO 
 
Art.94 - A conduta disciplinar do preso em REGIME FECHADO CLASSIFICAR-SE-Á em: 
I - excelente, quando no prazo mínimo de 01 (um) ano não tiver sido cometida infração disciplinar de natureza grave ou 
média, ou não tiver reincidido na prática de infração disciplinar de natureza leve; 
II - boa, quando no prazo mínimo de 06 (seis) meses, não tiver cometido infração disciplinar de natureza grave ou média; 
III - regular, quando for cometida infração disciplinar de natureza média nos últimos 30 (trinta) dias, ou grave, nos 
últimos 03 (três) meses; 
IV - má, quando for cometida infração disciplinar de natureza grave ou reincidida falta de natureza média, durante o 
período de reabilitação. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DA CONDUTA DISCIPLINAR 
DO PRESO EM REGIME SEMI-ABERTO 
 
 
 
 
Art.95 - O preso em Regime semi-aberto terá a sua conduta disciplinar classificada em: 
I - excelente, quando não tiver cometido infração disciplinar de natureza grave ou média, ou não tiver reincidido na 
prática de infração disciplinar de natureza leve, pelo prazo de 06 (seis) meses; 
II- boa, quando não tiver cometido infração disciplinar de natureza grave ou média pelo prazo de 03 (três) meses; 
III- regular, quando cometer infração disciplinar de natureza média ou reincidir na prática de infração disciplinar de 
natureza leve, nos últimos 30 (trinta) dias; 
IV- má, quando cometer infração de natureza grave ou reincidir em infração de natureza média, durante o período de 
reabilitação. 
Art.96 - No caso do preso ser oriundo de outra Unidade Prisional, poderá ser levada em consideração para a classificação 
de seu comportamento a conduta mantida pelo mesmo no estabelecimento de origem. 
 
 
PRAZOS PARA REABILITAÇÃO DO 
PRESO EM REGIME-FECHADO 
 
 
Art.97 - O preso em REGIME FECHADO terá os seguintes prazos para REABILITAÇÃO da conduta, a partir do 
cumprimento da sanção disciplinar: 
I- De 01 (um) mês para as faltas de natureza leve; 
II- De 03 (três) meses para falta de natureza média; 
III- De 06 (seis) meses para falta de natureza grave. 
 
PRAZOS PARA REABILITAÇÃO DOPRESO EM REGIME SEMI-ABERTO E ABERTO 
 
 
Art.98 - O preso em REGIME SEMI-ABERTO terá os seguintes prazos para REABILITAÇÃO da conduta, a partir da data 
do cumprimento da sanção disciplinar: 
I - de 30 (trinta) dias para falta de natureza leve; 
II- 60 (sessenta) dias para falta de natureza média; 
Parágrafo único - a infração disciplinar de natureza grave implicará na proposta, feita pelo diretor da unidade ao juízo 
competente, de regressão do regime. 
 
Art.99 - O preso em regime aberto terá os prazos para reabilitação da conduta, de acordo com o previsto no artigo 
anterior. 
Art.100 - O cometimento da falta disciplinar de qualquer natureza, durante o período de reabilitação acarretará a 
imediata anulação do tempo de reabilitação até então cumprido. 
 
 
Parágrafo único - Com a prática de nova falta disciplinar, exigir-se- á novo tempo para reabilitação que deverá ser 
somado ao tempo estabelecido para falta anterior. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DA CONDUTA DO PRESO 
 
PRESO EM REGIME FECHADO- Art.94 PRESO EM REGIME SEMI-ABERTO- Art.95 
 
I - EXCELENTE, quando no prazo mínimo de 01 
(um) ano não tiver sido cometida infração 
disciplinar de natureza grave ou média, ou não 
tiver reincidido na prática de infração disciplinar 
de natureza leve; 
 
I - EXCELENTE, quando não tiver cometido infração 
disciplinar de natureza grave ou média, ou não tiver 
reincidido na prática de infração disciplinar de 
natureza leve, pelo prazo de 06 (seis) meses; 
 
OBSERVAÇÃO – 
 
A única diferença entre as classificações nos regimes é o PRAZO. No regime fechado, é de 01 (um) ano; no 
REGIME SSSEMI-ABERTO, prazo de 06 (SSSeis) meses. 
 
II - BOA, quando no prazo mínimo de 06 (seis) 
meses, não tiver cometido infração disciplinar de 
natureza grave ou média; 
 
II- BOA, quando não tiver cometido infração 
disciplinar de natureza grave ou média pelo prazo de 
03 (três) meses; 
 
OBSERVAÇÃO – 
 
A única diferença entre as classificações nos regimes é o PRAZO. No regime fechado, é de 06 (seis) meses; 
no REGIME SEMI-ABERTO, prazo de 03 (três) meses 
 
III - REGULAR, quando for cometida infração 
disciplinar de natureza média nos últimos 30 
(trinta) dias, ou grave, nos últimos 03 (três) meses; 
 
III- REGULAR, quando cometer infração disciplinar 
de natureza média ou reincidir na prática de 
infração disciplinar de natureza leve, nos últimos 
30 (trinta) dias; 
 
IV - MÁ, quando for cometida infração disciplinar 
de natureza grave ou reincidida falta de natureza 
média, durante o período de reabilitação. 
IV- MÁ, quando cometer infração de natureza grave 
ou reincidir em infração de natureza média, 
durante o período de reabilitação 
 
 
OBSERVAÇÃO – 
 
As classificações como “MÁ” são iguais, no que se refere às naturezas das infrações e os períodos. 
 
PRAZOS PARA REABILITAÇÃO 
PRESO EM REGIME FECHADO- Art.97 PRESO EM REGIME SEMI-ABERTO E REGIME 
ABERTO - Art.98 e Art. 99 
I- De 01 (um) mês para as faltas de natureza leve; 
 
I - de 30 (trinta) dias para falta de natureza leve; 
 
OBSERVAÇÃO – 
 
A diferença entre os dois prazos para o regime é o prazo. 
II- De 03 (três) meses para falta de natureza média; 
 
II- 60 (sessenta) dias para falta de natureza média; 
 
 
III- De 06 (seis) meses para falta de natureza grave ---- 
 
 
 
 
 TÍTULO IX 
DA ASSISTÊNCIA AO PRESO 
Capítulo I 
 DA ASSISTÊNCIA 
 
Art.101 - É dever do Estado dar ao preso assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa, 
objetivando prevenir o crime e recuperar o preso, para que possa retornar ao convívio social satisfatoriamente. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
DEVER DE PRESTAR ASSISTÊNCIA – 
 
 
 
É dever do Estado prestar assistência ao preso. A assistência consiste no auxílio: 
 
1. Religiosa. 
2. Jurídica; 
3. Material; 
4. Saúde; 
5. Educacional; 
6. Social; 
 
OBJETIVO DA ASSISTÊNCIA – A assistência tem por objetivo: 
 
1. Prevenir o crime; e 
2. Recuperar o preso, para que possa retornar ao convívio social satisfatoriamente. 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 10 e 11. 
 
DESTINATÁRIOS – 
 
1. O art.101 do Regimento Geral (RG) – refere-se apenas ao preso, aquele que está enclausurado, 
e silencia quanto à possibilidade de prestar assistência ao egresso. 
 
2. O art. 10 da LEP– ressalta que é dever do Estado prestar assistência ao preso e ao internado, bem 
como ao egresso (art. 10, parágrafo único) 
 
 
OBSERVAÇÃO – ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA – AUSÊNCIA – 
O Art. 11 da LEP dispõe sobre as várias formas de assistência. No entanto, o referido artigo não citou a 
assistência psicológica. 
 
 
 
 
SEÇÃO I 
DA ASSISTÊNCIA MATERIAL 
 
 
 
Art.102 - A assistência material consistirá no fornecimento de alimentação suficiente, balanceada, vestuário e 
instalações higiênicas. 
Parágrafo Único - A Coordenadoria do Sistema Penal destinará, em cada uma de suas unidades prisionais, instalações e 
serviços adequados à sua natureza e finalidade, para o atendimento da sua população de internos. 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 12 e 13. 
 
O art. 102 do RG é similar ao art. 12 da LEP. 
 
LOCAIS DESTINADOS À VENDA DE PRODUTOS E OBJETOS – 
A Lei de Execuções Penais, em seu art. 12, permite que possam existir, dentro das UP, locais destinados à 
venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela Administração. 
 
OBSERVAÇÃO – O RG não traz a previsão de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e 
não fornecidos pela Administração. 
 
 
 
 
SEÇÃO II 
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE 
Art.103 - A assistência à saúde será de caráter preventivo e curativo, compreendendo o atendimento médico, 
odontológico, psicológico, farmacêutico e assistência social, obedecidas as diretrizes estipuladas no Plano Estadual de 
Saúde no Sistema Penitenciário e pelas Portarias Interministeriais do Ministério da Saúde e Ministério da Justiça. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Conforme afirma o art.103, a assistência à saúde será de caráter preventivo e curativo. Com relação ao 
caráter preventivo, ele diz respeito às campanhas de vacinação, prevenção de doenças infecciosas, 
programas voltados à dependência química (fumo, álcool e outra drogas), orientação sobre o uso de 
preservativo, dentre outros. Com relação ao caráter curativo, ele consiste no atendimento a fim de curar 
alguma doença ou enfermidade. 
 
 
 
A assistência à saúde compreende o atendimento: 
 
1. Médico; 
2. Farmacêutico; 
3. Odontológico; 
4. Psicológico; 
5. Assistência social. 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – De acordo com o Art. 14, a assistência à saúde do 
preso e do internado compreenderá o atendimento: 
 
1. Médico; 
2. Farmacêutico; 
3. Odontológico. 
 
 
 
§1º - É facultado ao preso contratar profissional médico e odontológico de sua confiança e às suas expensas, que 
prestará o atendimento em data e hora a serem marcadas pela Unidade de Saúde do Estabelecimento Prisional. 
 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 43 
 
O §1º deste artigo ressalta que a facultado ao preso contratar profissional médico e odontológico; Já o 
art. 43 da LEP, garante a liberdade de contratar médico, sem dispor sobre o profissional odontológico. 
Vale destacar que é legal esse acréscimo que o RG fez, uma vez que o rol dos direitos do preso não é 
taxativo, portanto, pode sim a legislação estadual aumentar esse rol de forma a beneficiar. 
 
DIVERGÊNCIA – O Parágrafo únicoo art. 43 da LEP ressalta que: 
 
“As divergências entre o médico oficial e o particular serão resolvidas pelo Juiz da execução.” 
 
FACULDADE DE CONTRATAR PSIQUIATRA OU PSICOLÓGICO – 
 
 
Percebam que a faculdade de contratar, através de familiares ou dependentes, diz respeito a profissionais 
médicos e odontológicos de confiança pessoal, mas não diz respeito à psiquiatra ou psicológico. 
 
CONDIÇÕES PARA O ATENDIMENTO MÉDICO PARTICULAR – 
 
1. A expensas do preso ou familiares 
2. Atendimento em data e hora previamente marcadas pela Unidade de Saúde do Estabelecimento 
Prisional. 
 
 
 
 
 
Art.104 - Havendo necessidade de encaminhamento do preso ao Sistema de Saúde Pública, a autorização será expedida 
pelo Diretor do Estabelecimento, ou seu representante legal, comunicando-se de imediato ao Juízo da Execução Penal. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 120 
O Art.104 do RG trata da permissão de saída, prevista no Art. 120, II, da LEP. 
 
A permissão de saída será concedida pelo Diretor do estabelecimento onde se encontra o preso (art. 120, 
parágrafo único) e a permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração necessária à finalidade 
da saída. (Art. 121) 
 
 
 
Art.105 - Todas as Unidades Prisionais com mais de 100 (cem) presos deverão obedecer à padronização física, técnica 
e equipe profissional estabelecida para atendimento de saúde nos termos do Plano Estadual de Saúde no Sistema 
Penitenciário. 
 
