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POVO E POPULAÇÃO
Quando falamos de “povo” estamos diante de um conjunto de pessoas que fazem parte de determinado Estado, porém, quando se trata de “população”, nada mais é de que o quantitativo das pessoas que se encontram em certo momento em determinado Estado, afirma Celso Ribeiro Bastos (2002). Neste sentido, argumenta Lenio Luiz Streck:
“Como elemento pessoal constitutivo do Estado, há que se ter presente a distinção entre população, que diz respeito a todos os que habitam o território, ou seja, engloba todas as pessoas, mesmo que temporariamente permaneçam em um território, sem nada dizer a respeito dos vínculos com o Estado, pois se apresenta como um conceito demográfico-matemático, e povo, que realça o aspecto jurídico do grupo vinculado a uma determinada ordem normativa, mostrando-se como um conceito jurídico-constitucional.” (STRECK; BALSAN DE MORAES, 2014, s.p.)
Outrossim, é possível fazermos uma análise do que viria a ser “povo” e “população” no Estado brasileiro para se ter uma noção prática destes conceitos. Sendo assim, população é o conjunto de brasileiros e estrangeiros presentes no país no momento da análise e povo são os brasileiros natos e naturalizados, daí a ideia de sentimento de nacionalidade presente na concepção de povo.
Paulo Bonavides (1993) também expõe o que vem a ser população e povo. Para o autor, os apátridas também são incluídos no conceito de população, além dos estrangeiros e todas as pessoas presentes no território do Estado em determinado momento, não precisando estar necessariamente sujeitas ao poder estatal. População, além de possuir aspecto quantitativo é um conceito puramente estatístico e demográfico. Por outro lado, povo tem fundamentalmente uma relação jurídica com o Estado, seja por meio da nacionalidade ou por meio da cidadania.
Portanto, pode-se entender que a diferença entre povo e população está na possibilidade de os indivíduos terem ou não uma relação jurídica com o Estado por meio da cidadania e da nacionalidade. Faz-se necessário salientar também que, em se tratando de povo, pode-se haver indivíduos pertencentes a um povo que não estejam presentes no território do seu Estado de origem, com, por exemplo, os agentes diplomáticos e as pessoas que tenham a cidadania ou nacionalidade e por algo motivo esteja ausente de seu Estado.