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2ª FASE OAB – XXV Exame 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Ponto a Ponto 
 
 
Profa. Pollyana Dieine & 
Prof. Gladstone Felippo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRONOGRAMA DE AULAS 
 
 
Aula inaugural – dia 12 de abril 
 
Aulas 1 – dia 18/04 (manhã – 9h às 12h) – Direito Material 
 
Aula 2 – dia 20/04 (manhã) – Direito Material 
 
Aula 3 – dia 25/04 (manhã) – Direito Material 
 
Aulas 4 – dia 27/04 (manhã) – Direito Material 
 
Aula 5 – dia 02/05 (manhã) – Direito Material 
 
Aula 6 – dia 04/05 (manhã) – Direito Material 
 
Aulas 7 e 8 – dia 05/05 (sábado – 9h às 12h e 13h e 16h) – Processo 
 
Aula 9 – dia 09/05 – Direito Material 
 
Aula 10 – dia 11/05 – Direito Material 
 
Aulas 11 e 12 – dia 12/05 (Resolução de questões e direito processual) 
 
Aula 13 – dia 16/05 – Direito Material 
 
Aula 14 – dia 18/05 – Direito Material 
 
Aula 15 e 16 – dia 19/05 – (sábado – 9h às 12h e 13h e 16h) – Processo 
 
Aula 17 – dia 23/05 – Direito Material 
 
Aula 18 – dia 25/05 – Processo e Direito Material 
 
Aulas 19 e 20 – dia 26/05 – Sumulas, jurisprudência e revisão geral 
 
 
Simulados – 2 simulados 
 
Simulado 1 – 03/05 (quinta-feira) - de 8 as 12hs, com correção ao vivo a partir das 13hs 
 
Simulado 2 – 17/05 (quinta-feira) - de 8 as 12hs, com correção ao vivo a partir das 13hs 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGENTES PÚBLICOS 
Para estudar os agentes públicos, precisamos nos socorrer da 
Constituição, arts. 37 a 41 (regime jurídico constitucional), e da Lei n. 8.112/90 
(Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União). Em relação ao Estatuto, os 
pontos mais cobrados são as formas de provimentos, os cargos públicos, os deveres 
e impedimentos, e o regime disciplinar. 
No conceito de agentes públicos, podemos incluir todos aqueles que, a 
qualquer título, exercem uma função pública como representantes do Estado, quer 
seja de forma remunerada ou gratuita, definitiva ou transitória, política ou técnica. 
Trata-se de uma denominação bem ampla. O art. 2º da Lei n. 8.429/92 (Lei de 
Improbidade Administrativa) melhor definiu os agentes públicos. 
Classificação (espécies) de agentes públicos 
Por sua amplitude conceitual, podemos agrupar os agentes públicos em 
3 categorias distintas: (i) agentes políticos; (ii) particulares em colaboração e; (iii) 
servidores públicos civis. O regime jurídico dos servidores públicos militares não 
costuma ser cobrado na prova. Militares das Forças Armadas (art. 142 da CRFB) e 
Militares das policias estaduais (art. 42 da CRFB). 
 
(i) Os agentes políticos, de uma forma geral, são os representantes 
constitucionais de cada Poder. Caracterizam-se por desempenharem funções de 
direção e execução de metas públicas e fixação de estratégias de ação e por 
possuírem funções normalmente transitórias (salvo algumas exceções). Sua 
investidura se dá, via de regra, por eleição ou indicação. 
Exemplos de agentes políticos: Chefes do Poder Executivo, Ministros de 
Estado, Secretários Estaduais e Municipais, membros eleitos do Poder Legislativo. 
Agentes Públicos (art. 2º da LIA) 
Agentes 
Politicos 
Particulares em 
Colaboração 
Servidores 
Públicos 
 
 
IMPORTANTE: embora exista grande divergência, os Magistrados, os 
membros do Ministério Público, os Conselheiros dos Tribunais de Contas e os 
Diplomatas são inseridos na categoria de agentes políticos especiais. 
(ii) Os particulares em colaboração são aqueles que não possuem 
vínculos funcionais com a Administração Pública e executam certas atividades 
especiais, classificadas como públicas, como resultado do vínculo jurídico que os 
prende ao Estado. Em regra, a colaboração não é remunerada com recursos públicos. 
Exemplos de particulares em colaboração: estagiários públicos, 
advogados contratados para fazer sustentação oral em tribunal (agentes 
credenciados); jurados e mesários (agentes honoríficos); concessionários, 
permissionários de serviço público e notários (agentes delegados). 
Em relação aos notários (titulares de registro e oficio de notas), que 
podem ser considerados como delegatários do Poder Público, art. 236 da CRFB/88, 
aplica-se um regime jurídico especial, previsto na Lei n. 8.935/94. Apesar de a 
função caracterizar-se como de natureza privada, sua investidura depende de prévia 
aprovação em concurso público e sua atividade se submete ao controle por parte do 
Judiciário. 
IMPORTANTE: a natureza da responsabilidade civil do notário foi 
recentemente modificada pela Lei n. 13.286/16, que alterou a redação do art. 22 da 
Lei n. 8.935/94. A partir de agora, para fins de questões de prova, a responsabilidade 
civil é SUBJETIVA, ou seja, os notários e oficiais de registro são civilmente 
responsáveis por todos os prejuízos que causarem a terceiros, por culpa ou dolo, 
pessoalmente, pelos substitutos que designarem ou escreventes que autorizarem, 
assegurado o direito de regresso. 
E mais: prescreve em três anos a pretensão de reparação civil, contado o 
prazo da data de lavratura do ato registral ou notarial. Trata-se de norma especial em 
relação à norma geral prevista no Decreto n. 20.910/32. 
(iii) Os servidores públicos, finalmente, são aqueles que possuem 
relação funcional firmada com o Estado, de forma permanente ou temporária. São 
divididos em três grupos distintos, definidos pela natureza do vínculo funcional: 
 
 
 
IMPORTANTE: os estatutários ocupam cargos públicos, que podem 
ser vitalícios, efetivos ou em comissão. Salvo no caso dos comissionados, os 
estatutários são admitidos por concurso público, assim como os empregados 
públicos (celetistas públicos). No entanto, os temporários são considerados 
servidores com funções públicas e sem cargo, portanto, não se submetem a concurso 
público, mas tão somente a um processo seletivo simplificado (PSS). 
Cargos públicos 
Cargo Público é a mais simples e indivisível unidade de competência a 
ser expressa por um servidor público. É como se fosse uma armadura com poderes e 
deveres (competências). São encontrados na estrutura funcional da Administração 
Direta, Autárquica e Fundacional, previstos em número certo e com denominação 
própria, ocupados por servidores públicos estatutários, com funções específicas e 
remuneração fixada em lei. 
Conforme registra a Lei n. 8.112/90, em seu art. 3º, cargo público é o 
conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional 
que devem ser cometidas a um servidor, acessíveis a todos os brasileiros, criados 
por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para 
provimento em caráter efetivo ou em comissão. 
Criação e extinção de cargo público 
Como regra geral, os cargos públicos são criados ou extintos por lei de 
iniciativa de cada Poder, art. 48, X, CRFB/88. No entanto, essa regra comporta duas 
exceções: (i) criação e extinção de cargos e funções para os serviços auxiliares do 
Poder Legislativo, que podem ser feitas por mera resolução de cada casa do 
Congresso Nacional – arts. 51, IV e 52, XIII da CRFB/88 e (ii) extinção de cargos 
declarados vagos, que pode ser feito mediante decreto autônomo do Chefe do Poder 
Executivo – art. 84, VI, “b”, da CRFB/88. 
Servidores Públicos 
Estatutários 
relação jurídica de trabalho disciplinada por 
leis (Estatutos). Servidores comuns 
(estatuto geral); servidores especiais 
(policiais, professores, fiscais – estatutos 
especiais). demandam na Justiça Comum 
 
Empregados Públicos 
Vinculados à CLT ou legislação 
específica, com vínculo contratual de 
trabalho. Demandam na Justiça do 
Trabalho 
 
Temporários 
contratação por tempo determinado para o 
atendimento de situações de excepcional 
interesse público (art. 37, IX,da CRFB/88). 
demandam na Justiça Comum 
 
 
IMPORTANTE: em razão de sua natureza contratual, os empregos 
públicos encontrados nas empresas públicas e sociedades de economia mista não 
dependem de lei para sua criação ou extinção. São postos de trabalho criados por 
iniciativa de seus diretores gerais, observados os limites de gastos com pessoal. 
 