§1º - Nas demais Unidades, não sendo possível obedecer a mencionada padronização, as ações e serviços de saúde 
serão realizadas por profissionais da Secretaria de Saúde do Município onde se achem localizadas, garantindo-se no 
 
 
interior da Unidade uma estrutura mínima para tal atendimento, contando com a presença permanente de um 
profissional de saúde. 
§2º - Será assegurado acompanhamento médico especial à mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto, 
extensivo ao recém-nascido. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 –. 
 
O § 3º do Art. 14 da LEP também assegura o acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-
natal e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido. 
 
OBSERVAÇÃO – O Decreto Federal 8858/16, em seu Art. 3º, veda o uso de algemas em mulheres em 
algumas situações. VEJAMOS: 
 
“É vedado emprego de algemas em mulheres presas em qualquer unidade do sistema penitenciário 
nacional durante o trabalho de parto, no trajeto da parturiente entre a unidade prisional e a 
unidade hospitalar e após o parto, durante o período em que se encontrar hospitalizada.” 
 
 
 
Art.106 - O preso terá asseguradas as medidas de higiene e conservação da saúde, durante todo o tempo de seu 
recolhimento, bem como constantes palestras de esclarecimentos e prevenção. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
O art. 106 reforça o caráter preventivo da Assistência à saúde. 
 
 
Art.107 - Caberá à Chefia da Unidade de Saúde da Instituição Prisional respectiva comunicar a (o) Diretor(a) sobre casos 
de moléstias contagiosas, promovendo as medidas necessárias para evitar a disseminação e contágio, propondo as 
vacinações dos internos e dos funcionários quando julgar necessário. 
 
 
 
Art.108 - Caberá ao Conselho da Comunidade local acompanhar o cumprimento do Plano Estadual de Saúde no Sistema 
Penitenciário. 
 
SEÇÃO III 
DA ASSISTÊNCIA JURÍDICA 
 
Art.109 - Aos presos é assegurada assistência jurídica integral desde sua inserção no Sistema Prisional, prestada por 
advogado constituído ou pela Defensoria Pública Estadual; 
 
Parágrafo único - Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado destinado ao atendimento pelo 
Defensor Público. 
 
PREVISÃO NA CF/88 – Art. 5°, inciso LXXIV – 
 
“o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de 
recursos.” 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 15 e 16 
 
Art.109, parágrafo único do Regimento Geral está de acordo o § 2ºdo Art. 16 da LEP. 
 
MEIOS DA ASSISTÊNCIA JURÍDICA – 
A assistência jurídica poderá ser prestada por advogado constituído ou pela Defensoria Pública. 
Advogado constituído é aquele contratado por alguém para defender seus interesses. 
 
ASSISTÊNCIA JURÍDICA FORA DOS ESTABELECIMENTOS PENAIS – 
 
O art. 16, § 3°, da LEP assegura a prestação de assistência jurídica integral e gratuita fora dos 
estabelecimentos penais. 
Para assegurar essa assistência, serão implementados Núcleos Especializados da Defensoria Pública para 
a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e 
seus familiares, sem recursos financeiros para constituir advogado. 
 
 
 
 
 
 
Art.110 - Aos presos que declarem não possuir advogado constituído, será prestada assistência jurídica por meio de 
Defensor Público do Estado, lotado na unidade respectiva, em Núcleo Especializado da Defensoria Pública ou no Juízo 
das Execuções Criminais sob cuja jurisdição esta se encontre. 
 
COMPETÊNCIAS DO DEFENSOR PÚBLICO RESPONSÁVEL PELA UNIDADE 
 
Art.111 - Ao Defensor Público responsável pela Unidade respectiva, compete: 
I - manter o preso informado de sua situação jurídico penal; 
II - requerer e acompanhar os benefícios penais incidentes na execução, aos quais seu assistido fizer jus; 
III - manter contato com o Juízo das Execuções, Tribunais, Conselho Penitenciário e Direção do Estabelecimento, no 
sentido de velar pela situação do preso; 
IV - providenciar o recebimento de qualquer benefício extrapenal a que o preso tiver direito; V- providenciar para que 
os prazos prisionais não sejam ultrapassados, requerendo o que for de direito. 
VI - Organizar e manter estatísticas de atendimento dos presos sob seu patrocínio; 
VII - Requerer, junto aos demais órgãos da estrutura organizacional da Unidade Penitenciária, qualquer ação ou 
benefício necessário ao bem estar dos presos sob seu patrocínio, bem como de seus familiares; 
VIII - Patrocinar a defesa dos presos assistidos pela Defensoria Pública perante o Conselho Disciplinar; 
IX – Promover a ação civil pública e todas as espécies de ações capazes de propiciar a adequada tutela dos direitos 
difusos, coletivos ou individuais homogêneos dos presos. 
X – Difundir, no ambiente prisional, a educação e conscientização dos direitos humanos, da cidadania e do ordenamento 
jurídico. 
XI - Realizar outras atividades dentro de sua área de competência. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
O art. 81 - B da Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – traz as competências da Defensoria Pública. 
 
 
 
SEÇÃO IV 
DA ASSISTÊNCIA EDUCACIONAL E 
 QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL 
 
 
 
Art.112 - A assistência educacional compreenderá a instrução escolar, englobando o ensino fundamental e médio, bem 
como a formação profissional do preso. 
Parágrafo Único - A Sejus poderá firmar termo de cooperação com entidade pública ou particular para a promoção de 
educação superior aos internos. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
A assistência educacional compreenderá: 
 
1. Instrução escolar, que englobará: 
 
1.1. O ensino fundamental – tem caráter obrigatório. 
1.2. O ensino médio – tem caráter obrigatório. 
 
OBSERVAÇÃO – Art.114, RG – O ensino fundamental e médio será de caráter obrigatório... 
 
2. A formação profissional do preso, que poderá ser ministrado: 
 
2.1. Em nível de iniciação; ou 
2.2. Em nível de aperfeiçoamento técnico. 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 17. 
Previsão na Constituição Federal de 88 – art. 205 e 208 
 
OBSERVAÇÃO – A formaçãoprofissional tem caráter facultativo. 
 
 
 
Art.113 - Quando do ingresso a Unidade Prisional, será feita a pesquisa referente à formação escolar, na fase de triagem. 
Art.114 - O ensino fundamental e médio será obrigatório, integrando-se no sistema escolar público, a ser ministrado 
pela Secretaria de Educação do Estado. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 18. 
 
 
 
 
 
DISPENSADOS DO ENSINO FUNDAMENTAL 
 
Parágrafo Único - Somente serão dispensados do ensino fundamental, os presos que preencherem os seguintes 
requisitos: 
I - apresentação do Certificado de Conclusão de ensino fundamental, médio ou superior; 
II - incapacidade devidamente comprovada e atestada por responsável. 
 
CONVÊNIO COM INSTITUIÇÕES 
 
Art.115 - As atividades educacionais podem ser objeto de ação integrada e conveniada com outras entidades públicas, 
mistas e particulares, que se disponham a instalar escolas, oficinas profissionalizantes na Unidade Prisional com 
aprovação do Projeto pela Coordenadoria do Sistema Penal. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
OBJETO – O artigo em análise tem por objeto a formação de convênio, tanto público como privados, com 
instituições de ensino, ajudando a viabilizar a assistência educacional. 
Os projetos das referidas entidades deverão enviar um projeto COSIPE para que esta aprove ou não. 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art.20 
 
 
 
Art.116 - O ensino educacional será feito por profissionais da educação utilizando serviço de monitores aptos e 
treinados, com materiais oferecidos pelo Poder Público. 
 
REMIÇÃO DE PENA 
 PELO ESTUDO 
 
 
 
Art.117 - Os presos que tiverem frequência e aprovação de acordo com as normas estabelecidas pelo art.126 e §§ da 
Lei de Execução Penal, terão direito à remição de pena, após análise e avaliação pelo juízo da execução penal 
competente. 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 126 ao art.130. 
 
CONTAGEM DE TEMPO – Art. 126. § 1º, inciso I - remição pelo estudo – a contagem do tempo será feita 
à razão de 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino 
fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - 
divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; 
 
MÉTODO DE ESTUDO (Art. 126. §2º) – Poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia 
de ensino a distância. 
 
CUMULAÇÃO (Art. 126. §3º) – é possível a cumulação das horas diárias de trabalho e de estudo, desde 
que se compatibilizem. 
 
CONCLUSÃO (Art. 126. §5º) – será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino 
fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão 
competente do sistema de educação. 
 
BENEFICIÁRIOS DA REMIÇÃO DE PENA PELO ESTUDO – (Art. 126. §6º) – O condenado que cumpre pena 
em regime: 
1. Fechado; 
2. Semiaberto; 
3. Aberto; 
4. Aquele que usufrui da liberdade condicional - Art. 83, CP. 
5. Aquele que está cumprindo prisão cautelar. 
 
PERDA DOS DIAS REMIDOS – (Art. 127) – Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) 
do tempo remido ... 
 
CRIME DE FALSIDADE IDEOLÓGICA (Art. 299 do CP c/c Art. 130 da LEP) – Constitui o crime de falsidade 
ideológica declarar ou atestar falsamente prestação de serviço para fim de instruir pedido de remição. 
 
 
 
 
 
ENSINO PROFISSIONALIZANTE 
 
Art.118 - O ensino profissionalizante poderá ser ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico, 
atendendo-se as características da população urbana e rural, segundo aptidões individuais e demanda do mercado. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art.19 – A LEP traz em seu artigo redação similar. No 
entanto, ressalta-se que o RG dispõe de mais detalhes. 
 
 
 
 
 
BIBLIOTECA NA UNIDADE PRISIONAL 
 
Art.119 - A Unidade prisional disporá de uma biblioteca para uso geral dos presos, que será provida de livros instrutivos, 
recreativos e didáticos, jornais, revistas e outros periódicos e o acesso ao preso dar-se-á: 
I - para uso na própria biblioteca; e 
II - para uso na própria cela, mediante autorização da direção da unidade. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art.21 
 
O artigo 21 da LEP dispôs que cada estabelecimento será dotado de uma biblioteca. No entanto, foi o RG 
quem trouxe os detalhes. 
 
DESTINATÁRIOS – 
 
 
A biblioteca deverá ser utilizada pelos os presos em geral, sem distinção quanto ao regime da pena ou 
sua periculosidade. 
 
USO DOS LIVROS NA PRÓPRIA CELA – 
Como regra, o acesso dos presos aos livros instrutivos, recreativos e didáticos, jornais, revistas e outros 
periódicos e se dará para uso na própria biblioteca. No entanto, o preso poderá usar os livros na própria 
cela se houver autorização da direção da unidade. 
 
 
 
 
§1º - A Sejus deverá desenvolver juntamente com a Secretaria de Educação do Estado projeto de remição de pena pela 
leitura, como forma de estimular e valorizar a participação dos internos em atividades educacionais e culturais, 
colaborando para a sua reinserção social. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
PREVISÃO LEGISLATIVA – No âmbito Federal, há a PORTARIA CONJUNTA N° - 276, de 20 de junho de 2012, 
que Disciplina o Projeto da Remição pela Leitura no Sistema Penitenciário Federal. 
 
OBSERVAÇÃO – No âmbito do Estado do Ceará, temos a LEI Nº 15.718 , 26 de dezembro de 2014. Esta lei 
Instituiu o projeto de remição pela leitura no âmbito dos estabelecimentos penais do estado do Ceará. 
 
 
 
Art.120 - Os livros deverão ser cadastrados, utilizando-se fichas para consultas no local e nas retiradas para leitura em 
cela. 
§1º - Qualquer dano ou desvio deverá ser ressarcido pelo seu causador e devidamente punido na forma deste 
Regimento Geral. 
§2º - Durante o cumprimento de sanção disciplinar, poderão ser retirados os livros pertencentes à biblioteca, que se 
encontrarem na posse do infrator. 
§3º - Quando das saídas sob quaisquer modalidades, o preso deverá devolver os livros sob seu poder. 
 
