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TRABALHO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

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CAPTAÇÃO E ARMAZENAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA EM CISTERNAS NAS COMUNIDADES DA ZONA RURAL NO NORDESTE DO BRASIL.
Renata de Paiva Medeiros
Matrícula: 2018.02.22446-7
Curso de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental e Saneamento Básico
Universidade Estácio de Sá
RESUMO
O presente trabalho tem o objetivo de apresentar o projeto de Captação e Armazenamento de Água da Chuva em cisternas nas comunidades da zona rural no nordeste do Brasil, que está enquadrado na política Nacional dos Recursos Hídricos, mostrando suas ações e resultados.
INTRODUÇÃO
As principais causa da baixa qualidade de vida no meio rural, sobretudo nas zonas áridas e semi-áridas são a falta de água para consumo humano e pequenas criações e necessidade de chuva para a agricultura. A precipitação média anual do semi-árido do Nordeste brasileiro encontra-se numa amplitude que varia de 250 a 800 mm anuais, distribuídos durante três a cinco meses do ano (Lopes, 2005). Contudo, a falta de água é o principal obstáculo para a sobrevivência. No Brasil, essas conseqüências são mais representativas na zona rural da região Nordeste, onde a produtividade e a produção agrícola são confinadas pela irregularidade do período chuvoso. Esta vulnerabilidade é decorrência da instabilidade climática, dramatizada pelos períodos de seca que ocorrem. Levando em consideração estas condições, para uso em pequenas propriedades e comunidades rurais, a Embrapa Semi-Árido vem desenvolvendo pesquisas com o intuito de gerar e/ou ajustar infra-estruturas hídricas que permitiam melhorar a qualidade da convivência do homem com condições climáticas desfavoráveis, bem como dar oportunidade de incentivar o desenvolvimento agrário do setor rural. Isto provoca execução de obras e ações que proporcionem a redução das conseqüências provocadas pelos períodos de estiagem e, por outro lado, contribuam para viabilização social e econômica da região. 
ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS
Segundo o artigo 1º da Lei nº 9.433/97 de Política Nacional de Recursos Hídricos a água é um bem de domínio público e um recurso natural limitado, dotado de valor econômico e em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais. Além disso a lei diz que a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas e que a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Diretrizes construídas com objetivo de assegurar a disponibilidade e qualidade de água, visando a utilização racional e integrada com vistas ao desenvolvimento sustentável e a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos.
Desde a década de 80 estão sendo desenvolvidas alternativas pela Embrapa com finalidade de captar e armazenar água da chuva e estão sendo implantadas nas propriedades e comunidades rurais do Semi-Árido do Nordeste em parceria com órgãos públicos, através das secretárias de agricultura municipais e estaduais. Através dos programas e projetos, tais como: Polonordeste, Projeto Sertanejo, Programa de Apoio ao Pequeno Produtor Rural do Nordeste (PAPP), Projeto Padre Cícero, entre outros; Organizações não Governamentais (ONG’S). As principais alternativas tecnológicas desenvolvidas são: barragem subterrânea, captação de água de chuva “in situ”, cisterna rural, entre outras.
No semi-árido do Nordeste brasileiro, a cisterna tem sido uma das principais formas de captação e armazenamento da água da chuva. A cisterna é uma forma milenar de armazenar água das chuvas em regiões que não dispõem de fornecimento de água permanente. 
CISTERMA RURAL E AÇÕES DO PROJETO
Sistemas para aproveitamento de água de chuva são utilizados desde a antiguidade. A cisterna rural consiste num reservatório fechado para captar, armazenar, preservar e minimizar as perdas de água de chuva proveniente do escoamento superficial da água da chuva, garantindo não só a quantidade e qualidade de água para consumo humano como também a liberação de mão-de-obra, por se localizar próxima à moradia, principalmente naquelas áreas com recursos hídricos escassos. As cisternas podem ser construídas em alvenaria, blocos e placas pré-moldados de ferro e cimento. 
O sistema, subsidiado pelas prefeituras, consiste na construção de cisternas de concreto para captação e armazenamento da água da chuva. A área de captação pode ser tanto o telhado de construções maiores como o solo desnudo. Para melhoria da qualidade dessa água, recomenda-se que esta área seja revestida com argamassa de cimento e areia. Esta alternativa de aproveitamento do solo para captação de água de chuva já era preconizada nos trabalhos iniciais sobre cisterna
RESULTADOS DOS PROJETOS
A maior parte das doenças contraída pela população no sertão do Nordeste vem pela água contaminada obtida da água de chuva estocada no chão de barreiros, açudes, onde os animais domésticos e silvestres buscam suprir suas necessidades de água. Estas águas utilizadas pelas famílias para o atendimento de suas necessidades são fontes de doenças como; amebíase, diarréia, tifo, cólera. Assim a captação de água de chuva por cisternas proporciona às famílias água com mais qualidade
Além disso a implantação de cisternas como alternativas vem otimizando a utilização dos escassos recursos financeiros disponíveis, reduzindo o uso de carros-pipa e as frentes de trabalho, até hoje acionadas no combate às estiagens que, embora dispendiosas, não passam de medidas paliativas. Porém tais medidas não podem ser abandonadas pois contribuem significativamente na complementação da água para os agricultores da zona rural quando a água da chuva acumulada nas cisternas não foi suficiente para atender as necessidades dos agricultores no período da seca. 
Com esses resultados, pode-se concluir que as cisternas, embora tenham contribuído em parte para solução do problema da falta de água na região, em muitas ocasiões não acumulam água suficiente para o consumo e atendimento das famílias no período de seca. Também pôde-se concluir que a utilização das cisternas, tem se tornado um excelente instrumento para melhoria da saúde alimentar das famílias, todavia, há necessidade de melhor acompanhamento técnico quanto ao uso racional e eficiente da água da cisterna.
CONCLUSÃO
É uma ação conjunta dos órgãos governamentais municipais, estaduais e federais, assim como, das ONG’s e das comunidades rurais. O problema da “Seca do Nordeste” está longe de ser solucionada, mas o desenvolvimento de tecnologias simples e de baixo custo, bem como aplicação de ações de fortalecimento da infra-estrutura social e produtiva, ameniza os problemas decorrentes do período escasso e tem o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população rural e um convívio adequado do homem com as estiagens periódicas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRAGA, B. et al. “Introdução à engenharia ambiental.” 2. ed. São Paulo: Pearson, 2005.
“Capacidade de captação da água de chuva em cisternas de comunidades da zona rural do município de Petrolina, Pernambuco.” <https://www.embrapa.br> Acesso em 04 de maio de 2018.
Petrolina, PE: “EMBRAPA – CPATSA, “Sistemas Agrícolas dos Pequenos Produtores” Volume 1. Recife, PE: CNPS, Coordenadoria Regional Nordeste” 2001.
“Captação e armazenamento de água de chuva no semi-árido do nordeste do Brasil.” <https://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/129165/1/OPB420.pdf> Acesso em 04 de maio de 2018.
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