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direito administrativo I

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Caso Concreto 1 
É corre to afi rmar que o Di reito Administrativo é fruto de construçõe s jurisprude nci ai s? 
Dis corra a res pe ito, identifi cando na Consti tuição de 1988 os artigos que refle te m o 
pe ns amento dos pri ncip ai s articul adore s da Re volu ção France sa de 1789. 
Si m. É corre to afi rmar, te ndo em vista o pape l do Conselho de Estado Francê s na construção 
do Di rei to A dmi nis trati v o. 
Mon tes quieu - A rt. 2º São Pode re s da Uni ão, inde pe nden te s e harmôni cos e ntre si , o 
Legisl ati vo, o Exe cutivo e o Ju di ci ári o. 
Rousse au - Art. 5º Todos são i guai s pe rante a l ei, se m di s ti nção de qual q ue r nature za, 
garanti nd o-se aos brasilei ros e aos estrange i ros resi de nte s no País a i nvi olabi lid ade do di rei to à 
 vi da, à l i berdade, à igual da de , à se gurança e à propri edade . 
Caso Concreto 2 
O pre fei to do muni cípi o ?P", conhe cido como João do ?P?, de te rmi nou que , em todas as pl acas 
de in auguração das nov as vi as muni ci pai s pavi me ntadas e m se u mandato na locali dade 
de nominada ?E?, fos se colocada a se gui nte home nagem: ?À min ha que ri da e amada 
comunid ade ?E?, um pre se nte espe cial e exclusi vo do Jo ão do ?P?, o úni co que se mp re agiu 
e m favor de nosso povo!? O Ministério Público estadual intimou o Prefeito a fim de esclarece r 
a questão . Na qualidadede procurador do município,você é consultado pelo Prefeito,que 
insiste em manter a situação. Indique o princípio da Administração Pública que foi violado e porque motivo. 
O Princípio da Legalidade foi violado, pois nas placas e atividades não podem constar promoção pessoal de autoridade .
Caso Concreto 3 
José e stá in scrito em concurso público para o cargo de assi ste n te admi ni s trati v o da 
Ad mi nis tração Públi ca d i re ta do Estado de Rorai ma. Após a re al i zação das provas, ele f oi 
aprovado para a f ase fi nal do ce rtame , que pre vi a, alé m da apre se n tação de docume ntos, 
e x ames médi cos e psi cológi cos. A lis ta dos candi d atos aprovados e o prazo para a 
apresentação dos docume ntos pe sso ai s e para a re ali zação dos e x ame s mé di cos e psi cológi cos 
f oram publi cados no Di ário Ofi ci al do Pode r Exe cuti vo d o Estado de Rorai ma após 1 ( um) ano 
da reali zação das prov as; assi m como f oram ve i cul ado s através do si te da In te rne t da 
Ad mi nis tração Públi ca d i re ta do Estado, tal como pre vi s to no re sp e cti v o e di tal do concurso. 
Entre tanto, José reside e m muni cípio l ocal izado no i nte ri or do Estado de Rorai ma, onde não 
ci rcul a o Di ári o Ofi ci al e que, por que stõe s ge ográf i cas, não é prov ido de Inte rne t. Por tai s 
razõe s, José pe rde os prazos para o cumpri me n to da apre sen tação de docume ntos e dos 
e x ames médi cos e psi cológi cos e só toma conheci me n to da si tuação quando re sol ve entrar e m 
contato telef ôn i co com a se cretari a do concurso. Ins ati sf ei to, José procura um advogado para 
i ngre ss ar com um Mandado de Se gurança contra a ausê ncia de intimação e spe cífica e pe ssoal 
quando de su a aprovação e dos prazos pe rtinente s à f ase final do concurso. Na quali dade de 
advogado de José, indique os argume ntos ju rídi cos a s e re m uti li zados ne ssa ação judi ci al. 
Na quali d ade de advogado argui ri a a vi ol ação do Princípi o da Razoabil idade , poi s te nd o em 