 
 
SEÇÃO V 
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL 
 
Art.121 - A assistência social tem por finalidade o amparo ao preso e à sua família, visando prepará-lo para o retorno à 
liberdade, e será exercida por profissional habilitado. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art.22 
 
A assistência social tem papel relevante na ressocialização do preso e do internado, de modo a 
proporcionar meios para solução das causas do comportamento desajustado. 
 
FINALIDADE – 
O art.121, caput, do RG dispõe que a assistência social tem por finalidade o amparo ao preso e à sua 
família; Já o art.22, caput, da LEP ressalta que a assistência social tem por finalidade amparar o preso e o 
internado, sem mencionar a família. Porém, a LEP, no art. 23, inciso VII, dispõe que constitui atribuição do 
Setor de Assistência do serviço social orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do 
internado e da vítima. Desta forma, se estendendo a assistência a vítima e a família do preso. 
 
 
 
Parágrafo único - É facultado o auxílio de entidades públicas ou privadas nas tarefas de atendimento social. 
 
ATRIBUIÇÕES DO SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 
 
Art.122 - Incumbe ao serviço de Assistência Social, entre outras atribuições: 
I - Fornecer o diagnóstico Social do interno; 
 II - Prestar Assistência Social ao interno e à sua família; 
III - Prestar assistência ao interno em caso de hospitalização ou transferênciada Unidade por motivo de saúde; 
IV - Entrar em contato com a família do interno para realização de entrevistas ou para esclarecimento; 
V - Promover, quando necessário, o registro civil do interno e de seus filhos, expedição de documento de identidade e 
carteira profissional; 
VI - Proceder aos encaminhamentos à rede de assistência social, de saúde e educação; 
VII - Integrar a equipe de Saúde nos termos do Plano Estadual de Saúde no Sistema Penitenciário; 
 
 
VIII – Facilitar o acesso da comunicação entre preso, instituição e família; 
IX – Fomentar debates e ações que reafirmem a real função social da pena entre os servidores do sistema penal; 
X – Buscar junto às redes sociais de apoio, benefícios que possam resgatar a cidadania dos presos e presas, egressos e 
familiares; 
XI – Integrar a Comissão Técnica de Classificação; 
XII - Realizar outras atividades dentro de sua área de competência. 
 
 
SEÇÃO VI 
DA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA 
 
 
Art.123 - A assistência religiosa, respeitada a liberdade constitucional de culto, a legislação vigente e com as cautelas 
cabíveis, será prestada ao preso, sendo-lhe assegurada a participação nos eventos organizados na Unidade, bem como 
a posse de livros de instrução religiosa. 
 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art.24 
PREVISÃO NA CF/88 – art. 5°, VI 
 
“é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos 
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;” 
 
Podemos perceber que o Regimento Geral está de acordo com a CF/88 e a LEP, respeitando e assegurando 
a liberdade religiosa. 
 
MEIOS DE GARANTIR A ASSISTÊNCIA RELIGIOSA – são meios de garantir a assistência religiosa: 
 
1. Participação nos eventos organizados na Unidade (Art.123, caput) 
 
2. Posse de livros de instrução religiosa (Art.123, caput) 
 
3. Direito à expressão de sua consciência, filosofia ou prática de sua religião de forma individual ou 
coletiva; (Art.123, Parágrafo Único) 
 
 
 
4. Abstenção (recusa) de participação de atividades de cunho religioso. (Art.123, Parágrafo Único) 
 
 
OBSERVAÇÃO – A LEP, em seu art. 24, assegurou, de forma genérica, a liberdade religiosa. Contudo, o RG 
dispôs de mais detalhes para assegurar essa liberdade. 
 
 
Parágrafo Único – À pessoa presa será assegurado o direito à expressão de sua consciência, filosofia ou prática de sua 
religião de forma individual ou coletiva, devendo ser respeitada a sua vontade de participação, ou abstenção de 
participação de atividades de cunho religioso. 
 
 
LIMITES À LIBERDADE RELIGIOSA 
 
Art.124 - É assegurado a todas as religiões professadas no interior da Unidade Prisional, através de seus diversos 
representantes, direito a realização de cultos em dia e hora pré-determinados pela Direção, desde que não coloquem 
em risco a vida e a integridade dos participantes, vedado o proselitismo religioso e qualquer forma de discriminação ou 
estigmatizarão. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
O RG assegura a liberdade religiosa, quer por meio dos próprios presos ou por meio de representantes 
religiosos. No entanto, o próprio Regimento Geral, nos art. 124 e 127,impõe alguns limites, vedações e 
regramentos. Vejamos: 
 
1. O direito a realização de cultos deve ocorrer em dia e hora pré-determinados pela Direção. (art. 
124, RG) 
 
2. A realização de cultos não poderá colocar em risco a vida e a integridade dos participantes; (art. 
124, RG) 
 
3. Vedado o proselitismo religioso, art. 124, RG (Proselitismo consiste na ação ou empenho de tentar 
converter uma ou várias pessoas em prol de determinada causa, doutrina, ideologia ou religião) 
 
4. Vedado qualquer forma de discriminação (art. 124, RG); 
 
5. Vedado qualquer forma de estigmatização (estigmatizar consiste em condenar, censurar, criticar, 
art. 124, RG) 
 
 
 
6. Não serão permitidos cultos ou atividades religiosas que possam causar transtornos aos demais 
internos e servidores penitenciários (Art.127, caput); 
 
7. Não serão permitidos cultos ou atividades religiosas que venham perturbar as manifestações 
religiosas de outras denominações (Art.127, caput); 
 
8. A assistência religiosa não será instrumentalizada para fins de disciplina, correcionais (Art.127, 
Parágrafo único); 
 
9. A assistência religiosa não será instrumentalizada para estabelecer qualquer tipo de regalia, 
benefício ou privilégio; (Art.127, Parágrafo único); 
 
10. A assistência religiosa será garantida mesmo à pessoa presa submetida à sanção disciplinar (Art.127, 
Parágrafo único); 
 
Art. 124, §1º, RG – Para viabilizar a prática religiosa dentro das UPs, as atividades deverão ocorrer em 
horários específicos e poderão ser realizadas no(a): 
 
1. Pátio; 
2. Galerias; 
3. Celas 
 
 
 
§1º -Caso o estabelecimento prisional não tenha local adequado para a prática religiosa, as atividades deverão se realizar 
no pátio, nas galerias ou nas celas, em horários específicos. 
 
ATUAÇÃO DO LÍDER OU GRUPO RELIGIOSO NAS UPs 
 
§2º - Para atuar no estabelecimento prisional o líder ou grupo religioso fará pedido ao Diretor, por escrito, e deverá ser 
cadastrado na Coordenadoria do Sistema Penal, que normatizará o procedimento de cadastro e fornecerá a respectiva 
carteira de acesso, válida em todas as unidades prisionais, condicionada a prévio agendamento e respeitando as normas 
de segurança prisional. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
O Regimento geral, em seu art.124, §2º, traz alguns requisitos para o líder ou grupo religioso atuar no 
estabelecimento prisional. Vejamos: 
 
 
 
1. Pedido ao Diretor, por escrito; 
2. Cadastrado na Coordenadoria do Sistema Penal; 
3. Obter carteira de acesso fornecida pela COSIPE; 
4. Prévio agendamento; 
5. Respeitar as normas de segurança prisional. 
 
 
 
 
Art.125 - Nenhum religioso poderá iniciar seu trabalho sem antes ser advertido e instruído dos problemas prisionais e 
devidamente cientificado de que deverá desenvolvê-lo em harmonia com as normas do estabelecimento. 
 
SUSPENSÃO DO INGRESSO DE REPRESENTANTES RELIGIOSOS 
 
§1º - A suspensão do ingresso de representantes religiosos só poderá acontecer por determinação da Direção do 
estabelecimento ou outra autoridade superior, por motivos justificados e registrada por escrito, dando-se ciência aos 
interessados com antecedência razoável. 
§2º - Após procedida a suspensão do ingresso de representantes religiosos, a decisão sobre a extensão a outras unidades 
prisionais ficará a critério da Coordenadoria do Sistema Penal. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
COMPETÊNCIA – Compete ao Diretor do estabelecimento ou outra autoridade superior como, por 
exemplo, Coordenador da COSIPE. 
 
MOTIVOS JUSTIFICADOS – 
A suspensão deve ocorrer por motivos justificados e deverá ser registrada por escrito. O representante 
religioso será cientificado com antecedência razoável. 
 
EXTENSÃO A OUTRAS UP – No caso de suspensão do ingresso de representantes religiosos, compete à 
Coordenadoria do Sistema Penal a possibilidade da extensão da suspensão do ingresso outras unidades 
prisionais. 
 
 
 
 
 
 
ASSISTÊNCIA RELIGIOSA INDIVIDUAL – 
ATENDIMENTO RELIGIOSO PESSOAL 
 
Art.126 - Na realização de eventos internos dever-se-á dar preferência às atividades ecumênicas. 
Parágrafo único - Além dos cultos coletivos, a assistência religiosa poderá ser oferecida individualmente a quem a 
solicitar, em horário e local previamente agendados e autorizados pela Direção do estabelecimento, sendo garantida a 
privacidade durante o atendimento religioso pessoal, sem prejuízo da observância dasnormas de segurança prisional. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
O art. 126 garante a assistência religiosa coletiva e individual. A assistência religiosa individual poderá ser 
oferecida quem a solicitar, obedecendo os seguintes critérios: 
 
1. Deverá ocorrer em horário e local previamente agendados; 
2. Deverá ser autorizado pela Direção do estabelecimento; 
3. Deverá ser garantida a privacidade durante o atendimento religioso pessoal. 
4. Deverá observar das normas de segurança prisional; 
 
OBSERVAÇÃO – Durante atendimento religioso pessoal, é garantida a privacidade, devendo ser 
observadas das normas de segurança prisional. 
 
 
Art.127 - De modo algum serão permitidos cultos ou atividades religiosas que possam causar transtornos aos demais 
internos e servidores penitenciários, ou que venham perturbar as manifestações religiosas de outras denominações. 
Parágrafo único - A assistência religiosa não será instrumentalizada para fins de disciplina, correcionais ou para 
estabelecer qualquer tipo de regalia, benefício ou privilégio, e será garantida mesmo à pessoa presa submetida à sanção 
disciplinar. 
 
SEÇÃO VII 
DA ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA 
 
Art.128 - A assistência psicológica será prestada por profissionais habilitados, por intermédio de programas envolvendo 
o reeducando, a Instituição e familiares, nos processos de ressocialização e reintegração social. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
 
 
O Art. 11 da LEP dispõe sobre as várias formas de assistência. No entanto, o referido artigo não citou a 
assistência psicológica. 
 
 
 
 
ATRIBUIÇÕES DO SERVIÇO DE 
 ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA – 
 
§1º - Incumbe ao serviço de Assistência Psicológica, entre outras atribuições: 
I – realizar atendimentos iniciais por meio da entrevista de anamnese; 
II – realizar, periodicamente, acolhimento de internos recém chegados, em caráter interdisciplinar; 
III – identificar demandas de acompanhamento psicológico; 
IV – acompanhar internos em condições de crises depressivas e outros transtornos mentais; 
V – contribuir com as ações de promoção da saúde mental, notadamente com a assistência aos dependentes químicos, 
participando para a proposição e a execução de atividades voltadas à redução de danos e agravos à saúde. 
VI – desenvolver atividades de grupos focais, trabalhando temas pertinentes ao contexto prisional, com viés 
multidisciplinar; 
VII – proceder aos encaminhamentos à rede de assistência social, de saúde e educação; 
VIII – participar da articulação de parcerias para a realização de atividades de promoção da saúde mental, prevenção da 
dependência química, orientação e assistência aos familiares de presos e egressos. 
IX – destinar, nas unidades femininas, atenção especial às internas gestantes, em estado puerperal e às crianças da 
creche, principalmente no período de separação entre mãe e filho, assim como contribuir para o fortalecimento dos 
vínculos da família que irá abrigar a criança 
§2º – Os exames criminológicos e demais perícias técnicas não poderão ser realizados pelos psicólogos que realizam a 
assistência aos presos. 
 
