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Geotecnia - 1ª Lista de Exercícios ( 2ª Parte) 19. Cite exemplos de minerais primários e secundários e os tipos de frações em que estão presentes. Os minerais primários são: quartzo, feldspato e mica e estão presentes nos solos arenosos. Os minerais secundários são os argilominerais, como caulinita, ilita e monemorilonita e estão presentes em solos argilosos. 21. Cite as fases constituintes de um solo fazendo o respectivo croqui esquemático das mesmas e responda: - Qual(is) fase(s) é(são) importante(s) na sua classificação - Qual(is) fase(s) é(são) importante(s) para compreender o seu comportamento “in situ”. O solo é composto por sua fase líquida, uma fase gasosa e uma fase sólida. Para a sua classificação, a única fase que importa é a fase sólida, que indica o tamanho de sua partículas. O seu comportamento depende da fase sólida, ou seja, do tipo de solo, e da fase líquida, pois a água muda o comportamento geomecânico do solo. 22. Quais as principais propriedades que distinguem solos argilosos e arenosos? Solo argilosos possuem maior plasticidade, maior compressibilidade e maior resistência, pois as forças de coesão que atuam nesse tipo de solo são maiores do que as forças de atrito que atuam nas areias. A areia possui uma permeabilidade maior do que a da argila pois o solo arenoso não possui forças de superfície deixando a água livre entre as partículas sólidas (solos argilosos possuem essa força). 23. Você encontra-se diante de uma série de amostras dos mais variados tipos de solos. Descrever passo a passo como devemos proceder a identificação e classificação desses solos. Para identificar e classificar o solo é possível fazer uma identificação visual- táctil, procurando definir a ocorrência ou não de matéria estranha ao solo, cor natural da amostra, que sinaliza a sua constituição mineralógica, teor de umidade, minerais reconhecíveis, odores estranhos, características granulométricas e de plasticidade, origem orgânica/marinha, presença acentuada de mica, origem residual e grau de evolução pedológica. Caso houvesse mais recursos, poderia ser feito o ensaio de peneiramento e sedimentação. Neste ensaio a amostra é colocada seca numa solução defloculante de hexametafosfato, o solo grosso vai para a peneira 200 que retêm as partículas maiores que 0,075mm. Esse solo retido na peneira vai para a estufa e depois para o peneiramento, onde fica por cerca de 15 minutos no agitador. Esse ensaio separa as partículas por tamanho tornando possível identificá-las. 24. Para que servem as amostras deformadas e indeformadas. Quando usamos cada uma e quais os processos de obtenção e cuidado a serem tomados. Nas amostras deformadas é possível tirar informação sobre textura e constituição mineral, nas amostras indeformadas além dessas informações também é possível saber o teor de umidade e estrutura (índices de vazios, massas específicas). Usamos a amostra deformada quando não há muito orçamento e quando a obra não é de grande porte, não sendo necessárias informações sobre sua estrutura. A amostra indeformada é utilizada quando são necessárias mais informações sobre o solo, havendo orçamento e tendo uma obra de grande porte. Quanto aos cuidados, no laboratório a amostra deformada deve ser acondicionada em sacos plásticos lacrados e identificados por número, loca, data, profundidade de amostragem. Já a amostra indeformada deve ser coberta por parafina e acondicionada em câmera úmida. Deve-se também identificar o topo e a base (posição no campo), local, data e profundidade da coleta. 25. Qual o interesse do engenheiro ambiental em conhecer as propriedades geomecânicas dos solos? O engenheiro ambiental precisa conhecer as propriedades geomecânicas do solo, pois os impactos ambientais estão diretamente relacionados com o comportamento dele. Por exemplo, para fazer uma obra de terraplanagem num talude é necessário antes conhecer o solo para fazer uma compactação e uma escanificação para evitar um ponto de fragilidade ocasionado por uma descontinuidade, o que poderia causar um escorregamento. 