Classificação dos cargos 
Os cargos públicos podem ser vitalícios, efetivos e em comissão. 
Ser vitalício não significa ser imune à perda. É somente uma forma de 
“blindar” determinados cargos estratégicos cujas funções são essenciais ao Estado. 
Os ocupantes de cargo vitalício somente podem perdê-lo em razão de sentença 
judicial transitada em julgado. 
Apenas três cargos são vitalícios, todos com previsão constitucional: 
Magistrados (art. 95, I), membros do Ministério Público (art. 128, §5º, I, a) e os 
membros dos Tribunais de Contas (art. 73, §3º). Apesar de a Constituição falar em 
Ministros do TCU, todos os demais Tribunais de Contas adotam a vitaliciedade, que 
só é adquirida a partir do segundo ano de exercício da função no cargo. 
IMPORTANTE: A vitaliciedade do cargo é prerrogativa atribuída pela 
Constituição, não sendo admissível que constituições ou leis municipais criem 
cargos com esta garantia. ADIN n. 2.729-RN. 
Os cargos efetivos são os mais comuns na estrutura funcional da 
Administração Pública. Embora em menor grau, os cargos efetivos também 
oferecem aos seus titulares certa segurança. 
Efetividade X Estabilidade - Ao ser aprovado em concurso público, 
nomeado, empossado (investido) e entrar em exercício, o servidor ocupante de cargo 
efetivo deverá se submeter a duas condições para aquisição da estabilidade: (i) 
Exceções ao principio da reserva legal para criação e extinção de cargos 
públicos 
Poder Legislativo 
criação e extinção de cargos e 
funções para os serviços auxiliares 
do Poder Legislativo, que podem 
ser feitas por mera resolução de 
cada casa do Congresso Nacional – 
arts. 51, IV e 52, XIII da CRFB/88 
Embora não sejam cargos, 
os empregos públicos nas 
estatais não dependem de 
lei para a criação, bastando 
ato próprio da Estatal 
Cargos declarados vagos 
extinção de cargos declarados 
vagos, que pode ser feito 
mediante decreto autônomo do 
Chefe do Poder Executivo – art. 
84, VI, “b”, da CRFB/88 
 
 
tempo de efetivo exercício e (ii) ser considerado apto em estágio probatório. O STJ 
considerou que o prazo de ambos é o mesmo – 3 anos! 
IMPORTANTE: A CRFB/88 prevê uma forma de aquisição de 
estabilidade sem a prévia aprovação em concurso público. Podemos verificar no art. 
19 do ADCT que aqueles servidores que já estavam há mais de 5 anos ininterruptos 
no serviço público quando da promulgação da CRFB/88, foram considerados 
estáveis. Mas a efetividade necessita de concurso público. 
A perda do cargo efetivo, depois da aquisição de estabilidade, só será 
possível mediante 4 hipóteses. Para ficar mais fácil de lembrar, pense que: 
P E S A 
Em que: 
 P – Processo administrativo disciplinar (com todas as garantias do 
devido processo legal (art. 41, §1º, II) 
 E – Excesso de gasto (para fins de redução de despesa e enquadramento 
na Lei Complementar n. 101/00 (art. 169, §4º) 
 S – Sentença judicial transitada em julgado (com todas as garantias do 
devido processo legal (art. 41, §1º, I) 
 A – Avaliação negativa de desempenho pós-estabilidade (feita de forma 
periódica, na forma da lei complementar, ainda não editada (art. 41, 
§1º, III) 
Já os cargos em comissão são aqueles destinados às nomeações 
advindas da confiança que a autoridade pública deposita no nomeado e possuem 
natureza transitória. Podem ser ocupados por servidores estatutários ou por qualquer 
pessoa de confiança da autoridade pública, mesmo não sendo de carreira. São cargos 
de livre nomeação e exoneração, chamados de ad nutum, preenchidos sem a 
necessidade de concurso público. Os cargos em comissão devem ser reservados em 
percentuais mínimos, a ser estabelecido por lei, à servidores de carreira. 
IMPORTANTE: os cargos em comissão e as funções de confiança 
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento, na forma do 
inciso V do art. 37 da CRFB. A principal diferença entre ambos é que as funções de 
confiança são exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargos efetivos, 
enquanto que os cargos em comissão admitem o exercício por qualquer pessoa da 
confiança da autoridade pública. 
 
 
 
Provimento 
Prover significa o preenchimento de um cargo público. As formas de 
provimento estão previstas no Estatuto dos Servidores e já foi objeto de três 
questões até o XXI Exame. Somente a reintegração tem previsão constitucional 
também (art. 41, §2º, CRFB). 
A doutrina reconhece que o provimento pode ser originário ou derivado. 
Será originário quando origina uma relação estatutária nova. Será derivado quando o 
cargo for preenchido por servidor com vínculo estatutário anterior sujeito ao mesmo 
Estatuto. Pode ser ainda derivação vertical, horizontal ou por reingresso. 
As formas de provimento elencadas na Lei são: a promoção (derivada 
vertical), a readaptação e a recondução (derivadas horizontais) e a reversão, a 
reintegração e o aproveitamento (derivadas por reingresso). A nomeação é a única 
modalidade originária e pode se dar tanto para cargo efetivo quanto para cargo em 
comissão. 
A disponibilidade é uma situação funcional na qual o servidor passa à 
inatividade em virtude da extinção de seu cargo ou da declaração de sua 
desnecessidade (art. 41, §3º, da CRFB/88), ou ainda quando, em razão da 
reintegração de outro servidor, seja retirado do cargo que ocupava sem ter um cargo 
de origem para regressar. Diferente da disponibilidade punitiva, aplicável aos 
magistrados e membros do MP (art. 93, VIII e 130-A, §2º, III, ambos da CRFB/88). 
A extinção do cargo, como pressuposto da disponibilidade, não depende da 
estabilidade. 
Em regra, é remunerada de forma proporcional ao tempo de serviço. O 
retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento 
obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente 
ocupado. 
IMPORTANTE: a transferência e a ascensão, duas modalidades de 
provimento que existiam na Lei n. 8.112/90, foram revogadas pela Lei n. 9.527/97, 
por violação ao principio concursivo. 
 
 
 
 
 
A título de memorização das formas de provimento, vamos observar o 
seguinte: 
 
 
 
 
 
 
 
IMPORTANTE: No caso da recondução, encontrando-se provido o 
cargo de origem, o servidor será aproveitado imediatamente em outro ou colocado 
em disponibilidade. Já nas hipóteses de reintegração, encontrando-se provido o 
cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à 
indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade. 
A vacância é uma situação fática em que o cargo público fica vago, ou 
seja, apto a ser novamente preenchido. É como se o anterior usuário da armadura a 
deixasse no armário, pronta para ser usada por outro alguém. As causas que levam a 
vacância podem ser memorizadas da seguinte forma: 
P A D R E P F 
Onde: 
 P – Promoção 
 A – Aposentadoria 
 D – Demissão 
 R – Readaptação 
 E – Exoneração 
 P – Posse em outro cargo inacumulável 
 F - Falecimento 
Promoção – novo posicionamento na carreira, de forma vertical. 
Readaptação – limitação física ou psíquica vivida pelo servidor. 
Recondução – retorno ao cargo anterior por inaptidão no novo cargo ou 
reintegração do anterior ocupante 
Reversão – volta do servidor aposentado por invalidez ou no interesseda 
Administração 
Reintegração – volta do demitido com todas as vantagens garantidas 
 
 
 
 
Exoneração X Demissão – A exoneração e a demissão não se 
confundem. A única semelhança é o rompimento do vínculo funcional. Demissão é 
sempre uma forma de punição. A exoneração não possui cunho punitivo. 
Processo Administrativo Disciplinar e Responsabilidade do Servidor 
O processo administrativo disciplinar (PAD) é o meio formal pelo qual a 
Administração Pública apura eventuais infrações ao Estatuto Funcional praticadas 
por servidor no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as 
atribuições do cargo em que se encontre investido, bem como possibilita a aplicação 
de eventual penalidade prevista na Lei e proporcional a gravidade da infração. 
Conforme dispõe o art. 143 da lei n. 8.112/90, a autoridade que tiver 
ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração 
imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao 
acusado ampla defesa. 
Deste conceito legal, podemos extrair três premissas: (i) a 
obrigatoriedade de instauração de procedimento apuratório; (ii) utilização da 
sindicância ou do PAD e (iii) a garantia da ampla defesa ao acusado. 
IMPORTANTE: há algum tempo, existiam três modalidades de 
apuração sumaria de irregularidades funcionais: a sindicância, a verdade sabida e o 
termo de declarações. Com a elevação da ampla defesa ao status de principio 
constitucional de observância obrigatória aos processos administrativos, apenas a 
sindicância sobreviveu, tendo em vista que as outras duas modalidades aplicavam 
penalidade diretamente sem a formação de processo de ampla defesa. 
A sindicância administrativa é meio sumário de investigação quando 
existirem apenas indícios de irregularidades funcionais. Por se tratar de 
procedimento preliminar e inquisitório, a sindicância é dispensável quando já 
houver materialidade do fato e autoria. Neste caso, instaura-se diretamente o PAD. 
Lembre-se: Todos os procedimentos que possam conduzir a aplicação 
de penalidades administrativas serão nulos sem a devida ampla defesa, mesmo a 
chamada “Sindicância Acusatória” (art. 145, II, da L. 8.112/90). 
No procedimento de acusação, a presença do advogado no patrocínio da 
defesa do acusado, não é obrigatória. Segundo a Súmula Vinculante n. 5, o que torna 
 
 
nulo o processo disciplinar é a ausência de defesa técnica, que poderá ser exercida 
por qualquer profissional, além do advogado. 
Um dos pontos mais cobrados em relação aos agentes públicos é a 
chamada responsabilidade do servidor pela prática de atos infracionais. 
De acordo com a legislação, existem três esferas distintas de 
responsabilidade: administrativa, civil e penal; 
 
IMPORTANTE: As sanções civis, penais e administrativas poderão 
cumular-se, sendo independentes entre si. Em outras palavras, o servidor que comete 
um ato que repercute nas três esferas de responsabilidade, poderá responder 
simultaneamente a três ações. 
No entanto, existem duas exceções ao principio da independência das 
instancias. A primeira, muito comum em provas, está no art. 126 da Lei n. 8.112/90; 
a segunda, no art. 65 do CPP. A responsabilidade administrativa do servidor será 
afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua 
autoria. 
Vale dizer, se o servidor responde a uma ação criminal e a um PAD ao 
mesmo tempo pelo mesmo fato, e se o juiz decide ser gente FINA, absolvendo o 
servidor por entender que inexistiu o fato delituoso ou a autoria, neste caso a 
absolvição opera efeitos no PAD, que deverá ser extinto. 
 