TÍTULO X 
DO CONTATO EXTERNO 
 
COMENTÁRIOS – 
 
DIREITO DO PRESO – 
O contato externo constitui direito do preso, conforme previsto no art. 41, XV, da LEP. 
 
 
O contato externo, além de previsto na LEP, está no Regimento Geral e será realizado através: 
 
1. Art.129, RG - de correspondência escrita... 
2. Art.132, RG - de leitura de jornais, revistas, periódicos e outros meios de comunicação... 
3. Art.134 - do uso do aparelho de rádio difusão ... 
4. Art.133 – da Rádio Livre ... 
5. Art.135 - do acesso à televisão... 
 
OBSERVAÇÃO – Os itens 3, 4 e 5 não estão previstas na LEP. 
 
 
 
Capítulo I 
DA CORRESPONDÊNCIA ESCRITA 
 
Art.129 - A correspondência escrita entre o preso, seus familiares e afins será feita pelas vias regulamentares. 
Art.130 - É livre a correspondência, condicionada a sua expedição e recepção, às normas de segurança e disciplina da 
unidade prisional. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 41, XV. 
Previsão na CF/88 – Art. 5°, XII – 
 
“é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que 
a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;” (GRIFO NOSSO) 
 
POSSIBILIDADE DE VIOLAÇÃO DESSA GARANTIA – 
A LEP prevê o contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita na parte Dos Direitos 
do preso. A CF/88 prevê na parte “Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos”. No entanto, apesar de 
protegido pela CF/88, essa garantia poderá ser violada, uma vez que as liberdades públicas não são 
entendidas como absolutas. Desta forma, é pacífico na doutrina e jurisprudência a possibilidade dessa 
garantia ser violada quando houver fundadas suspeitas das comunicações estarem sendo servindo como 
 
 
“escudo” para a prática de infrações penais. Portanto, é legítima a interceptação como garantia da ordem 
publica e das liberdades individuais. 
 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – 
 
(...) - A administração penitenciária, com fundamento em razoes de segurança publica, de 
disciplina prisional ou de preservação da ordem jurídica, pode, sempre excepcionalmente, e desde 
que respeitada a norma inscrita no art. 41, parágrafo único, da Lei n. 7.210/84, proceder a 
interceptação da correspondência remetida pelos sentenciados, eis que a clausula tutelar da 
inviolabilidade do sigilo epistolar não pode constituir instrumento de salvaguarda de praticas 
ilícitas.” 
 
SUSPENSÃO OU RESTRIÇÃO DO DIREITO À CORRESPONDÊNCIA ESCRITA – 
 
LEI 7210/84 – art. 41, Parágrafo único – Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos 
ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento. 
 
FALTA LEVE – Art.72, XVI, RG– 
 
“Considera-se falta disciplinar de natureza leve remeter correspondência, sem registro regular pelo 
setor competente” 
 
 
 
Art.131 - Os materiais recebidos por via postal deverão ser vistoriados em local apropriado, na presença do preso, 
observadas as normas de segurança e disciplina da unidade prisional. 
Parágrafo Único - Ao Diretor Adjunto da Unidade caberá a vistoria mencionada neste artigo. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
VISTORIA EM MATERIAIS RECEBIDOS POR VIA POSTAL versus VIOLAÇÃO DO SIGILO DA 
CORRESPONDÊNCIA – COMPETÊNCIA DO DIRETOR E DO DIRETOR ADJUNTO – 
 
 
 
Não podemos confundir a competência do Diretor Adjunto para vistoriar materiais enviados por via postal 
com a com a competência do Diretor da Unidade para violar o sigilo correspondência escrita com 
familiares e outras pessoas. 
Os materiais recebidos por via postal diz respeito a qualquer material licito ou não proibido, como revistas 
e livros. Já a violação do sigilo da correspondência escrita diz respeito a comunicação escrita estabelecida 
entre pessoas, ao envio de cartas propriamente dito. Essa ultima hipótese é de competência do Diretor 
da Unidade prisional. 
 
De acordo com o STF, poderá o Diretor da Unidade Prisional, de forma excepcional, com fundamento em 
razoes de segurança publica, de disciplina prisional ou de preservação da ordem jurídica, e desde que 
respeitada a norma inscrita no art. 41, parágrafo único, da Lei n. 7.210/84, proceder a interceptação da 
correspondência remetida pelos sentenciados, eis que a clausula tutelar da inviolabilidade do sigilo 
epistolar não pode constituir instrumento de salvaguarda de praticas ilícitas.” 
 
 
COMPETÊNCIA – 
Diretor Adjunto – Compete ao Diretor Adjuntoda Unidade vistoriar os materiais recebidos por via postal. 
Diretor da Unidade Prisional – Compete ao Diretor da Unidade Prisional proceder a interceptação da 
correspondência remetida pelos sentenciados. 
 
 
 
 
 
 
Capítulo II 
DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO 
 
 
–DO ACESSO À LEITURA DE JORNAIS, 
 REVISTAS E PERIÓDICOS – 
 
Art.132 - O preso terá acesso à leitura de jornais, revistas, periódicos e outros meios de comunicação adquiridos às 
expensas próprias ou por visitas, desde que submetidos previamente a apreciação da direção da unidade prisional, que 
avaliará a sua contribuição ao processo educacional e ressocializador, bem como a não infringência às normas de 
segurança. 
 
 
 
 
COMENTÁRIOS – 
 
DIREITO DO PRESO – 
O acesso à leitura de jornais, revistas, periódicos é um direito do preso. Todavia, deverá atender os 
seguintes REQUISITOS: 
 
1. Ser adquiridos às expensas próprias do preso ou por visitas. 
 
2. Devem ser submetidos previamente a apreciação da direção da unidade prisional, que tem poder 
discricionário para autorizar ou não; 
 
3. Não poderá infringir as normas de segurança. 
 
 
 
– DO ACESSO À RÁDIO LIVRE – 
 
Art.133 – A Rádio Livre, radiadora com estúdio na Sejus e transmissão para todas as unidades prisionais por meio de 
equipamentos técnicos de caixas de som, será responsável pela transmissão de programação voltada para os internos, 
de cunho cultural, educacional, informativo, esportivo, social, religioso e de entretenimento, operada por profissional 
de comunicação, promovendo, ainda, a interação entre os internos e seus familiares, bem como aproximando a 
comunidade carcerária e a administração penitenciária. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
SEDE DO ESTÚDIO – A Rádio Livre será sediada na Sejus. 
 
RESPONSABILIDADE – A Rádio Livre será responsável pela transmissão de programação voltada para os 
internos, de cunho: 
 
1. Cultural; 
2. Educacional; 
3. Informativo; 
4. Esportivo; 
5. Social, 
 
 
6. Religioso; 
7. Entretenimento. 
 
OBJETIVO – A Rádio Livre tem por objetivo: 
 
1. Promover a interação entre os internos e seus familiares; 
2. Aproximar a comunidade carcerária e a administração penitenciária. 
 
OBSERVAÇÃO – A LEP não dispõe sobre o uso a rádio livre!!! 
 
 
 
 
 
–DO ACESSO AO RÁDIO DIFUSÃO – 
 
Art.134 - O uso do aparelho de rádio difusão poderá ser permitido, mediante autorização por escrito expedida pela 
Direção da Unidade Prisional, observadas as peculiaridades de cada estabelecimento e comprovada a propriedade do 
mesmo por documento idôneo, nos locais onde não houver transmissão da rádio livre. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Para o uso do aparelho de rádio difusão, será observado o seguinte: 
 
1. Autorização por escrito expedida pela Direção da Unidade Prisional; 
2. A propriedade do rádio deve ser comprovada por documento idôneo; 
3. Só será permitido o uso nos locais onde não houver transmissão da rádio livre. 
 
OBSERVAÇÃO – A LEP não dispõe sobre o uso do aparelho de rádio difusão. 
 
 
 
 
§1º - É permitido ao interessado adquirir seu aparelho, com recursos de pecúlio ou de seus visitantes. 
§2º - O aparelho deverá ser de porte pequeno, a critério da unidade prisional, que deverá atentar para a facilitação de 
 
 
sua revista. 
§3º - O aparelho de rádio será registrado em livro próprio, a cargo da Direção da Unidade, devendo constar desse 
registro todos os dados que possibilitem sua perfeita identificação e controle. 
§4º - O aparelho de rádio não identificado será apreendido pelos agentes da área de segurança e disciplina, que 
procederá às averiguações de sua origem, sem prejuízo da sanção disciplinar. §5º - O portador do rádio deverá utilizá-
lo em sua própria cela em volume compatível com a tranquilidade dos demais presos, permitido o uso de fone de ouvido. 
§6º - A Administração não se responsabilizará pelo mau uso, extravio ou desaparecimento do aparelho, nem por danos 
causados pelo usuário ou por outro preso. 
§7º - Caso haja necessidade de conserto do aparelho, o mesmo será feito com recurso próprio do preso ou de seus 
visitantes. 
§8º - É proibida qualquer espécie de conserto de aparelho de rádio nas dependências internas do estabelecimento, 
salvo em local determinado e com a devida autorização. 
 
– DO ACESSO À TELEVISÃO – 
 
Art.135 - O acesso à televisão pelo preso, qualquer que seja o regime de cumprimento de pena, ocorrerá sob duas 
modalidades: 
I - 01 (um) aparelho coletivo de propriedade da unidade prisional; 
II - 01 (um) aparelho de uso particular em cada cela ou alojamento, mediante prévia autorização por escrito da direção 
da unidade, comprovada a propriedade do mesmo por documento idôneo. 
 
 
COMENTÁRIOS – 
 
QUALQUER REGIME – O art.135 do RG não traz restrições quanto ao acesso dos presos no que diz respeito 
aos diferentes regimes de cumprimento de pena. Portanto, independentemente do regime de 
cumprimento de pena (fechado, semiaberto e aberto) o preso terá acesso à televisão. 
 
MODALIDADES DE ACESSO – O acesso à televisão ocorrerá sob duas modalidades: 
 
1. De uso coletivo – de propriedade da unidade prisional (art. 135, I, e art. 136, RG). 
2. De uso particular – de propriedade dos internos (art. 135, II e RG) 
 
APARELHO DE TV DE USO PARTICULAR – Art.135, II RG – 
 
1. 01 (um) aparelho de TV em cada cela ou alojamento; (Art.135, II, RG) 
2. Prévia autorização por escrito da direção da unidade; 
 
 
3. Comprovação da propriedade da TV por documento idôneo. 
4. Não se permitirá mais de um aparelho de televisão em cada cela, independente da quantidade de 
presos (Art.137) 
 
OBSERVAÇÃO – A LEP não dispõe sobre o uso da TV. 
 
 
 
 
– DO ACESSO AO APARELHO 
DE TV DE USO COLETIVO – 
 
Art.136 - O aparelho de uso coletivo deverá ser franqueado aos presos, através de programação institucional 
previamente divulgada, nos seguintes locais: 
I - em sala de aula, para fins didáticos e sócio-culturais; 
II - em ambientes coletivos, em horários estabelecidos formalmente, sem prejuízo das atividades de trabalho, escola, 
esportes e outras prioridades. 
Parágrafo único - O controle do aparelho e da programação compete à área de segurança e disciplina. 
 
DO ACESSO AO APARELHO 
DE TV DE USO PARTICULAR 
 
Art.137 - Não se permitirá mais de um aparelho de televisão em cada cela, independente da quantidade de presos. 
 
SUSPENSÃO OU RESTRIÇÃO DO USO DOS 
MEIOS DE COMUNICAÇÃO 
 
Art.138 - O uso dos meios de comunicação permitidos por este Regimento Geral poderá ser suspenso ou restringido por 
ato devidamente motivado, ficando seu restabelecimento a critério da direção da unidade. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO – 
 
 
 
São meios de comunicação: leitura de jornais, revistas e periódicos; bem como o acesso à Rádio 
(Livre ou Difusão) e o acesso à TV. 
 
Como sabemos, nenhum direito é absoluto. Portanto, esses acessos aos meios de comunicação 
podem sofrer suspensão ou restrição. 
 