26. Em que se baseia a determinação da composição granulométrica dos solos argilosos? Para os solos finos são utilizados ensaios de sedimentação, que mede indiretamente a velocidade de queda das partículas em água (solos grossos - peneiramento). 32. Como se determina o teor de unidade de um solo (em laboratório e “in situ”)? Em laboratório o teor de umidade pode ser determinado na estufa de 105ºC a 110ºC com circulação interna de ar e temperatura constante. “In situ” pode ser utilizado o método da frigideira (não recomendável) ou pelo método speedy. 33. Quais tipos de “águas” existem nos solos? Água de constituição: é o que faz parte da estrutura molecular das partículas sólidas. Pertence a estrutura cristalográfica do argilomineral, não podemos acessá-la. Água adsorvida (ou adesiva): é aquela película de água que envolve e adere fortemente a partícula sólida, não pode ser retirada por secagem. Água livre: é a que se encontra em uma determinada área do terreno enchendo todos os vazios (poros ou interstícios) do solo. Está sob pressão atmosférica e sujeita às leis da hidráulica, podendo fluir entre os interstícios do solo desde que haja diferença de potencial. Água higroscópica: é a que ainda se encontra no solo seco ao ar livre em laboratório (na sombra). Portanto, em equilíbrio com a umidade ambiente. Água capilar: presente nos interstícios capilares dos solos finos, em especial nas argilas (está sob pressão menor que a pressão atmosférica – pressão negativa). 36. Discorra sobre as propriedades geomecânicas dos solos lateríticos, suas frações constituintes, coloração e comportamento na prática. Os solos lateríticos, geralmente, apresentam, baixa plasticidade e baixa atividade, não, perdem a resistência quando em contato com a água e apresentam baixa expansão porém sofrem contração relativamente alta quando forem bem argilosos. São solos permeáveis e consequentemente resistentes à erosão. Podem apresentar elevada coesão e elevado ângulo de atrito. Possuem cor avermelhada, laranja ou amarela em função da presença ou não e do tipo de óxido de ferro presente. A fração argila apresenta caulinita como argilomineral e pode conter elevada porcentagem de óxidos de ferro e alumínio hidratados. A fração areia e pedregulho tem sempre quartzo e ainda óxidos de ferro e alumínio cimentados formando concreções lateríticas ferruginosas ou aluminosas. Concreção: feição geológica de forma geralmente esférica ou discoide centimétrica que se destaca na rocha e que é resultante da precipitação de hidróxidos de ferro, de manganês e outros, de carbonatos, de sílica, selando os poros da rocha e podendo até substituir minerais e partículas da rocha em torno de um núcleo que favorece essa precipitação. 37. Discorra sobre as propriedades geomecânicas dos solos saprolíticos, suas frações constituintes, coloração e comportamento na prática. Mantém ainda as características estruturais e a natureza da rocha mater (estrutura reliquiar) quando de origem residual. Envolvem muitos minerais, muito vazios, muita disposição de descontinuidades, xistosidades e estratificações pré- existentes. Compondo-se em uma mistura de solos e rochas, apresentam heterogeneidade muito grande (por exemplo, quando formados de rocha gnáissica), mas podem apresentar perfil homogênico no caso deorigem sedimentar. As características de plasticidade deste solo variam muito conforme a complexidade das frações de argila e areia, podendo variar de altamente plásticos, muito expansivos e de elevada contração (ex: folheto, argilito) até não plásticos e não expansivos (saprólito de quartzo). Vale destacar que são solos erodíveis na maioria dos casos. A fração argila pode apresentar qualquer argilo-mineral, sendo que a caulinita saprolítica pode ter comportamento diferente da laterítica pelo fato do ferro não estar associado. As frações areia e pedregulho podem apresentar quartzo, feldspato e mica, além de fragmento de rocha. Observação: A presença de mica na fração de areia, assim como na fração de silte, poderá mudar o comportamento geomecânico deste solo, isto é, um solo saprolítico micáceo é um material muito expansivo na secagem como na molhagem.
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