 
Onde: 
Responsabilidade do servidor 
Administrativa 
Descumprimento das regras 
funcionais previstas nos 
estatutos 
Civil 
Dano de natureza patrimonial à 
Administração ou a particulares 
(ação regressiva) 
Penal 
Cometimento de ato definido em lei 
como crime ou contravenção. 
Definição do art. 327 do CP, entenda-
se “todos os agentes públicos” 
Lembre-se do juiz gente FINA 
 
 
 
 F – Fato 
 I – Inexistente 
 N – Negativa 
 A – Autoria 
 
IMPORTANTE: porém, na hipótese de absolvição penal por qualquer 
outro motivo que não seja o FINA, o PAD seguirá normalmente, como por exemplo, 
a absolvição por insuficiência de provas. A isso, chamamos de resíduo 
administrativo! 
Regime Constitucional dos servidores públicos: Concurso, 
acumulação de cargos e sistema remuneratório 
O tema referente ao regime constitucional dos servidores públicos diz 
respeito as regras funcionais previstas diretamente na CRFB/88, ao longo dos arts. 
37 a 41. De fato, a maior concentração de regras está no art. 37, fundamental ao 
estudo dos servidores. 
Inicialmente, cabe mencionar que a forma de admissão de servidores 
para cargos efetivos e empregos públicos é por intermédio de um procedimento 
administrativo impessoal denominado: Concurso Público. 
Salvo as exceções previstas na própria CRFB/88, a ausência de concurso 
como forma de provimento originário gera a nulidade da contratação. 
Somente é admitida a realização de concurso em que sejam garantidas 
condições de igualdade a todos, respeitados os critérios razoáveis de acesso ao 
cargo. 
O concurso deve ser realizado sob a forma de provas ou provas e títulos. 
Jamais apenas sob a forma de títulos, por torná-lo subjetivo demais. Seu prazo de 
validade deverá ser de até 2 anos, podendo ser prorrogado uma única vez por igual 
período. 
No que tange à realização de exame psicotécnico, de acordo com a 
jurisprudência consolidada do STJ, a legalidade do exame psicotécnico está 
condicionada à observância de três pressupostos necessários: (i) previsão legal - 
sumula vinculante n. 44, (ii) cientificidade e objetividade dos critérios adotados, e 
(iii) possibilidade de revisão do resultado obtido pelo candidato. 
 
 
Exceções ao concurso público – O provimento mediante concurso é a 
regra que comporta algumas exceções, conforme quadro a seguir: 
 
Na elaboração dos editais, a Administração pode exigir determinados 
requisitos de acesso aos cargos públicos, que podem ser objetivos e subjetivos. Os 
primeiros guardam pertinência com as funções do cargo ou emprego e os segundos 
dizem respeito às características físicas da pessoa do candidato. 
Em relação aos requisitos objetivos, como por exemplo ser formado em 
Direito ou ter tempo de atividade jurídica, a exigência é considerada razoável e deve 
ser feita apenas na posse do cargo e não na inscrição definitiva (verbete n. 266 do 
STJ), salvo para o cargo de magistrado. 
Já quanto aos requisitos subjetivos, como idade, sexo ou altura, deve-se 
levar em consideração o princípio da razoabilidade para admitir sua previsão e desde 
que justificável em relação à natureza das atribuições do cargo a ser exercido. 
Recentemente, o STF julgou a questão das tatuagens em candidatos aos 
cargos públicos, principalmente às carreiras policiais. Entendeu a Corte que a 
tatuagem, por si só, não pode ser confundida como uma transgressão ou conduta 
atentatória aos bons costumes. Sendo assim, julgou inconstitucional a proibição de 
tatuagens a candidatos a cargo público estabelecida em leis e editais de concurso 
público. Foi dado provimento ao Recurso Extraordinário (RE) 898450, com 
repercussão geral reconhecida. Desta forma, impedir que candidato com tatuagem 
seja investido em cargo público viola os princípios constitucionais ligados à 
liberdade de expressão e ao amplo acesso aos cargos públicos. 
A única proibição aceitável, ressalvada na decisão da Suprema Corte, foi 
em relação às tatuagens que prejudicam a disciplina e a boa ordem, sejam 
extremistas, racistas,preconceituosas ou que atentem contra a instituição. 
Exceções ao principio concursivo 
Cargos em 
comissão 
(art. 37, II, CRFB) 
Servidores Temporários 
(art. 37, IX, CRFB) e 
Agentes Comunitários de 
Saúde e de Combate às 
Endemias (art. 198, §4, 
CRFB) 
Cargos Efetivos 
Hipoteses legais de 
provimentos derivados e 
Ex-combatentes da 2º 
Guerra (art. 53, I, do 
ADCT) 
Cargos Vitalicios 
Quinto constitucional (art. 94); 
membros dos Tribunais de 
Contas (art. 73, §§1º e 2º); 
Ministros do STF e STJ (arts. 101, 
parágrafo único e 104, parágrafo 
único) 
 
 
Acumulação de Cargos – a regra geral estabelece que é vedada a 
cumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicas, quer seja na 
Administração direta, quer seja em autarquias, fundações, empresas públicas, 
sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou 
indiretamente, pelo poder público, art. 37, XVI e XVII, da CRFB. 
No entanto, o que costuma ser muito cobrado em prova são as exceções 
a esta regra. Na verdade, são quatro exceções previstas na CRFB (art. 37, XVI e art. 
38, III). Mas antes de examinarmos estas exceções, cabe mencionar que a 
acumulação remunerada, em hipóteses permitidas, só é cabível caso haja (i) 
compatibilidade de horários e (ii) as remunerações não ultrapassem o teto 
constitucional. 
IMPORTANTE: Havia uma grande discussão doutrinária acerca desta 
última condição. Alguns entendiam que a soma das remunerações dos cargos 
acumulados não poderia ultrapassar o teto constitucional. Outros enxergavam que 
cada um dos cargos, isoladamente, não poderia ultrapassar o teto. Recentemente, o 
STF, em repercussão geral, decidiu a questão ao afirmar que: “Nos casos 
autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos, empregos e funções, a 
incidência do art. 37, inciso XI, da Constituição Federal pressupõe consideração de 
cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto remuneratório 
quanto ao somatório dos ganhos do agente público” (RE 602043). 
As exceções estão no quadro a seguir: 
 
IMPORTANTE: a vedação se estende por todo o serviço público, em 
qualquer ente da federação. 
IMPORTANTE: É bom que se diga que não há qualquer vedação, 
constitucional ou legal, ao exercício de atividade remunerada (não comercial) junto 
à iniciativa privada, desde que não haja incompatibilidade de horários prejudicial ao 
serviço público. 
Hipóteses de acumulação de cargos, empregos e funções 
dois cargos de 
professor 
um cargo de professor 
com outro técnico ou 
científico 
dois cargos ou empregos 
privativos de profissionais 
de saúde, com profissões 
regulamentadas 
cargo, emprego ou função 
com mandado eletivo de 
vereador 
 
 
Militar x Cargo Civil 
O militar na ativa, assim entendido como os membros das Forças 
Armadas, ao tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente, será 
transferido para a reserva, salvo os profissionais da saúde, que podem acumular, por 
força da alteração promovida pela Emenda 77, de 2014. 
Em outras palavras, o militar em atividade só pode acumular cargo ou 
emprego público civil permanente, se for da área de saúde (médicos, enfermeiros, 
fisioterapeutas etc), tendo em vista a redação do art. 142, §3º, II, da CRFB. 
Vale ressaltar que, embora a Policia Militar e o Corpo de Bombeiros dos 
Estados não sejam considerados como “membros das Forças Armadas”, essa 
alteração promovida pela Emenda 77/14 aplica-se também a eles, por força do §1º 
do art. 42 da CRFB. 
Sistema Remuneratório dos Servidores Públicos 
A remuneração dos servidores públicos efetivos é composta pelo 
vencimento básico e pelas vantagens percebidas, que podem ser adicionais, 
gratificações e indenizações. Alguns servidores, como os agentes políticos, os 
magistrados, os membros do MP e os que compõem as carreiras policiais recebem 
subsidio, que significa uma parcela única fixada em lei. 
Quanto ao teto remuneratório, a regra é a que consta no artigo 37, XI, 
CRFB/88, com redação dada pela E.C. 41/2003. Como teto geral para todos os 
Poderes de todos os entes federativos, é fixado o subsidio mensal, em espécie, dos 
Ministros do Supremo Tribunal Federal. 
Há ainda a previsão de teto remuneratório especifico (Estados e 
Municípios). Cada ente federativo tem a liberdade de fixar seus subtetos, respeitado 
o limite máximo constitucional. A emenda constitucional n. 47/2005 introduziu o 
§12 ao artigo 37, permitindo aos Estados e o Distrito Federal fixarem um teto único 
local remuneratório, que será feito mediante emendas às Constituições Estaduais e 
Lei Orgânica. O limite único a ser respeitado deverá corresponder ao subsidio 
mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, o qual se limita a 
90,25% do subsídio mensal dos Ministros do STF. 
O teto atinge qualquer forma de pagamento, ou seja, remuneração, 
subsidio, salários (empregados públicos que dependem de verbas públicas), 
proventos, percebidas cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais de 
qualquer natureza. 
 