vi sta as cond i çõe s ge ográficas, e le não ti nha acesso a ne nhuma f orma de comun i cação e a 
publi ci d ade não foi ate ndi d a com a me ra publi cação no Dari o Ofi ci al (D.O. ) 
Caso Concreto 4 
O Pre feito de uma Ci dade do inte ri or do Estado do Rio de Janei ro edi tou de cre to promovendo 
uma ampl a re f ormul ação administrativ a, na qual fo ram pre vi s tas a criação, a ex ti n ção e a 
f usão de órgãos da admi nis tração di re ta e de autarqui as muni ci p ais . Ale gou o gov e rno 
muni ci p al que , alé m de atende r ao i nte re sse públi co, a reformul aç ão admi ni s trativa inse ri a-se 
na compe tê nci a do Pode r Exe cuti vo para, no exercíci o do pode r regul ame ntar, dispor sobre a 
e strutu ração, as atri bui çõe s e o f unci onamento da admi ni s tração local . Em face dessa si tu ação, 
res ponda, de fo rma fundame ntada, se é con siderada le gítima a ini ci ativa do chefe do Poder 
Exe cuti vo muni cipal de , me diante de cre to, promove r as mudanças pre te ndidas. 
Não. É i ncons ti tucional a criação e ex tinção de órgão por ato administrativo. Só é poss ível a 
admi ni stração públ i ca com De cre to se n ão cri ar ou ex ti n gui r órgão púb li co e também não cri ar 
de spesas.
caso Concreto 5 
O Gov e rnador do Estado X, após a aprovação da Asse mbl ei a Le gi sl ati va, nome ou o ren omado 
cardi ologis ta J oão das Neves, ex-presidente do Consel ho Fe deral de Me di ci na e seu ami go de 
l onga data, para uma d as di re tori as da Agê n ci a Re gul adora de Transpo rtes Pú bli cos 
Concedi dos de seu Estado. Ocorre que , algun s me se s de p oi s da nome ação, João das N eves e o 
Gove rnado r ti ve ram um grave de se n te nd i me nto acerca da conve ni ênci a e op ortuni d ade da 
e di ção de de te rmi nada norma expedida pela agênci a. Alegando a to tal pe rda de confi ança no 
di rigen te João das Ne ve s e , após o aval da Assembl ei a Le gi slativa, o gove rnad or ex one rou- o do 
referido cargo. Consi derando a n arrativ a fáti ca acima, re spon da ao s i tens a s e gui r, 
e mpre gando os argume ntos ju rídi cos apropri ados e apre sen tando a f undamentação legal 
pe rti ne n te ao caso. 
A)À l uz do Poder Dis cri cionári o e do regi me ju rídi co apl i cável às Agê ncias Re gul adoras, 
f oi ju ridi came n te correta a nome ação de João das Neve s para ocupar o refe ri do cargo? 
Não foi corre ta a nome ação, porque a autori dade no me ada não de tinha a 
e spe ci ali zação ne ce ssária para ocupar cargo de di rigen te da refe rida unidade 
reguladora, conf orme art. 5 da Lei 8966-00
 b)Foi corre ta a de ci são do governador e m e xone rar João das Ne ve s, com aval da 
As se mblei a Legi slati va, em razão da que bra de confi ança? 
Não, poi s e le não ocupa cargo AD N UTUM, não pode ndo se r ex one rado liv re me nte 
pel o governador.
Caso Concreto 6 
Os muni cíp i os ?X?, ?Y? e ?Z?, ne ces si ta nd o e stabele ce r u ma efetiva fi scaliz ação 
sani tári a d as ati vi d ade s de senvol vid as por parti cul are s e m uma fei ra de prod utos 
agrícol as reali zada na i nte rse ção te rri tori al dos re fe ridos e nte s , re sol ve m celeb rar um 
cons órcio públ i co, com a criação de uma assoc i ação púb li ca. A refe ri da ass oci ação, de 
modo a atuar com efi ci ênci a no se u mi ste r, resolve dele gar à Empre sa ABCD a 
i nstal ação e ope ração de sistema de câme ras e mon i torame nto da en trada e saída d os 
produtos . Di ante da si tuação acima apresentada, re sponda aos i te n s a se guir. 
 
