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SUS Avanços e Desafios

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ATIVIDADE DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 1: JÚRI SIMULADO 
CASO – SUS: AVANÇOS E DESAFIOS 
 
 
RÉU: SUS 
CRIME: ATENDIMENTO DESUMANO E DEGRADANTE 
DESCRIÇÃO DO CASO: PETIÇÃO INICIAL 
 
 
Desde o advento da criação o Sistema Único de Saúde (SUS), que os gestores têm empreendido todos 
os esforços para a discussão de como melhor planejar e implementar políticas que visem melhorar o 
atendimento, e a oferta da cesta de medicamentos necessários a um atendimento de qualidade a 
sociedade. No entanto mesmo com todos os avanços alcançados, existem aspectos relevantes que se 
colocam de forma prioritária e que constituem prioritariamente como desafios para a institucionalização 
plena do planejamento no SUS, que é hoje seu gargalo, ponto de estrangulamento, pois não consegue 
atender a demanda por seus serviços, e nem a oferta de medicamentos, e os atendimentos de alta 
complexidade, chegando ao disparate, de mandar aviso a um cidadão de que sua cirurgia cardíaca está 
agendada, 2 anos após sua morte. Nesse sentido, a promotoria de defesa da saúde solicita a 
condenação do réu, justificando que o mesmo não funciona conforme foi previsto na constituição de 
1988, submetendo a população a um atendimento desumano e degradante. Requeremos que a pena de 
morte para o SUS, sugerindo que o mesmo seja privatizado. 
 
EQUIPE: _________________________________________________________________ 
PARTICIPANTES: 
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TEXTO DE APOIO – SUS: AVANÇOS E DESAFIOS 
MEDICI, A; JORGE, A.C.J 
Em 2016 o SUS completa 28 anos de funcionamento. Iniciando-se com a Constituição de 1988, tem sido uma das 
maiores políticas públicas brasileiras de inclusão social. Mudou o conceito de direito à saúde, tornando seu 
acesso, pelo menos na letra da lei, universal e gratuito para todos os brasileiros. Protegeu, dessa forma, aos 
indigentes e famílias inseridas no mercado informal de trabalho, que antes não tinham acesso aos serviços 
públicos de saúde da Previdência Social. Mudou a forma de organização dos serviços de saúde, aumentando a 
oferta de atenção primária e iniciando um processo regulado de acesso aos serviços de maior complexidade. 
Proporcionou uma rápida melhoria nos indicadores básicos de saúde da população brasileira, como aqueles 
associados aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Mas a construção do SUS, longe de ser um processo 
fácil, teve muitos problemas e continua tendo alguns. Sua implementação tem sido lenta e apresenta algumas 
vezes retrocessos. 
Os primeiros anos do SUS (1988-1994) 
Durante seus primeiros anos (1988-1994), as dificuldades de implementação do SUS derivaram da instabilidade 
econômica (hiperinflação, crises e desordem nas finanças públicas) e da ineficiência e morosidade em organizar e 
estruturar o funcionamento do sistema pela falta de financiamento. Entre 1989 e 1994, os gastos federais com 
saúde se reduziram a uma taxa média anual de 11,5% ao ano, num contexto onde o crescimento do PIB foi de 
apenas 0,2% ao ano. Mesmo assim foram dados os primeiros passos institucionais, como a transferência do 
INAMPS para o Ministério da Saúde e se definiram critérios para a transferência de estabelecimentos de saúde do 
Governo Federal aos Estados e Municípios, bem como as transferências federais de recursos para as esferas 
locais. 
O Grande Salto para a Implementação do SUS (1995-2002) 
A situação melhora entre 1994 e 2002. Esta foi a fase de maior progresso relativo. No rastro da estabilização 
econômica, começa a ser mais fácil o ordenamento de políticas para o SUS. Entre elas se pode elencar os 
programas de agentes comunitários de saúde e de saúde da família (PACS-PSF); a definição de recursos capitados 
para o financiamento da atenção primária, (como o Piso de Assistência Básica – PAB), a descentralização de 
políticas de saúde e a transferência de hospitais federais para os Estados; a definição de um modelo de gestão 
autônoma para os hospitais públicos para aumentar sua eficiência (como as Organizações Sociais de Saúde – 
OSS); a definição de políticas para a regulação de bens, produtos, serviços e tecnologias de saúde (com a criação 
da Agência Nacional de Vigilância de Saúde – ANVISA), a definição de uma estratégia para a estabilização das 
fontes de financiamento do setor (EC29), a melhoria dos sistemas de informação, com a proposta do cartão SUS, 
a criação de mecanismos de acompanhamento dos gastos públicos setoriais (SIOPS), e a adoção de políticas para 
atenuar o efeito de fatores de risco na saúde, como foi o caso do controle do tabaco, entre outras. 