 
IMPORTANTE: O STF já entendeu que as verbas de caráter 
indenizatório e as decorrentes dos Direitos Sociais previstos no art. 7º da CRFB 
estariam excluídas do teto, como por exemplo a ajuda de custo, auxílio-moradia, 
indenização de férias não gozadas, décimo terceiro salário, terço de férias, entre 
outras. 
IMPORTANTE: em relação aos empregados públicos, aqueles 
servidores das estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) aplica-se 
igualmente o teto constitucional, desde que a referida estatal recebe recursos 
públicos para pagamento de pessoal e custeio em geral (art. 37, §9º da CRFB). Ao 
contrário, caso a estatal obtenha receita própria advinda de sua atividade econômica 
(Petrobrás, por exemplo), não há previsão de teto. 
 Em relação ao teto especifico (subteto), vejamos o quadro a seguir: 
 Estados e Distrito Federal Municípios 
Legislativo Subsidio mensal dos 
Deputados Estaduais e 
Distritais 
Subsidio do Prefeito 
Executivo Subsidio mensal do 
Governador 
Subsidio do Prefeito 
Judiciário Subsidio mensal dos 
Desembargadores do Tribunal 
de Justiça local (limitado a 
90,25% do subsidio dos 
Ministros do STF), aplicável 
também, o limite, aos 
membros do Ministério 
Público, Procuradores e aos 
Defensores Públicos 
xxxxxxxxxxxxxxx 
Fixação ou Alteração da Remuneração e Subsídios 
A regra geral determina que a fixação ou alteração das remunerações ou 
dos subsídios somente poderá ser feita por LEI ESPECÍFICA, de iniciativa de cada 
poder, conforme dispõe o art. 37, X, da CRFB. 
No entanto, alguns agentes públicos possuem regra diferenciada, ou seja, 
suas remunerações ou subsídios não serão fixados por lei. 
Exemplos: 
 
 
1. Presidente da República e Vice-presidente, Ministros de Estado, 
Senadores e Deputados Federais: Fixados por Decreto Legislativo do Congresso 
Nacional. 
2. Vereadores: Fixados por Decreto Legislativo da Câmara municipal. 
Todos os demais, inclusive Prefeitos, Governadores e Deputados 
Estaduais, dependem de lei específica. 
Vinculação e Equiparação 
A CRFB/88 é clara ao proibir a vinculação ou equiparação de quaisquer 
espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público 
(art. 37, XIII). A vedação objetiva impedir o chamado “efeito cascata” de 
pagamentos: uma vez aumentada a remuneração de uma determinada categoria de 
servidores, outras categorias também se beneficiariam, causando enorme prejuízo ao 
erário. 
É bom que se diferencie a vinculação da equiparação. Vincular é 
comparar cargos de forma vertical. Um cargo de menor complexidade vinculado aum de maior complexidade para fins de remuneração. Equiparar é relação 
horizontal, de cargos distintos em atribuições e complexidade, para fins de 
igualdade de vencimentos. Era comum entre cargos de Poderes distintos. 
Irredutibilidade de Vencimentos 
De acordo com a regra estabelecida no inciso XV do art. 37 da CRFB, o 
subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são 
irredutíveis. 
No entanto, a irredutibilidade não é absoluta. Apenas protege o servidor 
das chamadas reduções diretas de seus vencimentos concedidos legalmente, ou seja, 
não pode uma lei ou ato administrativo reduzir a parcela dos vencimentos 
anteriormente fixados para o cargo. 
Vejamos os casos em que a redução é possível: 
 
 
 
Em relação ao salário pago aos empregados públicos celetistas, a 
garantia da irredutibilidade está disposta no art. 7º, VI, da CRFB. 
Atrasos de Pagamentos 
A remuneração dos servidores possui natureza alimentar, não sendo 
possível a incidência de arresto, sequestro ou penhora, estando sujeito apenas ao 
desconto de prestações alimentícias, imposto de renda, contribuições 
previdenciárias, empréstimos e pagamentos indevidos, conforme previsão legal. 
O pagamento dos servidores deverá obedecer um calendário pré-
estabelecido, conforme as leis pertinentes. Na hipótese de atraso do pagamento de 
remunerações, além da apuração de responsabilidades, o valor deverá ser corrigido, 
conforme verbete 682 do STF, além da incidência de juros de mora, previstos na Lei 
n. 9.494/97. 
 
 
 
 
 
 
 
Hipóteses de redução constitucional da remuneração dos servidores 
Remunerações 
concedidas 
ilegalmente 
Para fins de corte e 
adequação ao teto 
remuneratório 
Reduções indiretas 
(inflação, tributos) 
Parcelas remuneratórias 
de caráter transitório tais 
como gratificações ou 
adicionais devidos por 
força de circunstancias 
específicas 
 
 
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 
Nos termos do art. 18 da CRFB, a Administração Direta ou Centralizada 
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos 
autônomos entre si. Esta autonomia diz respeito aos aspectos financeiros, 
administrativos e políticos. São pessoas jurídicas de Direito Público interno, 
denominadas Entes Federados, ou Pessoas Politicas. 
Cabe registrar que os entes que integram a estrutura centralizada da 
Administração Pública, especialmente a Federal, devem observar os princípios do 
Planejamento, Coordenação, Descentralização, Delegação de Competência e 
Controle, todos previstos nos arts. 6º ao 14 do Decreto-lei n. 200/67. 
Para uma melhor eficiência administrativa, os entes federados procuram 
descentralizar a execução de suas competências próprias previstas na CRFB. Em 
razão disso, criam por lei entidades administrativas que passam a compor uma 
estrutura descentralizada, denominada Administração Indireta. 
A Administração Pública Indireta é composta por entidades 
administrativas criadas pelas pessoas politicas por meio da descentralização. Estas 
entidades possuem personalidade jurídica própria, autonomia, e estão sujeitas a 
direitos e obrigações. 
IMPORTANTE: convém frisar que entre um ente criador e uma 
entidade criada não existe subordinação hierárquica. O que há entre eles é uma 
espécie de controle por vinculação, ou tutela administrativa, onde o ente, por meio 
de um órgão próprio, irá supervisionar as atividades desenvolvidas pelas entidades. 
Na lei federal, recebe o nome de supervisão ministerial – art. 19 do DL 200/67. 
O elenco das entidades administrativas da Indireta pode ser encontrado 
no DL n. 200/67, em seu art. 5º e na Lei n. 11.107/05 (lei dos consórcios públicos). 
 
 
Onde: 
 
 F – Fundação Pública 
Entidades da Indireta: F A S E 
 
 
 A – Autarquias 
 S – Sociedades de Economia Mista 
 E – Empresas Públicas 
Vale destacar que os consórcios públicos de Direito Público, chamados 
de Associações Públicas, são considerados como espécie autárquica, assim como os 
Conselhos de Classe (CREA, CRM, CREFITO), que são autarquias profissionais ou 
corporativas, integrantes da Administração Pública. 
IMPORTANTE: no julgamento da ADIN 3026-4/DF, o STF consignou 
que a OAB não seria comparada às demais entidades de fiscalização profissional. 
Trata-se de um serviço público independente de categoria ímpar no elenco das 
personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro. Sendo assim, entende o STF 
que a OAB não integra a Administração Pública Indireta e nem se submete ao 
Regime Público, embora seja uma entidade com prerrogativas somente aplicáveis a 
entes públicos, como imunidade tributária e sujeição a competência da Justiça 
Federal. 
Criação das Entidades Administrativas da Indireta 
As entidades da administração pública indireta são criadas por LEI – 
Principio da Reserva Legal, previsto no inciso XIX do art. 37 da CRFB. A lei deve 
ser específica e ordinária, e pode criar diretamente a entidade, ou apenas autorizar 
sua criação. 
Macete: se a entidade ostentar natureza de direito público (autarquias, 
fundações públicas de direito público e consórcios públicos de direito público), a lei 
cria diretamente. Ao contrário, se a entidade for de direito privado (empresas 
públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas de direito privado e 
consórcios públicos de direito privado), a lei apenas autoriza a criação, sendo 
necessário ainda o registro dos atos constitutivos no órgão competente conforma a 
regra da lei civil. 
PJ de Direito Privado Lei Civil – Regime privado Registro dos atos 
constitutivos 
PJ de Direito Público Constituição – Regime 
Público 
Lei específica ordinária 
 
 
PJ de Direito Privado, 
integrante da 
Administração Pública 
Lei Civil + Constituição – 
Regime Hibrido 
Lei específica ordinária 
autorizativa + 
Registro dos atos 
constitutivos 
 