A)P ode a associação púb lica apli car mul tas e de mai s sançõe s pel o descumpri me nto 
das normas sani tári as e stabele cidas pel o re fe rid os e nte s ?X?, ?Y? e ?Z?? 
Si m, el a pode, poi s é uma p essoa de direi to pub li co que goza de pode r de i mpé ri o 
pode n do apli car as de vi das pe nali dade s . 
 
B)É possível que a re feri da associ ação públ i ca re ali ze a del e gação pre vi sta para a 
e mpre sa ABCD? 
Si m, é possível . A ati vi d ade de fi s cali z ação é uma ativi dade i ns trumental poden do 
se r de le gada. 
Caso concreto 7
Caio, Tício e Mévio são servidores públicos federais exemplares, concursados do 
Ministério dos Transportes há quase dez anos. Certo dia, eles pediram a três colegas 
de repartição que cobrissem suas ausências, uma vezque sairiam mais cedo do 
expediente para assistir a uma apresentação de balé. No dia seguinte, eles foram 
severamente repreendidos pelo superior im ediato, o chefe da seção em que 
trabalhavam. Nada obstante, nenhuma consequência adveio a Caio e Tício, ao 
passo que Mévio, que não mantinha boa relação com seu chefe, foi demitido do 
serviço público, por meio de ato administrativo que apresentou, como fundamentos, 
reiterada ausência injustificada do servidor, incapacidade pa ra o regular exercício 
de suas fun ções e o episódio da ida ao balé. Seis meses após a decisão punit iva, 
Mévio o procura para, como advogado, in gressar com m edida judicial capaz de 
demonstrar que, em verdade, nunca faltou ao serviço e que o ato de demissão foi 
injusto. Seu cliente lhe informou, ainda, que test emunhas podem comprovar que o 
seu chefe o perseguia há tempos, que a obtenção da folha d e f requência 
demonstrará que nunca faltou ao serviço e que sua avaliação funcional s empre foi 
excelente Como advogado, considerando o uso de todas as provas mencionadas pelo cliente, indique a peça processu al adequada para amparar a pretensão de seu cliente e os fundamentos adequados. 
Resposta: A peça a ser elaborada consiste em uma petição inicial de ação de rito 
ordinário. N ão se admite a impetração de Mand ado de Se gurança, uma vez que 
Mévio pretende produzir provas, inclusive a testemunhal, para demonstrar o seu 
direito, sendo a dilação probatória vedada no Mandado de Segurança. 
O endereçamento da peça deverá se r feito a um Juiz Federal da seção judiciária de 
algum EstadoO polo ativo da demanda é ocupado por Mévio, e o polo passivo, pela União. 
No mérito, deve ser demonstrada a possibilidade de análise do ato administrativo 
pelo J udiciário, para controle de legalidade, e que o motivo alegado no ato de 
demissão é falso, em violação à teoria dos motivos determinantes. 
Ainda no mérito, o examinando deve indicar a viola ção do Art. 41, § 1º, da 
Constituição Federal, uma vez que Mévio foi demiti do do Serviço Público sem 
a abertura de regular processo administrativo. O examinando, por fim, deve 
indicar que não foi assegurado a M évio o contrad itório e a a mpla defesa, 
violando o dev ido processo legal. 
Além disso, o ato representa viol ação aos princípios da isonomia, uma vez 
que Mévio foi o único dos três servidores penalizados pela ida ao balé, e da 
impessoalidade, pois Mévio foi alvo de perseguição por seu chefe. 
Nesta parte d a c ausa de pedir, deverá ser m encionada a lesão patrimonial, pelo não 
recebimento dos vencimentos no período em qu e se coloca arbitrariamente fora dos 
quadros da Administração por demissão ilegal. 
O examinando deve formular pedidos de an ulação do ato que aplicou a penalidade, de reintegração aos quadros
da Administra ção, de reparação mate rial com o pagamento retroativo de seus 
vencimentos, como se nã o tivesse sido demit ido. A postulação à re paração 
moral não é obrigatória. Deverá haver, por fim, post ulação de citação e de 
produção de p rovas t estemunhal e documental, bem como indicação do valor da 
causa.
Caso concreto 8
 A Lei n. XX, de março de 20 04, instituiu, para os servidores da autarquia federal 
ABCD, o adicional de conhecimento e qualificação, um acréscimo remuneratório a 
ser pago ao servidor que, comprovadamente, realizar curso de aperfeiçoamento 
profissional. Com esse incentivo, diversos servidores passaram a se inscrever em 
cursos e seminários e a ter deferido o pagamento do referido adicional, mediante 
apresentação dos respectivos certificados. Sobre a hipótese, responda aos itens a 
seguir. 
A) A Administração efetuou, desde janeiro de 2006 , enquadramento equivocado 
dos diplomas e certificados apresentados por se us servidores, p agando-l hes, por 
essa razão, um valor superior ao que lhes seria efetivamente devido. Poderá a 
Administração, em 2015, rever aqueles atos, reduz indo o valor do adicional pago 
aos servidores? 
Resposta: Não. Nos termos expressos do Art. 54 da Lei nº 9.784/1999, "O direito 
da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos 
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em q ue 
foram praticados". E, em se tratando de efeitos patrimoniais contínuos, como no 
exemplo descrito, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro 
pagamento. B) Francisco da Silva, servidor da autarquia, vem percebendo, há seis anos o 
referido adicional, com base em um curso que, de liberadamente, n ão concluiu (fato 
que passou despercebido pela comissão de avaliação r esponsável, levada a erro por 
uma declaração falsa assinada pelo servidor). A Administração, percebendo o erro, 
poderá cobrar do servidor a devolução de todas as parcelas pagas de forma errada? 
Resposta: Sim, uma vez que se demonstre a má-fé do servidor. Nos termos o Art. 
54 da Lei nº 9.784/1999, "O direito da Administ ração de anular os atos 
administrativos de que decorram efeitos f avoráveis pa ra os destinatá rios decai 
em cinco anos, contados da data em que f oram praticados, salvo comprovada 
má-fé". Francisco da Sil va, que não concluiu o curso e, mesmo assim, apresentou 
declaração a fim de recebe r o referido adicional, agiu de má -fé e não está 
protegido pela fluência do prazo decadencial.
 