Do ponto de vista do financiamento, a estabilização econômica possibilitou melhorar financiamento do SUS. Entre 
1995 e 2002, os gastos federais com saúde aumentaram 5% ao ano num contexto onde o crescimento anual do 
PIB foi de 2,3% ao ano. Durante o período seguinte, 2003-2010, o crescimento dos gastos em saúde foi de 5,3% 
ao ano, num período onde o PIB cresceu a 4% ao ano. Neste sentido, se pode dizer que a razão entre o 
crescimento anual dos gastos com saúde sobre o crescimento anual do PIB no período 1995-2002 foi de 2,2 
enquanto que no período 2003-2010 foi de apenas 1,3. 
Além do mais foram criadas soluções para estabilizar o financiamento do setor. Em 2000, foi aprovada a Emenda 
Constitucional (EC) 29 que definiu a vinculação dos recursos orçamentários que seriam destinados à saúde pelas 
três esferas de governo. Estipulou norma transitória determinando que a União deveria destinar para a saúde, no 
ano 2000, 5% a mais sobre o valor de 1999 e, nos anos seguintes, que esse valor fosse corrigido pela variação 
nominal do Produto Interno Bruto (PIB). Os Estados seriam obrigados a destinar 12% do seu orçamento; e os 
municípios 15%. 
A Crise de expectativas do SUS: 2002-2014 
Diante de seu rápido crescimento, da visibilidade pública e das promessas associadas ao sistema, o SUS criou 
muitas expectativas que em certa medida provocaram frustrações. Em 2002, 59% dos brasileiros, de acordo com 
a pesquisa IBOPE-CNI, aprovavam as políticas de saúde do Governo Federal. Este percentual, de acordo com as 
mesmas fonte e metodologia de pesquisa, passou para 19% em junho de 2014. Quais os motivos que levaram a 
essa desaprovação das políticas de saúde pela população? 
De acordo com as pesquisas IBOPE-CNI foram a demora no atendimento na rede pública; a falta de equipamentos 
e investimentos de saúde e a falta de médicos e profissionais de saúde. De acordo com as pesquisas, as opiniões 
são maiores entre os habitantes das Regiões Metropolitanas, onde tem sido menor a oferta de Programas como o 
de Saúde da Família (PSF). 
O PSF, depois de um forte crescimento desde suas origens em 1994, passou a aumentar sua cobertura mais 
lentamente a partir de 2006, dada as limitaçõesestruturais dos municípios desassistidos em cumprir os requisitos 
para receber os recursos federais para instalar o Programa, entre eles a falta de profissionais. 
Os resultados do Programa Mais Médicos ainda estão para ser conhecidos e pode reverter parcialmente este 
quadro, mas a realidade até 2012 ainda era bastante precária. Entre 1994 e 2002, a cobertura do PSF passou de 0 
a 32%. No entanto, entre 2002 e 2012 passou de 32% a 51%. Cerca da metade dos brasileiros ainda não tem 
acesso ao programa. 
A lenta evolução na cobertura do PSF pode ter reduzido o ritmo melhoria nas condições de saúde. Os indicadores 
entre 1994-2002 tiveram uma melhora significativa tanto na cobertura de atenção básica como na oferta de 
serviços em todos os níveis de complexidade e nos resultados básicos. As taxas de mortalidade infantil, por 
exemplo, baixaram de 37,2 para 23,4 por mil nascidos vivos (uma redução de 5,6% ao ano). Entre 2002 e 2011 
elas se reduziram a um ritmo ligeiramente menor, de 23,4 para 15,3 por mil nascidos vivos (4,6% ao ano). 
Em países como o Chile, Costa Rica e Uruguai estas taxas estão abaixo de 10 por mil nascidos vivos. Por outro 
lado, as taxas de mortalidade materna – outro objetivo de desenvolvimento do milênio – se reduziram muito 
entre 1990 e 2013, quando passaram de 120 para 60 por 1000 nascidos vivos. No entanto, a redução da RMM no 
Brasil, nos anos noventa (3,4% ao ano), foi mais do dobro da que se observa no período 2000-2013 (1,6% ao ano). 