FUNDAÇÕES PÚBLICAS 
As fundações públicas podem assumir personalidade de direito público 
ou de direito privado. Quando públicas, o tratamento jurídico se assemelha ao das 
autarquias, inclusive quanto às prerrogativas públicas, ao ponto de serem 
consideradas pelo STF como “fundações autárquicas”. Ex.: FIOCRUZ, FUNAI. 
Embora o DL 200/67 só trate das fundações públicas de direito privado 
(art. 5º, IV), a existência das fundações públicas de direito público foi confirmada 
pela CRFB (arts. 39, 150, §2º) e mais recentemente pelo novo CPC (art. 183). 
A criação das Fundações Públicas observará a regra do quadro acima, e 
vai depender de sua natureza. Importante ressaltar que a lei criadora tem natureza 
ordinária, e não complementar, não obstante a confusa redação do inciso XIX do art. 
37 da CRFB. A Lei complementar ali mencionada tem a função de definir áreas de 
atuação das fundações públicas, tão somente. 
No que tange ao controle das fundações públicas, cabe salientar que é 
exercido pelo mesmo procedimento que qualquer outra entidade da administração 
pública, independente da sua natureza. Esse controle é por vinculação ao Ministério 
supervisor de suas atividades, ao qual está vinculado. 
AUTARQUIAS 
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, criadas e extintas 
por lei (princípio do paralelismo das formas), para desempenhar atribuições que, 
despidas de caráter econômico, sejam próprias e típicas do Estado (longa manus), de 
forma descentralizada. 
As autarquias institucionais, são entidade destinadas à execução de 
alguma atividade típica do Estado, exercendo funções administrativas e podem 
 
 
arrecadar tributos (Ex. IBAMA e INSS). Possuem apenas capacidade de auto-
administração, mas não possuem capacidade de auto-organização(a organização é 
determinada por ato da Administração Direta). 
Prerrogativas autárquicas 
Por serem extensões da Administração Direta, as autarquias gozam de 
privilégios idênticos aos atribuídos à Fazenda Pública, tais como: 
1. Imunidade tributária (art. 150, §2º da CRFB) – somente em relação a 
IMPOSTOS e abrange patrimônio, renda e serviços que forem vinculados às 
finalidades essenciais da autarquia ou sejam delas decorrentes; 
2. São processadas no juízo do ente político a que se vinculam; 
3. Seus atos são dotados de presunção de legalidade e veracidade e 
podem reunir os atributos da imperatividade e autoexecutoriedade; 
4. Impenhorabilidade de seus bens e rendas (precatório); 
5. Imprescritibilidade de seus bens – bens não são passiveis da 
usucapião (art. 183, §3º, CRFB); 
6. Créditos sujeitos a execução fiscal – inscrição em dívida ativa 
7. Prerrogativas processuais 
IMPORTANTE: em relação às prerrogativas processuais, o atual CPC 
deu nova roupagem a este tema. Agora, as autarquias e fundações de direito público 
gozarão de (i) prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais 
(art.183), salvo quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o 
ente público, como por exemplo o prazo do at. 910 do CPC. Além dos prazos mais 
dilatados, a sentença proferida contra as autarquias e fundações de direito público, 
está sujeita ao (ii) duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de 
confirmada pelo tribunal (remessa necessária – art. 496 do CPC). 
Agências Reguladoras 
 
 
As agências reguladoras são espécies de autarquias de controle sob o 
regime especial. São autarquias especiais que executam funções administrativas de 
caráter normativo (atividade regulatória), de caráter fiscalizatório (poder de polícia), 
além de cuidar administrativamente de questões relacionadas aos concessionários ou 
permissionários de serviços públicos. 
Eis alguns exemplos de agências reguladoras federais: ANEEL (Lei n. 
9.427/96), ANATEL (Lei n. 9.472/97), ANTT (transportes terrestres) e ANTAQ 
(transportes aquaviários - Lei n. 10.233/01), ANAC (Lei n. 11.182/05), ANCINE 
(MP n. 2.281/01 e Lei n. 10.454/02), ANP (Lei n. 9.478/97), ANVISA (Lei n. 
9.782/99), ANS (saúde suplementar – Lei n. 9.961/00), ANA (Lei n. 9.984/00) e 
CVM (Leis n. 6.385/76 e 10.411/02). 
Bom lembrar também que os Estados e Municípios podem criar suas 
agências reguladoras quando se tratar de serviço público de sua competência, 
delegado à iniciativa privada. Ex. AGETRANSP – Estado do RJ – Agencia 
Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, 
Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do ERJ - Lei Estadual 4.555/2005. 
Regime Especial das Agências Reguladoras 
Como vimos acima, em razão de sua posição estratégica na regulação de 
atividades econômicas exploradas pela iniciativa privada, o regime jurídico das 
agências reguladoras possui traços especiais em relação ao regime jurídico comum 
das demais autarquias. Vejamos abaixo as características deste chamado regime 
especial. 
Macete: a lei de criação da ANATEL, Lei n. 9.472/97, em seu art. 8º, 
§2º, à exemplo de outras leis próprias das agências, definiu as características do 
regime especial, a saber: 
1. Independência administrativa – Caracterizada por uma capacidade 
de autoadministração, sem ingerência da Administração Direta (suas demissões, 
suas contratações etc), bem como pela autonomia de suas decisões. 
IMPORTANTE: os processos administrativos se iniciam e se esgotam 
no âmbito própria da autarquia, sem recurso a nenhuma outra esfera 
(impossibilidade de recurso hierárquico impróprio); 
2. Ausência de subordinação hierárquica – Essa característica não 
chega a ser especial em relação ao regime comum, tendo em vista que se aplica a 
todas as entidades da Indireta. Sendo assim, a lei garante a não ingerência 
 
 
administrativa da pessoa política que a criou, limitando o exercício do poder de 
tutela, supervisão ou controle. 
3. Mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes – Essa talvez seja a 
característica mais definidora do regime especial. Seus dirigentes têm investidura a 
termo, são nomeados para prazo determinado fixado em lei. Possuem certa 
estabilidade. São nomeados pelo Presidente da República e sua investidura depende 
de aprovação do Senado (art. 52, III, F, da CRFB). 
Considerando que os dirigentes das agências reguladoras não podem ser 
exonerados livremente pelo Chefe do Poder Executivo (estabilidade especial), 
somente poderão ser desligados nas seguintes situações: (a) ao termino do período 
de investidura dito pela lei, (b) por renuncia, (c) por condenação judicial transitada 
em julgado (d) ou após processo administrativo disciplinar, conforme dispõe o art. 
9º da Lei n. 9.986/00. 
Bom ressaltar ainda que o Dirigente de uma agência reguladora deverá 
ser brasileiro, de reputação ilibada, formação universitária e elevado conceito no 
campo de especialidade objeto da agencia, na forma do art. 5º da Lei n. 9.986/00. 
4. Autonomia financeira – Capacidade de recolhimento de taxas e de 
outras fontes de recurso, estando excluídas do contingenciamento de verbas voltadas 
para as agências reguladoras nas leis orçamentárias, justamente para garantir que ela 
possa executar seu programa anual de fiscalização e controle. 
IMPORTANTE: Além destas quatro características elencadas acima, a 
doutrina reconhece uma quinta: o poder normativo técnico das agências reguladoras. 
Trata-se da possibilidade de expedir regulamentos (resoluções) que são formalmente 
atos gerais e abstratos, como normativos primários. No entanto, entende-se que este 
poder regulamentar limita-se a aspectos estritamente técnicos, como o alcance de 
uma onda de rádio ou doenças excluídas de carência em planos de saúde! 
Agencias Executivas 
Agência executiva é uma qualificação especial dada a uma autarquia ou 
fundação pública que celebra um contrato de gestão com o órgão da Administração 
Direta a que está vinculada, com o objetivo de melhoria da eficiência e redução de 
custos. A agência executiva não está sob regime especial. Trata-se apenas de uma 
qualificação especial dada a uma entidade preexistente (nenhuma entidade nasce 
agencia executiva) – Lei n. 9.649/98 e Decreto n. 2.487/98. 
 
 
A qualificação de autarquia ou fundação como Agência Executiva 
poderá ser conferida mediante iniciativa do Ministério supervisor, que verificará o 
cumprimento, pela entidade candidata à qualificação, dos seguintes requisitos: (a) 
ter celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor e (b) ter 
plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional, voltado para 
a melhoria da qualidade da gestão e para a redução de custos, já concluído ou em 
andamento. 
Para melhor fixação, vejamos o quadro a seguir: 
AGENCIA EXECUTIVA 
O que é? Qualificação / título 
Quem pode ser? Autarquias e Fundações Públicas 
Onde está previsto? Lei n. 9.649/98 e Decreto n. 2.487/98 
Quem concede? Ministério supervisor da entidade 
Como concede? Mediante DECRETO 
O que é necessário fazer? 
a) ter celebrado contrato de gestão com o 
respectivo Ministério supervisor; 
b) ter plano estratégico de reestruturação e de 
desenvolvimento institucional. 
Para que serve a qualificação 
Aumentar a autonomia gerencial da entidade 
e a melhoria da qualidade da gestão e redução 
de custos. 
Exemplo de Agencia Executiva INMETRO 
ESTATAIS- Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas 
Chamamos de ESTATAIS as Sociedades de Economia Mista e as 
Empresas Públicas, entidade dotadas de personalidade jurídica de direito privado, 
cuja maioria do capital votante pertençadireta ou indiretamente ao ente federativo. 
Tratam-se de pessoas jurídicas integrantes da Administração Indireta do Estado, 
criadas por autorização legal e com o fim de possibilitar à Administração Pública a 
execução de determinada atividade de relevante interesse público com maior 
flexibilidade, podendo ser a prestação de serviços públicos ou a exploração de 
atividades gerais de caráter econômico. 
IMPORTANTE: é por intermédio das estatais que a Administração 
Pública intervém no domínio econômico de forma atípica, ou seja, como agente de 
mercado. O art. 173 da CRFB preconiza que a exploração direta de atividade 
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da 
segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. 
 