Caso Concreto 9 
 
A le i fe deral nº 1.234 e stabele ce u nov as di re tri ze s para o ensino mé di o no país, 
de te rmi nando a i nclusão de Dire i to Consti tuci o nal como di sci pli n a obri gatóri a. 
Para regulamentar a apli cação da lei , o Pre si den te da Repúbl i ca e ditou o De cre t o 
nº 10 1 que , a f im de ate nde r à nova exi gên ci a le gal , i mp õe às escol as públ i cas e 
particul are s, a in sti tui ção de aul as de Di rei to Cons ti tuci onal, de Di rei to 
Ad mi nis trati v o e de Noções de De fe sa do Co nsumidor, no míni mo, de uma hora 
se manal por di s ci pli na, com professores dife re nte s para cada uma. Com base na 
hi pótese apre se ntada, res po nda, fu ndame ntadamente, aos i te ns a seguir. 
 
A)Con si de rando o pod e r re gul ame ntar, conf e ri do à Admi nistração Públi ca, de 
e di tar atos normati vo s ge rai s para compl ementar os coma ndos legi slativos e 
pe rmi ti r sua apli cação, é váli do o De cre to nº 101, ex pe did o pe lo Che fe do 
Poder Exe cu tivo? 
O decreto não é váli do, po rque o ato admi ni s trativo e x orbi tou a fun ção 
regulame ntar, di sse mai s do que a le i. 
 
B)O ato e xpedido pelo Chefe do Pode r Exe cuti vo e s tá suj eito a controle pel o 
Poder Legisl ati vo ? 
Si m, e stá sujei to ao controle do Pode r Le gi s l ati vo que dev e rá sustar a e ficácia 
do ato. 
 Caso Concreto 10 
João, come rciante e xperi me ntado, fundado na l ivre i nici ati va, re sol ve pe di r à 
admi ni stração do muni cípi o ?Y? que l he outorgue o compe te nte ato para 
i nstal ação de uma banca d e j ornal na cal çada de uma rua. Consi de rando a s i tuação 
narrada, indaga- se : 
A) P ode o Mu ni cípio ?Y? se ne gar a outorgar o ato, ale gando que consi de ra 
de sne ce s sári a a refe rid a in stal ação? Fund ame nte. 
Si m, pois trata- se de um ato discri cion ário, cabendo a admi ni s tração a anali se 
da conv eniên ci a e oportuni dade . 
B) Pode o muni cípi o ?Y?, após a outorga, rever o ato e o revogar? Ne s te caso é 
de vi d a i nde niz ação a João? Fun dame nte . 
Si m, o muni cípi o pode re ver e revogar se m di rei to a indeni zação. 
C) Caso o ato de outorga previsse prazo para a duração da util ização do espaço 
públi co, se ri a devida i nde niz ação se o Pode r Pú bli co res ol ve sse cancelar o ato 
de outorga antes do prazo? Fundame nte 
Si m, cabe inde nização, poi s o di rei to não pro tege comportame ntos 
contradi tóri os da administração públ i ca.
Caso concreto 11
O Município M, em sérias dificuldades financeiras, pretende alienar 
alguns dos bens integrantes do seu 
patrimônio. Em recente avaliação, foi identificado que o Centro 
Administrativo do Município, que concentra todas 
as secretarias da Administração Municipal em uma área valorizada da cidade, 
seria o imóvel com maior potencial 
financeiro para venda. 
Com base no caso apresentado, responda aos itens a seguir. 
A) É necessária licitação para a alienação do Centro Administrativo, caso se 
pretenda fazê-lo para o Estado X, 
que tem interesse no imóvel? 
O examinando deve indicar que, conforme previsão constante do Art. 
17, I, “e”, da Lei nº 8.666/1993, é 
dispensada a licitação para a venda de um bem imóvel a outro órgão ou 
entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo. Portanto, 
não é necessária a licitação. 
 