Nos últimos anos, tentou-se a implementação de algumas propostas que seriam importantes para melhorar a 
organização a qualidade do cuidado, como a criação de redes de saúde, esforços nas áreas de acreditação de 
estabelecimentos de saúde e a regulação do acesso aos serviços, através da criação de centrais de regulação e 
processos de referencia e contra-referencia. Alguns Estados e municípios em todo o país, mas principalmente em 
São Paulo, Minas Gerais, Paraná, tiveram bons resultados nestas áreas, mas faltaram recursos e incentivos do 
Governo Federal para um avanço efetivo destes processos em todo o território nacional. 
O Financiamento da Saúde na Conjuntura Recente 
Os gastos totais de saúde no Brasil têm crescido muito nos últimos anos. Entre 2000 e 2010 passaram de 7,2% 
para 9% do PIB. O gasto público também. Passou de 40% para 47% do gasto total em saúde Mas esse crescimento 
do gasto público não foi suficiente para cumprir o que está prometido na Constituição de 1988: propiciar uma 
cobertura de saúde universal, integral e igualitária para todos. Mais da metade dos gastos em saúde no Brasil 
ainda são privados, sendo pagos por famílias ou por empresas para seus trabalhadores. 
A participação do gasto público ainda é baixa frente a média dos países da ricos, onde alcança 62% do gasto total. 
A eficiência no uso do gasto em saúde no Brasil que é muito baixa, conforme demonstra uma pesquisa recente da 
Bloomberg, onde entre 48 países, medindo a relação entre gastos e resultados em saúde, o Brasil foi considerado 
um dos menos eficientes. 
Para aumentar os gastos, se esperava a regulamentação da EC 29, aprovada no ano 2000. Esta ficou em vigência 
provisória até 2004, quando deveria ser promulgada Lei Complementar regulando a matéria em definitivo. Mas 
isso não ocorreu. Após quase uma década, a regulamentação da EC 29 somente voltou a ser discutida em 
dezembro de 2007, depois que foi derrubada a vigência da Contribuição Social para a Saúde – CSS (Ex CPMF). 
Somente em 21 de setembro de 2011, o Projeto de Lei Complementar 306 de 2008, que regulamenta a Emenda 
Constitucional 29, foi enviado ao Senado, sendo aprovado em 7 de dezembro de 2011 e sancionado pela 
Presidência da República (Lei Complementar 141, de 13 de janeiro de 2012). 
A Lei 141 define, em seu artigo 5º, que “a União aplicará, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde, o 
montante correspondente ao valor empenhado no exercício financeiro anterior, apurado nos termos desta Lei 
Complementar, acrescido de, no mínimo, o percentual correspondente à variação nominal do Produto Interno 
Bruto (PIB) ocorrida no ano anterior ao da lei orçamentária anual”. Na Lei foram vetados, 15 dispositivos do texto 
aprovado pelo Congresso Nacional, impedir “instabilidade na gestão fiscal e orçamentária” e o retorno da 
Contribuição Social à Saúde (CSS). Os estados mantiveram a obrigação de investir 12% da arrecadação com 
impostos e os municípios, 15%. 
O grande dilema associado a este processo foi o seguinte: numa época onde o PIB tem tido um crescimento pífio, 
como os anos 2012-2014, aumentar os recursos para saúde na mesma proporção da variação do PIB não 
permitirá que os recursos para a saúde cresçam na velocidade que se necessita para completar os direitos 
constitucionais. Em nome disso, surgiu em 2013 o movimento “Saúde + 10”, cujo objetivo seria garantir que os 
recursos federais para a saúde representassem pelo menos 10% da Receita Corrente Bruta (RCB) do Governo. 
Mas este tema ainda se encontra em discussão. 