COMPETÊNCIA – AUTORIZAÇÃO E SUSPENSÃO OU RESTRIÇÃO – 
 
No caso de suspensão ou restrição, compete ao DIRETOR da UNIDADE PRISIONAL. 
 
PRAZO – 
 
De acordo com a parte final do art. 138, o seu restabelecimento fica a critério da direção da 
unidade. Portanto, não há prazo pré-estabelecido. 
 
 
 
 
 
Capítulo III 
DAS VISITAS 
 
 
Art.139 - As visitas ao preso se classificam sob duas categorias: as comuns e as conjugais (chamadas visitas íntimas). 
 
COMENTÁRIOS – 
 
As visitas comuns estão previstas nos artigos 140 ao art. 153 do RG; 
As visitas conjugais (chamadasvisitas íntimas) estão previstas nos arts. 154 ao 161 do RG; 
 
 
 
 
 
SEÇÃO I 
DAS VISITAS COMUNS 
 
 
Art.140 - Os (as) presos (as) poderão receber visitas de cônjuges, companheiras (os) ou parentes, em dias determinados, 
desde que registrado no rol de visitas do Estabelecimento Prisional e devidamente autorizadas pela direção, e se darão 
na forma especificada na Portaria Nº692/2013 da Sejus, ou outra portaria que venha a substituí-la, expedida pelo 
mesmo órgão. 
 
 
COMENTÁRIOS – 
 
VISITAS – Conforme se extrai do art. 140 do RG, os (as) presos (as) poderão receber visitas: 
 
1. De cônjuges; 
2. De companheiras (os); 
3. De parentes; 
4. De filhos e netos menores de idade (art.141, última parte) 
5. De até 02 (dois) amigos (as),(se não houver cônjuge, companheira (o), ascendentes e descendentes 
de primeiro ou segundo grau e colaterais de primeiro grau ou parentes habilitados para a 
visita)(art.141, §2º) 
 
REQUISITOS – São requisitos para o recebimento das visitas: 
 
1. Que a visita esteja registrada no rol de visitas do Estabelecimento Prisional; 
2. Que esteja devidamente autorizada pela direção. 
 
 
 
 
DO CADASTRO DE VISITAS 
 
 
 
Parágrafo único – O cadastramento no rol de visitas será lavrado no prazo de até 10 (dez) dias da apresentação dos 
documentos elencados na referida portaria, devendo as hipóteses de indeferimento ser devidamente motivadas. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
PRAZO – O cadastramento no rol de visitas será lavrado no prazo de até 10 (dez) dias (art.140, Parágrafo 
único) 
 
CADASTROS BIOMÉTRICOS – Conforme o art.141, §1º do RG, os cadastros de visita deverão ser 
preferencialmente biométricos. 
 
RENOVAÇÃO – os cadastros de visita serão renovados a cada 02 (dois) anos. No caso de o preso mudar de 
unidade, os cadastros acompanharão o mesmo. 
 
 
 
 
NÚMERO MÁXIMO DE VISITANTES POR DIA 
 
 Art.141 - As visitas serão limitadas ao número de 02 (dois) visitantes por dia de visita, a fim de proporcionar adequadas 
condições de revista, preservando as condições de segurança na Unidade Prisional. Quanto à visitação de filhos e netos 
menores de idade, no dia destinado a essas visitas, não há limite de quantidade. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
LIMITE DE 02 (DOIS) VISITANTES – REGRA – 
Como forma de proporcionar adequadas condições de revista e preservar as condições de segurança na 
Unidade Prisional, as visitas serão limitadas ao número de 02 (dois) visitantes por dia de visita. Aqui, abrange 
cônjuges, companheiras (os) ou parentes. 
 
EXCEÇÃO AO LIMITE DE 02 (DOIS) VISITANTES – 
 
 
Nas unidades prisionais, há dias específicos para a visitação de crianças. Como forma de aproximar o preso 
de sua família, no dia destinado à visitação de filhos e netos menores de idade, não há limite de quantidade. 
 
 
§1º - Os cadastros de visita deverão ser preferencialmente biométricos, sendo renovados a cada 02 (dois) anos e 
acompanharão o preso em caso de mudança de unidade. 
 
CADASTRO DE AMIGOS 
 
§2º - Em não havendo cônjuge, companheira (o), ascendentes e descendentes de primeiro ou segundo grau e colaterais 
de primeiro grau ou parentes habilitados para a visita, poderá o(a) preso(a) cadastrar até 02 (dois) amigos (as). 
 
COMENTÁRIOS – 
 
REGRA – Como regra, não é possível o cadastro de amigos (as). 
 
EXCEÇÃO – A exceção ocorre quando não houver cônjuge, companheira (o), ascendentes e descendentes 
de primeiro ou segundo grau e colaterais de primeiro grau ou parentes habilitados para a visita. Nesse 
caso, preso(a) poderá o(a) cadastrar até 02 (dois) amigos (as). 
 
 
 
 
ENTRADA DE MENORES NAS UNIDADES PRISIONAIS 
 
Art.142 - A entrada de menores nas unidades prisionais só será permitida aos filhos e netos do(a) preso(a), 
acompanhados pelo responsável legal e, na falta deste, por aquele que for designado para sua guarda e 
responsabilidade, pela autoridade judicial competente, devendo apresentar carteira de identidade ou certidão de 
nascimento. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
 
 
ACOMPANHADOS PELO RESPONSÁVEL LEGAL – 
A entrada de menores nas unidades prisionais só será permitida aos filhos e netos em dias determinados 
para essa visitação. Os menores devem, obrigatoriamente, estar acompanhados pelo responsável legal. 
 
FALTA DO RESPONSÁVEL LEGAL – 
Na falta deste, os menores devem, obrigatoriamente, estar acompanhados daqueles que forem 
designados para sua guarda e responsabilidade, pela autoridade judicial competente. 
 
 
 
 
ENTRADA DO (A) COMPANHEIRO (A) MENOR DE IDADE 
 
§1º - A entrada do (a) da companheiro (a) menor de idade se dará mediante autorização do juízo das execuções, salvo 
se já possuírem prole em comum, quando deverá ser apresentada certidão de nascimento do(s) filho(s). 
 
COMENTÁRIOS – 
 
AUTORIZAÇÃO JUDICIAL – Como regra, para a companheira menor de idade adentrar à UP, ela deve obter 
autorização do juízo das execuções. 
 
DISPENSA DA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL – No entanto, é dispensada a autorização do juízo das execuções 
quando já possuírem prole em comum. Nessa hipótese, deverá ser apresentada certidão de nascimento 
do(s) filho(s). 
 
 
 
Art.143 - Não será permitida a visita à pessoa que: 
I - não esteja autorizado pela direção; 
II - não apresente documento de identificação; 
III - apresentar sintomas de embriagues ou conduta alterada que levem a presunção de consumo de drogas e/ou 
entorpecentes; 
IV - estiver com gesso, curativos ou ataduras; 
V - chegar à Unidade Prisional no dia e hora, não estabelecido para visita; 
 
 
VI - do sexo masculino que estiver trajando bermuda, calção e/ou camiseta sem mangas; 
VII - do sexo feminino que estiverem trajando mini-saias, miniblusas, roupas excessivamente curtas, decotadas e 
transparentes; 
Art.144 - Cartas, bilhetes ou qualquer outro meio de comunicação escrita, deverão ser entregues aos plantonistas da 
revista ou ao chefe de equipe que fará o encaminhamento ao preso. 
 
DIA DESTINADO À VISTA 
 
 
Art.145 - As visitas comuns deverão ocorrer preferencialmente, as quartas-feiras e/ou domingos das 08:00 horas às 
16:00 horas, encerrando-se o acesso ao interior da Unidade Prisional às 14:00 horas, em período não superior a 08 (oito) 
horas, não devendo coincidir com o dia destinado às visitas íntimas. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Conforme podemos perceber, as visitas comuns deverão ocorrer preferencialmente, as quartas-feiras e/ou 
domingos. Portanto, poderão ocorrer em dias diferentes desses determinados. 
 
OBSERVAÇÃO – O dia das visitas comuns não deverá coincidir com o dia destinado às visitas íntimas. 
 
PERIODICIDADE DA VISITA ÍNTIMA – Art.159, REGIMENTO GERAL – 
A periodicidade da visita exclusivamente íntima será mensal, obedecidos aos critérios estabelecidos neste 
Regimento Geral. 
 
 
 
§1º - A critério da Coordenação do Sistema Penal ou da Direção da Unidade Prisional, poderá ser suspensa ou reduzida 
a visita em caso de risco iminente à segurança e disciplina. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
SUSPENSÃO OU REDUÇÃO – A visita poderá ser suspensa ou reduzida a visita em caso de risco iminente à 
segurança e disciplina. 
 
 
 
COMPETÊNCIA – Coordenação do Sistema Penal ou da Direção da Unidade Prisional. 
 
 
 
 
§2º - Em caso excepcional, a administração poderá autorizar visita extraordinária, devendo fixar o tempo de sua 
duração. 
§3º - O preso recolhido ao pavilhão hospitalar ou enfermaria e impossibilitado de se locomover, ou em tratamento 
psiquiátrico, poderá receber visita no próprio local, a critério da autoridade médica. 
 
PROCEDIMENTO DE REVISTAArt.146 - Antes e depois das visitas os presos poderão ser submetidos à revista. 
§1º - Os visitantes deverão ser revistados antes de adentrarem na unidade. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
PRESOS – PODERÃO (FACULDADE) – DISCRICIONÁRIO – 
Os presos poderão (faculdade) ser submetidos à revista antes e depois da visitação. 
 
VISITANTES DEVERÃO (OBRIGAÇÃO) – 
Já os visitantes deverão (obrigatoriamente) ser revistados antes da visitação. Como podemos perceber, a 
revista dos visitantes só ocorrerá antes. 
 
 
§2º - A revista pessoal (eletrônica, mecânica ou manual) será realizada com respeito à dignidade humana, sendo vedada 
qualquer forma de desnudamento, tratamento desumano ou degradante. 
 
 
 
COMENTÁRIOS – 
 
REVISTA PESSOAL – PORTARIA 723/14- SEJUS-CE, art. 1º – 
De acordo com o art. 1° da portaria 723/14, revista pessoal é o gênero, da qual se extraem as três espécies 
de revista: 
 
1. Revista eletrônica; Revista Mecânica; 
 
2. Revista Manual – Considera-se revista manual toda inspeção realizada mediante contato físico da 
mão do agente público competente sobre a roupa da pessoa revistada... (PORTARIA 723/14, 
Art.1º, §3º) 
 
Reforça ainda o art. 1º da portaria 723/14 que todos que queiram ter acesso a um estabelecimento penal 
para manter contato com pessoa presa ou ainda para prestar serviços, ainda que exerçam qualquer cargo 
ou função pública devem (obrigatoriedade) se submeter à revista pessoal. 
 
A revista pessoal é necessária à segurança de estabelecimentos penais e será realizada com respeito à 
dignidade humana, sendo vedada qualquer forma de: 
 
1. Desnudamento; 
2. Tratamento desumano; ou 
3. Tratamento degradante. 
 
Vale destacar que o art. 1º da Portaria 723/14 diz que todos aqueles que queiram ter acesso a um 
estabelecimento penal para manter contato com pessoa presa ou ainda para prestar serviços devem se 
submetidos à revista pessoal, que pode ser realizada por meio eletrônico, mecânico ou manual. 
 
A FINALIDADE – 
A finalidade desses dispositivos, tanto do Decreto 25.050, como da portaria 723/14 e do RG, é manter e 
garantir a segurança dos estabelecimentos penais. 
 
 
 
§3º - A revista pessoal deverá ocorrer mediante uso de equipamentos eletrônicos detectores de metais, bodyscanners, 
aparelhos de raio-X ou similares, ou ainda manualmente, preservando-se a integridade física, psicológica e moral da 
pessoa revistada. 
 