 
A Emenda 19/98 alterou o §1º do art. 173 da CRFB, determinando que a 
lei estabeleceria o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia 
mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou 
comercialização de bens ou de prestação de serviços. 
No entanto, o chamado “Estatuto das Estatais” demorou 18 anos para ser 
elaborado e finalmente, em junho de 2016, foi publicada a Lei n. 13.303, que trouxe 
regras e definições muito importantes ao estudo destas figuras jurídicas. 
A Lei n. 13.303/16 é um diploma normativo de natureza nacional, 
abrangendo toda e qualquer empresa pública e sociedade de economia mista da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que explore atividade 
econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, 
ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou 
seja de prestação de serviços públicos. 
No fim de 2016, a União Federal regulamentou a Lei n. 13.303, por 
meio do decreto n. 8.945, jogando ainda mais luzes sobre o tema, esclarecendo e 
ditando regras próprias de sujeição das estatais federais. 
Definições importantes da Lei e regulamento Federal 
Empresa pública - é a entidade dotada de personalidade jurídica de 
direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo 
capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal 
ou pelos Municípios. Desde que a maioria do capital votante permaneça em 
propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será 
admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras pessoas jurídicas 
de direito público interno, bem como de entidades da administração indireta da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
Sociedade de economia mista - é a entidade dotada de personalidade 
jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade 
anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta. 
Subsidiária - empresa estatal cuja maioria das ações com direito a voto 
pertença direta ou indiretamente a empresa pública ou a sociedade de economia 
mista; 
Função Social das Estatais - A empresa pública e a sociedade de 
economia mista terão a função social de realização do interesse coletivo ou de 
 
 
atendimento a imperativo da segurança nacional expressa no instrumento de 
autorização legal para a sua criação. 
Forma Jurídica Societária 
A sociedade de economia mista será constituída sob a forma de 
sociedade anônima (S.A) e estará sujeita ao regime previsto na Lei no 6.404, de 15 
de dezembro de 1976, naquilo que não conflitar com a Lei n. 13.303/16. 
A empresa pública poderá adotar qualquer forma jurídica societária, 
preferencialmente, a forma de sociedade anônima, que será obrigatória para as suas 
subsidiárias. 
Criação e Extinção 
As Estatais são criadas e extintas a partir de autorização legal – art. 37, 
XIX, da CRFB/88, com a redação dada pela EC n. 19/98. Os estatutos devem ser 
registrados nos órgãos competentes para dar início a personalidade jurídica – art. 45 
do NCC. 
IMPORTANTE – Se por qualquer fato jurídico o Estado adquirir a 
maioria do capital social de uma empresa, esta não poderá ser considerada como 
uma estatal, porque lhe faltará elemento indispensável a esta configuração: a 
autorização legal. 
Subsidiárias - Art. 37, XX, da CRFB/88. Sua criação também depende 
de autorização legislativa. Contudo, a lei permite que essa autorização legal seja 
genérica e não especifica. Basta que a lei disciplinadora da entidade controladora 
autorize genericamente a posterior criação de entidades subsidiarias. 
Patrimônio 
Os bens das Estatais são próprios e, em regra, o regime jurídico 
aplicável deve ser o privado, por força do disposto no art. 98 do Código Civil. 
No entanto, segundo recentes decisões jurisprudenciais, embora 
privados, os bens das estatais que estejam afetados a uma destinação pública ou que 
sejam essenciais à atividade fim desempenhada, não podem ser objeto de penhora, 
pois são considerados como bens públicos por equiparação. 
 
 
Pessoal 
São considerados servidores púbicos, admitidos por concurso público 
(art. 37, II da CRFB) e submetidos ao regime trabalhista – vínculo contratual de 
trabalho, art. 173, §1º. Neste sentido, não há que se falar em estabilidade e a Justiça 
do Trabalho é a competente para dirimir os litígios – art. 114 da CRFB/88. 
Com relação ao regime de pessoal, existem três questões importantes: 
(i) problema da acumulação de cargos ou empregos remunerados - Não 
podem acumular empregos com cargos ou funções – art. 37, XVII, da CRFB/88; 
(ii) A submissão ou não ao teto remuneratório - Regra geral: se a 
empresa estatal recebe recursos públicos para custeio em geral e despesas com 
pessoal, então seus empregados são obrigados a observar o teto remuneratório 
constitucional (ex.: Casa da Moeda). Ao contrário, caso a estatal não necessite de 
recursos públicos em razão de sua atividade comercial, então os empregados não se 
submetem a teto (Ex.: Petrobras), vide art. 37, §9º da CRFB. 
(III) e se há ou não a chamada demissão imotivada, demissão sem justa 
causa - Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista não se submetem 
integralmente às mesmas regras celetistas, tendo em vista que os empregados 
públicos ingressam por concurso público (art. 37, II, da CRFB). Então, para que o 
empregado público seja demitido da Empresa Pública ou da Sociedade de Economia 
Mista, é necessário que o ato seja motivado, porque se trata de ato administrativo 
obrigatoriamente motivado. 
Em relação aos membros do Conselho de Administração e aos indicados 
para os cargos de diretor, inclusive presidente, diretor-geral e diretor-presidente, 
serão escolhidos entre cidadãos de reputação ilibada e de notório conhecimento, 
devendo ser atendidos os requisitos de elegibilidade previstos no art. 17 da Lei n. 
13.303/16. 
Falência 
Embora a CRFB/88 determine a aplicação do regime privado às 
obrigações comerciais das estatais (art.173, §1º, II), a Lei que regula a recuperação 
judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária – Lei 
n. 11.101/05, excluiu expressamente as estatais do regime falimentar. Sendo assim, 
as estatais não estão sujeitas a falência. 
 
 
Responsabilidade das Estatais 
Segundo a dicção do art. 37, §6º da CRFB/88, é necessário verificar a 
finalidade da estatal para saber se a ela se aplica a responsabilidade objetiva ou 
subjetiva. Se for meramente prestadora de serviço público, a responsabilidade será 
objetiva. 
IMPORTANTE: Dano Ambiental será sempre responsabilidade 
objetiva, art. 14, §1º da lei 6.938/81, lei do meio ambiente, responsabilidade objetiva 
por danos ambientaisindependentemente da atividade da estatal. 
Regime Jurídico 
A natureza destas entidades é pacifica. São pessoas jurídicas de direito 
privado! No entanto, o regime jurídico aplicável é hibrido, porquanto utiliza regras 
de direito privado e regras de direito público. Vejamos o quadro resumo a seguir: 
 
REGIME PÚBLICO REGIME PRIVADO 
Licitação, admissão de pessoal, 
controle e princípios 
constitucionais 
Criação, regime funcional (CLT), contratos, 
bens, ausência de privilégios processuais 
Licitações e Contratos das Estatais 
Até o surgimento da Lei n. 13.303, em junho de 2016, as empresas 
estatais realizavam licitações para serviços, alienações, compras e obras por meio da 
Lei n. 8.666/93, salvo a Petrobras que possuía regulamento licitatório próprio 
(Decreto n. 2.745/98). 
No entanto, a partir do novo estatuto das estatais, todos os 
procedimentos licitatórios das empresas estatais ficaram consolidados na Lei n. 
13.303. A Lei 8.666/93 não mais se aplica às Estatais, salvo em relação as normas 
de direito penal contidas nos arts. 89 a 99 daquela Lei e aos casos de desempate, 
quando não for possível aplicar os critérios contidos no art. 55 do Estatuto das 
Estatais. 
Vejamos agora as principais características das licitações nas 
estatais: 
 
 
1. O Pregão previsto na Lei n. 10.520/02, passou a ser a modalidade 
preferencial nas licitações das estatais; 
2. Os valores mínimos para contratação direta por dispensa de licitação 
foram majorados. 100 mil para obras de serviços de engenharia e 50 mil para 
compras e outros serviços mais simples; 
3. Inversão das fases de habilitação e julgamento das propostas; 
4. Orçamento sigiloso, ao contrário do previsto na Lei n. 8.666/93; 
5. Fase recursal única; 
6. previsão de novas fases de licitação, tais como a preparação, a 
verificação da efetividade dos lances e a negociação. 
Em relação aos contratos celebrados pelas estatais, eis as principais 
mudanças e características: 
1. Possuem natureza PRIVADA!!! 
2. Não aplicação das chamadas cláusulas exorbitantes; 
3. Duração máxima de cinco anos. 
Vejamos, por fim, as principais diferenças entre as Empresas Públicas e 
as Sociedades de Economia Mista: 
 Empresas Públicas 
Sociedades de Economia 
Mista 
Composição do 
capital 
Capital social constituído 
de recursos provenientes 
exclusivamente do setor 
público, podendo ser 
acionista qualquer ente ou 
entidade da 
Administração Pública 
Direta e Indireta 
Capital social admite a 
participação do setor privado, 
sendo a maioria das ações com 
direito a voto de propriedade 
do Poder Público 
Forma Jurídica 
Societária 
Podem assumir qualquer 
forma jurídica, 
preferencialmente 
Só podem ser sociedades 
anônimas 
 
 
sociedades anônimas 
Foro de Litígio 
As empresas públicas 
federais tem seus litígios 
processados e julgados 
pela Justiça Federal, art. 
109, I, da CRFB/88. As 
estaduais e municipais, 
Justiça Comum 
As sociedades de economia 
mista, de qualquer nível 
federativo, litigam na Justiça 
Comum, salvo quando a União 
intervém como assistente ou 
opoente – verbetes n. 517 e 
556 da sumula do STF e 
verbete n. 42 da sumula do STJ 
 