Síntese dos Principais Desafios 
A implementação do SUS é um processo ainda por completar. Entre os principais desafios que existem para a 
implementação do SUS estão os seguintes: 
1. No âmbito dos direitos, das mudanças culturais e demográficas: Consolidar mecanismos que atendam aos 
reclamos mais imediatos da população, evitando as filas, melhorando a qualidade e resolvendo os problemas que 
se apresentam nos estabelecimentos de saúde. É necessário aumentar a qualidade mas também tratar os 
cidadãos com a dignidade e respeito, criando instâncias para resolver as queixas e avaliar a qualidade e a 
satisfação dos usuários dos serviços públicos; 
2. No âmbito do financiamento: Completar o processo que possa garantir, de um lado, um melhor uso dos 
recursos existentes do SUS, aumentando a eficiência, a fiscalização para reduzir a corrupção e o mau uso e 
garantido os recursos suficientes para financiar a expansão das necessidades da população; 
3. No âmbito da Gestão dos Serviços: Estabelecer processos que integrem os serviços, desde a atenção básica aos 
hospitais, com os serviços auxiliares e a oferta de medicamentos, e estabelecer modelos alternativos de gestão 
dos serviços, que permitam aumentar a autonomia gerencial, premiar a eficiência e remunerar os 
estabelecimentos e o pessoal de acordo aos resultados alcançados. Os serviços devem também ser 
modernizados, a través do uso em massa de tecnológicas de informação e comunicação, que permitam a 
marcação eletrônica de consultas médicas e a existência de registros eletrônicos que contenham os dados clínicos 
dos pacientes para acompanhamento com qualidade e para a produção e análise de dados e tendências do setor, 
como forma de subsidiar os processos de planejamento; 
4. No âmbito da coordenação do SUS com o Setor Privado: O SUS não é um sistema único, e nem totalmente 
estatal. Cerca de dois terços dos leitos hospitalares pertencem ao setor não estatal – lucrativo e filantrópico – e o 
SUS não apenas necessita da rede privada (que hoje administra boa parte das organizações sociais em São Paulo, 
por exemplo), mas também fornece serviços de alta tecnologia para os usuários dos planos de saúde. Portanto, 
há que aumentar os níveis de coordenação entre o SUS e a saúde suplementar. 
O QUE PRECISA MUDAR NO SUS? 
No âmbito dos direitos, das mudanças culturais e demográficas: 
· O SUS deverá articular-se com outras instâncias governamentais e setores para que se possa, não apenas 
atender as demandas trazidas pelo envelhecimento da população brasileira, que aumenta a morbidade e a 
mortalidade por doenças crônicas, mas também criar um processo ativo para a prevenção dos fatores de risco 
que hoje constituem a maior ameaça para a população brasileira, como o tabagismo,alcoolismo, sedentarismo, 
stress laboral, acidentes de trânsito e violência; 
· Implantar um Cartão de Saúde, pessoal e intransferível, atribuído a qualquer brasileiro desde seu nascimento 
para o acesso à rede de saúde (Pública ou plano de saúde) mais próxima a sua residência, com um conjunto de 
direitos, ações, prestações e deveres definidos. A informação relacionada neste cartão conteria a história clínica. 
O acesso à informação seria restrito ao medico de família e ao indivíduo, mas, uma vez identificado, propiciaria 
uma base de dados que permitiria ao Governo, em todos os níveis, conhecer as reais necessidades, demandas, 
consumo e gastos em saúde, permitindo um melhor planejamento e uma alocação mais eficiente dos recursos no 
setor. O Cartão-Cidadão de Saúde, além de ser a garantia do acesso e qualidade da saúde para a população, seria 
o primeiro passo para um efetivo choque de gestão no setor saúde. 
Por detrás do Cartão de Saúde, haverá um forte investimento público em Tecnologias da Informação (TI) para a 
gestão dos serviços de saúde, desenvolvendo e implantando centrais de agendamentos dos atendimentos, 
vinculadas à Atenção Primária, incluindo as internações hospitalares, e a telemedicina, como porta de acesso dos 
profissionais de saúde nas regiões mais distantes a uma contínua assistência técnica, teleconsultas, tele-
monitoramento, avaliação e solução para problemas de diagnóstico e tratamento à distância. 
No âmbito do financiamento, se deveria não apenas aumentar os recursos, mas também a eficiência do setor. 
Através de: 
· Implementar a proposta popular dos 10% da Receita Corrente Bruta da União para o setor saúde, ou política 
similar, que garanta um crescimento progressivo dos recursos para o setor; 
· Melhorar a gestão do setor, com a autonomia de gestão em todos os níveis das redes de saúde, o 
estabelecimento de contratos de gestão com metas quantitativas e qualitativas de resultados e incentivos à 
prestação dos serviços, a definição e aplicação de protocolos, padrões de qualidade e processos otimizados para 
os controles internos e a otimização do modelo assistencial, com incentivos para a desospitalização e a 
profissionalização do cuidado; 
· Criar uma política de remuneração dos provedores e unidades de saúde, associada ao desempenho, com base 
na qualidade da assistência médica, na informação contínua e padronizada dos processos assistenciais, que 
remunere não o ato médico, mas o diagnóstico, a patologia ou as linhas de cuidado e que seja uniforme e 
igualmente aplicável tanto aos estabelecimentos públicos como aos privados. 