 
 
COMENTÁRIOS – 
 
DEFINIÇÃO DE REVISTA MECÂNICA e ELETRÔNICA – Revistas mecânicas e eletrônicas são aquelas 
executadas por meio da utilização de equipamentos capazes de identificar objetos ilícitos ou não 
permitidos, de forma a garantir segurança do estabelecimento prisional. Os equipamentos capazes de 
identificar tais objetos são: 
 
I - body scanners – scanner de corpo. 
II - detectores de metais; 
III - aparelhos de raios X; 
IV - outras tecnologias que preservem a integridade física, psicológica e moral do visitante 
revistado. 
 
Revista Manual– Considera-se revista manual toda inspeção realizada mediante contato físico da mão do 
agente público competente sobre a roupa da pessoa revistada... (PORTARIA 723/14, Art.1º, §3º) 
 
 
 
 
§4º - Onde houver bodyscanners obrigatoriamente este será o meio utilizado para a revista eletrônica. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Conforme o §4º, quando na UP houver body scanners – scanner de corpo, detectores de metais e 
aparelhos de raios X, o bodyscanners deverá (obrigatoriamente) o meio utilizado para a revista 
eletrônica. 
 
 
 
REVISTA MANUAL 
 
 
 
§5º - Considera-se revista manual toda inspeção realizada mediante contato físico da mão do agente público 
competente sobre a roupa da pessoa revistada, sendo vedados o desnudamento total ou parcial, o toque nas partes 
íntimas, o uso de espelhos, o uso de cães farejadores, bem como a introdução de quaisquer objetos nas cavidades 
corporais da pessoa revistada. 
 
§6º - A retirada de calçados, casacos, jaquetas e similares, bem como de acessórios, não caracteriza desnudamento. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
DEFINIÇÃO DE REVISTA MANUAL– A revista manual é uma espécie de revista pessoal. E consiste na 
inspeção realizada mediante contato físico da mão do agente público competente sobre a roupa da pessoa 
revistada. Percebam que o contato da mão do agente público É SOBRE A ROUPA. 
 
REVISTA –SERVIDOR – MESMO SEXO – 
Conforme o §7º do art. 146, a revista manual será realizada por servidor habilitado e sempre do mesmo 
sexo da pessoa revistada. 
 
VEDAÇÕES – 
O mesmo parágrafo ainda traz as vedações. É vedado: 
 
1. O uso de espelhos; 
2. O uso de cães farejadores; 
3. A introdução de quaisquer objetos nas cavidades corporais da pessoa revistada. 
4. Desnudamento total ou parcial – 
 
DESNUDAMENTO– O Desnudamento consiste no ato de despir o corpo; ato ou efeito de deixar nu. O 
Desnudamento também consiste no ato de desvestir o corpo ou de parte do corpo. 
 
NÃO CARACTERIZAÇÃO DO DESNUDAMENTO – 
Conforme o §6º, não caracteriza desnudamento: 
 
1. A retirada de calçados; 
2. A retirada de casacos; 
3. A retirada de jaquetas e similares; 
4. A retirada de acessórios. 
 
 
 
ULTIMA RATIO – ÚLTIMO RECURSO – 
O § 9º do art. 146 traz as hipóteses de realização de revista manual. Conforme se extrai do referido artigo, 
a realização de revista manual é a ultima ratio, ou seja, é o último recurso ou último instrumento a ser 
usado pelo Estado nessas situações. 
 
 
 
§7º - A revista manual será realizada por servidor habilitado e sempre do mesmo sexo da pessoa revistada. 
 
REVISTA PESSOAL EM CRIANÇAS OU ADOLESCENTES 
 
§8º - A revista pessoal em crianças ou adolescentes deve garantir o respeito ao princípio da proteção integral da criança 
e do adolescente, sendo vedada sua realização sem a presença e o acompanhamento de um responsável legal. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
É possível realizar revista pessoal em crianças ou adolescentes, desde que: 
 
1. Seja garantido o respeito ao princípio da proteção integral da criança e do adolescente; 
2. A revista pessoal seja realizada na presença de um responsável legal 
3. A revista pessoal seja acompanhada de um responsável legal. 
 
 
HIPÓTESES DE REALIZAÇÃO DE REVISTA MANUAL 
 
§9º - A realização de revista manual ocorrerá nas seguintes hipóteses: 
I – o estado de saúde impeça que a pessoa a ser revistada se submeta a determinados equipamentos de revista 
eletrônica, mediante comprovação de laudo médico expedido em até sessenta dias antes da visita, exceto quando 
atestar enfermidade permanente; 
II – quando não existir equipamento eletrônico ou este não estiver funcionando; 
III – após a realização da revista eletrônica, subsistir fundada suspeita de porte ou posse de objetos, produtos ou 
substâncias, cuja entrada seja proibida. 
 
 
 
COMENTÁRIOS – 
 
ULTIMA RATIO – ÚLTIMO RECURSO – 
O §9º do art. 146 traz as hipóteses de realização de revista manual. Conforme se extrai do referido artigo, 
a realização de revista manual é a ultima ratio, ou seja, é o último recurso, último instrumento a ser usado 
pelo Estado nessas situações. 
 
 
Art.147 - Os valores e objetos considerados inadequados, encontrados em poder do visitante, serão guardados em local 
apropriado e restituídos ao término da visita. 
 
Parágrafo Único - Caso a posse constitua delito penal deverão ser tomadas as providências legais cabíveis. 
 
Art.148 - As pessoas idosas, gestantes e deficientes físicos, terão prioridade nos procedimentos adotados para a 
realização da visita. 
 
IMPEDIMENTO DE ADENTAR 
À UNIDADE PRISIONAL 
 
Art.149 - O visitante que estiver commaquiagem, peruca e outros complementos que possam dificultar a sua 
identificação ou revista, poderá ser impedido de ter acesso à unidade prisional, como medida de segurança. 
 
SETOR DE REVISTA – 
VISTORIA DE ALIMENTOS E OUTROS 
 
 
Art.150 - Roupas íntimas, agasalhos e material higiênico não fornecidos pelo Sistema Prisional, bem como, bens de 
consumo, perecíveis ou não, permitidos e trazidos pelos visitantes nos dias regulamentares de visita, serão entregues 
no setor da revista, para que seja realizado um minucioso exame na presença do portador, após o que será permitida a 
entrada no estabelecimento. 
§1º - A Coordenadoria do Sistema Penal deverá formular anualmente relação dos bens de consumo, perecíveis ou não, 
que poderão ser admitidos no interior das unidades, da qual se dará ampla publicidade; 
§2º - As visitas não poderão ingressar nas unidades prisionais levando qualquer pertence que não seja autorizado pela 
administração, devendo ser vedados apenas aqueles que atentem contra a segurança e disciplina do estabelecimento. 
Art.151 - As visitas comuns serão realizadas em local próprio, em condições dignas e que possibilitem a vigilância pelo 
corpo de segurança. 
 
 
Parágrafo único – As unidades prisionais disporão de espaços lúdicos para acolher filhos e netos de presos (as) por 
ocasião das visitas. 
 
SUSPENSÃO DO INGRESSO DOS VISITANTES 
 
Art.152 - O visitante, familiar ou não, poderá ter seu ingresso suspenso pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, por decisão 
motivada da direção da unidade, quando: 
 
COMENTÁRIOS – 
 
COMPETÊNCIA – A direção da unidade, mediante decisão motivada, é competente para suspender o 
ingresso dos visitantes em geral. 
 
PRAZO – O visitante poderá ter seu ingresso suspenso pelo prazo de até 60 (sessenta) dias. 
 
 
 I - da visita resulte qualquer fato danoso à segurança e disciplina da unidade, que envolva o visitante ou o preso; 
II - houver aplicação de sanção disciplinar suspendendo o direito a receber visita; 
 
CANCELAMENTO DO CADASTRO DOS VISITANTES 
 
Parágrafo Único - O visitante, familiar ou não, terá seu cadastro cancelado se praticar qualquer ato tipificado como 
crime doloso, sendo possível a recuperação do cadastro, por decisão da Direção da Unidade, ouvidos os Setores de 
Segurança e Disciplina e de Serviço Social, a partir de 6 (seis) meses após a prática do ato. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
COMPETÊNCIA – A direção da unidade, mediante decisão motivada, é competente para cancelar o cadastro 
dos visitantes em geral. 
 
HIPÓTESES – O visitante terá seu cadastro cancelado se praticar qualquer ato tipificado como crime doloso. 
 
 
 
OBSERVAÇÃO – Como podemos perceber, não está inserido o crime culposo e contravenção. 
 
RECUPERAÇÃO DO CADASTRO – Compete à Direção da Unidade autorizar a recuperação do cadastro, 
ouvidos os Setores de Segurança e Disciplina e de Serviço Social. 
A visitante pode pleitear a recuperação do cadastro a partir de 6 (seis) meses após a prática do ato. 
 
 
 
 
 
 
RESTRIÇÃO OU SUSPENSÃO DO 
DIREITO À VISITA DO PRESO 
 
Art.153 - O preso que cometer falta disciplinar média ou grave poderá ter restringido ou suspenso o direito a visita por 
até 30 (trinta) dias. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Art.152 do RG trata da suspensão da visitante. Aqui, no Art.153, trata da restrição ou suspensão do direito 
à visita do preso. 
 
SANÇÃO – O preso poderá ter restringido ou suspenso o direito a visita se cometer qualquer falta 
disciplinar média ou grave. Portanto, trata-se uma forma de sanção disciplinar. 
 
PRAZO – A restrição ou suspensão do direito à visita do preso poderá se dá por ATÉ 30 (trinta) dias. 
 
CONTRADIÇÃO – ART. 153 e ART. 50, X – 
 
ART. 153, caput, RG – De acordo com o art.153 do Regimento Geral, o preso que cometer falta disciplinar 
média ou grave poderá ter restringido ou suspenso o direito a visita por até 30 (trinta) dias. 
 
 
 
ART. 50, X, RG – Já o art. 50, X dispõe que o direito de receber visitas poderá ser suspenso ou restringido 
por ato motivado do Diretor da Unidade, no caso de cometimento de falta grave. 
 
 
 
 
SEÇÃO II 
 DA VISITA ÍNTIMA 
 
Art.154 - A visita íntima constitui um direito e tem por finalidade fortalecer as relações afetivas e familiares, devendo 
ser requerida pelo preso interessado ao Diretor da Unidade. 
Parágrafo Único - A orientação sexual dos internos e dos visitantes deverá ser respeitada, não devendo haver qualquer 
tipo de discriminação. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
VISITA ÍNTIMA: DIREITO OU REGALIA? 
 
Inicialmente, vale destacar que não há previsão na LEP tal modalidade de visita. Portanto, para fins de 
LEP, em relação ao concurso público, inexiste previsão legal para tal visitação. 
Do outro lado, sabemos que, na prática, diversos Estados da federação têm autorizado a visita íntima. 
Inúmeras são as vantagens, vejamos: 
 
1. Acalma a população carcerária; 
2. Evita motins; 
3. Aproxima o preso de sua esposa/companheira etc. 
 
Em suma, a visita íntima é um misto de regalia e um direito. 
 
PREVISÃO NO REGIMENTO GERAL (RG) – No RG, está prevista no Art.139 e Art.154. 
 
FINALIDADE – A visita intima tem por finalidade fortalecer as relações afetivas e familiares. 
 
 
 
REQUERIMENTO– A visita intima deverá ser requerida pelo preso interessado ao Diretor da Unidade. 
 
 
 
SUSPENSÃO OU RESTRIÇÃO 
DA VISITA ÍNTIMA – 
 
Art.155 - A visita íntima poderá ser suspensa ou restringida pelo prazo de 30 (trinta) dias por falta disciplinar média ou 
grave cometida pelo reeducando, bem como por atos do(a) companheiro(a) que causar problemas de ordem moral ou 
de risco para a segurança ou disciplina. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
MOTIVO DA SANÇÃO – A motivação da sanção pode advir tanto do preso como do companheiro (a). 
Vejamos: 
 
1. Reeducando – preso – Em virtude de falta disciplinar média ou grave; 
2. Companheiro (a) – por atos que possam causar problemas de ordem moral ou de risco para a 
segurança ou disciplina. 
 