B) Caso o Município pretenda alugar um novo edifício, em uma área menos 
valorizada, é necessária prévia 
licitação? Responda justificadamente, empregando os argumentos jurídicos 
apropriados e a fundamentação legal 
pertinente ao caso. 
O examinando deve indicar que é possível a locação com dispensa de 
licitação de imóvel destinado ao 
atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades 
de instalação e localização 
condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor 
de mercado, segundo avaliação 
prévia, conforme previsão expressa do Art. 24, X, da Lei nº 8.666/1993 .
caso concreto 12
O Estado X está realizando obras de duplicação de uma estrada. Para tanto, foi necessária a interdição de uma das faixas da pista, deixando apenas uma faixa livre para o trânsito de veículos. Apesar das placas sinalizando a interdição e dos letreiros luminosos instalados, Fulano de Tal, dirigindo em velocidade superior à permitida, distraiu-se em uma curva e colidiu com algumas máquinas instaladas na faixa interditada, causando danos ao seu veículo.
A partir do caso proposto, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir.
Em nosso ordenamento, é admissível a responsabilidade civil do Estado por ato lícito? (Valor: 0,60)
A resposta é positiva. A responsabilidade do Estado pela prática de ato lícito assenta no princípio da isonomia, ou seja, na igualdade entre os cidadãos na repartição de encargos impostos em razão do interesse público. Assim, quando for necessário o sacrifício de um direito em prol do interesse da coletividade, tal sacrifício não pode ser suportado por um único sujeito, devendo ser repartido entre toda a coletividade.
B) Considerando o caso acima descrito, está configurada a responsabilidade objetiva do Estado X? (Valor: 0,65)
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas.
A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação.
A resposta é negativa. A configuração da responsabilidade objetiva requer a presença de um ato (lícito ou ilícito), do dano e do nexo de causalidade entre o ato e o dano. A culpa exclusiva da vítima é causa de exclusão da responsabilidade objetiva, uma vez que rompe o nexo de causalidade: o dano é ocasionado por conduta da própria vítima. No caso proposto, Fulano de Tal conduzia seu veículo em velocidade superior à permitida, distraiu-se em uma curva e deixou de observar as placas e o letreiro luminoso que indicavam a interdição da pista.
Caso concreto 13
No Governo Federal, a Casa Civil realizou pregão e, ao final, elaborou registro de preços para a contratação de serviço de manutenção dos computadores e impressoras, consolidando a ata de registro de preços (com validade de seis meses) em 02.10.2010. A própria Casa Civil será o órgão gestor do sistema de registro de preços, sendo todos os ministérios órgãos participantes.
Em 07.02.2011, o Ministério “X” pretendeu realizar contratação de serviço de manutenção dos seus computadores no âmbito deste registro de preços, prevendo duração contratual de 1 (um) ano.
Nesta situação, indicando o fundamento legal, responda aos itens a seguir.
É válida a elaboração de uma ata prevendo preço para a prestação de serviços e que permita futuras contratações sem novas licitações? 
 Sim, trata-se do sistema de registro de preços, previsto no Art. 11, da Lei nº 10.520/00.
B) Um deputado integrante da oposição, constatando que os preços constantes da ata são 20% superiores aos praticados pelas três maiores empresas do setor, poderá impugnar a ata?
 Sim, qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço constante do quadro geral em razão de sua incompatibilidade com o preço vigente no mercado (Art. 15, § 6º, da Lei n. 8.666/93).
C)O Ministério “X” pode realizar a contratação pelo prazo desejado?
Sim. Embora a ata de registro de preços tenha validade máxima de um ano – seis meses, no caso concreto, por previsão do edital –, o contrato tem prazos autônomos em relação à ata. Deve ser celebrado dentro da validade, mas a partir daí, sua duração é regida pelas disposições do Art. 57 da Lei de Licitações.
Caso Concreto 14 
 