CONSÓRCIOS PÚBLICOS 
O tema relativo aos consórcios públicos já foi cobrado em cinco exames 
da OAB até o XXI, e sempre preocupa o examinando, que normalmente não viu, ou 
viu de forma insipiente na faculdade. Abordaremos os tópicos principais. 
A previsão dos consórcios públicos está na CRFB, em seu art. 241, e na 
Lei n. 11.107/05, regulamentada pelo Decreto n. 6.017/07. 
IMPORTANTE: Trata-se de pessoa jurídica formada exclusivamente 
por entes da Federação, na forma do art. 1º da Lei no 11.107, de 2005, para 
estabelecer relações de cooperação federativa, inclusive a realização de objetivos de 
interesse comum, constituída como associação pública, com personalidade jurídica 
de direito público e natureza autárquica, ou como pessoa jurídica de direito privado 
sem fins econômicos. 
Principais características e pontos dos consórcios 
a) Somente poderá ser constituído por ENTES FEDERADOS; 
b) Possui natureza autárquica; 
c) Pode ser constituído como pessoa jurídica de direito público ou 
pessoa jurídica de direito privado; 
d) na hipótese de ser um consórcio público de direito público, deverá ter 
natureza de associação pública; 
 
 
e) É vedada pela lei a constituição de consorcio público entre a União e 
Municípios somente. Nestes casos, é obrigatória a presença do Estado no consórcio. 
f) pode ter prazo de duração certo ou indeterminado, conforme previsão 
no Protocolo de Intenções. 
g) o representante legal do consórcio deverá ser, obrigatoriamente, o 
Chefe do Poder Executivo de ente da Federação consorciado; 
Considerando que o consórcio público é uma pessoa jurídica formada 
pela associação de entes federados, para que esta nova pessoa possa atingir seus 
objetivos, a lei permitiu a possibilidade de, entre outras: 
1. firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber 
auxílios, contribuições e subvenções sociais ou econômicas de outras entidades e 
órgãos do governo; 
2. promover desapropriações e instituir servidões nos termos de 
declaração de utilidade ou necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo 
Poder Público (importante salientar que o consorcio de direito público só poderá 
executar a desapropriação. A declaração expropriatória é exclusiva dos entes 
federados e de quem a lei permitir). 
3. emitir documentos de cobrança e exercer atividades de arrecadação de 
tarifas e outros preços públicos pela prestação de serviços ou pelo uso ou outorga de 
uso de bens públicos por eles administrados ou, mediante autorização específica, 
pelo ente da Federação consorciado. 
4. outorgar concessão, permissão ou autorização de obras ou serviços 
públicos mediante autorização prevista no contrato de consórcio público, que deverá 
indicar de forma específica o objeto da concessão, permissão ou autorização e as 
condições a que deverá atender, observada a legislação de normas gerais em vigor. 
Regime Jurídico e constituição dos Consórcios 
O consórcio público de direito público tem regência integral pelo direito 
público e adquire personalidade jurídica mediante a vigência das leis de ratificação 
do protocolo de intenções. 
 
 
No entanto, o consórcio público de direito privado possui regime híbrido 
e adquire personalidade jurídica mediante o atendimento dos requisitos da legislação 
civil, ou seja, com o registro dos atos constitutivos. Neste caso, o consórcio público 
observará as normas de direito público no que concerne à realização de licitação, 
celebração de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal (concurso 
público), que será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. 
Instrumentos próprios do Consórcio Público 
1. Protocolo de Intenções: Art. 4º da Lei n. 11.107/05. Contrato 
preliminar que, ratificado pelos entes da Federação interessados, converte-se em 
contrato de consórcio público. Cuida das questões operacionais do futuro consórcio, 
como nome, sede, tempo de duração, natureza jurídica, representante legal, entre 
outros. 
2. Contrato de Consórcio: art. 5º da Lei n. 11.107/05. Será celebrado 
com a ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções. Após a conversão em lei, 
o protocolo de intenções é formalizado entre os entes consorciados. A ratificação se 
dá com a aprovação do protocolo de intenções em cada casa legislativa de cada ente 
consorciado. 
3. Contrato de Rateio: art. 8º da Lei n. 11.107/05. Contrato por meio do 
qual os entes consorciados comprometem-se afornecer recursos financeiros para a 
realização das despesas do consórcio público. Trata-se de um contrato que 
estabelece obrigações financeiras. 
4. Contrato de Programa: art. 13 da Lei n. 11.107/05. Instrumento pelo 
qual devem ser constituídas e reguladas as obrigações que um ente da Federação, 
inclusive sua administração indireta, tenha para com outro ente da Federação, ou 
para com consórcio público, no âmbito da prestação de serviços públicos por meio 
de cooperação federativa. Estabelece obrigações gerais. 
Controle financeiro dos Consórcios 
O consórcio público está sujeito à fiscalização contábil, operacional e 
patrimonial pelo Tribunal de Contas competente para apreciar as contas do Chefe do 
Poder Executivo representante legal do consórcio, inclusive quanto à legalidade, 
legitimidade e economicidade das despesas, atos, contratos e renúncia de receitas, 
sem prejuízo do controle externo a ser exercido em razão de cada um dos contratos 
de rateio. 
 
 
 
 
Licitação dos consórcios 
Os consórcios públicos foram contemplados com vantagens licitatórias 
consubstanciadas principalmente na alteração de dois artigos da Lei n. 8.666/93 (23, 
§8º e 24, XXVI e §1º). 
 Consórcio como contratante – valores diferenciados para definição 
de modalidades (art. 23, §8º da Lei n. 8.666/93) e valores maiores 
para contratação direta por dispensa de licitação (§1º do art. 24 da 
Lei n. 8.666/93). 
 
 Consórcios como contratado – neste caso, poderá ser contratado pela 
administração direta ou indireta dos entes da Federação 
consorciados, dispensada a licitação, com base no disposto no inciso 
III do §1º, do art. 2º da lei n. 11.107/05. 
 
Importante ressaltar também que determinado ente federado consorciado 
poderá se retirar do consórcio mediante ato formal de seu representante na 
assembleia geral, na forma do art. 11 da Lei n. 11.107/05. 
 Outrossim, vale mencionar que os bens destinados ao consórcio 
público pelo consorciado que se retira somente serão revertidos ou retrocedidos no 
caso de expressa previsão no contrato de consórcio público ou no instrumento de 
transferência ou de alienação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTERVENÇÃO ESTATAL NA PROPRIEDADE 
Inicialmente, é preciso relembrar alguns conceitos sobre o direito de 
propriedade. O sistema brasileiro consagra a liberdade e o direito de ter 
propriedades privadas, conforme inciso XXII do art. 5º da CRFB. No entanto, tal 
direito não é absoluto e ilimitado. Pelo contrário, é um direito relativo e 
condicionado! 
A utilização da propriedade deve obedecer às normas sociais previstas 
na CRFB. Sendo assim, não se admite a não utilização, a subutilização, a não 
edificação e a utilização ilegal da propriedade. Em suma, devemos condicionar a 
utilização da propriedade a fim de atingir as múltiplas faces de sua FUNÇÃO 
SOCIAL – art. 5º, XXIII e art. 170, III da CRFB. 
Neste sentido, caso se verifique a violação à função social, deve o 
Estado intervir para amolda-la a esta qualificação. Além da adequação da 
propriedade a sua função social, pode o Estado intervir para atender ao interesse 
coletivo, com base no princípio da SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO. 
Assim, o direito de propriedade é relativo e condicionado. 
Em resumo, os dois fundamentos das intervenções estatais na 
propriedade são os princípios da função social e da supremacia do interesse público. 
IMPORTANTE: Todas as modalidades de intervenção na propriedade 
são imperativas, ou seja, independem da vontade do proprietário. 
Modalidades de Intervenções 
Dependendo do fato gerador da intervenção e de sua finalidade, o Estado 
pode simplesmente intervir na propriedade, de forma a criar uma restrição branda 
em sua utilização, sem retirar a propriedade de seu dono, ou pode mesmo suprimir a 
propriedade. No primeiro caso, teremos as chamadas intervenções restritivas. No 
segundo caso, a intervenção supressiva. 
Modalidades Restritivas – são modalidades restritivas: a (i) Servidão 
Administrativa; (ii) a Requisição Administrativa; (iii) a Ocupação Temporária ou 
Provisória; (iv) o Tombamento e (v) a Limitação Administrativa. 
 
 
Modalidade Supressiva – (vi) Desapropriação 
(i) Servidão Administrativa 
É a modalidade restritiva que representa a imposição de um direito real 
de natureza pública sobre coisa de outrem, onde o proprietário tem a obrigação de 
tolerar um ônus parcial sobre o imóvel de sua propriedade, em benefício da 
passagem ou fixação de um serviço público ou de um bem afetado a um serviço 
público. 
Não ocasiona a perda da propriedade, mas afeta a exclusividade do 
direito de propriedade, porque transfere a outrem as faculdades de uso e gozo. São 
relações individualizadas e podem ser instituídas por acordo administrativo ou 
sentença judicial. 
A servidão, via de regra, é onerosa. O valor da indenização deve 
compensar as restrições impostas e admitem-se juros compensatórios, quando o uso 
efetivo do bem antecede o pagamento da indenização. 
Exemplos de servidões administrativas – instalação de redes elétricas, 
oleodutos e gasodutos; fixação de placas de ruas; servidão de trânsito (uso do solo 
para fins urbanísticos). 
Base normativa: art. 40 do DL 3.365/41. 
Macete de prova: a questão abordou uma intervenção necessária a 
instalação de equipamento público de caráter permanente, então é servidão! 
(ii) Requisição Administrativa 
Trata-se de direito pessoal da Administração, uma intervenção 
autoexecutória, por meio do qual o Estado utiliza bens móveis, imóveis e serviços 
particulares em situação de perigo público iminente, afetando a exclusividade do 
direito de propriedade. 
A requisição pode ser civil ou militar. A requisição civil visa a evitar 
danos à vida, à saúde e aos bens da coletividade; a requisição militar objetiva o 
resguardo da segurança interna e a manutenção da Soberania Nacional. No entanto, 
em ambos os casos, é necessária a verificação do perigo público iminente, que 
coloque em risco a coletividade. Não se restringe às ações humanas. 
 