No âmbito da gestão dos serviços o novo modelo deverá basear-se: 
· Na criação de redes assistenciais integradas de saúde, que permitirão o melhor uso possível dos recursos de 
saúde – públicos, privados e filantrópicos – ao nível de cada região, gerando um modelo assistencial com foco no 
paciente, garantindo a continuidade do acesso a todos os níveis da rede de serviços (do médico de família ao 
hospital), qualificando a rede de serviços e a coordenação do acesso, com respostas adequadas às necessidades 
do paciente em todos os âmbitos de prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação; 
· No estabelecimento de uma política efetiva de educação e comunicação pública em saúde, com obrigatoriedade 
de ser aplicada no setor privado, que garanta a todos a promoção de ações individuais e coletivas, para evitar 
doenças transmissíveis e não transmissíveis e a prevenção contra os principais fatores de risco a saúde, incluindo 
aqueles de ordem comportamental, social, econômica, relacionados ao trabalho, às condições de moradia e ao 
meio ambiente; 
· Na universalização do acesso ao Programa de Saúde da Família: O Brasil não precisa somente de mais médicos. É 
necessário Fortalecer e estender o Programa Saúde da Família para todo o território nacional, qualificando e 
ampliando a sua cobertura, incorporando mais profissionais e profissões, estruturando-o como “porta de 
entrada” do SUS e garantindo que este atenda a todas as necessidades de promoção, prevenção e atenção básica 
da população brasileira; 
· No acesso aos serviços de maior complexidade: É necessário garantir o acesso da população aos atendimentos 
de maior complexidade com especialistas, exames e assistência hospitalar de maneira ágil, incluindo o transporte 
do deslocamento aos serviços referenciados, e o acesso ao cuidado (inclusive hospitalar) correspondente ao nível 
de risco do paciente; 
· No acesso rápido e oportuno para urgências e emergências: Implantar e implementar redes de atendimentos 
para as urgências e emergências médicas, atualmente insuficientes e causadoras de grandes sofrimentos pela 
população, além da necessária ampliação do número de leitos de UTI e atendimento digno nos prontos-socorros; 
· Em ir além da farmácia popular: Aperfeiçoar as estratégias existentes e integrar a rede de assistência 
farmacêutica com todos os níveis de serviços de saúde, a través do cartão cidadão da saúde, de forma a garantir, 
por exemplo, as medicações de uso contínuo para todos os pacientes, incluindo os portadores de doenças 
crônicas, como a diabetes, hipertensão e alto colesterol; 
· Em estimular políticas justas de remuneração dos profissionais de saúde, vinculadas à qualidade e ao 
desempenho assistencial, ao desenvolvimento de carreiras para as profissões de saúde e a melhoria da formação, 
distribuição e produtividade dos recursos humanos setoriais; 
· Em estimular uma melhor distribuição regional de profissionais de saúde e identificar os déficits de profissionais 
nos setores públicos e privados de saúde, tanto ao nível regional como local, através de incentivos econômicos e 
condições de trabalho adequadas e gratificantes, estimulando a qualidade e o aperfeiçoamento contínuo dos 
profissionais, assim como sua contínua recertificação profissional; 
No âmbito da coordenação entre o SUS e o Setor Privado, se deveria reduzir as grandes reclamações da 
população usuária dos planos de saúde que representa 25% da população brasileira, com elevado número de 
insatisfações e com uma grande desigualdade no acesso e qualidade dos planos. Tal processo ocorreria a partir 
de: 
· Fortalecer, modernizar e profissionalizar a Agencia Nacional de Saúde Suplementar (ANS), para dar maior 
garantia e homogeneidade aos direitos dos usuários dos planos de saúde, melhorar as ferramentas de avaliação e 
monitoramento da qualidade do setor, melhorar o nível de informação para que as empresas e famílias possam 
escolher a melhor operadora que cuidará de seus planos individuais ou coletivos; 
· Identificar oportunidades de colaboração e investimento, desenvolver parcerias público-privadas com 
compartilhamento de riscos operacionais e financeiros e para estimular os aumentos de produtividade e ganhos 
de eficiência, estabelecendo critérios para a qualificação dos prestadores e viabilizando o intercâmbio e troca de 
informações; 
· Aumentar a equidade entre os que têm e os que não têm planos de saúde e reduzir, através das redes 
assistenciais integradas, a disparidade nos níveis de atenção entre os que detêm planos de saúde e os usuários do 
SUS, acabando progressivamente com a dupla ou tripla cidadania no acesso a saúde dos brasileiros; 
· Fortalecer a participação social, através de mecanismos de controle e de avaliação da satisfação dos usuários do 
SUS e dos planos de saúde, e de processos participativos representativos para que a gestão da saúde use, de 
forma integrada, a voz dos usuários para avançar e para corrigir os problemas detectados no sistema.

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