PRAZO – pelo prazo de 30 (trinta) dias. 
 
CONTRADIÇÃO – 
 
Art.50 - São direitos comuns aos presos, além dos já previstos pela Constituição Federal, Pactos 
Internacionais, Legislação Penal e Processual Brasileira, Lei de Execuções Penais e demais Leis, os 
seguintes: 
X - receber visitas do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados, 
podendo ser suspenso ou restringido tal direito por ato motivado do Diretor da Unidade, no caso 
de cometimento de falta grave; 
 
Art.60 - As regalias poderão ser suspensas ou restringidas, por cometimento de falta disciplinar 
de qualquer natureza ou por ato motivado da direção da Unidade Prisional. 
 
 
 
Art.155 - A visita íntima poderá ser suspensa ou restringida pelo prazo de 30 (trinta) dias por falta 
disciplinar média ou grave cometida pelo reeducando (...)” 
 
 
 
 
Art.156 - Os serviços de Saúde e de Assistência Social do Sistema Penitenciário deverão planejar um programa 
preventivo para a população prisional, nos aspectos sanitário e social, respectivamente, sendo assegurada a distribuição 
gratuita de preservativos ao preso, quando da realização da visita íntima. 
Parágrafo único - O serviço de Saúde e a Comissão Técnica de Classificação de cada unidade prisional desenvolverão os 
programas propostos. 
 
CONDIÇÕES PARA QUE O PRESO 
POSSA RECEBER VISITA ÍNTIMA 
 
Art.157 - Ao preso será facultado receber para visita íntima cônjuge ou companheiro (a) ou pessoa designada pelo 
mesmo, comprovadas as seguintes condições: 
I - se cônjuge, comprovar-se-á com a competente Certidão de Casamento;II - se companheiro(a), comprovar-se-á com o Registro de Nascimento dos filhos em nome de ambos ou declaração de 
união estável assinada por duas testemunhas, com firma reconhecida; III - nos demais casos, mediante declaração 
expressa do(a) preso(a), com a apresentação dos documentos exigidos para as visitas comuns, e avaliação do Serviço 
Social. 
 
 
VISITA ÍNTIMA DE MENOR 
DE 18 (DEZOITO) ANOS 
 
 
§1º - o preso poderá receber a visita íntima de menor de 18 (dezoito) anos, quando: 
a) legalmente casados; 
b) nos demais casos, mediante autorização do juízo das execuções, salvo se já possuírem prole em comum, quando 
deverá ser apresentada certidão de nascimento do(s) filho(s); 
c) houver prova de emancipação civil do(a) visitante. 
 
SUBSTITUIÇÕES DE VISITA ÍNTIMA 
 
 
 
§2º - Somente será autorizado o registro de um(a) visitante, ficando vedadas as substituições, salvo se ocorrer separação 
ou divórcio, no decurso do cumprimento de pena, obedecido o prazo mínimo de 6 (seis) meses, com investigação do 
Serviço Social e decisão da Direção da Unidade Prisional. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
LIMITE DE REGISTRO DE UM VISITANTE – Para o cadastramento de visitas comuns, não há limites, desde 
que sejam parentes, filhos e netos, ascendentes e descendentes de primeiro grau. No entanto, com relação 
à visita íntima, só poderá ser autorizado o registro de um (a) visitante. 
 
SUBSTITUIÇÕES – 
 
REGRA – Como regra, não poderá haver substituições; 
 
EXCEÇÃO – No entanto, poderá haver substituições quando ocorrer separação ou divórcio, no decurso do 
cumprimento de pena. Mesmo nesse caso, deverá ser obedecido o prazo mínimo de 6 (seis) meses para 
que ocorra a substituição. 
 
PRAZO PARA SUBSTITUIÇÃO – Para ocorrer a substituição da visita íntima, no caso de separação ou 
divórcio, deverá ser obedecido o prazo mínimo de 6 (seis) meses. 
 
 
 
Art.158 - Comprovadas as relações previstas nos artigos anteriores, para a concessão de visita íntima, deverão ainda as 
partes: 
a) Apresentar atestado de aptidão, do ponto de vista de saúde, através de exames laboratoriais tanto para o(a) preso(a) 
como para o(a) companheiro(a); 
b) Submeter-se aos exames periódicos, a critério das respectivas unidades. 
 
 
PERIODICIDADE DA VISITA ÍNTIMA 
 
Art.159 - A periodicidade da visita exclusivamente íntima será mensal, obedecidos aos critérios estabelecidos neste 
 
 
Regimento Geral. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Diferentemente das visitas comuns, que deverão ocorrer preferencialmente, as quartas-feiras e/ou 
domingos (Art.145, RG), a visita íntima será mensal. 
 
 
 
Art.160 - O controle da visita íntima, relativamente às condições de acesso, trânsito interno e segurança do(a) preso(a) 
e de seu cônjuge ou companheiro(a), compete aos integrantes da área de segurança e disciplina. 
Art.161 - A visita deverá submeter-se às normas de segurança do estabelecimento. 
 
 
VISITA ÍNTIMA (ART. 154) versus VISITA COMUM (ART. 140) 
 
 VISITA COMUM (ART. 140) VISITA ÍNTIMA (ART. 154) 
DIAS Preferencialmente às quartas-feiras 
e/ou domingos art.145 
Mensal, art. 159 
QUANTIDADE DE 
VISITAS 
REGISTRADAS 
 
Não há limites, art.140 
Somente será autorizado o registro de um 
(a) visitante, art. 157, §2º - 
 
RESTRIÇÃO OU 
SUSPENSÃO 
 
DIVERGÊNCIA 
Por falta disciplinar média ou grave 
cometida pelo reeducando; 
Por atos do(a) companheiro(a) que causar 
problemas de ordem moral ou de risco para 
a segurança ou disciplina, Art.155 
 
PRAZO DA 
RESTRIÇÃO OU 
SUSPENSÃO 
(art. 67, RG) 
Até 30 dias 
 
Até 30 dias 
 
 
 
DIREITO OU 
REGALIA 
Direito Misto de Direito (art. 154, caput) e 
 Regalia (art. 157, I) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESTRIÇÃO OU SUSPENSÃO 
VISITA ÍNTIMA e VISITA COMUM 
 
PREVISÃO LEGAL 
 
Art. 50, X, RG. 
 
 
Art. 60, RG 
 
Art. 155, RG 
FALTA Grave Qualquer natureza 
L - M - G 
 
Média e Grave 
 
COMPETÊNCIA 
 
Diretor da UP 
Art. 19, XXI 
Diretor da UP 
Art. 19, XXI 
Diretor da UP 
Art. 19, XXI 
 
PERÍODO 
 
 
Até 30 dias 
RG - Art. 67 
LEP - Art. 58 
 
Até 30 dias 
RG - Art. 67 
LEP - Art. 58 
 
Até 30 dias 
RG - Art. 67 
LEP - Art. 58 
 
 
TÍTULO XI 
DO TRABALHO, DA REMIÇÃO E DO PECÚLIO 
 
 
Art.162 - A unidade prisional manterá o trabalho do reeducando como dever social e condição de dignidade humana, 
 
 
com finalidade educativa, produtiva e reintegradora. 
Parágrafo Único - Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 28. 
 
FINALIDADE– No RG, o trabalho do reeducando terá finalidade educativa, produtiva e reintegradora. 
 
FUNDAMENTOS – Tem como fundamento o dever social e condição de dignidade humana. 
 
 
 
Art.163 - As modalidades de trabalho classificam-se em interno e externo. 
§1º - O trabalho interno tem caráter obrigatório, respeitadas as aptidões e a capacidade do preso, observando-se: 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Cabe destacar que trabalho obrigatório não se confunde com trabalho forçado, previsto na CF/88, art. 
5°, inciso XLVII. 
 
A OBRIGATORIEDADE DO TRABALHO – 
A obrigatoriedade do trabalho está prevista no (a): 
 
1. LEP, art.31 – “O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de 
suas aptidões e capacidade. 
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado 
no interior do estabelecimento.” 
 
2. LEP, art. 200 – “O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho.” 
 
3. REGIMENTO GERAL –Art.163, §1º – O trabalho interno tem caráter obrigatório, respeitadas as 
aptidões e a capacidade do preso. 
 
Enquanto que a vedação ao trabalho forçado está prevista na CF, art. 5°,XLVII 
Art. 5°, XLVII - não haverá PENAS: 
(...) 
c) de trabalhos forçados. 
 
 
Percebam que a CF/88 veda o trabalho forçado enquanto pena, ou seja, um trabalho penoso, danoso, 
que traga malefício. 
 
 
 
a) Na atribuição do trabalho, poderão ser levadas em consideração a habilitação, a condição pessoal e as necessidades 
futuras do interno. 
b) Os maiores de 60 (sessenta) anos terão ocupação adequada à sua idade. 
c) Os doentes ou portadores de necessidades especiais, declarados tais pelo órgão competente, terão ocupação 
compatível com seu estado físico e mental. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 32 e ss. 
 
 
JORNADA DE TRABALHO DO PRESO 
 
§2º - A jornada de trabalho não poderá ser inferior a 06 (seis) nem superior a 08 (oito) horas, com descanso aos 
domingos e feriados, salvo exceções legais. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 33. 
O parágrafo único do Art. 33 da LEP dispõe sobre as “exceções legais” prevista na parte final do §2º do 
Art.163 do RG. 
 
EXCEÇÕES LEGAIS – 
Essas exceções legais referem-se à atribuição de horário especial de trabalho aos presos designados para 
os serviços de conservação e manutenção do estabelecimento penal. 
 
REGIMENTO GERAL – Art.168 – 
 
 
 
“Será atribuído horário especial de trabalho aos internos designados para os serviços de 
conservação, subsistência e manutenção da Unidade.” 
 
 
 
 
REMIÇÃO PELO TRABALHO 
 
Art.164 - Conforme o disposto no artigo 126 da Lei de Execução Penal, o detento poderá remir parte do tempo de 
condenação, à razão de um dia de pena por três trabalhados.COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 126 
 
REMIÇÃO PELO TRABALHO – BENEFICIÁRIOS – (Art. 126, caput)– O condenado que cumpre pena em 
regime: 
1. Fechado; 
2. Semiaberto; 
 
REMIÇÃO PELO TRABALHO – NÃO ABRANGE AQUELE QUE: 
 
1. Cumpre pena em regime Aberto; 
2. Usufrui da liberdade condicional - Art. 83, CP 
 
OBSERVAÇÃO – A remição pelo trabalho não abrange aquele que cumpre pena em regime Aberto, pois, 
conforme o art. 36, § 1º, do CP, a labuta é condição indispensável para o ingresso do condenado no regime 
aberto. Além disso, não previsão legal autorizando a remição aquele que cumpre pena em regime Aberto. 
 
CUMULAÇÃO (Art. 126. §3º) – é possível a cumulação das horas diárias de trabalho e de estudo, desde que 
se compatibilizem. 
 
ACIDENTE – REMIÇÃO – POSSIBILIDADE – (Art. 126. §4º) – O preso impossibilitado, por acidente, de 
prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição. 
 
 
 
PERDA DOS DIAS REMIDOS – (Art. 127) – Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) 
do tempo remido... 
 
CRIME DE FALSIDADE IDEOLÓGICA (Art. 299 do CP c/c Art. 130 da LEP) – Constitui o crime de falsidade 
ideológica declarar ou atestar falsamente prestação de serviço para fim de instruir pedido de remição. 
 
 
 
REMIÇÃO PELO ESTUDO 
 
§1º - Também se considera, para efeitos de remição, a frequência regular aos cursos de Ensino Fundamental, Médio e 
Profissionalizante, bem como a produção intelectual e produção de artesanato. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
O RG, art.164, §1º, dispõe de duas formas de remição não previstas na LEP, quais sejam: 
 
1. Produção intelectual; 
2. Produção de artesanato. 
 
 
 
 
§2º - Deverá existir uma ficha de frequência, a qual registrará os dias trabalhados, devendo ser assinada diariamente 
pelo preso(a) e rubricada no final do mês pela autoridade administrativa competente. 
§3º - A contagem do tempo de remição se dará na forma do art.126 da Lei de Execução Penal. §4º - Para fins de 
cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se 
compatibilizarem. 
§5º - O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a 
remição. 
§6º - O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão 
remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou 
do período de prova. 
§7º - O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar. 
 