 
Bases normativas – art. 5º, XXV; art. 22, III, ambos da CRFB/88. 
Decreto-lei n. 4.812/42. Código Civil, art. 1.228, §3º. 
Macete de prova: a questão mencionou alguma situação de perigo 
público, como enchentes, sequestros, afogamentos, então é requisição! 
 (iii) Ocupação Temporária ou Provisória 
É uma modalidade de intervenção por prazo determinado, pela qual o 
Poder Público usa transitoriamente imóveis privados como meio de apoio à 
execução de obras e serviços públicos, afetando a exclusividade do direito de 
propriedade. 
Base normativa: art. 36 do DL 3.365/41. 
Diferentemente do que ocorre na requisição, aqui não há uma situação 
de perigo público iminente. Vale mencionar que somente a ocupação temporária 
vinculada à desapropriação exige indenização. Caso contrário, a indenização fica 
condicionada à existência de dano. 
Ex.: Obras em estradas para alocação de máquinas de asfalto e outros; 
uso de escolas, clubes e outros estabelecimentos privados por ocasião das eleições 
ou por alguma necessidade pública. 
Macete de prova: a questão falou em necessidade provisória de 
utilização, sem o perigo público, então é ocupação provisória! 
(iv) Limitação Administrativa 
Diferentemente das anteriores modalidades de intervenção restritiva, a 
limitação administrativa corresponde a um conjunto de obrigações positivas ou 
negativas, de caráter geral a proprietários indeterminados, com o objetivo de 
condicionar as propriedades ao atendimento da função social e às questões 
urbanísticas previstas no respectivo Plano Diretor municipal, afetando o caráter 
absoluto do direito de propriedade. 
Exemplos de limitações:parcelamento ou edificação compulsório de 
terreno urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado (obrigação positiva); 
proibição de construção além de determinado número de pavimentos, recuos de 
construção – área non aedificandi (obrigações negativas), manter certa distância das 
 
 
construções em relação à rua (obrigações negativas), construir saídas de emergência 
em prédios (obrigação positiva). 
O Estatuto da Cidade, Lei n. 10.257/01, contempla diversos 
instrumentos de limitações administrativas. 
Macete de prova: a questão abordou uma medida de intervenção de 
caráter geral e gratuita, então é limitação! Vejamos o quadro resumo abaixo: 
 Natureza 
Jurídica 
Objeto Prazo Instituição Indenização 
Servidão 
administrati
va 
Direito Real Bens 
imóveis 
alheios 
Indeterminado Acordo ou 
decisão 
judicial 
Prévia e 
condicionad
a (no caso 
de prejuízo) 
Requisição Direito pessoal Bens 
móveis, 
imóveis e 
serviços 
Transitório Atos 
autoexecutóri
os 
(iminente 
perigo 
público) 
Só se 
houver 
prejuízo. É 
posterior. 
Ocupaçã
o 
temporári
a 
Direito pessoal Bens 
imóveis 
Transitório Ato formal 
(necessidade 
de realização 
de obras e 
serviços 
públicos) 
Só se 
houver 
prejuízo. 
Limitação 
administrati
va 
Atos legislativos 
ou 
administrativos 
de caráter geral 
Interesses 
públicos 
abstratos 
Indeterminado Leis de 
caráter geral 
Não há. 
 
(v) Tombamento 
O Tombamento caracteriza-se pela limitação restritiva e perpétua ao 
direito de propriedade, que tem como fato gerador a necessidade de proteção do 
patrimônio cultural, artístico, histórico, arqueológico, turístico ou paisagístico 
brasileiro, em benefício das gerações futuras. O tombamento é uma das formas de 
acautelamento e preservação deste patrimônio. 
A melhor definição está na própria CRFB, em seu art. 216, que dispõe: 
“Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, 
tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à 
ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira”. 
 
 
Podem ser objeto de tombamento os bens móveis, imóveis e até 
imateriais que traduzem aspectos de relevância para a noção de patrimônio cultural 
brasileiro. Os bens públicos também podem ser objeto de tombamento (art. 5º do DL 
n. 25/37) e, segundo a recente orientação do STJ, depende apenas de notificação à 
entidade a quem pertencer, ou sob cuja guarda estiver a coisa tombada, afim de 
produzir os necessários efeitos. 
Efeitos do Tombamento – Restrições ao uso e disposição do bem 
tombado. 
1. Necessidade de registro no RGI; 
2. Vedação a demolição e alteração do bem sem a prévia manifestação 
do Poder Público; 
3. Dever de conservação. Deve o proprietário manter o bem adequado às 
suas características culturais. Se não dispuser de recursos, deve o Poder Público 
executar eventuais obras de conservação às suas expensas. 
4. Dever de observância da vizinhança quanto a visibilidade do bem. 
Sem prévia autorização do Poder Público, não se poderá, na vizinhança da coisa 
tombada, fazer construção que lhe impeça ou reduza a visibilidade, nem nela colocar 
anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirar o objeto. 
IMPORTANTE: O bem tombado PODE ser alienado (vendido) e 
gravado. O atual CPC revogou o art. 22 do DL n. 25/37, que cuida do tombamento 
na esfera federal, não sendo mais necessário garantir o direito de preferência ao 
Poder Público. 
(vi) DESAPROPRIAÇÃO 
A desapropriação, ou expropriação, é a modalidade mais drástica de 
intervenção estatal na propriedade, pois não se limita a restringir o uso. A 
desapropriação retira a propriedade – modalidade supressiva. 
Trata-se de um procedimento administrativo de Direito Público, pelo 
qual o Poder Público ou quem possui autorização legal ou contratual, mediante 
previa declaração de necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, 
impõe ao proprietário a perda de um bem, compulsoriamente e de forma originária, 
incorporando-o ao seu patrimônio, em regra de maneira indenizatória. 
 
 
A matriz da desapropriação está no art. 5º, XXIV, da CRFB, 
regulamentado pelo DL n. 3.365/41 (Estatuto Geral - desapropriação por utilidade e 
necessidade públicas) e pela Lei n. 4.132/62 (desapropriação por interesse social). 
Natureza Jurídica 
A desapropriação é forma originaria de aquisição de propriedade, 
gerando, por consequência, a extinção de eventuais direitos reais de terceiros sobre a 
coisa – art. 31 do Estatuto Geral). 
Pressupostos 
O pressuposto de uma desapropriação deve estar claro no ato 
administrativo que declarar o interesse público em determinado bem. A própria 
Constituição fixou os pressupostos expropriatórios ao mencionar no art. 5º, XXIV, 
que a lei estabeleceria o procedimento para desapropriação por necessidade ou 
utilidade pública, ou por interesse social. 
A necessidade ou utilidade pública e o interesse social são os 
pressupostos eleitos pela Carta Magna. Os primeiros são tratados na Lei Geral de 
Desapropriações – DL 3.365/41, enquanto que o interesse social possui regramento 
próprio previsto na Lei n. 4.132/62. 
Além da previsão legal, existem basicamente duas outras diferenças 
importantes entre eles, que costumas ser cobradas em provas: 
 Caducidade do decreto Destinação do bem Exemplos 
Necessidade 
ou 
Utilidad
e Pública 
O Decreto que declara a 
desapropriação de 
um bem tendo como 
pressuposto a 
necessidade ou 
utilidade pública, 
perde seus efeitos 
em 5 anos, caso a 
desapropriação não 
seja iniciada 
Os bens 
desapropriados 
devem atender à 
coletividade 
como um todo 
Construção de 
escola, 
hospital, 
viadutos, 
ampliação de 
vias, obras de 
prevenção de 
acidentes. 
 
 
Interesse 
social 
Caducidade do Decreto – 
2 anos 
Em regra, os bens 
expropriados 
possuem 
destinatários 
certos, que a lei 
credencia para 
recebê-los e 
utilizá-los 
convenientemen
te 
Assentamentos 
populares, 
reforma 
agrária 
 
Objeto 
Desde que tenham valor comercial, todos os bens podem ser objeto de 
desapropriação, incluindo as coisas moveis ou imóveis, corpóreas ou incorpóreas, 
publicas ou privadas. O espaço aéreo e o subsolo também podem ser expropriados, 
quando da utilização do bem puder resultar prejuízo patrimonial ao proprietário do 
solo – artigo 2º e parágrafos do DL n. 3.365/41. 
Contudo, há bens que não podem ser objeto de desapropriação, pois 
carecem de valor econômico (patrimonial), como é o caso dos direitos 
personalíssimos (honra, liberdade, cidadania) e dos bens em outros municípios ou 
estados – um município desapropriando um bem localizado em outro município – 
pois violaria a autonomia federativa. 
Bens Públicos – Os bens públicos também podem ser objeto de 
desapropriação, desde que se observem dois requisitos (art. 2º, §2º, do DL 
3.365/41): 
1. Autorização legislativa específica; 
2. A União pode desapropriar bens de estados e municípios; estados 
podem desapropriar bens de municípios; mas estes últimos não podem desapropriar 
bens públicos de outros entes. 
IMPORTANTE: o STF não admite a desapropriação de bens estaduais 
ou municipais por outro Estado ou Município, respectivamente. 
 
 
IMPORTANTE: Vamos imaginar que um determinado município 
queira desapropriar um bem, ações, cotas ou direitos representativos do capital que 
pertence a uma Sociedade de Economia Mista Federal. É possível? Em regra não, 
salvo mediante prévia autorização, por decreto do Presidente da República.

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