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1 No fluxo do debate destaca-se que o trabalho ainda se apresenta como condição essencial de sobrevivência da maioria da população. Ainda que a mão de obra não seja absorvida pelos critérios clássicos e se reconfigure de formas diversas, o indivíduo na sociedade burguesa atual necessita do trabalho para legitimar sua condição social. O trabalho, como você já teve oportunidade de estudar em outras aulas, se configura como fundamento da prática social, ou seja, a condição do intercâmbio entre o homem e a natureza, através do qual o indivíduo social realiza seus próprios fins. Retratando, assim, o duplo e radical tormento indicado pela autora: X “A radicalidade do dilema é que atualiza-se a condição de trabalhador livre, despossuído, sem que se atualizem as possibilidades de transformar-se em trabalhador assalariado.O sofrimento derivado do trabalho alienado ou a falta de trabalho continua polarizando as vidas da maioria absoluta dos cidadãos na sociedade contemporânea. Tal afirmativa não implica secundarização das mudanças observadas nas feições e formas assumidas pelo perfil do trabalho social, ou seja, de suas metamorfoses (Iamamoto, 1999, p. 88)”. Segundo OFFE (1984 , p.20), acumulam-se indícios de que o “trabalho remunerado formal perdeu sua qualidade subjetiva de centro organizador das atividades humanas, da auto – estima e das referências sociais, assim como das orientações morais”. Além deste aspecto, como destaca Iamamoto, (1999, p. 87): “Ao mesmo tempo em que se restringem as oportunidades de trabalho, o acesso de trabalho continua senso uma condição preliminar de sobrevivência da maioria da população, alijada de outras formas de propriedade que não seja sua capacidade de trabalho”. O indivíduo como trabalhador livre e dependente do trabalho Falta de oportunidade de troca da força de trabalho. 2 A autora sublinha que nos locais de trabalho observa-se: Crescimento da demanda por serviços sociais; Aumento da seletividade no âmbito das políticas sociais; Diminuição dos recursos, dos salários; Critérios cada vez mais restritivos de acesso aos direitos sociais. As mudanças na esfera do trabalho apresentam impacto direto sobre as diferentes categorias profissionais. Diante dessa assertiva, como pensar a atuação do assistente social? A inserção do assistente social no interior da divisão sócio- técnica do trabalho sofre os rebatimentos dos elementos constitutivos do mundo do trabalho na atual sociedade capitalista. Esses elementos redefinem papéis, demandas e funções para as diversas categorias profissionais, entre elas, o próprio Serviço Social. Marilda Iamamoto se apresenta como principal interlocutora da presente temática sinalizando que: “Um dos veios analíticos, inaugurado na década de 1980, considera o Serviço Social como uma especialização do trabalho coletivo, dentro da divisão social e técnica do trabalho, partícipe do processo de produção e reprodução das relações sociais. A profissãosó pode afirmar-se como prática institucionalizada e legitimada na sociedade ao responder a necessidades sociais derivadas da prática histórica das classes sociais na produção e reprodução dos meios de vida e de trabalho de forma socialmente determinada (IAMAMOTO, 2001, p. 83)”. 3
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