 
 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 126 ao art.130. 
 
CONTAGEM DE TEMPO –Art. 126. § 1º, inciso I – remição pelo estudo; a contagem do tempo será feita à 
razão de 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino 
fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - 
divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; 
 
MÉTODO DE ESTUDO (Art. 126. §2º) – Poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia 
de ensino a distância. 
 
CUMULAÇÃO (Art. 126. §3º) – é possível a cumulação das horas diárias de trabalho e de estudo, desde 
que se compatibilizem. 
 
CONCLUSÃO (Art. 126. §5º) – será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino 
fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão 
competente do sistema de educação. 
 
ACIDENTE – REMIÇÃO – POSSIBILIDADE – (Art. 126. §4º) O preso impossibilitado, por acidente, de 
prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição. 
 
BENEFICIÁRIOS – (Art. 126. §6º) – O condenado que cumpre pena em regime: 
 
1. Fechado; 
2. Semiaberto; 
3. Aberto; 
4. Aquele que usufrui da liberdade condicional - Art. 83, CP. 
5. Aquele que está cumprindo prisão cautelar. 
 
PERDA DOS DIAS REMIDOS – (Art. 127) – Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) 
do tempo remido... 
 
CRIME DE FALSIDADE IDEOLÓGICA (Art. 299 do CP c/c Art. 130 da LEP) – Constitui o crime de falsidade 
ideológica declarar ou atestar falsamente prestação de serviço para fim de instruir pedido de remição. 
 
 
 
 
 
Art.165 - O Setor de Segurança e Disciplina informará à Unidade de Produção e comercialização sobre eventuais 
impedimentos da atividade do trabalho do preso trabalhador e seus motivos. 
Parágrafo Único - No caso de saída do preso da unidade prisional será comunicada imediatamente para a Unidade de 
Produção e Comercialização para as providências cabíveis. 
 
 
 
 
Capítulo I 
DO TRABALHO INTERNO 
 
Art.166 - O trabalho interno será desenvolvido através de qualquer atividade regulamentada, que tenha por objetivo o 
aprendizado, a formação de hábitos sadios de trabalho, o espírito de cooperação e a socialização do preso. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 31. 
 
CARÁTER OBRIGATÓRIO – PRESO CONDENADO – 
Conforme o Art.163, §1º, o trabalho interno tem caráter obrigatório. No entanto, de acordo com o art. 31 
da LEP, o caráter obrigatório do trabalho só atinge o preso condenado à pena privativa de liberdade. 
 
CARÁTER FACULTATIVO – PRESO PROVISÓRIO – 
De acordo com o art. 31 da LEP, parágrafo único da LEP, para o preso provisório, o trabalho não é 
obrigatório. Se, porém, o preso provisório optar pelo trabalho, o mesmo só poderá ser executado no 
interior do estabelecimento. 
 
CARÁTER FACULTATIVO – PRESO POLÍTICO – 
De acordo com Art. 200 da LEP, o condenado por crime político não está obrigado ao trabalho. 
 
 
 
OBSERVAÇÃO – Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em consideração a habilitação, a condição 
pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas pelo mercado (Art. 
32, LEP) 
 
OBJETIVO – tenha por objetivo o aprendizado, a formação de hábitos sadios de trabalho, o espírito de 
cooperação e a socialização do preso. 
 
 
 
 
Art.167 - Considera-se trabalho interno aquele realizado nos limites do estabelecimento, destinado a atender às 
necessidades peculiares da unidade. 
Art.168 - Será atribuído horário especial de trabalho aos internos designados para os serviços de conservação, 
subsistência e manutenção da Unidade. 
Art.169 - Compete à unidade prisional propiciar condições de aprendizado aos presos sem experiência profissional na 
área solicitada. 
Art.170 - Para a prestação do trabalho interno, dar-se-á sempre preferência aos presos que tenham índice superior de 
aproveitamento e maior tempo de cumprimento de pena. 
 
Capítulo II 
DO TRABALHO EXTERNO 
 
Art.171 - O trabalho externo, executado fora dos limites do estabelecimento, será admissível aos presos em regime 
fechado, quando obedecidas as condições legais, e aos presos em cumprimento de pena em regime semiaberto e 
aberto. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 36 
 
O trabalho externo será admissível aos presos: 
 
1. Em regime fechado, quando obedecidas as condições legais – Art. 37, LEP. 
2. Aos presos em cumprimento de pena em regime semiaberto e aberto. 
 
 OBSERVAÇÃO – LEP 
 
 
 
1. Art. 36,§ 1 – Deverá ser observado o limite máximo do número de presos, que será de 10% (dez por 
cento) do total de empregados na obra. 
 
2. Art. 36,§ 2º – Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa empreiteira a 
remuneração desse trabalho. 
 
CONDIÇÕES PARA O PRESO EM REGIME FECHADO TRABALHARFORA DO PRESÍDIO – Art. 37, LEP – 
 
1. Deverá ser autorizada pela direção do estabelecimento; 
2. Dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade; 
3. Dependerá do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena. 
 
 
 
 
REVOGAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE TRABALHO EXTERNO 
 
Art.172 - O cometimento de falta disciplinar de natureza grave implicará na revogação imediata da autorização de 
trabalho externo, sem prejuízo da sanção disciplinar correspondente, apurada através de procedimento disciplinar. 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 37, Parágrafo único. 
 
“Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar fato definido como 
crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos 
neste artigo.” 
 
HIPÓTESES DE REVOGAÇÃO – LEP, art. 37, Parágrafo único – 
 
1. Quando o preso vier a praticar fato definido como crime; 
 
 
 
Observação – Como podemos perceber o dispositivo só trata do crime, não dispondo sobre a contravenção 
penal, prevista no DECRETO-LEI Nº 3.688/41. 
 
2. Quando o preso for punido por falta grave; 
3. Quando o preso ou tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos no artigo 37 da LEP 
 
HIPÓTESES DE REVOGAÇÃO – RG – Art.172 – 
 
A LEP traz 03 hipóteses de revogação. No entanto, o RG traz apenas uma, que consiste no cometimento de 
falta disciplinar de natureza grave. 
 
 
 
AUTORIZAÇÃO DE TRABALHO EXTERNO 
AO PRESO SEMIABERTO 
 
Art.173 - O preso em cumprimento de pena em regime semiaberto poderá obter autorização para desenvolver trabalho 
externo junto às empresas públicas ou privadas, observadas as seguintes condições: 
I- Submeter-se à observação criminológica realizada no período de 30 (trinta) dias de sua inclusão, sem qualquer 
impedimento; 
II- Manter comportamento disciplinado, seja na unidade prisional, seja na empresa a qual presta serviços; 
III- Cumprir horário, em jornada estabelecida no respectivo contrato de trabalho; 
IV- Retornar à unidade prisional quando de eventual dispensa portando documento hábil do empregador; 
V - Ter justificado ao empregador, mediante documento hábil, a falta por motivo de saúde; 
VI- Cumprir rigorosamente o horário da jornada de trabalho estabelecidos pela unidade prisional e empresa. 
 Art.174 - A unidade prisional deverá manter o controle e fiscalização através de instrumentos próprios, junto à empresa 
e ao reeducando, para que o mesmo possa cumprir as exigências do artigo anterior. 
 
Capítulo III 
DO PECÚLIO 
 
Art.175 - O trabalho do(a) preso(a) será remunerado, obedecendo a critérios de produtividade, não podendo ser inferior 
a 3/4 (três quartos) do salário mínimo. 
 
Art.176 - O produto da remuneração será depositado em conta bancária, em Banco Oficial ou Privado, conveniado com 
o Estado. 
 
 
COMENTÁRIOS – 
 
Previsão na Lei de Execuções Penais – LEI 7210/84 – art. 29 
 
De acordo com o art. 29, § 1°, da LEP, o produto da remuneração pelo trabalho deverá atender: 
 
1. À indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não 
reparados por outros meios; 
2. À assistência à família; 
3. Às pequenas despesas pessoais; 
4. Ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em 
proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores. 
 
 
Art.177 – Quanto aos valores do trabalho do preso, seu pecúlio e deduções previdenciárias, observar-se-á o disposto na 
Portaria 217/2014 da Sejus. 
 
 
IMPORTÂNCIA EM DINHEIRO QUE FOR 
APREENDIDA INDEVIDAMENTE 
 
 
Art.178 - Toda importância em dinheiro que for apreendida indevidamente com o reeducando e cuja procedência não 
for esclarecida reverterá ao Estado, por processo administrativo em que se obedeça ao devido processo legal. 
Parágrafo Único - Se a origem e propriedade forem legítimas, a importância será depositada no pecúlio reserva do 
reeducando, sem prejuízo das sanções disciplinares previstas. 
 
Art.179 - Na ocorrência do falecimento do reeducando, o saldo será entregue a familiares, atendidas as disposições 
pertinentes. 
 
TÍTULO XII 
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS 
Art.180 - O abuso de poder exercido contra o interno será punido administrativamente, sem prejuízo da apuração da 
responsabilidade penal e civil. 
 
Art.181 - Cada unidade prisional adotará, atendendo suas peculiaridades, horário próprio para tranca e destranca das 
celas. 
 
 
 
Art.182 -A cada mês do ano civil os administradores das unidades prisionais, após consulta às equipes técnicas das 
unidades, elaborarão relatório circunstanciado das atividades e funcionamento da respectiva unidade, encaminhando-
o ao Coordenador do Sistema Penal do Estado, para as providências que entender cabíveis. 
 
Art.183 - Os funcionários da Unidade Prisional cuidarão para que sejam observados e respeitados os direitos e deveres 
dos detentos respondendo, nos termos da legislação própria, pelos resultados adversos a que derem causa, por ação 
ou omissão. 
§1º - No exercício de suas funções, os funcionários não deverão compactuar com os presos nem praticar atos que 
possam atentar contra a segurança, ordem ou disciplina, mantendo diálogo com os detentos dentro dos limites 
funcionais; 
§2º - Os agentes prisionais levarão ao conhecimento da autoridade competente as reivindicações dos presos 
objetivando uma solução adequada, bem como as ações ou omissões dos mesmos, que possam comprometer a boa 
ordem na Unidade Prisional. 
 
Art.184 - Ocorrendo óbito, fuga e evasão, a direção do estabelecimento comunicará imediatamente ao juiz da execução, 
a coordenadoria do sistema prisional e também solicitará a presença da polícia judiciária. 
Parágrafo Único - Falecendo o interno, os valores e bens devidamente inventariados, serão entregues aos familiares. 
 
Art.185 - Em caso de danos ao Estabelecimento a Diretoria oferecerá a Coordenadoria do Sistema Penitenciário relatório 
circunstanciado objetivando avaliar os prejuízos e elucidar as irregularidades, encaminhando os resultados a quem de 
direito. 
Parágrafo Único - Cabe ao reeducando ressarcir o estado pelos danos causados, ao patrimônio físico e material da 
unidade prisional. 
 
Art.186 - Os casos omissos poderão ser resolvidos pelo diretor da Unidade, em conjunto com a Coordenadoria do 
Sistema Penitenciário, com o conhecimento da Secretária da Justiça e Cidadania, observadas as respectivas 
competências. 
 
Art.187 - A revisão do regimento geral dos estabelecimentos prisionais do estado do Ceará será realizada a cada 4 
(quatro) anos, contados a partir de sua publicação, por Comissão Especial a ser designada pelo(a) secretário(a) da 
justiça e cidadania, composta preferencialmente de forma paritária por membros das instituições com atuação direta 
no sistema prisional. 
Parágrafo único – Sem prejuízo da citada revisão, serão promovidos encontros anuais de servidores e gestores para 
discussão, proposição e avaliação das políticas públicas para o sistema penitenciário. 
 
Art.188 - Este Regimento entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

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