A Se cre taria de Saúde do Muni cípi o de Mu ri aé- MG reali zou proce di me n to 
l i ci tatóri o na modali dade de concorrê nci a, do ti p o me no r pre ço, para aquisi ção 
de in sumos. Ao fi n al do julgame nto das propostas, obse rvou -se que a 
mi croe mp re s a Al f a havi a apre se ntado preço 8% (oi to por ce nto) superi or e m 
relação à proposta mais bem classificada, apresentada pela empresa Gama. 
Diante desse cenário,a Pasta da Saúde concedeu à microempresa Alfa a 
oportunidade de oferecer proposta de preço inferior àquela trazida pela empresa Gama. Valendo-se disso, assim o fez a microempresa Alfa, sendo e m 
favor desta adjudicado o objeto do certamente . Inconformada, a empresa Gama 
interpôsre curso, alegando, em síntese,a violação do princípio da isonomia, 
previsto no Art. 37, XXI , da Constituição da República e no Art. 3º, da Lei n° 
8.666/ 199 3. Na qual idade de Assessor Jurídico da Secretaria de Saúde do 
Município de Muriaé - MG, utilizando- se de fundamentação e argumentos 
jurídicos,responda aos itens a seguir. 
A)É juridicamente correto oferecertal benefício para a microempresa Alfa? 
Sim,é juridicamente correto dar tratamento diferenciado nas licitações 
públicas as ME e EPP 
B)Houve violação ao princípio da isonomia? 
Não houve violação a isonomia,pelo contrário,foi atendida a isonomia 
material . 
 Caso Concreto 15 
 
No curso de obra pública de ampliação da malha rodoviária, adequadamente 
licitada pela Administração Pública, verifica-se situação superveniente e 
excepcional , na qual se constata a necessidade de realização de desvio de 
percurso,que representa aumento quantitativo da obra. Diante do caso 
exposto,empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação 
legal pertinente,responda aos itens a seguir. 
A)É possível que a Administração Pública exija o cumprimento do contrato 
pelo particular com a elaboração de termo aditivo, mesmo contra a sua 
vontade ? 
Sim,é uma das características das cláusulas de exorbitância,a 
possibilidade de alteraçãouni lateral do contrato. 
B)Em havendo concordância entre o particular,vencedor da licitação,e a 
Administração Pública, há limite para o aumento quantitativo do objeto do 
contrato? 
Sim. Mesmo na hipótese de concordância não é possível extrapolar o 
limite de 25% para aumentar, somente para diminuir. 
 
Caso Concreto 16 
 
O Estado ABCD contratou a sociedade empresária X para os serviços de 
limpeza e manutenção predial d o Centro Administrativo Integrado,se de do 
Governo e de todas as Secretarias do Estado. Pelo contrato, a empresa fornece 
não apenas a mão de obra, mas também todo o material necessário, como, 
por exemplo, os produtos químicos de limpeza. O Estado deixou, nos últimos 4 
( quatro) meses, de efetuar o pagamento, o que, inclusive,levou a empresa a 
inadimplir parte de suas obrigações comerciais.Com base no caso 
apresentado,responda aos itens a seguir. 
A)A empresa é obrigada a manter a prestação dos serviços enquanto a 
Administração restarinadimplente ? 
Não.A empresa pode optar por suspender em caso de não pagamento por 
parte da administração pública supere 90 dias. 
B)Caso, em razão da situação acima descrita, a empresa tenha deixado de 
efetuar o pagamento aos seus fornecedores pelos produtos químicos 
adquiridos para a limpeza do Centro Administrativo, poderão esses 
fornecedores responsabilizar o Estado A BCD, subsidiariamente, pelas 
Dívidas da empresa contratada? 
Não, a responsabilidade do Estado somente será solidária no caso de 
encargos previdenciários.Em se tratando de encargos comerciais,fiscais e 
trabalhistas a responsabilidade e exclusiva da contratada.

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